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Feminismo Negro Apesar de o Feminismo ser referido de forma geral, ele não é único, mas sim plural. Porque falar de forma generalizada sobre as mulheres e sua luta desconsidera as particularidades de certos grupos, tornando-os invisibilizados e prevalecendo o Feminismo Branco. É preciso, assim, que haja um olhar étnico-racial no movimento feminista. O Feminismo Negro se refere à interseccionalidade de gênero e raça vivido por mulheres pretas. Enquanto a branca luta contra a opressão de gênero, a negra luta também pela opressão de gênero, mas também pela opressão de raça, o racismo, e ainda podemos citar a opressão de classe: Mulher, preta, pobre, vive subjugada, lutando pelo direito de existir. A maioria da população brasileira é negra e feminina, mas essa categoria é bastante inferiorizada. Mulheres brancas e negras são vistas de formas diferentes A imagem da mulher branca é a da mulher delicada, pura, sensível. E ela busca quebrar esse paradigma de fragilidade. A mulher preta é vista como provocante. E ela luta contra essa hipersexualização do seu corpo. Enquanto mulheres brancas lutavam pelo direito ao trabalho, igualdade. As negras trabalhavam e trabalham desde sempre e desde muito jovens não como um direito, mas como uma obrigação. É importante salientar que o feminismo negro não busca romper/separar, deixar as mulheres umas contra as outras. A intenção não é dividir, mas fortalecer, reconhecer as diferenças do movimento e dar voz às mulheres, a todas elas, visto que a sociedade é bastante estratificada e todas elas têm papel na luta, e questões étnico-raciais precisam estar em pauta. “Por não serem nem brancas, nem homens, as mulheres negras ocupam uma posição muito difícil na sociedade supremacista branca. Nós representamos uma espécie de carência dupla, uma dupla alteridade, já que somos a antítese de ambos, branquitude e masculinidade. Nesse esquema, a mulher negra só pode ser o outro, e nunca si mesma. (...) Mulheres brancas tem um oscilante status, enquanto si mesmas e enquanto o “outro” do homem branco, pois são brancas, mas não homens; homens negros exercem a função de oponentes dos homens brancos, por serem possíveis competidores na conquista das mulheres brancas, pois são homens, mas não brancos; mulheres negras, entretanto, não são nem brancas, nem homens, e exercem a função de o “outro” do outro.” – Grada Kilomba, Memórias da Plantação: Episódios de racismo cotidiano. By: Ewylle Farias
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