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A IMPORTANCIA DA GESTÃO ESCOLAR DEMOCRÁTICA (1)

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Gestão Escolar Democrática: Desafios e Perspectivas
[footnoteRef:1] [1: .] 
Resumo: O presente artigo tem por objetivo analisar a democratização da gestão escolar a fim de contextualizar o processo de gestão democrática, atualmente em evidência na escola pública, como condição para a melhoria da qualidade da educação. As investigações pautaram-se na pesquisa bibliográfica a luz de autores como: Antunes, 2009; Arroyo, 1979; Cohn, (1998); Gracindo, 2009; Libâneo, 2012; Luck, 2000/2007/2009; Luckesi, 2007. Mendonça, 2000; Paro, 2000/2007; Santomé,1998; Vieira, 2006; entre outros. Busca-se respostas para as seguintes indagações: Como democratizar a escola em sociedade que ainda vivencia velhos preconceitos? Quais são os aportes legais e normativos da gestão escolar? Este artigo não tem respostas prontas e definitivas, mas procura apontar determinados vieses que podem (ou não) conduzir ao processo escolar democratizado, mediante gestão que faça da democracia seu anseio maior. 
Palavras-chave: Gestão. Democracia. Desafios. Perspectivas
Introdução
O presente artigo aborda reflexão sobre os aspectos legais e normativos da gestão escolar democrática no Brasil, e que os mesmos são retratados na Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, que está na Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB, n. 9.394/96, além de apresentar estudo detalhado dos teóricos que apresentam trabalhos na área de gestão escolar, e que tem como objetivo verificar as suas implicações para melhoria do sistema de ensino. 
Hoje a gestão escolar tem a função de alcançar o movimento administrativo e pedagógico no sistema de ensino nas escolas. Para que haja um resultado positivo é necessário ter uma crescente autonomia, retratando inovações de implantação do processo que visa envolver uma gestão participativa no contexto de escolas públicas. 
ARROYO (1979), aponta a urgência em desenvolver práticas administrativas que envolviam a participação da comunidade escolar, com vistas a redefinir os novos fins da educação. Portanto, a administração passa a ser um dos elementos da gestão: a gestão administrativa, que corresponde à administração de recursos do tempo. Porém a gestão passa a ter um sentido e prática mais abrangente, envolvendo os elementos culturais, políticos e pedagógicos do processo educativo, sendo sua lógica orientada pelos princípios democráticos.
 A metodologia utilizada foi pesquisa bibliográfica, levando em consideração as principais colunas de modificação da gestão escolar democrática, no que tange a perspectiva da mudança e constata-se que é algo difícil de implantar dentro do âmbito educativo, pois é nesse ambiente que implica em mudanças não só mentalidades, posturas e de atitudes que mexem com a estrutura humana. Nessa perspectiva observa-se que são necessárias as mudanças, ou seja, tem que estar atento as transformações globais, e no que diz respeito a busca da autonomia das escolas públicas, o que se pretende é descrever as seções e subseções interligadas e complementares nesse ambiente.
Para que isso ocorra, a necessidade de conhecer a realidade de cada indivíduo envolvido na escola, porém não diminui o objetivo em que o gestor está centrado, que é a aprendizagem do aluno. Ampliando sua parceira com o coordenador pedagógico com o olhar na construção de uma escola para todos, visando à necessidade de cada um. Pois o coordenador pedagógico tem com o dever de cuidar da formação dos professores, sendo que estes são os pontos decisivos para construção do projeto pedagógico eficaz. 
Gestão escolar democrática
A concepção do que é gestão escolar é entendida como um ramo que envolve as ciências humanas, na área das relações pessoais, ou seja, a sua participação funcional decorre da presença de pessoas o que visa buscar um trabalho de harmonia entre elas na busca de objetivos comuns, garantindo uma estrutura com organização e o uso racional dos recursos existentes. No que diz respeito ao gestor, é ele que coloca e traça metas e objetivos dentro de um planejamento, que envolve adaptação e uma avaliação adequada de problemas já existentes para ser enfrentados na direção de suas respectivas soluções.
Nessa perspectiva a partir de questionamentos observa-se que racionalidade administrativa diminuir as desigualdades sociais e o sistema escolar vem contribuindo para o contrário. Pois isto contribuía apenas para o lado econômico da sociedade. Ou seja, é na escola que deve ofertar oportunidades de aprendizagem e experiências na área da Educação, chegando da necessidade individual de cada aluno, além de desenvolver um ambiente específico para que estes superem seus desafios individuais e coletivos (BRASIL, MEC, 2007). E de acordo com Hora (1994):
A escola tem uma contribuição indispensável e insubstituível – embora limitada – a dar para a afirmação histórica das classes populares, na medida em que pode favorecer a ampliação da compreensão do mundo, de si mesmo, dos outros e das relações sociais, essencial para a construção da sua presença histórica, responsável e consciente, no exercício da cidadania (HORA, 1994, p. 49).
É na escola que se encontra a unidade básica e espaço de realização de objetivos e metas de um sistema educativo, é nela que hoje está o centro da atenção da sociedade, compõe um grande valor estratégico para o desenvolvimento das pessoas, e assim ela também mexe com a qualidade de vida e demandas sociais das pessoas que habitam o seu entorno comunitário (LÜCK, 2000). Essa situação mostra aos gestores escolares que se tem um grande desafio, pois isso vai exigir deles novas atenções, conhecimentos, habilidades e atitudes, que visa mostrar a necessidade de competências para a tomada de decisões participativas e justas dentro do ambiente escolar. A partir desse ponto, a liderança desse gestor escolar entra em discussão.
O que tange nas funções do gestor são, em princípio, fixar as metas a alcançar por intermédio tanto de planejamento como intermédio prévio do problema, é também de analisar e conhecer os problemas a enfrentar, tentar principalmente soluciona-los, organizar recursos financeiros, tecnológicos, ser um comunicador, um líder, saber lidar e motivar as pessoas para que as metas sejam alcançadas, tomar decisões precisas e avaliar, controlar o conjunto todo para que haja harmonia no ambiente de trabalho. 
Para que haja gestão democrática de eficácia, é preciso estar atento à vontade da maioria das pessoas envolvidas, levar em conta a etimologia do termo democracia (demo = povo e cracia= forma de governo), ou seja, a democracia é um processo no qual todos os cidadãos são legitimados a participar do poder e do governo, ainda que de formas diferentes, é preciso ter participação efetiva para que todos os envolvidos tenham seus direitos e deveres cumpridos. 
Nessa sentindo busca ampliação do conceito do que é gestão escolar, no âmbito da escola pública, de acordo com o documento oficial do MEC – Programa Nacional de Fortalecimento dos Conselhos Escolares (2004) –, é retratado de que é uma maneira de organizar o funcionamento da escola pública, mediante critérios políticos, administrativos, financeiros, tecnológicos, culturais, artísticos e pedagógicos, além de ter a finalidade de mostrar a transparência às suas ações e atos e possibilitar à comunidade escolar e local “a aquisição de conhecimentos, saberes, ideias e sonhos, num processo de aprender, inventar, criar, dialogar, construir, transformar e ensinar”. 
Nessa linha de raciocínio vemos que Araújo (2009, p. 20) define a gestão escolar democrática como: 
[...] forma de possibilitar que todos os seres envolvidos na instituição possam exercer com maior assertividade sua cidadania, se relacionar melhor e alcançar a liberdade de expressão, por que cada um dos envolvidos carrega em si um conhecimento, que é único e que pode ser somado ao do seu colega e, no caso, por se tratar de escola, aos alunos. Essa troca faz com que a cada dia os envolvidos incorporem mais conhecimentos, sejam eles formais ou informais, tornando-os mais responsáveis,autônomos e criativos.
Constata-se que através dessa forma de gestão é que contribui para o desenvolvimento da cidadania emancipada, quando quatro elementos são necessários para sua efetividade (BRASIL/MEC, 2007). São eles: participação, pluralismo, autonomia e transparência: 
a) Participação - é quando os projetos são construídos pela mediação da coletividade, oferecendo a todos os participantes a oportunidade de desenvolver de forma conjunta ações que visam à melhoria da educação; b) pluralismo - quando há o reconhecimento da presença das diversidades e dos diferentes interesses daqueles que fazem parte da escola; c) autonomia - é a descentralização do poder, onde a escola pode se adequar às reais necessidades da comunidade na qual se encontra inserida, onde o seu Projeto Político Pedagógico – PPP - é construído de forma coletiva, visando à emancipação e à transformação social; d) transparência - é o retrato da dimensão política da escola, mostrando que esta é um espaço público que se encontra aberto à diversidade e às opiniões daqueles que participam da estrutura da escola. 
	São pilares básicos da gestão democrática que fazem toda diferença dentro da gestão, e que visam mostrar o que deve ser focado tanto na prática social da educação como na perspectiva de suas posturas e culturas efetivamente democráticas dentro da sociedade. Portanto, a administração passa a ser um dos elementos da gestão: a gestão administrativa, que corresponde à administração de recursos do tempo. Porém a gestão passa a ter um sentido e prática mais abrangente, envolvendo os elementos culturais, políticos e pedagógicos do processo educativo, sendo sua lógica orientada pelos princípios democráticos.
Mecanismos da prática da Gestão Escolar Democrática 
Sabe -se para que haja uma gestão escolar não é necessário só um gestor, e sim formas de mecanismos fazem parte do conceito e que podem ser utilizados para que essa gestão seja aplicada de maneira eficaz, rápida e de qualidade tanto nos sistemas de ensino como nas escolas públicas como nas particular. 
 De acordo com BRASIL/MEC (2007) os mecanismos vêm para contribuir na articulação do estabelecimento agindo com a democracia na gestão escolar dessas instâncias educativas. Tais mecanismos utilizados são: os conselhos escolares, o conselho de classe, Associação e Pais e Mestres – APM e o Grêmio estudantil auxiliados por outros recursos como estão postos a seguir. 
O Conselho Escolar é o instrumento máximo para a tomada de decisões realizadas no interior de uma escola, ou seja, é através dele que é formado a representação de todos os segmentos que compõem a comunidade escolar, tais como: alunos, professores, pais ou responsáveis, funcionários, pedagogos, diretores e comunidade externa. Os conselhos podem representar tanto a comunidade escolar quanto a comunidade local, locus ou o bairro onde a escola se encontra inserida. De acordo com Brasil/MEC (2004), é nele que todos os participantes destas comunidades têm a oportunidade e de participar e decidir sobre os caminhos e ações referentes ao cotidiano escolar, tendo função consultiva e deliberativa. 
Os conselhos são, portanto, a representação da comunidade escolar e local, que interagem de forma equilibrada com a administração escolar, ou seja, com o gestor escolar. Juntos podem contribuir tanto nas decisões podendo elas serem administrativas, como financeiras e/ou político-pedagógicas, sempre relacionadas às necessidades da escola. Sendo assim, Brasil (2007) distingui que é uma forma de observar a gestão de maneira descentralizada, passando a ser uma atividade coletiva, onde comunidade e escola trabalham juntas para uma educação social com qualidade. Para que isso ocorra de forma eficazmente é necessário observar algumas características dos conselhos escolares são: 
[...] órgãos colegiados compostos por representantes das comunidades escolar e local, que têm como atribuição deliberar sobre questões político-pedagógicas, administrativas, financeiras, no âmbito da escola. [...] São, enfim, uma instância de discussão, acompanhamento e deliberação, na qual se busca incentivar uma cultura democrática, substituindo a cultura patrimonialista pela cultura participativa e cidadã (BRASIL/MEC, 2004, p.34-35). 
Brasil/MEC (2004) retrata que as características dos Conselhos Escolares variam de acordo com as instituições de ensino, sendo que, consequentemente, a quantidade de representantes do conselho varia de acordo com o número de estudantes presentes em cada escola, salientando-se, também, que não podem afastar-se das diretrizes do sistema educacional mais abrangente. Assim, cabe ressaltar, portanto, que as atribuições destes conselhos devem estar de acordo com as diretrizes do sistema educacional, sem ignorar as características tanto da comunidade local do entorno quanto da própria unidade escolar (BRASIL/MEC, 2004). 
Outra característica importante sobre os conselhos, enquanto ferramenta da gestão democrática, é que os mesmos pode interferir no papel político e nos projetos pedagógicos das instituições da escolas que estão inseridos, salientando melhorias, definindo as orientações, prioridades, objetivos, que possam atender aos interesses da escola e as necessidades dos educandos , dessa forma caracterizando a comunidade que a escola é um local de formação cidadã (BRASIL/MEC, 2004).
 O Conselho de Classe pode ser visto como uma reunião avaliativa com diversas pessoas especializadas envolvidas no processo ensino-aprendizagem que discutem tanto a aprendizagem dos alunos, notas das avaliações, como o seu desempenho com os educadores, e os resultados dos mesmos com as estratégias de ensino empregadas em sala de aula e outros aspectos referentes a esse dentro da escola.
Ele também pode ser visto como um órgão de representação da comunidade escolar também, pois ele é composto por representantes de todos os segmentos envolvidos da escola, constituindo-se em interesse de caráter consultivo e deliberativo. É nele que coliga todas as demais representações instituídas, onde decorre seu caráter de função democrática. É discutido nele um leque de atribuições e de participantes, o que não deve ser só visto como uma instância de aprovação ou reprovação de alunos, ao final de cada período letivo ou bimestre. E sim, ser manipulado como algo oportuno e necessário que atue como órgão de avaliação continuada, ponderando sobre as práticas pedagógicas desenvolvidas e os resultados alcançados, é um modo que os envolvidos podem rever, reavaliar, modificar a suas práticas em sala, e até mesmo discutir problemas para serem solucionados.
O Grêmio estudantil torna-se organização que representa o interesse dos estudantes e que tem fins cívicos, culturais, educacionais, desportivos e sociais dentro da escola, ele é o órgão máximo de representação dos estudantes da escola.
O que é retratado nesse órgão é mostrar e tratar o interesse do aluno pela unidade escolar, ele faz um trabalho que ultrapassa a sala de aula , e faz com os participantes se organizarem, criem mecanismos de processos decisórios, oferecendo a oportunidade de uma ação política interna ao próprio Grêmio e relacionada à condução da unidade escolar na qual são alunos. Dentro desse departamento é feito e elaboradas atividades democráticas que podem servir de parâmetro para ações mais amplas, fazendo com que sejam inseridos na comunidade, e que os mesmos possam refletir no exercício da cidadania na vida em sociedade. 
Os educandos que participam das organizações e retratam o interesse do grêmio estudantil são estimulados a promover a interação entre os mesmos, tanto com toda a escola, a família e comunidade. Os alunos também desenvolvem o espírito da política juvenil e podem até criar perfis de liderança no ambiente escolar. 
Na visão de Oliveira, Moraes e Dourado (2012) a escola que garante e promove a vida de um Grêmio estudantil permite e garantir aos alunos o exercício da autonomia responsável e consegue realizar uma verdadeira ação educativa forma cidadã.
Fundamentos da gestão escolardemocrática
 De acordo com Antunes (2005) ocorreram algumas mudanças no campo da administração/gestão escolar, de forma que os pioneiros buscaram superar o modelo empirista e normativo, buscando ainda uma sociedade capitalista que superasse a visão tecnicista, transformando a sociedade. O autor ao falar-se no contexto econômico, onde estão inseridos cada um desses movimentos de mudança no campo da administração e gestão escolar, é necessário identificar as mudanças na configuração do mundo do trabalho, com implicações na organização do trabalho e na administração desse campo. Podemos perceber que a noção de educação enquanto prática social está ligada pelas características de seu tempo e espaço, devemos compreender as mudanças nas esferas político-econômicas, buscando inovações no campo da educação.
Segundo VIEIRA (2006) com o fim da ditadura a gestão democrática buscava-se algo diferente que pudesse melhorar o rendimento do mercado. Como se buscava uma saída para este quadro, iniciava-se um processo de reorganização desse sistema. O referido autor com base na organização do toyotismo e o neoliberalismo, diz que a reformulação do modelo de produção buscava-se um estado centralizador, passando assim a serem participativos no trabalho coletivo e autônomo. 
VIEIRA (2006) diz também que devido essa organização a desejada gestão democrática do ensino público surgiu com várias faces, uma delas é a de maneira democrática com a participação de todos e a outra estava ligada ao capitalismo.
O autor ainda diz que de uma forma geral no campo educacional a democratização da gestão aponta-se para dois projetos: a gestão democrática e a gestão gerencial. De acordo com a gestão democrática era necessário a escolha dos docentes do processo educativo, pois aqueles que farão parte desse processo também são importantes, onde ao invés de serem chefias são gestores do processo educativo que buscam apoiar as orientações do sistema educacional.
Portanto com a mudança da teoria da administração mudou-se de administração escolar para gestão democrática nas escolas. De acordo com Santomé (1998, pag. 22), “Resta saber se esta nova linguagem é real, fruto de uma verdadeira confiança na participação democrática ou se é apenas uma mudança de linguagem, até convertê-la em um simples conjunto de slogans sem qualquer conteúdo”.
O Gestor Escolar e a Gestão Democrática 
Constata-se que o gestor escolar possui responsabilidade na gestão da organização-escola. Contudo, este vem assumindo, um papel muito importante em uma sociedade que passa a exigir a educação com qualidade para todos, papéis que vão além da mera administração centralizadora e técnica, e sim um papel de transformar alunos em cidadãos democráticos.
Nesse aspecto Luckesi (2007, p. 15) mostra que: “uma escola é o que são os seus gestores, os seus educadores, os pais dos estudantes, os estudantes e a comunidade; ‘a cara da escola’ decorre da ação conjunta de todos esses elementos”. Ou seja, o gestor antigamente o gestor era visto como um ditador, uma pessoa autoritária, que colocava regras e estratégias para o funcionamento do sistema da escola, era visto de forma negativa que buscava somente os interesses dos dominantes. Depois que a proposta da gestão democrática foi criada (SEED,2008), a figura de poder foi derrubada.
 De acordo com SEED (2008), hoje o gestor mudou de papel, o seu dever é de orientar e incentivar o processo democrático, além de atuar com um líder com enfoque no progresso da comunidade escolar e local, ele deve buscar um ambiente da participação coletiva, mostrando e compartilhando suas ideias e que haja divisão de poder. Já Brasil (2004) trata essa perspectiva paralelamente em uma gestão democrática, onde o diretor se apresenta como um líder da comunidade, tanto escolar quanto local, tendo a capacidade de exercer a função de representante e gestor público. 
Nessa mesma linha de raciocínio Gracindo (2009) aponta que a gestão democrática impõe a escolha do diretor feita por intermédio de eleição direta realizada pela comunidade escolar e local, ou seja, ela foge totalmente da forma tradicional da escolha de diretores por meio de indicações e laços políticos de amizade, prática que ocorria há tempos atrás, querendo ou não ainda acontece em muitos estados brasileiros.
Percebe-se que a gestão democrática tem que oferecer um entendimento de participação de todos, ou seja, não só no reconhecimento de informações dos alunos, mas também na execução e decisões, a comunidade deve escolher seu gestor, dessa maneira o mesmo tem a responsabilidade de atuar de forma coordenada com todas as esferas da escola, interagindo e reconhecendo as reais necessidades da comunidade em que se encontra (SEED, 2009). Paro (apud BRASIL, 2004, p. 52-53) afirma que:
[...] o diretor consegue perceber melhor, agora, sua situação contraditória, pelo fato de ser mais cobrado pelos que o elegeram. Esse é um fato novo que não pode ser menosprezado. À sua condição de responsável último pela escola e de preposto do Estado no que tange ao cumprimento da lei e da ordem na instituição escolar, soma-se agora seu novo papel de líder da escola, legitimado democraticamente pelo voto de seus comandados, que exige dele maior apego aos interesses do pessoal escolar e dos usuários, em contraposição ao poder do Estado. Isto serviu para introduzir mudanças na conduta dos diretores eleitos, que passaram a ver com “bons olhos” as solicitações de professores, funcionários, estudantes e pais. 
O gestor democrático é um dos principais subsídios para que se desenvolva a cidadania dentro das escolas em que os mesmos atuam. Assim, Araújo (2009) ressalta que para que haja esta cidadania é preciso construir uma grande participação e autonomia de todos que fazem parte desta comunidade. Desta maneira, o mesmo pode promover o equilíbrio e a estrutura necessários e compatíveis com as ações democráticas. 
A sociedade atual reivindica por uma nova postura do diretor escolar, de acordo com Araújo (2009, p.13) “[na perspectiva] da gestão como recurso crítico, estratégico para o avanço de qualquer sociedade, não se admite mais um gestor administrativo, burocrático, guiado por manuais normativos”.
Quando falamos de gestor democrático, contata-se que ele é uma peça fundamental na escola, e que é ele que deve providenciar os instrumentos necessários para que se desenvolvam os verdadeiros valores para a escola, trabalhando o conceito de sentimentos positivos, repartindo experiências e trabalhos para serem feitos na escola, além de demostrar respeito e confiança, o que contribui para que sejam reconhecidos os verdadeiros valores para a escola. Assim, Silva (2009) ressalta que os profissionais que fazem parte deste ambiente passam a se sentir motivados, pois o local gera estímulos que levam a contribuições e promoções de atividades coletivas, em um clima harmonioso e cooperativo. 
Em síntese, Silva (2009) estabelece que o diretor democrático realiza suas responsabilidades respeitando as diferenças, primeiramente ele deve ouvir, dialogar, analisar, avaliar, se informar, aceitar opiniões, em suma interagir de forma saudável com os demais membros que trabalham na comunidade escolar.
Para Lück (2009) é de suma importância a liderança para a participação conjunta e organizada, ou seja, é preciso ter condições de sua concreta atuação dentro da escola, e é preciso ter uma aproximação entre a escola, os pais e comunidade na promoção de educação de qualidade, além de manter o estabelecimento de ambiente escolar aberto e participativo, em que os alunos. Portanto, no ambiente escolar o gestor deve reconhecer e compreender as necessidades dos trabalhadores no mundo do trabalho e os permitir perceber as ligações que a formação educacional oferecida pela escola pode proporcionar ao levar a repensar este contexto da relação com o trabalho, no sistema de produção capitalista e transformar a realidade social (PISTRAK, 2002; LIBÂNEO et al., 2012). 
Considerações Finais
No dia a dia do gestor escolar, pode haver contradições sociais. Estudosdemonstram a indicação de algumas características organizacionais que podem ser utilizadas no contexto escolar, porém, cabe ao gestor, considerar o que é importante para as escolas, e que as mesmas não são iguais, e não se pode generalizar, mas quando bem compreendidas e administradas, determinadas características, podem interferir no modo de ser e de se fazer da escola. Logo, as características organizacionais quando compreendidas e adequadamente adaptadas, pelo gestor brotam efeitos positivos, nesse sentindo observa-se a proposta de Cohn (1998), de que quando o gestor consegue aplica-las para promover e guiar as ações dos docentes, com vistas a prepará-los melhor em suas atividades para assim ter clareza quanto ao seu complexo papel na docência refletindo na preparação de seus objetivos em sala de aula e conteúdo; projeto pedagógico bem definido, onde reside o consenso mínimo entre direção e corpo docente; bom clima de trabalho; papel significativo da direção e coordenação pedagógica; equipe disposta a inovar sem perder a identidade, atingem melhores resultados educacionais.
O papel do gestor reside em promover ações democráticas, pressupondo a capacidade pessoal de ser democrático, ou seja, a gestão escolar democrática poderá acontecer quando os gestores escolhidos ou eleitos se fazerem presentes e se tornarem pessoas com fortes traços democráticos em suas respectivas personalidades. 
Outra perspectiva a ser buscada é de reforçar uma aliança em que se concretiza para democratizar a escola, a humanização da mesma. É na escola humanizada que poderá exercer as funções de uma gestão democrática. Outra opção para que haja uma gestão escolar democrática o diferencial se encontra na participação ativa dos atores da escola mediante ações e metas a serem alcançadas, e para que isso ocorra é necessário vencer os desafios e as dificuldades apresentados na participação , tais como na convivência diária, principalmente, diante de atividades autônomas, pois a falta de envolvimento na prática pedagógica poderá trazer resultados negativos para a organização escolar. 
Em equivalência, é preciso buscar gestão participativa que propõe compromissos e envolvimento dos diretores, pedagogos, docentes, funcionários e pais dos alunos, coletivamente organizados na busca de soluções para superação dos problemas existentes no espaço escolar, para que o mesmo possa ser apreciado e querido no cotidiano. Para essa união aconteça é preciso consolidar alguns eixos norteadores dentro da gestão escolar como a família, o Estado, a sociedade, a comunidade, alem de colocar em prática eixos norteadores que é ensinado dentro de sala de aula como a ética, a valorização profissional, a flexibilidade, o compromisso e a responsabilidade, dentre outros. 
Referencias 
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