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Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 1 UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO AMBIENTE - IGDEMA CURSOS DE GEOGRAFIA BACHARELADO E LICENCIATURA DISCIPLINA: CARTOGRAFIA (GEOB010 e 086 - GEOL010 e 087) Professor: Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior Campus A. C. Simões, bloco 06 Av. Lourival de Melo Mota s/n, BR-104 Norte, km 14, Cidade Universitária, CEP 57072-970 – Maceió, Alagoas Telefone: 0XX82-3214-1440/1441/1442/1443/1444/1445 <www.ufal.br> <igdema@ufal.br> <coordgeo@ufal.br> UNIDADE 1 – CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA 1.1 ORIGEM DA PALAVRA CARTOGRAFIA, DEFINIÇÕES, OBJETO, OBJETIVOS, DIVISÃO DA CARTOGRAFIA Origem da palavra Cartografia De acordo com a fusão das palavras: Carto= carta, do latim charta e do grego khartes, palavra provavelmente de origem egípcia que significa papel, diretamente derivada de papiro ou pergaminho. Grafia= do latim graphien, que significa descrever, descrição de alguma coisa. Cartografia seria então, a descrição de cartas. A palavra CARTOGRAFIA é do vocábulo criado pelo historiador português Visconde de Santarém, em carta de 08 de dezembro de 1839, escrita em Paris (França), e dirigida ao historiador brasileiro Francisco Adolfo de Varnhagen. Antes da consagração do termo, o vocábulo usado tradicionalmente era Cosmografia, que significa descrição do universo, foi usado até meados do séc. XIX. Definições, conceitos e concepções “A Cartografia é a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os primeiros levantamentos até a impressão final dos mapas” (ONU, 1949). “Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técn icas, baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, projetos e outras formas de expressão, assim como sua utilização” (ACI, 1964). “A Cartografia é considerada como ciência e arte de expressar por meio de mapas e cartas, o conhecimento da superfície terrestre” (BAKKER, 1965). “A cartografia é a arte de conceber, de levantar, de redigir e de divulgar os mapas” (JOLY, 1976). “Arte de traçar ou gravar cartas geográficas ou topográficas” (DICIONÁRIO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA apud OLIVEIRA, 1993). “Arte de compor cartas geográficas” (NOVO DICIONÁRIO BRASILEIRO MELHORAMENTOS apud OLIVEIRA, 1993). “Arte ou ciência de compor cartas geográficas; tratado sobre mapas” (NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA apud OLIVEIRA, 1993). “Arte ou prática de fazer cartas ou mapas” (WEBSTER apud OLIVEIRA, 1993). “Arte de desenhar os mapas de geografia: Mercator criou a Cartografia científica moderna” (ENCICLOPÉDIA DELTA LAROUSSE apud OLIVEIRA, 1993). “Projeto e desenho de cartas geográficas, plantas de cidade, etc.” (LÉXICO ALEMÃO MODERNO apud OLIVEIRA, 1993). “Ciência e arte da representação gráfica da superfície da Terra, em parte, ou no seu todo, de acordo com a escala” (GUERRA, 1993). “Cartografia é a combinação de técnicas, máquinas e métodos utilizados na detecção (levantamento), representação (analógica, digital ou convencional), processamento (transformações de dados em informações), memorização (armazenamento), recuperação (convocação de dados e de informações armazenadas), e utilização ampla dos aspectos métricos e temáticos associados aos pontos pertencentes ao espaço euclidiano” (Prof. Alexandre Tadeu – Depto.. de Engenharia Cartográfica da Universidade Federal de Pernambuco - DeCart - UFPE, 199?). Objeto Na sua essência, o objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados e medidas das diversas regiões da Terra, e representar graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que possam ser claramente visíveis (RAISZ, 1948). Numa visão mais abrangente, seu objeto consiste em representar por meios de mapas a superfície terrestre e os seus elementos e fatos configurados. Até mesmo qualquer elemento passível de ser representado num plano, não apenas da superfície terrestre, mas também do subsolo, da atmosfera, do espaço sideral, ou de um corpo ou objeto qualquer, seja ele vivo ou inerte. Outras formas de representação, também são objetos de estudo da cartografia, como: maquetes, blocos-diagramas, perfis topográficos, entre outros. Objetivos Dos elementos passíveis de representação num plano, são seus objetivos: construir mapas e outras formas de representação; localizar e medir objetos; representar e fornecer dados e medidas precisas; Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 2 Divisão da Cartografia: Divide-se a cartografia em sistemática, temática e geográfica. Cartografia Sistemática, Geral Topográfica, Topocartografia ou Cartografia Original produz mapas exatos e detalhados (cartas topográficas, levantamentos aéreos e terrestres); ligada a Geodésia; executa mapas básicos para outros tipos de cartas; elabora documentos cartográficos matematicamente corretos e ricos em detalhes; ocupa-se na transformação direta das medidas e fotografias, obtidas pelo levantamento de campo; utiliza desenho manual; executa levantamentos aerofotogramétricos; praticada pela rede oficial - governamental: civis; militares (terrestre, marítimos e aeronáuticos); administração pública; usada na defesa militar; limita-se a um público específico; elabora documentos cartográficos de grandes e médias escalas; faz uso de cartas temáticas é limitado ao público específico; sua execução é realizada pelo Estado, devido ao alto custo e ao uso coletivo. Cartografia Temática ou Cartografia Aplicada “Parte da Cartografia que diz respeito ao planejamento, execução e impressão de mapas sobre um fundo básico, ao qual são anexadas informações por meio de simbologia adequada, visando atender as necessidades de um público específico” (DUARTE, 1994). produz mapas de uso específico ou especial (mapas: físico-naturais, populacionais e sócio-econômicos); ligada aos estudos da geografia a nível local e regional; surgiu após a Primeira Guerra Mundial; trata da confecção de cartogramas; os elementos geralmente são cartografados em uma única folha; utiliza o arcabouço de cartas topográficas e geográficas; cresce gradativamente devido às necessidades das geociências e do planejamento da vida moderna dos povos; auxiliada pela cartografia sistemática; exige a colaboração de profissionais de áreas afins e cartógrafos de alto nível; área de multiplicidade de assuntos: requer talento profissional; os mapas produzidos pela CARTOGRAFIA TEMÁTICA sofrem alterações contínuas: p. ex.: mapas econômicos e populacionais. Cartografia Geográfica ou Geocartografia produz mapas de uso geral (atlas, planisférios, mapa-múndi); ligada aos estudos de Geografia a nível global; praticada pela rede privada (particular); visa o aspecto cultural e o lucro; atende ao público em geral; baseado em mapas de escalas pequenas, ou seja que abrange grandes áreas; mercado consumidor é maior (mapas: avulsos e escolares); destina-se a coletividade; variedade de conteúdo; industrialização da produção de mapas; baseada na parte geométrica das obras da cartografia original; trabalha com redução e ampliação de cartas; simplificação de conteúdo topográfico; produz trabalhos de feição generalizada, enfocando aspectos mais significativos, como: atlas, mapas murais, plantas de cidades, ilustração cartográfica em livros e revistas, confecções de globos, maquetes e perfis topográficos, cartas em relevo e mapas de altitude, entre outros. Distinção entre cartografia sistemática e temática SistemáticaTemática quanto ao público que atende amplo e diversificado especializado e reduzido quanto aos propósitos grande diversidade assuntos mais restritos quanto aos elementos representados elementos físicos ou a eles relacionados qualquer elemento, até mesmo os de natureza abstrata (ex.: densidade demográfica) quanto à durabilidade da informação em geral, os documentos podem ser usados por longo tempo duração mais limitada, pois os dados são superados com mais rapidez quanto ao nível de informação maior ênfase para dados qualitativos dados quantitativos e qualitativos quanto ao preparo do leitor não exige necessariamente conhecimentos específicos para compreensão dos documentos exige, em geral, conhecimentos especializados quanto ao preparo do executor documentos executados por especialistas em cartografia documentos podem ser executados por pessoas não especialistas em cartografia quanto ao significado das cores em geral, tem significado qualitativo significado quantitativo e qualitativo Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 3 1.2 CIÊNCIAS E DISCIPLINAS AUXILIARES Geografia: Ciência que estuda a distribuição dos fatos e fenômenos físicos, biológicos e humanos na superfície da terrestre, as causas dessa distribuição e as relações locais e globais de tais fenômenos. Artes Gráficas: Conjunto de processos e das atividades subsidiárias que visam a reproduzir, em qualquer número de cópias, escritas e imagens, mediante uma chapa ou matiz mecanicamente impresso. Geodésia: Ciência que trata da determinação do tamanho e figura da Terra e da intensidade do campo gravitacional. Em seu aspecto prático conduz as medições e cálculos necessários á determinação das coordenadas astronômicas e geodésicas de pontos fixos com a finalidade de proporcionar o apoio para levantamentos de ordem inferiores tendentes à construção da carta precisa da superfície da Terra. Topografia: Conjunto de técnicas necessárias ao estudo e a representação gráfica de uma parte da superfície terrestre por meio do delineamento das características físicas e culturais de um lugar ou de uma região no sentido especial de mostrar as suas posições e elevações. Geofísica: Ramo da física experimental que estuda a estrutura, composição e desenvolvimento da Terra no espaço exterior imediato. Sensoriamento Remoto: Técnica que utiliza sensores na captação e registro da energia refletida ou emitida por superfícies ou objetos da esfera terrestre ou de outros astros. Informática: Ciência que estuda o tratamento das informações quanto a sua coleta, armazenamento, classificação, transformação e disseminação. Na Cartografia, Geografia, Geologia e outras ciências, sua área de atuação envolve as técnicas de geoprocessamento aplicadas: Cartografia Digital, Sistemas Geográficos de Informação (SGI), Sensoriamento Remoto - SR e a Geodésia Moderna e o Sistema de Posicionamento Global - GPS. 1.3 APLICAÇÕES E CAMPO DE AÇÃO DA CARTOGRAFIA O texto abaixo foi reproduzido deliberadamente, salvo pequenas alterações do texto avulso de Alexandre Tadeu de Oliveira Lima (Prof. do Departamento de Engenharia Cartográfica - Decarte da UFPE). Para uma melhor compreensão da potencialidade da cartografia, algumas de suas aplicações serão descritas a seguir: Nos projetos de engenharia (sobre ou sob a superfície da terra): de rodovias, ferrovias, irrigação e drenagem, saneamento, portos, aeroportos, centrais elétricas etc. Na implantação do mais modesto projeto de engenharia até o mais complexo, além dos estudos completos e necessários de mobilidade, infra-estrutura básica etc., um trabalho preliminar se torna necessário e indispensável: o da Cartografia, isto é, a planta básica em escala adequada. Apesar da sua importância para os projetos de Engenharia, o custo de um trabalho cartográfico é de pouquíssima relevância, se computado dentro do valor total de um projeto e, principalmente, se bem aproveitado. Ao contrário, o uso de um mau processo cartográfico aumenta, na proporção inversa, o custo do projeto. Grandes somas de dinheiro estão sendo perdidas diariamente pelo uso inadequado da Cartografia. Faz-se necessário e urgente, uma conscientização, a nível nacional, dos profissionais de engenharia, que toda obra de pequeno ou grande porte que se projeta ou se implanta sobre ou sob a superfície da Terra, tem como base à cartografia; sem ela não se pode ter garantias de um resultado conveniente. Na ação fiscalizadora e tributária do governo Utiliza-se um sistema integrado de informações cartográficas com o seu cadastro atualizado de tal forma que espelham a realidade do imóvel quanto á sua localização e dimensões, garantindo assim, a justa e perfeita repartição do imposto predial, territorial rural e segurança jurídica das propriedades. Isto vem provar que a aplicação da Cartografia também se reflete na ação fiscalizadora e tributária do Governo. No planejamento e desenvolvimento agrícola Entre os maiores usuários das ferramentas cartográficas, principalmente nos países desenvolvidos, estão os planejadores e, com maior assiduidade, aqueles que planejam para o desenvolvimento da Agricultura. É sabido que o homem precisa planejar melhor a utilização da terra. Atualmente, ele precisa cada vez mais de uma série de complexas informações a respeito da terra, para que esse planejamento seja eficaz a curto, médio e longo prazo. Para conhecimento e controle do espaço náutico e aeronáutico Para tal, um conjunto de operações de levantamento, construção e reprodução de cartas náuticas e aeronáuticas se faz necessário, para conhecimento prévio do espaço tridimensional representado no plano que será utilizado constantemente para controle do referido espaço. O usual apresentado pelas cartas aeronáuticas tem como lema representar a superfície da terra com suas culturas e relevo para satisfazer especificamente as necessidades da navegação aérea, enquanto as cartas náuticas são resultados de levantamentos dos mares, rios, canais e lagoas navegáveis e se destinam à segurança da navegação. Na indústria naval, aeronáutica e automobilística De uma maneira geral, neste caso a Cartografia é aplicada para medições de maquetes, modelos e protótipos, investigação aerodinâmica e hidráulica em laboratórios. Mais especificamente: na indústria naval aplicam-se para controle de fabricação de seção, hélices e grupos. Medições para reconstrução e reparo; medição de ondas para ensaios em canal com modelos de embarcações par experimentação. Na indústria aeronáutica utiliza-se para determinação espacial de regimes turbulentos e medição em modelo do túnel aerodinâmico. Na indústria automobilística usa-se para digitalização de modelos de veículos, determinação de deformação do mesmo, divido a cargas e comprovação do seu comportamento em rodovias. Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 4 No estudo de correntes marítimas Com o processo aerofotogramétrico de determinação de trajetórias e velocidades de flutuadores para obtenção de características de correntes, pode-se obter praticamente qualquer precisão desejada, dependendo exclusivamente das disponibilidades em termos de pessoal, máquinas, equipamentos e materiais. Esse processo foi desenvolvido pelo Prof. José Jorge de Seixas do Departamento de Engenharia Cartográfica - (Decart da UFPE). O processo aerofotogramétrico é altamente vantajoso sobre o topográfico clássico em relação a número de homem-hora empregado, reduzindo o tempo na execução dos trabalhos. Na preservação da memória nacional dos monumentos e sítios históricos e arqueológicos Para esse tipo de aplicação, uma das técnicasfundamentais da cartografia, a Fotogrametria, é empregada para cadastramento, avaliação, restauração e conservação dos Monumentos, Sítios Históricos e Arqueológicos. Essa técnica permite representar em um plano, o levantamento do objeto. A fotogrametria permite registrar uma perspectiva muito completa e precisa. Atualmente, a conservação dos Monumentos Históricos assume uma importância cada vez maior em nossa sociedade. Isso pode ser constatado pela „‟Convenção da Haia para a Proteção de Monumentos Históricos em caso de guerra‟‟ e do ‟‟Ano Europeu de Conservação dos Monumentos e de Defesa do Patrimônio Artístico da Pátria 1975‟‟. Estas reuniões conseguiram sensibilizar a atenção dos órgãos competentes do governo com relação à importância da realização de levantamentos para a conservação dos Monumentos Históricos. Na elucidação de acidentes de trânsito (rodovias ou ferrovias), crimes, roubos e de incêndios Nessas aplicações mais uma vez, a fotogrametria é empregada com grande sucesso não somente pela redução de tempo e pessoal. Notadamente nos caso de acidentes de trânsito, em que é de Importância que o lugar do acidente seja liberado ao tráfego o mais rápido possível. A variação dos valores paramétricos de tempo de execução e pessoal envolvido nas tarefas fotogramétricas depende de cada caso. Com os equipamentos fotogramétricos obtém-se uma precisão incomparavelmente maior, e mais confiante do que, por exemplo, das diligências para verificação dos processos quando se realizam mediante os métodos convencionais, nas investigações de acidentes de trânsito, assassinatos, roubos e incêndios. Uma das principais vantagens da aplicação da fotogrametria terrestre, nesses casos, consiste na disponibilidade das informações armazenadas que, qualquer tempo, pode-se dispor para dirimir qualquer dúvida que por acaso venha a surgir durante o processo. Na medicina e na veterinária Na medicina aplica-se para estudos antropológicos e etnológicos, localização de corpos estranhos, de roturas ósseas, deformações articulares etc., por meio da fotogrametria de raios X. Na veterinária aplica-se na medição das dimensões dos corpos dos animais para determinação do estado de crescimento, para seleção de animais adequados para cria e estudos biodinâmicos. Descobrimentos de jazidas petrolíferas, reservas minerais, lençóis d’ água subterrâneo, cardumes etc. Para isso são empregadas imagens fornecidas por Satélites transmitindo para as estações receptoras terrestres medições das radiações eletromagnéticas e que, posteriormente, são convertidas em imagens analógicas através de portadores fotográficos e ou pelo emprego de iconoscópios. Atualmente, essas imagens já vêm sendo amplamente utilizadas tanto por empresas públicas como privadas, auxiliando as investigações de potencial de recursos minerais e que, dificilmente, seriam detectadas somente na pesquisa de campo. Avaliação demográfica, controle ambiental e planejamento urbano Graças às imagens satélites com suas coberturas amplas da superfície terrestre, vem se tornando cada vez mais importante o seu emprego no controle do desenvolvimento urbano ajudando consideravelmente os planejadores a: definir novas estruturas municipais tais como rodovias e ferrovias, uso do solo etc.; redefinir ocupação de áreas, tendo em vista o controle ambiental; controlar a construção de habitações em áreas sujeita a inundação; calcular o ritmo de crescimento de expansão urbana e sua população. Catástrofes como inundações e secas, contribuição para minorar seus prejuízos Parâmetros obtidos pelas imagens radargramétricas e de satélites etc., permitem determinar, exatamente, as áreas atingidas por inundações de rios, facultando as autoridades o envio de suprimentos de emergência e equipes de salvamento. Também, auxiliando os levantamentos para as ajudas federais e ou estaduais, fundo de assistência, dificultando a possibilidade de reclamações fictícias dos danos que não ocorreram. O mercado de trabalho do engenheiro cartógrafo. A cartografia é, sem dúvida, um dos ramos da engenharia mais promissores desta década que se inicia. A grande necessidade que tem o nosso país de acelerar o conhecimento e o dimensionamento do seu solo objetivando a sua utilização plena e racional nas diferentes áreas do conhecimento humano, fato este evidenciado, quando o homem necessita para a sua sobrevivência. Para tal, este utiliza como suporte às inúmeras aplicações da cartografia, abrindo uma perspectiva em curto prazo, um excelente mercado de trabalho para o Engenheiro Cartógrafo. Levantamento recente realizado pela Associação Brasileira de Engenheiro Cartógrafo retrata as alternativas de mercado de trabalho para os profissionais da área, quais sejam: 34% dos Engenheiros Cartográficos estão ligados a órgãos federais. 19% nos órgãos estaduais; 1% nas companhias energéticas; 43% nas empresas privadas, e, finalmente 3% desempenham outras Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 5 atividades cartográficas. Abre-se uma perspectiva, conforme a referida Associação, de um aumento de cerca de 20% ao atual contingente de engenheiros cartógrafos no mercado de trabalho para o ano de 1990, demonstrando que esta jovem ciência é um elo importante para o desenvolvimento socioeconômico do país. ESTUDO SÍNTESE - 1 Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um quadro com as aplicações da cartografia. APLICAÇÕES DA CARTOGRAFIA ÁREA TIPO [texto centralizado] [texto justificado] Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional com 0pt antes e 0pt depois. 1.4 SÍNTESE HISTÓRICA DA CARTOGRAFIA História da Cartografia no Mundo Idade Antiga: os antigos levantamentos (mapas manuscritos) "A arte de desenhar mapas e mais antiga do que a arte de escrever" (Erwin Raisz, 1948) "O mapa: modalidade da comunicação gráfica das mais antigas da humanidade" (Cêurio de Oliveira, 1993) Provas remotas são os mapas: Babilônicos; Egípcios; Chineses. Mapas primitivos: babilônicos: vale do rio Eufrates 2400 a.C, a 3800 a.C. Camônios: vale do rio pó (norte da Itália) 2400 a.C. Catal Hoyuk (atual Turquia), povoado e ao fundo o vulcão Hasan Dag 6000 a.C. Mapas de povos iletrados: Indígenas das Ilhas Marshall (Pacífico Sul); Peles Vermelhas (América do Norte); Índio Brasileiro, representação das cabeceiras do rio Xingu (Amazônia); Esquimós da Baía de Hudson (Ilhas Baccker). Chineses: mapa do território chinês, representando nove províncias da época de Ta-Yú, Dinastia Hsia (China) - 2282 – 2196 a. C. gravados em urnas de bronze; PEI HSIU (Pai da Cartografia Chinesa); atingiram certo nível científico; invenção da bússola; divisão de terrenos: estrutura retilínea; quadrículas para localização de lugares; orientação para indicação de distâncias exatas entre localidades. indicação precisa das distâncias; anotação de ângulos nas estradas; Egípcios: origem da matemática, geodésia e astronomia; medição de campos (agrimensura): cálculo de áreas e demarcação de limites; cadastro: registro de propriedades. Gregos: organização e consolidação da geodésia; deram grande impulso a astronomia e a cosmografia; criação do sistema de coordenadas geográficas; descoberta do movimento de precessão dos equinócios(Hiparco de Bitínia,190 -125 a. C.); cálculo da circunferência terrestre (Eratóstenes, 275-194 a.C. da Escola de Alexandria); realização pela primeira vez de uma cartografia autêntica (Marino de Tiro e Cláudio Ptolomeu, seco 11a. C.); Geógrafos Jônicos: mapa-múndi (Anaximandro de Mileto, 611-547 a.C.) gravado sobre pedra; aperfeiçoamento e discrição sistemática do 10 mapa- múndi e representação da terra num disco metálico (Hecateu de Mileto, 500 a.C.); construção do “1º GLOBO” – Eudóxio de Cnidos (c. 400 – c.347 a. C. – encontra-se atualmente no Museu de Napóles; mapa-múndi em projeção plana-quadrada – Dicearco de Messina (c. 320 a. C.); globo celeste de Arquimedes (c. 287 - 212 a. C.); mapa-Múndi com paralelos e meridianos de Erastóstenes de Alexandria (c.276-192 a.C.); globo de 3 m de diâmetro - Cratos de Malus (séc. II; a.C.); numerosos mapas construídos por Cláudio Ptolomeu, publicados em sua obra Geografia (150 d.C.). Romanos: absorveram as técnicas e instrumentos dos gregos; realizaram intensos levantamentos do Império Romano nivelamento das cidades e edifícios; demarcação quadrangular das suas terras; obras literárias de geógrafos clássicos: Estrabão e Pompônio Mela; mapas práticos para fins militares e administrativos; Tábua Peutingeriana - Coleção de 11 fls., guardada na antiga Biblioteca Imperial de Viena representando as terras situadas entre os Oceanos Atlântico e Índico. Na verdade, supõe-se tratar de uma cópia mais recente do séc. XIII, do Mapa-Múndi de Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 6 Marcus Vispanus Agrippa, levantado por ordem do imperador Otávio Augusto (30 – 12 a. C.). Indianos: Exerceram grande importância no desenvolvimento das ciências matemáticas, mas foram poucos os documentos cartográficos indianos preservados, especialmente após a ocupação européia. Em alguns mapas percebe-se a influência das três principais religiões: budismo, hinduísmo e jainismo, como é o caso do Mapa Jainista, que mostra no centro o Monte Sagrado Sumeru Meru. Idade Média regressão lamentável no progresso alcançado pela cartografia adquirida pelos gregos; a astronomia e a matemática foram postas de lado em prol de conceitos puramente religiosos e dogmáticos (300 a 500 d. C.); marca o início de estagnação na produção cartográfica por mais de 1000 anos; a Cartografia na Europa passa para o domínio eclesiástico; mapas desenhados sem exatidão, mas de rico e artístico colorido nos ornamentos e nas figuras; produção de mapas circulares (T-O), retangulares e ovais; produção de centenas de mapas circulares (T-O) entre os 600 mapas-múndi medievais manuscritos retangulares e ovais; grande produção de mapas de características extremamente simples, como p. ex.: o mundo representado num tabernáculo (548 d. C.) do Padre Cosme Indicopleutes (séc.VI), que era totalmente contra os ideais científicos da cultura grega; o mapa T-O: Bispo Isidoro de Sevilha; numerosas cópias dos célebres mapas de São Beato, e em especial os mapas de forma oval de São Severo (1030 d. C.); os mapas-mulldi de Hereford e Ebstorf (Séc. XV): impressionante riqueza de detalhes; MATEUS PARIS, cartógrafo e historiador inglês (séc. XIII); mapa da Grã-Bretanha: reconhecimento perfeitos da situação dos povoados e seus contornos gerais; representam um novo interesse pela representação verdadeira do mundo; Europa Mediterrânea: começa, com as Cruzadas e o alargamento do comércio marítimo italiano, uma nova era para a Cartografia, levando-a, finalmente para a Cartografia Renascentista; Árabes: desenvolveram a tradição da antiguidade clássica; hábeis geógrafos e cartógrafos; dotados de profundos conhecimentos:Astronomia; Matemática,Geometria, construção de esferas terrestres; estudos sobre as projeções cartográficas; utilizaram mapas regularmente nos ensinos de geografia nas escolas; recalcularam o comprimento de um 1° para o valor aproximado; os persas Ibn Hawqal e Abu Isak Istakhri principais colaboradores do Atlas Islamita; o geógrafo Maomé Al-Edrisi (1100-c. 1166), escreve em Palermo, para o Rogério II (rei normando da Sicília) uma obra geográfica de compilação, anexando-lhe um mapa-múndi dividido em 70 folhas confeccionado em 1154; Ibn Hula, de Mossul, construiu um globo em bronze (Museu de Londres); conservaram vivos, nos seus centros culturais de Bagdá, Damasco e Córdova, os conhecimentos geográficos, legados à posteridade pelos antigos; evoluíram na ciência geográfica e na Cartografia pela contínua coleta de novos conhecimentos geográficos em virtude do seu importante e externo comércio, do Mediterrâneo até a China; em 827 d. C., o Califa Al Mamum mandou traduzir a Geografia de Ptolomeu para o árabe; Maias e Astecas: Os Maias e Astecas possuíam uma rica tradição cartográfica, que acabou por adquirir novas características após a conquista pelos espanhóis. Entre suas contribuições está o cenário geográfico constante no manuscrito Pré-Hispânico conhecido pelo nome de Códice Vindobonense. As Cartas Portulanas. Idealizadas pelos almirantes e capitães da frota genovesa (segunda metade do séc. XIII). Carta de Pisa ou Pisana (1300): exemplar mais antigo Desenho de rosa dos ventos, cobrindo todo o espaço do mar, resultando num conjunto de retas entrecruzadas, facilitando ao navegador fixar a rota a seguir. baseadas em medições feitas à bússola; elaboradas utilizadas para fins práticos de navegação no mar mediterrâneo; composta por minucioso sistema de rosa-dos-ventos e de rumos. Portulano de Zheng He, almirante da frota imperial chinesa. Os Portulanos: são considerados uma marco histórico; obras cartográficas exatas e diferentes dos mapas-múndi monacais, já que abandonavam à “técnica medieval” da construção de imagens fantasiosas e de pouca utilidade prática; baseados na sabedoria árabe, proporcionando grande lucro aos seus autores face a crescente prosperidade do comércio marítimo por navegadores que passaram a usar cartas náuticas nas suas viagens de travessia marítimas; estimularam os cartógrafos italianos, espanhóis e portugueses na tarefa, cada vez mais geográfica, da exata representação dos mares e das terras; o surgimento de Escolas para cartógrafos em Gênova, Veneza, Ancona e Palma de Maiorca, maior centro do comércio de mapas marítimos, abastecendo navegantes, negociantes e cientistas situada no Arquipélago de Baleares; a Produção cartográfica e comércio dos mapas na maioria das vezes ficavam nas mãos de célebres familiares de cartógrafos, cujos membros eram incumbidos de dar prosseguimento às obras de seus antecessores. Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 7 a repentina procura por cartas náuticas fez com que surgissem, desde o começo do séc. XIV, mapas marítimos desenhados sobre pergaminho, que abrangiam o Mar Mediterrâneo ou partes deste, nos quais as linhas costeiras representavam, com uma aproximação surpreendente, a realidade. Idade Moderna: 1508 – Instalação em Sevilha (Espanha) da secção hidrográfica junto a Casa de la Contratactión de las Índias, destinada à fiscalização e a produção de mapas para navegação; Fundação do Centro Cartográfico Científico da Academia de Navegação de Sagres (Portugal), tendo a frente o Infante D. Henrique, formada por astrônomos, geógrafos e cartógrafos de diferentes países; incremento das viagens mediterrâneas; navegações oceânicas 1300: surgimento da famosa Carta Pisana (AlmiranteGenovês) levantamento sistemático de rumos nos mares Mediterrâneo e Negro; criação da Escola de Sagres: formação de pilotos e cosmógrafos; Pedro Nunes: invenção do nônio e o tratadoda esfera; aperfeiçoamento das caravelas; astrolábio (medições dos astros); cartas de marear (roteiros); mapa representando uma mina de ouro da Núbia (NE da África) 1300 – 1234 a.C. - Faraó Ramsés Atlas Catalão (1375): família de judeus Catalães de Maiorca (Espanha) séc. XIV, obra composta por mais de 80 folhas de excepcional beleza, embora sua exatidão correspondesse aos conhecimentos da época; o Mapa (69 cm x 390 cm) de mestre Jácomo de Maiorca (Jafudo Cresques) conservado em Paris – França. Mapa-múndi feito pelo navegador Hieronymua Marino; O matemático e geógrafo belga Gerardi Mercatoris (1512 – 1594), responsável por uma série de trabalhos que terminaram por modificar a Geografia de Ptolomeu e inauguraram uma nova época para a Cartografia, o que lhe valeu o título de Pai da Cartografia Moderna. Criação de uma nova projeção cartográfica; a metade do séc. XV – primeiros mapas impressos pelo processo xilográfico e de gravação em cobre, denominados de incunábulos, entre os quais, várias edições da Geografia de Ptolomeu, com seus mapas anexos; na época dos descobrimentos os cartógrafos passaram da representação rotineira dos países para uma representação mais geográfica, face ao enriquecimento do conteúdo medieval dos mapas com as terras recém-descobertas pelos navegadores que desejavam encontrar o caminho marítimo para as Índias; mapa cristão do séc. XV, mostrando a arca do dilúvio encalhada no Monte Ararat, na qual os filhos de Noé repartem o repovoamento do mundo. Trata-se de uma alegoria bíblica de cada continente até então conhecido: Ásia, Europa e África, como pertencentes aos filhos de Noé, respectivamente Sem, Jafé e Cam; em meados do séc. XVI - holandeses e flamengos passam a dominar a Cartografia Geográfica, conseguindo deslocar o comércio de mapas para a Antuérpia e Amsterdam. grandes mestres da Cartografia artística do Países Baixos, na Renascença: Gema Frisius; Gerardus Mercatoris; Ortelius; Hondius; Blaeu; Deventer. no séc., XVI, a exatidão matemática não podia acompanhar a seqüência apressada dos acontecimentos geográficos, devido ao primitivismo de técnicas e instrumentos de medição. Esses fatos desfavoráveis , aos quais se associava também a inclusão de notícias, às vezes confusas e exageradas, trazidas pelos navegantes exploradores, não chegavam a prejudicar a produção cartográfica da época, sem dúvida respeitável não apenas pelo volume como original pelos aspectos artísticos. os mapas geográficos continuavam a exigir uma tolerância no seu uso e na sua interpretação, apesar da preferência de que a Astronomia e a Geografia gozavam entre os contemporâneos estudiosos; em 1570, O holândes Abraão Ortelius publica um volume de 53 folhas cartográficas, com 70 mapas em cobre, sob o título Theatrum Orbis Terrarum, considerado o primeiro atlas no sentido moderno da palavra; Século XVII paralelo ao aumento da produção cartográfica em mapas geográficos e de navegação, houve uma evolução no setor de cartas de interesse local e de limitada extensão, elaboradas, cada vez mais freqüentemente, que podem ser consideradas como as percusoras das cartas topográficas dos nossos dias; publicação de vários mapas e atlas pela família Sanson (França): Nicolau Sanson (1600-1667), influenciados pela cartografia belga de Gerardi Mercatoris “o Mercator”. Membros da Família Sanson: Adriano e Guilherme (filhos de Nicolau); Pedro Durval (genro de Nicolau); Gilles Roberto de Vougendy (neto de Nicolau); Didier Roberto de Vougendy (bisneto de Nicolau). o holandês Snellius em 1615 realiza a 1ª triangulação usando um teodolito; os brilhantes matemáticos Jean Dominique Cassini (1625 – 1712) e Guilherme Delisle (1675 – 1726), entre outros, recebem todo apoio do governo Colbert (ministro Luís XIV) para realização de levantamentos cartográficos da França; o sacerdote católico e notável astrônomo Jean Picard (1620 – 1682), utiliza em 1669, um quadrante equipado com lunetas; o séc. XVII: marca o início dos grandes levantamentos cartográficos; França, Inglaterra e Alemanha executam importantes trabalhos nas áreas da geodésia e cartografia; o inglês Jesse Ramsden em 1787 constrói um Teodolito mais preciso, tornando possível a primeira triangulação exata da Inglaterra; Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 8 Idade Contemporânea: Século XVIII a partir do séc. XVIII, a Cartografia entra, paulatinamente, na fase da exatidão, devido à tendência cada vez mais pronunciada da Geodésia em fundamentar os levantamentos sobre base largas e científicas, graças ao estudo contínuo da grandeza da Terra e de sua forma correta; início da época da Cartografia exata – cartas topográficas fundamentadas em rede de triangulação, levando em consideração a esfericidade da Terra; o mapa japonês do fim do séc. XVIII, que mostra o sudeste asiático no centro do mundo. Trata-se de uma visão bastante diferente daquela que estamos acostumados com os mapas ocidentais de influência cultural eurocêntrica; o geodesista Bouguer: construção do quadrante e admiráveis estudos sobre a gravidade, os quais ainda hoje são aplicados; Jacques e César François Cassini, respectivamente filho e Neto de Jean Dominique): operação de levantamento da linha de meridiano na França, medição do arco de Quito (1735 a 1745) e do arco do Golfo de Bótnia no Ártico (1736); César François Cassini sugere o levantamento trigonométrico entre Londres e Dover, cruzando o Canal da Mancha. General William Roy, o encarregado pela Royal Society da missão de levantamento; Trabalhos vultuosos, como p. ex.: a Carta da França (Jacques François Cassini) na escala 1:86.400, com 184 folhas; as cartas topográficas realizadas pelos Países Escandinavos e pela Inglaterra; o mapa manuscrito da Europa, de Napoleão Bonaparte, na escala 1:100.000, com 254 folhas, etc.; no campo da Geocartografia, consegue-se precisar e atualizar os mapas, graças ao interesse particular, introduzindo novidades geográficas, segundo as informações dos descobridores, viajantes e cientistas, entre os quais Marco Pólo, James Cook e Alexander Von Humboldt. apesar do notável progresso na confecção dos mapas quanto à precisão geométrica e da variação do tipo, continuou a reprodução dos mapas a limitar-se, até o fim do séc. XIX, à gravação em cobre, isto é, a impressão unicolor e, assim, também, a representação do relevo em cartas topográficas, feita sempre pelo sistema de hachuras de Lehmann. a Cartografia passou a basear-se, desde meados do séc. XIX, em uma série de invenções, que levaram, às vezes, dezenas de anos para serem empregadas rotineiramente, podendo-se considerar esta época a da Cartografia técnica. a Cartografia passou a basear-se, desde meados do séc. XIX, em uma série de invenções, que levaram, às vezes, dezenas de anos para serem empregadas rotineiramente, podendo-se considerar esta época a da Cartografia técnica. a litografia, a fotografia, a heliogravura, a tricromia, a impressão offset, o processo fotomecânico de Wenschow para a impressão das sombras no relevo, o desenho automático do conteúdo pelo estereoplanígrafo de Zeiss, a simplificação do desenho dos letreiros pela impressão tipográfica (carimbagem) e pela confecção mecânica (normógrafo), e outras invenções, vieram facilitar grandemente o desenho, encurtar o tempo de trabalho e economizar pessoal especializado, graças, sobretudo, à mecanização de certas operações, até então feitas manualmente; a época da Cartografia técnica é, também, a época das cartas topográficas e geográficas multicoloridas e das edições vultosas, justificadas pelo aumento do consumo; medição do arco de meridiano entre Cotchesqui e Tarqui, no Equador, medidoentre os anos de 1735 e 1745, a fim de ser determinado o tamanho e a forma da Terra; a construção e uso do quadrante de Bouguer, que trazia o Sol para o horizonte, a fim de que o observador pudesse observá-los simultaneamente; criação do semicírculo, aparelho do séc. XVIII, para a medição de ângulos; produção cartográfica marcada tanto pela qualidade como quantidade; surgimento e aperfeiçoamento de diversos instrumentos: teodolitos; teodolitos eletrônicos e digitais; estereoscópios de bolso e de espelhoa; planímetros; pantógrafos; máquina fotográfica; curvímetros; aparelhos multiplex; hodômetros; avião, foguetes e satélites artificiais (imagens de satélites, radar e aerofotografias); impressão em off-set; computadores; softwares: sistemas de levantamento e tratamento de dados cartográficos (SGI‟s OU SIG‟s); rastreadores de satélites (GPS), entre outros. fase de substituição de vários estágios da participação humana no contexto da maioria das operações: eodésicas, aerofotográficas e cartográficas; vôos orbitais: satélites e foto imagens de radar (aerolevantamentos); os mapas se tornam menos decorativos e artísticos; documentos cartográficos e aerofotográficos mais detalhados e informatizados: ortocartas e ortofocartas digitais; cartogramas digitais; imagens digitais. ESTUDO DIRIGIDO - 1 1) Qual a origem, a idade e a “representação cartográfica” dos dois mapas mais antigos? 2) Quais são as civilizações consideradas inventoras da bússola? 3) Cite os povos iletrados que fizeram uso de mapas e qual a principal característica dos mapas criados por eles? 4) Quais os métodos usados pelos egípcios na realização de seus levantamentos? 5) Como surgiu o método de medição de campos e qual sua utilização? 6) Quais foram os principais estudiosos gregos e suas respectivas contribuições para o desenvolvimento da cartografia? 7) Por que a idade média é considerada o período de regressão no progresso da cartografia? 8) Quais foram as “representações cartográficas” criadas pelo Padre Cosme Indicopleustes e o Bispo Isidoro de Sevilha? Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 9 9) Quais as contribuições deixadas pelos portugueses para o progresso da cartografia? 10) Qual o grande nome da cartografia moderna e sua importante contribuição para o desenvolvimento da cartografia? 11) Quais os principais nomes da cartografia moderna e seus respectivos países? 12) Quais foram os instrumentos surgidos no período da cartografia moderna? 13) Qual o primeiro levantamento cartográfico realizado em terras brasileiras e por quem foi feito? 14) Faça uma analogia entre o mapa de ontem e o mapa de hoje? ESTUDO SÍNTESE - 2 Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um quadro da História da Cartografia no Mundo. HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA NO MUNDO SÉCULO, ANO OU DATA ACONTECIMENTO OU FATO [texto centralizado] [texto justificado] Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional com 0pt antes e 0pt depois. História da Cartografia no Brasil Século XVI: 1500 - 27/04: primeira operação cosmográfica em solo brasileiro. Medição do sol ao meio-dia utilizando o astrolábio, feita por João Emenelaus; 1513: mapa do mundo, onde aparece o Brasil como sendo uma terra de animais ferozes de pêlo branco, tendo a forma de bois de seis chifres; primeiros mapas sem expressão de delineamento do litoral; primeiros mapas com denominação variada: Terra de Santa Cruz; Terra Nova; Terra Incógnita; Terra de Papagaios; Terra de Brazília; Terra de Antropófagos. Século XVII 1627, 1630, 1631 e 1640: coleções de mapas do “cartógrafo“ João Teixeira; mapa das quatorzes Capitanias Hereditárias elaborado por Ianne Blaen (Holanda). Século XVIII melhoria na documentação cartográfica sobre o Brasil; levantamento e traçado com enormes quantidades de documentos cartográficos e hidrográficos do Brasil, realizados por engenheiros, astrônomos e cartógrafos portugueses e brasileiros, tendo em vista a preocupação portuguesa dos limites do Brasil com a América Espanhola. Século XIX criação do Real Arquivo Militar (atribuições cartográficas e de mapeamento); planta da cidade do Rio de Janeiro, iniciada por A. J. dos Reis e finalizada em 1812 por Ferreira Souto; criação da Real Academia Naval e Academia de Artilharia e Fortificação: adestramento de engenheiros para atividades de levantamentos e de cartografia; 1856 a 1868: execução do levantamento da Costa brasileira, tendo a frente Amedée Monchez 1875: criação da Comissão Astronômica do Observatório Imperial; determinação de posições geográficas e tentativas para construção da Carta Geral do Império e início da triangulação do município neutro, sem prosseguimento, foi extinto em 1878; criação da Repartição Hidrográfica: coberturas sistemáticas de mapas e prevalência por uma cartografia hidrográfica; Estado-Maior do Exército: execução de cartografia terrestre com a construção de uma carta básica do Brasil. Século XX 1901: criação da comissão da Carta Geral do Brasil (Projeto do Estado-Maior): 3ª secção responsável pela organização da carta detalhes sobre operações geodésicas e astronômicas operações topográficas e cartográficas projeto para construção da Carta Topográfica em 1: 100.000 e uma Carta Geográfica em 1: 1.000.000 após a I Guerra Mundial é criado o serviço Geográfico Militar, mais tarde denominado de Serviço Geográfico do Exército produção topográfica de alta qualidade 1921: o Exército executa o levantamento da cidade Rio de janeiro (antigo Distrito Federal) em 1: 50.000, utilizando pela primeira vez uma cobertura aerofotogramétrica. As primeiras fotografias: morro dos Cabritos, bairro de Copacabana. 1922: execução da Carta em 1: 1.000.000 em 46 folhas, organizada pelo Clube de Engenharia, em comemoração do 1º Centenário da Independência do Brasil. 1936: criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE: coordenação das atividades estatística, censitárias e geográficas. 1939: preparação pelo Conselho Nacional de Geografia - CNG do Projeto Carta do Brasil ao Milionésimo 46 folhas de 04º de lat. e 006º de long. treinamento de desenhistas e cartógrafos promoção de coletas de mapas e levantamentos do território nacional após a II Guerra Mundial é delineada uma melhor documentação cartográfica. final da década de 50, criação do Centro Tecnológico da Aeronáutica - CTA e do Instituto de Pesquisas Espaciais -INPE, São José dos Campos - São Paulo. Atuação de mapeamentos temáticos terrestres e atmosféricos com base na tecnologia de imagens orbitais. Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 10 1960 - são editadas quatro folhas das Regiões Norte e Centro-Oeste. Os EUA, à frente das operações estratégicas no mundo todo, visando à vitória final contra a Tríplice Aliança com a promoção de uma extensa cobertura aerofotogramétrica em áreas poucos desenvolvidos cartograficamente, tendo como base o Sistema Trimetrogon, inclusive fotografando dois terços do território brasileiro em áreas sem mapeamento regular. participação efetiva da geodésia oficial norte-americana no Brasil - Inter American Geodetic Survey – IAGS a partir de 1964, o IBGE realiza cobertura sistemática de cartas topográficas no sentido de preencher o imenso vazioterritorial brasileiro em escala topográficas básicas. a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército - DSG-Ex e de outros órgãos como o IBGE, a SUDENE e PETROBRAS S.A., realizam coberturas cartográficas e aerofotográficas em 1: 100.000, 1: 50.000 e 1: 250.000. entre 1970 e 1980, ocorre o pleno desenvolvimento dos levantamentos geodésicos de apoio básico, estendendo-se pela Amazônia Legal. Utilização de modernos métodos e emprego de técnicas e instrumental avançado. 1970 - levantamento de radar da Amazônia, cobrindo em um ano 4 milhões de quilômetros quadrados. elaboração de cartas planimétricas com precisão de 10 metros em 1: 250.000 e 1: 1.000.000 1971 a 1983: é criado o Projeto Radambrasil pelos militares, iniciado logo após do sucesso do radar da Amazônia. Em meados da década de 80 a cobertura aerofotogramétrica abrange 2/3 do território brasileiro. 1975 a 1990: utilização do sensoriamento remoto para construção de mapas temáticos por empresas do setor público através de interpretação visual direta. Década de 90: utilização do geoprocessamento para criação e gerenciamento de banco de dados através do tratamento digital de produtos sensores para mapeamentos temáticos por empresas do setor público e privado. dias atuais: consolidação do setor privado á frente dos mapeamentos sistemáticos e temáticos por cartografia digital e geoprocessamento. ESTUDO SÍNTESE - 3 Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um quadro da História da Cartografia no Brasil. HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA NO BRASIL SÉCULO, ANO OU DATA ACONTECIMENTO OU FATO [texto centralizado] [texto justificado] Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional com 0pt antes e 0pt depois. 1.5 DISTINÇÃO ENTRE MAPAS, CARTAS E PLANTAS Mapa: representação geralmente plana e/ou em alto relevo; representação parcial ou total da superfície de um astro ou céu; (Terra, Lua, Marte, etc.); representação em escala reduzida; seus elementos são representados mediante a utilização de pontos, linhas e áreas, símbolos e cores; são elaborados arbitrariamente ou respeitando planos técnicos. Carta: espécie de MAPA; envolve aspectos técnicos; geralmente segue um plano nacional ou internacional; obedece a normas para sua representação; elaborada em escalas médias e grandes; permite segurança com relação à precisão de medidas; faz parte de um conjunto de folhas sistematicamente organizadas; (Ex.: Cartas do Brasil ao Milionésimo). Planta: espécie de MAPA; a curvatura da terrestre pode ser desprezada fornece informações detalhadas de extensões da superfície terrestre, como p. ex.: um terreno, uma rua, um bairro). 1.6 CONFIGURAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE O texto abaixo foi reproduzido deliberadamente, salvo pequenas alterações do livro Cartografia Geral (Cap. I Introdução) de Erwin RAISZ. Rio de Janeiro: Científica, 1969. ?p. O homem é “como uma formiga sobre um tapete”, diz P. E. James, que pode conhecer perfeitamente a estrutura do mesmo no seu redor, mas sem a idéia do que está além do seu campo visual. Para reduzir as grandes dimensões da superfície terrestre a proporções tais que possam ser compreendidas numa simples vista, o geógrafo faz uso dos mapas. Preston E. James (1899 - 19??), foi um geógrafo norte-americano, nascido no Brookline (Massachussetes); fez parte do Conselho Nacional de Geografia - CNG (1949-1950), autor de “América Latina” e “Uma Geografia do Homem”. Com estas palavras, James situou o problema essencial da cartografia, ou seja, a confecção de mapas. Vamos imaginar que nossas formigas concebam a idéia de conhecer o aspecto geral do tapete, e que elas tenham ordenado a algumas, procurarem medir exatamente vários pontos, e a outras coletarem estas medidas, aplicarem os resultados no desenho para obterem o panorama do todo. O exame do desenho revelará a configuração do que elas ignoravam, e sem dúvida alguma, as formigas irão propor várias teorias para conseguir da natureza o meio final desta representação. Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 11 Como é mais fácil o problema destas formigas diante do tapete, do que do homem diante da Terra em que vivemos! O homem é um milhão de vezes menor, em comparação com a Terra, do que a formiga em relação ao maior dos tapetes; e o mais rico e complicado tapete oriental oferece um aspecto menos complexo do que a superfície terrestre. O processo da representação da figura da superfície da terra consta de três fases: o agrimensor mede o terreno, o cartógrafo reúne os resultados das medidas anteriores e os transporta para o mapa, e o geógrafo interpreta os fatos assim expostos. Estreitamente ligado a este processo, está o trabalho do geólogo, cujo estudo das estruturas rochosas fornece a informação básica para uma melhor compreensão da configuração da superfície. Deve- se observar de um modo especial o trabalho do cartógrafo: a confecção de mapas; as outras fases citadas, Agrimensura e Geografia, são objetos de uma extensa bibliografia própria. Definição e Classificação da Cartografia. O objeto da cartografia consiste em reunir e analisar dados e medidas das diversas regiões da Terra, e representar graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que possam ser claramente visíveis. Para pôr em evidência a configuração da superfície terrestre, o instrumento principal do cartógrafo é o mapa. Mas, outras representações, tais como modelos de relevo, globos, fotografias aéreas, imagens de satélites, imagens de radar e cartogramas, são assuntos próprios para serem tratados em cartografia. Um mapa é, no seu conceito mais elementar, uma representação convencional da superfície terrestre, vista de cima, na qual se colocam letreiros para a identificação. A palavra “representação” é usada aqui no seu mais alto significado: um mapa representa melhor o que se conhece da Terra, do que o que se vê de certa altura. Alguns mapas são tão abstratos e convencionais que dificilmente se reconhece neles uma representação do quadro original. Em muitos mapas especiais, somente um determinado aspecto da configuração é representado, como sucede com os mapas pluviométricos. Por outro lado os mapas representam detalhes que não são realmente visíveis por si mesmos como, por exemplo, as fronteiras políticas, os letreiros, os paralelos e meridianos, etc. Além disso, os mapas não estão necessariamente limitados a representar a superfície terrestre, pois existem mapas celestes, da lua, etc., e também mapas geológicos do subsolo. Porém em todos os casos uma grande extensão horizontal apresenta-se reduzida a um tamanho menor. No estudo de confecção de um mapa são considerados os itens seguintes: a) a escala; b) o sistema de projeção ou canevá de coordenadas sobre o qual se desenha o mapa; c) as convenções cartográficas ou os elementos representados por símbolos, tais como estradas, cidades, montanhas e outros detalhes; d) o letreiro e e) o título, a quadrícula e outros elementos complementares. Os mapas podem ser classificados quanto à escala, ou quanto ao assunto, da seguinte maneira: Mapas gerais: Mapas topográficos em grande escala, com informações gerais. Mapas geográficos que representam grandes regiões, países ou contingentes, em pequena escala (os atlas pertencem a esta classe). mapa-múndi.Mapas especiais: Mapas políticos. Mapas urbanos (plantas cadastrais). Mapas de comunicações, mostrando estradas de ferro e de rodagem etc. Mapas científicos de diferentes classes. Mapas econômicos ou estatísticos. Mapas artísticos para ilustração de anúncios ou propaganda. Cartas náuticas e aéreas; Mapas cadastrais, desenhados em grande escala e que representam as propriedades e áreas cultivadas, etc. A Cartografia - Ciência e Arte. O cartógrafo deve ser ao mesmo tempo um homem de ciência e um artista. Deverá conhecer perfeitamente o assunto e o modelo que vai representar, isto é, a Terra. Deverá discernir para suprimir mais ou menos detalhes, segundo o sistema de projeção, a escala, e a finalidade do seu mapa. A representação dos elementos é feita mediante linhas, símbolos e cores, cujo acertado depende mais do sentido artístico, do que do conhecimento científico. O Curso de Cartografia. O que deverá ser incluído em curso de cartografia, distintamente do curso de geografia e de outras ciências, para prover o cartógrafo com seu próprio instrumento? O objetivo naturalmente é qualificar o estudante e fornecer-lhe uma linguagem clara e correta para expressão de suas idéias. Para isto ele deverá assimilar certos princípios e tradições que podem ser ensinados pela história. A arte do cartógrafo, naturalmente, evolui, mas também é muito conservadora. As mudanças na forma da representação da Terra são realizadas pouco a pouco, com prudência. O estudante deve conhecer as projeções mais usuais e ser capaz de construí-las. Contudo, a teoria matemática das projeções será para ele de pouco valor prático. Naturalmente, ele deverá estar capacitado para selecionar com inteligência, especialmente os métodos modernos de representação do relevo. Mediante exercícios práticos aprenderá o enquadramento dos mapas, o letreiro e o desenho correto. Se ele deseja seu próprio trabalho publicado, deverá conhecer os métodos de reprodução dos mapas. Um passo mais avançado no estudo da cartografia, consiste na preparação de mapas especiais, globos e relevos. Que disciplina deverá cursar um candidato a cartógrafo? Deverá conhecer os meios de que deve dispor e ter habilidade para inteligentemente generalizar e fazer uma seleção correta dos detalhes. Reunir dados, analisá-los e mais ou menos interpretá-los requer grande conhecimento de geografia. Sem isto, o cartógrafo seria somente um desenhista de topografia. Para representar a configuração da Terra com habilidade, o cartógrafo deve ter conhecimento de belas-artes, desenho técnico, sensoriamento remoto e geoprocessamento. Também convém conhecer algumas noções de trigonometria plana e esférica, para a melhor compreensão das projeções. Como a Cartografia e a Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 12 Topografia estão intimamente ligadas, naturalmente é recomendado o estudo em nível limitado de Agrimensura e Geodésia. Completam a formação científica do cartógrafo, os conhecimentos de Geologia, Geomorfologia, Climatologia e Oceanografia. Diz-se que um cartógrafo tem 40% de geógrafo, 20% de artista e 20% informática, 10% de matemática e outros 10% do restante. Não há limite para a bagagem de conhecimentos de um cartógrafo. Em sua prática, o autor encontrou tão diversos assuntos, como as espécies de barcos com que Orellana desceu o Amazonas, o fato ao qual estão ligados os nomes de Hamada e Hanra para significar que a superfície rochosa é de cor vermelha, as dimensões e características de um aeroporto moderno. Francisco de Orellana (1490-1546) foi um explorador espanhol nascido em São Domingos (Estremadura; descobriu o rio Amazonas em 1541; é lhe atribuída à fundação de Guayaquil - Equador; participou da expedição de Gonçalo Pizarro, na região conhecida pelo mesmo nome como “País canela”; foi o primeiro homem que se tem conhecimento a navegar todo o curso do rio Amazonas). ESTUDO DIRIGIDO - 2 1) Qual é o problema essencial da Cartografia? 2) Quais são as fases do processo de representação da superfície terrestre. 3) Em que consiste o objeto da Cartografia? 4) Quais as outras formas de representação da superfície terrestre além do mapa? 5) Como o autor conceitua um mapa? 6) Como o autor identifica a diferença entre o mapa e a realidade que ele representa? 7) Há somente mapas da superfície terrestre? Cite-os 8) Que itens devem ser considerados na confecção de um mapa? 9) Como podem ser classificados os mapas quanto à escala e quanto ao assunto? 10) Sabendo que o cartógrafo é ao mesmo tempo, um homem de ciência e arte, que disciplinas ele deverá cursar? BIBLIOGRAFIA CITADA E CONSULTADA DUARTE, P. A. Cartografia básica. 2 ed. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1988, 182p. DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Ed. da UFSC, 1994, 148p. FITZ, Paulo R. Cartografia básica. 2.ed., rev. e ampl.Centro Universitário La Salle. Canoas/RS, 2005. GRANELL-PÉREZ, M. del C. Trabalhando geografia com as cartas topográficas. 2 ed. Ijuí: Unijuí, 2004. 128 p. JOLY, Fernand. A Cartografia. Tradução por Tânia Pellegrini. Campinas : Papirus, 1990. LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo: Nacional, EDUSP. 1975. 388p. OLIVEIRA, C. de. Dicionário cartográfico. 4 ed., Rio de Janeiro: IBGE, 1993, 646p. OLIVEIRA, C. de. Curso de cartografia moderna. 2 ed.. Rio de Janeiro: IBGE, 1993, 152p. RAISZ, E. 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