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UNI_1_CARACTERIZAÇÃO_DISCIPLINA

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Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 1 
 
 
 
 
UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS – UFAL 
INSTITUTO DE GEOGRAFIA, DESENVOLVIMENTO E MEIO 
AMBIENTE - IGDEMA 
 CURSOS DE GEOGRAFIA BACHARELADO E LICENCIATURA 
 DISCIPLINA: CARTOGRAFIA (GEOB010 e 086 - GEOL010 e 087) 
Professor: Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior 
Campus A. C. Simões, bloco 06 
Av. Lourival de Melo Mota s/n, BR-104 Norte, km 14, Cidade Universitária, 
 CEP 57072-970 – Maceió, Alagoas 
Telefone: 0XX82-3214-1440/1441/1442/1443/1444/1445 
<www.ufal.br> <igdema@ufal.br> <coordgeo@ufal.br> 
 
UNIDADE 1 – CARACTERIZAÇÃO DA DISCIPLINA 
 
1.1 ORIGEM DA PALAVRA CARTOGRAFIA, DEFINIÇÕES, 
OBJETO, OBJETIVOS, DIVISÃO DA CARTOGRAFIA 
 
Origem da palavra Cartografia 
 
De acordo com a fusão das palavras: 
 
 Carto= carta, do latim charta e do grego khartes, palavra 
provavelmente de origem egípcia que significa papel, diretamente 
derivada de papiro ou pergaminho. 
 Grafia= do latim graphien, que significa descrever, descrição de 
alguma coisa. 
 
Cartografia seria então, a descrição de cartas. 
 
A palavra CARTOGRAFIA é do vocábulo criado pelo historiador 
português Visconde de Santarém, em carta de 08 de dezembro de 
1839, escrita em Paris (França), e dirigida ao historiador brasileiro 
Francisco Adolfo de Varnhagen. Antes da consagração do termo, o 
vocábulo usado tradicionalmente era Cosmografia, que significa 
descrição do universo, foi usado até meados do séc. XIX. 
 
Definições, conceitos e concepções 
 
“A Cartografia é a ciência que se ocupa da elaboração de mapas de 
toda espécie. Abrange todas as fases dos trabalhos, desde os 
primeiros levantamentos até a impressão final dos mapas” (ONU, 
1949). 
 
“Conjunto de estudos e operações científicas, artísticas e técn icas, 
baseado nos resultados de observações diretas ou de análise de 
documentação, com vistas à elaboração e preparação de cartas, 
projetos e outras formas de expressão, assim como sua utilização” 
(ACI, 1964). 
 
“A Cartografia é considerada como ciência e arte de expressar por 
meio de mapas e cartas, o conhecimento da superfície terrestre” 
(BAKKER, 1965). 
 
“A cartografia é a arte de conceber, de levantar, de redigir e de 
divulgar os mapas” (JOLY, 1976). 
 
“Arte de traçar ou gravar cartas geográficas ou topográficas” 
(DICIONÁRIO CONTEMPORÂNEO DA LÍNGUA PORTUGUESA 
apud OLIVEIRA, 1993). 
 
“Arte de compor cartas geográficas” (NOVO DICIONÁRIO 
BRASILEIRO MELHORAMENTOS apud OLIVEIRA, 1993). 
 
“Arte ou ciência de compor cartas geográficas; tratado sobre mapas” 
(NOVO DICIONÁRIO DA LÍNGUA PORTUGUESA apud OLIVEIRA, 
1993). 
 
“Arte ou prática de fazer cartas ou mapas” (WEBSTER apud 
OLIVEIRA, 1993). 
 
“Arte de desenhar os mapas de geografia: Mercator criou a 
Cartografia científica moderna” (ENCICLOPÉDIA DELTA 
LAROUSSE apud OLIVEIRA, 1993). 
 
“Projeto e desenho de cartas geográficas, plantas de cidade, etc.” 
(LÉXICO ALEMÃO MODERNO apud OLIVEIRA, 1993). 
 
“Ciência e arte da representação gráfica da superfície da Terra, em 
parte, ou no seu todo, de acordo com a escala” (GUERRA, 1993). 
 
“Cartografia é a combinação de técnicas, máquinas e métodos 
utilizados na detecção (levantamento), representação (analógica, 
digital ou convencional), processamento (transformações de dados 
em informações), memorização (armazenamento), recuperação 
(convocação de dados e de informações armazenadas), e utilização 
ampla dos aspectos métricos e temáticos associados aos pontos 
pertencentes ao espaço euclidiano” (Prof. Alexandre Tadeu – Depto.. 
de Engenharia Cartográfica da Universidade Federal de Pernambuco 
- DeCart - UFPE, 199?). 
 
 
 
Objeto 
 
Na sua essência, o objeto da cartografia consiste em reunir e analisar 
dados e medidas das diversas regiões da Terra, e representar 
graficamente em escala reduzida, os elementos da configuração que 
possam ser claramente visíveis (RAISZ, 1948). Numa visão mais 
abrangente, seu objeto consiste em representar por meios de mapas 
a superfície terrestre e os seus elementos e fatos configurados. Até 
mesmo qualquer elemento passível de ser representado num plano, 
não apenas da superfície terrestre, mas também do subsolo, da 
atmosfera, do espaço sideral, ou de um corpo ou objeto qualquer, 
seja ele vivo ou inerte. Outras formas de representação, também são 
objetos de estudo da cartografia, como: maquetes, blocos-diagramas, 
perfis topográficos, entre outros. 
 
 
 
Objetivos 
 
Dos elementos passíveis de representação num plano, são seus 
objetivos: 
 construir mapas e outras formas de representação; 
 localizar e medir objetos; 
 representar e fornecer dados e medidas precisas; 
 
 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 2 
Divisão da Cartografia: 
 
Divide-se a cartografia em sistemática, temática e geográfica. 
 
Cartografia Sistemática, Geral Topográfica, Topocartografia ou 
Cartografia Original 
 
 produz mapas exatos e detalhados 
 (cartas topográficas, levantamentos aéreos e terrestres); 
 ligada a Geodésia; 
 executa mapas básicos para outros tipos de cartas; 
 elabora documentos cartográficos matematicamente corretos 
e ricos em detalhes; 
 ocupa-se na transformação direta das medidas e fotografias, 
obtidas pelo levantamento de campo; 
 utiliza desenho manual; 
 executa levantamentos aerofotogramétricos; 
 praticada pela rede oficial - governamental: civis; militares 
(terrestre, marítimos e aeronáuticos); administração pública; 
 usada na defesa militar; 
 limita-se a um público específico; 
 elabora documentos cartográficos de grandes e médias 
escalas; 
 faz uso de cartas temáticas é limitado ao público específico; 
 sua execução é realizada pelo Estado, devido ao alto custo e 
ao uso coletivo. 
 
Cartografia Temática ou Cartografia Aplicada 
 
“Parte da Cartografia que diz respeito ao planejamento, execução e 
impressão de mapas sobre um fundo básico, ao qual são anexadas 
informações por meio de simbologia adequada, visando atender as 
necessidades de um público específico” (DUARTE, 1994). 
 
 produz mapas de uso específico ou especial 
 (mapas: físico-naturais, populacionais e sócio-econômicos); 
 ligada aos estudos da geografia a nível local e regional; 
 surgiu após a Primeira Guerra Mundial; 
 trata da confecção de cartogramas; 
 os elementos geralmente são cartografados em uma única 
folha; 
 utiliza o arcabouço de cartas topográficas e geográficas; 
 cresce gradativamente devido às necessidades das 
geociências e do planejamento da vida moderna dos povos; 
 auxiliada pela cartografia sistemática; 
 exige a colaboração de profissionais de áreas afins e 
cartógrafos de alto nível; 
 área de multiplicidade de assuntos: requer talento 
profissional; 
 os mapas produzidos pela CARTOGRAFIA TEMÁTICA 
sofrem alterações contínuas: p. ex.: mapas econômicos e 
populacionais. 
 
 
Cartografia Geográfica ou Geocartografia 
 
 produz mapas de uso geral 
 (atlas, planisférios, mapa-múndi); 
 ligada aos estudos de Geografia a nível global; 
 praticada pela rede privada (particular); 
 visa o aspecto cultural e o lucro; 
 atende ao público em geral; 
 baseado em mapas de escalas pequenas, ou seja que 
abrange grandes áreas; 
 mercado consumidor é maior 
 (mapas: avulsos e escolares); 
 destina-se a coletividade; 
 variedade de conteúdo; 
 industrialização da produção de mapas; 
 baseada na parte geométrica das obras da cartografia 
original; 
 trabalha com redução e ampliação de cartas; 
 simplificação de conteúdo topográfico; 
 produz trabalhos de feição generalizada, enfocando aspectos 
mais significativos, como: atlas, mapas murais, plantas de cidades, 
ilustração cartográfica em livros e revistas, confecções de globos, 
maquetes e perfis topográficos, cartas em relevo e mapas de 
altitude, entre outros. 
 
 
Distinção entre cartografia sistemática e temática 
 
 
SistemáticaTemática 
 
quanto ao público que atende 
amplo e diversificado especializado e reduzido 
 
quanto aos propósitos 
grande diversidade assuntos mais restritos 
 
quanto aos elementos representados 
elementos físicos ou a eles 
relacionados 
qualquer elemento, até mesmo 
os de natureza abstrata 
(ex.: densidade demográfica) 
 
quanto à durabilidade da informação 
em geral, os documentos podem 
ser usados por longo tempo 
duração mais limitada, pois os 
dados são superados com mais 
rapidez 
 
quanto ao nível de informação 
maior ênfase para dados 
qualitativos 
dados quantitativos e qualitativos 
 
quanto ao preparo do leitor 
não exige necessariamente 
conhecimentos específicos para 
compreensão dos documentos 
exige, em geral, conhecimentos 
especializados 
 
quanto ao preparo do executor 
documentos executados por 
especialistas em cartografia 
documentos podem ser 
executados por pessoas não 
especialistas em cartografia 
 
quanto ao significado das cores 
em geral, tem significado 
qualitativo 
significado quantitativo e 
qualitativo 
 
 
 
 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 3 
1.2 CIÊNCIAS E DISCIPLINAS AUXILIARES 
 
Geografia: Ciência que estuda a distribuição dos fatos e 
fenômenos físicos, biológicos e humanos na superfície da 
terrestre, as causas dessa distribuição e as relações locais e 
globais de tais fenômenos. 
 
Artes Gráficas: Conjunto de processos e das atividades 
subsidiárias que visam a reproduzir, em qualquer número de 
cópias, escritas e imagens, mediante uma chapa ou matiz 
mecanicamente impresso. 
Geodésia: Ciência que trata da determinação do tamanho e 
figura da Terra e da intensidade do campo gravitacional. Em seu 
aspecto prático conduz as medições e cálculos necessários á 
determinação das coordenadas astronômicas e geodésicas de 
pontos fixos com a finalidade de proporcionar o apoio para 
levantamentos de ordem inferiores tendentes à construção da 
carta precisa da superfície da Terra. 
 
Topografia: Conjunto de técnicas necessárias ao estudo e a 
representação gráfica de uma parte da superfície terrestre por 
meio do delineamento das características físicas e culturais de 
um lugar ou de uma região no sentido especial de mostrar as 
suas posições e elevações. 
 
Geofísica: Ramo da física experimental que estuda a estrutura, 
composição e desenvolvimento da Terra no espaço exterior 
imediato. 
 
Sensoriamento Remoto: Técnica que utiliza sensores na 
captação e registro da energia refletida ou emitida por superfícies 
ou objetos da esfera terrestre ou de outros astros. 
 
Informática: Ciência que estuda o tratamento das informações 
quanto a sua coleta, armazenamento, classificação, 
transformação e disseminação. Na Cartografia, Geografia, 
Geologia e outras ciências, sua área de atuação envolve as 
técnicas de geoprocessamento aplicadas: Cartografia Digital, 
Sistemas Geográficos de Informação (SGI), Sensoriamento 
Remoto - SR e a Geodésia Moderna e o Sistema de 
Posicionamento Global - GPS. 
 
 
 
1.3 APLICAÇÕES E CAMPO DE AÇÃO DA CARTOGRAFIA 
 
O texto abaixo foi reproduzido deliberadamente, salvo pequenas 
alterações do texto avulso de Alexandre Tadeu de Oliveira Lima 
(Prof. do Departamento de Engenharia Cartográfica - Decarte da 
UFPE). 
 
Para uma melhor compreensão da potencialidade da cartografia, 
algumas de suas aplicações serão descritas a seguir: 
 
Nos projetos de engenharia (sobre ou sob a superfície da 
terra): de rodovias, ferrovias, irrigação e drenagem, 
saneamento, portos, aeroportos, centrais elétricas etc. 
 
Na implantação do mais modesto projeto de engenharia até o mais 
complexo, além dos estudos completos e necessários de mobilidade, 
infra-estrutura básica etc., um trabalho preliminar se torna necessário 
e indispensável: o da Cartografia, isto é, a planta básica em escala 
adequada. Apesar da sua importância para os projetos de 
Engenharia, o custo de um trabalho cartográfico é de pouquíssima 
relevância, se computado dentro do valor total de um projeto e, 
principalmente, se bem aproveitado. Ao contrário, o uso de um mau 
processo cartográfico aumenta, na proporção inversa, o custo do 
projeto. Grandes somas de dinheiro estão sendo perdidas 
diariamente pelo uso inadequado da Cartografia. Faz-se necessário e 
urgente, uma conscientização, a nível nacional, dos profissionais de 
engenharia, que toda obra de pequeno ou grande porte que se 
projeta ou se implanta sobre ou sob a superfície da Terra, tem como 
base à cartografia; sem ela não se pode ter garantias de um 
resultado conveniente. 
 
Na ação fiscalizadora e tributária do governo 
 
Utiliza-se um sistema integrado de informações cartográficas com o 
seu cadastro atualizado de tal forma que espelham a realidade do 
imóvel quanto á sua localização e dimensões, garantindo assim, a 
justa e perfeita repartição do imposto predial, territorial rural e 
segurança jurídica das propriedades. Isto vem provar que a aplicação 
da Cartografia também se reflete na ação fiscalizadora e tributária do 
Governo. 
 
No planejamento e desenvolvimento agrícola 
 
Entre os maiores usuários das ferramentas cartográficas, 
principalmente nos países desenvolvidos, estão os planejadores e, 
com maior assiduidade, aqueles que planejam para o 
desenvolvimento da Agricultura. 
É sabido que o homem precisa planejar melhor a utilização da terra. 
Atualmente, ele precisa cada vez mais de uma série de complexas 
informações a respeito da terra, para que esse planejamento seja 
eficaz a curto, médio e longo prazo. 
 
Para conhecimento e controle do espaço náutico e aeronáutico 
 
Para tal, um conjunto de operações de levantamento, construção e 
reprodução de cartas náuticas e aeronáuticas se faz necessário, para 
conhecimento prévio do espaço tridimensional representado no 
plano que será utilizado constantemente para controle do referido 
espaço. 
O usual apresentado pelas cartas aeronáuticas tem como lema 
representar a superfície da terra com suas culturas e relevo para 
satisfazer especificamente as necessidades da navegação aérea, 
enquanto as cartas náuticas são resultados de levantamentos dos 
mares, rios, canais e lagoas navegáveis e se destinam à segurança 
da navegação. 
 
 
Na indústria naval, aeronáutica e automobilística 
 
De uma maneira geral, neste caso a Cartografia é aplicada para 
medições de maquetes, modelos e protótipos, investigação 
aerodinâmica e hidráulica em laboratórios. Mais especificamente: na 
indústria naval aplicam-se para controle de fabricação de seção, 
hélices e grupos. Medições para reconstrução e reparo; medição de 
ondas para ensaios em canal com modelos de embarcações par 
experimentação. Na indústria aeronáutica utiliza-se para 
determinação espacial de regimes turbulentos e medição em modelo 
do túnel aerodinâmico. Na indústria automobilística usa-se para 
digitalização de modelos de veículos, determinação de deformação 
do mesmo, divido a cargas e comprovação do seu comportamento 
em rodovias. 
 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 4 
No estudo de correntes marítimas 
Com o processo aerofotogramétrico de determinação de trajetórias e 
velocidades de flutuadores para obtenção de características de 
correntes, pode-se obter praticamente qualquer precisão desejada, 
dependendo exclusivamente das disponibilidades em termos de 
pessoal, máquinas, equipamentos e materiais. Esse processo foi 
desenvolvido pelo Prof. José Jorge de Seixas do Departamento de 
Engenharia Cartográfica - (Decart da UFPE). 
 
O processo aerofotogramétrico é altamente vantajoso sobre o 
topográfico clássico em relação a número de homem-hora 
empregado, reduzindo o tempo na execução dos trabalhos. 
 
 
Na preservação da memória nacional dos monumentos e sítios 
históricos e arqueológicos 
 
Para esse tipo de aplicação, uma das técnicasfundamentais da 
cartografia, a Fotogrametria, é empregada para cadastramento, 
avaliação, restauração e conservação dos Monumentos, Sítios 
Históricos e Arqueológicos. Essa técnica permite representar em um 
plano, o levantamento do objeto. A fotogrametria permite registrar 
uma perspectiva muito completa e precisa. 
 
Atualmente, a conservação dos Monumentos Históricos assume uma 
importância cada vez maior em nossa sociedade. Isso pode ser 
constatado pela „‟Convenção da Haia para a Proteção de 
Monumentos Históricos em caso de guerra‟‟ e do ‟‟Ano Europeu de 
Conservação dos Monumentos e de Defesa do Patrimônio Artístico 
da Pátria 1975‟‟. Estas reuniões conseguiram sensibilizar a atenção 
dos órgãos competentes do governo com relação à importância da 
realização de levantamentos para a conservação dos Monumentos 
Históricos. 
 
 
Na elucidação de acidentes de trânsito (rodovias ou ferrovias), 
crimes, roubos e de incêndios 
 
Nessas aplicações mais uma vez, a fotogrametria é empregada com 
grande sucesso não somente pela redução de tempo e pessoal. 
Notadamente nos caso de acidentes de trânsito, em que é de 
Importância que o lugar do acidente seja liberado ao tráfego o mais 
rápido possível. 
A variação dos valores paramétricos de tempo de execução e 
pessoal envolvido nas tarefas fotogramétricas depende de cada caso. 
Com os equipamentos fotogramétricos obtém-se uma precisão 
incomparavelmente maior, e mais confiante do que, por exemplo, 
das diligências para verificação dos processos quando se realizam 
mediante os métodos convencionais, nas investigações de acidentes 
de trânsito, assassinatos, roubos e incêndios. Uma das principais 
vantagens da aplicação da fotogrametria terrestre, nesses casos, 
consiste na disponibilidade das informações armazenadas que, 
qualquer tempo, pode-se dispor para dirimir qualquer dúvida que por 
acaso venha a surgir durante o processo. 
 
 
Na medicina e na veterinária 
 
Na medicina aplica-se para estudos antropológicos e etnológicos, 
localização de corpos estranhos, de roturas ósseas, deformações 
articulares etc., por meio da fotogrametria de raios X. 
 
Na veterinária aplica-se na medição das dimensões dos corpos dos 
animais para determinação do estado de crescimento, para seleção 
de animais adequados para cria e estudos biodinâmicos. 
 
 
Descobrimentos de jazidas petrolíferas, reservas minerais, 
lençóis d’ água subterrâneo, cardumes etc. 
 
Para isso são empregadas imagens fornecidas por Satélites 
transmitindo para as estações receptoras terrestres medições das 
radiações eletromagnéticas e que, posteriormente, são convertidas 
em imagens analógicas através de portadores fotográficos e ou pelo 
emprego de iconoscópios. 
 
Atualmente, essas imagens já vêm sendo amplamente utilizadas 
tanto por empresas públicas como privadas, auxiliando as 
investigações de potencial de recursos minerais e que, dificilmente, 
seriam detectadas somente na pesquisa de campo. 
 
 
Avaliação demográfica, controle ambiental e planejamento 
urbano 
 
Graças às imagens satélites com suas coberturas amplas da 
superfície terrestre, vem se tornando cada vez mais importante o seu 
emprego no controle do desenvolvimento urbano ajudando 
consideravelmente os planejadores a: 
 
 definir novas estruturas municipais tais como rodovias e ferrovias, 
uso do solo etc.; 
 redefinir ocupação de áreas, tendo em vista o controle ambiental; 
 controlar a construção de habitações em áreas sujeita a 
inundação; 
 calcular o ritmo de crescimento de expansão urbana e sua 
população. 
 
 
Catástrofes como inundações e secas, contribuição para 
minorar seus prejuízos 
 
Parâmetros obtidos pelas imagens radargramétricas e de satélites 
etc., permitem determinar, exatamente, as áreas atingidas por 
inundações de rios, facultando as autoridades o envio de 
suprimentos de emergência e equipes de salvamento. Também, 
auxiliando os levantamentos para as ajudas federais e ou estaduais, 
fundo de assistência, dificultando a possibilidade de reclamações 
fictícias dos danos que não ocorreram. 
 
O mercado de trabalho do engenheiro cartógrafo. A cartografia é, 
sem dúvida, um dos ramos da engenharia mais promissores desta 
década que se inicia. A grande necessidade que tem o nosso país de 
acelerar o conhecimento e o dimensionamento do seu solo 
objetivando a sua utilização plena e racional nas diferentes áreas do 
conhecimento humano, fato este evidenciado, quando o homem 
necessita para a sua sobrevivência. Para tal, este utiliza como suporte 
às inúmeras aplicações da cartografia, abrindo uma perspectiva em 
curto prazo, um excelente mercado de trabalho para o Engenheiro 
Cartógrafo. Levantamento recente realizado pela Associação 
Brasileira de Engenheiro Cartógrafo retrata as alternativas de 
mercado de trabalho para os profissionais da área, quais sejam: 34% 
dos Engenheiros Cartográficos estão ligados a órgãos federais. 19% 
nos órgãos estaduais; 1% nas companhias energéticas; 43% nas 
empresas privadas, e, finalmente 3% desempenham outras 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 5 
atividades cartográficas. Abre-se uma perspectiva, conforme a 
referida Associação, de um aumento de cerca de 20% ao atual 
contingente de engenheiros cartógrafos no mercado de trabalho para 
o ano de 1990, demonstrando que esta jovem ciência é um elo 
importante para o desenvolvimento socioeconômico do país. 
 
 
ESTUDO SÍNTESE - 1 
 
Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um 
quadro com as aplicações da cartografia. 
 
APLICAÇÕES DA CARTOGRAFIA 
 
ÁREA TIPO 
[texto centralizado] [texto justificado] 
 
 
Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] 
Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] 
 
OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, 
usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais 
margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, 
Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 
cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional 
com 0pt antes e 0pt depois. 
 
 
 
1.4 SÍNTESE HISTÓRICA DA CARTOGRAFIA 
 
História da Cartografia no Mundo 
 
Idade Antiga: os antigos levantamentos 
(mapas manuscritos) 
 
"A arte de desenhar mapas e mais antiga do que a arte de escrever" 
(Erwin Raisz, 1948) 
 
"O mapa: modalidade da comunicação gráfica das mais antigas da 
humanidade" (Cêurio de Oliveira, 1993) 
 
Provas remotas são os mapas: 
 
 Babilônicos; 
 Egípcios; 
 Chineses. 
 
Mapas primitivos: 
 
 babilônicos: vale do rio Eufrates 2400 a.C, a 3800 a.C. 
 Camônios: vale do rio pó (norte da Itália) 2400 a.C. 
 Catal Hoyuk (atual Turquia), povoado e ao fundo o vulcão 
Hasan Dag 6000 a.C. 
 
Mapas de povos iletrados: 
 
 Indígenas das Ilhas Marshall (Pacífico Sul); 
 Peles Vermelhas (América do Norte); 
 Índio Brasileiro, representação das cabeceiras do rio Xingu 
(Amazônia); 
 Esquimós da Baía de Hudson (Ilhas Baccker). 
Chineses: 
 mapa do território chinês, representando nove províncias da 
época de Ta-Yú, Dinastia Hsia (China) - 2282 – 2196 a. C. 
gravados em urnas de bronze; 
 PEI HSIU (Pai da Cartografia Chinesa); 
 atingiram certo nível científico; 
 invenção da bússola; 
 divisão de terrenos: 
 estrutura retilínea; 
 quadrículas para localização de lugares; 
 orientação para indicação de distâncias exatas entre 
localidades. 
 indicação precisa das distâncias; 
 anotação de ângulos nas estradas; 
 
 
Egípcios: 
 
 origem da matemática, geodésia e astronomia; 
 medição de campos (agrimensura): cálculo de áreas e 
demarcação de limites; 
 cadastro: registro de propriedades. 
 
Gregos: 
 organização e consolidação da geodésia; 
 deram grande impulso a astronomia e a cosmografia; 
 criação do sistema de coordenadas geográficas; 
 descoberta do movimento de precessão dos equinócios(Hiparco de Bitínia,190 -125 a. C.); 
 cálculo da circunferência terrestre (Eratóstenes, 275-194 a.C. 
da Escola de Alexandria); 
 realização pela primeira vez de uma cartografia autêntica 
 (Marino de Tiro e Cláudio Ptolomeu, seco 11a. C.); 
 Geógrafos Jônicos: 
 mapa-múndi (Anaximandro de Mileto, 611-547 a.C.) 
gravado sobre pedra; 
 aperfeiçoamento e discrição sistemática do 10 mapa-
múndi e representação da terra num disco metálico (Hecateu 
de Mileto, 500 a.C.); 
 construção do “1º GLOBO” – Eudóxio de Cnidos (c. 400 – 
c.347 a. C. – encontra-se atualmente no Museu de Napóles; 
 mapa-múndi em projeção plana-quadrada – Dicearco de 
Messina (c. 320 a. C.); 
 globo celeste de Arquimedes (c. 287 - 212 a. C.); 
 mapa-Múndi com paralelos e meridianos de Erastóstenes de 
Alexandria (c.276-192 a.C.); 
 globo de 3 m de diâmetro - Cratos de Malus (séc. II; a.C.); 
 numerosos mapas construídos por Cláudio Ptolomeu, 
publicados em sua obra Geografia (150 d.C.). 
 
Romanos: 
 
 absorveram as técnicas e instrumentos dos gregos; 
 realizaram intensos levantamentos do Império Romano 
 nivelamento das cidades e edifícios; 
 demarcação quadrangular das suas terras; 
 obras literárias de geógrafos clássicos: Estrabão e Pompônio 
Mela; 
 mapas práticos para fins militares e administrativos; 
 Tábua Peutingeriana - Coleção de 11 fls., guardada na antiga 
Biblioteca Imperial de Viena representando as terras situadas 
entre os Oceanos Atlântico e Índico. Na verdade, supõe-se tratar 
de uma cópia mais recente do séc. XIII, do Mapa-Múndi de 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 6 
Marcus Vispanus Agrippa, levantado por ordem do imperador 
Otávio Augusto (30 – 12 a. C.). 
 
Indianos: 
 
Exerceram grande importância no desenvolvimento das ciências 
matemáticas, mas foram poucos os documentos cartográficos 
indianos preservados, especialmente após a ocupação européia. 
Em alguns mapas percebe-se a influência das três principais 
religiões: budismo, hinduísmo e jainismo, como é o caso do Mapa 
Jainista, que mostra no centro o Monte Sagrado Sumeru Meru. 
 
 
Idade Média 
 
 regressão lamentável no progresso alcançado pela 
cartografia adquirida pelos gregos; 
 a astronomia e a matemática foram postas de lado em prol 
de conceitos puramente religiosos e dogmáticos (300 a 500 d. 
C.); 
 marca o início de estagnação na produção cartográfica por 
mais de 1000 anos; 
 a Cartografia na Europa passa para o domínio eclesiástico; 
 mapas desenhados sem exatidão, mas de rico e artístico 
colorido nos ornamentos e nas figuras; 
 produção de mapas circulares (T-O), retangulares e ovais; 
 produção de centenas de mapas circulares (T-O) entre os 
600 mapas-múndi medievais manuscritos retangulares e ovais; 
 grande produção de mapas de características extremamente 
simples, como p. ex.: 
 o mundo representado num tabernáculo (548 d. C.) do 
Padre Cosme Indicopleutes (séc.VI), que era totalmente 
contra os ideais científicos da cultura grega; 
 o mapa T-O: Bispo Isidoro de Sevilha; 
 numerosas cópias dos célebres mapas de São Beato, e 
em especial os mapas de forma oval de São Severo (1030 d. 
C.); 
 os mapas-mulldi de Hereford e Ebstorf (Séc. XV): 
impressionante riqueza de detalhes; 
 MATEUS PARIS, cartógrafo e historiador inglês (séc. XIII); 
 mapa da Grã-Bretanha: 
 reconhecimento perfeitos da situação dos povoados e seus 
contornos gerais; 
 representam um novo interesse pela representação 
verdadeira do mundo; 
 Europa Mediterrânea: começa, com as Cruzadas e o 
alargamento do comércio marítimo italiano, uma nova era para a 
Cartografia, levando-a, finalmente para a Cartografia 
Renascentista; 
 
 
Árabes: 
 desenvolveram a tradição da antiguidade clássica; 
 hábeis geógrafos e cartógrafos; 
 dotados de profundos conhecimentos:Astronomia; 
 Matemática,Geometria, 
 construção de esferas terrestres; 
 estudos sobre as projeções cartográficas; 
 utilizaram mapas regularmente nos ensinos de geografia nas 
escolas; 
 recalcularam o comprimento de um 1° para o valor 
aproximado; 
 os persas Ibn Hawqal e Abu Isak Istakhri principais 
colaboradores do Atlas Islamita; 
 o geógrafo Maomé Al-Edrisi (1100-c. 1166), escreve em 
Palermo, para o Rogério II (rei normando da Sicília) uma obra 
geográfica de compilação, anexando-lhe um mapa-múndi dividido 
em 70 folhas confeccionado em 1154; 
 Ibn Hula, de Mossul, construiu um globo em bronze (Museu 
de Londres); 
 conservaram vivos, nos seus centros culturais de Bagdá, 
Damasco e Córdova, os conhecimentos geográficos, legados à 
posteridade pelos antigos; 
 evoluíram na ciência geográfica e na Cartografia pela 
contínua coleta de novos conhecimentos geográficos em virtude 
do seu importante e externo comércio, do Mediterrâneo até a 
China; 
 em 827 d. C., o Califa Al Mamum mandou traduzir a 
Geografia de Ptolomeu para o árabe; 
 
 
Maias e Astecas: 
 
Os Maias e Astecas possuíam uma rica tradição cartográfica, que 
acabou por adquirir novas características após a conquista pelos 
espanhóis. Entre suas contribuições está o cenário geográfico 
constante no manuscrito Pré-Hispânico conhecido pelo nome de 
Códice Vindobonense. 
 
As Cartas Portulanas. Idealizadas pelos almirantes e capitães 
da frota genovesa (segunda metade do séc. XIII). 
 Carta de Pisa ou Pisana (1300): exemplar mais antigo 
Desenho de rosa dos ventos, cobrindo todo o espaço do mar, 
resultando num conjunto de retas entrecruzadas, facilitando ao 
navegador fixar a rota a seguir. 
 baseadas em medições feitas à bússola; 
 elaboradas utilizadas para fins práticos de navegação no 
mar mediterrâneo; 
 composta por minucioso sistema de rosa-dos-ventos e 
de rumos. 
 Portulano de Zheng He, almirante da frota imperial chinesa. 
 
 
Os Portulanos: 
 
 são considerados uma marco histórico; 
 obras cartográficas exatas e diferentes dos mapas-múndi 
monacais, já que abandonavam à “técnica medieval” da 
construção de imagens fantasiosas e de pouca utilidade prática; 
 baseados na sabedoria árabe, proporcionando grande lucro 
aos seus autores face a crescente prosperidade do comércio 
marítimo por navegadores que passaram a usar cartas náuticas 
nas suas viagens de travessia marítimas; 
 estimularam os cartógrafos italianos, espanhóis e 
portugueses na tarefa, cada vez mais geográfica, da exata 
representação dos mares e das terras; 
 o surgimento de Escolas para cartógrafos em Gênova, 
Veneza, Ancona e Palma de Maiorca, maior centro do comércio 
de mapas marítimos, abastecendo navegantes, negociantes e 
cientistas situada no Arquipélago de Baleares; 
 a Produção cartográfica e comércio dos mapas na maioria 
das vezes ficavam nas mãos de célebres familiares de 
cartógrafos, cujos membros eram incumbidos de dar 
prosseguimento às obras de seus antecessores. 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 7 
 a repentina procura por cartas náuticas fez com que 
surgissem, desde o começo do séc. XIV, mapas marítimos 
desenhados sobre pergaminho, que abrangiam o Mar 
Mediterrâneo ou partes deste, nos quais as linhas costeiras 
representavam, com uma aproximação surpreendente, a 
realidade. 
 
 
 
Idade Moderna: 
 
 1508 – Instalação em Sevilha (Espanha) da secção 
hidrográfica junto a Casa de la Contratactión de las Índias, 
destinada à fiscalização e a produção de mapas para navegação; 
 Fundação do Centro Cartográfico Científico da Academia de 
Navegação de Sagres (Portugal), tendo a frente o Infante D. 
Henrique, formada por astrônomos, geógrafos e cartógrafos de 
diferentes países; 
 
 incremento das viagens mediterrâneas; 
 navegações oceânicas 
 1300: surgimento da famosa Carta Pisana 
(AlmiranteGenovês) 
 levantamento sistemático de rumos nos mares Mediterrâneo 
e Negro; 
 criação da Escola de Sagres: 
 formação de pilotos e cosmógrafos; 
 Pedro Nunes: invenção do nônio e o tratadoda esfera; 
 aperfeiçoamento das caravelas; 
 astrolábio (medições dos astros); 
 cartas de marear (roteiros); 
 mapa representando uma mina de ouro da Núbia (NE da 
África) 1300 – 1234 a.C. - Faraó Ramsés 
 Atlas Catalão (1375): família de judeus Catalães de Maiorca 
(Espanha) séc. XIV, obra composta por mais de 80 folhas de 
excepcional beleza, embora sua exatidão correspondesse aos 
conhecimentos da época; 
 o Mapa (69 cm x 390 cm) de mestre Jácomo de Maiorca 
(Jafudo Cresques) conservado em Paris – França. 
 Mapa-múndi feito pelo navegador Hieronymua Marino; 
 O matemático e geógrafo belga Gerardi Mercatoris (1512 – 
1594), responsável por uma série de trabalhos que terminaram 
por modificar a Geografia de Ptolomeu e inauguraram uma nova 
época para a Cartografia, o que lhe valeu o título de Pai da 
Cartografia Moderna. Criação de uma nova projeção cartográfica; 
 a metade do séc. XV – primeiros mapas impressos pelo 
processo xilográfico e de gravação em cobre, denominados de 
incunábulos, entre os quais, várias edições da Geografia de 
Ptolomeu, com seus mapas anexos; 
 na época dos descobrimentos os cartógrafos passaram da 
representação rotineira dos países para uma representação mais 
geográfica, face ao enriquecimento do conteúdo medieval dos 
mapas com as terras recém-descobertas pelos navegadores que 
desejavam encontrar o caminho marítimo para as Índias; 
 mapa cristão do séc. XV, mostrando a arca do dilúvio 
encalhada no Monte Ararat, na qual os filhos de Noé repartem o 
repovoamento do mundo. Trata-se de uma alegoria bíblica de 
cada continente até então conhecido: Ásia, Europa e África, como 
pertencentes aos filhos de Noé, respectivamente Sem, Jafé e 
Cam; 
 em meados do séc. XVI - holandeses e flamengos passam a 
dominar a Cartografia Geográfica, conseguindo deslocar o 
comércio de mapas para a Antuérpia e Amsterdam. 
 grandes mestres da Cartografia artística do Países Baixos, na 
Renascença: 
 
 Gema Frisius; 
 Gerardus Mercatoris; 
 Ortelius; 
 Hondius; 
 Blaeu; 
 Deventer. 
 
 no séc., XVI, a exatidão matemática não podia acompanhar a 
seqüência apressada dos acontecimentos geográficos, devido ao 
primitivismo de técnicas e instrumentos de medição. Esses fatos 
desfavoráveis , aos quais se associava também a inclusão de 
notícias, às vezes confusas e exageradas, trazidas pelos 
navegantes exploradores, não chegavam a prejudicar a produção 
cartográfica da época, sem dúvida respeitável não apenas pelo 
volume como original pelos aspectos artísticos. 
 
 os mapas geográficos continuavam a exigir uma tolerância no 
seu uso e na sua interpretação, apesar da preferência de que a 
Astronomia e a Geografia gozavam entre os contemporâneos 
estudiosos; 
 
 em 1570, O holândes Abraão Ortelius publica um volume de 
53 folhas cartográficas, com 70 mapas em cobre, sob o título 
Theatrum Orbis Terrarum, considerado o primeiro atlas no sentido 
moderno da palavra; 
 
 
Século XVII 
 
 
 paralelo ao aumento da produção cartográfica em mapas 
geográficos e de navegação, houve uma evolução no setor de 
cartas de interesse local e de limitada extensão, elaboradas, cada 
vez mais freqüentemente, que podem ser consideradas como as 
percusoras das cartas topográficas dos nossos dias; 
 
 publicação de vários mapas e atlas pela família Sanson 
(França): Nicolau Sanson (1600-1667), influenciados pela 
cartografia belga de Gerardi Mercatoris “o Mercator”. 
 
 Membros da Família Sanson: 
 Adriano e Guilherme (filhos de Nicolau); 
 Pedro Durval (genro de Nicolau); 
 Gilles Roberto de Vougendy (neto de Nicolau); 
 Didier Roberto de Vougendy (bisneto de Nicolau). 
 
 o holandês Snellius em 1615 realiza a 1ª triangulação usando 
um teodolito; 
 os brilhantes matemáticos Jean Dominique Cassini (1625 – 
1712) e Guilherme Delisle (1675 – 1726), entre outros, recebem 
todo apoio do governo Colbert (ministro Luís XIV) para realização 
de levantamentos cartográficos da França; 
 o sacerdote católico e notável astrônomo Jean Picard (1620 
– 1682), utiliza em 1669, um quadrante equipado com lunetas; 
 o séc. XVII: marca o início dos grandes levantamentos 
cartográficos; 
 França, Inglaterra e Alemanha executam importantes 
trabalhos nas áreas da geodésia e cartografia; 
 o inglês Jesse Ramsden em 1787 constrói um Teodolito mais 
preciso, tornando possível a primeira triangulação exata da 
Inglaterra; 
 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 8 
Idade Contemporânea: 
 
Século XVIII 
 
 a partir do séc. XVIII, a Cartografia entra, paulatinamente, na fase 
da exatidão, devido à tendência cada vez mais pronunciada da 
Geodésia em fundamentar os levantamentos sobre base largas e 
científicas, graças ao estudo contínuo da grandeza da Terra e de sua 
forma correta; 
 início da época da Cartografia exata – cartas topográficas 
fundamentadas em rede de triangulação, levando em consideração a 
esfericidade da Terra; 
 o mapa japonês do fim do séc. XVIII, que mostra o sudeste 
asiático no centro do mundo. Trata-se de uma visão bastante 
diferente daquela que estamos acostumados com os mapas 
ocidentais de influência cultural eurocêntrica; 
 o geodesista Bouguer: construção do quadrante e admiráveis 
estudos sobre a gravidade, os quais ainda hoje são aplicados; 
 Jacques e César François Cassini, respectivamente filho e Neto 
de Jean Dominique): operação de levantamento da linha de 
meridiano na França, medição do arco de Quito (1735 a 1745) e do 
arco do Golfo de Bótnia no Ártico (1736); 
 César François Cassini sugere o levantamento trigonométrico 
entre Londres e Dover, cruzando o Canal da Mancha. General 
William Roy, o encarregado pela Royal Society da missão de 
levantamento; 
 Trabalhos vultuosos, como p. ex.: a Carta da França (Jacques 
François Cassini) na escala 1:86.400, com 184 folhas; 
 as cartas topográficas realizadas pelos Países Escandinavos e 
pela Inglaterra; 
 o mapa manuscrito da Europa, de Napoleão Bonaparte, na 
escala 1:100.000, com 254 folhas, etc.; 
 no campo da Geocartografia, consegue-se precisar e atualizar os 
mapas, graças ao interesse particular, introduzindo novidades 
geográficas, segundo as informações dos descobridores, viajantes e 
cientistas, entre os quais Marco Pólo, James Cook e Alexander Von 
Humboldt. 
 apesar do notável progresso na confecção dos mapas quanto à 
precisão geométrica e da variação do tipo, continuou a reprodução 
dos mapas a limitar-se, até o fim do séc. XIX, à gravação em cobre, 
isto é, a impressão unicolor e, assim, também, a representação do 
relevo em cartas topográficas, feita sempre pelo sistema de hachuras 
de Lehmann. 
 a Cartografia passou a basear-se, desde meados do séc. XIX, 
em uma série de invenções, que levaram, às vezes, dezenas de 
anos para serem empregadas rotineiramente, podendo-se 
considerar esta época a da Cartografia técnica. 
 a Cartografia passou a basear-se, desde meados do séc. XIX, 
em uma série de invenções, que levaram, às vezes, dezenas de 
anos para serem empregadas rotineiramente, podendo-se 
considerar esta época a da Cartografia técnica. 
 a litografia, a fotografia, a heliogravura, a tricromia, a impressão 
offset, o processo fotomecânico de Wenschow para a impressão das 
sombras no relevo, o desenho automático do conteúdo pelo 
estereoplanígrafo de Zeiss, a simplificação do desenho dos letreiros 
pela impressão tipográfica (carimbagem) e pela confecção mecânica 
(normógrafo), e outras invenções, vieram facilitar grandemente o 
desenho, encurtar o tempo de trabalho e economizar pessoal 
especializado, graças, sobretudo, à mecanização de certas 
operações, até então feitas manualmente; 
 a época da Cartografia técnica é, também, a época das cartas 
topográficas e geográficas multicoloridas e das edições vultosas, 
justificadas pelo aumento do consumo; 
 medição do arco de meridiano entre Cotchesqui e Tarqui, no 
Equador, medidoentre os anos de 1735 e 1745, a fim de ser 
determinado o tamanho e a forma da Terra; 
 a construção e uso do quadrante de Bouguer, que trazia o Sol 
para o horizonte, a fim de que o observador pudesse observá-los 
simultaneamente; 
 criação do semicírculo, aparelho do séc. XVIII, para a 
medição de ângulos; 
 produção cartográfica marcada tanto pela qualidade como 
quantidade; 
 surgimento e aperfeiçoamento de diversos instrumentos: 
 teodolitos; teodolitos eletrônicos e digitais; 
 estereoscópios de bolso e de espelhoa; 
 planímetros; 
 pantógrafos; 
 máquina fotográfica; 
 curvímetros; 
 aparelhos multiplex; 
 hodômetros; 
 avião, foguetes e satélites artificiais (imagens de satélites, 
radar e aerofotografias); 
 impressão em off-set; 
 computadores; 
 softwares: sistemas de levantamento e tratamento de 
dados cartográficos (SGI‟s OU SIG‟s); 
 rastreadores de satélites (GPS), entre outros. 
 fase de substituição de vários estágios da participação 
humana no contexto da maioria das operações: eodésicas, 
aerofotográficas e cartográficas; 
 vôos orbitais: satélites e foto imagens de radar 
(aerolevantamentos); 
 os mapas se tornam menos decorativos e artísticos; 
 documentos cartográficos e aerofotográficos mais detalhados 
e informatizados: 
 ortocartas e ortofocartas digitais; 
 cartogramas digitais; 
 imagens digitais. 
 
ESTUDO DIRIGIDO - 1 
1) Qual a origem, a idade e a “representação cartográfica” dos dois 
mapas mais antigos? 
2) Quais são as civilizações consideradas inventoras da bússola? 
3) Cite os povos iletrados que fizeram uso de mapas e qual a 
principal característica dos mapas criados por eles? 
4) Quais os métodos usados pelos egípcios na realização de seus 
levantamentos? 
5) Como surgiu o método de medição de campos e qual sua 
utilização? 
6) Quais foram os principais estudiosos gregos e suas respectivas 
contribuições para o desenvolvimento da cartografia? 
7) Por que a idade média é considerada o período de regressão no 
progresso da cartografia? 
8) Quais foram as “representações cartográficas” criadas pelo Padre 
Cosme Indicopleustes e o Bispo Isidoro de Sevilha? 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 9 
9) Quais as contribuições deixadas pelos portugueses para o 
progresso da cartografia? 
10) Qual o grande nome da cartografia moderna e sua importante 
contribuição para o desenvolvimento da cartografia? 
11) Quais os principais nomes da cartografia moderna e seus 
respectivos países? 
12) Quais foram os instrumentos surgidos no período da cartografia 
moderna? 
13) Qual o primeiro levantamento cartográfico realizado em terras 
brasileiras e por quem foi feito? 
14) Faça uma analogia entre o mapa de ontem e o mapa de hoje? 
 
 
ESTUDO SÍNTESE - 2 
Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um 
quadro da História da Cartografia no Mundo. 
 
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA NO MUNDO 
 
SÉCULO, ANO OU DATA ACONTECIMENTO OU FATO 
[texto centralizado] [texto justificado] 
 
 
Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] 
Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] 
 
OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, 
usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais 
margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, 
Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 
cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional 
com 0pt antes e 0pt depois. 
 
 
História da Cartografia no Brasil 
 
Século XVI: 
 
 1500 - 27/04: primeira operação cosmográfica em solo 
brasileiro. Medição do sol ao meio-dia utilizando o astrolábio, feita 
por João Emenelaus; 
 1513: mapa do mundo, onde aparece o Brasil como sendo 
uma terra de animais ferozes de pêlo branco, tendo a forma de 
bois de seis chifres; 
 primeiros mapas sem expressão de delineamento do litoral; 
 primeiros mapas com denominação variada: Terra de Santa 
Cruz; Terra Nova; Terra Incógnita; Terra de Papagaios; Terra de 
Brazília; Terra de Antropófagos. 
 
Século XVII 
 
 1627, 1630, 1631 e 1640: coleções de mapas do “cartógrafo“ 
João Teixeira; 
 
 mapa das quatorzes Capitanias Hereditárias elaborado por 
Ianne Blaen (Holanda). 
 
 
Século XVIII 
 
 melhoria na documentação cartográfica sobre o Brasil; 
 levantamento e traçado com enormes quantidades de 
documentos cartográficos e hidrográficos do Brasil, realizados por 
engenheiros, astrônomos e cartógrafos portugueses e brasileiros, 
tendo em vista a preocupação portuguesa dos limites do Brasil 
com a América Espanhola. 
 
Século XIX 
 
 criação do Real Arquivo Militar (atribuições cartográficas e de 
mapeamento); 
 planta da cidade do Rio de Janeiro, iniciada por A. J. dos Reis 
e finalizada em 1812 por Ferreira Souto; 
 criação da Real Academia Naval e Academia de Artilharia e 
Fortificação: adestramento de engenheiros para atividades de 
levantamentos e de cartografia; 
 1856 a 1868: execução do levantamento da Costa brasileira, 
tendo a frente Amedée Monchez 
 1875: criação da Comissão Astronômica do Observatório 
Imperial; 
 determinação de posições geográficas e tentativas para 
construção da Carta Geral do Império e início da triangulação do 
município neutro, sem prosseguimento, foi extinto em 1878; 
 criação da Repartição Hidrográfica: coberturas sistemáticas 
de mapas e prevalência por uma cartografia hidrográfica; 
 Estado-Maior do Exército: execução de cartografia terrestre 
com a construção de uma carta básica do Brasil. 
 
Século XX 
 1901: criação da comissão da Carta Geral do Brasil (Projeto 
do Estado-Maior): 
 3ª secção responsável pela organização da carta 
 detalhes sobre operações geodésicas e astronômicas 
 operações topográficas e cartográficas 
 projeto para construção da Carta Topográfica em 1: 
100.000 e uma Carta Geográfica em 1: 1.000.000 
 após a I Guerra Mundial é criado o serviço Geográfico Militar, 
mais tarde denominado de Serviço Geográfico do Exército 
 produção topográfica de alta qualidade 
 1921: o Exército executa o levantamento da cidade Rio de 
janeiro (antigo Distrito Federal) em 1: 50.000, utilizando pela 
primeira vez uma cobertura aerofotogramétrica. As primeiras 
fotografias: morro dos Cabritos, bairro de Copacabana. 
 1922: execução da Carta em 1: 1.000.000 em 46 folhas, 
organizada pelo Clube de Engenharia, em comemoração do 1º 
Centenário da Independência do Brasil. 
 1936: criação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística 
- IBGE: coordenação das atividades estatística, censitárias e 
geográficas. 
 1939: preparação pelo Conselho Nacional de Geografia - 
CNG do Projeto Carta do Brasil ao Milionésimo 
 46 folhas de 04º de lat. e 006º de long. 
 treinamento de desenhistas e cartógrafos 
 promoção de coletas de mapas e levantamentos do território 
nacional 
 após a II Guerra Mundial é delineada uma melhor 
documentação cartográfica. 
 final da década de 50, criação do Centro Tecnológico da 
Aeronáutica - CTA e do Instituto de Pesquisas Espaciais -INPE, 
São José dos Campos - São Paulo. Atuação de mapeamentos 
temáticos terrestres e atmosféricos com base na tecnologia de 
imagens orbitais. 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
 10 
 1960 - são editadas quatro folhas das Regiões Norte e 
Centro-Oeste. Os EUA, à frente das operações estratégicas no 
mundo todo, visando à vitória final contra a Tríplice Aliança com a 
promoção de uma extensa cobertura aerofotogramétrica em 
áreas poucos desenvolvidos cartograficamente, tendo como base 
o Sistema Trimetrogon, inclusive fotografando dois terços do 
território brasileiro em áreas sem mapeamento regular. 
 participação efetiva da geodésia oficial norte-americana no 
Brasil - Inter American Geodetic Survey – IAGS 
 a partir de 1964, o IBGE realiza cobertura sistemática de 
cartas topográficas no sentido de preencher o imenso vazioterritorial brasileiro em escala topográficas básicas. 
 a Diretoria de Serviço Geográfico do Exército - DSG-Ex e de 
outros órgãos como o IBGE, a SUDENE e PETROBRAS S.A., 
realizam coberturas cartográficas e aerofotográficas em 1: 
100.000, 1: 50.000 e 1: 250.000. 
 entre 1970 e 1980, ocorre o pleno desenvolvimento dos 
levantamentos geodésicos de apoio básico, estendendo-se pela 
Amazônia Legal. Utilização de modernos métodos e emprego de 
técnicas e instrumental avançado. 
 1970 - levantamento de radar da Amazônia, cobrindo em um 
ano 4 milhões de quilômetros quadrados. 
 elaboração de cartas planimétricas com precisão de 10 
metros em 1: 250.000 e 1: 1.000.000 
 1971 a 1983: é criado o Projeto Radambrasil pelos militares, 
iniciado logo após do sucesso do radar da Amazônia. Em 
meados da década de 80 a cobertura aerofotogramétrica 
abrange 2/3 do território brasileiro. 
 1975 a 1990: utilização do sensoriamento remoto para 
construção de mapas temáticos por empresas do setor público 
através de interpretação visual direta. 
 Década de 90: utilização do geoprocessamento para criação 
e gerenciamento de banco de dados através do tratamento 
digital de produtos sensores para mapeamentos temáticos por 
empresas do setor público e privado. 
 dias atuais: consolidação do setor privado á frente dos 
mapeamentos sistemáticos e temáticos por cartografia digital e 
geoprocessamento. 
 
 
ESTUDO SÍNTESE - 3 
Com base no texto acima e seguindo o exemplo abaixo, elabore um 
quadro da História da Cartografia no Brasil. 
 
HISTÓRIA DA CARTOGRAFIA NO BRASIL 
 
SÉCULO, ANO OU DATA ACONTECIMENTO OU FATO 
[texto centralizado] [texto justificado] 
 
 
Fonte: [nome do autor. título. edição, editora: local, ano. nº de páginas] 
Elaboração: [nome do completo do aluno. período-turma. Curso] 
 
OBSERVAÇÃO: o quadro deve ser elaborado em folha única, 
usando papel A4 com margens superior= 3cm e demais 
margens=2,0cm. Fonte: Times New Roman ou Arial Narrow, 
Tamanho 12. A primeira coluna deverá conter no máximo entre 3 e 5 
cm, e o espaçamento entre linhas simples de forma proporcional 
com 0pt antes e 0pt depois. 
 
 
 
1.5 DISTINÇÃO ENTRE MAPAS, CARTAS E PLANTAS 
 
 
Mapa: 
 representação geralmente plana e/ou em alto relevo; 
 representação parcial ou total da superfície de um astro ou 
céu; 
 (Terra, Lua, Marte, etc.); 
 representação em escala reduzida; 
 seus elementos são representados mediante a utilização de 
pontos, linhas e áreas, símbolos e cores; 
 são elaborados arbitrariamente ou respeitando planos 
técnicos. 
 
Carta: 
 espécie de MAPA; 
 envolve aspectos técnicos; 
 geralmente segue um plano nacional ou internacional; 
 obedece a normas para sua representação; 
 elaborada em escalas médias e grandes; 
 permite segurança com relação à precisão de medidas; 
 faz parte de um conjunto de folhas sistematicamente 
organizadas; 
 (Ex.: Cartas do Brasil ao Milionésimo). 
 
Planta: 
 espécie de MAPA; 
 a curvatura da terrestre pode ser desprezada 
 fornece informações detalhadas de extensões da superfície 
terrestre, como p. ex.: um terreno, uma rua, um bairro). 
 
 
 
1.6 CONFIGURAÇÃO DA SUPERFÍCIE TERRESTRE 
 
O texto abaixo foi reproduzido deliberadamente, salvo pequenas 
alterações do livro Cartografia Geral (Cap. I Introdução) de Erwin 
RAISZ. Rio de Janeiro: Científica, 1969. ?p. 
 
O homem é “como uma formiga sobre um tapete”, diz P. E. James, 
que pode conhecer perfeitamente a estrutura do mesmo no seu 
redor, mas sem a idéia do que está além do seu campo visual. Para 
reduzir as grandes dimensões da superfície terrestre a proporções 
tais que possam ser compreendidas numa simples vista, o geógrafo 
faz uso dos mapas. 
 
 
Preston E. James (1899 - 19??), foi um geógrafo norte-americano, 
nascido no Brookline (Massachussetes); fez parte do Conselho 
Nacional de Geografia - CNG (1949-1950), autor de “América Latina” 
e “Uma Geografia do Homem”. 
 
Com estas palavras, James situou o problema essencial da 
cartografia, ou seja, a confecção de mapas. 
 
Vamos imaginar que nossas formigas concebam a idéia de conhecer 
o aspecto geral do tapete, e que elas tenham ordenado a algumas, 
procurarem medir exatamente vários pontos, e a outras coletarem 
estas medidas, aplicarem os resultados no desenho para obterem o 
panorama do todo. O exame do desenho revelará a configuração do 
que elas ignoravam, e sem dúvida alguma, as formigas irão propor 
várias teorias para conseguir da natureza o meio final desta 
representação. 
 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
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Como é mais fácil o problema destas formigas diante do tapete, do 
que do homem diante da Terra em que vivemos! O homem é um 
milhão de vezes menor, em comparação com a Terra, do que a 
formiga em relação ao maior dos tapetes; e o mais rico e complicado 
tapete oriental oferece um aspecto menos complexo do que a 
superfície terrestre. 
 
O processo da representação da figura da superfície da terra consta 
de três fases: o agrimensor mede o terreno, o cartógrafo reúne os 
resultados das medidas anteriores e os transporta para o mapa, e o 
geógrafo interpreta os fatos assim expostos. 
 
Estreitamente ligado a este processo, está o trabalho do geólogo, 
cujo estudo das estruturas rochosas fornece a informação básica 
para uma melhor compreensão da configuração da superfície. Deve-
se observar de um modo especial o trabalho do cartógrafo: a 
confecção de mapas; as outras fases citadas, Agrimensura e 
Geografia, são objetos de uma extensa bibliografia própria. 
 
Definição e Classificação da Cartografia. O objeto da cartografia 
consiste em reunir e analisar dados e medidas das diversas regiões 
da Terra, e representar graficamente em escala reduzida, os 
elementos da configuração que possam ser claramente visíveis. 
 
Para pôr em evidência a configuração da superfície terrestre, o 
instrumento principal do cartógrafo é o mapa. Mas, outras 
representações, tais como modelos de relevo, globos, fotografias 
aéreas, imagens de satélites, imagens de radar e cartogramas, são 
assuntos próprios para serem tratados em cartografia. 
 
Um mapa é, no seu conceito mais elementar, uma representação 
convencional da superfície terrestre, vista de cima, na qual se 
colocam letreiros para a identificação. A palavra “representação” é 
usada aqui no seu mais alto significado: um mapa representa melhor 
o que se conhece da Terra, do que o que se vê de certa altura. 
Alguns mapas são tão abstratos e convencionais que dificilmente se 
reconhece neles uma representação do quadro original. 
 
Em muitos mapas especiais, somente um determinado aspecto da 
configuração é representado, como sucede com os mapas 
pluviométricos. 
 
Por outro lado os mapas representam detalhes que não são 
realmente visíveis por si mesmos como, por exemplo, as fronteiras 
políticas, os letreiros, os paralelos e meridianos, etc. Além disso, os 
mapas não estão necessariamente limitados a representar a 
superfície terrestre, pois existem mapas celestes, da lua, etc., e 
também mapas geológicos do subsolo. Porém em todos os casos 
uma grande extensão horizontal apresenta-se reduzida a um 
tamanho menor. 
 
No estudo de confecção de um mapa são considerados os itens 
seguintes: a) a escala; b) o sistema de projeção ou canevá de 
coordenadas sobre o qual se desenha o mapa; c) as convenções 
cartográficas ou os elementos representados por símbolos, tais como 
estradas, cidades, montanhas e outros detalhes; d) o letreiro e e) o 
título, a quadrícula e outros elementos complementares. 
 
Os mapas podem ser classificados quanto à escala, ou quanto ao 
assunto, da seguinte maneira: 
 
 
 
Mapas gerais: 
 Mapas topográficos em grande escala, com informações 
gerais. 
 Mapas geográficos que representam grandes regiões, países 
ou contingentes, em pequena escala 
 (os atlas pertencem a esta classe). 
 mapa-múndi.Mapas especiais: 
 Mapas políticos. 
 Mapas urbanos (plantas cadastrais). 
 Mapas de comunicações, mostrando estradas de ferro e de 
rodagem etc. 
 Mapas científicos de diferentes classes. 
 Mapas econômicos ou estatísticos. 
 Mapas artísticos para ilustração de anúncios ou propaganda. 
 Cartas náuticas e aéreas; 
 Mapas cadastrais, desenhados em grande escala e que 
representam as propriedades e áreas cultivadas, etc. 
 
A Cartografia - Ciência e Arte. O cartógrafo deve ser ao mesmo 
tempo um homem de ciência e um artista. Deverá conhecer 
perfeitamente o assunto e o modelo que vai representar, isto é, a 
Terra. Deverá discernir para suprimir mais ou menos detalhes, 
segundo o sistema de projeção, a escala, e a finalidade do seu mapa. 
A representação dos elementos é feita mediante linhas, símbolos e 
cores, cujo acertado depende mais do sentido artístico, do que do 
conhecimento científico. 
 
O Curso de Cartografia. O que deverá ser incluído em curso de 
cartografia, distintamente do curso de geografia e de outras ciências, 
para prover o cartógrafo com seu próprio instrumento? O objetivo 
naturalmente é qualificar o estudante e fornecer-lhe uma linguagem 
clara e correta para expressão de suas idéias. Para isto ele deverá 
assimilar certos princípios e tradições que podem ser ensinados pela 
história. A arte do cartógrafo, naturalmente, evolui, mas também é 
muito conservadora. 
 
As mudanças na forma da representação da Terra são realizadas 
pouco a pouco, com prudência. 
 
O estudante deve conhecer as projeções mais usuais e ser capaz de 
construí-las. Contudo, a teoria matemática das projeções será para 
ele de pouco valor prático. Naturalmente, ele deverá estar capacitado 
para selecionar com inteligência, especialmente os métodos 
modernos de representação do relevo. Mediante exercícios práticos 
aprenderá o enquadramento dos mapas, o letreiro e o desenho 
correto. Se ele deseja seu próprio trabalho publicado, deverá 
conhecer os métodos de reprodução dos mapas. Um passo mais 
avançado no estudo da cartografia, consiste na preparação de mapas 
especiais, globos e relevos. 
 
Que disciplina deverá cursar um candidato a cartógrafo? Deverá 
conhecer os meios de que deve dispor e ter habilidade para 
inteligentemente generalizar e fazer uma seleção correta dos 
detalhes. Reunir dados, analisá-los e mais ou menos interpretá-los 
requer grande conhecimento de geografia. 
 
Sem isto, o cartógrafo seria somente um desenhista de topografia. 
Para representar a configuração da Terra com habilidade, o 
cartógrafo deve ter conhecimento de belas-artes, desenho técnico, 
sensoriamento remoto e geoprocessamento. Também convém 
conhecer algumas noções de trigonometria plana e esférica, para a 
melhor compreensão das projeções. Como a Cartografia e a 
Prof. Esp. Sinval Autran Mendes Guimarães Júnior – Igdema – Ufal 
 
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Topografia estão intimamente ligadas, naturalmente é recomendado 
o estudo em nível limitado de Agrimensura e Geodésia. Completam 
a formação científica do cartógrafo, os conhecimentos de Geologia, 
Geomorfologia, Climatologia e Oceanografia. Diz-se que um 
cartógrafo tem 40% de geógrafo, 20% de artista e 20% informática, 
10% de matemática e outros 10% do restante. 
 
Não há limite para a bagagem de conhecimentos de um cartógrafo. 
 
Em sua prática, o autor encontrou tão diversos assuntos, como as 
espécies de barcos com que Orellana desceu o Amazonas, o fato ao 
qual estão ligados os nomes de Hamada e Hanra para significar que 
a superfície rochosa é de cor vermelha, as dimensões e 
características de um aeroporto moderno. 
 
Francisco de Orellana (1490-1546) foi um explorador espanhol 
nascido em São Domingos (Estremadura; descobriu o rio Amazonas 
em 1541; é lhe atribuída à fundação de Guayaquil - Equador; 
participou da expedição de Gonçalo Pizarro, na região conhecida 
pelo mesmo nome como “País canela”; foi o primeiro homem que se 
tem conhecimento a navegar todo o curso do rio Amazonas). 
 
 
ESTUDO DIRIGIDO - 2 
 
 
1) Qual é o problema essencial da Cartografia? 
2) Quais são as fases do processo de representação da superfície 
terrestre. 
3) Em que consiste o objeto da Cartografia? 
4) Quais as outras formas de representação da superfície terrestre 
além do mapa? 
5) Como o autor conceitua um mapa? 
6) Como o autor identifica a diferença entre o mapa e a realidade 
que ele representa? 
7) Há somente mapas da superfície terrestre? Cite-os 
8) Que itens devem ser considerados na confecção de um mapa? 
9) Como podem ser classificados os mapas quanto à escala e 
quanto ao assunto? 
10) Sabendo que o cartógrafo é ao mesmo tempo, um homem de 
ciência e arte, que disciplinas ele deverá cursar? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BIBLIOGRAFIA CITADA E CONSULTADA 
 
 
DUARTE, P. A. Cartografia básica. 2 ed. Florianópolis: Ed. da 
UFSC, 1988, 182p. 
 
DUARTE, P. A. Fundamentos de cartografia. Florianópolis: Ed. da 
UFSC, 1994, 148p. 
FITZ, Paulo R. Cartografia básica. 2.ed., rev. e ampl.Centro 
Universitário La Salle. Canoas/RS, 2005. 
GRANELL-PÉREZ, M. del C. Trabalhando geografia com as 
cartas topográficas. 2 ed. Ijuí: Unijuí, 2004. 128 p. 
JOLY, Fernand. A Cartografia. Tradução por Tânia Pellegrini. 
Campinas : Papirus, 1990. 
 
LIBAULT, A. Geocartografia. São Paulo: Nacional, EDUSP. 1975. 
388p. 
 
OLIVEIRA, C. de. Dicionário cartográfico. 4 ed., Rio de Janeiro: 
IBGE, 1993, 646p. 
 
OLIVEIRA, C. de. Curso de cartografia moderna. 2 ed.. Rio de 
Janeiro: IBGE, 1993, 152p. 
 
RAISZ, E. J. General cartography. 2 ed., New York, 1948.

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