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• Caso clínico https://www.youtube.com/watch?v=BydP994Tp7E • Relato de Caso • Ave, Gallus gallus, macho, 32 cm da nuca ao sacro, penas vermelhas (predominando), pretas e brancas chegou com histórico de dificuldade de locomoção há 15 dias, segundo o proprietário. Não se alimentava e estava magro. Ave criada solta e na mesma propriedade havia perus, animais criados soltos em ambiente aberto, região bastante úmida. Não tinha resposta a estímulos nos membros. Ao exame clínico pode-se observar a dificuldade de locomoção, paralisia espástica, com os membros pélvicos posicionados um para frente (esquerdo) e outro para trás (direito). • https://www.youtube.com/watch?v=BydP99 4Tp7E DOENÇA DE MAREK SANIDADE DE SUÍNOS E AVES PROF. FAUSTO MOREIRA DA SILVA CARMO INTRODUÇÃO DOENÇA DE MAREK • Doença de natureza neoplásica – leucocítica aviária; • Provocada por herpesvírus Gallid2 (GaHV-2); • Caracteriza-se por: • infiltração e proliferação de células linfóides pleomórficas - nervos, vísceras, gônadas, músculos, pele e globo ocular; • Doença de aves jovens - 2 a 5 meses; • Transmissão predominante - horizontal INTRODUÇÃO DOENÇA DE MAREK • Infecta naturalmente galinhas; • Descrita também em perus e codornas; • Descrita pela primeira vez: • 1907 - Jozsef Marek, (Hungria) - polineurite • Patologista, Med. Veterinário; • 1926 - considerada de natureza neoplásica; • 1961 - Definitivo D. Marek - World’s Poultry Association INTRODUÇÃO DOENÇA DE MAREK • 1961 - Diferenciada duas formas + prevalentes: • Clássica – lesões neurais e; • Aguda – lesões viscerais; • Encefalite – paralisia temporária (mais recente); • 1967-1969 – pesquisadores ingleses e americanos: • Associação ao herpesvírus e etiologia desvendada • 1970 – vacina com vírus atenuado. INTRODUÇÃO DOENÇA DE MAREK • Importância da Doença: a) Primeira doença neoplásica – natureza viral; b) Primeira neoplasia combatida por vacina; c) Modelo de estudo para neoplasia humana – semelhança com processo neoplásico humano – (tipos de neoplasia humana – modelo de estudo); (Mononucleose infecciosa, linfoma de Burkitt, doença de Hodgkin e doença linfoproliferativa póstransplante – gamaherpesvírus Epstein-Barr); • Não cresce em células de mamíferos – não causa problema para saúde humana. ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Família – Herpesviridae; • Subfámilia – Alfaherpesvirinae; • Gênero – Mardivirus – sequenciamento do genoma em 2002. • Gênero possui + 4 espécies: • Gallid herpesvirus 3 (GaHV-3); • Meleagrid herpesvirus 1 (MeHV-1) - ou Herpesvírus de (Perus - Turkey) (HVT); • Anatid herpesvirus 1; • Columbid herpesvirus 1. ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Herpesviridae; Alfaherpesvirinae; Mardivirus (Seq.2002) • GaHV-2 - Vírus DNA fita dupla -125mil PB; • Possui capsídeo com estrutura cúbica; • Tamanho 150-160nm; • Envelopado; • Sensível ao éter, e clorofórmio, ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • GaHV-2 classificado 3 grupos, antigenicamente relacionado: • Sorogrupo 1 – todas as amostras virulentas; • Sorogrupo 2 – todas as amostras apatogênicas; • Sorogrupo 3 – também possui apatogênicas • HVT – Herpes Vírus de Turkey(peru) apatogênico usado em vacinas; ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Multiplicação viral: • Cultura de fibroblasto de embrião de patos; • Rins de pintainhos SPF; • Saco vitelino de embriões de galinhas SPF de 4 dias (lesões necróticas – corioalantóide após 12-14 dias; • Inoculação via SC em pintainhos SPF de um dia (doença 3-6 sem.); ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Resistência viral: • - 60ºC vários meses; • 4 ºC em 2 sem; • 22-25ºC em 4 dias; • 37ºC em 18hs; • 56ºC em 30 min e 10min a 60ºC; • Folículo da pena e pele escamada – mantem o vírus e viável vários meses; • pH abaixo de 4 e acima de 10 inativam o vírus; ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Principal via de penetração: •Respiratória – poeira - vírus são fagocitados-macrófagos; •Corrente circulatória; •Baço, timo e bolsa de Fabrício (multiplicação – imunodepressão); • Timo – vírus linfócito T transformados (células neoplásicas) •As linfócitos T (transformados) – vários órgãos (metástases); ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Sistema imune começa agir 5dias pós infecção – pode passar a latência (não citolítica – toda vida da ave); • Incorporação do genoma viral nos linfócitos T - Induz proliferação incontrolável – tumorais linfóides em diversos órgãos; • Migra ao folículo da pena – multiplicação – poder infectante – pode eliminar o vírus durante toda vida (descamação); ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK • Encontrado também: cav. oral, nasal, cloacal • Maior concentração – cél. pavimentosas da epiderme; • Fonte de infecção – folículo da pena – vírus livre de célula, envelopado. REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO VIRAL ETIOPATOGENIA - ESQUEMA DE FASES ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • Apresentação clínica - locais de lesão: • CUTÂNEA – transitória e recuperação espontânea: • Hipertrofia de folículos da pena (pele do pescoço, região lateral do peito, coxa e perna); • Lesão: hipertrofia de folículo ou formação de tumores – ulceração levando a hemorragia; • Pode preceder à forma visceral; ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • VISCERAL (aguda) – lesões se localizam nas vísceras (coração, proventrículo, fígado e rins) • Pode envolver gônadas, músculos e (bolsa de Fabrício – degenerativa) ; • Morte de até 50% ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • Sinais clínicos: • Palidez acentuada, anorexia, debilidade, diarreia (algumas aves), distensão abdominal – tumores no fígado, rins, intestino, etc; • Necropsia – tumores macios, brilhantes e lisos; • Superfície de corte – é cremosa e de cor acinzentada ou brancacenta. ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • Tumores podem ser: • Nodulares, difusos ou miliares; • Tamanho variável (cabeça de alfinete a um ovo de galinha); • Órgão aumenta de volume e se apresenta levemente acinzentado e muito friável; ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • CLÁSSICA (neural): • Nervos periféricos – aumentado de volume, perda de estriações transversais e de coloração avermelhada (plexo e nervo ciático, plexo e nervo braquial, nervo vago, nervos intercostais, plexo lombar); ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • CLÁSSICA (neural): • Sinais clínicos: paralisia espásticas das pernas, asas, pescoço, pálpebras; • Pode ocorrer dificuldade respiratória e\ou incoordenação motora – acometimento do sist. nervoso central; • Animais podem apresentar movimentos anormais de cabeça e pescoço ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK • OCULAR (crônica): • Lesão principalmente na íris – infiltrado linfoide altera a conformação da pupila (olho de peixe – característico); • Clinicamente: íris descorada e sem reflexo pupilar; • Nos processos avançados cegueira (pupila ou nervo ótico); • Histologicamente – intenso infiltrado de células linfoides (vários estágios – pleomorfismo) nos órgãos envolvidos; FATORES PREDISPONENTES – AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO • a) Biosseguridade precária • b) Interação entre falhas de manejo e ambiência • c) Lavagem e desinfecção inadequadas • d) Curto intervalo de descanso das instalações • e) Falha na queima de penas / penugens entre lotes https://www.youtube.com/watch?v=Z3wQT QCR9fc FATORES PREDISPONENTES – AUXILIAR DE DIAGNÓSTICO • f) Elevada densidade de aves por m2 • g) Sistema de ventilação ineficiente • h) Doenças concomitantes • i) Manejo precário da alimentação e presença de micotoxicoses • j) Complexos de produção de idades múltiplas DIAGNÓSTICOS – DOENÇA DE MAREK • FORMA VISCERAL: • Diferencial de leucose linfoide; • Diagnóstico histopatológico; • Fragmento de órgão com lesão ou suspeitos (formol10%); • Isolamento pode ser feito em: • Células de rins de galinha; • Fibroblasto de embrião de galinha • Reprodução da doença – aves SPF de um dia (18-21dias); • Diagnóstico molecular - PCR DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - SINAIS * RE – Retículoendoteliose * PREVENÇÃO e CONTROLE – DOENÇA DE MAREK • Não existe tratamento. • Bom manejo sanitário; • Criação em idade única; • Linhagens resistentes; • Vacinação – medida fundamental; • In ovo; • Aves com um dia de idade; • Efetividade vacinal – 90% • Monitoramento – cepas ou patótipos muito virulentos. EVOLUÇÃO da D.M. e da VACINA EVOLUÇÃO da DM e da VACINA LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA SANIDADE DE SUÍNOS E AVES INTRODUÇÃO LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA - LTI • Doença respiratória infecciosa aguda; • Altamente contagiosa; • Agente: herpesvírus • Cosmopolita – acomete principalmente galinhas (faisão, pavão). • Lista B da OIE • Transmissão contato direto – horizontal (secreções oronasais e vetores mecânicos); • Caracterizada por: • Alterações respiratórias - dispneia, estertores, traqueia hemorrágica expectoração de exsudato sanguinolento fibrinoso. • Mortalidade Variável; • Alta morbidade. INTRODUÇÃO LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA • Primeiro caso: 1925 – 1ª. Vacina Viral 1932; • Acomete aves de 2-4 sem. • Compromete o desempenho das aves • Baixo crescimento, queda de produção de ovos • Predispõe a D.R.C. • Restrição a exportações ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA • Agente – Herpes vírus •DNA – vírus • Família – Herpesviridae; • Subfamília – Herpesvirinae; •Gênero – Iltovírus; •Gallid herpesvirus 1 (GaHV-1); • Icosaédrico envelopado – capaz de formar corpúsculo de Inclusão; ESQUEMA DO CICLO REPRODUTIVO VIRAL ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA Corpúsculo de Inclusão CURIOSIDADE – ESSE CORPÚSCULO É PATOGNOMONIMO DE QUAL DOENÇA? CORPÚSCULO DE NEGRI ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA • Vírus termolabel 56°C/30min. • Conservado em glicerina a 4°C e a - 70°C; • Resiste a dessecação; • Sensível a formol, fenol e clorofórmio; ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA • Vírus cresce em membrana corioalantoide embrião SPF (10-12 dias); • Cresce em culturas celulares - fibroblasto; • Efeitos citopáticos: • Inclusões intranucleares que se fundem; • Galinhas, faisões e pavões são suscetíveis, • Patos, pombos e galinha-d’angola (galinhola) refratários; ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA • Portador inaparente – perigo extremo; • Vírus se reproduz no epitélio – (aparelho respiratório) traqueia, laringe, seios nasais, sacos aéreos, pulmões e conjuntiva; • Permanece em latência – nervo trigêmeo; • Difusão ocorre pelas secreções; • Via vertical sem importância aparente na contaminação. PERPETUAÇÃO DO GaHV-1 ATRAVÉS DE INFECÇÕES LATENTES EM AVES PORTADORAS ETIOPATOGENIA - LARINGOTRAQUEITE INFECCIOSA DOENÇAS RESPIRATÓRIAS E FATORES IMUNODEPRESSORES + AVES ACOMETIDAS – PORTADORES • Período de incubação: • 12-48hs • Mortalidade Variável 5-90% (média 20%) ASPECTOS CLÍNICOS e ANATOMOPATOLÓGICOS - LTI • Quadro respiratório • Depressão, estertores traqueais, cristas cianóticas e queda da produção; • Secreção nasal – mucosa • Secreção traqueal – mucosanguinolenta; • Morte por asfixia – acumulo de secreções; • Incubação: 6-12dias • Curso da doença: 2 sem. ASPECTOS CLÍNICOS e ANATOMOPATOLÓGICOS - LTI • Aves mortas (parei aqui): • Material mucosanguinolento – bico e cavidade oral; • Traqueia e laringe – congestas, hemorrágicas, com exsudato fibrinoso (oclusão). • Casos crônicos: • Pseudomembranas na traqueia • Histopatologia: • Hemorragias, necrose do epitélio e corpúsculo de inclusão intracelular acidófilo (epitélio laringe e traqueia) DIAGNÓSTICO - LTI • História clínica (alta mortalidade); • Lesões de necropsia – traqueíte hemorrágica; • Definitivo: • Isolamento e identificação do agente; • Imunofluorescência direta; • Presença de corpúsculo de inclusão intranuclear – epitélio traqueal • Inoculação em ovos (10-12ds): • 3 dias focos na membrana corioalantoidea (C.I); • Diferencial para Newcastle DIAGNÓSTICO - LTI Esquema de leões patognomonimas: DIAGNÓSTICO - LTI Patognomonimo - traqueíte fibrino-necrótica (diftérica) com descamação epitelial e formação de sincícios contendo corpúsculos de inclusões intranucleares. CONTROLE - LTI • Medidas sanitárias bastante efetivas - biosseguridade; • Vacinação: • Atenuada: CEO - chicken embryon origin e TCO – tissue cell origin • Vetorizada – dose única entre 4 – 8 sem de idade • Aplicação depois de 4 sem de idade; • Frangas de reposição – 12-14 sem – 16-18 sem 2ª dose; • Aplicação – gota ocular; bebedouro, aspersão. É POSSÍVEL ERRADICAÇÃO DA LTI? • Elevada especificidade de hospedeiros que infecta; • Estabilidade antigênica do genoma viral. •Baixa resistência do GaHV-1 nas condições do meio ambiente; • Propriedades biológicas e ecológicas do GaHV-1: • Adicionalmente • Aves silvestres têm pouca importância na epidemiologia da doença. • Reservatórios representados por aves de fundo de quintal ou de criação informal podem ser alvo de atenção profilática (ISHIZUKA, 2004). • Vírus com estirpes homogêneas imunológicamente. https://www.flipsnack.com/gessulliagribusiness/revista-avicultura- industrial-ed-1285.html?p=18 https://www.canalrural.com.br/programas/informacao/jorn al-da-pecuaria/pecuaria-laringotraqueite-infecciosa-das- galinhas-21998/ RESUMO DA AULA • D. M. • DOENÇA DE MAREK • INTRODUÇÃO DOENÇA DE MAREK; • ETIOPATOGENIA - DOENÇA DE MAREK; • REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DO CICLO VIRAL-DM; • ASPECTOS ANATOMOPATOLÓGICOS – DOENÇA DE MAREK; • DIAGNÓSTICO - FATORES AUXILIARES PREDISPONENTES; • DIAGNÓSTICOS – DOENÇA DE MAREK; • DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL - SINAIS; • PREVENÇÃO E CONTROLE – DOENÇA DE MAREK. • LTI • VÍRUS DNA; • HERPES VÍRUS; • CONTATO DIRETO HORIZONTAL; • SECREÇÕES MUCOSANGUINOLENTA ORONASAIS; • TRANSMISSÃO HORIZONTAL; • CAUSA MORTE – ASFIXIA; • COMPROMETE PRODUÇÃO DAS AVES; • SENSÍVEL FORMOL, FENOL, RESISTE A DESSECAÇÃO; PORTADOR INAPARENTE. • IMPORTANTE QUARENTENA, ISOLAMENTO E ID, INOCULAÇÃO EM OVOS 10-12 SPF.