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DIREITO CIVIL - FAMÍLIA - CCJ0225 Semana Aula: 10 Bem de família. Divórcio. Poder familiar. Tema Bem de família. Divórcio. Poder familiar. Palavras-chave Bem de família. Divórcio. Poder familiar. Objetivos - Examinar o bem de família. - Apresentar conceito e tratamento legal do divórcio. - Analisar o poder familiar. Estrutura de Conteúdo Unidade 5 - União estável e outras entidades familiares. Bem de família. (...) 5.3. Bem de família: conceito, classificação e disciplina jurídica do bem de família voluntário e legal. Unidade 6 - Divórcio. Poder familiar e guarda de filhos. 6.1. Divórcio: conceito, tratamento legal e categorias legais (judicial e extrajudicial). 6.2. Poder familiar: conceito, exercício e disciplina jurídica (usufruto e administração dos bens dos filhos menores, extinção, suspensão e destituição). Bem de família O bem de família é “o bem jurídico cuja titularidade se protege em benefício do devedor — por si ou como integrante de um núcleo existencial —, visando à preservação do mínimo patrimonial para uma vida digna”, tendo esta proteção como base o direito à moradia, não se limitando ao imóvel, mas estendendo-se “a outros bens, considerados acessórios, para a finalidade garantista declarada” (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.301). Podemos classificar o bem de família em voluntário, que decorre de ato de vontade dos cônjuges ou da entidade familiar e é instituído de acordo como estatuído nos arts. 260 a 265, das Lei de Registros Públicos (Lei n° 6.015/73), e legal, previsto na Lei n° 8.009/90, que dispõe sobre as hipóteses em que o bem de família estará protegido, sendo impenhorável. O Código Civil elenca quem poderá instituir o bem de família, reportando-se aos cônjuges, à entidade familiar e até mesmo a um terceiro, ressaltando a obrigatoriedade do registro, o que é coerente, para que possa ter efeito erga omnes (art. 1.711 e 1.714). O legislador cível cuidou de conceituar o bem de família no art. 1.712, in verbis: Art. 1.712. O bem de família consistirá em prédio residencial urbano ou rural, com suas pertenças e acessórios, destinando-se em ambos os casos a domicílio familiar, e poderá abranger valores mobiliários, cuja renda será aplicada na conservação do imóvel e no sustento da família. 1. Bem de família voluntário O bem de família voluntário só pode ser instituído por quem “tenha patrimônio suficiente para a garantia de débitos anteriores (solvente), sob pena de invalidade” e até mesmo de caracterizar fraude contra credores quando o devedor tem por intuito livrar o bem de constrição em decorrência de dívidas. Sendo configurada esta situação a instituição do bem de família só terá a validade para as dívidas constituídas posteriormente. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.302) A instituição do bem de família voluntário gera os efeitos indicados nos arts. 1.715 (impenhorabilidade) e 1.717 (inalienabilidade) a seguir transcritos: O art. 1.713 trata dos valores mobiliários (rendimentos que mantem o imóvel ou auxiliam em sua conservação). A administração do bem de família caberá aos cônjuges ou, na falta destes, ao filho mais velho ou seu tutor (art. 1.720, CC), sendo possível a extinção ou sub-rogação do bem de família por outro, nas hipóteses do art. 1.719, CC. O Código Civil elenca, como hipóteses de extinção do bem de família, a morte de um dos cônjuges, caso em que o sobrevivente poderá requerer a extinção, ou a morte de ambos (art. 1.721 e 1.722, CC). Silvio Rodrigues (Apud GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, 1.305) constata que o bem de família “não alcançou maior sucesso entre nós”, afirmando Álvaro Vilaça Azevedo (Apud GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, 1.305) que talvez isto se deva ao fato de ter o Estado, por força do Código Civil, “transferido para o particular encargo de tamanho realce”. 2. Bem de família legal O bem de família legal encontra respaldo na Lei n° 8.009/90, que, em seu art. 1°, esclarece acerca da impenhorabilidade do imóvel: Art. 1°. O imóvel residencial próprio do casal, ou da entidade familiar, é impenhorável e não responderá por qualquer tipo de dívida civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, contraída pelos cônjuges ou pelos pais ou filhos que sejam seus proprietários e nele residam, salvo nas hipóteses previstas nesta lei. Parágrafo único. A impenhorabilidade compreende o imóvel sobre o qual se assentam a construção, as plantações, as benfeitorias de qualquer natureza e todos os equipamentos, inclusive os de uso profissional, ou móveis que guarnecem a casa, desde que quitados. Devemos observar que a locação do imóvel considerado bem de família legal não é desnaturada por estar este alugado, desde que comprovado que os rendimentos auferidos servem à subsistência familiar. Neste sentido o STJ já se manifestou: REsp 439.920/SP, Rel. Ministro CASTRO FILHO, TERCEIRA TURMA, julgado em 11/11/2003, DJ 09/12/2003, p. 280. Por derivar da lei, o bem de família legal prescinde de registro em cartório, todavia, quando os cônjuges tem mais de um imóvel, a Lei n° 8.009/90 impõe que a impenhorabilidade recairá sobre o de menor valor, a não ser que outro haja sido instituído como bem de família, daí a importância do bem de família voluntário. Há bens que são considerados impenhoráveis, de acordo com a jurisprudência pátria, levando em consideração não apenas o indispensável para a subsistência familiar, mas o que viabiliza uma vida digna, um conforto mínimo, em clara consonância com a previsão constitucional principiológica da dignidade da pessoa humana, desde que, por uma questão de razoabilidade, sejam bens únicos. Divórcio Gagliano e Pamplona Filho (2018, p. 1.340), definem divórcio como uma “forma voluntária de extinção da relação conjugal, sem causa específica, decorrente de simples manifestação de vontade de um ou ambos os cônjuges, apta a permitir, por consequência, a constituição de novos vínculos matrimoniais”. Significa dizer que o divórcio põe fim ao vínculo matrimonial, extinguindo os deveres conjugais e possibilitando a constituição de um novo vínculo conjugal. Diante da falência emocional do matrimônio, cabe ao Estado promover a facilitação da dissolução do vínculos, sem entraves burocráticos, para que os cônjuges possam buscar novos projetos de felicidade e de vida, o que encontra amparo no princípio da dignidade da pessoa humana (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018) e no próprio princípio da afetividade que é a base das relações matrimoniais atualmente. Importantes passos foram dados pela legislação no sentido da desburocratização deste procedimento, quais sejam, a possibilidade de realizar divórcio extrajudicial quando os filhos forem maiores e capazes e houver consenso entre as partes e a Emenda Constitucional n° 66/2010, que revoluciona a disciplina do divórcio no Brasil (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018). “Como primeiro e fulcral impacto da Emenda do Divórcio a ser apontado, verifica-se que não é mais viável juridicamente a separação de direito, a englobar a separação judicial e a separação extrajudicial, banidas totalmente do sistema jurídico” (TARTUCE, 2017, p. 207). 1. Divórcio extrajudicial A aprovação do divórcio pela via administrativa representa um incontestável avanço, pois viabiliza e facilita a cessação do vínculo matrimonial, evitando que os cônjuges, já desgastados e muitas vezes carregados de angústias decorrentes da falida vida em comum, prolongue-se por anos, em virtude da morosidade do Judiciário. Assim, prega-se a ideia de que o divórcio judicial deve ser reservado a situações especiais, prestigiando-se a via administrativa como forma de resolução simples, rápida e direta (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018). A Lei n° 11.441, de 4 de janeiro de 2007, em um curto texto, alterou dispositivos do Código de Processo Civil de 1973, possibilitando a realização de inventário, partilha, separação consensual e divórcio consensual por via administrativa. Em comentário às novidades inseridas por estaLei em nosso ordenamento jurídico, Gagliano e Pamplona Filho (2018) mencionam a revogação parcial, no que toca à separação, pois com a Emenda do Divórcio não há mais que se falar em separação, seja consensual, litigiosa ou extrajudicial. O aspecto basilar desta norma é que haja consenso entre as partes para realização do divórcio, pois a via administrativa não comporta discussão acerca da qual seja necessária uma decisão que ponha termo ao litígio. Com base neste pressuposto, é razoável que somente ocorra esta modalidade de divórcio quando os cônjuges tiverem a capacidade de argumentar e delinear como se dará o regramento da pensão e da partilha dos bens, não sendo esta indispensável para que se concretize o divórcio extrajudicial. Sobre os impedimentos à utilização da via administrativa para realizar o divórcio, a Lei n° 11.441/2007 faz menção apenas aos menores e incapazes, tendo o código de Processo Civil de 2015 inovado ao incluir a existência de nascituro como impeditivo e não ter mencionado os filhos menores. Seguindo a linha do desentrave burocrático que a Lei n° 11.441/2007 trouxe ao ordenamento jurídico, “a escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras” (art. 733, §1°, CPC), devendo os interessados, entretanto, estarem assistidos por advogado ou defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial, para que o tabelião possa lavrar a escritura (§2°). Não podemos deixar de mencionar que a regulamentação dos serviços notariais e de registro se dá na Resolução n° 35, de 24 de abril de 2007, que disciplina a aplicação da Lei n° 11.441/07. 2. Divórcio judicial Com a Emenda do Divórcio, restou superada a discussão a respeito da culpa na separação. Com isto, fica a dúvida se ainda existiria o divórcio litigioso, uma vez que, não havendo resistência oponível pelo outro cônjuge, não se constituiria uma lide. Inobstante, entendemos que é possível haver litígio, mas “para as hipóteses em que os divorciandos não se acertam quanto aos efeitos jurídicos da separação, como, a título exemplificativo, a guarda dos filhos, alimentos, uso do nome e divisão do patrimônio familiar”. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.349) Em relação ao uso do nome após o divórcio, a regra é que seja retomado o nome de solteiro, ressalvando-se a possibilidade desta retirada gerar prejuízo, caso em que se autoriza a manutenção do nome adotado ao casar, podendo os cônjuges renunciarem a qualquer momento o uso do sobrenome do outro. Esta determinação se dá em respeito à “dimensão existencial de cada cônjuge e o seu direito fundamental ao nome e à identidade”. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.350) Poder familiar O Código Civil de 1916 nominava o poder que os pais exerciam sobre os filhos enquanto menores, de pátrio poder. “O Código de 2002, aperfeiçoando a matéria, rompeu com a tradição machista arraigada na dicção anterior, para consagrar a expressão ‘poder familiar’”. (GAGLIANO e PAMPLONA FILHO, 2018, p. 1.353) O poder familiar é “o plexo de direitos e obrigações reconhecidos aos pais, em razão e nos limites da autoridade parental que exercem em face dos seus filhos, enquanto menores e incapazes”, encontrando previsão no Código Civil (art. 1.630). Durante o casamento e a união estável o poder familiar compete aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade (art. 1.631, CC). “Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo” (art. 1.631, parágrafo único, CC). Devemos lembrar que, em razão do princípio da isonomia, em outras entidades familiares, como na família monoparental, por exemplo, existindo filhos, o poder familiar também será exercido. Se o pai ou a mãe contraírem novas núpcias, o art. 1.636, caput, CC, traz clara solução, afirmando que “o pai ou a mãe que contrai novas núpcias, ou estabelece união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos ao poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo cônjuge ou companheiro”, estabelecendo igual preceito “ao pai ou à mãe solteiros que casarem ou estabelecerem união estável” (art. 1.636, parágrafo único, CC). A separação judicial, o divórcio e a dissolução da união estável não alteram as relações entre pais e filhos senão quanto ao direito, mantendo-se o direito dos pais de terem os filhos em sua companhia (art. 1.632, CC). Este artigo traz um “direito à convivência familiar e, ao seu lado, um dever dos pais de terem os filhos sob sua companhia”, residindo nesta norma o “fundamento jurídico substancial para a responsabilidade civil por abandono afetivo, eis que a companhia inclui esse afeto” (TARTUCE, 2017, p. 508). O filho que não for reconhecido pelo pai ficará sob o poder familiar exclusivo da mãe. Não sendo esta conhecida ou capaz de exercer o poder familiar, será nomeado tutor para o menor (art. 1.633, CC). Sobre o exercício do poder familiar, cujo teor evidencia o cuidado do legislador em proteger os interesses do menor, o art. 1.634, CC, elenca as situações de exercício. As atribuições do art. 1.634, CC, “devem ser tidas como verdadeiros deveres legais dos pais em relação aos filhos. Assim, a sua violação pode gerar a responsabilidade civil da autoridade parental por ato ilícito, nos termos dos requisitos constantes do art. 186 do CC/2002” (TARTUCE, 2017, p. 509). O Código Civil também elenca regras a respeito do usufruto e da administração dos bens dos filhos menores (art. 1.689 e 1.693, CC). A representação dos filhos menores de dezesseis anos e a assistência até completarem a maioridade ou serem emancipados compete aos pais, e na falta de um deles ao outro, com exclusividade (art. 1.690, CC). Todas as questões relativas aos filhos e a seus bens devem ser decididas pelos pais, em comum, mas, havendo divergência, qualquer deles poderá recorrer ao juiz para a solução necessária (art. 1.690, parágrafo único, CC). É vedado aos pais alienar ou gravar de ônus real os imóveis dos filhos e contrair em nome deles obrigações que ultrapassem os limites da simples administração, salvo por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz (art. 1.691, CC), podendo os filhos, herdeiros ou o representante legal pleitear a declaração de nulidade destes atos (parágrafo único). O art. 1.638, CC, expõe as situações que motivam a perda (destituição) do poder familiar, que decorrem de condutas graves dos pais, que reclamam a devida reprimenda por parte da norma. O legislador também cuidou de regular a suspensão do poder familiar, que obsta o seu exercício pelos pais, mas não os afastará definitivamente. Assim, se o pai ou a mãe abusar de sua autoridade, faltando aos deveres que lhe são inerentes ou arruinando os bens dos filhos, cabe ao juiz, requerendo algum parente, ou o Ministério Público, adotar a medida que lhe pareça reclamada pela segurança do menor e seus haveres, até suspendendo o poder familiar, quando assim convier (art. 1.637, CC). A suspensão do exercício do poder familiar também ocorrerá se o pai ou a mãe forem condenados por sentença irrecorrível, em virtude de crime cuja pena exceda a dois anos de prisão (art. 1.637, parágrafo único, CC). Estratégias de Aprendizagem AULA 10 DA DISCIPLINA DIREITO CIVIL V Antes da sala de aula, é recomendável a leitura do Plano de Ensino da disciplina, atentando para a ementa e o conteúdo, a fim de se inteirar dos temas que serão abordados ao longo da disciplina. Verificar os aspectos metodológicos, procedimentos de avaliação e os títulos da bibliografia. Acessar o ambiente virtual da disciplina no SAVA (no SIA, entrar em Sala de Aulas Virtuais e Minhas disciplinas presenciais) e tomar o primeiro contato com os recursos didáticos disponíveis, como o material didático (livroda disciplina), conteúdo interativo (videoaulas e conteúdo on-line) e calendário, entre outros. Uma panorâmica do que será apresentado na disciplina pode ser conferida na Aula Teletransmitida, disponível no ambiente da Sala de Aula Virtual – SAVA. Para apreensão e compreensão do primeiro tema da disciplina, verifique antes da aula presencial o item estrutura de conteúdo deste Plano de Aula. Leia as páginas correspondentes do material didático (Livro Didático de Direito Civil V, no SAVA) e faça as demais leituras sugeridas. Durante a sala de aula, esteja atento às explicações e apresentação do conteúdo. Converse com seu professor e tire as dúvidas provenientes de suas leituras ou mesmo das atividades recomendadas. Após a sala de aula, desenvolva as atividades de autoestudo e retome ou aprofunde os conteúdos apresentados pelo professor. Para isso, escolha uma das sugestões de leitura e pesquisa que constam no campo Aplicação: articulação teoria e prática deste Plano de Aula. Você também pode assistir à Aula Teletransmitida (disponível no SAVA). Indicação de Leitura Específica Livro didático da disciplina de Direito Civil V (tópicos correspondentes aos conteúdos abordados nesta aula). Aplicação: articulação teoria e prática Questão objetiva 1: (JUIZ DE DIREITO/TJ-SP - VUNESP - 2013) No que concerne ao bem de família, assinale a resposta correta consoante a Lei n.º 8.009 e a jurisprudência do STJ. (A) A vaga de garagem, ainda que possua matrícula própria no registro de imóveis, constitui bem de família para efeito de penhora. (B) O conceito de impenhorabilidade do bem de família abrange as benfeitorias de qualquer natureza, equipamentos, inclusive veículos de transporte, móveis que guarnecem a casa e obras de arte. (C) O conceito de impenhorabilidade do bem de família não abrange o imóvel pertencente a pessoas solteiras, viúvas e separadas. (D) É impenhorável o único imóvel residencial do devedor que esteja locado a terceiros, desde que a renda obtida com a locação seja revertida para a subsistência ou a moradia da sua família. Questão objetiva 2: (Magistratura DF – 2011) Bem de família obrigatório ou legal é aquele que resulta diretamente da lei, de ordem pública, que tornou impenhorável o imóvel residencial, próprio do casal, ou da entidade familiar, daí por que não poderá ser objeto de penhora por dívida de natureza civil, comercial, fiscal, previdenciária ou de outra natureza, salvo nas hipóteses expressamente previstas nos artigos 2.º e 3.º, I a VII, da Lei n.º 8.009, de 29 de março de 1990. Assim, considere as proposições abaixo, assinalando a incorreta: (A) ao solteiro, não obstante resida e ocupe o imóvel sozinho, aplica-se esta mesma regra; (B) ao viúvo, ao contrário, não se aplica tal regra, máxime quando seus descendentes hajam constituído outras famílias; (C) é entendimento assente que a Lei n.º 8.009/1990 tem aplicabilidade mesmo nos casos em que a penhora for anterior à sua vigência; (D) todos os residentes do imóvel, sujeitos do bem de família, portanto beneficiários da regra da impenhorabilidade, têm em seu favor esse direito, ou seja, a lei confere-lhes o poder de não ver constrita a casa onde moram. Questão objetiva 3: (MAGISTRATURA/AC – CESPE/2012) No que se refere ao enfrentamento jurisprudencial do bem de família, assinale a opção correta. (A) A vaga de garagem com matrícula própria no registro de imóveis constitui bem de família para efeito de penhora. (B) O terreno não edificado não caracteriza bem de família, pois não serve à moradia familiar. (C) É inconstitucional a penhora de bem de família do fiador em contrato de locação. (D) Não faz jus aos benefícios da lei que regulamenta o bem de família o devedor que não resida no único imóvel que lhe pertença, só utilizando o valor obtido com a locação desse bem para complementar a renda familiar. (E) A execução de dívida oriunda de pensão alimentícia não pode ensejar a penhorabilidade do bem de família. Questão objetiva 4: (DPE/AM – FCC/2013) O divórcio (A) não pode ser concedido sem prévia partilha dos bens. (B) demanda prévia separação judicial, há pelo menos um ano, ou de fato, há pelo menos dois. (C) só pode ser requerido se comprovada culpa de um dos cônjuges. (D) pode dar ensejo à obrigação de prestar alimentos, a qual não se extingue com novo casamento do alimentante. (E) não importa restrição aos direitos e deveres decorrentes do poder familiar, salvo na hipótese de casamento de qualquer dos pais. Questão objetiva 5: (Juiz de Direito/TJPR – UFPR – 2013) No que concerne ao poder familiar, assinale a alternativa correta. (A) O pai ou a mãe que estabelecer nova união estável, não perde, quanto aos filhos do relacionamento anterior, os direitos do poder familiar, exercendo-os sem qualquer interferência do novo companheiro. (B) Os pais, quanto à pessoa dos filhos menores, podem recomendar, não porém exigir, que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios da sua idade e condição. (C) Durante o casamento ou a união estável, aos pais compete o poder familiar; na falta ou impedimento de um deles, dará o juiz tutor ou curador, conforme o caso. (D) Os filhos estão sujeitos ao poder familiar, enquanto permanecem seus vínculos de dependência econômica. Considerações Adicionais Recomenda-se a leitura de algum dos livros da bibliografia básica ou complementar, na parte correspondente a esta primeira aula, à escolha do aluno, de acordo com a sua afinidade com a linguagem e entendimento do autor.
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