Buscar

Previdência social

Prévia do material em texto

GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL 
PREVIDÊNCIA SOCIAL
Unidade 1 - Previdência social 
no Brasil
UNIDADE 1
OBJETIVO 
Ao final desta 
unidade, 
esperamos que 
possa:
2
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
> Analisar e
identificar como foi
criada a Previdência
Social no mundo
bem como a
importância do
reconhecimento
desse direito à
Seguridade Social,
sua composição
e origem para os
cidadãos brasileiros.
Todos os direitos reservados.
Prezado(a) aluno(a), este material de estudo é para seu uso pessoal, 
sendo vedada, por quaisquer meios e a qualquer título, a sua 
reprodução, venda, compartilhamento e distribuição.
3
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
1 PREVIDÊNCIA SOCIAL NO BRASIL
INTRODUÇÃO 
Esta unidade abordará de que forma ocorreu o início da preocupação estatal 
com a Previdência Social. No momento em que vivemos, a análise histórica 
da evolução social trazida pela introdução desse direito social nos permitirá 
entender melhor os motivos que preocupam tanto governantes quanto cida-
dãos brasileiros e mundiais. 
Historicamente, a proteção aos direitos sociais é recente, tendo em vista que 
a Constituição Federal de 1988 abordou, em um capítulo único, esses direitos, 
denominados de segunda geração pela maioria dos doutrinadores. Isso de-
monstra que a preocupação estatal em proteger seus cidadãos na velhice faz 
parte de uma grande evolução, concebida no século passado. 
Entretanto, é necessário atentar para o fato de que esse marco evolutivo origi-
nou-se das grandes necessidades observadas no campo social e o crescente 
envelhecimento da população. 
A importância desse tema não está apenas no aspecto histórico, mas no co-
nhecimento dos institutos vigentes na atualidade, partindo-se dos contextos e 
elementos históricos nos quais foram embasados, com a finalidade de acom-
panhar o desenrolar dos acontecimentos bem como fazer proveito das experi-
ências acertadas de projetos que resultaram em excelentes conquistas. 
Nesse contexto, podemos compreender a grande importância e o imprescin-
dível dever de se descrever e analisar a marcha evolutiva da proteção social. 
Urge atentar-se para o fato de que os mecanismos de proteção social, nas 
sociedades pós-modernas, ganham qualidades de direitos e garantias funda-
mentais dos indivíduos, sendo consagrados como direitos subjetivos. Assim, 
não se pode duvidar que esses direitos fundamentais no constitucionalismo 
moderno possuam força normativa de grau superior e, no nosso ordenamento 
pátrio, são considerados cláusulas imutáveis, dentro das quais pode se citar os 
direitos sociais que serão explanados nesta unidade. 
4
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
1.1 PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO 
A previdência social tornou-se um tema recorrente depois da votação da refor-
ma previdenciária. Ademais, França, Espanha e Alemanha já realizaram suas 
reformas e aumentaram para 65 anos a idade mínima para aposentadoria. 
FIGURA 1 - PREVIDÊNCIA SOCIAL NO MUNDO
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
O desenvolvimento e o crescimento da população mundial contribuiu para 
um aumento da preocupação em torno da proteção dos indivíduos e das ne-
cessidades sociais que poderiam acometê-lo. Dessa maneira, foram se desen-
volvendo técnicas de proteção social que buscavam proteger os indivíduos na 
realidade socioeconômica em que eles viviam. 
Deve-se perceber que esse desenvolvimento trouxe preocupação com as con-
tingências sociais que geraram necessidades sociais. Logo, no decorrer da his-
tória mundial, nota-se um crescente desenvolvimento de técnicas que auxi-
liam e resolvem os problemas de cada povo e suas necessidades sociais. Tal 
fato pode ser observado em cada sistema protetivo dos diferentes países que 
constituem o globo; oferecer proteção social é uma necessidade do sistema 
de governo. 
5
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Uma curiosidade acerca do tema é a crescente 
necessidade humana, desde a pré-história, de formar 
grupos para compartilhar alimentos e explorar 
ambientes bem como se defender de infortúnios. 
Nesse contexto de proteção, a época pré-histórica 
deixa claro que a convivência e a preocupação 
com o grupo é inerente à raça humana. Viver da 
caça e da pesca, naquele momento, era a base da 
estrutura familiar, mas aprender a estocar alimentos 
representa uma preocupação com o futuro.
Percebe-se, nesse panorama da pré-história, que as organizações se baseavam 
simplesmente no instinto de sobrevivência; contudo, as populações lutavam 
para buscar melhores condições de vida. Assim, o primeiro mecanismo de pro-
teção surgiu dessa preocupação humana em se organizar para garantir o fu-
turo, evoluindo para conseguir ampliar os mecanismos de proteção e redução 
dos riscos. 
FIGURA 2 - EVOLUÇÃO DA PRÉ-HISTÓRIA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
6
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Após esse período da história, pode se notar que na Idade Média ocorreram 
instituições de regras protecionistas para armadores de navio que passaram 
a formar fundos para proteção de seus membros; isso pode ser tratado como 
um embrião de futuros institutos de previdência. 
Assim, afirma Divino José da Silva (2017):
A Seguridade Social não surgiu abruptamente, seja no mundo, seja no Brasil. 
Ela originou-se na necessidade social de se estabelecer métodos de proteção 
contra os variados riscos ao ser humano. Em verdade, a elaboração de medidas 
para reduzir os efeitos das adversidades da vida, como fome, doença, velhice, 
etc. pode ser considerada como parte da própria teoria evolutiva de Darwin, 
na parte em que refere à capacidade de adaptação da raça humana para 
sobreviver. (SILVA, 2017)
À medida que a sociedade passou a se desenvolver, ocorreu um aumento da 
preocupação de proteger os indivíduos das necessidades sociais que pode-
riam surgir, lembrando que Seguridade Social inclui previdência, assistência e 
saúde. Dessa maneira, pode se notar que, com o surgimento dos grupamentos 
humanos, e, consequentemente, com a sua evolução, os mecanismos de sal-
vaguarda contra os riscos existentes também evoluíram. Logo, vamos abordar 
os primeiros mecanismos de proteção criados:
Inglaterra
Em 1601, surge, na Inglaterra, a primeira lei previdenciária denominada 
Poor Law Act, sancionada e emitida pela rainha Isabel I. Estabelecendo 
uma contribuição obrigatória, arrecadada da sociedade e administrada 
pela Igreja (por meio de suas paróquias), criou-se um pacote para 
combater a miséria no país, que teria como propósito a manutenção de 
um sistema protetivo em favor dos necessitados e das pessoas carentes, 
especialmente crianças, velhos, inválidos e desempregados. Nesse 
contexto, arrecadava-se dinheiro entre todos aqueles que pudessem 
contribuir e o destinava para viabilizar a aprendizagem das crianças, 
melhorando a empregabilidade delas, a especialização para pobres 
sem cursos, para o atendimento dos inválidos em geral. Tal lei marca 
o início da proteção social no mundo, posto que esta tem exatamente 
esse papel, ou seja, atender às pessoas necessitadas que não têm como 
providenciar o seu sustento.
7
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
França
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, em 1789, e com uma 
questão estritamente social (considerada direito de todos), iniciando a 
universalização do sistema. Dispôs o Art. 21 que: 
[...] os auxílios públicos são uma dívida sagrada. A sociedade deve a 
subsistência aos cidadãos infelizes, quer seja procurando-lhes trabalho, quer 
seja assegurando os meios de existência àqueles que são impossibilitados de 
trabalhar. (BRASIL, 1793) 
Assim, verifica-se que a proteção assistencial passou, progressivamente, 
a ser institucionalizada.
Alemanha
Em 1883, o Estado alemão conferiu proteção social, criando o seguro-
doença custeado por patrões e empregados. O objetivo primordial 
desse projeto era enfraquecer movimentos socialistas que tinham 
apoio popular. Após o Seguro-Doença, ocorreu também o Seguro 
Contra Acidentes deTrabalho (1884) e o Seguro de Invalidez e Velhice 
(1889). O financiamento desses seguros era tripartido, mediante 
prestações do empregado, do empregador e do Estado.
Constata-se que, em vários lugares do mundo, foram surgindo normas jurí-
dicas de proteção social. O objetivo dos seguros sociais de Bismarck era o de 
transformar o benefício previdenciário em direito subjetivo do trabalhador. As-
sim, a Lei de Bismarck é considerada o marco inicial da previdência no mundo, 
dado que, nesse momento, ela contém as regras básicas do sistema previden-
ciário no mundo que são compulsoriedade e filiação de natureza contributiva. 
No entanto, no Brasil, após seu descobrimento, em 1500, o povo e sua base 
estrutural foi se desenvolvendo ao longo dos tempos. 
8
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
FIGURA 3 - SURGIMENTO DAS NORMAS BRASILEIRAS
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Dessa forma, em 1543, surgiram as primeiras manifestações acerca do tema 
Seguridade, resultando na criação da primeira Santa Casa de Misericórdia. O 
responsável pela criação da Santa Casa de Misericórdia foi Brás Cubas – fidalgo 
português –, criando a primeira Santa Casa na atual cidade de Santos, conside-
rada a primeira instituição assistencial do nosso país. 
No entanto, surge, em 1808, o Montepio, com conceitos mais claros sobre apo-
sentadoria, para a guarda de Dom João VI. De acordo com Romano (2017):
As formas de montepios são as manifestações mais antigas de Previdência 
Social. Montepios são instituições em que, mediante o pagamento de cotas, 
cada membro adquire o direito de, por morte, deixar pensão pagável a 
alguém de sua escolha. O primeiro montepio surgiu em 22 de junho de 1835, 
o Montepio Geral dos Servidores do Estado (Mongeral), que funcionou através 
de mutualismo, ou seja, um grupo de pessoas associou-se e contribuiu, 
a fim de que fosse formado um fundo para a cobertura de determinados 
infortúnios. (ROMANO, 2013. p.30) 
Dessa forma, no Brasil, a ideia de Seguridade surgiu com os “socorros públi-
cos”. Isso originou-se conforme previsto na Constituição de 1824. Tais ativida-
des eram desenvolvidas pela iniciativa privada, com colaboração das Santas 
Casa de Misericórdia, como acontecia em Santos em 1553. 
9
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Na questão previdenciária, primeiramente, surgiu o Montepio Geral dos Ser-
vidores do Estado instituído em 1853 de caráter privado e, posteriormente, a 
Constituição de 1891 estabeleceu expressamente a aposentadoria por invali-
dez aos funcionários a serviço da nação.
Com a Constituição brasileira de 1891, surgiram instrumentos normativos in-
fraconstitucionais importantes, tais como o Decreto n. 9.284/1911, que criou a 
Caixa de Pensões dos Operários da Casa da Moeda, e o Decreto n. 3.274/1919, 
que regulou as obrigações resultantes dos acidentes no trabalho.
A transição da simples beneficência para a assistência 
pública, no Brasil, demorou aproximadamente 
quase três séculos, pois a primeira norma sobre 
assistência social só veio imprimida na Constituição 
de 1824. A Constituição Imperial de 1824 foi a primeira 
manifestação legislativa brasileira que falou sobre 
assistência social, que previa no Art. 179, inciso XXXI:
Art. 179. A inviolabilidade dos Direitos Civis, e Políticos dos 
Cidadãos Brasileiros, que tem por base a liberdade, a 
segurança individual, e a propriedade, é garantida pela 
Constituição do Império, pela maneira seguinte:
[…] XXXI. A Constituição também garante os socorros públicos 
(BRASIL, 1824)
A Constituição de 1891 traz o termo aposentadoria em norma constitucional 
que prevê a aposentadoria dada aos funcionários públicos em caso de invali-
dez no serviço da Nação. Ocorre que, em 1919, inicia-se, no Brasil, a legislação 
que trata de acidentes do trabalho. Após isso, observa-se a criação do marco 
da Previdência Social no Brasil em 1923, a Lei Eloy Chaves é publicada – Decre-
to Legislativo n. 4.682, de 24 de janeiro – e foi nomeada assim em referência ao 
nome do autor da proposta, o deputado Eloy Chaves.
10
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
FIGURA 4 - SURGIMENTO DA PREVIDÊNCIA
 
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Essa referida lei foi responsável pela criação da Caixas de Aposentadoria e Pen-
sões (CAP) para os ferroviários, marcando fortemente o início da Previdência 
Social no Brasil. Tal fato contribuiu para que surgissem outras normas regula-
mentando os demais setores da economia no país, como portuários, serviços, 
indústria, telégrafos etc., surgindo uma CAP para cada empresa que gerencia-
va e controlava as participações de seus próprios empregados. Era, enfim, uma 
administração colegiada ou gestão compartilhada como existe ainda hoje. As-
sim, a Lei Eloy Chaves criou e diversificou os institutos de previdência como 
Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAP), unificando às CAPs que era uma 
empresa em um instituto que abrangia toda a categoria profissional. Em 1933, 
surgiu o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Marítimos (IAPM); na sequ-
ência, tivemos os Comerciários, Bancários, Industriários, e assim por diante. Os 
Institutos eram autarquias públicas em âmbito nacional. Em 1934, foi promul-
gada uma nova Constituição Federal, que criou a obrigatoriedade do Custeio 
Tripartite e a noção do “risco social” (doença, invalidez, velhice e morte).
11
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
1.3 TRABALHO E RISCO SOCIAL
Para a compreensão do que significa risco social no trabalho, devemos com-
preender a sociedade atual sob enfoque nas políticas públicas. A sociedade 
contemporânea passou a se envolver mais diretamente com o risco após os 
variados avanços tecnológicos. As modificações ocorridas no nosso perfil de 
sociedade conseguiram resolver um tipo de risco, mas acabaram por criar ou-
tros mais complexos. Tal fato ocasionou o que chamamos de sociedade de 
risco. Entretanto, esses riscos alcançam a todos de forma incisiva, cedo ou 
tarde, todos enfrentaram riscos sociais, ambientais, entre outros desse ramo. 
Nesse contexto, percebe-se que, com o envelhecimento da população, a Se-
guridade Social necessita de novas adequações, de forma que as políticas pú-
blicas reduzam os efeitos desses riscos sobre a sociedade. É, ao menos, o que 
deveria ocorrer com o planejamento e a execução das políticas públicas em 
matéria previdenciária, de saúde e de assistência social. Para isso, na área da 
saúde, por exemplo, políticas públicas voltadas aos idosos têm sido desenvol-
vidas, com a regulamentação de seus direitos e o estabelecimento de progra-
mas de prevenção e atenção a doenças.
FIGURA 5 - RISCO SOCIAL
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
12
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
O risco social de não ter suas necessidades básicas atendidas, como alimenta-
ção, vestuário e transporte, pode ser ilustrado nessa pirâmide. No Brasil, exis-
tem pessoas as quais nem as necessidades básicas são atendidas como, por 
exemplo, no campo da assistência social, que vem atuando na identificação 
das pessoas em situações de vulnerabilidade social, cujo conceito passou por 
enorme modificação nos últimos anos em decorrência da alteração dos riscos 
existentes. Enquanto em décadas passadas, havia uma grande preocupação 
com pessoas de baixa renda, por estarem mais próximas do conceito de vul-
nerabilidade social. Mais recentemente, a assistência social passou a dar gran-
de importância para o atendimento a casos envolvendo o vício em drogas e 
álcool, esses diretamente relacionados também a políticas de saúde pública e 
previdência. O problema com as drogas, no Brasil, já é considerado uma ques-
tão de saúde pública.
Na Previdência Social, os riscos sociais foram expressamente previstos na Constitui-
ção Federal de 1988. Após esta, foram criadas a Lei n. 8.212/91 e a Lei n. 8.213/91, que 
regulamentaram, respectivamente, questões de custeio e benefícios.
Nesse contexto, pode se definir risco como um fato imprevisível e que ocorre-rá no futuro, em momento incerto, com condições de causar dano a alguém. 
Logo, a Previdência Social, por sua natureza de conceder benefícios ou servi-
ços, deve mitigar esses riscos, dando respaldo financeiro ao segurado e seus 
dependentes caso corra algum fato que por ela deva ser amparado. A Consti-
tuição Federal de 1988 afirma o seguinte em seu art. 201: 
Art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, 
de caráter contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que 
preservem o equilíbrio financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a: 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
I - cobertura dos eventos de doença, invalidez, morte e idade avançada; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - proteção à maternidade, especialmente à gestante; (Redação dada pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
IV - salário-família e auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de 
baixa renda; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
V - pensão por morte do segurado, homem ou mulher, ao cônjuge ou 
companheiro e dependentes, observado o disposto no § 2º. (BRASIL, 1988)
13
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Nesse artigo, a Constituição Federal menciona que os benefícios previdenciá-
rios deveriam proteger os segurados em caso de doença, invalidez, morte avan-
çada, maternidade e desemprego. Pela Emenda Constitucional 20/98, passou 
a ser previsto, também, em âmbito constitucional, o salário-família e auxílio-
-reclusão para os dependentes de segurados de baixa renda.
Para aprofundar o assunto, podemos ler um artigo 
sobre o risco social e o direito previdenciário em 
tempo de reforma. Veja no link: SILVA, C. A. F. O 
risco social e o direito previdenciário em tempo 
de reforma. Disponível em: https://www.migalhas.
com.br/dePeso/16,MI265269,71043-O+risco+social+e
+o+direito+previdenciario+em+tempo+de+reforma. 
Acesso em: 20 nov. 2019.
1.4 DA ASSISTÊNCIA AO DIREITO SUBJETIVO À 
PROTEÇÃO SOCIAL
Alguns eventos, na vida de uma pessoa, como doença, idade avançada, prisão, 
maternidade, desemprego, invalidez, entre outros, refletem na capacidade la-
borativa do indivíduo, alteram sua vida financeira, impedindo-o, de forma tem-
porária ou definitiva, de buscar seu sustento, devendo o Estado prever a forma 
de amparo dele. É conhecida a afirmação segundo a qual o Brasil é um Estado 
Democrático de Direito. Isso significa afirmar que o Brasil respeita direitos hu-
manos e garantias fundamentais. Em nossa atual conjuntura, percebemos um 
Estado que visa à proteção da população, ofertando serviços de saúde gratuita-
mente, benefícios assistenciais para a população necessitada (como exemplo, 
o Bolsa-Família), pelo menos, o mínimo, garantindo a dignidade humana e as 
garantias fundamentais. Dessa forma, temos proteção social.
https://www.migalhas.com.br/depeso/265269/o-risco-social-e-o-direito-previdenciario-em-tempo-de-reforma
14
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
FIGURA 6 - ASSISTÊNCIA
Fonte: Plataforma Deduca (2019).
Assim, a Seguridade Social é formada por um conjunto de ações integradas 
tanto da sociedade quanto em todos os poderes, com a finalidade de efetivar 
os direitos relativos à saúde, à assistência e à Previdência Social, formando o 
arcabouço de proteção social. Esse sistema é alicerçado por princípios e regras, 
com a finalidade única de dar suporte normativo e estruturado na Constitui-
ção, caso resulte em uma ação por parte da sociedade e do Estado no caso 
de ocorrências contingenciais na sociedade, garantindo ao beneficiário dessa 
rede de proteção social a preservação dos direitos mínimos e básicos, para que 
ele sobreviva com dignidade. 
15
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Para aprofundar o assunto, podemos ler um artigo 
sobre o direito fundamental à segurança social e 
seu panorama na ordem constitucional brasileira. 
Basta acessar o link: CARVALHO, O. F. Direito 
fundamental à segurança social e seu panorama 
na ordem constitucional brasileira. 2015. Revista 
do Direito Público. UEL, Londrina, v. 10, n. 3, p. 213-
228 set. /dez. 2015.
1.5 EVOLUÇÃO DA PROTEÇÃO SOCIAL NO BRASIL
Após a Lei Eloy Chaves, foram criados diversos institutos de aposentadorias até 
chegar à criação do INSS, em 1993. Resumidamente, pode-se citar:
• Década de 1930: Criação do IAP, unificando às CAPS.
• Ano de 1933: Criação do Instituto de Previdência dos Marítimos (IAPM).
• Ano de 1934: Promulgação de uma nova Constituição Federal, que criou o 
Custeio Tripartite, com Estado, empregador e trabalhadores contribuindo 
para o sistema previdenciário, até hoje vigente.
• Ano de 1946: Nova Constituição e, nela, surge a expressão Previdência Social, 
cobrindo eventos morte, invalidez, velhice, doença e maternidade.
• Ano de 1960: Publicação da Lei n. 3.807, de 26 de agosto, chamada de Lei 
Orgânica da Previdência Social (LOPS), unificando, de forma legislativa, as 
contribuições e os critérios de concessão dos benefícios por aqueles diversos 
IAPs (denominamos unificação legislativa).
• Ano de 1966: Publicação do Decreto-Lei n. 72, de 21 de novembro, ocorrendo 
a unificação administrativa daqueles diversos Institutos – IAPs, dando origem 
ao Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), que antecede ao atual 
Instituto Nacional do Seguro.
• Ano de 1977: Surgimento do Sistema Nacional de Previdência e Assistência 
Social (SINPAS), composto por seis órgãos: INAMPS (prestava assistência 
médica); IAPAS (administração previdenciária, tinha encargo de fiscalizar, 
cobrar contribuições previdenciárias); INPS (responsável pelos benefícios 
16
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
previdenciários); LBA (Assistência Social); FUNABEM (assistência ao menor); e 
DATAPREV (processamento de dados). O objetivo do SINPAS era a integração 
das atividades da Previdência, Assistência Social e médica.
• Ano de 1988: Promulgação da nossa atual Constituição Federal (CF), surgindo 
a Seguridade Social, prevista nos arts. 194 a 204, compreendendo um conjunto 
integrado de prestações de Saúde, de Previdência Social e de Assistência 
Social, passando as contribuições do Estado a custear essas três áreas.
• Ano de 1990: Publicação da Lei n. 8.029, de 12 de abril, que determinou a 
criação do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que resulta da fusão do 
Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) e do Instituto de Administração 
Financeira da Previdência Social (IAPAS). O INSS tinha, naquele momento, 
as atribuições administrativas relacionadas à arrecadação das contribuições 
sociais previdenciárias e de analisar e conceder os benefícios devidos.
• Ano de 1991: São publicadas as leis que tratam da previdência, a Lei n. 8.212, de 
24 de julho, que organiza a Seguridade Social e cria o seu Plano de Custeio, e 
a Lei n. 8.213, de 24 de julho, que criou o Plano de Benefícios do Regime Geral 
de Previdência Social (RGPS). 
A Previdência Social, no Brasil, passou por várias mudanças e transformações, 
como se pode perceber pelos inúmeros acontecimentos demonstrados, resul-
tando no sistema previdenciário que temos até hoje. 
1.6 PREVIDÊNCIA NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DO 
BRASIL
Após o período de ditadura militar, o Brasil promulgou a sua Constituição de 
1988, ainda em vigor, a qual trouxe um capítulo todo que trata da Seguridade 
Social. Chamada de a “Constituição da Solidariedade e do Bem-Estar Social”, 
manteve a contribuição tripartite entre União, Estados e Municípios e entre 
trabalhadores e empregadores, além de dividir três áreas de atuação: Assistên-
cia Social, Assistência à Saúde e Previdência Social.
Quando de sua promulgação, a Constituição, inspirada pelo Welfare state (Es-
tado de Bem-Estar Social), apresentou texto confuso quanto à contribuição 
da Previdência Social, sendo o texto corrigido poremendas e que ficou da 
seguinte forma:
17
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma 
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos 
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das 
seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, 
incidentes sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, 
a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo 
empregatício; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, 
de 1998)
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998)
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo 
contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral 
de previdência social de que trata o art. 201;  (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 20, de 1998)
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele 
equiparar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) (BRASIL, 1988
Assim, em 1990, a Previdência Social foi assumida pelo INSS, o atendimento 
médico passou a ser pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, em 1991, a Lei n. 
8.213 dispôs sobre os Planos de Benefícios da Previdência Social.
A reforma da Previdência Social, em 1998, apresentou emenda à Constituição, 
estabelecendo a aposentadoria por tempo de contribuição, e não mais por 
tempo de serviço, assim como os salário-família e auxílio-reclusão passaram a 
ser devidos apenas ao dependente segurado de baixa-renda.
Emendas posteriores vieram para modificar a aposentadoria em relação aos 
funcionários públicos (Emenda Constitucional n. 41 e 47); e a Lei n. 10.710/03 
retirou a obrigação do Estado e passou às empresas a responsabilidade pelo 
pagamento do salário-maternidade às gestantes durante todo o período de 
afastamento.
Assim, a mudança relevante, na legislação brasileira, em relação à Previdência 
Social mais recente, até o momento, foi a de 2009, pelo Decreto n. 6.765, o 
qual instituiu o piso e o teto do benefício previdenciário.
18
GINEAD
SEGURIDADE SOCIAL: PREVIDÊNCIA SOCIAL
GINEAD
CONCLUSÃO
Esta unidade teve como objetivo apresentar a Seguridade Social e sua evolu-
ção ao longo do tempo bem como contribuir para uma reflexão sobre o en-
velhecimento da população brasileira e a necessidade de se buscar normas e 
leis que considerem os riscos sociais aos quais nossa população está inserida.

Mais conteúdos dessa disciplina