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TALASSEMIAS: As talassemias são um grupo heterogêneo de anemias hemolíticas herdadas caracterizadas pela deficiência ou ausência da produção de uma das cadeias de globina da hemoglobina. Isto leva a uma síntese da cadeia da globina desequilibrada, que é a marca registrada de todas as síndromes talassêmicas. EPIDEMIOLOGIA → São os distúrbios gênicos isolados + comuns na população mundial. → O número estimado de portadores excede aos 270 milhões → Mais de 300.000 crianças nascem a cada ano com uma das síndromes de talassemia ou uma das variantes estruturais de hB. → A frequência extremamente reflete seleção natural mediada pela resistência relativa contra malária por Plasmodium falciparum. → + frequentes nos países do sudeste e sul da Ásia, do Oriente Médio, Mediterrâneo e norte e centro da África Fatores Genéticos Seis tipos diferentes de cadeias de globina (α, β, γ, δ,?, ζ) são encontrados na hemoglobina humana em diferentes estágios de desenvolvimento. → No embrião na fase inicial, a síntese de hemoglobina é restrita para o saco vitelino e para a produção de Hb Gower 1, Gower 2 e Portland → 8 semanas de gestação, o fígado fetal assume o controle, sintetizando HbF e uma pequena quantidade (<10%) de HbA. → 18 semanas e o nascimento, o fígado é progressivamente substituído pela MO. Isto é acompanhado nos últimos estágios da gestação com a troca recíproca na produção de HbF e HbA; BETA-TALASSEMIAS: → É a forma mais comum de talassemia no Brasil, sendo a terceira hemoglobinopatia registrada (- que a AF e a hemoglobinopatia SC). → Mundialmente a doença se concentra nos países do Mediterrâneo. Mas também é identificada com certa frequência no norte da África, em países do Oriente Médio e nos negros dos EUA. FISIOPATOLOGIA: Ocorre diminuição da produção de cadeias beta, o que acarreta um excesso de cadeias alfa. → O gene de cadeia beta de globina está presente no cromossomo 11, juntamente com os genes das outras cadeias globínicas não alfa (cadeia delta ou dulta e cadeia gama). Sendo assim, os genes dessas 3 cadeias compõem o chamado halóptipo (grupo de genes) do grupamento beta globínico. Essas diversas mutações só podem determinar 2 tipos de genes B- talassemicos: I. Gene β0: gene totalmente incapaz de produzir cadeia beta II. Gene β+: gene que produz uma pequena quantidade de cadeia beta, mas inferior ao normal. Sendo assim, os possíveis genótipos que podem ser encontrados são: β/ β (indivíduo normal) Consequências: Cadeias alfa são insolúveis e precipitam nos precursores eritrocitários, causa a maturação defeituosa e destruição, principalmente intramedular → As células anormais que não são destruídas na medula óssea e caem no sangue periférico são removidas pelo baço e pelo fígado. → O baço aumenta e exacerba a anemia pela hemodiluição. → A anemia grave resultante desse processo estimula a produção de eritropoetina, causando expansão da MO e hematopoese extramed. Essa expansão leva a anormalidades esqueléticas e alterações metabólicas diversas: → A hematopoese acelerada induz sinalização para aumentar a absorção de ferro no nível intestinal. → A ferroportina e a hepcidina são proteínas críticas na regulação dos mecanismos de absorção e movimentação do ferro pelo organismo. → Esse processo, associado à sobrecarga de ferro iatrogênica, secundária ao tratamento transfusional ao longo da vida, leva à hemocromatose tecidual e suas complicações. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS: Devido à síntese da cadeia β ser totalmente ativada somente após o nascimento, as talassemias β não são expressas intrauterina; elas se manifestam durante o primeiro ano de vida. Beta Talassemia Major (Anemia de Cooley) O tipo mais clássico irá se desenvolver no gene homozigoto para β0/ β0. A ausência completa, ou quase completa de cadeia beta permite a formação de uma quantidade expressiva de complexos de cadeia alfa que irão provocar destruição celular. Como dos 3-6 meses de idade a Hb predominante é a HbF. A partir dessa idade então, a doença se instala com anemia grave: → Icterícia, → Proliferação e maturação de eritroblastos (hiperplasia eritroide) → Expansão da medula óssea, levando clássicas deformidades ósseas talassêmicas (proeminência dos maxilares, aumento da arcada dentária superior com separação dos dentes e bossa frontal). → Reservas metabólicas são utilizadas para suprir, funções afetadas como o crescimento e a resposta imunológica: há baixa estatura, disfunção endócrina, inanição e suscetibilidade a infecções. → Pela hemólise crônica as crianças talassemicas estão sujeitas à litíase biliar e a úlceras maleolares. → Hepatoesplenomegalia: a hemólise crônica e pela eritropoese extramedular em que baço e fígado retomam sua produção de células eritroides como na vida fetal. → No RX de crânio é possível observar expansão medular com alargamento de cortical, alargamento da cavidade medular e o “hair- on-end”. → Transfusões regulares durante longos anos leva a uma sobrecarga de ferro no organismo gerando = Hemocromatose Transfusional. Na hemocromatose transfusional há ferro acumulado em diversos órgãos e tecidos, provocando morte celular e disfunções orgânicas. Os órgãos mais afetados são: fígado, sistema endócrino, pele e coração. Isso promove agravamento da hepatoesplenomegalia, coloração bronzeada da pele, hipogonadismo, DM e ICC refratária. O paciente geralmente vem a falecer devido a arritmias cardíacas ou falência cardíaca. O início precoce com o quelante de ferro aumenta a sobrevida. Laboratório → VCM entre 48-72 fL // CHCM entre 23-32 g/dL → Hiperbilirrubinemia indireta, aumento do LDH, redução da haptoglobina, reticulose → Esfregaço de sangue periférico: ansiopoiquilocitose (predomínio de hemácias microcíticas e hipocrômicas), hemácias em alvo, presença de eritroblastos. → Hiperplasia eritroide exagerada. Beta-Talassemia Intermedia → É um quadro mais brando, pois esses pacientes possuem produção intermediária de cadeia beta normal pelos seus eritroblastos. → O diagnóstico geralmente é feito na adolescência ou na fase adulta. → São indivíduos cronicamente anêmicos, com a Hemoglobina entre 6- 9g/dL (hematócrito entre 18-27), deformidades ósseas características, icterícia intermitente, episódios de litíase biliar recorrente e esplenomegalia → O crescimento e o desenvolvimento e fertilidade estão preservados. → A absorção de ferro intestinal também está aumentada (3-10 vezes em relação ao normal), pelo mec. semelhante a talassemia major. → Os sinais e sintomas da hematomacrose só aparecem após os 30 anos, e não ser quando é prescrito sulfato ferroso indevidamente. → Os achados laboratoriais são idênticos aos da beta talassemia major, o que muda é apenas o grau de anemia. Beta- Talassemia Minor → É uma entidade benigna, sendo que o médico não deve confundir a talassemia minor com a anemia ferropriva. → Esses pacientes são heterozigotos. (β+/ β ou β0/ β). → Também é chamada de Traço talassêmico. → Se 2 indivíduos com talassemia minor tiverem prole, a chance de terem um filho com beta-talassemia major ou intermediaria é de 25%. 25% de nascer normal e 50% de nascer com traço talassemico. → Esses pacientes são assintomáticos, sendo que geralmente a anemia é descoberta acidentalmente pelo hemograma. → Alguns pacientes apresentam anemia discreta (Hb menor que 10g/dL) e outros nem apresentam anemia. Há microcitose (VCM entre 60-75 fL), Hipocromia (HCM entre 18-21 pg), sangue periférico com hemácias em alvo e pontilhado basófilo. DIAGNÓSTICO → Exame padrão ouro: Eletroforese de Hb. → Esse exame irá quantificar proporcionalmente os tipos de Hb presentes no homogeneizado de hemácias do paciente. → Nas beta-talassemias haverá pouca ou ausência de cadeia β, e as outras cadeias não-alfa sesobressaem (HbA2 e HbF). O percentual de HbF depende do grau de deficiência da cadeia beta. TRATAMENTO Beta- Talassemia major Hipertransfusão crônica: controle da hiperplasia eritroide desordenada, pois retira o estímulo anêmico à produção renal de eritropoietina, além de fornecer hemácias com Hb normal (HbA). → Essa hipertransfusão é feita a cada 3-5 semanas com o objetivo de manter a Hb média em 12g/dL e mínima de 10g/dL. → Para reduzir reações hemolíticas e febris, o Banco de Sangue dá preferência a sangue de doadores da mesma etnia. → Com esse tratamento as crianças recuperam o crescimento e o desenvolvimento, reduzindo riscos de infecções e controlando a hepatoesplenomegalia, ou seja, há uma melhora na qualidade de vida e redução da mortalidade, sendo que elas chegam a adolescência sem muitos problemas. Reposição de ácido fólico. Esplenectomia: recomendável sempre que as necessidades de transfusão aumentam em mais de 50% em um ano ou ultrapassem 200 mL/Kg/ano. Toda criança candidata deve ter no mínimo 6-7 anosde idade e deve estar imunizada para pneumococo, hemófilo tipo B e meningococo. Efeitos adversos da terapia: hemocromatose. Por isso faz-se terapia com quelante de ferro- Deferoxamina. → A avaliação da sobrecarga de ferro deve ser feita através da dosagem de ferritina, ferro sérico e saturação da transferrina e quantificação do ferro no parênquima hepático. A ferritina sérica deve permanecer abaixo de 1000 ng/mL. Transplante alogênico de medula (células tronco): Tem excelentes resultados na beta talassemia major quando indicada corretamente. → Indicada em crianças sem hepatomegalia e fribrose periportal ou com hepatomegalia OU fibrose periportal, quando há os dois juntos não é indicado. Beta-Talassemia Intermedia e Minor → Beta-talassemia intermedia: acompanhamento para uma avaliação contínua de sintomas, funções cardíacas e sobrecarga de ferro. Reposição de ácido fólico. → Muito pacientes, mesmo sem hemotransfusão podem evoluir para hemocromatose (por aumenta da absorção intestinal de ferro). Hemotransfusão indicada para sintomáticos e para aquele com sinais de ICC. A terapia com quelante de ferro está indicada quando a ferritina sérica é superior a 1000 ng/mL. A talassemia minor não exige tratamento, somente orientação e aconselhamento genético com estudo de mutações do casal para não ter filhos com talassemia. ALFA-TALASSEMIAS: → Tem elevada prevalência em localidades no sudeste da Ásia e na China, e em populações originárias da costa oeste da África (negros). → Também pode ser encontrada esporadicamente na India, Oriente Médio, Itália, Grécia e Nordeste da Europa. Mecanismos Genéticos → Há 4 genes da cadeia alfa de globina dispostos no cromosso 16, sendo 2 alelos em cada braço cromossomial. → Enquanto que as beta talassemias ocorrem por mutações pontuais qualitativas nos genes beta as alfa-talassemias decorrem de deleção de um ou mais genes alfa. O genótipo normal dos 4 genes alfa é epresentado por: αα/αα. Sendo assim há apresentação de varrições desse genótipo: 1) αα/α_ (1 deleção): carreador assintomático 2) αα/__ (2 deleções): alfa-talassemia minor heterozigótica 3) α_/α_ (2 deleções): alfa-talassemia minor homozigótica 4) α_/__ (3 deleções): Doença de HbH 5) __/__ (4 deleções): Hidropsia fetal. → O alelo α0 (representado por __) é uma deleção de ambos os genes alfa do braço cromossomial. → O alelo α+ (representado por α_) é uma deleção de apenas um gene alfa no braço cromossomial. Os sintomas da doença só irão se manifestar a partir de 3 deleções. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Hidropsia Fetal Representa a ausência completa de cadeias alfa e é incompatível com a vida extrauterina. O resultado será um natimorto ou um nascimento de bebê com hidropsia fetal que é muito fatal. → A única cadeia que pode substituir a alfa fica exclusiva da vida intrauterina. A partir da vida extrauterina é necessário a cadeia alfa para a sínte de HbF (α2γ2). → Sem nenhuma cadeia α, há formação de um tretamero de cadeias gama = Hb Barts. → Essa nova Hb é muito ávida ao oxigênio, não sendo possível a entrega corre do gás para os tecidos. Isso gera hipóxia, falência cardíaca e edema fetal (Hidropsia). Doença da HbH A ausência de 3 genes permite o nascimento da criança sem maiores problemas mas com a presença de anemia. Isso gera hemólise extravascular moderada e eritropoese moderada eficaz. → Os pacientes chegam a fase adulta sem necessidade de hemotransfusão. Apresentam esplenomegalia, anemia moderada microcítica e hipocrômica. → A sobra de cadeias beta NÃO possui efeito tóxico grave, formando então um tetrâmero de cadeias beta denominada de HbH. Alfa-Talassemia Minor → Pacientes assintomáticos mas com microcitose e hipocromia. → VCM de 72 fL → CHCM de 31 g/dL. DIAGNÓSTICO → Eletroforese de Hb: confirma diagnóstico de Hidropsia fetal mostrando Hb Barts e ausência de HbA. Diagnostica também a HbH. A alfa-talassemia é mais difícil de diagnosticar. → Além da eletroforese, confirma o diagnóstico pelo exame de síntese de alfa globina reticulocitária por estudo ou mapeamente genético. TRATAMENTO Só está indicado em casos de Doença da HbH (observar indicações para hemotransfusão, quelação de ferro e esplenectomia, além de reposição de ácido fólico). DINÂMICA NEUTROFÍLICA NORMAL: Os neutrófilos se originam de células progenitoras multipotentes na medula óssea que também dão origem aos eritrócitos, megacariócitos, eosinófilos, basófilos e monócitos... Os precursores de neutrófilos na medula amadurecem em 6 a 10 dias para formar um pool de armazenamento de neutrófilos maduros O pool de neutrófilos circulantes representa apenas aproximadamente 5% do total de neutrófilos do corpo. → Dos quais um pouco mais da metade são aderentes, em dado momento, ao endotélio vascular e ao baço = marginação. Esses neutrófilos marginais são posicionados para liberação imediata na circulação durante momentos de estresse. → Os neutrófilos remanescentes circulam livremente no sangue, onde eles podem sobreviver por 6 a 12 horas, ou migram para os tecidos, onde podem sobreviver por 1 a 4 dias. A contagem periférica normal de glóbulos brancos (CGB) varia entre 4.500/µL e 10.000/ µL, com uma média de 7.500/µL e é composta de neutrófilos, linfócitos, monócitos, basófilos e eosinófilos. Como os neutrófilos geralmente representam cerca de 60% dos leucócitos periféricos, a alteração na CGB normalmente reflete na elevação ou redução da contagem absoluta de neutrófilos LEUCOCITOSE: A maioria dos casos é reacional ou SECUNDÁRIOS a um processo inflama. → Infecção: Muitas das infecções bacterianas agudas se apresentam com uma leucocitose discreta com “desvio à esquerda”, ou seja, com circulação de células mieloides imaturas, associado à liberação de um número maior de bastonetes; → Inflamação crônica: artrite reumatoide juvenil, artrite reumatoide, doença de Still, doença de Crohn, colite ulcerativa, infecção granulomatosa e hepatite crônica. A elevação da contagem de leucócitos e neutrófilos nestes casos é mais moderada do que na infecção aguda ou inflamação → Tabagismo: pode causar leucocitose e neutrofilia em cerca de 25% a 50% dos fumantes crônicos, e pode persistir por no máximo 5 anos depois do abandono do tabagismo → Estresse: Após exercício, cirurgia ou estresse, pode-se observar uma elevação no número de neutrófilos circulantes. Presume-se que isto ocorra devido aos efeitos das catecolaminas sobre os neutrófilos marginais, com a liberação de neutrófilos para a circulação. → Drogas: elevações da CGB e da contagem de neutrófilos em particular incluem os β agonistas e o lítio. Tratamento com G-CSF ou GM-CSF também resulta em neutrofilia → Neoplasia não hematológica: Alguns tumores (pulmão, língua,rins, a bexiga) parecem secretar G-CSF por si só como um fator de crescimento hematopoético ectópico → Estimulação da medula: A destruição periférica de hemácias e plaquetas, como visto na anemia hemolítica e púrpura trombocitopênica idiopática, pode estimular a medula óssea e se refletir em Leucocitose → As causas PRIMÁRIAS de neutrofilia → Neutrofilia hereditária: doença genética autossômica dominante caracterizada por uma contagem elevada de leucócitos → Síndrome de Down: Até 10% dos pacientes com síndrome de Down desenvolvem uma doença mieloproliferativa transitória (DMT) relacionada à leucocitose de sangue periférico com os blastos e acúmulo de megacarioblastos no sangue, fígado e medula óssea → Deficiência de adesão leucocitária (LAD): defeitos de ativação de neutrófilos. É uma anormalidade da adesão leucocitária como reflexo da perda de moléculas de adesão da superfície. → Pós-plenectomia: isso pode ser de longa duração, em função da perda de um importante local de marginação neutrofílica. → Leucemia mieloide crônica e trombocitemia essencial [TE]: Eles são os principais distúrbios hematológicos primários adquiridos associados à neutrofilia. Eles são caracterizados pela expansão clonal de precursores mieloides e aumento da liberação de células mieloides imaturas e maduras para o sangue periférico] MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS E DIAGNÓSTICO LEUCOPENIA: A neutropenia pode ser reflexo de baixos números de neutrófilos circulantes com reserva neutrofilica baixa ou normal. → O risco de infecção na configuração da neutropenia, é altamente dependente do tamanho do grupo de armazena. de neutrófilos. É definida por uma contagem absoluta de neutrófilos de menos de 1.500/µL, pacientes com contagens de neutrófilos abaixo deste número podem ter diferentes riscos e taxas de infecção dependendo da causa da neutropenia Causas Primárias da Neutrofilia → Neutropenia Étnica ou Benigna Familiar: observada em grupos étnicos (afro-americanos, judeus iemenitas...). A faixa de normalidade da contagem de neutrófilos é geneticamente determinada e pode ser variável. → Neutropenia congênita severa: distúrbio de neutropenia grave com contagem de neutrófilos abaixo de 500/μL, apresenta-se no período neonatal com infecções bacterianas recorrentes. → Neutropenia Cíclica: caracterizada como períodos de neutropenia (abaixo de 200/μL) que duram de 3-5 dias e ocorrem em intervalos de aproximadamente 21 dias. Pode ocorrer então febre recorrente, feridas na boca, infecções na pele, trato respiratório superior e orelhas. Diagnóstico feito com contagens sanguíneas a cada 2-3 semanas ou sequenciamento do gene elastase neutrofílica. Ela é tratada com sucesso com G-CSF. → Outras Síndromes congênitas: Síndrome de Shwachman-Diamond, Anemia de Fanconi, Disqueratose congênita, doença de armazenamento de glicogênio Ib, mieloatexia, síndrome de Chediak- Higashi, Síndrome de Grisceli II e Síndrome de Hermansky Pudlak II. Causas Secundárias de Neutropenia → Relacionada a infecção: infecções por varicela, sarampo, rubéola, hepatite A e B, vírus Epstein-Barr, influenza, parvovírus, citomegalovírus, HIV → Neutropenia induzida por droga: A neutropenia induzida por droga é a causa mais comum de neutropenia. Geralmente ocorre após 1-2 semanas após a exposição à droga. Alguns medicamentos: dipirona, captopril, metimazol, quinidina, ranitidina, penicilina G, oxacilina, rituximuab, dapsona, sulfassalazina etc. → Neutropenia Imune: Ocorre devido a ação de anticorpos (IgG) que atuam contra antígenos específicos dos neutrófilos. Pode ser primária (+ crianças) ou secundária (+ adultos) sendo essa última associada a doenças secundárias como LES, artrite reumatoide, granulomatose de wegner etc. Curso autolimitado da doença. Raramento se usa G-CSF só em casos de infecções graves. → Neutropenia por deficiência nutricional: principalmente B12, folato, cobre, gerando mielopoiese ineficaz = anemia megaloblástica. → Neutropenia Idiopática crônica: Eles não possuem evidências de doença autoimune, deficiência nutricional, ou mielodisplasia. É heterogênea, com ampla variedade de contagens de neutrófilo. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS A neutropenia em si não é associada a muito sinais clínicos e sintomas, mas ela se torna evidente quando resulta em alguma infecção. Pacientes com contagem absoluta de neutrófilos (CAN) abaixo de 1.000 μL apresentam risco leve de infecções, enquanto o risco se agrava muito em pacientes com neutrófilos abaixo de 500/μL. Por esse falta de neutrófilos os sinais e os sintomas das infecções podem estar atenuados, mas a febre geralmente sempre estará presente. DIAGNÓSTICO → Anamnese (principalmente saber quais fármacos o paciente usa) + Exame Físico (febre). → Hemograma // Esfregaço de sangue periférico: elevação de bastonetes e evidência de granulação tóxica. → Analisar níveis de B12 e folato → Avaliar tamanho do baço (esplenomegalia). → Em pacientes com neutropenia crônica na ausência de histórico de infeções ou deficiência de vitaminas: exame da medula óssea. TRATAMENTO O manuseio da neutropenia depende da etiologia → A neutropenia febril é uma emergência clínica: risco de choque séptico: deve-se avaliar minuciosamente o paciente e iniciar antibioticoterapia (ciprofloxacina), antifúngicos e antivirais. Neutropenia afebril: → Neutropenia imunomediada são tipicamente tratados com terapia imunossupressora (corticoides ou ciclosporina) → Pacientes em geral: G- CSF (Fator de estim. de colônia de granulócito → Pacientes com neutropenia congênita: G-CSF durante anos. Neutropenia inflamatória, infecciosa ou induzida por fármacos: tratar condição subjacente e suspender medicação. OBS.: Muitas diretrizes recomendam o uso profilático de G-CSF em pacientes que estão recebendo quimioterapia que tem chances de desenvolver uma neutropenia febril. Além disso, é recomendada para uso durante recebimento de transplante hematopoiético de células tronco para pacientes com linfoma não hodgin, quimioterapia ou histórico de neutropenia febril. transplante de medula óssea pode ser curativo para uma série de neutropenias congênitas, mas é reservado apenas para pacientes com neutropenia grave e complicada por infecções recorrentes mostrando estar em falência medular. ESTIMULADOR DA PRODUÇÃO DE LEUCÓCITOS: FILGASTRIM: G CSF humano recombinante. Derivada de uma glicoproteína produzida pela E coli. Aumenta a produção de neutrófilos e potencializa as funções fagocíticas e citotóxicas dos neutrófilos: tem capacidade de mobilizar as células-tronco hematopoiéticas aumentando a concentração no sangue periférico. → Utilizada no tratamento da neutropenia grave pós transplante de células tronco e quimioterapia, pacientes mielodisplasia ou aplasias → Encurta o tempo da neutropenia: diminui a morbidade secundaria a infecções. Diminui a frequência de internações por neutropenia febril Pode ser EV ou SC, administrado diariamente (ou algumas com longa ação 1x 7- 14dias), eficácia depende do problema base, efeitos adversos como dor óssea são frequentes
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