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Pavimentação: Controle de defeitos Apresentação Esta é a última etapa da pavimentação. As estradas são um símbolo da evolução da infraestrutura da sociedade, pois por meio delas conseguimos chegar por terra a lugares mais distantes. Isso foi muito importante no desenvolvimento de povoados, especialmente em relação ao comércio e ao abastecimento de diversos insumos para construções. Contudo, as estradas não são obras que duram para sempre: também elas ficam obsoletas. Por isso, é dever do Engenheiro Civil mantê-las em bom estado de funcionamento, fazendo sua manutenção. Como se faz isso? Identificando os processos de degradação, avaliando sua gravidade e estando apto a restaurá-los, quando necessário. Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender que existem as mais diversas razões para um pavimento apresentar falhas, a exemplo de condições climáticas extraordinárias, previsão de tráfego subdimensionada, lançamento das camadas de base de forma inadequada, etc. Entendendo como essas variáveis afetam o pavimento, você vai se tornar capaz de avaliá-las (aqui, serão apresentadas técnicas de como fazer essa avaliação), além de conhecer os métodos de restauração dos pavimentos danificados. Bons estudos. Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados: Identificar os principais processos de degradação do pavimento.• Avaliar a qualidade de pavimentos existentes.• Reconhecer as técnicas de restauração.• Desafio Um dos trabalhos de um engenheiro de estradas consiste em antever a situação de um pavimento, prevenindo o problema ao invés de remediá-lo. Baseando-se em variáveis, como tipo de pavimento, clima local e tráfego nas vias, o profissional pode indicar as possíveis intempéries a que esse pavimento vai ser exposto. Essa habilidade é desenvolvida com muito estudo e experiência em campo. Para aprimorar isso, são propostos os seguintes desafios: Você é engenheiro de estradas e foi incumbido de analisar dois trechos de ruas da sua cidade. Escolha dois trechos de ruas e faça as seguintes análises: A) Tipo de pavimento. B) Temperatura local. C) Tráfego nas vias (tipo de veículo, utilização e horários com maior movimento). D) Análise do material utilizado na pavimentação. E) Projeção de possíveis defeitos que a via pode apresentar. Infográfico O Infográfico aponta os principais tipos de degradação do pavimento, clique e conheça cada um deles bem como suas prováveis causas. Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino! Conteúdo do livro No século 20, sobretudo em função dos avanços tecnológicos, o ser humano construiu estradas como nunca antes visto. A ciência e a tecnologia seguem avançando nos dias atuais, e fica o desafio de cuidar cada vez melhor das estradas. Para isso, é necessário saber como fazer a manutenção de um pavimento, como avaliar suas patologias e como restaurá-lo - que são exatamente os aspectos apresentados neste capítulo do livro "Construção civil". Seja a manutenção de uma estrada, seja a construção de uma nova via, esse tipo de obra geralmente possui a característica de grande porte. A aparição de degradações, por descuido no projeto ou na execução, encarece e atrasa obras que impactam diretamente na sociedade, o que torna o conhecimento acerca dos defeitos de um pavimento ainda mais importante. Boa leitura! CONSTRUÇÃO CIVIL Alessandra Martins Cunha André Luís Abitante Caroline Schneider Lucio Lélis Espartel Ronei Tiago Stein Vinicius Simionato Catalogação na publicação: Poliana Sanchez de Araujo – CRB 10/2094 C756 Construção civil / Alessandra Martins Cunha ... [et al.]. – Porto Alegre : SAGAH, 2017. 352 p. : il. ; 22,5 cm. ISBN 978-85-9502-048-1 1. Construção civil. 2. Indústria da construção. I. Cunha, Alessandra Martins. CDU 69 Pavimentação: controle de defeitos Objetivos de aprendizagem Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados: � Identificar os principais processos de degradação do pavimento. � Realizar avaliações de qualidade de pavimentos existentes. � Conhecer as técnicas de restauração. Introdução As estradas são um símbolo da evolução da infraestrutura da sociedade. Por meio delas é que as pessoas conseguem chegar a lugares mais dis- tantes por terra. Isso foi muito importante para o desenvolvimento do comércio, de povoados, para o abastecimento de diversos insumos para construções, entre outros fatores. Porém, as estradas não são obras que duram infinitamente. Elas também ficam obsoletas, por isso é que o engenheiro civil deve fazer a sua manutenção. Você sabe como se faz isso? Identificando os processos de degradação, avaliando sua gravidade e estando apto a restaurá-los, quando necessário. Neste texto, você vai aprender que existem as mais diversas razões para um pavimento apresentar falhas, como condições climáticas extraor- dinárias, previsão de tráfego subdimensionada, lançamento das camadas de base de forma inadequada, etc. Entendendo como essas variáveis afetam o pavimento, você vai se tornar capaz de avaliá-las (e aqui serão apresentadas técnicas de como fazer essa avaliação), além de conhecer os métodos de restauração dos pavimentos danificados. Processos de degradação Ao longo do tempo, as propriedades mecânicas de um pavimento vão sendo comprometidas. Isso acontece pois uma estrada está constantemente sendo solicitada, o que torna inevitável que aconteçam processos de degradação. Os principais motivos são: rupturas devido a cargas excessivas e danifica- ções por cargas cíclicas em um mesmo ponto, além da deformação plástica. Todo problema que compromete o revestimento asfáltico – parte visível do pavimento – é chamado de problema funcional, pois pode ser identificado pelo usuário da via, causando desconforto. Exemplos são buracos na pista, trincas e ondulações. Um pavimento degradado implica uma pista de rolamento que acaba por danificar, a longo prazo, os veículos que nela circulam e que não garante segurança ao usuário. Já um pavimento liso e suave implica maior comodidade e segurança para a população. Ruptura por resistência O pavimento é dimensionado para resistir a até uma determinada carga. É possível que ele se rompa caso seja solicitado por uma carga maior que a pré-determinada. Isso pode acontecer por erro na previsão de tráfego da via, por um veículo pesado andar de forma irregular em uma via rápida (projetada apenas para veículos leves) ou por alguma intervenção natural, como um deslizamento de pedras. Diversos ensaios são feitos em laboratório para definir a resistência de um pavimento, como tração direta, compressão diametral e tração na flexão. 273Pavimentação: controle de defeitos Danificação por fadiga A danificação por fadiga ocorre quando há uma microfissuração progressiva que resulta no desenvolvimento de fraturas. Isso acontece devido a uma carga cíclica que incide diversas vezes em um mesmo ponto. O pavimento é dimen- sionado para resistir a uma determinada carga pontual, mas se uma carga um pouco menor ficar incidindo frequentemente, de forma cíclica e por um longo período, ele tende a romper por fadiga. Veículos rodando na pista são um bom exemplo de carga cíclica. Deformação plástica O asfalto aceita certos tipos de deformações. Porém, a cada incidência de carga, também ocorre uma deformação residual que não retorna à sua condição geométrica inicial. A soma dessas deformações residuais ao longo da vida do pavimento resulta em uma deformação permanente, visível a olho nu. Exemplos de deformação plástica são as zonas com uma depressão onde estão marcadas as trilhas das rodas, afundadas no pavimento por onde os veículos trafegam. Outro exemplo são as zonas de acúmulo de revestimento, como o local onde os ônibus estacionam nas paradas de ônibus. Figura 1. Trincas que podem surgir no asfalto devido à ruptura por resistência ou fadiga. Fonte: Dimedrol68/Shutterstock.com Construção civil274 Efeitos do clima O clima noBrasil varia consideravelmente, ao longo do ano, em determinadas regiões. No Sul, há temperaturas mínimas na média de 3 ºC durante o inverno e máximas de 37 ºC durante o verão. Na região amazônica, há o período de fortes chuvas entre janeiro e fevereiro, enquanto julho é predominantemente seco. Independentemente disso, o pavimento deve ser o mesmo e durar pelo menos 10 anos. Tendo em vista essa situação, é cabível que apareçam defeitos oriundos da variação climática. Alterações diárias de temperatura resultam na mudança de viscosidade do pavimento. Essas flutuações diárias contribuem para os efeitos de deformação residual. A radiação solar também influencia, podendo oxidar o asfalto. Um problema menos comum no Brasil é o congelamento da água que se encontra nas camadas inferiores, dando ao pavimento características rígidas que pre- judicam o funcionamento. Tipos de defeitos O quadro a seguir apresenta os principais defeitos identificados nos pavimentos rígidos e flexíveis e suas causas. 275Pavimentação: controle de defeitos Fe n d as C o d if ic aç ão C la ss e d as fe n d as Fissuras FI - - - Trincas no reves- timento geradas por deformação permanente excessiva e/ ou decor- rentes do fenômeno de fadiga Trincas isoladas Transversais Curtas TTC FC-1 FC-2 FC-3 Longas TTL FC-1 FC-2 FC-3 Longitu- dinais Curtas TLC FC-1 FC-2 FC-3 Longas TLL FC-1 FC-2 FC-3 Trincas interli- gadas “Jacaré” Sem erosão acentu- ada nas bordas das trincas J - FC-2 - Com erosão acentu- ada nas bordas das trincas JE - - FC-3 Trincas no reves- timento geradas por deformação permanente excessiva e/ ou decor- rentes do fenômeno de fadiga Trincas isoladas Devido à retração térmica ou dissecação da base (solo-cimento) ou do revestimento TRR FC-1 FC-2 FC-3 Quadro 1. Resumo dos defeitos – Codificação e classificação. (Continua) Construção civil276 Fe n d as C o d if ic aç ão C la ss e d as fe n d as Trincas interli- gadas “Bloco“ Sem erosão acentu- ada nas bordas das trincas TB - FC-2 Com erosão acentu- ada nas bordas das trincas TBE - FC-3 O u tr o s d ef ei to s C o d if ic aç ão Afunda- mento Plástico Local Devido à fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito ALP da Trilha Devido à fluência plástica de uma ou mais camadas do pavimento ou do subleito ATP De conso- lidação Local Devido à consolidação dife- rencial ocorrente em camadas do pavimento ou do subleito ALC da Trilha Devido à consolidação dife- rencial ocorrente em camadas do pavimento ou do subleito ATC Quadro 1. Resumo dos defeitos – Codificação e classificação. (Continuação) (Continua) 277Pavimentação: controle de defeitos O u tr o s d ef ei to s C o d if ic aç ão Ondulação/Corrugação – Ondulações transversais causadas por instabilidade da mistura betuminosa constituinte do revestimento ou da base. O Escorregamento (do revestimento betuminoso) E Exsudação do ligante betuminoso no revestimento EX Desgaste acentuado na superfície do revestimento D “Panelas” ou buracos decorrentes da desagregação do revestimento e às vezes de camadas inferiores P Remendos Remendo superficial RS Remendo profundo RP Nota 1: Classe das trincas isoladas. Avaliação estrutural Após identificar os problemas que aparecem nos pavimentos, é necessário avaliá-los. Para isso, você deve conhecer o grau de comprometimento em que se encontra o pavimento, para assim poder tomar uma decisão a respeito do que fazer. Além dos problemas já citados, as avaliações estruturais diagnosticam outros fatores, como recalque, penetração de água e perda da capacidade de suporte. (Continuação) Quadro 1. Resumo dos defeitos – Codificação e classificação. Fonte: DNIT (2003). Construção civil278 Nem todas as avaliações são estruturais. O Valor de Serventia Atual (VSA) de uma via é uma avaliação subjetiva criada para classificar o padrão de conforto do rolamento. Periodicamente, avaliadores trafegam na via e classificam o pavimento com notas de 0 a 5. Uma rodovia recém-construída geralmente alcança um patamar entre 4,2 e 4,5 de VSA. Segundo Bernucci et al. (2008), os conceitos associados à avaliação de pavimentos são: serventia, desempenho, gerência, restauração, manutenção preventiva, reforço e reconstrução. Avaliações não destrutivas, semidestrutivas e destrutivas A avaliação estrutural está diretamente ligada à capacidade de carga do pavi- mento. Os problemas podem gerar deformações elásticas (trincas e ruptura) ou plásticas (afundamento localizado, trilhas de roda). As avaliações são divididas em três categorias, que você pode observar a seguir: � Destrutiva: essa avaliação consiste em retirar da estrutura uma amostra representativa para ser analisada. Com a extração de corpos de prova e poços de sondagem, é possível avaliar a espessura e a composição das camadas que compõem o pavimento, além de determinar a umidade e a massa específica de cada camada. � Semidestrutiva: a avaliação semidestrutiva intervém de forma mo- derada no pavimento, fazendo pequenas aberturas nele e utilizando aparelhos de medição portáteis. � Não destrutiva: essa avaliação usa medidas de deflexão, permite diagnosticar a condição do pavimento sem precisar mexer na sua in- 279Pavimentação: controle de defeitos fraestrutura. É útil principalmente em vias com alto tráfego, nas quais o bloqueio da estrada seria muito impactante para a sociedade. Observe a seguir os principais equipamentos para avaliação não destrutiva: Carregamento quase estático: ensaio de placa e viga benkelman Uma ponta de prova é atrelada à roda de trás de um caminhão de eixo traseiro simples e roda dupla, carregado com 8,2 toneladas. É feita uma leitura inicial no extensômetro, o caminhão se afasta 10 metros e é feita uma nova leitura. A deflexão é a diferença entre leituras multiplicada por uma constante K da viga. Carregamento por impacto: falling weight deflectometer Bernucci et al. (2008) apontam que os equipamentos mais modernos para medida da deflexão são os de impacto por queda de um peso suspenso a certa altura, sobre amortecedores que comunicam o choque a uma placa metálica apoiada sobre o pavimento no ponto de leitura da deflexão máxima. Existem normas do Departamento Nacional de Estradas de Rodagem que padronizam esse tipo de ensaio: � DNER-ME 024-94 - Viga de Benkelman � DNER-PRO 273-96 - Deflexão por ponto de impacto Retroanálise A retroanálise faz o caminho inverso do projeto. Em vez de conhecer as causas e prever as consequências, se conhece as consequências e a partir delas se estima as causas que determinaram a ocorrência dessa situação. O parâmetro retrocalculado é o módulo de elasticidade. É necessário ter conhecimento da carga externa aplicada para a qual foi obtida uma determinada bacia deflec- tométrica. Conhecendo-se também os materiais que compõem o pavimento e as espessuras das camadas, é possível inferir o módulo de elasticidade. Construção civil280 Simulador O simulador de tráfego permite criar condições ainda em fase de projeto que imitam situações reais. Apesar de ter um maquinário robusto, ele é de grande importância na área de projeto. Para avaliação de pavimentos existentes, se podem recriar as mesmas condições reais, de forma a obter a resposta do pavimento em laboratório. A avaliação de aderência não é uma avaliação estrutural, e sim funcional. Ela é muito importante no que tange à diminuição de acidentes. Isso ocorre pois essa avaliação averigua o atrito entre pneu e pavimento, principalmente em dias de chuva, que representam a pior situação. Técnicas de restauração Após identificar e avaliar os problemas, é chegada a hora de solucioná-los. Existem diversos tipos de solução. Há as soluções rápidas e menos duradouras, bem como as mais demoradas, mas também mais eficazes. Essas variáveis dependem da importância da via, das consequências do seu bloqueio para reforma edas consequências das suas más condições para a população que tem convivido com elas. Técnicas de restauração para problemas funcionais Os problemas funcionais se referem a conforto do rolamento, condição da superfície, interação pneu-pavimento, defeitos, irregularidades, etc. A correção desses defeitos implica executar uma nova camada de revestimento, podendo ser a antiga retirada ou não. A seguir você pode observar os tipos de revestimento mais comuns para restauração (BERNUCCI et al., 2007): � Lama asfáltica. � Tratamento superficial. � Microrrevestimento a frio. � Concreto asfáltico. 281Pavimentação: controle de defeitos Trincas isoladas podem ser confinadas por selagem asfáltica, de modo a não expandi- rem mais. Apesar de isso não resolver o problema, garante que ele não irá aumentar. Dessa forma, não é necessário fazer uma inserção de maior magnitude, evitando bloqueamento da via e obras de maior porte. Problemas estruturais O comprometimento estrutural de um pavimento implica uma intervenção de maior magnitude na via. Isso ocorre pois é necessário incrementar a capacidade de suporte da estrutura do pavimento. O aumento dessa capacidade se dá por meio da execução de novas camadas no pavimento, chamada de recapeamento, ou do tratamento das camadas existentes, chamado de reciclagem. Para reduzir a possibilidade de propagação de trincas existentes em camadas de revestimento antigo, você pode considerar as seguintes soluções (BERNUCCI et al., 2008): Emprego de geossintético: o geossintético é aplicado na interface entre a camada de pavimento antigo danificado e a camada de recapeamento. Ele é impregnado com ligante asfáltico e funciona melhor que uma pintura asfáltica, pois tem mais taxa de ligante. Além de retardar a reflexão das trincas, ele protege as camadas inferiores antigas de ações da chuva. Camadas intermediárias de alívio de tensões: são camadas asfálticas de pequena espessura executadas sobre o pavimento antigo e antes do recapea- mento. Elas dissipam movimentos e tensões em trincas devido à recuperação elástica do ligante asfáltico. Camadas de dissipação de trincas: camada granular de poucos finos e granulometria aberta, também executada entre a camada antiga e o recapea- mento. O alto teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. Reciclagem do revestimento existente: essa técnica reduz ou até elimina camadas com trincas. Se houver necessidade de aumento da capacidade de suporte, se deve executar recapeamento sobre a camada reciclada. A reci- clagem aproveita os materiais do pavimento antigo com a adição de agentes rejuvenescedores ou ligantes novos. Construção civil282 1. Qual é a diferença entre o processo de ruptura por resistência e o de ruptura por fadiga? a) Ambos ocorrem quando o esforço solicitado ao pavimento é maior que sua capacidade de suporte. A diferença é que na ruptura por resistência isso ocorre na primeira vez que o pavimento é solicitado. Já na ruptura por fadiga o pavimento é solicitado várias vezes até romper. b) Não há diferença. São apenas duas formas de chamar o mesmo processo. c) A ruptura por resistência ocorre quando o pavimento sofre uma solicitação maior que sua capacidade de suporte, seja por flexão, tração ou compressão. Já a ruptura por fadiga ocorre devido a uma microfissuração progressiva ocasionada por cargas cíclicas que não são maiores que a capacidade de suporte do pavimento. d) Ambos ocorrem quando o esforço solicitado ao pavimento é menor que sua capacidade de suporte. A diferença é que na ruptura por resistência isso ocorre na primeira vez que o pavimento é solicitado. Já na ruptura por fadiga o pavimento é solicitado várias vezes, de forma cíclica, até romper. e) A ruptura por fadiga ocorre quando o pavimento sofre uma solicitação maior que sua capacidade de suporte, seja por flexão, tração ou compressão. Já a ruptura por resistência ocorre devido a uma microfissuração progressiva ocasionada por cargas cíclicas que não são maiores que a capacidade de suporte do pavimento. 2. Qual das opções a seguir se refere a problemas estruturais? a) Buracos na pista. b) Trincas no revestimento. c) Trincas na camada de sub-base. d) Marca de trilha de rodas. e) Acúmulo de revestimento nas bordas da via. 3. O que é a deformação residual que pode ocorrer no pavimento flexível? a) É uma deformação elástica que ocorre quando uma carga superior à capacidade de suporte do pavimento incide na via. Ela é importante porque evita o rompimento da via. b) É uma deformação plástica que ocorre quando uma carga superior à capacidade de suporte do pavimento incide na via. Ela é a principal ocasionadora de trincas e buracos. c) É uma parte da deformação viscoelástica que retorna à sua condição geométrica inicial. A deformação que não é residual acaba por acumular e gerar uma deformação permanente no pavimento. d) É uma deformação que ocorre apenas em pavimentos de revestimento de concreto em dias de muito frio ou calor. 283Pavimentação: controle de defeitos e) É uma parte da deformação viscoelástica que não retorna à sua condição geométrica inicial, apesar do fato de os pavimentos flexíveis aceitarem deformações. O acúmulo dessas deformações gera uma deformação permanente no pavimento. 4. Qual das opções a seguir é uma avaliação funcional? a) Avaliação de aderência. b) Avaliação não destrutiva de deflexão por impacto de queda. c) Avaliação de corpos de prova extraídos da pista. d) Avaliação não destrutiva de deflexão por carregamento quase estático. e) Avaliação semidestrutiva, interferindo moderadamente no pavimento e fazendo ensaios in loco. 5. O que diferencia, no processo de restauração de um pavimento, o emprego de uma camada de alívio de tensões do emprego de uma camada de dissipação de trincas? a) Ambos têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e tensões das trincas. Já a camada de dissipação utiliza uma granulometria com muitos finos, que devido ao baixo teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. b) Ambos têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação plástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e tensões das trincas. Já a camada de dissipação utiliza uma granulometria com muitos finos, que devido ao baixo teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. c) Ambos têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de dissipação aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e tensões das trincas. Já a camada de alívio de tensões utiliza uma granulometria com poucos finos, que devido ao alto teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. d) Ambos têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação plástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e tensões das trincas. Já a camada de dissipação utiliza uma granulometria com poucos finos, que devido ao alto teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. e) Ambos têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação elástica do Construção civil284 BERNUCCI, L. B. et al. Pavimentação asfáltica: formação básica para engenheiros. Rio de Janeiro: PETROBRAS, 2008. Disponível em: <https://goo.gl/BmJvnF>. Acesso em: 07 mar. 2017. DNIT. NORMA DNIT 005/2003 – TER: defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos: terminologia NORMA DNIT 005/2003 – TER Defeitos nos pavimentos flexíveis e semi-rígidos Terminologi. DNIT, 2003. Disponível em: <goo.gl/R9yYJA>.Acesso em: 08 mar. 2017. Leituras recomendadas DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-ME 024/94: pavimento - determinação das deflexões pela viga de Benkelman. DNER, 1994. Disponível em: <goo.gl/qdN4xO>. Acesso em: 08 mar. 2017. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM. DNER-PRO 273/96: deter- minação de deflexões utilizando deflectômetro de impacto. DNER, 1996. Disponível em: <goo.gl/gifEhA>. Acesso em: 08 mar. 2017. ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e tensões das trincas. Já a camada de dissipação utiliza uma granulometria com poucos finos, que devido ao alto teor de vazios interrompe efetivamente a propagação de trincas. 285Pavimentação: controle de defeitos Encerra aqui o trecho do livro disponibilizado para esta Unidade de Aprendizagem. Na Biblioteca Virtual da Instituição, você encontra a obra na íntegra. Conteúdo: Dica do professor Para avaliar uma pavimentação existente, precisamos saber até que ponto uma amostra consegue representar o pavimento. Para isso, podemos usar a definição de segmentos homogêneos a partir de valores de deflexão. Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/adcf8158a1e505d117ef357fe9e78c7b Exercícios 1) Qual é a diferença entre os processos de ruptura por resistência e ruptura por fadiga? A) Ambos ocorrem quando o esforço solicitado ao pavimento é maior que sua capacidade de suporte. A diferença se dá que, na ruptura por resistência, o rompimento ocorre na primeira vez em que o pavimento é solicitado, e, na ruptura por fadiga, o pavimento é solicitado várias vezes até romper. B) Não há diferença, são apenas duas formas de chamar o mesmo processo. C) A ruptura por resistência ocorre quando o pavimento sofre uma solicitação maior que sua capacidade de suporte, seja por flexão, tração ou compressão. Já a ruptura por fadiga ocorre por causa de uma microfissuração progressiva ocasionada por cargas cíclicas que não são maiores que a capacidade de suporte do pavimento. D) Ambos ocorrem quando o esforço solicitado ao pavimento é menor que sua capacidade de suporte. A diferença se dá que, na ruptura por resistência, o rompimento ocorre na primeira vez em que o pavimento é solicitado, e, na ruptura por fadiga, o pavimento é solicitado várias vezes, de forma cíclica, até romper. E) A ruptura por fadiga ocorre quando o pavimento sofre uma solicitação maior que sua capacidade de suporte, seja por flexão, tração ou compressão. Já a ruptura por resistência ocorre por causa de uma microfissuração progressiva ocasionada por cargas cíclicas que não são maiores que a capacidade de suporte do pavimento. 2) Qual das opções a seguir se refere a problemas estruturais? A) Buracos na pista. B) Trincas no revestimento. C) Trincas na camada de sub-base. D) Marcas de trilha de rodas. E) Acúmulo de revestimento nas bordas da via. 3) O que é a deformação residual que pode ocorrer no pavimento flexível? A) É uma deformação elástica que ocorre quando uma carga superior à capacidade de suporte do pavimento incide na via. Ela é importante porque evita o rompimento da via. B) É uma deformação plástica que ocorre quando uma carga superior à capacidade de suporte do pavimento incide na via. Ela é a principal ocasionadora de trincas e buracos. C) É uma parte da deformação viscoelástica que retorna à sua condição geométrica inicial. A deformação que não é residual acaba por acumular e gerar uma deformação permanente no pavimento. D) É uma deformação que ocorre apenas em pavimentos de revestimento de concreto em dias de muito frio ou calor. E) É uma parte da deformação viscoelástica que não retorna à sua condição geométrica inicial, apesar da característica dos pavimentos flexíveis de aceitarem deformações. O acúmulo dessas deformações gera uma deformação permanente no pavimento. 4) Qual das opções a seguir é uma avaliação funcional? A) Avaliação de aderência. B) Avaliação não-destrutiva de deflexão por impacto de queda. C) Avaliação de corpos-de-prova extraídos da pista. D) Avaliação não-destrutiva de deflexão por carregamento quase estático. E) Avaliação semi-destrutiva, interferindo moderadamente no pavimento e fazendo ensaios in loco. 5) O que difere, no processo de restauração de um pavimento, o emprego de uma camada de alívio de tensões de uma camada de dissipação de trincas? A) Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de dissipação utiliza uma granulometria com muitos finos que, devido ao baixo teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação plástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de dissipação utiliza B) uma granulometria com muitos finos que, devido ao baixo teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. C) Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de dissipação aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de alívio de tensões utiliza uma granulometria com poucos finos que, devido ao alto teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. D) Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação plástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de dissipação utiliza uma granulometria com poucos finos que, devido ao alto teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. E) Ambas têm como principal intuito interromper a propagação de trincas, porém a camada de alívio de tensões aposta na recuperação elástica do ligante asfáltico que a compõe para dissipar os movimentos e as tensões das trincas, ao passo que a camada de dissipação utiliza uma granulometria com poucos finos que, devido ao alto teor de vazios, interrompe efetivamente a propagação de trincas. Na prática Os pavimentos, sejam eles rígidos (concreto) ou flexíveis (concreto asfáltico), devem suportar e distribuir as tensões exercidas pelo tráfego sem causar prejuízo aos veículos circulantes. Entretanto, em alguns locais, o esforço do tráfego é tão intenso ou possui características tão específicas que os pavimentos não suportam ou não conseguem distribuir para as demais camadas as tensões resultantes da passagem dos veículos. Você, como engenheiro civil, deve sempre estar atento às condicionantes locais e operacionais que podem culminar em defeitos de pavimento. As baixas velocidades dos veículos nessas faixas, com a operação em modo "arranca e para", atreladas a problemas de execução do revestimento, como camadas mal compactadas, podem afetar a condição de dirigibilidade, prejudicar o conforto do usuário, aumentar os custos operacionais e dificultar a manutenção do pavimento. Você deve evitar esses problemas ainda em projeto, procurando usar: No caso de tráfego pesado, optar por base asfáltica de elevado módulo de resiliência. Após determinar os materiais que serão utilizados na mistura asfáltica, você pode testar em laboratório a predisposição da mistura à deformação permanente. Para isso, usam-se o Ensaio Creep e ensaios com simuladores de tráfego. Saiba + Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor: Pavimento flexível Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.Etapas construtivas de uma rodovia Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Ecoasfalto aplicado com motoniveladora Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Raio-X da BR-448 https://www.youtube.com/embed/kOSxmTy9Ux4 https://www.youtube.com/embed/NdDKIvijkh8 https://www.youtube.com/embed/knMXeTK2Ikk Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Defeitos em asfaltos pré-misturados a frio Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. Aterros instrumentados sobre solos moles Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar. https://social.shorthand.com/jornalnh/jgB4bmGhL/uma-montanha-russa-chamada-br-448 https://ge.catolica-to.edu.br:8443/revistas/index.php/riu/article/view/64/45 http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/110141
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