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EDUCAÇÃO FINANCEIRA E A SUA INFLUÊNCIA SOBRE AS PESSOAS FINANCIAL EDUCATION AND ITS INFLUENCE ON PEOPLE Vitor Eleutherio Tarquino RESUMO Com as inovações e os avanços tecnológicos, cada dia que passa, há mais produtos sendo ofertados no mercado e mais ferramentas que facilitam a obtenção desses novos objetos, com isso, o consumo se tornou algo comum entre as pessoas e obter mais bens virou algo essencial, gratificante e parte da felicidade do indivíduo. Seguindo esse caminho, esse estudo tem como objetivo, identificar como a falta educação financeira, o materialismo e o cartão de crédito influenciam na má gestão financeira pessoal. Os objetivos específicos são identificar como esses empecilhos atrapalham a vida financeira das pessoas, expor os malefícios de cada um, e assim, auxiliar cada pessoa a desenvolver uma gestão financeira mais consciente e com foco no longo prazo. A metodologia utilizada é a quantitativa descritiva, com o auxílio de um levantamento feito por um questionário. Os resultados obtidos através da coletas de dados, evidenciam que quanto mais conhecimento em educação financeira, mais os indivíduos são responsáveis financeiramente, com o uso mais consciente do cartão de crédito e menos influência do materialismo como pilar de felicidade. Acredita-se que este estudo possa contribuir para uma maior conscientização da sociedade na importância da educação financeira, para que as pessoas busquem se informar o máximo possível sobre o assunto, no intuito de não gastarem descontroladamente, não basearem sua felicidade em conquista de bens materiais e nem buscar viver para impressionar as pessoas, com isso, conquistar a própria liberdade financeira, com o intuito de viver consciente e feliz, sem preocupações com dívidas e má gestão. Palavras-chave: Educação Financeira. Materialismo. Cartão de Crédito. ABSTRACT With innovations and technological advances, each day that passes, there are more products being offered on the market and more tools that facilitate obtaining these new objects, with that, consumption has become something common among people and obtaining more goods has become something essential, rewarding and part of the individual's happiness. Following this path, this study aims to identify how the lack of financial education, materialism and the credit card influence personal financial mismanagement. The specific objectives are to identify how these obstacles hinder people's financial lives, expose the harms of each one, and thus help each person to develop a more conscious financial management with a focus on the long term. The methodology used is descriptive quantitative, with the aid of a survey carried out by a controlled person. The results obtained through data collection show that the more knowledge in financial education, the more individuals are financially responsible, with more conscious use of the credit card and less influence of materialism as a pillar of happiness. It is believed that this study can contribute to a greater awareness of society on the importance of financial education, so that people seek to inform themselves as much as possible about the subject, in order not to spend uncontrollably, not to base their happiness on the achievement of material goods and not even trying to live to impress people, with that, conquering their own finances, with the intention of living consciously and happily, without worrying about debts and bad management. Keywords: Financial Education. Materialism. Credit Card Introdução No mundo contemporâneo a administração do próprio dinheiro e um diferencial importante para a sociedade, Borges e Tide (2010) mostram que o planejamento financeiro e um instrumento que visa melhorar a qualidade de vida, mas a falta de educação financeira faz com que as pessoas não o deem a devida importância, levando as pessoas a práticas consumistas, uso do crédito de forma inconsequente, falta de reserva, e com isso o endividamento. Segundo a CNC (2022) na avaliação por faixa de renda, o endividamento seguiu crescendo nos dois grupos apurados, com destaque para o das famílias com ganhos acima de dez salários- mínimos, que desde o início do ano vem apresentando avanço mais acelerado do que o da parcela com menor renda. Isso mostra que a educação financeira é para todos. Independente da renda, qualquer indivíduo que não tem uma boa administração do quanto ganha, da maneira que pode gastar e como investir, pode passar por uma fase difícil financeiramente em algum momento da vida, por isso, é necessário ter uma boa gestão e pensar no longo prazo, para que mesmo após algumas adversidades ou crises as pessoas não sintam tanto no bolso. Segundo a OCDE (2005), educação financeira é o processo mediante o qual os indivíduos e as sociedades melhoram a sua compreensão em relação aos conceitos e produtos financeiros, de maneira que, com informação, formação e orientação, possam desenvolver os valores e as competências necessários para se tornarem mais conscientes das oportunidades e riscos neles envolvidos e, então, poderem fazer escolhas bem-informadas, saber onde procurar ajuda e adotar outras ações que melhorem o seu bem-estar. Assim, podem contribuir de modo mais consistente para a formação de indivíduos e sociedades responsáveis, comprometidos com o futuro. Devido a variedade de mercadorias disponíveis no mercado e a facilidade de compra pelo cartão de crédito, há uma maior necessidade em criar e aumentar programas de educação financeira que ajudem as pessoas a adquirir um melhor conhecimento financeiro, assim, os indivíduos conseguem tomar decisões de formar mais assertiva e são mais responsáveis em suas escolhas e serviços financeiros (KUNKEL et al., 2015); Duarte et al (2021) afirma que uma boa educação financeira ajuda a planejar para fazer bons investimentos, poupar dinheiro para o futuro, ser um consumidor consciente, ter sua independência financeira e conhecimentos sólidos e duradouros. O objetivo do presente artigo é desvendar uma única questão, Como a falta de educação financeira, o materialismo e o uso do cartão de crédito influenciam nas dificuldades que as pessoas encontram na hora de administrar o próprio dinheiro. A busca visa identificar os empecilhos na organização dos próprios recursos, expor essas complicações, e assim, auxiliar os indivíduos a gerenciar os próprios ganhos, a organizar os recursos de maneira mais consciente, a projetar todos os gastos para conseguir diminuir as despesas e acabar com as dívidas, a fim de que, novos caminhos possam ser vislumbrados, com ideias e pensamentos mais longínquos para formar uma boa base financeira, e não precisar depender exclusivamente da aposentadoria ao término da contribuição trabalhista. A educação financeira auxilia a alcançar a liberdade financeira, que não é sinônimo de se tornar rico, e sim, conseguir manter o estilo de vida que almeja sem se preocupar com a questão financeira. Por isso, através de um questionário distribuído a um grupo de pessoas, será analisado quais as maiores dificuldades que as pessoas encontram na gestão dos próprios recursos, e com isso, ensinar fundamentos da educação financeira, que tornem esses obstáculos em algo simples de ser combatido, com o intuito de tornar mais compreensível que poupar e investir não são tarefas difíceis, que é melhor economizar em possíveis situações, e assim, evitar o acúmulo dividas e a possibilidade da inadimplência pela falta de recursos para cumprir com suas obrigações. Referencial teórico A falta de educação financeira. A falta de conhecimento em educação financeira faz com que as pessoas tomem decisões errôneas sobre as próprias finanças, como o uso exagerado e descontrolado do cartão de crédito e empréstimos sem planejamento e com os juros altíssimos (MARCOS at al., 2017). Sandrae Renata (2016) expõem que a falta de sabedoria em lidar com o próprio dinheiro, a perspectiva de não haver necessidade de realizar um controle financeiro, atrelado a outros fatores da falta de educação financeira, contribui em muitos casos para o endividamento pessoal, que levam a inadimplência. A negligência da educação financeira, segundo Sousa e Torralvo (2008) faz com que as pessoas não deem a devida importância ao dinheiro, e assim, gastem e desperdicem de uma maneira desnecessária. O reflexo da falta de ensino financeiro no consumidor, pode ser visto no momento da realização de uma compra, onde o indivíduo não se preocupa com os juros, nem com o valor total do produto, mas apenas se aquele valor irá caber em seu orçamento. Isso faz com que as pessoas trabalhem mais e usufruam pouco, por não saber administrar o próprio dinheiro. Olivato e Souza (2007), através de um questionário de pesquisa, buscaram entender os motivos da má administração que leva ao endividamento. Em sua maioria as respostas apontaram que a falta de planejamento é a maior responsável pelos endividamentos, logo em seguida vem o status social atrelado a necessidade de ser aceito socialmente junto ao acompanhamento do modismo. O péssimo controle financeiro, consequência, em maior parte, da falta de informação e de planejamento financeiro, é um dos fatores que dificultam a vida financeira dos consumidores em um âmbito global. A falta de educação financeira favorece o descontrole financeiro, e assim, o indivíduo acaba comprando compulsivamente e tem como base da felicidade a aquisição de mais e mais produtos, dificultando a administração das próprias finanças (MARINA, 2011). Materialismo O mundo atual possui muitas diferenças se comparado ao de antigamente, especialmente na área do consumo e na tendência ao materialismo. É tanta coisa nova e extravagante lançada no mercado, que as pessoas passam a ser valorizadas pelo que possuem e o que podem possuir, por conta da facilidade do crédito. (SILVA, 2008). O materialismo é definido por Rassuli e Hollander (1986, p.10) como o “interesse em ganhar e gastar.”, Richins (1994) Explica que o comportamento materialista é o valor que as pessoas empregam as suas posses e bens, junto ao grau de prioridade que lhes é dado. O indivíduo dá mais importância a coisas materiais, negligenciando outras áreas, tendo em vista o status que aquele objeto pode trazer para sua vida. Como cita Santos e Fernandes (2011), os materialistas buscam expor suas posses como forma de demonstração do seu poder e visibilidade, isso mostra a influência da cultura do consumo nas pessoas. O materialismo tem relação com o “consumo conspícuo, no qual a satisfação é derivada mais da reação da audiência do que da utilidade da compra. Além disso, as pessoas associam o materialismo à busca excessiva de status” (SANTOS; FERNADES, 2011). Pirog e Roberts (2007) retratam que o desejo pela ascensão do status social por meio de posses, junto a facilidade do uso do cartão de crédito na hora da compra dos produtos desejados, pode facilmente levar o consumidor a gastar mais do que o necessário, e assim, utilizar o cartão de crédito de forma incorreta, consequentemente, o indivíduo ficará endividado, e com as finanças descontroladas. O materialismo pode ser visto como fator determinante no comportamento financeiro, além de ter relação com a má gestão financeira. (LIMBU; HUHMANN; XU, 2012). Em relação ao comportamento, o consumidor no momento que ele vai realizar uma compra ele entra em um paradoxo entre poder e frustação, pois ao conseguir comprar as coisas necessárias para sua casa ele se sente poderoso, mas por não conseguir comprar tudo que anseia ele sente uma frustação. (BORGES; TIDE, 2010). Richins e Dawson (1992), mostra que o materialismo possui três dimensões, a primeira é vista como a posição das posses e das aquisições, indicando até que ponto esses objetos são essências na vida das pessoas materialistas. A segunda dimensão e sobre a felicidade ao consumir, buscando o momento que as posses vão trazer um bem estar pessoal e felicidade. A terceira e última dimensão é sobre a tendência dos indivíduos de analisar o outro e a si mesmo sobre as suas posses, mensurando a qualidade e a quantidade, e assim baseando o sucesso atrelado a bens acumulados. Pessoas altamente materialista priorizam a riqueza material, mesmo que para alcançá-la eles necessitem se endividar (WATSON, 2003). Esse desejo por bens desnecessários, que se encontram nos indivíduos mais materialista, pode causar insatisfação na própria vida, o que afeta as suas relações com as pessoas ao seu redor, podendo até contrair dívidas para poder satisfazer seu desejo de consumir. (RICHINS, 1996). Cartão de crédito Os estudos expõem que a má gestão que causa o endividamento está aumentando progressivamente nos últimos anos, principalmente depois do plano real, onde o país conseguiu uma estabilidade. Com isso, a falta de conhecimento, levou as pessoas a usufruírem das ofertas de crédito e gastar mais, o que levou a muitos endividamentos (SANTOS; MOREIRA; SILVA, 2017). Lopes (2015) indaga que as operações de crédito crescem em uma velocidade maior do que a massa do salário das pessoas, o que ocasiona o endividamento, com isso, em um determinado momento é possível que os indivíduos não consigam arcar com suas obrigações, resultando na inadimplência, dívidas com juros altíssimos e multas pela demora do pagamento. O cartão de crédito pode ser observado como um facilitador de gastos, pois ele torna as transações financeira mais simples, removendo a necessidade de ter o dinheiro imediatamente, levando as pessoas a maiores imprudências quando comparado ao dinheiro físico (ROBERT; JONES, 2001). Segundo Cheema e Soman (2006) os indivíduos que pagam suas coisas com cartão de crédito são mais inclinados a fazerem compras adicionais e aumentar a gravidade dos seus gastos. Veludo de Oliveira, Ikeda e Santos (2004) mostram que a disseminação e o fácil acesso ao cartão de crédito, fez ele ser bem recebido pela sociedade, mas atrelado a ele foi observado mudanças nos grupos que ele começou a ser inserido, junto ao crescimento do número de usuários do cartão de crédito, cresceu também o número de inadimplentes. O cartão de crédito contribui para o crescimento das dívidas dos portadores, muita por conta, dos juros incrementais. (LITTIWIN, 2008). Costa; Vieira; De Sá Neto (2018) através de uma pesquisa chegaram à conclusão de que o endividamento está relacionado a alguns fatores, um desses fatores é o fácil acesso para o uso do crédito. Nesta pesquisa os entrevistados tinham dívidas diversificadas, onde as mais recorrentes são, saúde, alimentação e roupas. A maior parte dos entrevistados, respondeu que o cartão de crédito era o maior causador das suas complicações financeiras por conta das taxas de juros altíssimas, e em sua maioria preferiam compras a prazo, levando a um acúmulo ainda maior das dívidas. Vale destacar, que a frequência no uso do cartão de crédito, pode se tornar um vício, que gera dificuldades na hora da gestão financeira do consumidor. Essa ocasião piora quando os indivíduos gastam com base na antecipação da sua renda futura. Somado a isso, a ótica do consumidor segundo a fatura do cartão de crédito mudou consideravelmente, transformando essa ferramenta em uma forma conveniente de gastar e a dívida socialmente aceitável. (WICKRAMASINGH E GURAGAMEGE, 2009). É visto hoje que por volta de 41% dos consumidores do brasil possuem dividas, com isso, 38% estão com elas atrasadas e 55% possuem dividas superiores a temporada anteriores (SANTOS; SILVA, 2014). Relação da educação financeira com o materialismo e o uso do cartão de crédito. A educação financeira é o meio que abrange a adoção e o desenvolvimento de atitudes, hábitos, valores, conhecimento e compreensãode técnicas que melhoram a gestão pessoal na área das finanças (MARONI, 2011). As técnicas que são aprendidas na educação financeira possibilitam um maior entendimento das pessoas na gestão financeira, o que pode contribuir para a redução das dívidas, pois ao contrário, a negligência na hora do planejamento e organização levam ao descontrole financeiro e a falta de dinheiro para cumprir com suas obrigações (SANTO; SILVA, 2014). Segundo Piccini e Pinzettta (2014), os indivíduos que apresentam um maior conhecimento sobre educação financeira possuem um olhar mais crítico na questão do consumo, pois tem uma compreensão melhor do valor do próprio dinheiro, e como resultado, um endividamento menor. Em um estudo feito por Thais e Marlette (2008), foi mostrado que a educação financeira tem uma influência inversa sobre o materialismo e consumo por status. Quanto menor for a educação financeira maior o descontrole sobre o consumo por status, deixando o materialismo mais evidente. “A ausência ou insuficiência da compreensão de mecanismos de gestão financeira pode levar o indivíduo à tendência de demonstrar sua identidade por meio da aquisição de bens e a atribuir maior valor agregado aos produtos consumidos”. Mas há também um entendimento que a educação Financeira é uma ferramenta que pode contribuir na mudança desse cenário, pois ela auxilia na orientação do consumidor, o que permite um melhor comportamento sobre os próprios gastos, administrando com mais eficiência as suas necessidades, com o intuito de ter mais segurança nas suas comprar e finanças. (ZERRENNER, 2007). Para Araújo e Souza (2012), a educação financeira tem a tendência de levar os indivíduos a usufruírem do cartão de crédito de uma maneira mais consciência, pois ela aumenta o conhecimento sobre as possibilidades do uso do crédito, facilitando o entendimento de quais as melhores circunstâncias para o seu uso, também compreendendo os descontos de comprar à vista e quitando todas as suas faturas em dia, o que ajuda a diminuir as dívidas e a inadimplência. Através da educação financeira e possível mostrar a sociedade formas de distribuir o seu dinheiro entre o consumo e reserva, para uma maior identificação de como uma melhor gestão financeira pessoal pode ajudar a ter uma melhor qualidade de vida (WISNIEWSKI, 2011). Hayhoe, Leach e Tumer (1999), expõem que a educação financeira é a melhor alternativa para os problemas nas finanças pessoais, pois quanto mais conhecimento sobre o assunto, mais consciente será na hora de consumir. Hilgert, Hogarthe Beverly (2003) em seus estudos encontram evidencias que quanto maior o conhecimento sobre finanças, mais as pessoas tendem a ser responsáveis financeiramente. Nesse aspecto, é possível destacar a educação financeira como um importante instrumento que auxilia no planejamento financeiro das pessoas, pois mostra a forma certa de administrar o próprio dinheiro. Não visando um enriquecimento pessoal, mas a conscientização, para garantir uma boa saúde financeira. (KRUGER, 2014). A influência do crédito e do materialismo na cultura do consumo. Para um melhor entendimento de como se propaga a má gestão financeira e necessário ir além para entender a cultura do consumo nos tempos atuais. Hoje em dia a sociedade vive sobre um grande apelo ao consumo, o que e uma dos maiores causadores dos gastos desnecessários e o endividamento. (BOCK, 2010). Copetti (2018), explica que a cultura do consumo tem se espalhado cada vez mais pela sociedade, que é influenciada pelo uso do cartão de crédito e pela possibilidade do parcelamento da dívida. Mas muitas pessoas não percebem que o acumulo de prestações e dividas compromete seus rendimentos. Isso tudo também é influenciado pelo fato de as pessoas associarem o status social e a felicidade ao acumulo de bens e serviços. Os indivíduos passam a comprar não por necessidade, mas sim, para satisfazer suas vontades pessoais, pelo reconhecimento, por estar na moda, o pelo fato de todos terem aquele produto. Não possuir dinheiro deveria limitar essas compras, mas o cartão de crédito se tornou a solução para esse problema, o que em um determinado estante, torna o consumo o seu pior inimigo, pois leva as pessoas se tornarem reféns de suas dívidas. Um fator que também influencia no consumo irresponsável e a falta de administração das finanças pessoais, porque a sociedade acaba por gastar mais do que o próprio salário, sobre a perspectiva de um mundo onde ter é mais importante do que ser. E nesse momento que os indivíduos gastam mais do que podem, se endividando e futuramente se tornando inadimplentes (GIANCOLI, 2008). Santos e Silva (2014) propõem que o crédito impulsiona o nível de endividamento, bem como a necessidade de adquirir coisas novas, afirmando a necessidade da utilização de instrumentos que auxiliar no planejamento financeiro, para que possam ser estabelecidas metas para o consumo, o que evita compras pelo imediatismo. Há também uma negligência na hora de guardar reservas para emergências e imprevistos, isso atrelado ao crédito contribuem e muito para o endividamento da sociedade. Metodologia utilizada A metodologia utilizada e a quantitativa descritiva, que é visto por Cervo (2007) como uma pesquisa que registra, observa, analisa e estabelece relações e semelhanças nos fatos sem os adulterar. A forma escolhida e o levantamento que para Freitas (2002) é o método apropriado para pesquisas que desejam responder “O que? Porque? Como? E quanto?”. Nesse método não é possível controlar as variáveis sejam elas dependentes ou não. A coleta de dados é através da aplicação de um questionário. Ao todo 104 pessoas responderam ao questionário, sendo elas 70 mulheres e 34 homens, com uma boa diversidade de resultados sobre conhecimento de educação financeira, onde foi separado todos os resultados para uma análise de resposta segundo o nível de educação financeira. Desenvolvimento da pesquisa e análise e interpretação dos dados. Gráfico 1 - Qual a primeira coisa que você faz ao receber o pagamento? Fonte: Coleta de dados (2022) É visto que quanto maior o nível de educação financeira, maior a preocupação em pagar todas as contas, e menor a taxa de pessoas que pagam tudo e gastam o resto. 44% 56% NENHUM Pago as contas e gasto o resto Pago todas as contas 7% 90% 3% BASICO Pago as contas e gasto o resto Pago todas as contas Sai para curtir e comprar coisas 3% 97% MEDIO Pago as contas e gasto o resto Pago todas as contas 100 % AVANÇADO Pago todas as contas Gráfico 2 - Ao final do mês quanto sobra do seu dinheiro? Fonte: Coleta de dados (2022) Nesse momento é perceptível que a educação financeira influencia nas finanças ao final do mês, onde o maior índice de pessoas que acabam o mês sem nada, é quem não possui educação financeira e quanto maior o grau de educação, mais pessoas acabam o mês com pelo menos um pouco de dinheiro. Gráfico 3 - Como você controla suas finanças? Fonte: Coleta de dados (2022) Há uma grande queda de pessoas que não controlam suas finanças de maneira alguma, conforme o nível de conhecimento sobre educação financeira, mostrando que quanto mais você entende sobre educação financeira, mais você busca formas de controlar suas finanças. Gráfico 4 - Você guarda dinheiro para despesas inesperadas? Fonte: Coleta de dados (2022) 4% 4% 48% 44% NENHUM Bastante Falta dinheiro Nada Um pouco 2% 10% 18% 70% BASICO Bastante Falta dinheiro Nada Um pouco 12% 12% 76% MEDIO Bastante Nada Um pouco 100 % AVANÇADO Um pouco 8% 56% 36% NENHUM Faço planilhas Não controlo Tenho tudo anotado em um papel 17% 40% 30% 13% BASICO Faço planilhas Não controlo Tenho tudo anotado em um papel 38% 9%27% 26% MEDIO Faço planilhas Não controlo Tenho tudo anotado em um papel60% 40% AVANÇADO Faço planilhas Tenho tudo anotado em um papel 40% 44% 16% NENHUM As vezes Não Sim 45% 30% 25% BASICO As vezes Não Sim 32% 6%62% MEDIO As vezes Não Sim 20% 80% AVANÇADO As vezes Sim Nos respondentes pode se analisar que a educação financeira influencia na forma que as pessoas se previnem para situações inesperadas ou emergenciais. Com os indivíduos com mais conhecimento se preparando melhor para as situações adversas. Gráfico 5 - Em relação a aposentadoria. Fonte: Coleta de dados (2022) A maior parte das pessoas sem nenhum conhecimento em educação financeira não se preocupam nesse momento com a aposentadoria, esse nível diminui apenas um pouco para quem tem um conhecimento básico, com uma reversão enorme para conhecimento médio e avançado, onde a maioria já busca investir neste momento, para não depender do governo futuramente. Gráfico 6 - É comum você gastar seu dinheiro com gastos supérfluos e no final se endividar por eles? Fonte: Coleta de dados (2022) O nível de educação financeira nos respondentes influencia em seus gastos de maneira desnecessárias, pois quanto maior o nível, menor a taxa de pessoas que compram e se endividam com os gastos. 12% 52% 12% 24% NENHUM Invisto agora para não precisar depender do governo Não estou preocupa do com isso agora 17% 45% 10% 28% BASICO Invisto agora para não precisar depender do governo Não estou preocupa do com isso agora 62% 17% 9% 12% MEDIO Invisto agora para não precisar depender do governo Não estou preocupa do com isso agora 60% 20% 20% AVANÇADO Invisto agora para não precisar depender do governo Pago previdên cia privada 52% 28% 20% NENHUM As vezes Não Sim 40% 40% 20% BASICO As vezes Não Sim 29% 68% 3% MEDIO As vezes Não Sim 20% 80% AVANÇADO As vezes Não Gráfico 7 - Você possui cartões de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) A maioria dos participantes possui cartão de crédito, independentemente do nível de educação financeira, o que mostra como a disseminação do crédito se tornou tão fácil. Gráfico 8 - Com qual frequência você usa o cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) O uso do cartão de crédito se mostrou muito diversificado, o que indica o crédito como algo comum na sociedade atual. Gráfico 9 - Você possui alguma dívida no cartão? Fonte: Coleta de dados (2022) A maneira que as pessoas administram o cartão e influenciada pelo nível de educação financeira, como é visto no gráfico, que quanto menos conhecimento, mais pessoas endividadas por conta do cartão de crédito. 28% 72% NENHUM Não Sim 10% 90% BASICO Não Sim 12% 88% MEDIO Não Sim 100 % AVANÇADO Sim 20% 8% 64% 8% NENHUM As vezes Quase nunca Sempre Só em emergên cias 40% 12% 43% 5% BASICO As vezes Quase nunca Sempre Só em emergên cias 23% 21%41% 15% MEDIO As vezes Quase nunca Sempre Só em emergên cias 20% 20%60% AVANÇADO As vezes Quase nunca Sempre 36% 64% NENHUM Não Sim 55% 45% BASICO Não Sim 79% 21% MEDIO Não Sim 80% 20% AVANÇADO Não Sim Gráfico 10 -Você costuma usar o cartão até o limite máximo? Fonte: Coleta de dados (2022) Conforme o conhecimento em educação financeira, os respondentes se mostraram menos suscetíveis a usar o cartão até o limite máximo. Gráfico 11 - Você costuma atrasar o pagamento da fatura do cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) É visto que mesmo com um conhecimento bom o ruim sobre finanças, a maioria das pessoas não costumam atrasar o pagamento do cartão. Gráfico 12 - O que você costuma comprar com o seu cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) As pessoas em sua maioria escolheram roupas, acessórios, transportes e fast food, como os maiores motivos para o uso do cartão de crédito. 24% 44% 32% NENHUM As vezes Não Sim 27% 55% 18% BASICO As vezes Não Sim 15% 70% 15% MEDIO As vezes Não Sim 100 % AVANÇADO Não 16% 76% 8% NENHUM As vezes Não Sim 25% 72% 3% BASICO As vezes Não Sim 15% 70% 15% MEDIO As vezes Não Sim 100 % AVANÇADO Não 4% 4% 4% 4% 4% 16% 4% 12% 4% 16% 12% 8% 4% 4% NENHUM Despesas relaciona das à família 3% 3% 3% 3% 13% 3% 3% 3% 5% 3% 3%3% 15% 3% 5% 15% 10% 5% 3% 3% BASICO Despesas profissio nais 9% 15% 3% 6% 3% 3% 3% 3%3% 3% 3% 3% 6% 3% 6% 18% 3% 3% 3% 3% MEDIO Despesas profissio nais 20% 20% 20% 20% 20% AVANÇADO Roupas, acessório s e outros itens pessoais, Despesas profissio nais Gráfico 13 -Você utiliza o crédito disponível em um cartão para pagar outro cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) Independentemente do nível de educação financeira os indivíduos se mostraram contra o uso de um cartão de crédito para pagar outro cartão. Gráfico 14 -Você gasta mais quando usa o cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) Os indivíduos com o menor conhecimento em educação financeira, se mostraram mais suscetíveis a gastar mais, quando estão em posse do cartão de crédito. Gráfico 15 -Você se preocupa com o pagamento das suas dívidas do cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) É perceptível que a maioria das pessoas se preocupa com o pagamento das suas dívidas do cartão. 4% 88% 8% NENHUM As vezes Não Sim 7% 88% 5% BASICO As vezes Não Sim 97% 3% MEDIO Não Sim 100 % AVANÇADO Não 28% 20%52% NENHUM As vezes Não Sim 22% 28% 50% BASICO As vezes Não Sim 21% 56% 23% MEDIO As vezes Não Sim 80% 20% AVANÇADO Não Sim 8% 92% NENHUM As vezes Sim 2% 10% 88% BASICO As vezes Não Sim 6% 12% 82% MEDIO As vezes Não Sim 100 % AVANÇADO Sim Gráfico 16 -Você se preocupa com o preço dos produtos quando usa o cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) Mesmo com o uso do crédito os indivíduos se preocupam com os preços dos produtos, mas com uma elevação da preocupação conforme o nível do conhecimento em educação financeira. Gráfico 17 -Você é mais impulsivo nas compras quando usa o cartão de crédito? Fonte: Coleta de dados (2022) Dos respondentes, foi percebido que as pessoas são mais impulsivas em suas compras, por conta da falta de educação financeira. Gráfico 18 -Você gosta de acompanhar a vida de pessoas que possuem casas, carros importados e roupas de grife? Fonte: Coleta de dados (2022) Na questão do materialismo, conforme o nível de educação financeira aumenta, menor a vontade de acompanhar pessoas por conta do seus status e pertences. 24% 16%60% NENHUM As vezes Não Sim 17% 10% 73% BASICO As vezes Não Sim 12% 3% 85% MEDIO As vezes Não Sim 100 % AVANÇADO Sim 28% 28% 44% NENHUM As vezes Não Sim 30% 32% 38% BASICO As vezes Não Sim 23% 59% 18% MEDIO As vezes Não Sim 20% 80% AVANÇADO As vezes Não 24% 36% 40% NENHUM As vezes Não Sim 40% 40% 20% BASICO As vezes Não Sim 29% 59% 12% MEDIO As vezes Não Sim 20% 80% AVANÇADO As vezes Não Gráfico 19 - Você gosta de comprar coisas de marcas famosas? Fonte: Coleta de dados (2022) É diversificado a vontade de pessoas que gostam de comprar coisas de marcas famosas, o nível de educação financeira influencia pouco essa área, pois cada etapa possui muitas pessoas que gostam de comprar coisas de marcas famosas e outras que só gostam as vezes. Gráfico 20 -Sua vida seria muito melhor se tivesse muitas coisas que não tem? Fonte: Coleta de dados (2022) A educação financeira influencia no pensamento materialista, em conta de quanto maior seu nível, mais as pessoas são satisfeitas com suas posses, mas também é visto que as pessoas visam muito os bens materiais, de querer ter coisas que não podem. Gráfico 21 -Você ficaria muito mais feliz se pudesse comprarmais coisas? Fonte: Coleta de dados (2022) As pessoas demonstram um grau elevado de felicidade com a possibilidade de comprar mais coisas. Com um maior nível de educação financeira a dependência da 16% 40% 44% NENHUM As vezes Não Sim 57% 18% 25% BASICO As vezes Não Sim 26% 53% 21% MEDIO As vezes Não Sim 100 % AVANÇADO Não 12% 40% 48% NENHUM Não Sim Um pouco 25% 32% 43% BASICO Não Sim Um pouco 29% 27% 44% MEDIO Não Sim Um pouco 40% 20% 40% AVANÇADO Não Sim Um pouco 4% 76% 20% NENHUM Não Sim Um pouco 5% 57% 38% BASICO Não Sim Um pouco 15% 44% 41% MEDIO Não Sim Um pouco 40% 20% 40% AVANÇADO Não Sim Um pouco felicidade através de bens materiais diminui, mas ainda e perceptível a vontade de possuir pelo menos mais um pouco de posses. Gráfico 22 - Você gosta de possuir coisas que impressionam as pessoas? Fonte: Coleta de dados (2022) A maioria das pessoas não se mostram interessadas em ter coisas que impressionam os outros, mesmo com o nível de educação financeira alta ou baixa, isso não se torna evidente. Gráfico 23 -Você fica incomodado quando não pode comprar tudo que quer? Fonte: Coleta de dados (2022) Há um maior incomodo dos indivíduos com o baixo nível de conhecimento em educação financeira com o fato de não possuírem tudo que desejam, identificando a influencia a educação financeira no materialismo. Considerações finais O dinheiro é algo essencial na vida das pessoas, ele pode ser um bom amigo ou um péssimo inimigo dependendo da forma que as pessoas lidam com ele. É possível ver que a falta de educação financeira abre as portas para a má gestão das finanças pessoais, porque pela falta dela, as pessoas não têm consciência de como administrar as próprias finanças, o que as levam a gastos supérfluos, a negligenciar o futuro, não se importando 64% 12% 24% NENHUM Não Sim Um pouco 72% 13% 15% BASICO Não Sim Um pouco 79% 3% 18% MEDIO Não Sim Um pouco 80% 20% AVANÇADO Não Um pouco 8% 56% 36% NENHUM Não Sim Um pouco 15% 52% 33% BASICO Não Sim Um pouco 44% 32% 24% MEDIO Não Sim Um pouco 60% 40% AVANÇADO Não Um pouco com o amanhã, e com pouco interesse na aposentadoria e como vai sobreviver futuramente, ao uso inadequado do cartão de crédito, a basear suas vidas em bens materiais, com a felicidade norteada por ter e comprar coisas para poder ostentar, e a frustração de não conseguir o que quer. Tudo isso evidencia cada vez mais a cultura do consumo, onde as pessoas consomem sem necessidade, pelo simples fato de poder dizer que tem. Em contrapartida, pessoas com uma boa educação financeira, são mais consciente com seus gastos, não se deixando levar pelo momento o por ofertas de produtos, não sendo influenciadas pelo uso fácil do crédito, buscando sempre os gastos conscientes e o não acumulo de dívidas, e com um grau menor de materialismo, mostrando a influência da educação financeira na maneira de agir e pensar, com uma visão de futuro mais preocupada, se interessando mais pelo dia de amanhã e na forma de se aposentar, deixando claro a influência e a importância da educação financeira na vida das pessoas. A educação financeira deve fazer parte da vida de cada pessoa, pelo menos o básico deve ser ensinado a sociedade, para que então se houver o interesse ela busque mais sobre, assim, as pessoas conseguem fazer um planejamento de gasto, conquistando a estabilidade financeira, e diminuindo o número de endividados e inadimplentes, para que a sociedade se torne menos materialista e não baseie sua vida em comprar coisas e bens materiais em busca de sucesso e felicidade. Referências Bibliográficas. Araújo, F. A. L., & Souza, M. A. P. (2012). Educação financeira para um Brasil sustentável evidências da necessidade de atuação do Banco Central do Brasil em educação financeira para o cumprimento de sua missão. Working paper. BOCK, Jan Magno. Análise pericial em cartões de crédito. Monografia (Graduação em Economia) – Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – Unijuí. Ijuí, RS, 2010. BORGES, P. R. S.; TIDE, F. 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