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ATENDIMENTO PRE HOSPITALAR TRANSPORTE E CLASSIFICACAO DE RISCOS (2)

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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR, 
TRANSPORTE E CLASSIFICAÇÃO 
DE RISCOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
REGULAÇÃO MÉDICA 
 
 
 
http://www.blogdaluciane.com.br/wp-content/uploads/2015/04/Foto-4-2.jpg 
 
A regulação médica das emergências é o elemento ordenador e 
orientador da atenção pré-hospitalar, realizando a ligação com o nível 
hospitalar e abarcando duas competências: a decisão técnica sobre os pedidos 
de socorro e a decisão gestora dos meios disponíveis. 
O médico regulador tem o dever de saber com exatidão as habilidades 
de seu pessoal não médico e médico, de modo a dominar as possibilidades de 
prescrição e fornecer dados que permitam viabilizar programas de capacitação 
que qualifiquem os intervenientes. 
A competência técnica do profissional médico inclui: julgar e decidir 
sobre a gravidade de um caso que lhe está sendo comunicado; enviar os 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
recursos necessários ao atendimento (com ou sem a presença do médico na 
ocorrência); monitorar e orientar o atendimento prestado por outro profissional 
de saúde habilitado ou por médico intervencionista; definir e acionar o hospital 
de referência ou outro meio necessário ao atendimento. Nos casos em que 
julgue não ser preciso enviar meios móveis de atenção, o médico deve explicar 
sua decisão e orientar o demandante do socorro quanto a outras medidas que 
julgar conveniente, através de orientação ou conselho médico, permitindo ao 
demandante assumir cuidados ou ser orientado a buscá-los em local definido 
ou orientado pelo médico. 
Trata-se da telemedicina, onde alguns procedimentos tornam-se 
impositivos: gravação contínua dos comunicados, correto preenchimento das 
fichas médicas de regulação e atendimento, e obediência aos protocolos 
institucionais consensuais e normatizados, tanto no setor público quanto no 
privado, que definem os passos e as bases para a decisão do regulador. O 
protocolo de regulação deve estabelecer, ainda, os limites de o telefonista 
auxiliar de regulação médica, que não pode, em nenhuma hipótese, substituir a 
prerrogativa de decisão médica e seus desdobramentos, sob pena de 
responsabilização posterior do médico regulador. 
Os protocolos de intervenção médica deverão ser concebidos e 
pactuados, garantindo perfeito entendimento entre o médico regulador e o 
intervencionista quanto aos elementos de decisão e intervenção. Objetividade 
nas comunicações e precisão nos encaminhamentos são igualmente 
imprescindíveis. Como, com frequência, o médico regulador autorizará atos 
não-médicos por radiotelefonia – sobretudo para auxiliares de enfermagem, 
socorristas e enfermeiros-socorristas –, os protocolos correspondentes deverão 
estar claramente constituídos e a autorização deve ser assinada na ficha de 
regulação médica e no boletim ou ficha de atendimento pré-hospitalar. O 
médico regulador tem o dever de saber com exatidão as habilidades de seu 
pessoal não-médico e médico, de modo a dominar as possibilidades de 
prescrição e fornecer dados que permitam viabilizar programas de capacitação 
que qualifiquem os intervenientes. 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
O próprio médico regulador deverá possuir formação específica e 
habilitação formal para a função, bem como acumular capacidade e 
experiência neste tipo de assistência. Deverá garantir que todos os envolvidos 
na atenção pré-hospitalar observem rigorosamente o sigilo médico mesmo nas 
comunicações radiotelefônicas, com o uso de códigos. A competência técnica 
médica do regulador sintetiza-se na sua capacidade de julgar, discernindo a 
urgência real da aparente. Em torno deste desafio devem-se centrar suas 
prerrogativas, deveres e garantias de regulamentação sobre o que o CFM pode 
e deve se manifestar. Para o bom exercício de suas funções devem ser 
oferecidos ao médico regulador os meios necessários com relação a recursos 
humanos e equipamentos. 
Quanto à decisão gestora dos meios disponíveis, outra competência do 
regulador, este deverá ter autorização e regulamentação por parte dos 
gestores do SUS em seus níveis de coordenação operacional, notadamente os 
municípios. As prerrogativas do regulador devem estender-se também à 
decisão sobre o destino hospitalar ou ambulatorial dos pacientes atendidos, 
considerando-se que nas emergências não existe, a priori, número fechado de 
leitos ou capacidade limite. O médico pode ainda acionar planos de atenção a 
desastres que estejam pactuados com os outros interventores em situações 
excepcionais, coordenando o conjunto da atenção médica de emergência. 
Pode também requisitar recursos privados em situações de exceção, com 
pagamento ou contrapartida posteriores de acordo com a pactuação a ser 
realizada com as autoridades competentes. 
O médico regulador do sistema público de emergências deverá ser 
obrigatoriamente consultado pela APH privada sempre que esta conduzir 
pacientes ao setor público e, ainda, deverá ter acesso à Central de Internações 
para a obtenção de informações necessárias que o ajudem a redirecionar os 
pacientes para os locais mais adequados às suas necessidades. É desejável 
que, com a pactuação de todos os setores sociais pertinentes, o médico 
regulador seja reconhecido formalmente como autoridade pública na área de 
saúde, com seus deveres e prerrogativas devidamente estabelecidos e 
documentados. 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
O setor privado que atua em APH precisa contar, obrigatoriamente, com 
médicos reguladores e de intervenção, o que pode ser exigido inclusive nos 
códigos municipais de saúde. Estas centrais privadas estão submetidas ao 
regulador público sempre que suas ações ultrapassarem os limites das 
instituições privadas não-conveniadas ao SUS, incluindo os casos de 
medicalização de assistência domiciliar não-emergencial. Em caso de 
necessidade de atuar como porta-voz em situações de interesse público, o 
regulador deverá manter-se nos limites do sigilo e da ética médica. 
 
O COMPONENTE PRÉ-HOSPITALAR MÓVEL DA 
POLÍTICA NACIONAL DE ATENÇÃO ÀS 
URGÊNCIAS – SAMU 192: PORTARIA GM/MS 
1864/03: 
 
http://i1.r7.com/data/files/2C95/948F/3BD4/6C0F/013B/D929/9975/6F9D/bombeiros.jpg 
 
 
O Serviço de atendimento Móvel de urgência - SAMU 192 é um 
programa de âmbito Federal com responsabilidade Tripartite (união, Estados e 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Municípios), e através do número de acesso nacional 192, criado pelo Decreto 
Presidencial 5.055/2004, tem como finalidade acolher e prestar socorro à 
população com agravos à saúde. Com este serviço, as três esferas de governo 
estão conseguindo reduzir o tempo de internação em hospitais, as sequelas 
decorrentes da falta de socorro precoce e consequentemente o número de 
óbitos. 
O SAMU 192 atende urgências em qualquer lugar: nas residências, 
locais de trabalho e vias públicas. Funcionando 24 horas por dia com equipes 
de profissionais de saúde, como auxiliares/ técnicos de enfermagem, 
enfermeiros, médicos e condutores de veículos de urgência, os quais atendem 
às urgências clínicas, cirúrgica, gineco obstétrica, pediátrica, traumáticas e de 
saúde mental. O acionamento do serviço é realizado por solicitação telefônica, 
de forma gratuita, através do número nacional de atendimento às urgências o 
192 (cento e noventa e dois), onde a ligação é atendida por técnicos na Central 
SAMU 192, dentre eles o médico, que identifica a gravidade do caso e, 
imediatamente, faz a leitura da situação apresentada e inicia o atendimento, 
orientando o paciente, e/ou a pessoa que fez a chamada, sobre as primeiras 
condutas a serem tomadas. 
A Central SAMU 192 tem como papel fundamentalorganizar a relação 
entre os vários serviços, identificando a demanda, qualificando o fluxo dos 
pacientes no sistema e gerando uma porta de comunicação ao público em 
geral. Através do número nacional de atenção às urgências (192), as 
solicitações de socorro são recebidas, avaliadas, hierarquizadas e atendidas 
por ordem de prioridade de acordo com as decisões do médico regulador. 
O sistema deve ser capaz de acolher de forma humanizada qualquer 
usuário, prestando-lhe atendimento e redirecionando para os locais adequados 
à continuidade do tratamento. Através do trabalho integrado entre a Central de 
Regulação Médica das urgências e outros serviços (Regulação de leitos 
hospitalares, de procedimentos de alta complexidade, de exames 
complementares, de internamentos e de consultas especializadas, Polícia 
Militar, Corpo de Bombeiros, Polícia Rodoviária Federal, dentre outros) a 
assistência ao usuário é garantida de forma integral. 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
Para o excelente funcionamento do serviço, o SAMU 192 deve contar 
com rede de atendimento pactuada e hierarquizada de forma resolutiva com 
atribuições formais de responsabilidades, adensamento tecnológico e recursos 
humanos qualificados. 
A Central de Regulação Médica do SAMU 192, operacionalizada por 
Médicos Reguladores, é um espaço no qual se garante uma escuta 
permanente de todos os pedidos de ajuda que ocorrem à central, bem como o 
estabelecimento de uma classificação inicial do grau de urgência de cada caso, 
desencadeando a resposta mais adequada a cada solicitação. 
 
 
Abordagem ao usuário do SAMU 192 
 
O contato telefônico com o SAMU 192 é a porta de entrada no sistema 
de urgência dos municípios que compõem o Estado para todos os usuários que 
solicitam ajuda relacionada aos agravos à saúde. Assim sendo, neste momento 
deverão ser transmitidos ao solicitante segurança, confiança e, acima de tudo, 
acolhimento. 
Quando a ligação dá entrada no sistema SAMU 192, o TARM é o 
primeiro profissional a contatar com o solicitante, logo, sua conduta ao 
recepcioná-lo deverá garantir a continuação da comunicação, para que 
posteriormente o médico regulador possa extrair todas as informações que 
julgar necessárias para aquele pedido de socorro. 
O TARM deverá seguir fielmente algumas orientações para o 
recebimento dos chamados telefônicos e lembrar que, usualmente, as 
primeiras informações e/ou palavras proferidas pelo solicitante traduzem 
provavelmente os fatos mais fidedignos relacionados ao agravo. O acolhimento 
inicial realizado pelo TARM, além de garantir a continuidade no processo de 
comunicação, tem por objetivo identificar sinais de alerta que surjam de 
imediato em decorrência da natureza do agravo, bem como a descrição do 
caso/cenário por parte do solicitante. 
 
 
 
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(31) 3270 4500 
Uma vez percebidos tais sinais, a solicitação deve ser priorizada e 
transferida imediatamente ao médico regulador, mesmo que haja outras 
solicitações em espera. 
Situações como: vítimas inconscientes, com dificuldade respiratória ou 
sem respirar são caracterizadas como situações de extrema urgência. Logo, 
serão repassadas imediatamente ao médico regulador, após a coleta de 
informações mínimas de identificação. 
Para efeito de raciocínio, agrupamos os casos urgentes de maior 
gravidade em três diferentes grupos sindrômicos operacionais: Síndromes de 
“Valência Forte”, Síndromes de “Etiologia Potencialmente Grave” e Síndromes 
de “Semiologia Potencialmente Grave”. 
 
• Síndromes de “Valência Forte” 
Situações em que o valor social é muito elevado. Ex.: “Presidente da 
República caiu na rampa do Congresso...”. A “morte” pode ser uma urgência 
médica, mesmo que a gravidade seja nula, torna-se uma urgência pelo valor 
social do evento. 
 
• Síndromes de “Etiologia Potencialmente Grave” 
Situações em que a causa indica uma gravidade muito elevada. Ex.: “Ele 
caiu do prédio...”, “Ele foi baleado por uma espingarda calibre 12...”, “Ele foi 
atropelado por um caminhão...”, “Ela está parindo...”, entre outras. 
 
• Síndromes de “Semiologia Potencialmente Grave” 
Situações em que os sinais e/ou sintomas informados pelo solicitante 
indicam gravidade elevada: Ex.: “Eu o encontrei desmaiado...”, “Ele está 
roxo...”, “Não está respirando...”, “Não está se mexendo...”, etc. Estas situações 
são concebidas a partir da forma como as queixas são apresentadas via 
telefone pelo solicitante, portanto, não seguem inicialmente uma lógica de 
determinação imediata da patologia do paciente. 
O chamado pode chegar ao médico regulador a partir de diferentes 
solicitantes, de diversos perfis, e o relato dos fatos pode se apresentar de 
maneira distinta. Algumas vezes o solicitante apresenta um conjunto de sinais 
 
 
 
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(31) 3270 4500 
isolados que não constituem de imediato uma síndrome, portanto, caberá ao 
regulador ouvi-lo e direcionar o interrogatório, a fim de obter os dados que lhe 
possibilitem estabelecer o diagnóstico sindrômico ou mesmo chegar a uma 
hipótese diagnóstica, embora esta última não seja indispensável para a tomada 
de decisão do regulador. 
A seguir são apresentados alguns sinais essenciais a serem 
pesquisados para o estabelecimento do diagnóstico sindrômico: 
 
• Pesquisar sobre a presença, ausência e qualidade dos movimentos 
respiratórios: para obter estas informações, em se tratando de solicitante leigo, 
poderá ser necessário orientá-lo sobre como proceder, por exemplo, pedindo-
lhe que observe se o peito (tórax) ou barriga do paciente se movimentam, se 
sai ar do seu nariz, etc. 
Também pode ser útil a observação da coloração das pontas dos dedos, das 
unhas ou do lábio; 
• Pesquisar sobre a presença ou ausência de pulso: orientar a pesquisa 
de batimentos na região do pulso ou pescoço, presença de sudorese e/ou 
temperatura da pele; 
• Pesquisar o nível de consciência: verificar se o paciente responde ou 
não a estímulos verbais e/ou a estímulos dolorosos, etc. Tomemos outro 
exemplo: um solicitante relata ao telefone que seu familiar está “desmaiado”. 
Tentaremos então investigar alguns sinais, perguntando ao solicitante se o 
paciente tem movimentos respiratórios, se é possível sentir seu pulso, se 
responde a estímulo doloroso, etc. 
Caso todas as respostas sejam negativas, pode-se ter o diagnóstico de uma 
parada cardiorrespiratória. 
 
 
Operacionalização da Central SAMU 192 
 
O acionamento do serviço de atendimento móvel de urgência é realizado 
gratuitamente através do número nacional de atendimento às urgências (192), 
onde o solicitante que necessita de atendimento e/ou alguém que esteja 
 
 
 
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próximo, por meio de um telefone (celular, orelhão e ou residencial), faz a 
solicitação do socorro. Em seguida, o TARM recebe a ligação e, em 
aproximadamente trinta (30) segundos, colhe as informações do paciente que 
necessita de atendimento, logo após, a ligação será transferida para o médico 
regulador, iniciando o processo de regulação médica através da Telemedicina. 
Para garantir um funcionamento adequado do modelo de regulação 
referenciado acima, algumas tecnologias estão sendo incorporadas à central 
de regulação médica das urgências como o sistema de rastreamento dos 
veículos através de GPS (Global Positio-ning System) e ainda a transmissão de 
dados para o interior das ambulâncias e vice-versa. Estas ferramentas 
oferecem informações que servem para auxiliar na decisão gestora do 
regulador médico, uma vez que atuam sobre dois dos grandes nós críticos do 
atendimento pré-hospitalar móvel, a comunicação qualificada com as equipes 
de atendimento e a diminuição do tempo resposta. 
 
 
Caracterização dos veículos utilizadosno SAMU 192 
 
Ambulância Tipo “D” (USA – Unidade de Suporte Avançado) 
Unidade destinada a atendimentos de urgências nas remoções de 
pacientes com risco de morte iminente, de moderada a grave, que necessitem 
de cuidados médicos intensivos. Tripulada por médico, enfermeiro e condutor 
de veículo de urgência. Possui todos os recursos destinados a suporte 
avançado de vida, podendo ser realizadas dentro do veículo intervenções de 
alta complexidade para salvar a vida dos pacientes. 
 
 
 
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SAMU 192 
 
Ambulância Tipo “B” (USB – Unidade de Suporte Básico) 
 
Unidade destinada ao atendimento pré-hospitalar e remoção de 
pacientes com risco de vida, que seja caracterizado de pequena e média 
gravidade, não classificado com potencial de necessidade de intervenção 
médica no local e/ou durante a remoção até o serviço de destino. É tripulada 
por um auxiliar ou técnico de enfermagem e um condutor de veículos de 
urgência. 
 
http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAABnU0AF-2.jpg 
 
 
 
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Motolância 
 
Unidade móvel de atendimento (motocicleta) integrada à frota do SAMU 
192 como mais um veículo disponível para o atendimento rápido dos usuários 
acometidos por agravos agudos (tempo-dependente). Deverão ser utilizadas 
exclusivamente em intervenções do SAMU 192, sob regulação médica e se 
destinam, prioritariamente, às seguintes situações: 
 
 
http://www.rontan.com.br/www/produto/motolancia_S3UbXy.jpg 
 
 Intervenções nos acionamentos de unidade de suporte avançado 
de vida (USA), considerando que a motocicleta desenvolve 
melhor velocidade e conta com a agilidade necessária no trânsito 
para chegar antes da ambulância ao local onde se encontra o 
paciente. Assim, nos eventos tempo-dependentes (por exemplo, 
infarto agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, 
traumatismo crânio-encefálico, dentre outras tantas) deverão ser 
envidados esforços por parte das centrais de regulação em 
efetuar o despacho imediato da motocicleta como forma de 
assegurar a chegada do socorro no menor tempo-resposta 
possível, preservando-se a segurança do condutor da 
motocicleta; 
 
 
 
 
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 Intervenções em eventos em locais de reconhecido difícil acesso 
a veículos de urgência (ambulâncias) em razão de características 
geográficas, condições da malha viária, dentre tantas 
peculiaridades de cada Município/região de abrangência do 
serviço, bem como em outras situações desta natureza que 
possam ser identificadas pela regulação médica como motivação 
para utilização da motocicleta; 
 
 Apoio nas intervenções de suporte básico de vida quando for 
necessário auxílio direto na cena de mais um técnico de 
enfermagem para auxílio em procedimentos que necessitem de 
mais profissionais, de acordo com o julgamento da regulação 
médica (reanimação cardiopulmonar, extração de vítimas, dentre 
outras situações do atendimento Pré-hospitalar - APH móvel); 
 
 Apoio nas intervenções de suporte avançado de vida quando for 
necessária a presença de mais um técnico de enfermagem na 
cena, a critério do médico regulador; 
 
 Demais situações de agravo à saúde da população nas quais, a 
critério do médico regulador, no uso de suas atribuições contidas 
na Portaria 2.048/GM, possa haver benefício no emprego da 
motocicleta, uma vez que a chegada desta unidade viabilizará o 
início de manobras de suporte básico de vida (BRASIL, 2008). 
 
 
Unidades móveis de suporte 
 
Veículo de Intervenção Rápida – VIR 
 
Unidade móvel de apoio que deve ser acionada nos casos de incidentes 
com múltiplas vítimas, uma vez que é abastecido com quantidade extra de 
insumos e equipamentos. 
 
 
 
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http://4.bp.blogspot.com/-V4jw47PCwpk/Ur8FzwebvvI/AAAAAAAACtw/18d6juy751c/s1600/6.PNG 
 
Carro Rápido 
 
Veículo de rápida locomoção, destinado ao encaminhamento de equipes 
extras do SAMU 192 para dar suporte em eventos cuja capacidade técnica no 
local seja insuficiente para prestação do socorro. 
 
Incidente com Múltiplas Vítimas (IMV) 
 
O atendimento a incidentes com múltiplas vítimas é um desafio com o 
qual os serviços de atendimento pré-hospitalar móvel e os hospitais que 
atendem urgências se deparam com frequência. Diariamente temos em nosso 
país acidentes dos mais variados tipos, com ônibus, trens, vans, automóveis, 
desabamentos, colisão de vários veículos, incidentes em eventos com 
aglomerado de pessoas que causam um número considerável de vítimas, em 
sua maioria superior a cinco. Nessas situações ocorre um desequilíbrio entre 
os recursos disponíveis e a capacidade de atendimento médico, levando a uma 
incapacidade dos serviços para lidarem com esse problema, que muitas vezes 
sequer é percebida, ou seja, o caos se instala e muitas vidas podem ser 
 
 
 
Instituto Pedagógico de Minas Gerais http://www.ipemig.com 
(31) 3270 4500 
perdidas. Assim é necessário estarmos preparados e treinados para atender 
essas situações caóticas. 
A definição do número 5 (cinco) como limite acima do qual consideramos 
a situação como acidente com múltiplas vítimas, deve-se à necessidade de 
mudança de comportamento das equipes para atender esses eventos. Nos 
municípios cuja estrutura de saúde é insuficiente para o atendimento 
simultâneo a cinco vítimas graves, este número pode ser readequado, 
tornando-se compatível com cada realidade. O importante é o estabelecimento 
dos protocolos de atendimento a incidentes com múltiplas vítimas, para serem 
aplicados quando eles ocorrerem. 
O conceito utilizado no atendimento dos eventos cotidianos do SAMU 
“nosso melhor recurso técnico para o paciente mais grave” deve dar lugar à 
seguinte concepção: “melhor cuidado de saúde para o maior número possível 
de vítimas, no momento que elas mais precisam, no menor tempo possível e 
com os recursos disponíveis”. 
Quando temos um incidente com múltiplas vítimas vários atores do 
atendimento pré-hospitalar móvel chegam ao local do acidente. São médicos, 
enfermeiros, bombeiros, policiais e voluntários, todos querendo dar o máximo 
das suas capacidades e habilidades para salvar o máximo possível de vidas. 
Porém, o que ocorre na maioria das vezes é que esses esforços não são 
concentrados, nem somados, cada um trabalha por si, sem protocolos 
adequados ou que proponham trabalho conjunto, sem comando único e sem a 
somatória dos esforços, que levariam a uma multiplicação da capacidade de 
resposta. 
Os incidentes com múltiplas vítimas fazem com que a rotina da Central 
SAMU 192 mude por completo, pois além de ter que dar uma resposta a este 
grande evento, o regulador médico terá que continuar atendendo às demandas 
diárias do serviço. Diante disso, faz-se necessário um planejamento prévio, 
bem como recursos imediatamente disponíveis para serem utilizados nestas 
situações. 
 
Os incidentes com múltiplas vítimas possuem três etapas de regulação médica 
distintas: 
 
 
 
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1ª Etapa: estabelecimento do evento: 
 
 Momento em que a regulação identifica a situação através das 
informações obtidas dos solicitantes; 
 
 Caso não seja possível a definição dessa situação através dos 
solicitantes, a regulação envia uma ou mais equipes para confirmação 
das informações, avaliação inicial local e atendimento; 
 As equipes de apoio devem ser alertadas; 
 Envio dos recursos necessários (ambulâncias do SAMU 192, Corpo de 
Bombeiros, Polícia Militar e Rodoviária, Polícia de Trânsito, kits de 
equipamentos e outros que se fizerem necessários, conforme o tipo de 
evento); 
 Deixar em alerta os hospitais de referência, que devem tomar as 
providênciascabíveis, conforme os protocolos estabelecidos para essas 
situações; 
 Informar cadeia hierárquica do serviço. 
 
 
2ª Etapa: atendendo o evento: 
 
• Manter contato com coordenação médica local; 
• Garantir recursos médicos; 
• Manter interface com bombeiros, polícias, hospitais e outros serviços; 
• Garantir o encaminhamento adequado das vítimas conforme suas 
necessidades; 
• Garantir a organização dos dados da ocorrência, dos recursos e das vítimas; 
• Garantir a continuidade do atendimento das demandas cotidianas com as 
adequações necessárias; 
• acionar centrais de regulação dos SAMU 192 de cidades da região, caso seja 
necessário. 
 
3ª Etapa: encerrando o evento 
 
 
 
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• Desmobilizar os recursos acionados que permaneceram em prontidão; 
• Tabular os dados do evento com a localização adequada das vítimas; 
• Fornecer os dados do evento (número de vítimas, gravidade, óbitos, 
encaminhamentos, equipes envolvidas etc.) às autoridades competentes; 
• Avaliar o impacto do evento na rede hospitalar; 
• Avaliar a necessidade de transporte inter-hospitalar; 
• Avaliar as necessidades de garantia de acolhimento das situações cotidianas; 
• Discutir as questões levantadas durante o evento; 
• Propor as adequações necessárias. 
 
O cumprimento de cada uma dessas etapas possibilita tanto a 
organização quanto a otimização dos recursos humanos e materiais que, na 
maioria das vezes, nunca é sufi ciente para o atendimento a esses eventos. 
 
Triagem das vítimas 
 
Triagem significa classificar, selecionar, separar. No atendimento aos 
pacientes acidentados, implica classificar em vários graus de gravidade para o 
tratamento e transporte, visando a assegurar o melhor cuidado médico para o 
maior número de vítimas. Assim sendo, a triagem consiste numa avaliação 
rápida das condições clínicas das vítimas para estabelecer prioridade no 
atendimento médico. Logo, alguns princípios devem ser considerados, são 
eles: 
 
• A triagem deve ser realizada rapidamente (60 a 90 segundos por vítima); 
 
• Os parâmetros utilizados são baseados na Respiração, Perfusão e Nível de 
Consciência (ver a seguir algoritmo para Triagem); 
 
• Utilizar um método de triagem que facilite a classificação das vítimas, no caso 
do SAMU 192 é utilizado o protocolo START (Simples Triagem e Rápido 
Tratamento); 
 
 
 
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 A identificação das vítimas durante a triagem é extremamente 
necessária, para isso são utilizados cartões coloridos conforme 
convenção internacional de cores ou outros recursos disponíveis, desde 
que deixem clara a prioridade médica da vítima; 
 Zoneamento das áreas de risco. 
Todo evento oferece um risco potencial para aqueles que irão prestar 
auxílio direto aos acidentados. Logo, uma das prioridades de todo evento de 
grande proporção é a delimitação das zonas de risco do evento. Estas áreas 
são classificadas em Zona Quente, Zona Morna e Zona Fria. Apesar da 
delimitação de cada zona de risco não ser atribuição do SAMU 192, todos os 
membros do serviço devem ter conhecimento das particularidades de cada 
uma delas a fim de que possam reconhecer e respeitar seus limites e ainda 
diminuir os riscos de acidentes. 
Abaixo segue uma foto ilustrativa simulando o zoneamento de uma área 
acometida por um eventual incidente. 
 
Regulação de situações especiais 
 
Transferências e transporte inter-hospitalar 
 
Dentro da perspectiva de estruturação de Sistemas Estaduais de 
urgência e Emergência, com universalidade, atenção integral e equidade de 
acesso, de caráter regionalizado e hierarquizado, de acordo com as diretrizes 
do SUS, os serviços especializados e de maior complexidade deverão ser 
referência para um ou mais municípios de menor porte. 
As grades de referência loco-regionais devem ser previamente 
pactuadas e as transferências deverão ser solicitadas ao médico regulador da 
Central de Regulação de urgências, cujas competências técnicas e gestoras 
estão estabelecidas na Portaria GM/MS 2048/02. 
No processo de planejamento e pactuação das transferências inter-
hospitalares, deverá ser garantido o suporte de ambulâncias de transporte para 
o retorno dos pacientes que, fora da situação de urgência, ao receberem alta, 
não apresentem possibilidade de locomover-se através de outros meios, por 
restrições clínicas. 
 
 
 
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Conceituação: 
 
O transporte inter-hospitalar refere-se à transferência de pacientes entre 
unidades não hospitalares ou hospitalares de atendimento às urgências e 
emergências, unidades de diagnóstico, terapêutica ou outras unidades de 
saúde que funcionem como bases de estabilização para pacientes graves, de 
caráter público ou privado e tem como principais finalidades: 
 
a - A transferência de pacientes de serviços de saúde de menor complexidade 
para serviços de referência de maior complexidade, seja para elucidação 
diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, 
sempre que as condições locais de atendimento combinadas à avaliação 
clínica de cada paciente assim exigirem; 
 
b- A transferência de pacientes de centros de referência de maior 
complexidade para unidades de menor complexidade, seja para elucidação 
diagnóstica, internação clínica, cirúrgica ou em unidade de terapia intensiva, 
seja em seus municípios de residência ou não, para conclusão do tratamento, 
sempre que a condição clínica do paciente e a estrutura da unidade de menor 
complexidade assim o permitirem, com o objetivo de agilizar a utilização dos 
recursos especializados na assistência aos pacientes mais graves e/ou 
complexos. 
Este transporte poderá ser aéreo, aquaviário ou terrestre, de acordo com 
as condições geográficas de cada região, observando-se as distâncias e vias 
de acesso, como a existência de estradas, aeroportos, heliportos, portos e 
condições de navegação marítima ou fluvial, bem como a condição clínica de 
cada paciente, não esquecendo a observação do custo e disponibilidade de 
cada um desses meios. O transporte inter-hospitalar, em qualquer de suas 
modalidades, de acordo com a disponibilidade de recursos e a situação clínica 
do paciente a ser transportado, deve ser realizado em veículos adequados e 
equipados de acordo com os seguintes critérios: 
 
 
 
 
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Transporte Aero médico: O transporte aéreo poderá ser indicado, em 
aeronaves de asa rotativa, quando a gravidade do quadro clínico do paciente 
exigir uma intervenção rápida e as condições de trânsito tornarem o transporte 
terrestre muito demorado, ou em aeronaves de asa fixa, para percorrer grandes 
distâncias em um intervalo de tempo aceitável, diante das condições clínicas 
do paciente. A operação deste tipo de transporte deve seguir as normas e 
legislações específicas vigentes, oriundas do Comando da Aeronáutica através 
do Departamento de aviação Civil. Para efeito da atividade médica envolvida 
no atendimento e transporte aéreo de pacientes, considera-se que o serviço 
deve possuir um diretor médico com habilitação mínima compreendendo 
capacitação em emergência pré-hospitalar, noções básicas de fisiologia de voo 
e noções de aeronáutica, sendo recomendável habilitação em medicina 
aeroespacial. O serviço de transporte aero médico deve estar integrado ao 
sistema de atendimento pré-hospitalar e à Central de Regulação Médica de 
urgências da região e deve ser considerado sempre como modalidade de 
suporte avançado de vida. 
 
Transporte Aquaviário: 
 
Este tipo de transporte poderá ser indicado em regiões onde o transporte 
terrestre esteja impossibilitado pela inexistência de estradas e/ou onde não 
haja transporte aero médico, observando-sea adequação do tempo de 
transporte às necessidades clínicas e à gravidade do caso. 
 
Transporte Terrestre: 
 
Este tipo de transporte poderá ser indicado para áreas urbanas, em 
cidades de pequeno, médio e grande porte, ou para as transferências 
intermunicipais, onde as estradas permitam que essas unidades de transporte 
se desloquem com segurança e no intervalo de tempo desejável ao 
atendimento de cada caso. 
 
Diretrizes Técnicas: 
 
 
 
 
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Responsabilidades e Atribuições das Unidades de saúde solicitantes: 
 
a. O médico responsável pelo paciente, seja ele plantonista, diarista ou o 
médico assistente, deve realizar as solicitações de vagas ao Complexo 
Regulador do Estado, seguindo os Protocolos Operacionais do complexo; 
 
b. O médico responsável pelo paciente, seja ele plantonista, diarista ou o 
médico assistente, deve realizar as solicitações de transferências à Central 
SAMU 192 e realizar contato prévio com o serviço potencialmente receptor; 
 
c. Não remover paciente com risco iminente de morte, sem prévia e obrigatória 
avaliação e atendimento respiratório, hemodinâmico e outras medidas urgentes 
específicas para cada caso, estabilizando-o e preparando-o para o transporte; 
 
d. Esgotar seus recursos antes de acionar a Central de Regulação Médica ou 
outros serviços do sistema loco-regional; 
 
e. A decisão de transferir um paciente grave é estritamente médica e deve 
considerar os princípios básicos do transporte, quais sejam: não agravar o 
estado do paciente, garantir sua estabilidade e garantir transporte com rapidez 
e segurança; 
 
f. Informar ao médico regulador, de maneira clara e objetiva, as condições do 
paciente; 
 
g. Elaborar documento de transferência que deve acompanhar o paciente 
durante o transporte e compor seu prontuário na unidade receptora, registrando 
informações relativas ao atendimento prestado na unidade solicitante, como 
diagnóstico de entrada, exames realizados e as condutas terapêuticas 
adotadas. Este documento deverá conter o nome e CRM legíveis, além da 
assinatura do solicitante; 
 
 
 
 
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h. Obter a autorização escrita do paciente ou seu responsável para a 
transferência. Poder-se-á prescindir desta autorização sempre que o paciente 
não esteja apto para fornecê-la e não esteja acompanhado de possível 
responsável; 
 
i. A responsabilidade da assistência ao paciente transferido é do médico 
solicitante, até que o mesmo seja recebido pelo médico da unidade 
responsável pelo transporte, nos casos de transferência em viaturas de suporte 
avançado de vida ou até que o mesmo seja recebido pelo médico do serviço 
receptor, nos casos de transferência em viaturas de suporte básico de vida ou 
viaturas de transporte simples. O início da responsabilidade do médico da 
viatura de transporte ou do médico da unidade receptora não cessa a 
responsabilidade de indicação e avaliação do profissional da unidade 
solicitante; 
j. Nos casos de transporte de pacientes em suporte básico de vida para 
unidades de apoio diagnóstico e terapêutico, para realização de exames ou 
tratamentos, se o paciente apresentar intercorrência de urgência, a 
responsabilidade pelo tratamento e estabilização é da unidade que está 
realizando o procedimento, que deverá estar apta para seu atendimento, no 
que diz respeito a medicamentos, equipamentos e recursos humanos 
capacitados; 
 
k. Nos casos de transporte de pacientes críticos para realização de 
procedimentos diagnósticos ou terapêuticos e, caso estes serviços situem-se 
em clínicas desvinculadas de unidades hospitalares, o suporte avançado de 
vida será garantido pela equipe da unidade de transporte; 
 
l. Nos locais em que as Centrais de Regulação ainda não estejam estruturadas 
ou em pleno funcionamento, é vedado a todo e qualquer solicitante, seja ele 
público ou privado, remover pacientes sem contato prévio com a 
instituição/serviço potencialmente receptor; 
 
 
 
 
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m. Nos locais em que as Centrais de Regulação já estão em funcionamento, 
nenhum paciente poderá ser transferido sem contato prévio com a mesma ou 
contrariando sua determinação; 
 
n. Nos casos de transferências realizadas pelo setor privado, o serviço ou 
empresa solicitante deverá se responsabilizar pelo transporte do paciente, bem 
como pela garantia de recepção do mesmo no serviço receptor, obedecendo às 
especificações técnicas estabelecidas neste Regulamento; 
 
o. Nos casos de operadoras de planos privados de assistência à saúde, 
permanece em vigor a legislação própria a respeito deste tema, conforme 
Resolução CONSU n° 13 de 4 de novembro de 1998 e CONSU n° 15 de 29 de 
março de 1999, eventual regulamentação posterior a ser estabelecida pela 
agência Nacional de Saúde Suplementar. 
 
Responsabilidades/Atribuições da Central SAMU 192 /Médico Regulador 
 
Além das estabelecidas no Capítulo II da Portaria GM/MS 2048/02, ficam 
definidas as seguintes responsabilidades/atribuições para a Central de 
Regulação/Médico Regulador: 
 
a. O acionamento e acompanhamento da unidade e equipe de transporte, caso 
estes se localizem descentralizados em relação à estrutura física da central de 
regulação, como nos casos de transporte aero médico, hidroviário ou terrestre, 
em que se opte por descentralizar viaturas e equipes para garantir maior 
agilidade na resposta. Nestes casos, a localização dos veículos e das equipes 
de saúde responsáveis pelo transporte deverá ser pactuada entre os gestores 
municipais da região de abrangência da central; 
 
b. Utilizar o conceito de “vaga zero”, definido no Capítulo II da Portaria GM/MS 
2048/02, também nos casos de regulações inter-hospitalares, quando a 
avaliação do estado clínico do paciente e da disponibilidade de recursos loco- 
regionais o tornem imperativo. 
 
 
 
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Responsabilidade e Atribuições da Equipe de Transporte 
 
Ficam estabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições à Equipe de 
Transporte: 
 
a. acatar a determinação do médico regulador quanto ao meio de transporte e 
tipo de ambulância que deverá ser utilizado para o transporte; 
b. Informar ao médico regulador caso as condições clínicas do paciente no 
momento da recepção dele para transporte não sejam condizentes com as 
informações que foram fornecidas ao médico regulador e repassadas por este 
à equipe de transporte; 
 
c. No caso de transporte terrestre, deverão ser utilizadas as viaturas de 
transporte simples para os pacientes eletivos, em decúbito horizontal ou 
sentados, viaturas de suporte básico ou suporte avançado de vida, de acordo 
com o julgamento e determinação do médico regulador, a partir da avaliação 
criteriosa da história clínica, gravidade e risco de cada paciente, estando tais 
viaturas, seus equipamentos, medicamentos, tripulações e demais normas 
técnicas estabelecidas no presente Regulamento; 
 
d. O transporte inter-hospitalar pediátrico e neonatal deverá obedecer às 
diretrizes estabelecidas neste manual, sendo que as viaturas utilizadas para tal 
devem estar equipadas com incubadora de transporte e demais equipamentos 
necessários ao adequado atendimento neonatal e pediátrico; 
 
e. Registrar todas as intercorrências do transporte no documento do paciente; 
 
f. Passar o caso, bem como todas as informações e documentação do 
paciente, ao médico do serviço receptor; 
 
g. Comunicar ao médico regulador o término do transporte; 
 
 
 
 
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h. Conduzir a ambulância e a equipe de volta à sua base. 
 
Responsabilidades/Atribuições do Serviço/Médico Receptor 
Ficamestabelecidas as seguintes responsabilidades/atribuições ao 
Serviço/Médico Receptor: 
 
a. Garantir o acolhimento médico rápido e resolutivo às solicitações da central 
de regulação médica de urgências; 
 
b. Informar imediatamente à Central de Regulação se os recursos diagnósticos 
ou terapêuticos da unidade atingirem seu limite máximo de atuação; 
 
c. Acatar a determinação do médico regulador sobre o encaminhamento dos 
pacientes que necessitem de avaliação ou qualquer outro recurso 
especializado existente na unidade, independentemente da existência de leitos 
vagos ou não – conceito de “vaga zero”; 
 
d. Discutir questões técnicas especializadas sempre que o regulador ou 
médicos de unidades solicitantes de menor complexidade assim demandarem; 
 
e. Preparar a unidade e sua equipe para o acolhimento rápido e eficaz dos 
pacientes graves; 
 
f. Receber o paciente e sua documentação, dispensando a equipe de 
transporte, bem como a viatura e seus equipamentos o mais rápido possível; 
 
g. Comunicar a Central de Regulação sempre que houver divergência entre os 
dados clínicos que foram comunicados quando da regulação e os observados 
na recepção do paciente. 
 
Óbitos no APH móvel 
 
Óbito no local da ocorrência: 
 
 
 
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• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da 
ambulância quando houver suspeita de óbito do paciente no local da 
ocorrência; 
 
• Havendo suspeita e/ou confirmação de morte traumática, a equipe deverá 
preservar as evidências, não removendo o corpo e mantendo intacta a cena; 
 
• A equipe deverá permanecer no local da ocorrência até a chegada de 
autoridade policial competente, salvo orientação contrária do médico regulador; 
• Registrar o óbito da vítima no local especificado na ficha de atendimento; 
 
• Comunique à Central SAMU 192 a necessidade de contatar/acionar o CIOSP 
190. 
 
Óbito no local da ocorrência após intervenção da Equipe de USB 
 
• A vítima será encaminhada ao SVO. (Morte sem assistência Médica) 
 
Óbito na ambulância. 
 
• Em unidades de Suporte avançado, caberá ao médico intervencionista o 
preenchimento da Declaração de Óbito (D.O.), podendo usar a prerrogativa de 
informar a causa mortis como “causa desconhecida” ou “causa indeterminada”. 
 – Resoluções CFM n° 1601/00 e 1779/05 e Processo Consulta 2478/01 CFM 
com Parecer de abril/03; 
• Em casos de morte traumática ou suspeita, deverá ser acionado o CIOSP 190 
para guarda do corpo; 
• Em unidades de Suporte Básico de Vida, encaminhar para o SVO, pois o 
entendimento da legislação atual é de “morte sem assistência médica”; 
• Qualquer dúvida em relação ao preenchimento das D.O., contatar a Central 
SAMU 192 de sua região. 
 
Constatação do óbito 
 
 
 
 
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• Caberá ao médico intervencionista ou Médico Regulador a constatação do 
óbito, inclusive com relação às equipes de suporte básico de vida, quando for 
possível fazê-la. 
 
Menor Alcoolizado, Abuso da Criança e do Idoso 
 
• O médico regulador deve ser informado imediatamente, a fim de que possa 
acionar o Conselho Tutelar, Conselho do Idoso, Conselho da Infância e 
adolescência ou similar; 
 
• O médico regulador deve registrar na ficha de atendimento. 
 
Paciente menor de 18 anos 
 
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe quando 
houver atendimento a paciente menor de idade desacompanhado; 
 
• Se possível, solicitar que vizinhos acompanhem o paciente até a unidade de 
saúde definida pela regulação, registrando nome endereço e telefone. Caso 
contrário informar aos vizinhos o destino que será dado ao paciente; 
 
• Comunicar ao Conselho Tutelar ou similar; 
 
• Comunicar ao Serviço Social da unidade receptora. 
 
Paciente sem condições de decidir (acompanhados de criança 
ou menor de idade de 18 anos) 
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da 
ambulância quando houver atendimento a paciente sem condições de decidir, 
acompanhado de menor de idade; 
 
 
 
 
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• a equipe, se possível, indagará se algum parente ou vizinho pode se 
responsabilizar pelo menor, registrando nome e endereço desse responsável, 
colhendo assinatura do mesmo; 
 
• Caso contrário, conduzir a criança ao destino final do paciente, registrando o 
nome e cargo do funcionário que assume a responsabilidade pelo menor ou 
Serviço Social se unidade hospitalar; 
 
• Comunicar ao Conselho Tutelar. 
 
Paciente que recusa atendimento 
 
Caso a vítima recuse atendimento, o médico regulador deverá solicitar à equipe 
que investigue na vítima: 
 
• Situações de risco de morte imediata: comprometimento de vias aéreas e 
respiração, sangramento abundante; 
• Alterações de comportamento que indiquem que a vítima se encontra 
prejudicada em sua capacidade de decisão: alterações do nível de consciência, 
intoxicação etílica ou por droga. 
 
Outros médicos no local da ocorrência 
 
• A presença, no local da ocorrência, de médicos que se prontifiquem a prestar 
atendimento e que não sejam plantonista do SAMU 192, é considerada 
intervenção médica externa; 
 
• O profissional da ambulância deve registrar o fato na ficha de ocorrência, 
anotando nome e CRM do profissional e solicitar ao profissional que registre 
sua intervenção no verso da mesma; 
 
 
 
 
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• O fato será imediatamente comunicado ao médico regulador e, idealmente, os 
dois médicos devem manter contato pelo rádio ou outro meio de comunicação 
para troca de informações relativas ao paciente; 
 
• Quaisquer dúvidas quanto à conduta tomada pelo médico que está assistindo 
o paciente no local devem ser informadas ao médico regulador, para que ele 
faça contato com o profissional que está intervindo no local; 
 
Ordens contrárias de bombeiros, policiais e outras autoridades 
presentes no local da ocorrência 
 
• O médico regulador deve ser informado imediatamente pela equipe da 
ambulância quando houver determinações emanadas por bombeiros, policiais 
ou outras autoridades presentes ao local da ocorrência, contrárias às 
estabelecidas nas rotinas operacionais ou protocolos assistenciais do SAMU 
192; 
 
• a equipe deve imediatamente esclarecer que essas ordens ferem tais 
regulamentos; 
 
• O médico regulador deve orientar a equipe quanto à conduta a ser seguida; 
 
• a equipe deve encaminhar, por escrito, relatório à Central de Regulação do 
SAMU 192. 
 
Liberação de paciente no local da ocorrência 
 
• A liberação de vítimas no próprio local da ocorrência é de competência 
exclusiva do médico regulador, após tomar conhecimento de suas lesões e 
sinais vitais. 
Caso o médico intervencionista presente no local decida por esta conduta, 
deve contar com o aval e a concordância do médico regulador. 
 
 
 
 
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Trotes 
 
• Anotar no livro específico que fica na sala de regulação do SAMU 192. 
 
Maca presa 
 
• A equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá 
contato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema; 
 
• Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação 
do SAMU 192 de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na 
Central. 
 
Problemas na recepção do paciente pelas equipes intra-
hospitalares 
• A equipe deve informar imediatamente ao médico regulador, que manterá 
contato com o responsável pela unidade receptora para solucionar o problema; 
 
• Caso o problema não seja solucionado, manter contato com a Coordenação 
do SAMU 192 de acordo com escala de Supervisão previamente afixada na 
Central. 
 
Atendimento a pacientes comdistúrbios psiquiátricos 
 
Conceito 
 
Define-se a urgência psiquiátrica como a situação na qual o transtorno 
do pensamento, do afeto ou da conduta é tão evidente que o próprio paciente, 
a família ou a sociedade consideram que requer atenção imediata. Pode 
apresentar-se em condições que: 
 
São manifestações de uma alteração psicológica aguda (ansiedade, 
pânico, depressão, transtornos de adaptação), implicam risco de dano pessoal 
 
 
 
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ou interpessoal (agressão, suicídio, homicídio) e evidenciam um 
comportamento profundamente desorganizado (psicose, delírio). 
 
Elementos da Urgência Psiquiátrica 
 
Na aproximação de uma urgência psiquiátrica devem-se considerar quatro 
elementos: 
 
• O paciente, com quadro clínico que necessitará estudo cuidadoso, exames 
pertinentes e o tratamento necessário; 
 
• O ambiente humano circundante, que deve ser avaliado em sua influência 
para a ação procedente; 
 
• O ambiente físico, que deve ser examinado pelas equipes para identificar 
perigos ou facilidades potenciais; 
 
• O médico que, como experto, haverá de resolver a urgência. Sua capacidade 
profissional e personalidade exercerão um papel decisivo. 
 
Avaliação da Urgência Psiquiátrica 
 
A aproximação ao paciente na urgência psiquiátrica é, a princípio, similar 
à de qualquer urgência médica. 
Durante a intervenção, através da entrevista, coletam-se as informações 
e os achados necessários para estabelecer o diagnóstico. a entrevista e o 
exame se adequarão, logicamente, às circunstâncias de cada paciente. 
Se, por definição, a urgência demanda intervenção rápida, devemos ser, 
no entanto, cuidadosos e conservadores diante da suspeita de um quadro 
orgânico; igualmente, em algumas urgências de etiologia psicológica é 
pertinente obter toda a informação possível, pois poderia tornar-se difícil sua 
execução posterior. 
 
 
 
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O médico deve realizar uma rápida avaliação mental e proceder ao 
exame físico, lembrando que muitas doenças orgânicas têm uma expressão 
psicológica. 
Sempre considerar seriamente as ideias ou tentativas de suicídio ou 
homicídio, assim como os riscos de agressão. 
Se a informação oferecida pelo paciente não for digna de crédito ou 
houver impossibilidade de obtê-la diretamente, se recorrerá aos familiares ou 
acompanhantes. 
 
Na avaliação deve-se por especial ênfase no que se segue: 
• História clínica; 
• Referência detalhada da queixa principal; 
• Mudanças recentes no curso de sua vida (especialmente doenças físicas ou 
perdas); 
• Níveis de compensação anteriores à urgência; 
• Uso de drogas; 
• História anterior de doenças médicas psiquiátricas e resposta ao tratamento; 
• História familiar; 
• História pessoal. 
 
Urgências Psiquiátricas Prioritárias 
Paciente Suicida; 
• Depressão; 
• ansiedade e Pânico; 
Transtornos Dissociativos; 
• Transtornos de Conversão; 
• Transtornos de adaptação; 
• Demência; 
• Situação de Crise Emocional; 
• agitação / Violência; 
• Psicoses agudas; 
• Mania; 
• Esquizofrenia; 
 
 
 
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• Esquizofrenia Catatônica; 
• Delírio; 
• alcoolismo; 
• Reações às Fenotiazidas. 
 
O ACOLHIMENTO COM CLASSIFICAÇÃO 
DE RISCO 
 
 
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HISTÓRICO 
 
O conceito de triagem nasceu da concepção militar. Os feridos no 
campo de batalha eram submetidos à rápida avaliação: aqueles em melhor 
situação voltavam para a batalha e os outros teriam prioridade no atendimento 
médico. A palavra triar vem do verbo francês “trier” que remete à necessidade 
 
 
 
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de escolha. A triagem nos pontos de atenção à saúde surge com intensidade 
na década de 1950 por profunda transformação social experimentada após a llª 
Guerra Mundial. Até então a atenção à saúde era feita pelos chamados 
médicos de família que atendiam casos de urgências. 
A urbanização acelerada promoveu o surgimento de serviços de 
urgência ancorados em hospitais de retaguarda. As pessoas passaram a 
procurar os serviços de urgência e reduziram a ligação com seu médico de 
“confiança”. Apareceram, então, problemas de definição de prioridade. 
Surgiram os primeiros protocolos sistematizados de triagem na tentativa de 
sistematização e ordenamento do fluxo dos pacientes que vão aos serviços de 
urgência. 
 
COMPARAÇÃO ENTRE OS MODELOS 
 
http://www.vereadorarmando.com.br/wp-content/uploads/2012/04/classifica%C3%A7%C3%A3o.jpg 
 
Os modelos de triagem têm grande variação de acordo com as várias 
experiências em serviços geralmente isolados (sem concepção sistêmica). Há 
modelos que utilizam de 2 níveis até 5 níveis de gravidade, sendo os últimos 
mais aceitos na atualidade. São cinco os modelos de triagem mais avançados 
e que passaram a ter uma concepção sistêmica, ou seja, são utilizados por 
uma rede de serviços: 
 Modelo Australiano (Australasian Triage Scale - ATS) - Foi o pioneiro e usa 
tempos de espera de acordo com gravidade; 
 
 
 
 
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 Modelo Canadense (Canadian Triage Acuity Scale - CTAS) - Muito 
semelhante ao modelo australiano, é muito mais complexo e está em uso em 
grande parte do sistema canadense; 
 
 Modelo de Manchester (Manchester Triage System - MTS) - Trabalha com 
algoritmos e determinantes, associados a tempos de espera simbolizados por 
cor. Está sistematizado em vários países da Europa; 
 
 Modelo Americano (Emergency Severity Index - ESI) - Trabalha com um 
único algoritmo que foca mais na necessidade de recursos para o atendimento. 
Não é usado em todo o país; 
 
 Modelo de Andorra (Model Andorrà del Trialge – MAT) - Baseia-se em 
sintomas, discriminantes e algoritmos mas é de uso complexo e demorado. 
 
Na comparação entre os modelos observa-se que todos utilizam escalas 
de 5 níveis, mas os únicos que têm formato eletrônico e se baseiam em 
algoritmos clínicos são o protocolo de Manchester e o de Andorra. O MTS, 
além disso, é baseado em categorias de sintomas e não em escalas de 
urgência pré-definidas que podem induzir a diagnóstico, o que não é desejável 
num protocolo de classificação de risco. 
 
http://saudeblog.com.br/wp-content/uploads/2013/04/Classifica%C3%A7%C3%A3o-de-Risco1-
685x229.png 
 
 
 
 
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MUDANÇA NA GESTÃO DAS URGÊNCIAS A 
PARTIR DA CLASSIFICAÇÃO DE RISCO 
 
http://www.saude.sp.gov.br/resources/crh/gsdrh/piss.jpg 
Welfane Cordeiro Júnior 
Adriana de Azevedo Mafra 
 
A organização do fluxo de acesso nos serviços de urgência com a 
definição de prioridades é potente reformulador de seus modelos de gestão. Há 
necessidade de novo desenho dos fluxos de encaminhamento após a 
classificação de risco: 
 Atribuindo tempos de espera para atendimento médico; 
 Definindo modelos de observação de acordo com a gravidade atribuída; 
 Avaliando a necessidade da estrutura física do atendimento; 
 Modificado os fluxos e processos de trabalho; 
 Mensurando resultados obtidos. 
 
A integração dos serviços em rede pode determinar um fluxo pactuado 
pelos serviços. O protocolo de classificação é potente ferramenta de 
comunicação, co-responsabilização e regulação da rede das condições agudas 
para: 
 
 
 
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 Acompanhar em tempo real os fluxos, 
 Regular o transporte entre os serviços. 
 
A organização da rede de resposta às condições agudas tem como 
fundamentais critérios: 
 Utilização de protocolo único de classificação de risco; 
 Fluxos deencaminhamento após a classificação de risco desenhados e 
pactuados internamente por cada instituição e responsabilizados nominalmente 
pelos respectivos trabalhadores, com descrição e aceitação dos papéis 
propostos; 
 Discussão do fluxo de encaminhamento de responsabilização coletiva, 
assinada por todos que se co-responsabilizam pelos serviços desta rede; 
 Pactuação dos fluxos de encaminhamento pós-classificação de risco entre 
todos os atores dos serviços (de todos os níveis de atenção), compartilhada 
por uma estrutura reguladora também responsável pelo transporte do paciente, 
se necessário, até o destino pactuado; 
 Compartilhamento das “regras” com as estruturas de logística (regulação, 
SAMU, prontuário eletrônico) que se co-responsabilizam pelos resultados; 
 Informatização dos processos; 
 Comando único (definir a forma quando for regional). 
É importante ressaltar que a utilização de um protocolo de Classificação 
de Risco seja ele qual for não garante os resultados em uma instituição ou uma 
rede. Ele é apenas uma peça deste mosaico complexo. A figura mostra um 
fluxograma de determinantes gerais do protocolo de Manchester. 
 
 
 
 
 
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ATENDIMENTO PRÉ-HOSPITALAR E 
TRANSPORTE INTER-HOSPITALAR 
 
http://www.pilotopolicial.com.br/wp-content/uploads/2014/07/2013-05-07-Visita-Helicentro-Samu-42.jpg 
Cesar Augusto Soares Nitschke 
 
 
Histórico dos Atendimentos Móveis de Urgência e da Regulação Médica 
de Urgência 
 
No mundo 
 
Século VI - Imperador Mauricius - Cria um corpo de cavaleiros 
encarregado da remoção do ferido. Século XVIII - Napoleão Bonaparte designa 
o Barão Dominique-Jean Larrey para desenvolver um sistema de cuidados 
médicos para o exército francês. Barão Larrey desenvolve todos os preceitos 
do cuidado médico de emergência utilizados atualmente: 
1) rápido acesso ao paciente por profissional treinado; 
2) tratamento e estabilização no campo; 
3) rápido transporte aos hospitais apropriados; 
4) cuidados médicos durante o transporte. 
 
 
 
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1859 - H. Dunant, pleiteia o estabelecimento da convenção de Genebra 
da qual será originado a Cruz Vermelha. 
1864 - Sistema organizado de socorro à população civil (Railway 
Surgery - USA) foi implantado, com o objetivo de prestar cuidados médicos às 
vítimas do trauma durante as viagens de trem. 
1865 - Serviço de ambulância nos Estados Unidos da América foi 
instituído pelo Exército Americano. 
1869 - Criado serviço de ambulância (carruagem puxada por cavalos) 
em Nova York. 
1870 - Primeiro registro de transporte aero médico, por meio de balão de 
ar quente, pelo exército prussiano em Paris. 
1899 - Primeira ambulância motorizada operada pelo Hospital Micheal 
Reese Hospital de Chicago; alcançava 30 km/hora 
1924 - Chefe Cot - Cria o ”Serviço de Emergência para os Asfixiados”, 
dentro do regimento de Bombeiros de Paris, que é o primeiro exemplo de 
postos de emergência móvel avançados, distinto dos serviços hospitalares. 
Durante a I e II Grandes Guerras Mundiais, os serviços médicos militares 
provaram sua eficácia no acesso e manejo precoce das pessoas feridas. 
Entretanto, embora o sistema militar médico tornara-se bem desenvolvido, o 
desenvolvimento do sistema civil estava atrasado. 
1956 - Professor Cara em Paris - Cria o primeiro Serviço Móvel de 
Emergência e Reanimação (SMUR), com a finalidade de assegurar o 
transporte interhospitalar de pacientes em insuficiência respiratória séria, 
principalmente no momento da epidemia de poliomielite. 
Final dos anos 50 - J.D. Farrington, e outros, questionaram quais as 
lições aprendidas pelos serviços médicos militares poderiam ser aplicadas aos 
civis para melhorar o cuidado civil. 
1962 - Professor Larcan - Abre em Nancy, um serviço de emergência 
médica urbano. 1965 - Ministério de Saúde Francês impõe a certos centros 
hospitalares que se dotem de meios móveis de socorro de emergência. 
Serviços de Atendimento Médico de Urgência (SAMU) são criados para 
administrar as chamadas médicas que apresentam um caráter de emergência 
assim como o funcionamento do SMURS (UTI Móveis). 
 
 
 
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Os SAMU, inicialmente centrados nos atendimentos de estrada, 
estendem seu campo de ação inclusive para intervenções não traumatológicas, 
transportes inter-hospitalares e chamadas da população por ansiedade, quer 
se trate de uma urgência vital ou simplesmente sentida como tal. 
Tendo em conta o grande número de intervenções, da diversidade de 
situações encontradas e das respostas oferecidas, a realização de uma 
coordenação médica revela-se rapidamente necessária. Assim nasceu o 
princípio da regulação médica. Para melhorar a organização e a regulação da 
emergência médica-cirúrgica, ao término dos anos 1970, cria-se 
progressivamente o Centro 15 Regional (departamental). 
1969 - Comissão sobre EMS (Emergency Medical Service) é criada pela 
Associação Médica Americana 1970 - Registrado o Treinamento Médico de 
Emergência. 
1975 - ACLS desenvolvido pela Associação Americana de Cardiologia. 
1978 - Curso piloto de ATLS desenvolvido em Auburn, Nebraska. 
1979 - Comitê de acreditação em EMT-Paramedic formado. 
1981 - Prehospital Trauma Life Support (PHTLS) 
 
No Brasil 
 
 
 
 
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http://www.treslagoas.ms.gov.br/public/noticias/15638-cidade-tera-10-leitos-de-uti-
neonatal-e-10-de-unidade-intermediaria.jpg 
 
No ano de 1893, o Senado da jovem República Brasileira, aprova a Lei 
que pretendia estabelecer o socorro médico de urgência na via pública. O Rio 
de Janeiro, capital do país, contava na época com uma população em torno de 
522 mil habitantes (dados de 1890). 
Em 1904, foram instalados postos de Pronto Socorro e em 1907, o 
Prefeito Pereira Passos encomendou na Europa várias ambulâncias. O veículo, 
destinado a transporte de pacientes, havia sido criado em 1792, por Dominique 
Larrey, o cirurgião chefe da Grande Armada de Napoleão Bonaparte, as 
ambulâncias móveis. Nesta ocasião criou-se também a palavra ambulância (do 
latim Ambulare – “deslocar”) designando uma ambulância móvel para ser 
fixada no campo de batalha, para funcionar como estrutura correspondente a 
um hospital de campanha. Larrey atendia aos feridos (“debaixo do fogo 
inimigo”), iniciando no local o tratamento precoce, com suturas, incisões de 
partes lesadas, imobilizações e quando necessárias amputações. Optando pelo 
tratamento no local, era observada maior chance de sobrevida. 
 
http://www.infonet.com.br/sysinfonet/images/secretarias/Saude/grande-
ambulancia_transporte_equipe_samu01_30102014.jpg.JPG 
 
 
 
 
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No Rio de Janeiro, os serviços de urgência, sempre contaram com 
grande participação dos estudantes de medicina. Existiam concorridos 
concursos, para a função de Acadêmicos Bolsistas, que atuavam nos Prontos 
Socorros, como nas ambulâncias. Não eram apenas as bolsas que atraiam os 
acadêmicos, mas a experiência que vivenciavam e o peso curricular, por terem 
sido aprovados no concurso. 
Hoje, o Rio de Janeiro, onde se iniciou no Brasil a primeira organização 
de urgência, vive uma militarização deste atendimento no que se refere ao 
“socorro médico de urgência na via pública”, talvez em função do caos tanto da 
rede pública e privada da saúde, como a violência e a dificuldade “civil” de 
acesso. Grande número de médicos foi incorporado à carreira do Corpo de 
Bombeiros. Na assistência médica, as ambulâncias foram consideradas 
durante muito tempo, mais como um Sistemade Transporte do que como 
unidade de atendimento e cuidados precoces, diferente da utilização que teve 
principalmente nas guerras. Frequentemente a gerência das frotas de 
ambulâncias, sequer estavam ligadas diretamente a Serviços de Saúde, aos 
Serviços Municipais de Transporte, quando não diretamente aos gabinetes do 
Executivo. 
Década de 50 - "SAMDU" - Serviço de Assistência Médica Domiciliar de 
Urgência Podemos considerar, do ponto de vista histórico, esta atividade como 
um embrião da atenção pré-hospitalar no Brasil. Por uma série de motivos, 
incluindo a não introdução do método de regulação médica das urgências, esta 
atividade foi sendo desativada progressivamente e terminou. 
Década de 60 e 70 – Vários Serviços privados de atendimento domiciliar 
de urgência foram inaugurados no Brasil A partir de 1975, com a Lei 6229, 
quando o município ficou com a responsabilidade do atendimento às urgências, 
através de serviços próprios, conveniados ou transferidos para localidades com 
recursos, a distribuição de ambulâncias transformou-se em moeda política, 
distribuída com grande alarde, pois se constituíam em “outdoor móvel”, com 
grande identificação do doador e também do governante local que a havia 
conseguido. 
A profusão de informação exterior era sempre inversamente proporcional 
aos recursos no seu interior, maca e sirene. Os veículos escolhidos, em sua 
 
 
 
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grande maioria não eram apropriados para o transporte de pacientes em boas 
condições, pois a altura e o espaço físico, não permitiam sequer que o paciente 
pudesse fazer uso de “soro fisiológico E.V. ou uso de O2”, no caso de paciente 
crítico. 
A função de transporte foi a que cumpria até recentemente, 
independente do estado do paciente, pois com recurso humano, contava-se 
apenas, com um motorista “ágil” no volante. Fica difícil se ter ideia de quantas 
vidas foram “salvas” ou “ceifadas” no transporte por ambulância. 
1987 - O primeiro serviço de atendimento pré-hospitalar em Minas 
Gerais, sem a presença de médico, foi implantado pelo Corpo de Bombeiros da 
Polícia Militar, em Blumenau, em parceria com outras entidades. Sete anos 
após já atuava em 15 cidades catarinenses, contando apenas com a 
participação de socorristas e sem pessoal médico. 
1990 - Início do atendimento pré-hospitalar pelos corpos de bombeiros 
no Brasil. 
 
http://www.piracicabafacil.com.br/useruploads/images/maio2013/samu_v
iaturas-(8).jpg 
 
1991 - Início do SIATE em Curitiba e do 1994 - Início do Belém 192 
urgente. 
1995 - Início do SAMU de Porto Alegre e início da rede 192. 
 
 
 
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1996 - Início do SAMU de Campinas. 
1996 - Rede 192 transformada em Rede Brasileira de Cooperação em 
Emergências. 
1997 - Primeira resolução sobre pré-hospitalar e transportes sanitários 
pelo CREMESC. 
1998 - Resolução do CFM. 
1999 - Portaria Ministerial 824. 
2001 - Portaria Ministerial 814 
1996-2002 - Início e desenvolvimento de diversos SAMU no Brasil: "SOS 
Fortaleza", o "SAMU-RESGATE” da região metropolitana de São Paulo, 
Ribeirão Preto, Araraquara, São José do Rio Preto, Santos, região do Vale do 
Ribeira, Belo Horizonte, Recife, etc. Atualmente no Brasil, nas grandes cidades, 
o conceito de ambulância, deixa de ser o de Sistema de Transporte e Remoção 
e se incorpora, como parte do Sistema de Saúde, com a função de diminuir o 
intervalo terapêutico nas urgências. 
2003 – Portarias Ministeriais 1863 e 1864 tornam o SAMU – 192 um 
serviço nacional. 
2003 – 2008 – Vários SAMUs são inaugurados no Brasil, ultrapassando 
a cobertura de 100 milhões de cidadãos brasileiros em junho de 2008. 
 
CATÁSTROFE E PRÉ-ATENDIMENTO 
 
http://meioambiente.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/tsunamis-ondas-gigantes/tsunamis-
ondas-gigantes-11.jpg 
 
 
 
 
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Pela Organização Mundial de Saúde, catástrofe é um fenômeno 
ecológico súbito de magnitude suficiente para necessitar de ajuda externa. No 
atendimento pré-hospitalar, catástrofe é aquela situação em que as 
necessidades de atendimento, excedem os recursos materiais e humanos 
imediatamente disponíveis, havendo necessidade de medidas extraordinárias e 
coordenadas para se manter a qualidade básica ou mínima de atendimento. 
É um desequilíbrio entre os recursos disponíveis e os prescindíveis para 
o atendimento, de modo que quanto maior for esse desequilíbrio, mais sérias 
serão as consequências às vítimas do evento. Normalmente as catástrofes 
exigem ajuda externa. Os acidentes com múltiplas vítimas são aqueles que 
apresentam desequilíbrio entre os recursos disponíveis e as necessidades, e 
que, apesar disso, podem ser atendidos com eficiência desde que se adote a 
doutrina operacional protocolada. 
É fácil concluir que um acidente pode ser uma catástrofe ou um evento 
normal, dependendo da capacidade de resposta dos órgãos atuantes. As 
enchentes são as principais causas de catástrofes naturais no mundo. Os 
afogamentos, hipotermia, os traumas diversos por escombros são as principais 
causas de morte. Entre os sobreviventes a minoria necessita de atendimento 
médico de urgência e são ferimentos leves. O grande problema são as 
doenças infectocontagiosas, que necessitam de cuidados de saúde pública. 
Nos casos de terremotos, o número de vítimas pode ser enorme, com quebra 
de toda a estrutura da comunidade, a ajuda muitas vezes é demorada, há um 
número grande de vítimas com lesões por esmagamento, presas em 
escombros que necessitam de atendimento pré-hospitalar e hospitalar de 
urgência. 
As catástrofes provocadas pelo homem são os acidentes com trens, 
explosões, incêndios, acidentes com materiais tóxicos ou radioativos, guerras, 
entre outros. 
No nosso país, onde temos como principais catástrofes naturais às 
enchentes, normalmente não se faz necessário o atendimento pré-hospitalar 
devido aos danos serem basicamente materiais, os serviços de atendimento 
pré-hospitalares atuam, na grande maioria das vezes, em catástrofes 
provocadas pelo homem e acidentes com múltiplas vítimas. Como parâmetro 
 
 
 
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de magnitude, consideramos acidente com múltiplas vítimas aqueles eventos 
súbitos com mais de 5 (cinco) vítimas graves. 
 
ACIDENTES COM MÚLTIPLAS VÍTIMAS 
 
http://www.corneliodigital.com/imagens/mundo/tsunami1chile.jpg 
 
O atendimento a acidentes com múltiplas vítimas é um desafio no qual 
os serviços de atendimentos pré-hospitalares e os hospitais se deparam com 
freqüência. Diariamente temos em nosso país acidentes dos mais variados 
tipos com número de vítimas superiores a cinco. 
Diante dessas situações ocorre uma incapacidade dos serviços de 
lidarem com esse problema, havendo, desta forma, necessidade de se estar 
preparado e treinado para atender esses acidentes. 
O conceito do melhor esforço, ou seja, o melhor atendimento para a 
vítima mais grave deve dar lugar ao conceito de o melhor atendimento para o 
maior número possível de vítimas, no momento que elas mais precisam e no 
menor tempo possível. Assim princípios básicos no atendimento dessas 
situações são fundamentais: triagem, tratamento e transporte. 
Para que estes três princípios básicos sejam plenamente atendidos é 
necessário que haja comando, comunicação e controle, que são pontos 
 
 
 
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capitais, indispensáveis para o sucesso do atendimento. É preciso que haja um 
comandante da área no local, junto a um Posto de Comando, identificável por 
todos e que todos obedeçam a suas ordens e orientações; um coordenador 
médico para chefiar as atividades médicas locais e um coordenador 
operacional (Oficial de Socorro) para asatividades de salvamento, todos 
trabalhando conjuntamente. 
É necessário que haja comunicação entre as equipes de atendimento, 
bem como comunicação com a central de operações. Tal comunicação não 
deve interferir na rede de comunicações da unidade, para evitar 
congestionamento. Congelar a área mediante o controle total do local do 
acidente é o primeiro objetivo do comandante da área. Este objetivo visa limitar 
a extensão do acidente, organizar ações e medidas efetivas de segurança 
proteção e atendimento pré-hospitalar a todas as vítimas envolvidas, no menor 
tempo possível. 
A função de comando tem por objetivo evitar três grandes transtornos: 
● Ocorrência de novos acidentes; 
● Tratamento e transporte inadequado das vítimas aos hospitais; 
● Que o caos local seja transferido ao hospital mais próximo. 
Para exemplificar podemos citar um acidente com ônibus na BR-116, 
próximo à Curitiba: 140 passageiros; 36 mortos no local e mais de 50 feridos. 
Um só hospital recebeu 40 vítimas de uma só vez, enquanto outros dois 
receberam 12 e 08 vítimas respectivamente. 
 
TRIAGEM 
 
 
 
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http://www.hemoter.com.br/wp-content/uploads/2009/07/desenhos_web_03.jpg 
 
A doutrina do atendimento a acidentes com múltiplas vítimas (AMUV), 
diante do desequilíbrio momentâneo dos recursos disponíveis em relação ao 
grande número de vítimas, preconiza: empregar todos os esforços para o 
maior número de vítimas. 
Assim sendo, no atendimento a múltiplas vítimas, triagem significa 
atendê-las, classificando-as em graus de prioridades para que resulte no 
salvamento do maior número de vítimas, empregando o critério do melhor 
atendimento para o maior número de vítimas. 
A triagem consiste numa avaliação rápida das condições clinicas das 
vítimas para estabelecer prioridades de tratamento médico. É uma tática que 
determina prioridades de ação que, quando bem utilizada, determina sucesso 
na diminuição da mortalidade e morbidade das vítimas de acidentes coletivos. 
Cabe à primeira guarnição que chega ao local do acidente, procurar 
congelar a área e iniciar a triagem preliminar, enquanto solicita apoio, visando 
salvar o maior número de vítimas de óbito iminente. A triagem é dinâmica e 
repetida, pois as vítimas podem evoluir para melhor ou pior estado de saúde. A 
triagem consiste de ações simples e rápidas, gastando no máximo de 60 a 90 
segundos por vítima. 
Com a chegada do médico do SIATE ao local, o profissional socorrista 
ou bombeiro repassa todo o histórico do atendimento a ele, que assumirá a 
coordenação médica da situação, dando continuidade à triagem e organização 
 
 
 
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das demais ações de natureza médica no local do sinistro, simultaneamente o 
Comandante da Área desenvolverá as atividades gerenciais e o Coordenador 
Operacional desenvolverá as atividades de salvamento. 
 
http://www.einstein.br/PublishingImages/img-pronto-atendimento-
morumbi.jpg 
 
A tática de triagem deve ser utilizada quando os recursos de pessoal e 
de material forem insuficientes frente a um acidente que envolve várias vítimas. 
Por exemplo, num acidente com ônibus, com várias vítimas, onde os recursos 
imediatamente disponíveis são insuficientes, a triagem é necessária. 
Diferentemente, num desabamento de prédio, onde há varias vítimas presas 
nos escombros, o resgate é lento e cada vítima pode receber atendimento 
médico pleno e ser transportada adequadamente ao hospital, não sendo 
necessário procedimento urgente de triagem. 
 
 
 
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http://www.clicprovida.com.br/blog/wp-content/uploads/2012/06/check-
up2-300x300.jpg 
 
A tática de triagem adotada pelo SIATE, obedece à técnica denominado 
START (simples triagem e rápido tratamento) por ser um método simples, que 
se baseia na avaliação da respiração, circulação e nível de consciência, 
dividindo as vítimas em quatro prioridades e utiliza cartões coloridos para 
definir cada uma das prioridades. A Prioridade de Atendimento às Vítimas 
obedece a seguinte ordem: 
Cartão Vermelho 
Vítimas que apresentam risco imediato de vida; apresentam respiração 
somente após manobras de abertura de vias aéreas ou a respiração está maior 
que 30 movimentos respiratórios por minuto; necessitam de algum tratamento 
médico antes de um transporte rápido ao hospital; necessitam ser 
transportadas rapidamente ao hospital para cirurgia. 
Cartão Amarelo 
Vítimas que não apresentam risco de vida imediato; necessitam de 
algum tipo de tratamento no local enquanto aguardam transporte ao hospital. 
Cartão Verde 
Vítimas com capacidade para andar; não necessitam de tratamento 
médico ou transporte imediato, possuem lesões sem risco de vida. 
 
 
 
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Prioridade Preto 
Vítimas em óbito ou que não tenham chance de sobreviver; não 
respiram, mesmo após manobras simples de abertura da via aérea. 
 
DETALHAMENTO DAS ÁREAS DE 
PRIORIDADE 
 
http://www.brafil4.com.br/servidor/saocamilosaude/conteudo/fotos/fotos_noticias/1(242).jpg 
 
Na área destinada às vítimas com Cartão Vermelho vão todos os 
pacientes com risco de vida imediato e que terão uma evolução favorável se os 
cuidados médicos forem iniciados imediatamente. Aqui também irão os 
pacientes que necessitam de um transporte rápido até o hospital para serem 
estabilizados no centro cirúrgico. 
São os pacientes com: 
● Choque; Amputações. 
● Lesões arteriais; 
● Hemorragia Severa; 
● Lesões por inalação; 
● Queimaduras em face; 
● Lesão de face e olhos; 
 
 
 
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● Lesões intra-abdominais; 
● Insuficiência Respiratória; 
● Pneumotórax Hipertensivo 
● Lesões extensas de partes moles; 
● Queimaduras de 2º grau maior que 20% a 40%,ou de 3º grau maior que 10 
a 30%; 
 
http://images.slideplayer.com.br/3/389794/slides/slide_6.jpg 
 
Na área destinada às vítimas com Cartão Amarelo vão aquelas vítimas 
que necessitam de algum atendimento médico no local e posterior transporte 
hospitalar, porém que não possuem risco de vida imediato. 
São os pacientes com: 
● Fraturas; 
● TCE leve, moderado; 
● Queimaduras menores; 
● Traumatismos abdominais e torácicos; 
● Ferimentos com sangramento que necessitam suturas. 
Na área destinada às vítimas com Cartão Verde vão as vítimas que 
apresentam pequenas lesões, geralmente estão sentadas ou andando, sem 
risco de vida e que podem ser avaliadas ambulatorialmente. São os pacientes 
que causam mais problemas na cena do acidente, geralmente estão com dor e 
em estado de choque e tendem a ser pouco cooperativos. Não entendem o fato 
de estarem agrupados numa certa área recebendo cuidados mínimos. É 
 
 
 
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extremamente importante um apoio psicológico para manter essas vítimas 
nessas áreas, pois do contrário elas tendem a deixar o local, indo 
sobrecarregar o hospital mais próximo. 
 
http://jornalcomarca.com.br/fotos_editor/images/32(2).JPG 
 
São os pacientes com: 
● contusões; 
● hematomas; 
● escoriações; 
● pequenos ferimentos. 
Na área destinada às vítimas com Cartão Preto vão as vítimas em óbito. 
Naquelas situações em que há um desequilíbrio entre os recursos médicos e o 
número de vítimas, todos os pacientes com traumatismos severos, com poucas 
chances de sobrevida, também vão para essa área de prioridade. 
São os pacientes: 
● em óbito; 
● múltiplos traumas graves; 
● queimaduras de 2 e 3 grau extensas. 
 
TÉCNICA START 
 
 
 
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http://thumbs.dreamstime.com/z/cora%C3%A7%C3%A3o-com-curativo-35465837.jpg 
 
Nesta técnica, como

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