Consulta Ginecológica

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Saúde da mulher na Atenção Básica 
@_euthayslima | Enfermagem 
Consulta ginecológica
Simplificado + Esquemas 
Proibida à venda do material sem autorização 
enfermagem - UFPE
A semiologia ginecológica observa os sinais
e sintomas relacionados as modificações
funcionais e das doenças do aparelho
genital feminino. 
Assim como na clínica médica, a consulta
ginecológica obedece a regra (anamnese +
exame físico), no entanto, o foco é no exame
detalhado das estruturas do aparelho
genital. 
Anamnese
É o momento de coleta de dados históricos
pessoais ou referente as motivações da
consulta. São exemplos dos dados colhidos
em consulta ginecológica:
Identificação - nome, data nascimento e
profissão; 
Motivo da consulta - a maioria das
consultas ginecológicas,
principalmente na AB, tem como
principal objetivo a profilaxia,
rastreamento oncológico ou
orientação. Porém, neste momento
pode surgir queixas;
Ciclo menstrual - característica da
menstruação, ou seja, dias de
duração, idade da menarca,
coloração, etc; 
História sexual - as perguntas irão
depender do motivo da consulta. Por
exemplo: "dor nas relações sexuais?"
quando a mulher apresenta queixas
genitais (abordagem sindrômica); 
Antecedentes obstétricos - nº partos,
nº abortamentos e nº filhos vivos.
Semiologia ginecológica
Thays Lima - Enfermagerm
Antecedentes familiares -
susceptibilidade a um determinado
tipo de patologia, podendo incluir a
mulher em algum grupo de risco; 
HDA - queixas que são o motivo da
consulta. Além disso, deve-se
confirmar se há queixas em
relação: Alterações do ciclo ou fluxo
menstrual; Hemorragias não
menstruais; Corrimentos genitais;
Dor, ardor, prurido genital;
Perturbações miccionais;
Dificuldades coitais; 
Exame clínico das mamas
Faz parte do exame físico e ginecológico e
pode ser realizado por médicos e
enfermeiros. 
Entenda as etapas do exame clínico
das mamas:
Inspeção estática: 
Inspeção dinâmica:
observar a paciente sentada e com os
MMSS pendentes, verificar a simetria,
abaulamentos, retrações ou
alterações de pele (hiperemia, edema
ou ulceração), das aréolas. 
solicitar que a paciente realize contração
dos músculos peitorais para observar se
ocorre alguma depressão ou deformação
do contorno mamário.
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Palpação: 
com a paciente em decúbito dorsal sem
travesseiro e com as mãos atrás da nuca,
palpar em movimentos circulares todos
os quadrantes da mama em busca de
nódulos. 
Além de palpar os quadrantes
mamários, deve-se palpar as axilas
utilizando as mãos em forma de
concha e penetrando em direção ao
ápice da axila. 
Fonte: adaptao de rotinas em Ginecologia,
Artmed (2017)
Fonte: adaptao de rotinas em Ginecologia,
Artmed (2017)
Com a paciente sentada, palpar os
linfonodos cervicais, supra
claviculares, infra claviculares e
axilares. 
Supra clavicular
Infra clavicular
Axilares
Ao final, anotar o nº de linfonodos
palpados, seus tamanhos e
consistência e mobilidade. 
A expressão da aréola NÃO é
recomendada/ NÃO é rotina, ela só irá
ocorrer em casos de suspeita ou queixa
recorrente da mulher. Deve ser
observado se essa saída é uni ou
bilateral e o tipo de secreção. Se houver
secreção o líquido é colhido e levado
para laboratório.
Exame pélvico
Para observar / examinar os genitais
externos é necessário o posicionamento
adequado da paciente. 
Inspeção externa:
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Passo a passo do exame pélvico:
Com a paciente em posição
ginecológica deve ser observado
as estruturas externas (vulva),
sendo assim, é observado:
distribuição de pelos, tecido
adiposo, aspecto do clitóris,
grandes e pequenos lábios, meato
uretral, períneo (cicatriz pós-parto)
e tamanho vaginal.
Além disso, a inspeção externa tem que
observar o orifício vaginal quanto ao
prolapso genital que podem ser: 
 Cistocele - bexiga 
 Rectocele - reto 
 Enterocele - intestino
 Uterino - útero 
Normal Cistocele Uterino Rectocele
Para inspecionar em relação ao prolapso
genital, é necessário realizar a manobra
de valsava que não mais é que solicitar
que a mulher faça tussa, assim, realiza
uma pressão intra-abdominal.
Na inspeção externa também é observado
a presença de lesões, massas, abcessos e
tumores; além de odor indicativo de
infecção ou falta de higiene. 
O exame papanicolau ou preventivo, tem
como principal objetivo inspecionar a
parede vaginal e o colo uterino (cor,
lacerações, lesões, ulcerações e
neoformações). Além disso, nesse exame
são colhidos células da endocérvice e
ectocérvice, com o intuito de rastreamento
do câncer de colo de útero. 
Palpação:
Bartolinite
Exame especular
(papanicolau)
Ectocérvice
endocérvice
O orifício cervical também deve ser
inspecionado, anotando, tamanho, forma,
cor, presença de secreções e/ou pólipos. 
Se a paciente consentir, o
profissional pode realizar a palpação
da glândula de Bartholin,
investigando a presença palpável de
anormalidades. 
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Segundo a literatura, a uma
diferença entre o orifício cervical de
uma nulípara (mulher que nunca
teve filhos) para uma multípara
(mulher que já teve filhos). Entretanto,
na prática clínica essa regra não
equivale para todas. 
Multípara Nulípara Multípara Nulípara
Os materiais necessários para realização
do exame são: 
Espéculo
Luvas de
procedimento
Fixador
Lâmina Lápis preto 
Es
pá
tu
la
 d
e 
Ay
re
Es
co
va
 c
er
vi
ca
l
Pinça
Pote de coleta
Entenda as etapas do exame
especular (Papanicolau):
Antes de realizar o exame deve-se
identificar a lâmina (parte fosca)
com o lápis preto, deixando o nº de
registro da paciente e iniciais do
nome.
Após identificar a lâmina limpá-la
com gaze para não haver
contaminação do material (item
não obrigatório). 
Ajuste o foco de luz e em seguida
calce as luvas, introduza o espéculo
na forma de um 'J' lateralizado para
que seja possível a visualização
completa do colo.
Utilize a espátula de Ayre para coletar
o material da ectocérvice - movimento
de 360° (passe na lâmina de forma
unidirecional).
Em seguida utilize a escova cervical
para coletar material da endocérvice
(passe na lâmina em movimentos
circulares).
Ectocérvice
Endocérvice
Ectocérvice
Endocérvic
e
Cor - transparente, branco, cinza,
etc; 
Consistência - elástico, leitoso,
grumoso, bolhoso; 
Quantidade - escasso, moderado,
abundante.
Nesse processo, é importante realizar
a avalição do conteúdo quanto a: 
O exame especular pode ser
realizado em gestantes até 7 mês
de gestação (28 semanas), e nesse
exame não é realizado a coleta
dupla, pois na gravidez há uma
evasão de células. 
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Utiliza-se KOH a 10% . Nesse processo
coloca uma gota de hidróxido de
potássio na secreção vaginal retirada
da paciente, se liberado odor
característico o teste é considerado
positivo e há suspeita de infecção por
fungo ou bactérias. 
Esses testes são realizados quando há
suspeitas de alteração da citologia vaginal.
São eles: 
Testes citológicos 
Teste de Wifi ou aminas
positivas: 
Após limpar o colo uterino com
algodão seco, o profissional pincela o
colo e o fundo de saco com a solução
de ácido acético a 5% e espera 2 min
para pesquisar lesões
acetobrancas.Esse teste é sensível e
pouco específico, mas detecta lesões
sugestivas de HPV. 
Inspeção visual com ácido
acético: 
Embebe-se uma bola de algodão com
a solução de lugol (iodo) e molha o colo
uterino. Desta forma, será possível
verificar as alterações da mucosa do
colo devido ao grau de impregnação
das células com a solução de lugol;
isso porque eptélio metaplásico
(displasias) fixam pouco lugol.
 
Schiller positivo = Iodo negativo 
Schiller negativo = Iodo positivo 
 
Teste de Schiller: 
Rastreamento do CA de
colo de útero 
Vale ressaltar que segundo a Resolução do
COFEn 381/2011 e 385/2011, no âmbito da
enfermagem esta é uma prática privativa do
enfermeiro. 
No Brasil, o CA de colo de útero é o 4º tipo
de câncer mais comum entre as mulheres. 
 Sendo assim, atingir alta cobertura no
rastreamento reduz incidência e
mortalidade. 
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Gestantes
Realizar a coleta até a 28
semana de gestação,
sem a necessidade de
coleta dupla. O retorno
deve ser efetuado 6
meses após o parto. 
Climatério e pós
menopausa
Realizar rastreamento de
acordo com as
orientações para as
demais mulheres 
Segundo o MS, o rastreamento deve ser
realizado a partir de 25 anos em todas
as mulheres que iniciaram atividade
sexual, a cada 3 anos, se os dois
primeiros anuais forem normais. Os
exames devem seguir até os 64 anos de
idade. 
Histerectomia total 
Se a histerectomina foi
feita devido a presença de
lesões benignas, Não será
necessário o rastreamento
desde que tenha 2 exames
normais, Caso não, o
rastreamento é feito
coletando o fundo de saco. 
Na prática clínica, o rastreamento é iniciado a
partir do inicio da vida sexual da mulher. Além
disso, os exames são anuais, e só são encerrados
após o encerramento da prática sexual.
Entenda o Calendário do Ministério da
Saúde para rastreamento de CA de
colo de útero:
Histerectomia
parcial 
Realizar rastreamento
de acordo com as
orientações para as
demais mulheres 
Imunossuprimidas
Realizar o 1 exame após
o início da vida sexual.
Deve ser realizado
semestralmente no
primeiro ano, caso
exames normais,
manter rastreamento
anual.
Mulheres <64 anos
que nunca
realizaram
citopatológico
Realizar dois exames
com intervalo de 1 a 3
anos. Se ambos
normais, são
dispensadas do
rastreio.
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