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UND 3 FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO DE EXAMES LABORATORIAIS

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FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO E INTERPRETAÇÃO 
DE EXAMES LABORATORIAIS 
INTERAÇÕES DROGAS X NUTRIENTES: IMPORTÂNCIA 
CLÍNICA 
 
 
 
 
 
Interações drogas e nutrientes 
Os nutrientes presentes no alimento podem interagir com os fármacos e isso 
é um fator que deve ser avaliado com bastante cautela na prática clínica. 
Essas alterações podem trazer tanto benefícios quanto prejuízos para o 
paciente em questão. 
 
Interações entre drogas e nutrientes 
As interações entre drogas e nutrientes acontecem facilmente, pois grande 
parte dos medicamentos é administrada por via oral. São vários os fatores 
farmacocinéticos que podem ser influenciados pelos alimentos, dentre eles 
temos a absorção, a distribuição, a biotransformação e a excreção. 
Droga 
Considera-se uma droga, qualquer substância que 
quando consumida altera a fisiologia do organismo. 
Seja ela o álcool, cigarro, dipirona, maconha, entre 
outros. 
Fármaco 
Também chamado de princípio ativo, é a substância 
“principal” do medicamento, ou seja, aquela 
responsável pelo efeito terapêutico do 
medicamento. 
Medicamento 
É um produto farmacêutico que contém um princípio 
ativo (fármaco) e se apresenta em formas variadas 
como comprimidos, cápsulas, xaropes, soluções, 
pomadas, géis etc. 
Farmacocinética 
Corresponde ao que o organismo faz com a droga – 
compreende a absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção. 
Farmacodinâmica 
Corresponde ao que a droga faz com o organismo – 
compreende as interações moleculares, o efeito, a 
ligação no receptor etc. 
A interação medicamento-nutriente é definida como uma alteração da cinética ou 
dinâmica de um medicamento ou nutriente, ou ainda, o comprometimento do 
estado nutricional como resultado de administração de um medicamento, 
compreendendo-se a cinética como a descrição quantitativa de um medicamento 
ou sua disposição, o que inclui a absorção, distribuição, metabolismo e excreção 
(Tabela 1); a dinâmica caracteriza-se pelo efeito clínico ou fisiológico do 
medicamento. Em outras palavras, as interações medicamentosas entre alimentos 
e medicamentos são tipos especiais de respostas farmacológicas, em que os efeitos 
de um ou mais medicamentos são alterados pela administração simultânea ou 
anterior de outros, ou através da administração concorrente com alimentos 
(SCHWEIGERT et al, 2008). 
Alguns nutrientes são absorvidos pelo mesmo mecanismo que os fármacos, 
competindo pelo local de absorção no trato gastrintestinal. 
Características gerais da interação fármaco x nutriente 
A seguir, conheceremos as características das diferentes interações, de 
acordo com as fases distintas. 
Interação na fase biofarmacêutica e absorção 
A grande maioria dos fármacos, quando tomados por via oral, é absorvida 
por passiva e os nutrientes preferenciam o . O primeiro momento após a 
administração do medicamento chama-se fase biofarmacêutica. 
Compreende todos os processos que ocorrem com o medicamento a partir da sua 
administração, incluindo as etapas de liberação e dissolução do princípio ativo. Esta 
fase deixa o fármaco disponível para a absorção. Entretanto, sua natureza química, 
estado físico, tamanho e superfície da partícula, quantidade e tipo dos excipientes 
utilizados, processo farmacêutico empregado e formulação são fatores os quais 
podem influir na biodisponibilidade do princípio ativo, fazendo variar o tempo de 
absorção e a quantidade absorvida (MOURA; REYES, 2002). 
Durante o processo de absorção vários são os fatores que podem 
influenciar: alteração do pH do conteúdo do trato gastrintestinal, velocidade 
do esvaziamento do estômago, aumento do peristaltismo intestinal, 
competição pelos sítios de absorção, fluxo sanguíneo e alguns complexos 
formados pelo nutriente e o fármaco (uma ligação direta entre eles). 
Quando alimento e/ou líquido é ingerido, o pH do estômago altera, mudando 
de 1,5 para cerca de 3. Essa alteração do potencial hidrogeniônico pode 
afetar diretamente a desintegração dos medicamentos sólidos 
(comprimidos, drágeas, cápsulas) e então, pode influenciar também a 
absorção ou a estrutura química do princípio ativo, substância responsável 
pela terapêutica. 
Essa alteração pode ser benéfica ou maléfica. Por exemplo, o comprimido de 
fenitoína tende a desintegrar mais facilmente com o pH mais alto, portanto 
será absorvido mais rápido. Já no caso do antibiótico eritromicina essa ação 
é lentificada, então o efeito será mais demorado. 
Também influenciado pela presença do alimento, o estômago tende a esvaziar 
mais lentamente fazendo com que a absorção também seja mais demorada. 
Enquanto no intestino delgado, o peristaltismo favorece a dissolução e 
consequentemente a absorção, mas também pode prejudicar a 
biodisponibilidade. Vamos exemplificar: 
 
Interação na fase de metabolismo e excreção 
Na fase de metabolismo, o propranolol tem alteração quando na presença 
de alimentos e este medicamento se trata de um dos anti-hipertensivos mais 
utilizados pela população. O metabolismo dos fármacos compreende os 
Alendronato 
O medicamento utilizado para tratamento de 
osteoporose tem sua absorção diminuída em 60% 
quando tomado com café ou suco. Devendo então ser 
tomado 2 horas antes de se alimentar. 
Cefuroxima 
A substância, com atividade antibiótica, tem sua 
absorção aumentada na presença de alimentos. 
Tetraciclina e 
Ciprofloxacino 
Estes antibióticos formam quelatos com cálcio, 
magnésio, ferro e zinco reduzindo a absorção destes 
nutrientes. 
Cimetidina 
O medicamento para problemas estomacais, pode 
alterar a acidez e com isso diminuir a absorção de 
vitamina B12, tiamina e ferro. 
Furosemida 
Medicamento diurético que aumenta a excreção de 
sódio, cloro e magnésio. 
processos de biotransformação que ocorre no fígado e chamamos de 
mecanismo de fase I e fase II. 
No mecanismo de fase I temos as reações conhecidas como “Reações de 
ativação” que são: oxidação, hidroxilação, alquilação, hidrólise. Já na fase II, 
as reações de conjugação: glicuronidação, glucosidação, sulfatação, 
metilação, acetilação, por exemplo, que irão formar um conjugado. 
Conheça um caso gravíssimo de interação alimento x medicamento que 
resultou em sérias reações adversas e internação hospitalar com 
necessidade de oxigenação mecânica. Este caso foi publicado no site da UOL 
em 2013. 
A paciente de 42 anos mal reagia quando seu marido a trouxe ao pronto-socorro. 
Sua frequência cardíaca tornava-se mais lenta ao mesmo tempo em que a pressão 
arterial baixava. Para reanimar a paciente, os médicos tiveram que colocá-la em um 
respirador e depois colocar um marca-passo. Eles ficaram perplexos quando o 
marido afirmou que ela tinha enxaqueca e tomava um remédio para hipertensão 
arterial chamado verapamil como forma de prevenir a doença. Mas os exames de 
sangue revelaram a presença de uma quantidade assustadora do medicamento no 
corpo da paciente, um nível cinco vezes maior que o considerado seguro. Em 
circunstâncias normais, o medicamento é metabolizado no trato gastrointestinal e 
uma quantidade relativamente pequena é absorvida, pois uma enzima existente no 
intestino, chamada CYP3A4, o torna inativo. Contudo, a toranja possui substâncias 
químicas naturais, chamadas furanocumarinas, que inibem a enzima. Sem sua 
presença, o intestino absorve uma quantidade bem maior do medicamento e os 
níveis da droga no sangue aumentam de forma significativa (UOL, 2013). 
São muitos os medicamentos que interagem com a toranja, cerca de 85, e 
entre eles estão a sinvastatina e o anticoncepcional que contenha 
etinilestradiol, podendo causar rabdomiólise e coágulos graves 
respectivamente. 
Sobre a excreção, vários alimentos e nutrientes podem alterar a excreção 
dos fármacos através dos rins. Por exemplo, o sódio presente nos alimentos 
pode competir com o carbonato de lítio, medicamento utilizado para casos 
de transtornos de humor bipolar. O aumento do consumode sódio aumenta 
a excreção do lítio e, o contrário, a redução do consumo de sódio aumenta a 
retenção renal do lítio aumentando assim seus níveis no sangue. 
Terapia nutricional enteral x fármacos 
Pacientes em nutrição entérica também possuem recomendações para a 
administração de medicamentos por via oral, portanto é imprescindível que 
os profissionais conheçam as possíveis complicações e quais as limitações, 
além da necessidade da aplicação de técnicas corretas na realização da 
administração oral por sonda de nutrição. 
Interação terapia enteral x fármaco 
As interações neste caso passam além da alteração de estabilidade do 
medicamento, da liberação e biodisponibilidade ou alterações no trato 
gastrintestinal, mas também problemas com a sonda utilizada como a 
obstrução da passagem. 
A atenção voltada à interação fármaco x fármaco merece uma atenção 
intensa, assim como a interação alimento x fármaco. Como já estamos 
percebendo desde o início da unidade, essas interações podem levar o 
paciente a graves problemas que, se não revertidos em tempo hábil, podem 
levá-lo a óbito. 
Alguns problemas associados à alimentação enteral por sonda nem sempre 
ocorrem por essa causa. De acordo com Keef (2009), a diarreia muitas vezes 
associada à nutrição entérica é em sua maioria causada por outros fatores 
como a hiperosmolaridade, sorbitol, intestino inativo ou até mesmo a terapia 
antibiótica. 
Potenciais fármacos nesse modelo de interação 
Os imunossupressores, hormônios, antibióticos, anti-inflamatórios 
esteroidais, citostáticos são fármacos com alto poder irritativo e devem ser 
manipulados com muito cuidado. A própria manipulação de substâncias 
para colocar na sonda, como o citostático, deve obedecer a critérios de boas 
práticas para proteção do paciente, mas também do profissional, 
principalmente os que precisam ser triturados para administrar, produzido 
pó que dispersa pelo ar e pode ser aspirado ou entrar em contato com 
mucosas e causar alergias, entre outros. 
Lavar a sonda antes e após a realização de cada administração auxilia na 
prevenção da obstrução da sonda, assegura que a quantidade de 
medicamento administrada chegue ao local desejado sem restar retenção 
dela no decorrer da sonda garantindo a dose, além de reduzir a possibilidade 
de ocorrência de interação entre o fármaco e a nutrição que irá ser 
administrada posteriormente. 
Portanto, antes de administrar qualquer produto é preciso confirmar a sua 
viabilidade para esta via, identificar as melhores formas de manipulação e 
administração para evitar demais problemas. 
Para administrar medicamento em forma farmacêutica xarope, deve-se 
diluir o xarope 1:1 em água, ou seja, no mínimo o volume de xarope deve ser 
diluído em um mesmo volume de água. Caso seja administrado 10mL de 
xarope, deve-se diluir em no mínimo 10mL de água e posteriormente realizar 
a lavagem da sonda com um volume considerado de água. No caso do 
antibiótico ciprofloxacino, deve-se parar a nutrição pelo menos 1 hora antes 
de administrar o medicamento ou somente inserir o antibiótico duas horas 
após a alimentação. E não se recomenda macerar, pois se trata de 
comprimido que possui revestimento, não podendo destruí-lo. 
O mesmo da maceração se recomenda, por exemplo, para a hidralazina, pois 
possui revestimento, é uma drágea. Monitoramento da pressão deve ser 
constante e é preferível deixar a administração da dieta de forma contínua. 
Então, atenção para as formas farmacêuticas que não podem ser maceradas: 
comprimidos revestidos e comprimidos de liberação lenta, pois pode fazer 
com que a liberação da dose do principio ativo seja imediata e neste caso, é 
necessário que a liberação ocorra de forma lenta para melhor resposta 
terapêutica. Cápsulas preenchidas por micro grânulos não devem ser 
abertas, pois corre o risco de obstruir a sonda e também de perder o efeito 
do medicamento. 
Interações provocadas por agentes usados nas alterações 
gastroenterológicas 
Grande parte dos medicamentos são administrados por via oral, ou seja, o 
processo necessita de todo trato gastrintestinal. Com isso, as interações com 
os alimentos e os nutrientes tem maior probabilidade de acontecer. O 
nutricionista precisa ter uma atenção redobrada ao programar os horários 
das refeições e suplementações para não prejudicar o tratamento 
farmacológico já realizado pelo paciente para alguma doença. 
Interações com medicamentos para alterações no TGI 
Vamos começar pelo omeprazol, um medicamento utilizado para úlceras, 
gastrites e refluxos. Este medicamento tem sua absorção reduzida em até 
50% quando tomado junto de alimento, então se indica o consumo em jejum, 
preferencialmente pela manhã, e o paciente só deve se alimentar de 40 a 60 
minutos depois da ingestão. Quando for necessária outra administração 
durante o dia, segue a recomendação de aguardar pelo menos 2 horas após 
alguma refeição e só voltar a ingerir alimentos após 40/60 minutos. 
Outra interação importante a ser mencionada é a ingestão de café após uma 
refeição. A cafeína reduz em 40% a absorção de ferro não-hêmico, o mesmo 
acontece quando tomado simultaneamente à refeição ou após 1 hora da 
mesma. Pode ser ingerido então, 1 hora antes de alimentar-se, desta forma 
não é observada redução na absorção do ferro. 
Interações com vitaminas lipossolúveis 
O orlistat, fármaco utilizado para redução de peso e obesidade, atua inibindo 
a absorção de gordura e as vitaminas A, D, E e K são lipossolúveis, 
consequentemente são eliminadas nas fezes, precisando então 
suplementar. 
Grandes doses de óleo mineral também interferem na absorção destas 
vitaminas acima citadas além do betacaroteno, cálcio e fosfatos devido à 
barreira física e também à redução do tempo do trânsito intestinal. 
Interações provocadas por agentes que atuam na 
inflamação e nos processos infecciosos 
Neste tópico abordaremos as interações referentes às inflamações, portanto 
a interação entre alimentos e anti-inflamatórios esteroidais (também 
conhecidos como corticoides) e os anti-inflamatórios não esteroidais, assim 
como de processos infecciosos onde estão os antibióticos, antivirais, 
antiparasitários. 
Muitos destes processos também envolvem dor, então aqui abordaremos 
também os analgésicos (opioides e não-opioides) e suas possíveis interações 
com alimentos e nutrientes. 
Anti-inflamatórios e analgésicos 
Um dos analgésicos mais utilizados é o paracetamol e ele interage com 
carboidratos. O produto final da degradação do carboidrato é a glicose e lá 
no enterócito (intestino) ocorrerá um antiporte glicose x paracetamol. Como 
o corpo precisará de glicose, ele não captará o paracetamol. Com isso, o 
paracetamol vai seguir pela luz do intestino delgado e grosso até ser 
eliminado na forma inalterada não chegando a ser absorvido. A dor não 
passa, a febre não baixa e leva o paciente a achar que o medicamento não 
presta ou não serve, mas na realidade pode ter sido aquela “comidinha” 
antes de tomar o medicamento. 
Outra interação importante a ser citada é com relação ao tramadol, um 
analgésico opioide com alta potencia muito utilizado em dores fortes e pós-
procedimentos cirúrgicos. Quando em contato com alimento, o pH do 
estômago é alterado, desta forma modifica a absorção do tramadol e 
consequentemente seu efeito também é afetado. 
Diclofenaco de colestiramina, utilizado para dores e inflamações, pode 
sequestrar ácidos biliares e com isso interferir na absorção das gorduras 
prejudicando então as vitaminas lipossolúveis A, D, E K. Portanto, quando 
tomado por um longo período de tempo, carece de suplementação destas 
vitaminas. 
Grande parte dos anti-inflamatórios não-esteroidais (nimesulida, 
ibuprofeno, cetoprofeno, diclofenaco, etc.) podem causar irritação gástrica e 
náuseas, prejudicando diretamente a ingestão alimentar. 
Antibióticos, antiparasitários e antivirais 
O albendazol comumente utilizado paramatar vermes e parasitas tem sua 
absorção melhorada quando consumido com gorduras. Os ácidos graxos 
facilitam, gerando um simporte, a absorção do albendazol pela luz do 
intestino para a corrente sanguínea, aumentando de 4 a 5 vezes. Este 
medicamento tem certa dificuldade de ser absorvido então é 
importantíssima a orientação dessa associação. Muitos prescritores indicam 
tomar na hora do almoço para garantir a presença de algum ácido graxo 
durante a absorção do medicamento, mas o nutricionista pode auxiliar muito 
neste momento ofertando na dieta as oleaginosas, abacates, queijos, 
chocolates e até uma fritura. Qual pessoa não iria gostar de comer uma 
coxinha ou pastel neste momento, hein? 
Com o antibiótico cloridrato de tetraciclina o alimento evitado deve ser o leite 
e seus derivados lácteos, pois quando juntos, formam quelatos e isso diminui 
a absorção da tetraciclina e do cálcio. Portanto, consumir leite e derivados 
até uma hora antes de tomar o medicamento ou somente duas horas após. 
O metronidazol, também da classe dos antibióticos, altera o paladar e deixa 
a boca seca por alterar o fluxo salivar além de possíveis estomatites, isso 
pode interferir diretamente na adequação do paciente à dieta, à ingestão dos 
alimentos como um todo. 
Outro costume é, durante períodos de gripes, resfriados com infecções de 
garganta, se tomar antibiótico e junto, a vitamina C. Ambos interagem 
quando consumidos juntos inibindo a ação dos antibióticos. 
Outro dado importante é a destruição da microbiota intestinal pelos 
antibióticos em geral podendo gerar quadros diarreicos. Suplementar com 
probióticos é uma boa opção nestes momentos. 
Fármacos anti-hipertensivos e suas interações com os 
alimentos 
A seguir, discutiremos as interações dos fármacos anti-hipertensivos com 
alimentos durante as fases farmacocinética e farmacodinâmica. 
Interações com medicamentos anti-hipertensivos durante a fase 
farmacocinética 
Um dos medicamentos pertencentes a esta classe com alto volume de 
prescrição é o propranolol. Este fármaco tem interação em nível de absorção, 
pois a modificação do pH do conteúdo gastrointestinal pode afetar 
diretamente sua absorção e consequentemente o efeito terapêutico 
esperado, de reduzir a pressão arterial, poderá não ser alcançado. Além 
disto, dietas hiperproteicas reduzem o metabolismo de fase I do propranolol. 
A amilorida interage diretamente com cálcio, leite e queijo diminuindo sua 
biodisponibilidade, enquanto a nifedipina tem esta mesma redução com 
alimentos em geral e a metildopa com sais de ferro. O atenolol e 
medicamentos pertencentes à classe dos bloqueadores de canais de cálcio 
não devem ser consumidos com suco de laranja, pois essa associação 
diminui a absorção dos fármacos. 
Os diuréticos, utilizados para reduzir a retenção hídrica e, por este fator, 
altera a excreção de nutrientes importantes. O furosemida, um diurético 
potente, aumenta a excreção de íons de potássio, cálcio, magnésio, sódio 
além da água e em contrapartida aumenta o ácido úrico no organismo. 
Enquanto a hidroclorotiazida também aumenta no organismo o ácido úrico, 
assim como a glicose e triglicerídeos, e intensifica a excreção de íons de 
potássio, magnésio e sódio. Para pacientes com câimbras devido ao excesso 
de eliminação de potássio é recomendado associar o uso do 
espironolactona, diurético pertencente à classe dos “diuréticos poupadores 
de potássio”. 
Interação com anti-hipertensivos na fase farmacodinâmica 
Vamos começar pelo atenolol, metoprolol, nadolol e prazosina. Estes anti-
hipertensivos interagem com alguns alimentos específicos como gengibre 
(muito presente em dietas atualmente), ginseng e pimenta caiena podendo 
alterar o efeito anti-hipertensivo. O propranolol interage com aipo, alho, 
gengibre, ginseng, melão e pode aumentar o efeito colateral de reduzir a 
glicemia. 
Os medicamentos que estão na classe dos betabloqueadores, bloqueadores 
de canal de cálcio, diuréticos e inibidores da enzina conversora de 
angiotensina também interagem com gengibre, ginseng e pimenta caiena, 
mas chamo atenção para a interação com a erva-de-são-joão, comumente 
prescrita como aliada aos planos alimentares. 
Fármacos utilizados no tratamento da obesidade 
Muitos mitos se escondem por traz das terapias da obesidade e grande parte 
envolve medicamento. O tratamento da obesidade deve ser realizado em um 
e individual para cada paciente, levando sempre em consideração suas 
características individuais, comorbidades, dificuldades, entre outros. 
Obesidade e diagnóstico 
A obesidade é doença da alteração da constituição corporal, com 
determinantes genéticos e ambientais, definida pelo excesso das reservas 
corporais de gordura, que ocorre quando, cronicamente, a oferta de calorias 
é maior que o gasto de energia, o que resulta com frequência em prejuízos 
significantes para a saúde. Segundo dados mais recentes da Organização 
Mundial de Saúde, 2,3 bilhões de pessoas no mundo estão com sobrepeso 
ou obesidade. No Brasil, aproximadamente 20% da população está obesa e 
mais da metade em sobrepeso, o que gera cerca de 80 mil mortes por ano 
decorrentes das complicações desta doença. 
As principais comorbidades associadas à obesidade são: hipertensão, 
diabetes, osteoartrite, distúrbios respiratórios, câncer, além de depressão e 
ansiedade. Por se tratar de doença multifatorial, está atrelada à genética, 
fatores ambientais, estilos de vida, determinantes sociais, doenças (por 
exemplo, hipotireoidismo, hipogonadismo, Síndrome de Cushing, 
transtornos alimentares e psiquiátricos) e medicamentos (por exemplo, 
benzodiazepínicos, corticosteroides, antipsicóticos, antidepressivos 
tricíclicos, anticoncepcionais, dentre outros). 
O diagnóstico de sobrepeso e obesidade no Brasil é realizado através do 
cálculo do índice de massa corporal (IMC) e consiste na divisão entre o peso 
(em quilogramas) e o quadro da altura (em metros). Valores entre 20 e 25 
são considerados normopesos e baixo risco de complicações. No entanto, 
quanto maior for, o risco aumenta. Entre 25 e 30, sobrepeso e acima de 30 
obesidade. 
Tratamentos da obesidade 
O tratamento da obesidade deve ser realizado por equipe multidisciplinar de 
modo a abordar questões como: alimentação adequada, realização de 
exercício físico, psicoterapia, e ainda farmacoterapia. A indicação do 
tratamento medicamentoso é para aqueles pacientes que exibem um IMC 
maior que 30, ou quando o indivíduo tem doenças associadas ao excesso de 
peso com IMC superior a 25, em situações na quais o tratamento com dieta, 
exercício ou aumento da atividade física e modificações comportamentais 
provou ser infrutífero. 
A farmacoterapia padrão no tratamento da obesidade consiste em 
medicamentos que irão agir no sistema nervoso central (SNC), ou 
perifericamente inibindo a absorção de gorduras ou mimetizando a ação de 
mediadores endócrinos endógenos. 
Normalmente a terapia medicamentosa da obesidade se inicia com 
Sibutramina. Trata-se de um medicamento anorexígeno, controlado, tarja 
preta, dispensado na farmácia a partir de receituário B2. A sibutramina age 
no SNC inibindo a recaptação nos terminais sinápticos de noradrenalina (NA) 
e serotonina (5-HT) e, em menor grau, de dopamina (DA), aumentando 
consequentemente os níveis dos três principais neurotransmissores. 
O aumento de NA, 5-HT e DA representa clinicamente o aumento da queima 
de gordura, o aumento da saciedade e redução pela compulsão e anseio por 
alimentos, respectivamente. A eficácia da sibutramina é de 7-10% de redução 
do peso corporal com redução preferencial da gordura visceral. A perda 
máxima de peso é alcançada por volta dos seis meses e mantida enquanto 
não for interrompida. 
A sibutramina é eficaz no tratamento da obesidade, do sobrepeso e dos 
componentes da síndrome metabólica (com aconselhamento nutricional e 
prática de atividade física). Embora seja altamente eficaz,está associada a 
importantes efeitos adversos: boca seca, constipação, cefaleia e insônia (10 
a 20% dos casos), irritabilidade, ansiedade, náuseas, taquicardia e 
hipertensão arterial. Este último consiste no principal efeito adverso desta 
classe e, portanto, quaisquer eventos cardiovasculares contraindicam o uso 
de sibutramina, tais como: doença arterial coronariana, acidente vascular 
cerebral ou ataque isquêmico transitório, arritmia cardíaca, insuficiência 
cardíaca congestiva, doença arterial periférica ou hipertensão não 
controlada. 
As anfetaminas consistem numa outra classe de fármacos anorexígenos, 
controlados e dispensados através de receituários, cujos principais derivados 
são: anfepramona (dietilpropiona), femproporex e mazindol. Elas atuam 
suprimindo o apetite por estimulação da liberação de NA em sinapses 
nervosas e periféricas, com efeito inibitório sobre os neurônios que induzem 
a fome. 
Apresentam efeitos adversos similares à Sibutramina e muitos cuidados 
devem ser tomados ao fazer uso de anfetaminas. Em caso de tolerância 
(perda de efeito), evitar o aumento para doses excessivas. O paciente deve 
ter atenção redobrada ao operar máquinas, veículos ou armas. Além disso, 
apresentam potencial dependência psicológica, risco de depressão, extrema 
fadiga pós-interrupção abrupta e a overdose pode favorecer psicose 
indistinguível de esquizofrenia, ou seja, necessariamente requer 
acompanhamento de toda equipe multidisciplinar para monitorar efeitos e 
progressão da terapia. 
Outra opção medicamentosa que age no SNC só que mais tolerável são os 
inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRS), e: Fluoxetina, 
Citalopram e Sertralina. Como o próprio nome da classe sugere, eles 
aumentam os níveis apenas de serotonina (diferentemente da Sibutramina 
e das anfetaminas), por isso o risco é menor. 
Além de serem utilizados no tratamento da obesidade para complicações de 
humor e redução da fome, apresentam indicações clássicas como: 
antidepressivo, pânico, bulimia e transtorno compulsivo alimentar. 
Como efeitos adversos, são observados: redução da libido e impotência 
sexual, insônia, anorgasmia, agitação, xerostomia, náuseas, cefaléias.Além 
do que, deve-se ter atenção com ativação de episódios maníacos ou ideação 
suicida. Claramente, os medicamentos que atuam no SNC oferecem maiores 
riscos por alterar níveis de neurotransmissores. 
Existe, porém, opções periféricas, como no caso dos inibidores da absorção 
de gorduras, o Orlistat (Xenical®). O Orlistat inibe reversivelmente as lipases 
gástricas e pancreáticas, com bloqueio da absorção de gordura. Assim, com 
menos gordura sendo absorvida, o indivíduo vai reduzindo o peso. É eficaz 
no tratamento da obesidade, do sobrepeso e da síndrome metabólica, 
associado ao aconselhamento nutricional e à prática de atividade física. 
Os principais efeitos adversos do Orlistat são: fezes gordurosas líquidas 
(esteatorreia), urgência fecal, incontinência fecal, flatulência e, menos 
frequentemente, dores abdominais e retais. É importante ressaltar que pode 
gerar comprometimento da absorção de vitaminas lipossolúveis (vitaminas 
A, D, E e K), necessitando suplementá-las. Além disso, pode interferir na 
absorção de fármacos lipofílicos como: amiodarona, warfarina, ciclosporina, 
lamotrigina e anticonvulsivantes. O ideal é utilizá-lo até 2 vezes ao dia, antes 
ou até uma hora após as principais refeições (almoço e jantar), em doses de 
60 a 120 mg. 
Uma abordagem recentemente aprovada para o tratamento da obesidade é 
o emprego de peptídeos análogos ao glucagon tipo-1 (GLP-1), a Liraglutida 
(Victosa®) e Exenatida (Saxenda®). Inicialmente utilizados no tratamento da 
diabetes mellitus tipo 2, passaram a ser usados na obesidade pois se 
observou redução de peso nos indivíduos em tratamento. Ambos os 
fármacos, quando administrados via subcutânea, induzem maior liberação 
de insulina, consequentemente maior a sensação de saciedade. Logo, menor 
a ingestão de alimentos e consequentemente maior a perda de peso. 
Cabe ressaltar que se trata de dois medicamentos de alto custo e de baixa 
notificação de farmacovigilância, ou seja, os efeitos adversos são pouco 
conhecidos até então. 
Farmacologia do sistema endócrino: hipoglicemiantes I 
No próximo tópico abordaremos especificamente o caso da diabetes. 
Detalhando no que esta enfermidade consiste, suas causas, diagnóstico e 
tratamento farmacológico 
Diabetes: o que é, causas e diagnóstico 
Diabetes mellitus (DM) é uma doença do metabolismo ocasionada pelo 
excesso de glicose no sangue por uma falha na produção, liberação ou ação 
da insulina. Segundo dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde, 
a Diabetes Mellitus acomete meio bilhão de pessoas no mundo e 12,5 
milhões no Brasil (o equivalente a 7% da população brasileira). 
A insulina é um hormônio chave envolvida na fisiopatologia dessa doença. 
Ela é produzida pelo pâncreas e liberada na corrente sanguínea de acordo 
com a presença de glicose (principalmente) e gorduras (ácidos graxos) 
provenientes da alimentação. Quando liberada, a insulina se liga em 
receptores presentes na membrana das células de vários órgãos ou tecidos 
– principalmente: cérebro (para produção contínua de energia), músculo 
esquelético e fígado (para síntese de glicogênio e posterior produção de 
energia). Após essa interação, estimula uma cascata de reações no interior 
das células, até alcançar o núcleo e estimular a produção de transportadores 
de glicose, denominados de GLUTs. Esses transportadores vão até a 
membrana captar a glicose para dentro das células onde será convertida em 
energia. 
Essa doença é classificada em dois tipos: diabetes tipo 1 (DM1) e tipo 2 (DM2). 
A tipo 1 é causada pela destruição de células do pâncreas, causando 
deficiência absoluta de insulina. Há maior ocorrência na fase juvenil. 
Enquanto que no tipo 2 ocorre pela resistência insulínica e/ou deficiência de 
insulina sendo mais prevalente em adultos. Os pacientes diabéticos, 
independente do tipo, apresentam sintomas muito semelhantes, como: 
fadiga muscular, muita fome, sede e diurese, piora da visão, tontura, 
dificuldade na cicatrização, complicações renais, dentre outros. 
Tratamento farmacológico 
Embora os sintomas sejam parecidos, a terapia medicamentosa é bastante 
diferente. Na DM1, o tratamento preconizado é a utilização de insulina. O 
mesmo serve nos casos de diabetes gestacional, pois este fármaco não 
ultrapassa a barreira hematoplacentária, isto é não causa danos ao feto, 
sendo, então, contraindicados às gestantes todos os hipoglicemiantes por via 
oral. 
A insulina é classificada quanto à origem (animal, humana ou sintética), início 
e duração de ação, existindo aquelas de ação: ultrarrápida (lispro), rápida 
(regular), intermediária (NPH ou lenta), prolongada (ultralenta) e ultra-
prolongada (degludeca), com picos de efeito desde 1 hora e duração 
variando de 3 a 4 horas para as ultrarrápidas e picos estáveis de 8 a 20 horas 
com duração de 40 a 42 horas para as ultra-prologadas. 
Em termos farmacocinéticos, a insulina é administrada por via endovenosa 
(somente em casos de urgência), subcutânea rotineiramente, ou mais 
recentemente por via inalatória. É distribuída pela albumina na corrente 
sanguínea na forma ligada (70-90%), sofre metabolismo no fígado, rins e 
músculos, sendo excretada pelos rins. 
Os efeitos adversos mais observados com o uso de insulina são: 
hipoglicemia, tonturas, alergia, resistência à insulina, aumento 
(lipohipertrofia) ou diminuição (lipoatrofia) do tecido adiposo decorrente das 
aplicações constantes, o que sugere rodízio dos locais de aplicação (tecido 
subcutâneo de tríceps, abdômen e coxa). 
A abordagem medicamentosa para o DM2 objetiva: aumentar a secreção de 
insulina através de fármacos das classes Sulfoniluréias e Meglitinidas; ou 
aumentar a sensibilização dos tecidos à ação da insulina, a partirdas 
Biguanidas e Tiazolidinodionas; diminuir a absorção de glicose no trato 
gastrointestinal, por meio dos inibidores da alfa-glicosidase; e mimetizar a 
ação de análogos endógenos a fim de aumentar a liberação de insulina 
(miméticos de incretinas). 
Tanto as Sulfoniluréias quanto às Meglitinidas inibem canais de potássio nas 
células do pâncreas gerando despolarização e abertura de canais de cálcio 
dependente de voltagem. A presença de cálcio no interior das células induz, 
portanto, a secreção de insulina. 
Pertencem à classe das Sulfoniuréias: Tolbutamida (curta duração) e 
Clorpropamida (longa duração), ambas de primeira geração (menos 
potentes); além da Glipizida (curta duração) e Glibenclamida (longa duração), 
ambas de segunda geração (mais potentes). Como efeitos adversos, são 
observados: hipoglicemia, náuseas, vômitos e anemia hemolítica. Esses 
fármacos são contraindicados para gestantes, lactantes, pacientes alérgicos, 
ou com insuficiências hepática e renal. 
As Meglitinidas, Repaglinida e Nateglinida, são consideradas as de primeira 
escolha para DM2 não controlada com dieta, pois são mais seletivas, 
apresentam rápida absorção, curto efeito e baixo risco de hipoglicemia. São 
contraindicadas ou utilizadas com muita cautela nos casos de gravidez, 
lactação e insuficiências hepática e renal. 
Dentre os mais prescritos para o tratamento de DM2 estão os 
sensibilizadores de insulina, dentre eles a biguanida Metformina cujo 
mecanismo de ação não está bem definido. No entanto, sabe-se que este 
fármaco induz, dentre algumas ações farmacológicas: diminuição da 
gliconeogênese e glicogenólise no fígado, da resistência à insulina, dos níveis 
de colesterol e triglicerídeos, e aumenta o metabolismo da glicose nos 
tecidos, com uma grande vantagem comparada aos antidiabéticos: não 
induz hipoglicemia. Logo, outros efeitos adversos observados são: anorexia, 
sabor metálico ao paladar, náuseas, vômitos e diarreia, redução da absorção 
intestinal de vitamina B12 e acidose láctica. É contraindicada em casos de 
gravidez, lactação, insuficiência hepática e renal. 
Uma curiosidade é o fato de a Metformina ser empregada no tratamento da 
Síndrome do Ovário Policístico (SOP), pois as mulheres acometidas com esta 
doença também apresentam resistência insulínica. A ação da insulina é 
fundamental para maturação e formação do óvulo. 
Pioglitazona e Rosiglitazona são outras duas opções de sensibilizadores de 
insulina pertencentes à classe das Tiazolidinedionas, com ações 
farmacológicas semelhantes à Metformina. São consideradas de primeira 
escolha para pacientes com DM2, especialmente obesos com resistência 
insulínica. Apresenta baixa toxicidade, destacando como principal efeito 
adverso a hepatotoxicidade. 
Uma alternativa à redução da glicemia no sangue é evitar a absorção. Como 
a glicose é o produto final do metabolismo de carboidratos, a última etapa 
consiste na quebra de dissacarídeos em monossacarídeos através da enzima 
alfa-glicosidase. A Acarbose é capaz de inibir essa enzima no intestino. Desse 
modo, há redução da absorção de glicose. Não causa hipoglicemia e os 
efeitos adversos são mais direcionados ao trato gastrointestinal: flatulência, 
distensão abdominal e diarreia. É contraindicada para gestantes, lactantes e 
pacientes com transtornos crônicos de absorção intestinal. 
Por fim, a estratégia mais recente é utilizar fármacos que mimetizem as 
incretinas que são substâncias produzidas na parede do intestino que visam 
aumentar a liberação de insulina, aumento a captação de glicose e controlar 
a glicemia. Dentre eles: o polipeptídeo isulinotrópico dependente de glicose 
GIP e o peptídeo análogo ao glucagon tipo 1. Ambos sofrem degradação pela 
enzima Dipeptidil Peptidase 4 (DPP-4) no intestino. Assim, foram produzidos 
os inibidores da DPP-4: Sitagliptina, saxagliptina, alogliptina e linagliptina, 
utilizados associados à dieta e exercício para baixar a glicose no sangue de 
adultos com diabetes de tipo. 
Existe ainda a opção parenteral, administrada via subcutânea, dos análogos 
do GLP-1: Liraglutida (Victoza®) e Exenatida (Saxenda®). Ambos aumentam 
a liberação de insulina e são indicados no tratamento de DM2 e mais 
recentemente para obesidade, para o qual se observou redução de apetite e 
consequentemente do peso corporal.

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