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FARMACOLOGIA 
APLICADA À NUTRIÇÃO
W
BA
06
99
_v
1.
1
22 
Joseane Almeida Santos Nobre
Londrina 
Editora e Distribuidora Educacional S.A. 
2019
Farmacologia Aplicada à Nutrição
1ª edição
33 3
2019
Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041-100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br
Homepage: http://www.kroton.com.br/
Presidente
Rodrigo Galindo
Vice-Presidente de Pós-Graduação e Educação Continuada
Paulo de Tarso Pires de Moraes
Conselho Acadêmico
Carlos Roberto Pagani Junior
Camila Braga de Oliveira Higa
Carolina Yaly
Giani Vendramel de Oliveira
Juliana Caramigo Gennarini
Nirse Ruscheinsky Breternitz
Priscila Pereira Silva
Tayra Carolina Nascimento Aleixo
Coordenador
Camila Braga de Oliveira Higa
Revisor
Helena Dória Ribeiro de Andrade Prviato
Editorial
Alessandra Cristina Fahl
Beatriz Meloni Montefusco
Daniella Fernandes Hazure Manta
Hâmila Samai Franco dos Santos
Mariana de Campos Barroso
Paola Andressa Machado Leal
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Nobre, Joseane Almeida Santos
N754f Farmacologia aplicada à nutrição / Joseane Almeida 
 Santos Nobre. – Londrina : Editora e Distribuidora 
 Educacional S.A., 2019.
116 p.
 
ISBN 978-85-522-1553-0
 
1. Nutrição. 2. Nutrição clínica. 3. Farmacologia.
I. Nobre, Joseane Almeida Santos. II. Título
CDD 610
Thamiris Mantovani CRB: 8/9491
© 2019 por Editora e Distribuidora Educacional S.A.
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de 
sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia autorização, 
por escrito, da Editora e Distribuidora Educacional S.A.
44 
FARMACOLOGIA APLICADA À NUTRIÇÃO
SUMÁRIO
Apresentação da disciplina 5
Farmacocinética e farmacodinâmica 6
Interações e biodisponibilidade na relação droga-nutriente 24
Drogas para o tratamento de diabetes 
e obesidade no estado nutricional 47
Drogas que alteram o trato gastrointestinal no estado nutricional 67
Drogas antitireoidianas, corticoides e 
anabolizantes no estado nutricional 81
Medicamentos anti-hipertensivos, antianêmicos 
e quimioterápicos no estado nutricional 100
Nutracêuticos e alimentos funcionais 118
55 5
Apresentação da disciplina
Olá, aluno! 
A fundamentação teórica desta disciplina é aplicada desde o 
planejamento de cardápios em restaurantes até atendimento de 
pacientes em home care, passando por acompanhamento hospitalar 
e atendimento em consultórios, ou seja, permitirão a você entender 
melhor os mecanismos de absorção e utilização de fármacos, a 
interação entre medicamentos e nutrientes, destacando as melhores 
estratégias nutricionais para a correção das deficiências ocasionadas 
pelo tratamento medicamentoso. 
Sendo assim, você será capaz de reconhecer os mecanismos de 
ação dos medicamentos utilizados no tratamento do diabetes, da 
hipertensão arterial, câncer, entre outros. Serão apresentados os 
principais medicamentos utilizados no tratamento da obesidade, suas 
interações (tanto com outros medicamentos quanto com alimentos). 
Esteroides anti-inflamatórios, como os glicocorticoides, e os esteroides 
androgênicos (esteroides anabolizantes) serão considerados durante os 
estudos dos temas apresentados.
Ao final, você estudará mais sobre os compostos bioativos e sua 
importância no tratamento e na prevenção de doenças, além da 
legislação vigente no Brasil. Aproveite ao máximo as referências 
complementares e aprofunde seus estudos em cada tema apresentado.
Bons estudos!
66 
Farmacocinética e 
farmacodinâmica
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Apresentar a forma de ação dos fármacos 
no organismo, desde sua administração até 
sua excreção.
• Apresentar os princípios gerais de interação dos 
fármacos com seus receptores celulares.
• Indicar como os medicamentos são 
metabolizados e excretados do corpo.
77 7
1. Como agem os fármacos em nosso organismo?
Prezado aluno, o envelhecimento populacional traz consigo a 
modificação do tipo de doença existente, sendo cada vez mais comum 
nos depararmos em nossos consultórios com clientes que possuem 
uma ou mais doenças crônicas e fazem uso contínuo de muitos 
medicamentos. Assim, cada vez mais é importante sabermos como 
esses medicamentos agirão sobre o funcionamento do organismo, 
além da interação desses compostos sintéticos uns com os outros e 
também com os alimentos.
O tema desta aula abordará, de forma geral, como os medicamentos 
agem no organismo, as modificações ocorridas com o fármaco 
após a sua ingestão até a sua eliminação, além da sua forma de 
ação, considerando os receptores específicos para o processo de 
reconhecimento do fármaco pelas células corporais. Bons estudos!
PARA SABER MAIS
Habitualmente, consideram-se as terminologias fármaco 
e droga como sendo similares. Fármaco é um composto 
sintético ou natural, com estrutura química conhecida, 
produzindo um efeito biológico esperado no organismo 
no qual ele foi administrado, sendo utilizado após longo 
estudo. Já a droga é considerada qualquer substância que 
promova alterações no organismo, com ação benéfica ou 
não, podendo ser um fármaco ou um agente tóxico.
88 
Durante as consultas clínicas, por vezes, os profissionais da 
saúde, dentre eles o nutricionista, deparam-se com pacientes que 
consomem muitos medicamentos de forma isolada ou em conjunto. 
Os medicamentos possuem princípios ativos amplamente estudados 
(fármacos) e são ministrados de forma conjunta e com a utilização 
de outras substâncias, com mais de um princípio ativo em um 
mesmo medicamento, além da presença de excipientes e 
conservantes ou conservadores.
Para terem a ação esperada no organismo, o fármaco precisa interagir 
com alvos próprios denominados receptores, o que promove a sua 
especificidade de ação afetando o funcionamento do órgão ou sistema 
para o qual ele foi desenvolvido. Esses receptores são moléculas 
proteicas que possuem como função o reconhecimento de sinais 
clínicos do próprio organismo, promovendo uma reação a eles.
Os receptores constituem um componente-chave do sistema de 
comunicação química presente nos organismos multicelulares. Eles 
são divididos em agonistas (ligam-se aos receptores no organismo, 
produzindo os mesmos efeitos do composto endógeno. Exemplo: 
histamina). Os agonistas ainda podem ser divididos em agonistas totais 
(que se ligam 100% aos receptores), agonistas parciais (não conseguem 
uma resposta total, mesmo considerando dosagens elevadas) e 
agonistas inversos (promovem somente a alteração no receptor, mas 
não o bloqueiam). Já os antagonistas bloqueiam os receptores. Temos 
os antagonistas reversíveis, antagonistas irreversíveis e antagonistas 
pseudorreversíveis. A irreversibilidade ou não do antagonista deve-se à 
ligação direta ou parcial com seu receptor.
O antagonismo existe também entre o consumo de dois medicamentos, 
como o consumo de antiácido ao mesmo tempo em que se consome 
algum medicamento anti-inflamatório. Neste caso, o pH do estômago 
99 9
precisa ser ácido para promover a absorção do anti-inflamatório e, 
ao se consumir um antiácido, ocorrerá um efeito contrário, com 
menor produção de ácido clorídrico e, portanto, menor absorção do 
anti-inflamatório. Fonte: RANG, H.p. et al. Rang & Dale Farmacologia. 
8. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2016. Tradução Gea Consultoria Editorial. 
O conhecimento da dinâmica de funcionamento de um medicamento é 
importante para a prescrição de planejamentos alimentares que atuem 
de forma a melhorar a ação dos princípios ativos e corrigir possíveis 
interações com os nutrientes. A forma de absorção, distribuição e 
utilização de fármacos, assim como o tempo que o medicamento 
leva para ser excretado docorpo, também são aspectos a serem 
considerados e apresentados nos tópicos a seguir.
ASSIMILE
Para que um fármaco consiga realizar a sua ação no 
organismo, ele deverá se ligar aos seus receptores 
específicos. Durante esse processo, o receptor poderá ser 
ativado ou inativado, dependendo do objetivo do fármaco.
1.1 Forma de administração e absorção dos fármacos
Os medicamentos são consumidos sob diversas formas (cápsulas, 
gel, intramuscular, comprimidos, drágeas, entre outras), fazendo 
com que o princípio ativo possa ser mais efetivo ou não em seu sítio 
de ação (receptor). Para tal, ele deverá ser absorvido, considerando 
a multiplicidades de tipos e barreiras celulares existentes em nosso 
organismo, o que permite diversas formas de absorção pelas células.
1010 
Figura 1 – Formas de transporte dos diferentes solutos 
através da barreira celular
 Fonte: RANG, 2011, p. 100. 
A absorção poderá ocorrer através de um canal aquoso (também 
denominado aquoporinas), por um sistema simporte (com a 
passagem em conjunto com outra partícula), por englobamento de 
partículas (pinocitose). Os dois mecanismos mais importantes para os 
medicamentos é a difusão através dos lipídios da bicamada lipídica e 
com o auxílio de um transportador de membrana. 
A permeabilidade da membrana celular e o coeficiente de difusão 
(ou seja, o quanto as moléculas que fazem parte da bicamada lipídica 
conseguem se movimentar) são duas medidas importantes que 
impactam a forma de absorção dos medicamentos, sendo que o 
coeficiente de difusão é o que menos apresenta variabilidade entre 
os fármacos. Já a velocidade de absorção pelas células intestinais, a 
penetração do princípio ativo nos diferentes tecidos corporais e o tempo 
para eliminação por meio renal são influenciados pela solubilidade 
lipídica e capacidade de passagem pela membrana celular.
1111 11
Outro fator a ser considerado na absorção é o pH corporal, desde o 
momento em que o fármaco é consumido até ser excretado sob a 
forma urinária. O organismo possui diferentes valores de pH. 
Como no caso do estômago, que possui o pH ácido e pode inativar 
vários medicamentos, como alguns tipos de betalactâmicos 
(antibióticos da classe das penicilinas), que foram modificados para 
suportar a ação ácida, como a amoxicilina que é uma penicilina 
semissintética que possui em sua formulação um grupamento 
alfa-amino permitindo o seu uso por via oral.
Deve-se considerar também a ligação dos fármacos a proteínas 
transportadoras, como a albumina plasmática. A albumina é uma das 
principais proteínas transportadoras, é produzida pelo fígado e afetada 
pelo baixo consumo proteico dietético, doenças hepáticas, desnutrição 
entre outros. Muitos fármacos competem pela ligação na albumina. 
Caso sejam consumidos concomitantemente dois fármacos ou mais 
que utilizem a albumina como transportador, os fármacos não ligados 
à albumina aumentarão sua concentração plasmática. Nesse caso, além 
da interação fármaco-fármaco, é preciso considerar os fatores citados 
acima que afetam a produção de albumina.
As vias de administração utilizadas são importantes para que os 
fármacos consumidos acessem seu sítio de ação e podem apresentar 
vantagens e desvantagens, como listadas no quadro abaixo:
1212 
Quadro 1 – Vias de administração de fármacos, padrão de absorção, 
vantagens e desvantagens
Via de 
administração
Padrão 
de absorção Vantagens Desvantagens
Oral
Variável: pode 
ser afetada por 
diversos fatores 
(pH, permeabilidade 
da membrana 
plasmática, estado 
nutricional, etc.)
• Via de administração 
mais segura e mais 
comum, conveniente 
e de baixo custo.
• Absorção limitada 
de alguns fármacos.
• Pode apresentar 
redução da absorção 
pela interação com 
alimentos e outros 
medicamentos.
• É necessário que 
o paciente se 
apresente disposto a 
seguir as orientações 
de consumo.
• Os fármacos 
podem sofrer 
biotransformação 
antes de 
encontrar seu alvo.
Intravenosa 
(endovenosa)
A absorção não é 
necessária, pois já 
está na corrente 
sanguínea.
• Pode ter efeitos 
mais imediatos.
• Ideal para a dosagem 
de altos volumes 
de medicamento.
• Adequada para 
substâncias 
irritantes e misturas 
complexas.
• Muito útil 
para situações 
emergenciais.
• Ideal para fármacos 
à base de proteínas 
e peptídeos com alta 
massa molecular.
• Não é recomendada 
para ser utilizada 
com substâncias à 
base de lipídios.
• A injeção em bolus 
poderá resultar em 
efeitos adversos.
• A maioria das 
substâncias deverá 
ser injetada de forma 
lenta e gradual.
• São necessárias 
técnicas de 
assepsia estritas.
1313 13
Subcutânea
Depende do 
diluente do fármaco:
• soluções 
aquosas: imediata;
• preparações 
de depósito: 
liberação lenta 
e prolongada.
• Adequada para 
fármacos de 
liberação lenta.
• Ideal para algumas 
suspensões 
pouco solúveis.
• Pode ocasionar 
dor e necrose se o 
fármaco for irritante.
• Inadequada 
para fármacos 
administrados em 
volumes elevados.
Intramuscular
Depende dos 
diluentes 
do fármaco:
• soluções 
aquosas: imediata;
• preparações 
de depósito: 
liberação lenta 
e prolongada.
• Adequada se o 
volume é moderado.
• Adequada para 
veículos oleosos e 
certas substâncias 
irritantes.
• Preferível à via 
intravenosa se o 
paciente deve se 
autoadministrar.
• Afeta certos testes 
de laboratório 
(creatinocinase).
• Pode ser dolorosa.
• Pode causar 
hemorragia 
intramuscular (evitar 
durante o tratamento 
com anticoagulante).
Transdérmica
(adesivo) Lenta e prolongada.
• Evita o efeito de 
primeira passagem.
• Convenien-
te e indolor.
• Ideal para fármacos 
lipofílicos (com afini-
dade por lipídios) e 
que têm baixa bio-
disponibilidade oral.
• Ideal para fármacos 
que são elimina-
dos rapidamente 
do organismo.
• Alguns pacientes 
são alérgicos aos 
adesivos, o que pode 
causar irritação.
• O fármaco deve ser 
muito lipofílico.
• Pode causar atraso 
no acesso ao local de 
ação farmacológica.
• Limitado a fármacos 
que podem ser 
tomados em doses 
pequenas diárias.
Retal Errática e variável.
• Evita parcialmente 
o efeito de 
primeira passagem.
• Evita a destruição 
pela acidez gástrica.
• Ideal se o 
fármaco causa 
êmese (vômito).
• Ideal para pacientes 
com êmese ou 
comatosos.
• O fármaco pode 
irritar a mucosa retal.
• Não é uma via “bem 
aceita” pelo paciente.
1414 
Inalatória
Pode ocorrer 
absorção sistêmica, 
o que nem sempre 
é desejado.
• A absorção é 
rápida; pode ter 
efeitos imediatos.
• Ideal para gases.
• É eficaz para 
pacientes com 
problemas 
respiratórios.
• A dose pode 
ser titulada.
• Se o alvo do efeito 
se localiza nos 
pulmões: são usadas 
doses menores 
comparando com as 
que se usariam por 
via oral ou parenteral.
• Menos efeitos 
adversos sistêmicos.
• Principal via de 
adictos (o fármaco 
pode acessar 
rapidamente 
o cérebro).
• Os pacientes podem 
ter dificuldade em 
regular a dose.
• Alguns pacientes 
têm dificuldades no 
uso dos inaladores.
Sublingual
Depende 
do fármaco:
• poucos fármacos 
(ex., nitroglicerina) 
têm absorção 
sistêmica direta e 
rápida – a maioria 
dos fármacos 
tem absorção 
incompleta 
e errática.
• Evita o efeito de 
primeira passagem.
• Evita a destruição 
pela acidez gástrica.
• Mantém a 
estabilidade do 
fármaco, porque 
a saliva tem pH 
relativamente neutro.
• Pode causar efeitos 
farmacológicos 
imediatos.
• Limitada a certos 
tipos de fármacos.
• Limitada a fármacos 
que podem ser 
tomados em 
pequenas doses.
• Pode perder parte do 
fármaco se deglutido.
Fonte: adaptado de WHALEN; FINKEL; PANAVELIL, 2016. 
1.2 Metabolismo, biotransformação e eliminação
Diariamente, muitas substâncias são ingeridas de forma conhecida 
(como os medicamentos) e desconhecida (partículas estranhas que 
contenham xenobióticos ou componentes químicos, agrotóxicos, 
poluição, entre outros). Todas essas partículas precisarão ser 
transformadas para serem eliminadas do organismo. Como vimos 
1515 15
anteriormente, muitas moléculas químicas presentesnos fármacos 
precisam ser lipofílicas para conseguirem transpor a membrana 
plasmática e, assim, atingir seu alvo. Dessa forma, essas moléculas 
se mantêm ativadas e sendo reabsorvidas constantemente pelos rins 
(nesse caso, especificamente, os néfrons), podendo causar toxicidade. 
Assim, o organismo precisa transformar esses compostos em formas 
hidrossolúveis que possam ser eliminadas do organismo.
A transformação dos fármacos e demais compostos moleculares 
desde que são consumidos até serem excretados é chamada de 
biotransformação, e suas reações são divididas classicamente em duas 
fases. Alguns fármacos não precisam ser transformados, por serem 
hidrofílicos, e dessa maneira são eliminados do organismo sem a 
necessidade de serem conjugados.
Figura 2 – Biotransformação de fármacos e 
suas reações na fase I e fase II
Fonte: elaborada pela autora.
1616 
A fase I ocorre principalmente no fígado e comporta as reações de 
oxidação/reações, deixando os compostos mais polares e, dessa 
maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando sua excreção 
urinária. Já a fase II possui reações de conjugação e hidrólise. 
Essas reações proporcionam um segundo conjunto de alterações 
químicas destinadas a modificar os compostos para sua excreção.
Nas reações de conjugação, reações adicionais são acrescentadas aos 
fármacos após a fase I, com a inserção de ácido glicurônico, criando 
conjugados mais hidrofílicos. As reações de conjugação/hidrólise 
podem ocorrer também independentemente das reações de oxidação. 
Apesar das duas transformações, alguns fármacos podem permanecer 
ativos. É o caso das penicilinas.
O sistema citocromo P450 (CYP) é uma superfamília de isoenzimas 
presente no fígado e no trato gastrointestinal responsável pelo 
processo de biotransformação dos fármacos (como paracetamol, 
ibuprofeno, varfarina, sinvastatina, entre outros), cafeína, álcool e 
lipídios. As reações possuem uma cascata de transformação que 
envolve o fármaco, uma enzima do sistema citocromo P450, oxigênio, 
NADPH, uma flavoproteína (NADPH-450), apresentando como resultado 
final um produto hidroxilado. Esse sistema de biotransformação pode 
sofrer alterações de polimorfismo, a partir de componentes dietéticos 
(por exemplo: carne de churrasco que leva à formação de compostos 
carcinogênicos, como os hidrocarbonetos aromáticos policíclicos (HAPs), 
que podem aumentar o risco de câncer de cólon).
Após a fase I, o fármaco passa pela fase II, resultando, geralmente, 
em produtos finais solúveis em meio líquido e inativo. Porém, 
algumas substâncias poderão permanecer ativas mesmo após a 
fase II. É o caso das penicilinas, que continuam ativas e devem ser 
foco de atenção quando são utilizadas em pacientes com doença 
renal. Nesse caso, a dosagem deverá ser ajustada pelo médico, uma 
vez que o paciente apresenta dificuldade de eliminação de líquidos 
e o fármaco continuará ativo.
1717 17
1.3 Farmacocinética e farmacodinâmica
Entender o caminho do medicamento pelo organismo, assim como a 
interação dele no seu lugar de ligação, como vimos neste capítulo, é 
importante para ajustar o planejamento dietético de forma a melhorar 
a atuação do tratamento. O estudo das alterações que ocorrem com o 
fármaco no seu trajeto até sua ligação na molécula-alvo é chamado de 
farmacocinética. Assim, quando um medicamento é consumido por via 
oral, ele deverá passar pelo pH ácido do estômago, até ser absorvido 
pelo intestino, fazendo com que grande parte desse composto possa 
ser perdido durante esse processo. A aplicação cotidiana desse conceito 
é importante para entender a interação fármaco-nutriente que será 
abordada do decorrer do curso. Dessa forma, estabelece-se quando um 
medicamento poderá ser consumido com um alimento ou quando ele 
não deverá ser consumido.
Já a farmacodinâmica permite compreender e descrever os efeitos do 
fármaco no organismo, ou seja, ao se consumir um hipoglicemiante, 
quais as reações esperadas e não esperadas desse medicamento 
no corpo. A farmacodinâmica considera a ligação fármaco-receptor 
em seu estudo, ou seja, o pico máximo de ação de um medicamento 
ocorre quando todos os receptores estão ligados ao fármaco. É dessa 
forma que é estabelecido o tempo de consumo das dosagens dos 
medicamentos, se os medicamentos podem apresentar efeito agonista 
ou antagonista no organismo, ou até entre si.
1.4 Efeitos tóxicos do consumo de fármacos
O desenvolvimento de novos medicamentos é algo rotineiro, mas 
demorado, já que o novo princípio estudado precisa passar por 
diversas fases, entre elas, aquela que indique a segurança quanto ao 
consumo. Efeitos adversos e colaterais podem ocorrer em decorrência 
da heterogeneidade individual. Os efeitos adversos ocorrem quando 
o consumo do medicamento é acima do recomendado. Já os efeitos 
1818 
colaterais podem existir pela não especificidade no sítio de ação, ou 
seja, um mesmo princípio ativo pode agir em vários locais do corpo, 
ocasionando respostas diferentes.
Pode-se citar como exemplo a utilização de anti-histamínicos muito 
utilizados no tratamento de alergias e rinite alérgica, que provocam 
sonolência. Isso acontece porque o fármaco é um antagonista dos 
receptores histamínicos, que, ao atravessar a barreira hemato-
encefálica, também promove o efeito antagonista nos receptores do 
sistema nervoso, causando a sonolência.
Além dos efeitos colaterais e efeitos adversos resultantes do consumo 
de medicamentos, deve-se ressaltar um hábito frequente entre os 
pacientes, realizado, muitas vezes, sem conhecimento dos seus 
efeitos. Muitos pacientes, rotineiramente, utilizam diversos tipos 
de chá em sua rotina diária, mas esquecem-se de que os chás são 
feitos de partes de plantas que possuem componentes bioativos. 
Esses componentes podem promover alterações, como o aumento 
da diurese (chás diuréticos, como cavalinha, abacaxi e sabugueiro), 
elevação dos batimentos cardíacos (chás termogênicos, tais como 
hibisco, gengibre e canela), redução da agregação plaquetária e até 
sangramento (chá de ginkgo biloba e chá de camomila). Caso o paciente 
esteja consumindo algum medicamento, o consumo dos chás em 
excesso poderá promover a maior saída do medicamento do organismo, 
intensificar seu princípio ativo, ou, ainda, reduzir a ação do fármaco. 
Ressaltam-se, também, os riscos do consumo de álcool e medicamentos. 
A interação entre esses dois compostos promove o aceleramento 
do esvaziamento gástrico, comprometendo a biotransformação dos 
fármacos e sua excreção; pode modificar a interação do medicamento 
com seu sítio de ação, por promover modificação de receptores e 
neurotransmissores; alterações na biotransformação hepática no 
sistema citocromo P450 (CYP).
Considera-se interação medicamentosa quando um fármaco tem a 
capacidade de modificar a ação de outro fármaco que foi administrado 
1919 19
simultaneamente ou sucessivamente, de forma que a ação de um 
desses fármacos, ou ambos, poderá ser prejudicada, ocasionando 
toxicidade (por permanência em maior tempo e quantidade na circulação 
sanguínea, por exemplo), ou ainda a redução da ação do princípio ativo.
A interação entre medicamentos ocorre com mais frequência entre 
idosos, principalmente aqueles que estão hospitalizados. Isso geralmente 
acontece porque os idosos apresentam maior fragilidade, doenças 
mais complexas e número elevado de comorbidades que demandam 
múltiplos medicamentos na rotina terapêutica com medicamentos.
Caro aluno, neste capítulo, nós vimos como os fármacos agem no 
organismo, desde quando são consumidos até chegarem a seus 
alvos, passando por processos de modificação no fígado e excreção 
renal. Aprendemos que a farmacocinética e a farmacodinâmica são 
importantes para o planejamento dietético do paciente, evitando que o 
fármaco interaja com os nutrientes, e que ocorra prejuízo para ambos 
os lados. Ao final, discutimos os efeitos do consumo das altas dosagens 
de medicamentos e do risco de se consumir medicamentos com álcool e 
atéalguns tipos de chás.
TEORIA EM PRÁTICA
Na prática diária de atuação do nutricionista nos 
consultórios particulares, de convênios, hospitais, home 
care ou em unidades básicas de saúde (UBS), é comum 
encontrar pacientes com uma sobrecarga de doenças 
crônicas não degenerativas, resultantes do envelhecimento 
da população e do processo de transição nutricional. 
Pacientes com excesso de peso e eutróficos têm 
apresentado cada vez mais a tríade hipertensão-diabetes-
dislipidemia, também chamada de síndrome metabólica 
no caso dos pacientes obesos ou com sopreso. A maioria 
2020 
desses pacientes, principalmente aqueles atendidos 
em UBS, tem como prescrição médica a metformina 
(hipoglicemiante oral utilizado no tratamento do diabetes), 
a hidroclorotiazida (diurético utilizado para o tratamento 
da hipertensão arterial sistêmica) e sinvastatina (tratamento 
de dislipidemias). Considerando o que foi visto nesta 
unidade quanto ao funcionamento agonista e antagonista 
de fármacos, como você explicaria a atuação desses 
três medicamentos no metabolismo da glicose? 
O que fazer na nossa prática dietética quanto a isso?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. Os medicamentos são consumidos, em sua grande 
maioria, por via oral, seja pela facilidade de consumo, 
seja por ser a via de mais baixo custo. Após serem 
ingeridos, eles passam pelo processo de digestão e 
depois absorção. Os dois mecanismos mais importantes 
para os medicamentos são: 
a. Difusão através dos lipídios e transportador de 
membrana e pinocitose.
b. Difusão através dos lipídios e difusão através dos 
canais aquosos.
c. Difusão através dos canais aquosos e transportador 
de membrana.
d. Pinocitose e transportador de membrana.
e. Difusão através dos lipídios e transportador de 
membrana. 
2121 21
2. Os fármacos podem ser consumidos de diversas 
formas, isso ajudará na sua disponibilidade e no 
modo de ação. Uma das vias que apresenta como 
desvantagem a absorção limitada de alguns fármacos, 
a redução da absorção pela interação com alimentos e 
outros medicamentos é:
a. Oral.
b. Intravenosa.
c. Subcutânea.
d. Transdérmica.
e. Intramuscular.
3. Os medicamentos, após serem consumidos, precisam 
ser modificados no fígado e excretados pela urina, 
passando por uma transformação chamada de 
biotransformação. Sobre as fases I e II, analise as 
informações a seguir:
A fase I ocorre principalmente nos rins.
PORQUE
Ela comporta as reações de oxidação/reações 
deixando os compostos mais polares e, dessa 
maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando 
sua excreção urinária. 
A respeito das asserções, assinale a alternativa correta:
2222 
a. As asserções I e II são proposições falsas.
b. A asserção I é uma proposição falsa e a II é uma 
proposição verdadeira.
c. As asserções I e II são proposições verdadeiras e a 
II é uma justificativa da I.
d. As asserções I e II são proposições verdadeiras, 
mas a II não é uma justificativa da I.
e. A asserção I é uma proposição verdadeira e a II 
é uma proposição falsa.
Referências bibliográficas
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2323 23
Gabarito
Questão 1 – Resposta E
Resolução: os dois mecanismos mais importantes para os 
medicamentos são a difusão através dos lipídios da bicamada 
lipídica e com o auxílio de um transportador de membrana.
Feedback de reforço: verifique junto à Figura 1 quais são as formas 
de absorção dos fármacos no organismo.
Questão 2 – Resposta A
Resolução: a via oral apresenta como desvantagens: absorção 
limitada de alguns fármacos; pode apresentar redução da absorção 
pela interação com alimentos e outros medicamentos; é necessário 
que o paciente se apresente disposto a seguir as orientações de 
consumo; os fármacos podem sofrer biotransformação antes de 
encontrar seu alvo.
Feedback de reforço: dê uma olhada no Quadro 1 novamente, ele o 
ajudará com informações importantes para esta questão.
Questão 3 – Resposta B
Resolução: a fase I ocorre principalmente no fígado e comporta as 
reações de oxidação/reações, deixando os compostos mais polares 
e, dessa maneira, mais solúveis em meio líquido, facilitando sua 
excreção urinária. 
Feedback de reforço: que tal revisar as fases I e II da 
biotransformação?
2424 
Interações e biodisponibilidade 
na relação droga-nutriente
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Apresentar os mecanismos de interação 
entre os fármacos e os nutrientes.
• Apresentar as principais interações fármaco-
nutriente e sua aplicabilidade prática.
• Apresentar as principais interações fármacos-
fitoterápicos e a conduta profissional.
2525 25
1. O que é biodisponibilidade?
Prezado aluno, sempre que consumimos um medicamento, alimento 
ou fitoterápico (como os chás), o princípio ativo e os nutrientes passam 
por diversas modificações químicas até chegar ao seu alvo. Torna-se 
importante entender a relação entre esses três componentes (fármacos-
alimentos-fitoterápicos) para orientar a conduta profissional diária.
O tema desta aula abordará a interação entre os alimentos/nutrientes 
e o princípio ativo dos medicamentos, como, por exemplo, a ingestão 
de alimentos em conjunto com medicamentos. Isso pode retardar a 
desintegração do fármaco no estômago, já que a presença do alimento 
no estômago reduz o tempo de esvaziamento gástrico, limitando a 
passagem do quimo para o intestino delgado. É o que acontece com 
o consumo de alimentos e ácido acetilsalicílico (AAS), amoxicilina, 
diclofenaco de sódio entre outros. Bons estudos!
Na rotina diária de atendimentos clínicos, hospitalares e em home care, o 
nutricionista se depara com o consumo de muitos medicamentos, assim 
como a utilização de fitoterápicos, popularmente conhecidos como chás, 
e amplamente consumidos pela população. Além desses dois compostos, 
também se deve ressaltar que o tratamento medicamentoso é feito 
em conjunto com a alimentação cotidiana e que o metabolismo desses 
compostos pode ocorrer ao mesmo tempo utilizando transportadores e 
demais mecanismos comuns a todas as substâncias.
É importante entender como o medicamento e os nutrientes chegam 
ao seu local de ação, a velocidade com o qual eles conseguirão 
ser digeridos e absorvidos, e as modificações que ocorrerão entre 
o consumo do medicamento e a efetiva utilização, é o que se 
denomina biodisponibilidade. O conceito de biodisponibilidadefoi desenvolvido pela Food and Drug Administration (FDA) para ser 
utilizado com os fármacos, mas desde a década de 1980, tem sido 
aplicado também para nutrientes.
2626 
Em 2001, no Congresso de Biodisponibilidade de Interlaken, foi 
orientada a utilização de três aspectos relacionados aos alimentos. 
São eles: bioconversão, bioeficácia e bioeficiência. Assim, deve 
ser considerada a quantidade de nutriente ingerido que estará 
disponível para a conversão em sua forma ativa (bioconversão), além 
da eficiência com o qual os nutrientes são absorvidos e convertidos 
em sua forma ativa (bioeficácia). E, por fim, o quanto da forma 
ativa convertida do nutriente estará disponível para ser utilizada no 
tecido-alvo (bioeficiência).
Todos esses aspectos são importantes na biodisponibilidade de 
nutrientes e podem sofrer influência do tipo de nutriente, da sua ligação 
molecular, das interações com fatores antinutricionais (como os fitatos), 
além de interações com medicamentos e demais compostos bioativos. 
A interação entre medicamentos e nutrientes poderá provocar 
desequilíbrio de nutrientes ou a modificação de um efeito 
farmacológico pela ação ou presença de um nutriente. Competição 
pelos mesmos receptores entre nutrientes e fármacos, alteração 
de pH intestinal, diminuição da área absortiva intestinal são 
exemplos da influência entre fármacos e nutrientes. A elevação do 
pH ocasionado pelo consumo de frutas e alimentos, como o leite e 
derivados, podem reduzir a solubilidade da ampicilina, da penicilina 
e do ácido acetilsalicílico (AAS), sendo necessário um intervalo de 
duas horas entre a ingestão desses alimentos e a administração 
desses fármacos.
Além da biodisponibilidade, outro conceito que deverá ser 
considerado para os medicamentos é a bioequivalência, que, 
segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), 
consiste na equivalência farmacêutica entre produtos similares 
farmaceuticamente, contendo idêntica composição qualiquantitativa 
do seu princípio ativo.
2727 27
ASSIMILE
A biodisponibilidade é importante para nos orientar 
quanto do medicamento chegará na sua forma útil ao 
seu ponto de ligação no tecido-alvo. Já a bioequivalência 
permite o desenvolvimento de medicamentos 
denominados genéricos e similares que garantam 
a eficácia no tratamento por um custo mais baixo.
2. Interação fármaco-nutriente
O consumo de alimentos e medicamentos ao mesmo tempo ou em 
períodos muito próximos é bastante comum na rotina diária dos 
pacientes. E poucos se atentam ou sabem que existe interação, ou seja, 
uma relação entre os nutrientes e o fármaco consumido, de forma que 
possa ocorrer prejuízo para uma ou ambas as partes envolvidas.
Os nutrientes interferem nos processos de absorção, distribuição, 
biotransformação e excreção dos fármacos, o que pode reduzir a 
quantidade ativa do medicamento e influenciar no resultado do 
tratamento terapêutico, já que nutrientes e fármacos competem por 
mecanismos semelhantes de metabolismo corporal. 
Ao serem consumidos por via oral, os fármacos são absorvidos 
por difusão passiva, com passagem pela bicamada lipídica, 
principalmente. Já os nutrientes necessitam de transportadores de 
membrana e sistemas simporte, com gasto de energia, provocando 
redução no processo absortivo de nutrientes. Idade, matriz alimentar, 
tempo de trânsito intestinal, presença de patologias do trato 
gastrointestinal e hepático são alguns fatores que podem reduzir a 
biodisponibilidade dos fármacos.
2828 
As interações dos fármacos com os nutrientes podem ser 
classificadas como físico-químicas, em que ocorre a junção, ou 
seja, a complexação entre componentes alimentares e o fármaco, 
tornando-o indisponível para utilização na maioria das vezes. As 
interações fisiológicas são aquelas nas quais os medicamentos 
podem promover alteração do apetite, digestão, esvaziamento 
gástrico e biotransformação. Por fim, as interações fisiopatológicas 
decorrem do prejuízo da absorção de nutrientes em decorrência 
da utilização do fármaco. Como exemplo deste último caso, tem-se 
a redução de produção de ácido clorídrico e fator intrínseco pela 
utilização de inibidores da bomba de prótons (como o omeprazol), o 
que reduz a absorção de vitamina B12 (cianocobalamina).
O Quadro 2 apresenta algumas interações fármaco-nutrientes e seus 
efeitos tanto para os nutrientes quanto para os fármacos. A interação 
fármaco-nutriente é uma área em constante estudo, já que muitos 
medicamentos são lançados no mercado anualmente.
Quadro 2 – Principais interações fármaco-nutrientes e seus efeitos
Fármaco Forma de ação Efeito para o fármaco Nutriente afetado
Ácido 
acetilsalicílico
Anti-inflamatório 
não esteroidal
Aumento da 
excreção devido à 
alcalinidade da dieta.
Reduz a absorção de 
Vit. C, Vit. B1, Vit. K 
e ácido fólico. Dieta 
rica em carboidratos 
reduz o tempo de 
absorção, mas não 
afeta a extensão total 
do medicamento.
Amiodarona Antiarrítmicos
Aumento da 
absorção, podendo 
levar à toxicidade.
Suco de toranja 
aumenta em 50% sua 
biodisponibilidade 
e altera a conversão 
em metabólito ativo.
Amitriptilina Antidepressivo Aumento da excreção devido à acidez da dieta.
Não interage 
com alimentos, 
entretanto, dieta 
rica em fibra poderá 
diminuir seu efeito.
2929 29
Ampicilina Antibiótico Alimento interfere em sua absorção.  
Anlodipino Bloqueador de canais de cálcio
O alimento não afeta 
a biodisponibilidade 
do fármaco.
Depleta K, Ca e Vit. D.
Atenolol Betabloqueadores
O alimento poderá 
interferir em sua 
concentração 
plasmática.
Após 3 meses, 
pode reduzir o 
nível sérico do Zn.
Azatioprina
Antileucêmico, 
anti-inflamatório e 
imunossupressor
Pode ocasionar 
hipoalbuminemia.  
Azitromicina Antibiótico
As cápsulas têm uma 
redução de 50% na 
sua biodisponibilidade 
quando coadministrada 
com alimentos.
 
Captopril Inibidor de enzima angiotensina
A presença do alimento 
reduz a absorção 
em 10% a 54%.
Após 6 meses, 
pode elevar a 
excreção urinária 
de Zn, reduzir 
a concentração 
plasmática de Zn 
e eritrocitária de 
Zn, hipercalemia.
Carbamazepina Antiepiléptico Suco de uva reduz sua absorção.  
Cefalexina Antibiótico
O alimento retarda o 
alcance da concentração 
sérica máxima.
Avaliar 
suplementação de 
K para prevenir 
hemorragia devido à 
hipoprotrombinemia.
Cetoconazol Antifúngico
Alimentos ácidos 
aumentam 
sua absorção.
Administrar 
suplementação de 
Ca, Mg ou antiácidos 
com intervalo de 2h.
Clorpromazina 
e flufenazina Antipsicótico
Precipitação 
na presença de 
ácido tânico.
 
3030 
Diazepam, 
carbamazepina 
e sertralina
Moduladores do 
sistema nervoso 
central (SNC)
Inibição de enzimas de 
biotransformação de 
fármacos, com elevação 
dos seus níveis tóxicos.
 
Fenobarbital Anticonvulsivante, hipnótico e sedativo
O alimento favorece 
sua absorção.
O uso prolongado 
pode necessitar 
de suplementação 
de Vit. D, Vit. B12, 
folato e Ca.
Furosemida Diurético O alimento pode reduzir sua absorção.
Depleta Zn, Na, K, Ca, 
Mg, Cl, Vit. B1 e água.
Hidro-
clorotiazida Diurético
Os alimentos 
podem reduzir sua 
biodisponibilidade.
Pode ↑ a 
excreção de Zn.
Depleta Na, Cl, K, 
Mg, Zn e riboflavina.
Inibidores 
da enzima 
monoamina 
oxidase (MAO)
Antidepressivo
Inibição da enzima que 
degrada a tiramina, com 
elevação de seus níveis 
plasmáticos. Efeitos 
simpaticomiméticos 
e crise hipertensiva
 
Losartana
Antagonistas dos 
receptores da 
angiotensina
O alimento não afeta 
os níveis séricos 
do fármaco.
Pode promover 
depleção de Zn.
Metformina Hipoglicemiante oral Os alimentos aumentam sua absorção.
Redução da absorção 
de glicose (em 
pequena quantidade) 
e redução a 
neoglicogênese.
Metildopa Anti-hipertensivo
Dieta hiperproteica 
pode reduzir 
sua absorção.
Reduz a absorção 
de folacina e 
cobalamina.
Morfina Analgésico opioide
Nutrientes retardam 
sua absorção, mas 
não interferem 
na concentração 
plasmática.
 
Omeprazol Inibidor da bomba de prótons
Interação benéfica: suco 
de laranja oumaçã.
Reduz a absorção 
de Fe e Vit. B12.
3131 31
Penicilina Antibiótico
Aumento da 
excreção devido à 
alcalinidade da dieta.
 
Prednisolona
 
Anti-inflamatórios 
esteroidais
Miopatia devido 
ao catabolismo de 
proteínas; perda de 
Ca; deficiência de 
folato e bloqueio 
renal de Vit. D9.
Alterações no Na, 
K e glicemia.
Prometazina Anti-histamínico
Precipitação 
na presença de 
ácido tânico.
 
Propranolol
Bloqueador beta-
adrenérgico (anti-
hipertensivo)
Não ingerir com 
fonte de Ca e evitar o 
consumo de alcaçuz.
A presença do 
alimento favorece sua 
biodisponibilidade.
Vit. C em dose alta 
(ex.: 2 g) pode reduzir 
sua absorção e seu 
metabolismo.
 
Ranitidina Antagonista do receptor H2
Limitar o consumo de 
cafeína e xantinas. 
O alimento não 
afeta a absorção do 
medicamento.
Suplementos de 
Mg, Fe, Al e folato, 
polivitamínicos 
contendo minerais ou 
antiácidos contendo 
Al e Mg podem reduzir 
sua absorção.
Reduz a absorção 
de Vit. B12 e Fe.
Rifampicina Antibiótico
A presença de alimentos 
reduz sua absorção 
e concentração 
plasmática.
Pode aumentar o 
metabolismo de Vit. D.
Pode necessitar 
de suplementação 
de Vit. D.
Sinvastatina Estatina Toranja reduz sua biodisponibilidade.  
3232 
Sulfato ferroso Anti-anêmico
A presença de alimentos 
reduz sua absorção, 
podendo chegar a 50%. 
Vit. C favorece 
sua absorção.
Em altas doses, reduz 
a absorção de Zn.
Teofilina Broncodilatador
Sobrecarga de xantinas, 
com risco de toxicidade: 
distúrbios eletrolíticos 
e efeitos no SNC e 
cardiovascular
 
Tetraciclina e 
ceftriaxona Antibiótico
Complexação do 
fármaco com íons 
divalentes.
 
Tiroxina 
(levotiroxina) Hormônio tireoidal
Dietas ricas em 
fibra diminuem 
sua absorção.
Suplemento de Fe, Ca 
ou Mg podem reduzir a 
absorção do fármaco.
 
Varfarina Anticoagulante
Dieta rica em 
Vit. K: diminui a 
anticoagulação. E 
os constituintes 
da dieta enteral 
reduzem a absorção 
do medicamento.
Cebola crua, frita 
ou cozida reduz a 
agregação plaquetária. 
Vit. A e E > 400 UI/
dia alteram o tempo 
de protombina; Vit. 
C > 5 g/dia reduz a 
absorção do fármaco.
 
Fonte: adaptado de EBSERH (s/d) e Lombardo e Eserian (2014).
As alterações físico-químicas decorrentes dos processos de digestão 
e absorção alimentar podem promover alterações nos fármacos. 
A presença de alimentos no estômago promove o aumento da 
secreção de ácido clorídrico, alterando o pH estomacal, o que pode 
3333 33
influenciar a desintegração das cápsulas, drágeas ou dos comprimidos 
e, consequentemente, a absorção do princípio ativo. Outro resultado é o 
esvaziamento gástrico, que poderá ser retardado ou acelerado, fazendo 
com que o princípio ativo permaneça mais tempo ou não no estômago 
e intestino, promovendo a redução da solubilidade e biodisponibilidade 
dos fármacos e dos nutrientes.
Os medicamentos utilizam as enzimas do citocromo P450 (CYP) para 
as reações de fase I e fase II da biotransformação, e alguns nutrientes 
são capazes de interferir nessas enzimas. Um exemplo é o consumo 
de toranja com medicamentos (também conhecida como grapefruit). 
Essa fruta possui substâncias químicas naturais denominadas 
furanocumarinas, que possuem a capacidade de inibir a enzima CYP3A4 
do citocromo P450, resultando em redução da quantidade de princípio 
ativo absorvido pelo intestino.
A grapefruit é apenas um dos muitos exemplos da interação do alimento 
com o medicamento. Ao realizar um estudo mais aprofundado, por 
vezes nos esquecemo que os nutrientes estão inseridos em uma matriz 
alimentar e que ela é complexa, contendo diversos nutrientes em um 
mesmo alimento, além do pH do próprio alimento, que poderá alterar 
o pH do organismo. O Quadro 3 apresenta a interação entre alguns 
alimentos e fármacos.
Quadro 3 – Interações entre alimentos/nutrientes e fármacos
5 Alimentos/ nutrientes
Mecanismos/ 
efeitos Recomendações
Cardiovasculares/Anti-hipertensivos
Amilorida Cálcio (leite e queijo) Depleta a absorção de cálcio (Ca).
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em Ca.
Anlodipina Alimentos em geral 
Alimentos prejudicam 
o mecanismo de 
liberação controlada.
Evitar administração 
com alimentos. 
3434 
Captopril Alimentos em geral Diminui a absorção do fármaco.
Administrar uma hora 
antes ou duas horas 
após as refeições.
Carvedilol Alimentos em geral
Administrar com 
alimentos diminui a 
hipertensão ortostática.
Administrar com 
alimentos.
Digoxina Cenoura (fibras) Diminui a absorção do fármaco.
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em fibras.
Nifedipina Alimentos em geral
Aumenta a 
biodisponibilidade 
do fármaco.
Administrar com 
alimentos.
Propanolol Leite (proteínas)
Aumenta a 
biodisponibilidade 
do fármaco.
Administrar 
com alimentos 
hiperproteicos.
Anti-inflamatórios
Ácido 
acetilsalicílico
Suco de maracujá 
(vitamina C) e 
alface (vitamina K)
Depleta a absorção 
das vitaminas.
Não ingerir 
alimentos ricos em 
vitaminas C e K, 
ácido fólico, tiamina 
e aminoácidos 
próximo ou durante 
a administração dos 
medicamentos.
Diclofenaco Alimentos em geral Diminui o risco de lesão no TGI.
Ingerir com alimentos 
para diminuir o 
risco de lesão da 
mucosa gástrica.
Paracetamol Cenoura e alface (fibras)
Diminui a absorção 
do fármaco.
Evitar alimentos 
ricos em fibras 
junto ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Diuréticos
Espironolactona Leite e carne (potássio) Retém potássio (K).
Evitar a 
administração com 
alimentos ricos em K.
Furosemida
Abóbora, 
arroz, cenoura, 
carne (sódio)
Depleta sódio (Na).
Evitar a 
administração 
com alimentos 
ricos em Na.
3535 35
Hidro-
clorotiazida
Queijo, ovo 
frito e carne
Aumenta a absorção 
do fármaco e 
depleta sódio.
Administrar 
com alimentos. 
gordurosos. Evitar 
a administração 
com alimentos 
ricos em Na.
Antiulcerosos
Hidróxido 
de alumínio Carne e feijão (Ferro)
Depleta a absorção 
de Ferro (Fe).
Não ingerir alimentos 
contendo Fe junto 
ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Omeprazol Frango e leite (vitamina B12)
Depleta a absorção 
da vitamina B12.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitamina 
B12 junto ou próximo 
à administração do 
medicamento.
Ranitidina Leite e carne (vitamina B12)
Depleta a absorção 
da vitamina B12.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitamina 
B12 junto ou próximo 
à administração do 
medicamento.
Laxantes
Óleo mineral
Abóbora (vitamina 
A) e salada de 
verduras (vitamina K)
Depleta a absorção 
das vitaminas A e K.
Não ingerir alimentos 
ricos em vitaminas 
A, D, E e K junto 
ou próximo à 
administração do 
medicamento.
Hipoglicemiantes
Metformina Alimentos em geral 
Diminui a absorção de 
vitamina B12. Aumenta 
a sensibilidade de 
receptores de insulina 
no fígado e no 
músculo esquelético. 
Deve ser 
administrada 15 a 
20 minutos após 
as refeições. 
Acarbose Alimentos em geral 
Finalidade: retardar 
a absorção de 
carboidratos. 
Ser ingerida na 
primeira “garfada” 
da refeição. 
Glibenclamida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
3636 
Glicazida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
Glimepirida Alimentos em geral 
Quando administrado 
com alimentos, obtém-
se um pico de insulina 
satisfatório para reduzir 
a glicemia proveniente 
da alimentação. 
Ser administrado 
30 minutos antes 
das refeições. 
Fonte: adaptado de Carlos (2016); Lopes, Carvalho e Freitas (2010). 
3. Interação fármaco-fitoterápico
O nutricionista é um dos profissionais habilitados a fazer a prescrição 
de fitoterápicos, conforme Resolução CFN Nº 556, de 11 de abril de 
2015, desde que seja portador do título de especialista em fitoterapia. 
A fitoterapia é definida como uma forma de tratamento caracterizado 
pela utilizaçãode plantas medicinais (que poderá ser in natura, 
drogas vegetais, derivados de drogas vegetais e fitoterápicos) em suas 
diferentes preparações (macerações, infusões, decocções, entre outros).
A fitoterapia deverá ser considerada como complemento da prescrição 
dietética. O profissional nutricionista, conforme exposto nesta 
Resolução CFN Nº 556, de 11 de abril de 2015, deverá adotar condutas 
que potencializem os efeitos terapêuticos, considerando a interação 
entre os fitoterápicos com os alimentos e os medicamentos.
A fitoterapia também é uma das práticas regulamentadas pelo Sistema 
Único de Saúde, por meio da Política Nacional de Práticas Integrativas 
e Complementares (PNPIC). A utilização das plantas medicinais no 
cotidiano é algo corriqueiro e baseado em conhecimentos históricos 
e culturais, repassados por nossos ancestrais. O uso de chás e partes 
comestíveis de plantas medicinais pode ser entendido por alguns, 
3737 37
inclusive, como automedicação e possui interação com medicamentos e 
com alimentos.
Por ser comum a utilização de chás, muitos pacientes não conseguem 
identificar os riscos do consumo desses produtos, por considerarem os 
mesmos de origem vegetal e, dessa forma, inofensivos à saúde. Os chás 
e até alguns condimentos possuem substâncias ativas que, consumidos 
de forma contínua e em grande quantidade, podem levar à intoxicação, 
reduzir o efeito de alguns medicamentos e interferir na absorção de 
nutrientes. Todos os tipos de chás e demais fitoterápicos deverão ser 
prescritos por profissional capacitado, sendo os efeitos adversos do 
tratamento acompanhados para alterações em relação a dosagem, 
horário e até ao princípio ativo.
Segundo o conceito elaborado pela Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, o medicamento fitoterápico é obtido por meio do emprego 
exclusivo de matérias-primas vegetais, sendo caracterizado pelo 
conhecimento da eficácia e dos riscos de seu uso, assim como pela 
reprodutibilidade e constância de sua qualidade.
O Quadro 4 apresenta a interação entre alguns fitoterápicos e plantas 
medicinais com medicamentos, sendo importatnte sua utilização na 
complementação da prática do nutricionista.
Quadro 4 – Principais interações entre plantas medicinais, 
fitoterápicos e fármacos
Planta 
medicinal
Indicações/ 
ações Terapêutica Efeitos
Interação 
medicamentosa
Alcachofra 
(Cynara 
scolymus L.) Colerético e colagogo
Cinarina ou de-
rivados do ácido 
cafeoilquínico ex-
pressos em ácido 
clorogênico (dose 
diária:7,5 mg a 
12,5 mg de cinari-
na ou derivados)
Efeito diurético, 
podendo oca-
sionar hipoten-
são arterial.
Aumenta a 
excreção de 
potássio. 
Diuréticos de 
alça (furosemida) 
e tiazídicos 
(clortalidona, 
hidroclorotiazida, 
indapamida)
3838 
Alho (Allium 
sativum L.)
Coadjuvante 
no tratamen-
to de hiper-
lipedemia e 
hipertensão 
arterial leve; 
prevenção da 
aterosclerose 
Aliina ou alicina 
(dose diária: 6 a 
10 mg de aliina)
Aumento do 
tempo de san-
gramento; hi-
poglicemiante; 
pode afetar a 
ação de qui-
mioterápicos e 
medicamentos 
para tireoide
Anticoagulantes 
(varfarina) e 
antiplaquetários; 
intensifica o efeito 
de drogas hipogli-
cemiantes (insulina 
e glipizida); 
saquinavir 
(reduz os níveis 
plasmáticos)
Boldo, 
Boldo-do- 
Chile (Peumus 
boldo Molina)
Colagogo, 
colerético, 
tratamento 
sintomático 
de distúrbios 
gastrointesti-
nais espásticos
Alcaloides totais 
calculados como 
boldina (dose 
diária: 2 a 5 mg 
de boldina)
Inibição da 
agregação 
plaquetária 
Anticoagulantes e 
antiplaquetários
Camomila 
(Matricaria 
recutita L.)
Antiespasmó-
dico, anti-infla-
matório tópico, 
distúrbios 
digestivos e 
insônia leve
Apigenina-7-gli-
cosídeo (dose 
diária:4 a 24 mg 
de apigenina-
-7-glicosídeo)
Aumento da 
chance de san-
gramentos; 
intensifica a ação 
de sedativos; re-
duz a absorção 
de ferro; efeito 
antiestrogênico
Anticoagulantes; 
barbitúricos (fe-
nobarbital) e ou-
tros sedativos
Cáscara 
Sagrada 
(Rham-
nus pur-
shiana D.C.)
Constipa-
ção ocasional
Cascarosídeo 
A (dose diária: 
20-30 mg cas-
carosídeo A)
Perda de potás-
sio; desequilíbrio 
hidroeletrolítico; 
aumenta a pres-
são sanguínea
Diuréticos 
tiazídicos
Erva de 
São João 
(Hypericum 
perforatum L.) 
Estados de-
pressivos leves 
a moderados, 
não endógenos
Hipericinas to-
tais (dose diá-
ria: 0,9 a 2,7 g 
de hipericina)
Inibição da ab-
sorção de ferro; 
sangramento; 
interfere na ação 
de contracep-
tivos orais, ele-
vação da pres-
são sanguínea
Ciclosporina, in-
dinair, digoxina, 
teofilina e varfa-
rina, omeprazol, 
talbutamida, cafe-
ína, carbamazepi-
na, ciclosporina, 
midazolam, nifedi-
pina, sinvastatina, 
teofilina, antide-
pressivos tricíclicos
3939 39
Erva-do-
ce, anis 
(Pimpinella 
anisum L.) 
Antiespasmó-
dico, distúrbios 
dispépticos
Transanetol (dose 
diária: 0-1 ano, 
16 a 45 mg de 
trans-anetol; 
1-4 anos, 32-
90 mg de trans-
-anetol; adultos: 
80-225 mg de 
trans-anetol)
Ação sedativa Drogas hipnóticas
Eucalipto 
(Eucalyp-
tus globulus)
Antisséptico e 
antibacteriano 
das vias aére-
as superiores; 
expectorante
Cineol (dose 
diária:14-42,5 mg 
de cineol)
Alterações no 
sistema nervo-
so, confusão 
mental, hipo-
glicemiante
Benzodiazepíni-
cos, barbitúricos, 
narcóticos, alguns 
anti-depressi-
vos e álcool
Gengibre
(Zingiber offi-
cinale Rosc.) 
Profilaxia 
de náuseas 
causada por 
movimento 
(cinetose) e 
pós-cirúrgicas.
Gingeróis (6-gin-
gerol, 8-ginge-
rol, 10-gingerol, 
6-sho-gaol, cap-
saicina) Dose 
diária: crian-
ças acima de 6 
anos: 4-16 mg 
de gingeróis; 
adulto: 16-32 mg 
de gingeróis]
Estimula a 
produção de 
áci-do clorídri-
co estomacal; 
aumenta o risco 
de sangramen-
to; sonolência; 
hipoglicêmico
Sucralfato, raniti-
dina, lansoprazol, 
ácido acetilsalicíli-
co, varfarina, he-
parina, clopidogrel, 
ibuprofeno, napro-
xeno, beta-bloque-
adores, digoxina, 
insulina, hipogli-
cemiantes orais
Ginkgo 
biloba 
(Ginkgo 
biloba L.) 
Vertigens 
e zumbido 
(tinidos) re-
sultantes de 
distúrbios 
circulatórios 
gerais e distúr-
bios circulató-
rios periféricos 
(claudicação 
intermitente) 
e insuficiên-
cia vascu-
lar cerebral
Extrato padroni-
zado com 24% 
de ginkgoflavo-
noides (querce-
tina, kaempfer 
isorhamnetina) e 
6% de terpenolac-
tonas (bilo-balide, 
ginkgolídeos A, B, 
C, E). Dose diária: 
80 a 240 mg de 
extrato padroni-
zado, em 2 ou 3 
administrações 
ou 28,8-57,6 
mg de ginkgo-
flavonoides e 
7,20-14,4 mg de 
ter-penolactonas]
Sangramentos, 
potencializa-
dor de anti-in-
flamatórios e 
anticoagulantes, 
diminuir a ação 
de anticonvul-
sivantes, pode 
causar cefaleia, 
tremores e sur-
tos maníacos, 
hipoglicêmico.
Ácido acetilsalicí-
lico, clopidogrel, 
varfarina, heparina, 
ibuprofeno napro-
xeno, sertraline, 
insulina, hipogli-
cemiantes orais
4040 
Ginseng
(Panax ginseng 
C. A, Meyer)
Estado de fadi-
ga física e men-
tal, adaptógeno
Ginsenosíde-
os (dose diária: 
5 mg a 30 mg de 
ginsenosídeos 
totais [Rb1, Rg1])
Reduz a ação de 
anticoagulantes; 
aumenta risco de 
sangramento, hi-
poglicêmico, gine-
comastia masculi-
ne, sangramentos 
pós-menopausa, 
falha nos perío-
dos menstruais, 
cefaleia, insônia, 
hipertensão.
Varfarina, ácido 
acetilsalicílico, 
heparina, clopido-
grel, ibuprofeno, 
naproxeno, hipo-
glicemiantes orais, 
inibidores da mo-
noamino oxidase, 
betabloqueadores 
de canais de calico 
Guaco
(Mikania 
glomerulata 
Sprengl.)
Expectorante, 
broncodilatador
Cumarina (dose 
diária: 0,525-4,89 
mg de cumarina)
Redução da ação 
de antibióticos
Tetraciclinas, clo-
ranfenicol, genta-
micina, vancomi-
cina, penicilina
Hortelã-
-pimenta 
(Mentha 
piperita L.).
Carminativo, 
expectoran-
te e cólicas 
intestinais
Mentol 30%-55% e 
mentona 14%-32% 
(dose diária: 0,2 
a 0,8 g de óleo)
Redução da 
absorção de 
ferro; elevação 
de estatinas
Sinvastatina
Maracujá
(Passiflora 
incarnata L.) 
Sedativo
Flavonoides to-
tais expressos na 
forma de isovi-
texina ou vi-texina 
(dose diária: 25 a 
100 mg de vitexi-
na/isovitexina)Potencialização 
de drogas sedati-
vas; sangramento
Hipnóticos, ansiolí-
ticos, benzodiazepí-
nicos (lorazepam 
ou diaze-pam), 
fenobarbital, áci-
do acetilsalicílico, 
varfarina, heparina, 
clopidogrel, ibupro-
feno, naproxeno
Salgueiro
(Salix alba L.) 
Antitérmico, 
anti-inflamató-
rio, analgésico
Salicina (dose di-
ária: 60 a 120 mg 
de salicina)
Nefrotoxicida-
de; redução da 
absorção do ferro
Ácido acetilsalicíli-
co, paracetamol
Sene
(Senna alexan-
drina Mill.)
Laxativo
Derivados hi-
droxiantracêni-
cos (calculados 
como senosídeo 
B). Dose diá-
ria:10-30 mg de 
senosídeo B
Aumento da 
perda de potás-
sio, desequilíbrio 
hidroeletrolítico.
Fármacos antiarrí-
timicos, diuréticos 
tiazídicos, adreno-
corticosteroides
Valeriana 
(Valeriana 
officinalis)
Insônia leve, 
sedativo e 
ansiolítico
Sesquiterpenos 
(ácido valerênico, 
ácido acetoxivale-
rênico). Dose diá-
ria: 0,8 a 0,9 mg de 
sesquiterpenos]
Ação sedati-
va; náuseas 
ou vômitos
Benzodiazepínicos, 
barbitúricos, nar-
cóticos; metroni-
dazol, dissulfiram
Fonte: adaptado de Nicoletti (2007).
4141 41
PARA SABER MAIS
Lembre-se: a interação do fármaco poderá ocorrer com 
alimentos, nutrientes, com substâncias ativas encontradas 
nas plantas e com outros fármacos. É importante o ajuste 
do planejamento dietético com a finalidade de suprir a 
demanda de nutrientes resultantes dessa interação.
4. Interação fármaco-fármaco
Outra interação importante e comum de ser verificada durante os 
atendimentos dos pacientes é a interação fármaco-fármaco. Nesse 
tipo de interação, um medicamento poderá potencializar a ação 
de outro medicamento, assim como poderá reduzir a sua ação, ou, 
ainda, provocar efeitos adversos pela grande quantidade circulante 
(o que seria considerado um efeito tóxico). É muito importante o 
trabalho em conjunto dos diversos profissionais da saúde, entre eles o 
farmacêutico. Ele poderá realizar o aconselhamento farmacológico do 
paciente, orientando sobre as interações e comunicando ao restante 
dos profissionais que acompanham o paciente quais as melhores 
estratégias para evitar esse tipo de ocorrência.
Algumas interações são benéficas para o tratamento 
medicamentoso, como, por exemplo, a associação de diuréticos 
e anti-hipertensivos, o que permite o maior controle da pressão 
arterial. Outras associações podem funcionar de forma corretiva (a 
utilização de diurético que reduz a excreção de potássio, retendo-o 
no organismo, poderá ser corrigida pelo uso de tiazidas, que induzirá 
a hipopotassemia). Os mecanismos de interação dos fármacos são 
demonstrados na figura abaixo:
4242 
Figura 3 – Mecanismos de interação fármaco-fármaco
Fonte: HOEFLER, 2005.
Caro aluno, neste capítulo, vimos como a interação entre os nutrientes, 
medicamentos e fitoterápicos tem relevância dentro da terapêutica 
medicamentosa e alimentar. É necessário cuidado na prescrição 
nutricional, a fim de repor os nutrientes perdidos nessa interação, 
assim como melhorar a ação do fármaco no organismo.
TEORIA EM PRÁTICA
A interação entre fármaco, nutriente e fitoterápico 
pode acontecer rotineiramente, e é muito comum 
encontrarmos essas interações em nossos atendimentos 
de rotina. Partindo desse princípio, suponha que você está 
acompanhando dona Alzira, uma senhora de 66 anos, 
que relatou consumir medicamentos para controle do 
diabetes (hipoglicemiante oral) e estatinas para o controle 
da dislipidemia. Também adora consumir diariamente chá 
de gengibre e alho em todas as suas preparações. Quais 
orientações poderão ser indicadas para dona Alzira para 
melhorar seu tratamento? E quais nutrientes deverão 
possuir atenção especial no planejamento dietético?
4343 43
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A forma como o medicamento e os nutrientes 
chegam ao seu local de ação, a velocidade com o 
qual eles conseguirão ser digeridos e absorvidos, e 
as modificações que ocorrerão entre o consumo do 
medicamento e a efetiva utilização. Esse conceito é 
denominado: 
a. Bioeficácia.
b. Bioequivalência.
c. Biodisponibilidade.
d. Bioconversão.
e. Bioeficiência.
2. A hidroclorotiazida é uma medicação diurética, 
normalmente utilizada para o tratamento da hipertensão 
arterial e inchaço devido ao acúmulo de fluidos. Um dos 
efeitos desse medicamento sobre os nutrientes é:
a. Redução da absorção de vitamina B12.
b. Aumento da quantidade sanguínea de Na, Cl e Mg.
c. Aumento da quantidade sanguínea de riboflavina.
d. Aumento da excreção de zinco.
e. Aumento da quantidade sanguínea de zinco.
4444 
3. Os medicamentos, quando consumidos em conjunto 
ou em períodos próximos, poderão interagir entre si, 
potencializando ou reduzindo a ação um do outro. É um 
mecanismo de interação que ocorre durante a absorção 
dos medicamentos
a. Alteração no pH urinário.
b. Alteração na secreção tubular renal.
c. Alteração no fluxo sanguíneo renal.
d. Alteração da excreção de sais biliares e ciclo 
entero-hepático.
e. Alteração da motilidade gastrointestinal.
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http://periodicos.ufes.br/RBPS/article/view/15747
4545 45
CONSELHO FEDERAL DE NUTRICIONISTAS. Resolução CFN nº 556, de 11 de abril 
de 2015. Altera as resoluções nº 416, de 2008, e nº 525, de 2013, e acrescenta 
disposições à regulamentação da prática da fitoterapia para o nutricionista como 
complemento da prescrição dietética. Diário Oficial da União. Brasilia, DF, 11 
abr. 2015. Disponível em: http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/
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COZZOLINO, S. M. F.; MICHELAZZO, F. B. Biodisponibilidade: conceitos, definições 
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MOURA, M. R. L.; REYES, F. G. R. Interação fármaco-nutriente: uma revisão. Rev. 
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Acesso em: 8 jun. 2019. 
NICOLETTI, M. A. et al. Principais interações no uso de medicamentos fitoterápicos. 
Infarma, v. 19, n. 1/2, p. 32-40, 2007.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Resolução: é importante entender como o medicamento e os 
nutrientes chegam ao seu local de ação, a velocidade com o qual 
eles conseguirão ser digeridos e absorvidos, e as modificações que 
ocorrerão entre o consumo do medicamento e a efetiva utilização. 
Esse conceito é denominado biodisponibilidade.
Feedback de reforço: verifique o material desde o início, 
reforçando os conceitos.
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_556_2015.htm
http://www.cfn.org.br/wp-content/uploads/resolucoes/Res_556_2015.htm
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1679-45082010000300298&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000200011&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415-52732002000200011&lng=en&nrm=iso
4646 
Questão 2 – Resposta D
Resolução: os eletrólitos Na, Cl e Mg, e a vitamina riboflavina, assim 
como o zinco, encontram-se depletados, ou seja, sua concentração 
na corrente sanguínea é baixa.
Feedback de reforço: que tal rever o Quadro 2 sobre interação 
fármaco-nutriente?
Questão 3 – Resposta E
Resolução: somente a alteração da motilidade gastrointestinal é 
um mecanismo de interação de fármacos na fase de absorção. 
As demais opções referem-se à fase de excreção.
Feedback de reforço: veja mais sobre interação fármaco-fármaco.
4747 47
Drogas para o tratamento 
de diabetes e obesidade 
no estado nutricional
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Conhecer os principais medicamentos utilizados 
no tratamento do diabetes e da obesidade.
• Compreender o mecanismo de atuação 
dos medicamentos para o controle de 
diabetes e obesidade.
• Reconhecer a relação dos medicamentos 
e o estado nutricional do paciente.
4848 
Prezado aluno, as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs) são 
um grupo de doenças que podem ocorrer em qualquer momento 
da vida de um indivíduo, acompanhando-o ao longo de seus dias. 
Essas doenças podem ser controladas, evitando estágios mais graves 
que acometam o paciente ou que ocasionem o óbito. Dentre as 
principais doenças crônicas, destacam-se o diabetes e a obesidade. 
Elas podem tanto ser a causa como o efeito entre si, permitindo o 
agravamento do quadro do paciente.
O tema desta aula abordará, de forma geral, como essas doenças se 
relacionam entre si e o impacto para o organismo (fisiopatologia), 
além da forma de terapia medicamentosa sugerida pelas principais 
organizações e sua relação com a nutrição. Bons estudos!
1. Conceituação e fisiopatologia da obesidade 
A adequação de peso pela altura acima do recomendável, avaliada 
pelo Índice de Massa Corporal (IMC), é um dos critérios diagnósticos 
da obesidade. Além do excesso de peso caracterizado pelo IMC maior 
ou igual a 30 kg/m², outros critérios antropométricos e de composição 
corporal (como a circunferência da cintura), exames de absortometria 
(DXA) e de impedância, auxiliam no diagnóstico final.
O excesso de peso que resulta na obesidade ocorre quando há um 
desbalanço entre a ingestão alimentar de energia e o gasto energético, ou 
seja, aumento do consumo de macronutrientes (que serão convertidos 
em energia) e redução do gasto energético. Alterações na capacidade 
de oxidação de lipídios armazenados no organismo e aumento da 
capacidade de estocar gordura também promovem o aumento ponderal. 
Fatores genéticos, estilo de vida e modificações no padrão alimentar são 
os principais fatores promotores do acúmulo de peso.
A elevação do peso pode ocorrer por um aumento do depósito de 
gordura, principalmente nos adipócitos, ocasionando um processo 
inflamatório no organismo chamado de inflamação crônica subclínica. 
4949 49
Citocinas e proteínas de fase aguda são secretadas pelos adipócitos. IL-6, 
o TNF-α, a leptina e a adiponectina são exemplos de citocinas produzidas 
pelo tecido adiposo, promovendo alteração da ingestão alimentar e 
balanço energético, ativação do sistema imune, sensibilidade à insulina, 
angiogênese, elevação da pressão arterial, alterações no metabolismo 
lipídico e homeostase corporal, situações estas que estão fortemente 
correlacionadas com doenças cardiovasculares.
A Associação Brasileira de Sobrepeso e Obesidade (Abeso) recomenda 
em suas diretrizes o acompanhamento multiprofissional, com alterações 
do consumo alimentar para a redução do consumo energético e correção 
do desequilíbrio de vitaminas e minerais; modificações do estilo de vida 
com a prática regular de atividade física com a finalidade de aumentar 
o gasto energético; realização de terapia cognitiva-comportamental, 
além do tratamento farmacológico como adjuvante, sendo o tratamento 
individualizado e prescrito conforme as condições de vida de cada paciente.
2. Principais medicamentos no tratamento 
da obesidade
O tratamento farmacológico deverá ser iniciado quando o paciente não 
apresentar sucesso em atingir e manter a perda de peso, considera-se 
que a perda de peso é eficaz quando há redução igual ou superior a 1% 
do peso corporal inicial, chegando a até 5% do peso corporal, no período 
de três a seis meses.
Esse tratamento, quando indicado, pode resultar em efeitos benéficos 
sobre as demais doenças associadas, como diabetes mellitus tipo 2, 
hipertensão arterial e dislipidemia. Ou seja, se o paciente apresentar 
IMC maior ou igual a 30 kg/m2; se o IMC for maior ou igual a 25 ou 
27 kg/m2 na presença de comorbidades; e se a perda de peso sem o 
tratamento farmacológico for falho, a indicação de medicamentos e o 
acompanhamento pelo médico pode ser avaliado como uma forma de 
tratamento adjuvante ao tratamento nutricional, que deverá ser sempre 
o foco principal de intervenção para o emagrecimento.
5050 
Quadro 5 – Medicamentos utilizados no tratamento da obesidade
Medica- 
mento
Tipo de 
medicamento
Mecanismo 
de ação
Tempo 
de ação
Efeitos 
adversos
Cloridrato de 
sibutramina
Psicotrópico 
anorexígeno
Inibição da 
recaptação da 
noradrenalina, 
serotonina 
e dopamina
1h a 2h após 
o consumo, 
com pico de 
ação em 3h 
e duração 
de 14h a 16h
Constipação, taqui-
cardia, palpitações, 
aumento da pres-
são arterial, vaso-
dilatação, náuseas, 
cefaleia, ansiedade, 
sudorese e altera-
ções do paladar
Orlistate1 Psicotrópico anorexígeno
Inibidor de 
lipases gas-
trointestinais
24h a 48h 
após o consu-
mo (duração)
Perdas ou evacua-
ções oleosas, flatu-
lência, urgência para 
evacuar, aumento 
das evacuações, 
desconforto/dor ab-
dominal, gases, fezes 
líquidas, infecções 
do trato respiratório
Liraglutida Antidiabético Análogo de GLP-1 c
30 min. após 
a injeção, com 
pico de ação 
de 1h e dura-
ção de 24h.
Hipoglicemia, ano-
rexia, diminuição 
do apetite, desi-
dratação, cefaleia, 
frequência cardíaca 
aumentada, náu-
sea, diarreia, vômito 
dispepsia, dor ab-
dominal superior, 
constipação, gastrite, 
flatulência, disten-
são abdominal
Anfepramona Psicotrópico anorexígeno
Inibidor 
do apetite 
(atividade 
similar à 
anfetamina)
4h a 6h 
de duração
Insônia, dor de 
cabeça, vertigem, 
nervosismo, mani-
festações depres-
sivas, alteração do 
paladar, boca seca, 
náusea, vômito, diar-
reia ou constipação, 
taquicardia, impo-tência, interferência 
na libido, irregula-
ridade menstrual.
1 Apresenta redução da absorção de vitaminas lipossolúveis A, D, E, K.
5151 51
Femproporex Psicotrópico anorexígeno
Agente sim-
patomimético 
que causa 
depressão 
do apetite e 
diminuição 
da acuidade 
pelo sabor e 
odor (ativida-
de similar à 
anfetamina)
24h 
de duração
Vertigem, tremor, ir-
ritabilidade, reflexos 
hiperativos, fraque-
za, tensão, insônia, 
confusão, ansiedade 
e dor de cabeça. 
Calafrios, palidez 
ou rubor das faces, 
palpitação, arritmia 
cardíaca, dor angi-
nal, hipertensão ou 
hipotensão e colap-
so circulatório, boca 
seca, gosto metálico 
na boca, náusea, 
vômito, diarreia e 
cãibras abdominais, 
alteração da libido.
Fenterminas Psicotrópico anorexígeno
Libertação de 
catecolaminas 
no hipotála-
mo (ativida-
de similar à 
anfetamina)
24h
Alterações de humor 
ou problemas para 
dormir, dificuldades 
de concentração
Mazindol Psicotrópico anorexígeno
Estimulação 
hipotalâmica 
para diminuir 
o apetite (al-
terações no 
metabolismo 
da norepine-
frina e dopa-
mina; ativida-
de similar à 
anfetamina)
10h 
de duração
Boca seca, consti-
pação, nervosismo 
e insônia, palpita-
ções, taquicardia, 
hipertensão, sensi-
bilidade à insulina 
em pacientes com 
obesidade grave
Fluoxetina Antidepressivos
Inibidor se-
letivo da re-
captação da 
serotonina
6h a 8h 
de duração
Ansiedade, diarreia, 
sonolência, fraque-
za geral, dor de 
cabeça, hiperidrose 
(excesso de suor), 
insônia, náusea 
(enjoo), nervosismo
5252 
Sertralina Antidepressivos
Inibidores 
seletivos de 
recaptação de 
serotonina
4,5h a 8,5h 
(pico de 
concentra-
ção) e du-
ração de 26h
Náuseas, diarreia, 
indigestão, tontura, 
cefaleia, tremor, 
anorexia, insônia, 
sonolência, fadiga, 
sudorese, boca seca, 
disfunção sexual.
Bupropiona Antidepressivos
Inibidor sele-
tivo da recap-
tação da do-
pamina e em 
menor grau da 
noradrenalina 
e serotonina
3h (pico de 
concentração)
Insônia, cefaleia, 
boca seca, trans-
tornos gastroin-
testinais como 
náusea e vômito
Fonte: elaborado pela autora. 
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou no 
Diário Oficial da União, em fevereiro de 2019 (Resolução-RDC 
nº 265, de 8 de fevereiro de 2019), uma lista de princípios ativos 
categorizados como psicotrópicos anorexígenos que podem ser 
utilizados para o tratamento da obesidade. Os princípios ativos 
liberados pela Anvisa são: fumarato de aminorex, fendimetrazina, 
mefenorex, sibutramina, femproporex, mazindol e fenterminas. 
Esses compostos poderão ser comercializados somente com a 
apresentação de receita do tipo B2. 
Com base na tabela acima, o uso de medicamentos apresenta vários 
efeitos colaterais prejudiciais à saúde. Portanto, o acompanhamento 
com nutricionista a partir de reeducação alimentar, adequação 
calórica da dieta e mudança de padrão alimentar é a forma de 
tratamento mais recomendada para o emagrecimento saudável, 
sendo que o tratamento medicamentoso deve ser utilizado apenas 
em casos extremos em que foram feitas tentativas de tratamento 
nutricional sem sucesso.
5353 53
3. Conceituação e fisiopatologia do diabetes
A partir das alterações fisiopatológicas, o diabetes poderá ser 
classificado em diabetes mellitus do tipo 1 (DM1) e diabetes mellitus 
do tipo 2 (DM2). No DM1, o organismo produz anticorpos que 
agem sobre as células ß pancreáticas, causando a falência do órgão 
e ausência de produção de insulina. Já o DM2 possui alterações 
metabólicas que promovem a redução da secreção pancreática de 
insulina, a diminuição da ação da insulina, ou, ainda, a resistência a 
utilização de insulina por órgãos periféricos, provocando aumento 
da glicemia sanguínea, e um estresse tecidual oxidativo crônico.
As evidências científicas colhidas por meio de artigos publicados 
anualmente em diversas partes do mundo permitem que organizações 
internacionais e nacionais possam editar suas recomendações e 
diretrizes para o tratamento do diabetes. Os mais novos achados 
sugerem que o diabetes pode ser classificado em subgrupos e não 
somente em tipos. O grupo 1 é denominado diabetes autoimune 
grave (SAID = severe autoimmune diabetes), que apresenta o início em 
indivíduos mais jovens, apresentando deficiência na produção de 
insulina e falta de controle metabólico, correspondendo ao diabetes 
tipo 1. O grupo 2 é conhecido como diabetes insulinodeficiente grave 
(SIDD = severe insulin-deficient diabetes), sendo similar ao grupo 1, mas 
com maior incidência de retinopatia diabética, níveis mais elevados de 
hemoglobina glicosilada e a presença de anticorpos anti-insulina 
(e antidescarboxilase do ácido glutâmico).
5454 
Os grupos 3, 4 e 5 correspondem a alterações do diabetes do tipo 
2. O grupo 3 apresenta resistência insulínica, excesso de peso e 
maior incidência de doença renal, sendo denominado diabetes 
insulinorresistente grave (SIRD = severe-insulin resistant diabetes). 
Diabetes leve relacionado à obesidade (MOD = mild obesity-related 
diabetes) corresponde ao grupo 4, que apresenta obesidade, adultos 
jovens, mas não insulinorresistente. Por fim, o grupo 5 é composto 
por pacientes com idade mais elevada e a presença de alterações 
metabólicas discretas, sendo conhecido como diabetes leve relacionado 
à idade (MARD = mild age-related diabetes).
O algoritmo da Sociedade Brasileira de Diabetes (2019) para a 
conduta terapêutica do diabetes tipo 2 indica o acompanhamento 
dos níveis de hemoglobina glicosilada e glicemia, com alterações 
de medicamentos antidiabéticos e associações entre eles antes de 
chegar ao tratamento com insulina. A Figura 4 apresenta as etapas e 
a sugestão de medicamentos a serem consumidos de acordo com os 
parâmetros bioquímicos.
PARA SABER MAIS
O diabetes é classificado como diabetes mellitus do 
tipo 1, ou insulinodependente, e diabetes mellitus 
do tipo 2, relacionado aos transtornos de excesso de 
peso. Desde 2018, a Sociedade Brasileira de Diabetes 
considera cinco novos subtipos, relacionando-os com os 
seus desfechos esperados. 
5555 55
Figura 4 – Algoritmo para o tratamento do diabetes tipo 2, atualizado 
pela Sociedade Brasileira de Diabetes (2019)
Fonte: SOCIEDADE BRASILEIRA DE DIABETES, 2019. 40 p. 
5656 
4. Principais medicamentos no tratamento do 
diabetes e sua forma de ação
Os medicamentos utilizados para o controle glicêmico são chamados de 
agentes antidiabéticos, e possuem como objetivo a redução da glicemia, 
mantendo os níveis de glicose dentro de parâmetros normais (em jejum 
< 100 mg/dL e pós-prandial < 140 mg/dL). Os principais mecanismos 
de ação dos hipoglicemiantes podem ser divididos em quatro tipos, 
conforme as Diretrizes Brasileiras de Diabetes.
• Fármacos que aumentam a secreção de insulina 
(hipoglicemiantes);
• Fármacos que não a aumentam (anti-hiperglicemiantes);
• Fármacos que aumentam a secreção de insulina de maneira 
dependente da glicose, além de promover a supressão do glucagon;
• Fármacos que promovem glicosúria (sem relação com a secreção 
de insulina).
• O Quadro 6 apresenta os fármacos antidiabéticos e suas 
particularidades.
Quadro 6 – Antidiabéticos utilizados no controle da glicemia
Aumento da secreção de insulina
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Clorpropamida
Glibenclamida
Glipizida
Gliclazida
Glimepirida
Sulfonilureias (ação 
hipoglicemiante 
mais prolongada 
durante todo o dia)
Hipoglicemia e 
ganho ponderal 
(clorpropamida 
favorece o aumento 
de peso e não protege 
contra retinopatia)
Gravidez, 
insuficiência renal 
ou hepática
Repaglinida
Nateglinida
Metiglinidas (menor 
tempo de ação, cobrindo 
principalmente o 
período pós-prandial)
Hipoglicemia e ganho 
ponderal discreto Gravidez
5757 57
Agentes que não aumentam a secreção de insulina
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Acarbose
Inibidor da α-glicosi-
dase (redução da ve-
locidade de absorção 
intestinal de glicose)
Meteorismo, flatu-
lência e diarreia, 
redução discreta da 
hemoglobinaglicada
Gravidez
Metformina
Biguanida (redução 
da produção hepática 
de glicose)
Desconforto ab-
dominal, diar-
reia e náusea,
deficiência de cia-
nocobalamina 
(vitamina B12)
Gravidez, insu-
ficiência renal, 
insuficiências 
hepática, cardía-
ca ou pulmonar 
e acidose grave
Pioglitazona
Tiazolidinediona ou 
glitazona (sensibilizado-
res de insulina e atuam 
predominantemente 
na resistência insulínica 
periférica em músculo, 
adipócito e hepatócito)
Retenção hídrica, 
anemia, ganho pon-
deral, insuficiência 
cardíaca e fraturas
Insuficiência cardí-
aca classes III e IV,
insuficiência he-
pática, gravidez
Aumentam a secreção de insulina dependente de glicose 
e que diminuem a secreção de glucagon
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Sitagliptina
Vildagliptina
Saxagliptina
Linagliptina
Alogliptina
Gliptinas (estabilização 
do GLP-1 endógeno)
Angioedema 
e urticária,
possibilidade de 
pancreatite aguda,
aumento das inter-
nações por insufi-
ciência cardíaca
Hipersensibilidade 
aos componentes 
do medicamento
Exenatida
Mimético do GLP-
1 (terapia adjunta 
para melhorar o 
controle da glicose)
Hipoglicemia, 
principalmente 
quando associa-
do a secretagogos 
(metformina),
náusea, vômitos 
e diarreia, au-
mento da frequ-
ência cardíaca,
possibilidade de 
pancreatite agu-
da, injetável
Hipersensibili-
dade aos com-
ponentes do 
medicamentoLiraglutida
Lixisenatida
Dulaglutida
Análogo do GLP-
1 (terapia adjunta 
para melhorar o 
controle da glicose)
5858 
Promovem glicosúria
Medicamento Tipo de medicamento Desvantagens Contraindicações
Dapagliflozina
Empagliflozina
Canagliflozina
Inibidores do SGLT2 
(prevenção da 
reabsorção de glicose no 
túbulo proximal renal)
Infecção genital,
infecção urinária,
poliúria, depleção de 
volume, hipotensão 
e confusão mental, 
aumento do ldl-c,
aumento transitório 
da creatinina, 
cetoacidose diabética
Não deve ser usado 
em pacientes com 
disfunção renal 
moderada a grave 
Fonte: adaptado de Oliveira, Montenegro Junior e Vencio (2017). 
A insulinoterapia para o paciente com diabetes do tipo 2 faz-se 
necessária quando ocorre descontrole metabólico. Ela poderá ser 
utilizada de forma transitória ou em situações especiais, como 
perioperatórios, infecções, doenças intercorrentes, etc. Também 
poderá ser a principal forma de tratamento após tempo relativamente 
curto de doença, nos casos em que há autoimunidade envolvida, e, 
por fim, poderá ser combinada com hipoglicemiantes orais a partir do 
declínio da produção pancreática de insulina, além de ser utilizada no 
diabetes do tipo 1.
As insulinas podem ser classificadas de acordo com sua duração. 
Também deverá ser verificada a possibilidade de ocorrência de pico 
insulinêmico e tempo de ação do efeito terapêutico. As correções 
no planejamento alimentar dos pacientes deverão atender a esses 
aspectos, de forma que a ação da insulina não promova alterações 
metabólicas em decorrência da falta de substratos (carboidratos, 
proteínas e lipídios). 
A insulina é um hormônio anabólico, que atua em diferentes 
rotas bioquímicas no organismo, como a glicólise, a lipogênese 
e a glicogênese, além da inibição da lipólise, da glicogenólise e a 
neoglicogênese hepática. Esse hormônio é produzido sempre que 
ocorre elevação dos níveis de glicose e aminoácidos no sangue. 
5959 59
Sua principal forma de atuação é a redução dos níveis sanguíneos de 
glicose, retirando-a da circulação. Como resultado da ação da insulina, 
têm-se o estímulo a lipogênese no fígado e nos adipócitos, redução dos 
processos metabólicos de lipólise, além de elevação da síntese proteica 
e inibição da degradação de proteínas. 
O planejamento dietético deverá suprir as demandas metabólicas, 
evitando os efeitos adversos ao metabolismo pela ação dos diferentes 
tipos de insulina. Segundo o Manual de Nutrição da Sociedade Brasileira 
de Diabetes, os pacientes que realizam insulinoterapia, deverão consumir 
sempre as mesmas quantidades de alimentos para evitar alterações 
glicêmicas, atentar-se para o tipo e a quantidade de carboidratos 
consumidos, sendo indicado realizar a contagem de carboidratos feita 
por nutricionista; e, por fim, respeitar os horários para as refeições, 
e assim reduzir os riscos de hipoglicemia. O Quadro 7 apresenta 
as propriedades farmacocinéticas das insulinas e seus análogos, 
comercialmente utilizados no tratamento do diabetes no Brasil.
Quadro 7 – Propriedades farmacocinéticas das insulinas e seus análogos
Insulina Duração Início da ação
Pico 
de ação
Duração 
do efeito 
terapêutico
Glargina 100 UI/mL Longa 2-4h Não apresenta 18-24h
Determir Longa 1-3h 6-8h 18-22h
Glargina 300 UI/mL Ultralonga 6h Não apresenta 36h
Degludeca Ultralonga 21-41 min Não apresenta 42h
NPH Intermediária 2-4h 4-10h 10-18h
Regular Rápida 30 min-1h 2-3h 5-8h
Asparte Ultrarrápida 5-15 min 30 min-2h 3-5h
Lispro Ultrarrápida 5-15 min 30 min-2h 3-5h
Glulisina Ultrarrápida 5-15 min 30 min-2h 3-5h
Fonte: adaptado de Oliveira, Montenegro Junior e Vencio (2017).
6060 
ASSIMILE
O diabetes mellitus e a obesidade são doenças 
multifatoriais que possuem relação entre si, além de 
outras doenças (como hipertensão arterial e dislipidemias), 
devendo ser tratada de forma multidisciplinar concomitante 
ao tratamento farmacológico.
5. Diabetes gestacional: fisiopatologia, algoritmo e 
principais medicamentos
Diabetes gestacional (DMG) é considerado como a presença de 
intolerância a carboidratos, de gravidade variável, com início no período 
gestacional, apresentando como alguns fatores de risco a idade 
materna avançada, excesso de peso (sobrepeso e obesidade), além de 
ganho de peso excessivo durante a gestação, alimentação inadequada, 
macrossomia, baixa estatura materna (< 1,50 cm), antecedentes de 
abortamento obstétrico e malformações.
Segundo as Diretrizes da Sociedade Brasileira de Diabetes, o tratamento 
deverá ser iniciado pelo planejamento dietético feito por nutricionista 
e orientação alimentar para ajustar o ganho de peso adequado e 
o controle metabólico da glicemia, sendo recomendado, além de 
outras condutas descritas nas diretrizes, o consumo de alimentos de 
baixo índice glicêmico/ carga glicêmica. Esse tipo de dieta associa-se 
positivamente a menor necessidade da utilização de insulina.
Quando o planejamento alimentar e demais mudanças no estilo de vida 
são insuficientes para o controle da glicemia, tem-se a recomendação de 
iniciar o tratamento com antidiabéticos e insulina, considerados seguros 
para a mãe e o bebê. O algoritmo para a introdução dos diferentes 
antidiabéticos e insulinização encontra-se apresentado na Figura 5.
6161 61
Figura 5 – Algoritmo para o tratamento de diabetes gestacional com a 
utilização de antidiabéticos
Fonte: WEINERT et al., 2011. 
Os medicamentos considerados seguros para a utilização no controle 
do diabetes gestacional são a metformina, apesar de apresentar 
passagem placentária; glibenclamida e acarbose, que possuem 
passagem insignificante. Quanto aos tipos de insulinas e seus análogos, 
recomenda-se a utilização de insulina NPH, regular, lispro, asparte, 
glulisina, glargina, detemir, sendo que nenhum desses princípios ativos 
apresentaram passagem pela barreira placentária.
Caro aluno, neste capítulo, vimos sobre as principais formas de 
tratamento farmacológico do diabetes mellitus, diabetes gestacional 
e da obesidade. Foram apresentados os algoritmos de tratamento 
farmacológico para a utilização de antidiabéticos e insulinização. 
Também relacionamos o tratamento farmacológico ao controle 
dietético para obtenção de melhores resultados no controle da 
glicemia e do peso corporal.
6262 
TEORIA EM PRÁTICA
Você recebeu em seu consultório para atendimento a 
senhora Mariana Prates de Alencar. Ela possui 42 anos e foi 
encaminhada pelo médico com o diagnóstico de diabetes 
mellitus do tipo 2. Durante a anamnese e antropometria, 
você detectou que a paciente apresenta IMC = 33,4 kg/
m2. Atualmente ela faz uso de cloridratode metformina de 
1000 mg, 3 vezes ao dia (após o café da manhã, almoço e 
jantar); cloridrato de sibutramina, 1 cápsula de 15 mg, pela 
manhã; e cloridrato de fluoxetina, 20 mg em dosagem única 
à noite. A paciente relatou diarreias constantes e presença 
de náusea. Pensando na interação medicamentosa, 
além da interação entre alimentos e nutrientes e a maior 
estabilização da glicemia da paciente, quais pontos 
deverão ser verificados no planejamento dietético da 
senhora Mariana?
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A obesidade é considerada como um aumento 
excessivo no peso, resultando em alterações 
metabólicas e a presença de processo inflamatório 
generalizado. Segundo as Diretrizes da Associação 
Brasileira de Obesidade (Abeso), o tratamento 
medicamentoso deverá ser realizado:
a. Sempre que o paciente apresentar comorbidades, 
independente do IMC.
b. Sempre que o paciente apresentar IMC maior 
ou igual a 30 kg/m2.
6363 63
c. Sempre que o paciente não apresentar sucesso 
na perda de peso (perda de 10%).
d. Somente quando o paciente apresentar 
IMC ≥ 35 kg/m2.
e. Sempre que o paciente desejar realizar o 
emagrecimento, independente do sucesso na 
perda de peso. 
2. Os algoritmos para o tratamento de doenças, como 
o diabetes, são documentos elaborados a partir de 
extensa pesquisa, baseado em evidências científicas, 
orientando os profissionais de saúde sobre a melhor 
conduta no tratamento farmacológico e coadjuvantes, 
como alterações da alimentação e estilo de vida. 
Sobre o algoritmo para o tratamento do diabetes 
do tipo 2, pode-se concluir que: 
a. A metformina em monoterapia deverá ser realizada 
quando a glicemia estiver entre 200 mg/dL e 
299 mg/dL.
b. Quando a hemoglobina glicada (A1C) estiver entre 
7,5% e 9,0%, recomenda-se a insulinoterapia.
c. Agonistas do receptor de GLP-1 deverá ser utilizado 
quando a sintomatologia for considerada leve ou 
estiver ausente.
d. Metformina em terapia combinada com um segundo 
anti-hiperglicemiante deverá ser utilizada quando a 
glicemia estiver entre 200 mg/dL e 299 mg/dL.
e. O primeiro retorno deverá ser realizado após 6 meses 
de iniciado o tratamento.
6464 
3. A insulinoterapia é a terapia medicamentosa realizada 
com a utilização de insulinas e seus análogos. Esses 
fármacos possuem diferentes tempos de duração no 
organismo. A insulina considerada de ação rápida é:
a. Glargina.
b. Determir.
c. Degludeca.
d. NPH.
e. Regular.
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Gabarito
Questão 1 – Resposta B
Resolução: o tratamento farmacológico deverá ser iniciado 
quando o paciente não apresentar sucesso em atingir e manter 
a perda de peso (perda de 5% do peso inicial), resultando em 
efeitos benéficos sobre as demais doenças associadas, com 
diabetes tipo 2, hipertensão arterial e dislipidemia. Ou seja, 
sempre que o paciente apresentar IMC maior ou igual a 
30 kg/m2; se o IMC for maior ou igual a 25 ou 27 kg/m2 na 
presença de comorbidades; e se a perda de peso sem o 
tratamento farmacológico for falha, a indicação de medicamentos 
e o acompanhamento pelo médico deverá ser indicado.
Feedback de reforço: verifique as orientações da Abeso.
https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
https://www.diabetes.org.br/profissionais/images/2017/diretrizes/diretrizes-sbd-2017-2018.pdf
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922009000600012&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922009000600012&lng=en&nrm=iso
https://www.diabetes.org.br/publico/images/pdf/sbd_dm2_2019_2.pdf
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https://www.yumpu.com/pt/document/view/58515527/a-manual-nutricao
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http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302011000700002&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-27302011000700002&lng=en&nrm=iso
6666 
Questão 2 – Resposta D
Resolução: a monoterapia com metformina é indicada quando 
a glicemia for < 200 mg/dL. Já se a hemoglobina glicada (A1C) 
estiver entre 7,5% e 9,0%, recomenda-se a metformina em terapia 
combinada com um segundo anti-hiperglicemiante. Agonistas do 
receptor de GLP-1 deverão ser utilizados quando a sintomatologia 
for considerada grave. O primeiro retorno deverá ser realizado 
após um a três meses.
Feedback de reforço: dê uma olhada no algoritmo (Figura 5).
Questão 3 – Resposta E
Resolução: glargina é classificada como longa duração (100 UI/ml) 
ouultralonga duração (300 UI/ml). Determir é insulina de longa 
duração e degludeca é insulina de ultralonga duração.
Feedback de reforço: que tal rever o Quadro 7?
6767 67
Drogas que alteram o 
trato gastrointestinal 
no estado nutricional
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Conhecer as principais doenças do trato 
gastrointestinal.
• Conhecer os principais medicamentos utilizados no 
tratamento das doenças do trato gastrointestinal.
• Compreender a forma de ação e interações dos 
medicamentos utilizados no tratamento de doenças 
do trato gastrointestinal.
6868 
Prezado aluno, anatomicamente e funcionalmente, o sistema digestório 
é dividido em trato digestório ou trato gastrointestinal (TGI), composto 
pela cavidade oral, faringe, esôfago, estômago e intestino (delgado e 
grosso). Entre os 30 e 69 anos, as causas de morte relacionadas ao TGI, 
como câncer de cólon e câncer colorretal, passaram a ser uma das dez 
principais causas de morte dos brasileiros.
O tema desta aula abordará os principais tratamentos farmacológicos 
utilizados para as doenças do TGI mais comuns no meio clínico e 
na atenção primária, além de abordar sua relação com a nutrição. 
Bons estudos!
1. Principais manifestações no trato 
gastrointestinal 
As manifestações comuns que indicam alterações no funcionamento 
normal do TGI são anorexia (perda do apetite), náuseas (decorrente da 
estimulação do centro bulbar do vômito, precedendo ou acompanhando 
o vômito) e vômito (consiste na expulsão forçada e súbita do conteúdo 
gástrico pela boca). Esses sintomas poderão ocorrer de forma isolada 
ou associados entre si. De forma geral, os medicamentos utilizados para 
o tratamento dessas manifestações consistem em modular a ação de 
vários neurotransmissores que atuam no TGI. 
Os receptores de dopamina, serotonina e opioides encontram-
se presentes no sistema digestório, no centro do vômito. Assim, a 
utilização de antidopaminérgico, que são antagonistas de dopamina, 
como a domperidona e haloperidol, são capazes de suprimir o 
vômito. Já a utilização de bloqueadores de receptores de serotonina 
(5-HT3) conseguem evitar as náuseas e os vômitos, principalmente em 
pacientes em tratamento com quimioterápicos. É o caso do dolasetron 
e granisetron. Por fim, pode ocorrer a inibição dos receptores de 
acetilcolina (tem-se como exemplo o anti-histamínico dimenidrinato, 
6969 69
comercialmente vendido como Dramin®), que estimulam o enjoo 
por movimento, denominado de cinetose. Os principais medicamentos 
com seu mecanismo de ação e demais particularidades estão 
destacados no Quadro 8.
Quadro 8 – Medicamentos antieméticos utilizados no 
tratamento de enjoo e vômito
Classe farmacológica Fármaco Mecanismo de ação
Anti-histamínico
Prometazina
Inibidores de histamina, 
com ação antagonista sobre 
receptores muscarínicos
Dimenidrinato
Ciclizina
Difenidramina
Hidroxizina
Medizina
Anticolinérgicos
Butilescopolamina
Inibidores de acetilcolina
Escopolamina
Antisserotoninérgicos
Dolassetrona
Inibidores da recaptação 
de serotonina
Granissetrona
Ondansetrona
Palonossetrona
Ramossetrona
Butirofenonas
Droperidol Inibidor da recaptação 
de dopaminaHaloperidol
Fenotiazinas
Clorpromazina Inibidor da recaptação de 
dopamina com ação antagonista 
sobre receptores muscarínicos 
e recaptação histamínica
Flufenazina
Perfenazina
Procloroperaina
Benzamidas
Domperidona Inibidor da recaptação 
de dopaminaMetocloropramida
Fonte: adaptado de Franco (2016).
2. Doenças esofágicas
A passagem de alimentos e líquidos entre a cavidade bucal e o estômago 
é realizada pelo esôfago, formado por mucosas e esfíncteres (superior e 
inferior), que funciona como uma válvula para impedir que o conteúdo 
7070 
gástrico retorne à cavidade bucal. As principais doenças do esôfago 
consistem em alterações relacionadas a anomalias congênitas, como 
a atresia esofágica e a fístula traqueoesofágica. Disfagia, divertículo 
esofágico e hérnia de hiato são algumas doenças que ocorrem na 
cavidade esofágica, mas sem a necessidade de terapia medicamentosa. 
Já a doença do refluxo gastroesofágico (DRGE), uma das enfermidades 
de maior prevalência mundial, necessita de acompanhamento 
nutricional e a utilização de medicamentos. 
Os objetivos primários do tratamento são o alívio dos sintomas, 
a cicatrização das lesões da mucosa, quando estão presentes, e a 
prevenção de recidivas e complicações. O tratamento farmacológico 
consiste inicialmente em medicamentos inibidores da bomba de 
prótons (como o omeprazol). Ocorrendo insucesso, a dosagem 
desses medicamentos poderá ser dupla (ou seja, geralmente um 
comprimirdo a cada 12h). Com o intuito de aumentar a cicatrização e a 
remissão de sintomas, é indicada a associação de inibidores da bomba 
de prótons com procinéticos, como a domperidona). A indicação de 
anti-histamínicos (como a cimetidina) ocorre se o paciente apresentar 
sintomatologia refratária no período noturno. O tratamento deverá 
ser de 6 a 12 semanas. Os medicamentos indicados para o tratamento 
farmacológico encontram-se no Quadro 9.
Quadro 9 – Medicamentos utilizados no tratamento de 
doença do refluxo gastroesofágico (DRGE)
Classe farmacológica Fármaco Mecanismo de ação
Antiácidos ou alcalinos
Hidróxido de alumínio
Neutraliza o pH estomacal
Hidróxido de magnésio
Bloqueadores de 
receptores de histamina
Cimetidina
Inibe a recaptação de histamina 
e produção de ácido clorídrico
Ranitidina
Famotidina
Nizatidina
7171 71
Inibidores da 
Bomba Protônica
Omeprazol
Inibe a produção de prótons 
(H+), com redução da produção 
de ácido clorídrico
Lansoprazol
Pantoprazol
Rabeprazol
Esomeprazol
Procinéticos
Cisaprida
Estimulam a motilidade intestinalDomperidona
Metoclopramida
Fonte: adaptado de Federação Brasileira de Gastroenterologia (2003).
3. Doenças estomacais
O estômago é o local responsável por receber os alimentos e líquidos, 
possuindo ácido clorídrico e pepsina para realizar o processo de digestão. 
As células estomacais são diferenciadas, a fim de suportar o pH ácido 
produzido localmente sem serem digeridas. O estômago também possui 
uma barreira denominada de barreira mucosa do estômago, composta 
por um muco espesso. Além disso, as células estomacais também 
produzem bicarbonato, com a finalidade de neutralizar o conteúdo 
gástrico, ou seja, para cada íon hidrogênio (H+) secretado, uma molécula 
de bicarbonato (HCO3
-) também será produzida, evitando a lesão da 
mucosa estomacal. As doenças do estômago, como gastrite (aguda e 
crônica) e úlceras, ocorrem do desequilíbrio da produção aumentada de 
ácido clorídrico em decorrência da produção de bicarbonato.
O ácido acetilsalicílico (AAS) produz redução na produção de íons 
bicarbonato, assim como consegue atravessar a camada lipídica 
da barreira mucosa do estômago, resultando em aumento da 
permeabilidade do ácido clorídrico, maior contato do ácido com as 
células estomacais, ocasionando lesão celular e erosões agudas. 
A associação entre AAS e álcool potencializa essa passagem e o 
processo de destruição. Anti-inflamatórios não esteroides (AINEs), 
como aspirinas, paracetamol e ibuprofeno, são capazes de reduzir a 
produção de íons bicarbonato.
7272 
PARA SABER MAIS
Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINEs), como 
ibuprofeno e aspirinas, são vendidos no Brasil sem a 
necessidade de receitas e seu uso contínuo pode ocasionar 
distúrbios gastrointestinais, renais e hepáticos. 
A gastrite é um processo inflamatório da mucosa, podendo ser agudo 
ou crônico. As principais causas de gastrite aguda são a utilização de 
álcool, uremia, medicamentos como AAS, AINEs e quimioterápicos, 
além da presença de toxinas bacterianas, como as enterotoxinas 
estafilocócicas. Já a gastrite crônica pode apresentar atrofia do epitélio 
glandular do estômago, sendo os principais casos decorrentes da 
presença da bactéria Helicobacter pylori, que produz enzimas e toxinas 
com a capacidade de interferir com a proteção local da mucosa gástricacontra a ação do ácido, causando inflamação intensa e desencadear 
uma reação imune local.
O tratamento ineficiente ou a falta de tratamento das gastrites podem 
evoluir para úlceras pépticas, já que as causas para o desenvolvimento 
das úlceras são as mesmas da gastrite. As úlceras caracterizam-se pela 
presença de distúrbios ulcerativos nos segmentos do estômago, que 
ficam expostos às secreções de ácido e pepsina.
Para o tratamento da doença ulcerosa, deverá ser realizado retirando 
AINEs, AAS e removendo a bactéria H. pylori com a utilização de 
antibioticoterapia específica. Inibidores da bomba de prótons (como 
omeprazol, lansoprazol e pantoprazol) são associados a antibióticos 
(claritromicina, amoxicilina, azitromicina ou furazolidona).
As úlceras pépticas ocasionadas pelo consumo de AINEs deverão ser 
tratadas com neutralizadores de acidez (antiácidos como carbonato de 
cálcio, hidróxido de alumínio e hidróxido de magnésio), inibidores da 
7373 73
secreção ácida (antagonistas do receptor H2 ou inibidores da bomba 
de prótons), além de protetores da mucosa como os análogos das 
prostaglandinas e o sucralfato. Os AINEs promovem lesão por efeito 
tóxico pela redução das prostaglandinas das mucosas – responsáveis 
por estimular a produção de muco e secreção de bicarbonato.
Ao ocorrer uma lesão na membrana celular composta por fosfolipídios, 
existe a ativação de citocinas pró-inflamatórias, decorrentes da atuação 
da enzima fosfolipase A2 (ela está presente em leucócitos e plaquetas), o 
que levará à decomposição dos fosfolipídios, resultado como metabólito 
final os leucotrienos, prostaglandinas e prostaciclinas, para a produção 
das prostaglandinas.
A prostaglandinas I2 e E2 inibem a secreção ácida da mucosa 
estomacal, sendo vasodilatadoras e aumentando o fluxo sanguíneo 
local. O resultado dessa ação é a maior produção de muco, redução 
de radicais livres por aumentar enzimas antioxidantes e aumentar a 
produção de bicarbonato.
Os medicamentos utilizados no tratamento das doenças estomacais e 
seu mecanismo de ação estão descritos no Quadro 10.
Quadro 10 – Medicamentos utilizados no tratamento 
de doenças estomacais
Classe farmacológica Fármaco Mecanismo de ação
Antiácidos ou alcalinos
Carbonato de cálcio
Neutraliza o pH estomacalHidróxido de alumínio
Hidróxido de magnésio
Bloqueadores de 
receptores de histamina
Cimetidina
Inibe a recaptação de histamina 
e produção de ácido clorídrico
Ranitidina
Famotidina
Nizatidina
7474 
Inibidores da 
bomba protônica
Omeprazol
Inibe a produção de prótons 
(H+), com redução da produção 
de ácido clorídrico
Lansoprazol
Pantoprazol
Rabeprazol
Esomeprazol
Análogo da 
prostaglandina Misoprostol Proteção da mucosa gástrica
Sulcrafato Diminui a degradação de muco pela pepsina e limita a difusão de H+
Bismuto Adsorve pepsina, inibindo sua atividade
Antibióticos
Claritromicina
Eliminação da bactéria H. pylori
Amoxicilina
Azitromicina
Furazolidona
Fonte: elaborada pela autora.
4. Doenças intestinais
O intestino é dividido em intestino delgado (composto por duodeno, 
jejuno e íleo, responsáveis pelo final da digestão e pelo processo 
absortivo dos nutrientes) e intestino grosso (formado pelo ceco, colo 
e reto, conforme apresentado na Figura 6). As principais doenças do 
intestino delgado e grosso incluem síndrome do colo irritável (SCI), 
doenças inflamatórias intestinais (DIIs), transtornos de motilidade 
(como diarreia e constipação intestinal), alterações absortivas 
(doença celíaca, por exemplo).
7575 75
Figura 6 – Anatomia do intestino delgado e intestino grosso
Fonte: Anatomia do intestino. Aula de Anatomia, 2019. Disponível em: https://www.
auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-digestorio/. Acesso em: 29 out. 2019.
A doença de Crohn e a colite ulcerativa são doenças de curso crônico e 
recorrente denominadas como doença intestinal inflamatória (DII). 
Essas doenças resultam da ativação das células inflamatórias com 
produção de mediadores inflamatórios que causam lesão inespecífica 
dos tecidos. O tratamento da doença de Crohn tem como objetivo 
suprimir a reação inflamatória e promover o processo de cicatrização, 
evitando o agravamento da doença, como a obstrução intestinal.
Os fármacos utilizados para suprimir a reação inflamatória são: 
corticoides, sulfassalazina, azatioprina, 6-mercaptopurina, metotrexato 
e infliximabe. Cirpofloxacina e metronidazol (antibióticos) também são 
recomendados para o tratamento. Para a colite ulcerativa, são usados os 
mesmos medicamentos da doença de Crohn, além de aminossalicílicos 
não absorvíveis (como mesalamina, olsalazina, que são administrados 
por via retal) e fármacos imunomoduladores e agentes anti-TNF.
https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-digestorio/
https://www.auladeanatomia.com/novosite/sistemas/sistema-digestorio/
7676 
A motilidade intestinal ocorre em consequência dos movimentos 
peristálticos regulados pela interação de mecanismos de controle 
neuro-hormonal e de estímulos nervosos. Distensão da parede intestinal, 
irritantes químicos, gradientes osmóticos e toxinas bacterianas produzem 
alguns de seus efeitos na motilidade intestinal por meio dessas vias 
aferentes, ocasionando a presença de diarreia ou constipação intestinal.
A diarreia pode ser dividida em aguda (presença de três ou mais 
evacuações de consistência aquosa em período de 24h), persistente 
(episódios de diarreia com duração maior que 14 dias) e crônica 
(episódios de diarreia com duração acima de 30 dias), sendo que os 
principais fatores estão apresentados na Figura 7. Além da hidratação 
e reposição hidroeletrolítica, agentes antiperistálticos (loperamida), 
agentes antissecretores (racecadotril) e adsorventes (caulim-pectina, 
carvão ativado, atapulgita) são indicados no tratamento da diarreia, 
tanto em crianças quanto em adultos.
Figura 7 – Principais fatores para a ocorrência de diarreia crônica
Fonte: adaptado de Krom (2019). 
Se a diarreia for causada por bactérias (como a Shigella e a Salmonella), 
vírus (rotavírus e noravírus), protozoários (Giardia intestinalis e 
Entamoeba histolytica) ou helmintos (Schistosoma mansoni), deverá 
ser utilizado o agente antimicrobiano específico, como doxiciclina, 
azitromicina, ciprofloxacina, pivmecillinam, ceftriaxona, metronidazol, 
tinidazol, ornidazol, azitromicina, fluoroquinolonas.
7777 77
ASSIMILE
As doenças do trato gastrointestinal precisam de 
acompanhamento nutricional em conjunto com o 
tratamento medicamentoso para que o paciente tenha 
remissão dos principais sintomas, evitando a ocorrência de 
desnutrição, principalmente naquelas doenças em que o 
processo absortivo faz-se presente.
Caro aluno, neste capítulo, vimos as principais doenças que 
acometem o trato gastrointestinal, considerando aquelas doenças que 
afetam o esôfago, estômago e intestino. Vimos sobre o tratamento 
farmacológico e suas considerações quanto à interação com outros 
medicamentos e com os nutrientes. Lembre-se sempre de realizar 
uma boa anamnese, consultando os pacientes sobre o consumo de 
medicamentos de uso rotineiro e também de uso esporádico, como os 
anti-inflamatórios não esteroidais.
TEORIA EM PRÁTICA
Dona Antonieta tem 33 anos, casada, fumante desde 
os 12 anos, diagnosticada com doença de Crohn aos 
29 anos, foi encaminhada pelo médico para a realização 
de um planejamento alimentar direcionado ao seu 
caso, considerando os medicamentos que ela consome. 
Atualmente, o tratamento medicamentoso é composto 
por azatioprina, 50 mg; prednisona, 10 mg; omeprazol, 
20 mg; e sertralina, 50 mg. Considerando a doença de 
Dona Antonieta, explique qual a função de cada 
medicamento no tratamento. E quais intercorrências 
clínicas a paciente pode apresentar pelo consumo 
desses medicamentos? Qual a conduta nutricional?
7878 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma das 
enfermidades que vem aumentando sua prevalência 
no Brasil e no mundo. O objetivo primáriodesse 
tratamento é: 
a. Alívio dos sintomas.
b. Eliminar a bactéria H. pylori.
c. Fazer reidratação oral.
d. Retirar alimentos sólidos.
e. Consumir alimentos ricos em fibra.
2. As doenças estomacais, como a gastrite, podem ter 
como agente causal o consumo de medicamentos 
que inibem a produção de bicarbonato e estimulam 
a produção de ácido clorídrico. Os medicamentos 
implicados nesse processo são: 
a. Ácido acetilsalicílico e misoprostol.l
b. Ibuprofeno e ácido acetilsalicílico.
c. Aspirina e sulcrafato.
d. Amoxicilina e ibuprofeno.
e. Azitromicina e aspirina.
3. A _______ é um distúrbio funcional crônico, em que o 
paciente apresenta dor ou desconforto abdominal, 
associado a alterações do hábito intestinal – constipação, 
diarreia ou alternância entre as duas. Essa é a descrição da:
7979 79
a. Doença de Crohn.
b. Doença celíaca.
c. Síndrome do colo irritável.
d. Colite ulcerativa.
e. Doença do refluxo gastroesofágico.
Referências bibliográficas 
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento 
de Vigilância de Doenças e Agravos não Transmissíveis e Promoção da Saúde. 
Saúde Brasil 2018. Uma análise da situação de saúde e das doenças e agravos 
crônicos: desafios e perspectivas. ISBN: 978-85-334-2701-3. Brasília: Ministério da 
Saúde, 2019. 
FARTHING, M. et al. Diarreia aguda em adultos e crianças: uma perspectiva 
mundial. Milwaukee: World Gastroenterology Organisation, 2012. Disponível em: 
http://www.worldgastroenterology.org/guidelines/global-guidelines/acute-diarrhea. 
Acesso em: 2 jul. 2019.
FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE GASTROENTEROLOGIA. Projeto diretrizes: refluxo 
gastroesofágico: diagnóstico e tratamento. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 
2003. Disponível em: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/refluxo-
gastroesofagico-diagnostico-e-tratamento.pdf. Acesso em: 2 jul. 2019.
______. Projeto diretrizes: úlcera péptica. São Paulo: Associação Médica Brasileira, 
2003. Disponível em: https://diretrizes.amb.org.br/_BibliotecaAntiga/ulcera-peptica.
pdf. Acesso em: 2 jul. 2019.
FRANCO, A. S. Eméticos e antieméticos. In: FRANCO, A. S. Manual de farmacologia. 
Barueri: Manole, 2016. 
GRAAFF, K. M V. de. Sistema digestório. In: GRAAFF, K. M. V. de. Anatomia. 6. ed. 
Barueri: Manole, 2003. 
HILARIO, M. O. E.; TERRERI, M. T.; LEN, C. A. Anti-inflamatórios não hormonais: 
inibidores da ciclooxigenase 2. Jornal de Pediatria, Porto Alegre, v. 82, n. 5,  p. 
S206-S212, nov. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
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KROM, Z. Distúrbios da função gastrointestinal. In: GROSSMAN, S. C.; PORTH, C. M. 
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de Janeiro: Guanabara Koogan, 2019. 
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SASSI, A. P. et al. (Org.). Doenças do aparelho digestivo. Oferecido por 
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Gabarito 
Questão 1 – Resposta A
Resolução: os objetivos primários do tratamento são o alívio dos 
sintomas, a cicatrização das lesões da mucosa, quando estão 
presentes, e a prevenção de recidivas e complicações.
Feedback de reforço: verifique as doenças esofágicas.
Questão 2 – Resposta B
Resolução: as principais causas de gastrite aguda são a utilização 
de álcool, uremia, medicamentos como AAS, AINEs (ibuprofeno, 
aspirina) e quimioterápicos.
Feedback de reforço: verifique a interação entre os medicamentos 
para tratamento do refluxo.
Questão 3 – Resposta C
Resolução: a síndrome do colo irritável é um distúrbio funcional 
crônico, em que o paciente apresenta dor ou desconforto 
abdominal associado a alterações do hábito intestinal – 
constipação, diarreia ou alternância entre elas.
Feedback de reforço: que tal revisar as doenças intestinais?
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032010000100017&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032010000100017&lng=en&nrm=iso
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0004-28032010000100017&lng=en&nrm=iso
http://production.latec.ufms.br/new_pmm/index.html
8181 81
Drogas antitireoidianas, 
corticoides e anabolizantes 
no estado nutricional
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Conhecer os principais medicamentos utilizados 
no tratamento das alterações da tireoide.
• Compreender o mecanismo de atuação dos 
medicamentos para o tratamento com corticoides.
• Conhecer os principais anabolizantes 
e seus mecanismos de ação.
8282 
Prezado aluno, as alterações hormonais causam modificação do 
metabolismo corporal e são de importância para a nutrição. Elas poderão 
impedir ou dificultar a perda de peso do paciente, assim como alterar 
o funcionamento de vitaminas, minerais, água e eletrólitos, levando ao 
seu déficit corporal. O tratamento medicamentoso com a reposição 
de hormônios – como os hormônios da tireoide – ou a utilização de 
hormônios no tratamento de doenças – como os glicocorticoides – é de 
extrema importância para serem considerados quando é realizado o 
planejamento alimentar. Deve ser considerado, também, a utilização de 
hormônios e seus análogos com o objetivo de melhorar a performance 
física e o perfil corporal, como os anabolizantes.
O tema desta aula abordará, de forma geral, os principais anabolizantes 
utilizados e seus riscos à saúde. Também será abordado o uso da 
terapia com glicocorticoides, considerando as principais doenças e os 
medicamentos utilizado. Por fim, é válido ressaltar a importância do 
tratamento das alterações relacionadas à tireoide. Bons estudos!
1. Disfunções tireoidianas
A tireoide é uma glândula que fica situada no pescoço, responsável por 
produzir os hormônios triiodotironina (T3), tiroxina (T4) e calcitonina. 
Para a produção dos hormônios T3 e T4 pela glândula da tireoide, 
é necessária a presença de iodo, sob a forma de iodeto. Ao serem 
liberados na circulação, os hormônios ligam-se à globulina ligadora de 
tiroxina (TBG), transtirretina (TTR) e albumina.
A produção e liberação dos hormônios ocorre por feedback, ou seja, 
quando os níveis circulantes de T3 e T4 baixam, o hormônio liberador 
de tireotropina (TRH) é produzido e liberado pelo hipotálamo, 
estimulando a produção de tireotropina (TSH) na hipófise anterior, que 
estimulará a glândula da tireoide a produzir e liberar os hormônios 
tireoidianos, conforme a Figura 8.
8383 83
Figura 8 – Feedback de produção dos hormônios da tireoide
Fonte: Gadelha e Montenegro (2017). 
Quando toda essa cascata não funciona, a liberação dos hormônios 
poderá ser alterada, sendo que várias condições podem causar 
hipofunção ou hiperfunção tireoidianas, facilmente diagnosticadas pela 
dosagem de TSH e T4 livre. O hipertireoidismo é a elevação da liberação 
dos hormônios tiroidianos e possui como principais causas o bócio 
multinodulartóxico (BMNT), o adenoma tóxico e doença de Graves.
A doença de Graves é a principal causa de hipertireoidismo e ocorre por 
uma ativação do sistema imunológico, que se liga aos receptores TSH, 
estimulando o crescimento e a hiperfunção da glândula. Inicialmente, 
ocorre infiltração linfocitária da glândula da tireoide, aparecimento de 
autoanticorpos e elevação dos linfócitos T circulantes. As causas dessa 
resposta autoimune da glândula podem ser genéticas, hormonais e 
ambientais, por exemplo.
Para o tratamento dessas doenças, indica-se a terapia com 
medicamentos antitireoidianos, do grupo das tionamidas, que agem 
inibindo a síntese de hormônios da tireoide, mas podem apresentar 
8484 
como efeito adverso ação imunodepressora por aumentar a atividade 
de linfócitos T supressores. São representante desse grupo: metimazol 
(sendo a primeira escolha para a grande parte dos pacientes), 
propiltiouracila (PTU) – indicado para gestantes no primeiro trimestre – 
e o carbimazol, que age por meio da conversão virtualmente completa 
para metimazol, sendo seus efeitos e doses equivalentes. A remoção 
da glândula e a utilização de iodo radioativo também são indicados 
para o tratamento da doença de Graves, que deverá ser acompanhado 
pela utilização de levotiroxina. Paliativamente, tem-se a utilização de 
betabloqueadores visando a melhora dos sintomas, como taquicardia, 
tremores e ansiedade.
Outra disfunção encontrada é o hipotireoidismo, que leva à redução 
da capacidade da glândula de produzir hormônios tireoidianos, 
sendo resultado da autoimunidade contra a glândula, destruindo-a. 
As principais causas de hipotireoidismo são a tireoidite (inflamação da 
glândula, com consequente fibrose), hipotireoidismo congênito (que 
o ocorre desde o nascimento), o bócio coloide endêmico (causado por 
deficiência dietética de iodeto), bócio coloide idiopático, destruição da 
tireoide por radiação (utilização de iodo radioativo no tratamento da 
doença de Graves) e remoção cirúrgica da glândula. Em todos os casos, 
o tratamento ocorre com a reposição hormonal utilizando a levotiroxina. 
O uso de levotiroxina pode estar associado a risco de perda óssea, com 
consequente desenvolvimento de osteoporose e de fratura.
A levotiroxina apresenta interação medicamentosa com antidiabéticos 
orais e insulina, resultando em um aumento da glicemia, e em pacientes 
diabéticos, pode ser necessário ajuste de dose dos antidiabéticos orais 
ou da insulina. Esse efeito ocorre porque os hormônios tireoidianos 
ajudam a regular a sensibilidade hepática à insulina, que é importante 
para a inibição da gliconeogênese hepática.
Outros medicamentos também podem influenciar os níveis séricos 
dos hormônios da tireoide. Esses medicamentos estão destacados 
no Quadro 11.
8585 85
Quadro 11 – Efeito dos medicamentos sobre a levotiroxina
Medicamento Função Interação
Rifampicina, 
carbamazepina ou 
fenitoína, barbitúricos
Indutores enzimáticos 
(aumentam a ação das 
enzimas e sua liberação)
Aumento no metabolismo 
tireoidiano
Amiodarona Antiarrítmico eanti-isquêmico
Inibe a conversão periférica 
da levotiroxina T4 para T3
Glicocorticoides Anti-inflamatórios e imunossupressores
Inibe a conversão periférica 
da levotiroxina T4 para T3
Propiltiouracil Antitireoidiano Inibe a conversão periférica da levotiroxina T4 para T3
Beta-simpatolíticos 
(propranolol)
Inibidores do 
sistema simpático
Inibe a conversão periférica 
da levotiroxina T4 para T3
Lopinavir, ritonavir Inibidores da protease Perda de efeito terapêutico da levotiroxina
Imatinibe, sunitinibe 
ou sorafenibe Inibidores da tirosina quinase
Redução da eficácia 
da levotiroxina
Anticoncep-
cionais orais Estrógenos Aumentam a ligação da tiroxina
Salicilatos (ex: AAS) Analgésico e antipirético Redução dos níveis de T4 total e de T4 livre
Furosemida 
(intravenosa) Antidiurético
Aumento transitório de T4 
livre e redução do T4 total
Clofibrato Redução dos níveis séricos de colesterol
Altera o metabolismo dos 
hormônios tireoideos com 
consequente redução dos 
níveis de T4 e de T3 livre
Resinas de troca-
iônica (colestiramina, 
sevelamer ou sulfato 
cálcico de poliestireno 
e sais de sódio)
Anti-hiperlipêmico, 
antiprurítico, antídoto 
(resina de troca iônica), 
antidiarreico (ácidos 
biliares pós-operatórios), 
anti-hiperoxalúrico
Redução da absorção 
da levotiroxina
Sucralfato, antiácidos 
e carbonato de cálcio
Medicamentos para o 
trato gastrointestinal
Ocorre redução da absorção 
de levotiroxina no trato 
gastrointestinal.
Sais de ferro 
(sulfato ferroso) Antianêmicos
Reduz a absorção da 
levotiroxina do trato 
gastrointestinal
Fonte: elaborado pela autora.
8686 
O consumo de soja, alimentos à base de soja ou seus subprodutos 
(como a proteína texturizada de soja) e também de fibras, pode 
influenciar o tratamento do hipotireoidismo, aumentando os níveis 
de TSH e reduzindo a biodisponibilidade de T4 livre, sendo necessário 
o aumento da dosagem de levotiroxina para o ajuste dos níveis 
séricos de T4. 
Durante o tratamento do hipotireoidismo, deve-se atentar para as 
demais doenças do paciente, principalmente aquelas doenças que 
podem reduzir o processo absortivo intestinal, como doença celíaca, 
insuficiência pancreática, síndrome do intestino curto e doença 
intestinal inflamatória.
2. Glicocorticoides
Os corticosteroides são hormônios derivados do colesterol secretados 
pelo córtex da glândula adrenal. Os glicocorticoides são tipos de 
hormônios corticosteroides implicados no aumento da concentração 
sanguínea da glicose, podendo exercer efeito sobre o metabolismo dos 
lipídios e das proteínas. Os hormônios glicocorticoides produzidos pelo 
córtex são: cortisol e cortiscosterona.
Cortisona, prednisona, metilprednisona e dexametasona são as 
formulações sintéticas dos glicocorticoides. Como efeitos adversos, de 
forma geral, os glicocorticoides podem promover obesidade e ganho de 
peso, por estimular a neoglicogênese hepática, principalmente a partir 
da utilização de aminoácidos. O cortisol promove menor gasto de glicose 
com fonte de energia, apresentando como consequência a elevação 
dos níveis séricos de glicose. O cortisol também é capaz de promover a 
mobilização de ácidos graxos, retirando-os dos adipócitos e aumentando 
os níveis séricos, o que pode causar dislipidemias. Os principais 
compostos e sua utilização estão apresentados no Quadro 12.
8787 87
Quadro 12 – Compostos com atividade glicocorticoide e/ou 
mineralocorticoide e recomendação terapêutica
Composto Recomendação terapêutica
Hidrocortisona Fármaco de escolha para terapia de reposição
Cortisona Baixo custo. Não utilizada como anti-inflamatório devido aos efeitos mineralocorticoides
Corticosterona –
Prednisolona Fármaco de escolha para efeitos sistêmicos e imunossupressores
Prednisona Inativa até a conversão em prednisolona
Metilprednisolona Ação anti-inflamatória e imunossupressora
Triancinolona Mais tóxica que os outros fármacos
Dexametasona
Ação anti-inflamatória e imunossupressora. Usada quando 
a retenção de água é indesejável, como no edema cerebral. 
Fármaco de escolha para supressão da produção de ACTH
Betametasona Ação anti-inflamatória e imunossupressora, usada quando não se deseja a retenção de água
Desoxicortona –
Fludrocortisona Fármaco de escolha para os efeitos mineralocorticoides
Aldosterna Mineralocorticóide endógeno
Fonte: adaptado de Bavaresco, Bernardi e Battastini (2005).
Outros efeitos da terapia com glicocorticoides consistem na redução da 
absorção intestinal de cálcio e maior excreção renal, sendo que a terapia 
com corticosteroides em longo prazo poderá levar ao desenvolvimento 
e agravamento da osteoporose. Grandes dosagens desses hormônios 
ajudam a aumentar o efeito dos mineralocorticoides, causando retenção 
de sódio e aumento da excreção de potássio, o que pode resultar em 
alterações dos níveis pressóricos arteriais.
A terapia com glicocorticoides é utilizada para diversas finalidades, tais 
como: reposição hormonal (quandoo paciente apresenta problemas 
no córtex suprarrenal), distúrbios reumáticos, doença do colágeno, 
doenças dermatológicas, doenças oftálmicas, doenças gastrointestinais, 
doenças respiratórias, terapias de imunossupressão, terapia antialérgica 
e anti-inflamatória, e na terapia anticâncer. Os glicocorticoides 
podem apresentar interações com outros medicamentos, conforme 
apresentado no Quadro 13.
8888 
Quadro 13 – Interação medicamentosa com os glicocorticoides
Medicamento Função Interação
Paracetamol Analgésico e antipirético
Aumenta os riscos de 
toxicidade no fígado
Cumarínicos, derivados 
da indandiona, 
estreptoquinase 
e uroquinase
Anticoagulantes Aumenta os riscos de ulceração gastrointestinal ou hemorragia
Anfotericina B Antifúngico Ocorre agravamento da queda de potássio no sangue
Inibidores da 
anidrase carbônica Diuréticos
Ocorre agravamento da queda 
de potássio no sangue
Esteroides anabólicos 
e androgênios Hormonal Pode aumentar o risco de edema
Efedrina Vasopressor Diminui a ação dos corticosteroides
Barbitúricos, 
carbamazepina, 
primidona, fenitoína, 
rifamicina, rifabutina, 
troglitazona e 
griseofulvina 
Indutores de 
enzimas hepáticas Diminuem a ação dos corticosteroides
Atropina Anticolinérgicos Aumenta o risco de pressão intraocular
Asparaginase
Utilizada no trata-
mento de leucemia 
linfoblástica aguda, 
leucemia mielóide 
aguda e linfoma 
não Hodgkin
Tem seu efeito hiperglicêmico 
aumentado o uso de glicocorticoides
Anticoncepcionais 
orais, estrogênios Anticoncepcional Efeitos tóxicos aumentados
Digitoxina e digoxina Digitálicos Aumento do risco de arritmias e reações adversas
8989 89
Hidroclorotiazida, 
furosemida, 
clortalidona, 
espironolactona, 
bendroflumetiazida, 
amilorida, bumetanida
Diuréticos
Quando os corticosteroides são 
administrados simultaneamente 
com diuréticos espoliadores de 
potássio, os pacientes devem ser 
observados estritamente quanto ao 
seu desenvolvimento de hipocalemia
Glibenclamida, gli-
clazida, glimepirida, 
glipizida, fenformina, 
metformina, repagli-
nida, voglibose, piogli-
tazona, miglitol, rosi-
glitazona e insulina
Antidiabéticos Aumento da glicemia
Difenilidantoína, 
fenobarbital, 
carbamazepina 
e rifampicina
Estes medicamentos podem 
acentuar a depuração metabólica dos 
corticosteroides, suscitando redução 
dos níveis sanguíneos e diminuição de 
sua atividade fisiológica, o que exigirá 
ajuste na posologia do corticosteroide
Salicilatos (ex: AAS) Analgésico e antipirético
Os glicocorticoides aumentam a 
depuração renal dos salicilatos
Progesterona Anticoncepcional
Possui atividade antiglicocorticoide, 
isto é, atua inibindo competitivamente 
os glicocorticoides
Fonte: elaborado pela autora.
PARA SABER MAIS
Os hormônios adrenocorticais são produzidos pela medula 
adrenal (como a epinefrina e a noraepinefrina), e pelo 
córtex adrenal. Este último produz os corticosteroides, 
que são divididos em mineralocorticoisteroides, 
glicocorticosteroides e andrógenos. O cortisol 
e a corticosterona apresentam atividade de 
mineralocorticosteroides e glicocorticosteroides.
9090 
3. Hormônios esteroides e esteroides anabolizantes
O córtex da suprarrenal, além dos esteroides glicorticosteroides 
e mineralocorticosteroides, também produzem os hormônios 
androgênicos. Outro local de produção dos esteroides androgênicos 
são as gônadas, masculina e feminina, sendo esta última em menor 
quantidade. Os hormônios esteroides androgênicos circulam pela 
corrente sanguínea até os tecidos-alvo, ligando aos seus receptores e 
promovendo alteração da expressão gênica. 
Para a formação de testosterona e progesterona, utiliza-
se como precursor o colesterol convertido a pregnenolona e 
desidroepiandrosterona (DHEA), sendo a produção desses compostos 
controlada por feedback negativo. Ou seja, a queda dos níveis 
séricos de testosterona e progesterona induzem a produção desses 
hormônios androgênicos. Os subprodutos da conversão dos hormônios 
androgênicos a partir do colesterol está apresentada na Figura 9.
Figura 9 – Formação de hormônios androgênicos a partir do colesterol
Fonte: ROCHA; AGUIAR; RAMOS, 2014. 
Os hormônios androgênicos são produzidos sinteticamente sendo 
seus derivados denominados esteroides anabólicos androgênicos 
(EAA). Inicialmente utilizados para o tratamento de pacientes com 
queimaduras, em recuperação de cirurgias de grande extensão, alguns 
9191 91
tipos de anemia, cirrose hepática, alguns tipos de câncer, osteoporose, 
entre outras. Um dos efeitos positivos dos esteroides anabólicos 
androgênicos é o aumento da massa muscular, também promovendo 
o aumento da concentração de hemoglobina, aumento da retenção de 
nitrogênio, aumento da deposição de cálcio dos ossos e redução das 
reservas de tecido adiposo.
Esses efeitos, além de serem muito apreciados nas terapias expostas 
acima, hoje são utilizados como forma de melhorar o desempenho 
esportivo, sendo indicados, principalmente, para o ganho de 
massa muscular (pelo aumento da síntese proteica e inibição do 
catabolismo proteico), e aumento da capacidade respiratória 
(pelo estímulo a eritropoiese).
A popularização dos suplementos ergogênicos como os EAA tem 
promovido o consumo elevado desses compostos com o intuito de 
melhorar o desempenho atlético, aumento da energia, aparência 
física e capacidade de trabalho. O consumo desses compostos na 
prática desportiva e em competições é considerado doping. No Brasil, 
segundo a legislação vigente (Decreto-lei nº 183, de 26/7/1997), doping 
“é a administração aos praticantes desportivos ou o uso por estes 
de classes farmacológicas de substâncias ou de métodos constantes 
das listas não aprovadas pelas organizações desportivas nacionais 
e internacionais”. O doping direto é considerado quando ocorre o 
consumo de testosterona e seus análogos. Já o doping indireto é a 
utilização de componentes estimuladores da testosterona endógena, 
tanto de origem animal quanto vegetal. 
A Agência Mundial Antidoping publicou em janeiro de 2019 a revisão do 
Código Mundial Antidoping, destinado a padronizar a lista de compostos 
proibidos, a forma de realização de testes e investigações antidoping, 
entre outros. A lista de compostos proibidos identifica as substâncias e 
métodos não permitidos dentro e fora da competição. As substâncias 
e os métodos da lista são classificados por categorias diferentes (por 
exemplo: esteroides, estimulantes e doping genético). A lista publicada 
pela Agência Mundial Antidoping está apresentada no Quadro 14.
9292 
Quadro 14 – Lista de compostos proibidos pela Agência Mundial 
Antidoping com atividade esteroide e anabolizante
Esteroides anabólicos androgênicos (EAA)
Exógenos (substância não produzida naturalmente pelo corpo)
1-Androstenediol (5α-androst-1-ene-3β,17β-dio (l);
1-Androstenedione (5α-androst-1-ene-3,17-dione);
1-Androsterone (3α-hydroxy-5α-androst-1-ene-17-one);
1-Testosterone (17β-hydroxy-5α-androst-1-en-3-one);
Bolasterone;
Calusterone;
Clostebol;
Danazol ([1,2]oxazolo[4’,5’:2,3]pregna-4-en-20-yn-17α-ol);
Dehydrochlormethyltestosterone (4-chloro-17β-hydroxy17α-methylandrosta-1,4-dien-3-one);
Desoxymethyltestosterone (17α-methyl-5α-androst2-en-
17β-ol and 17α-methyl-5α-androst-3-en-17β-ol);
Drostanolone;
Ethylestrenol (19-norpregna-4-en-17α-ol);
Fluoxymesterone;
Formebolone;
Furazabol (17α-methyl [1,2,5]oxadiazolo[3’,4’:2,3]-5αandrostan-17β-ol);
Gestrinone;
Mestanolone
Mesterolone;
Metandienone (17β-hydroxy-17α-methylandrosta-1,4-dien3-one);
Metenolone;
Methandriol;
Methasterone (17β-hydroxy-2α,17α-dimethyl-5αandrostan-3-one);
Methyldienolone (17β-hydroxy-17α-methylestra-4,9-dien3-one);
Methyl-1-testosterone (17β-hydroxy-17α-methyl-5αandrost-1-en-3-one);
Methylnortestosterone (17β-hydroxy-17α-methylestr-4-en3-one);
Methyltestosterone; Metribolone (methyltrienolone, 
17β-hydroxy-17αmethylestra-4,9,11-trien-3-one);
Mibolerone;
Norboletone;
Norclostebol;
Norethandrolone;
Oxabolone;
Oxandrolone;
Oxymesterone;
Oxymetholone;
Prostanozol (17β-[(tetrahydropyran-2-yl)oxy]-1’Hpyrazolo[3,4:2,3]-5α-androstane);Quinbolone;
Stanozolol;
Stenbolone;
Tetrahydrogestrinone (17-hydroxy-18a-homo-19-nor-17αpregna-4,9,11-trien-3-one);
Trenbolone (17β-hydroxyestr-4,9,11-trien-3-one);
9393 93
Endógeno (substância produzida naturalmente pelo corpo)
4-Androstenediol (androst-4-ene-3β,17β-diol);
4-Hydroxytestosterone (4,17β-dihydroxyandrost-4-en-3- one);
5-Androstenedione (androst-5-ene-3,17-dione);
7α-hydroxy-DHEA; 7β-hydroxy-DHEA;
7-keto-DHEA;
19-Norandrostenediol (estr-4-ene-3,17-diol);
19-Norandrostenedione (estr-4-ene-3,17-dione);
Androstanolone (5α-dihydrotestosterone, 17β-hydroxy-5αandrostan-3-one);
Androstenediol (androst-5-ene-3β,17β-diol);
Androstenedione (androst-4-ene-3,17-dione);
Boldenone;
Boldione (androsta-1,4-diene-3,17-dione);
Epiandrosterone (3β-hydroxy-5α-androstan-17-one);
Epi-dihydrotestosterone (17β-hydroxy-5β-androstan-3- one);
Epitestosterone;
Nandrolone (19-nortestosterone);
Prasterone (dehydroepiandrosterone, DHEA, 3β-hydroxyandrost-5-en-17-one);
Testosterone.
Fonte: WORLD ANTI-DOPING AGENCY, 2019. 
Os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) causam diversos efeitos 
adversos no organismo, tais como: dermatológicos (acne e estrias), 
musculoesqueléticos (fechamento prematuro das epífises ósseas e 
déficit de crescimento estatural), endócrinos (ginecomastia, alterações 
da libido, impotência e infertilidade), geniturinário (diminuição 
do número de espermatozoides, atrofia testicular, irregularidade 
menstrual, masculinização nas mulheres, hipertrofia do clitóris), 
cardiovascular (trombose, dislipidemias pelo aumento da mobilização 
de lipídios sanguíneos, aumento da pressão arterial e diminuição das 
funções do miocárdio), hepático (aumento de transaminases, fosfatase 
alcalina, bilirrubina conjugada e proteínas séricas, icterícia, colestase e 
risco aumentado de tumores), endócrino (alteração do metabolismo de 
carboidratos, resistência à insulina, intolerância à glicose, diminuição 
na liberação de hormônios da tireoide) e psicológicos (psicose, 
depressão, alteração do humor e agressividade).
9494 
ASSIMILE
Os esteroides anabólicos androgênicos (EAA) melhoram 
a performance esportiva em várias modalidades, mas 
sua utilização possui efeitos colaterais que devem ser 
considerados. Os EAA também são proibidos por diversas 
organizações desportivas internacionais por serem 
considerados doping.
Caro aluno, neste capítulo, vimos sobre a terapia hormonal a 
partir dos hormônios produzidos no córtex da glândula adrenal. 
Glicocorticosteroides, mineralocorticosteroides e hormônios 
androgênicos, precursores da testosterona e do estrógeno. Foram 
apresentados os riscos e efeitos colaterais dos esteroides anabólicos 
androgênicos (EAA), comumente relatados por praticantes de exercício 
físico para melhorar a performance atlética. Também vimos sobre a 
disfunção da tireoide e a interação medicamentosa com a levotiroxina, 
o que pode alterar os efeitos no tratamento, promovendo a retenção 
ponderal e a dificuldade para a perda de peso.
TEORIA EM PRÁTICA
A procura por emagrecimento é constante na rotina 
de atendimento ambulatorial do nutricionista. Em uma 
dessas consultas, você atendeu o sr. Jonathas M. Gaspari, 
de 38 anos, que relatou dificuldade para perder peso, e 
atualmente possui IMC = 32,1 kg/m2. Ele alegou realizar 
exercício físico constante desde os 25 anos, principalmente 
musculação. Durante a anamnese, o paciente relatou já ter 
utilizado algumas substâncias ergogênicas (como cafeína, 
efedrina, oxadrolona e DHEA), mas que havia parado com 
9595 95
esses compostos há cerca de um mês, desde que 
foi diagnosticado com hipotireoidismo e diabetes. 
Para o tratamento farmacológico, o médico indicou o 
consumo de levotiroxina 100 mg e metformina 1000 mg. 
O paciente também faz acompanhamento para 
hipertensão arterial, utilizando hidroclorotiazida 50 mg 
e ácido acetilsalicílico. Considerando o exposto pelo 
paciente, explique os riscos do consumo das substâncias 
ergogênicas. Realize uma avaliação das interações dos 
medicamentos entre si e com os nutrientes e indique qual 
deverá ser sua conduta na prescrição dietoterápica.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A tireoide é uma glândula que fica situada no pescoço, 
responsável por produzir os hormônios triiodotironina 
(T3), tiroxina (T4) e calcitonina. Uma das disfunções 
da glândula da tireoide é o hipotiroidismo. Sobre essa 
disfunção, uma das suas causas é:
a. Doença de Graves.
b. Bócio multinodular tóxico.
c. Adenoma tóxico
d. Tireoidite de Hashimoto.
e. Síndrome de Klinefelter.
2. Os corticosteroides são hormônios derivados do 
colesterol secretados pelo córtex da glândula adrenal. 
9696 
A terapia com glicocorticoides é utilizada para diversas 
finalidades. Uma dessas finalidades é: 
a. Regulação da triiodotironina.
b. Doença do colágeno.
c. Analgesia.
d. Anticoagulante.
e. Anticolinérgico.
3. O córtex da suprarrenal, além dos esteroides 
glicorticosteroides e mineralocorticosteroides, 
também produzem os hormônios androgênicos. 
Os hormônios androgênicos são produzidos 
sinteticamente, sendo seus derivados denominados 
de esteroides anabólicos androgênicos (EAA). 
Sobre os esteroides anabólicos androgênicos (EAA), 
considere as seguintes afirmações:
I. Inicialmente foram utilizados para o tratamento de 
pacientes com queimadura.
II. Um dos efeitos positivos dos esteroides anabólicos 
androgênicos é o aumento da massa muscular.
III. Como efeito adverso, os EAAs podem levar ao 
fechamento prematuro das epífises ósseas e 
déficit de crescimento estatural.
IV. Os EAAs também podem provocar alterações da 
glicemia e resistência à insulina.
9797 97
V. Os EAAs são importantes para a redução da deposição 
de cálcio dos ossos, podendo levar à osteoporose. 
Agora, assinale a alternativa correta:
a. Apenas as afirmativas I, III e IV estão corretas.
b. Apenas as afirmativas II, III e IV estão corretas.
c. Apenas as afirmativas I, II e III estão corretas.
d. Apenas as afirmativas II, III e V estão corretas.
e. As afirmativas I, II, III e IV estão corretas.
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Gabarito 
Questão 1 – Resposta D
Resolução: a síndrome de Klinefelter (SK) consiste num grupo 
de anomalias cromossômicas nas quais encontram-se dois ou 
mais cromossomos X em machos. Bócio multinodular tóxico 
(BMNT), o adenoma tóxico e doença de Graves são causas de 
hipertireoidismo. 
Feedback de reforço: reveja o tópico sobre a disfunção tireoidiana.
https://www.redalyc.org/pdf/408/40820411.pdf
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpedm.2014.09.002
http://dx.doi.org/10.1016/j.rpedm.2014.09.002
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https://www.wada-ama.org/sites/default/files/wada_2019_english_prohibited_list.pdf
9999 99
Questão 2 – Resposta B
Resolução: a terapia com glicocorticoides é utilizada para 
diversas finalidades, tais como: reposição hormonal (quando o 
paciente apresenta problemas no córtex suprarrenal), distúrbios 
reumáticos, doença do colágeno, doenças dermatológicas, doenças 
oftalmológicas, doenças gastrointestinais, doenças respiratórias, 
terapias de imunossupressão, terapia antialérgica e anti-
inflamatória, e na terapia anticâncer.
Feedback de reforço: reveja o tópico sobre glicocorticosteroides.
Questão 3 – Resposta E
Resolução: os EAAs promovem o aumento da deposição de cálcio 
dos ossos, evitando o desenvolvimento de osteoporose.
Feedback de reforço: que tal rever mais sobre esteroides 
anabolizantes?
100100 
Medicamentos anti-hipertensivos, 
antianêmicos e quimioterápicos 
no estado nutricional
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Conhecer os principais medicamentos 
anti-hipertensivos.
• Conhecer os principais antianêmicos e sua 
forma de ação.
• Conhecer os principais agentes quimioterápicos 
e seus efeitos colaterais.
101101 101
Prezado aluno, uma das doenças que mais têm aumentado sua 
prevalência no Brasil e ocorre de forma silenciosa é a hipertensão 
arterial. Ela é um dos principais fatores de risco para doenças 
cardiovasculares, como infarto agudo do miocárdio, trombose e 
acidente vascular encefálico. O mecanismo fisiopatológico é complexo 
e envolve diversos sistemas, sendo a forma de tratamento com agentes 
anti-hipertensivos utilizada de forma a anular a resposta desse sistema 
ao aumento da vasoconstrição, por exemplo.
Além dos anti-hipertensivos, você estudará os medicamentos 
antianêmicos e quimioterápicos. A anemia é outra doença de origem 
alimentar que, após instalada, deverá ser tratada com a utilização de 
medicamentos. Já os quimioterápicos apresentam diversos efeitos 
adversos que deverão ser considerados durante a prescrição dietética. 
Bom estudo!
1. Medicamentos anti-hipertensivos
A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é diagnosticada, segundo a 
7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial, publicada pela Sociedade 
Brasileira de Cardiologia, quando o valor da pressão sistólica for superior 
a 140 mmHg e a pressão diastólica, superior a 90 mmHg, com a mediada 
realizada em adultos, segundo o protocolo determinado na diretriz.
A pressão arterial elevada ocorre por um desequilíbrio do feedback 
de diversos sistemas, tais como sistema cardiovascular, renal, neural 
e endócrino. Denomina-se pressão arterial o produto do débito 
cardíaco (DC) e da resistência vascular periférica (RVP). O DC é 
influenciado pela contratilidade e o relaxamento do miocárdio, o 
volume sanguíneo, o retorno venoso e a frequência cardíaca. 
Já o RVP depende da espessura das artérias, recebendo influências 
vasoconstritoras ou vasodilatadoras do sistema nervoso simpático, 
do sistema renina-angiotensina-angiotensinogênio e da modulação 
102102 
endotelial. Essa modulação é realizada por agentes relaxantes, como 
óxido nítrico (NO), fator hiperpolarizante derivado do endotélio (EDHF) e 
prostaciclinas (relaxantes); fatores constritores, tais como: prostaglandina 
H2 (PGH2), tromboxana A2, angiotensina II (AngII), endotelina-1 (ET-1) e os 
ânions superóxidos ou espécies reativas de oxigênio (ROS).
A alteração endotelial em pacientes com hipertensão arterial crônica 
apresenta aumento de RVP e DC, ficando normal ou reduzido, sendo 
a vasoconstrição acentuada pelo aumento da atividade do sistema 
nervoso simpático (SNS), do sistema renina-angiotensina. A angiotensina 
II pode promover lesão vascular, inflamação vascular, aumento da 
contratilidade miocárdica, além de estimular a produção de ROS e elevar 
a expressão de citocinas pró-inflamatórias.
Já o sistema nervoso simpático (SNS) apresenta aumento da liberação 
de catecolaminas, com aumento da responsividade dos receptores 
β-adrenérgicos. Também foi verificado o aumento da liberação, 
sensibilidade e excreção de norepinefrina em pacientes hipertensos.
Dessa forma, os medicamentos utilizados para o controle da pressão 
arterial são divididos, de acordo com sua função, em: diuréticos, 
inibidores adrenérgicos (com ação central, betabloqueadores e alfa 
bloqueadores), vasodilatadores diretos, bloqueadores dos canais de 
cálcio, inibidores da enzima conversora de angiotensina, bloqueadores 
do receptor AT1 da angiotensina II e inibidor direto de renina. 
Os diuréticos apresentam como mecanismo de ação anti-hipertensiva 
a diminuição do volume extracelular. Tiazídicos e similares são os 
diuréticos preferencias para tratamento. Já diuréticos de alça, como a 
furosemida, são reservados para situações de hipertensão associada 
a insuficiência renal. Deve-se ressaltar o risco de hipopotassemia e 
hipomagnesemia. Deverá ser considerado o risco de intolerância a 
glicose e aumento de triglicérides circulantes com o uso de diuréticos.
103103 103
Os inibidores adrenérgicos atuam estimulando os receptores alfa-2-
adrenérgicos pré-simpáticos no SNC , como a alfametildopa, a clonidina. 
Já os alfaboloqueadores e betabloqueadores atuam na diminuição do 
DC, redução da secreção de renina e diminuição das catecolaminas.Os 
betabloqueadores de 1ª e 2ª geração devem ser considerados com maior 
cuidado, pois podem provocar intolerância à glicose e elevação de LDL-
colesterol, assim como aumento do risco de doenças cardiovasculares.
Estes medicamentos poderão ser utilizados de forma isolada ou em 
conjunto, conforme demonstrado na Figura 10. É importante observar 
durante a escolha das combinações medicamentosas que os fármacos 
não apresentam os mesmos mecanismos de ação.
Figura 10 – Combinação preferencial dos diferentes agentes anti-
hipertensivos para o tratamento da hipertensão arterial sistêmica.
Fonte: MALACHIAS, M. V. B. et al. Capítulo 7 – Tratamento medicamentoso. 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s.l.], v. 107, n. 3, p. 35-43, 2016. 
Disponível em: http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_
ARTERIAL.asp. Acesso em: 9 jul. 2019.
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp
104104 
Para a escolha do anti-hipertensivo, algumas características deverão 
ser observadas, tais como: ser eficaz por via oral, ser seguro, bem 
tolerado e com relação risco-benefício favorável ao paciente, permitir a 
administração em menor número possível de tomadas, com preferência 
para dose única diária, entre outras, conforme apresentado na 7ª 
Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial.
Quadro 15 – Medicamentos anti-hipertensivos utilizados para o 
tratamento da hipertensão arterial, segundo o mecanismo de ação
Medicamentos
Diuréticos Alça Poupadores de potássio
Inibidores 
adrenérgicos
Tiazídicos Bumetamida Amilorida* Ação central
Clortalidona Furosemida Espironolactona Alfametildopa
Hidroclorotiazida Piretanida Triantereno* Clonidina
Indapamida Guanabenzo
Indapamida SR*** Moxonidina
Alça Rilmenidina
Bumetamida Reserpina*
Furosemida
Piretanida
Betabloqueadores Alfabloqueadores Vasodilatadores diretos
Bloqueadores dos 
canais de cálcio
Atenolol Doxazosina Hidralazina Fenilalquilaminas
Bisoprolol Prazosina Minoxidil Verapamil Retard**
Carvedilol+ Prazosina XL***
Metoprolol e 
Metoprolol (ZOK)*** Terazosina
Nadolol
Nebivolol++
Propranolol**/ 
Propranolol (LA)***
Pindolol
105105 105
Benzotiazepinas Inibidores da ECA Bloqueadores do receptor AT1
Inibidor 
direto da renina
Diltiazem AP, 
SR ou CD*** Benazepril Candesartana Alisquireno
Diidropiridinas Cilazapril Irbersartana
Anlodipino Delapril Losartana
Felodipino Enalapril Olmesartana
Isradipina Fosinopril Telmisartana
Lacidipina Lisinopril Valsartana
Lercarnidipino Perindopril
Manidipino Quinapril
Nifedipino Oros*** Ramipril
Nifedipino Retard*** Trandolapril
Nisoldipino
Nitrendipino
Fonte: MALACHIAS, M. V. B. et al. Capítulo 7 – Tratamento medicamentoso. 
Arquivos Brasileiros de Cardiologia, [s.l.], v. 107, n. 3, p. 35-43, 2016. Disponível em: 
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp. 
Acesso em: 9 jul. 2019.
PARA SABER MAIS
A medição da pressão arterial deverá ser realizada em 
crianças a partir dos 3 anos de idade e para adolescentes em 
toda avaliação clínica, pelo menos anualmente. Os pontos 
de corte para a determinação da hipertensão deverão ser 
realizados segundo o percentil de estatura, idade e sexo.
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp
106106 
2. Medicamentos antianêmicos
O ferro é um mineral essencial para a formação da hemoglobina e 
o transporte de oxigênio, sendo esta a sua função mais conhecida. 
Além de ser constituinte do anel porfírio da hemoglobina, o ferro 
participa em processos de oxirredução no citocromo. Outra função 
do ferro é atuar na cascata oxidativa de redução do peróxido de 
hidrogênio, por meio da catalase.
O ferro utilizado no organismo para exercer essas funções é 
proveniente da dieta e de hemácias envelhecidas. No caso do ferro 
dietético, vários fatores influenciam na sua biodisponibilidade, 
considerando desde o seu consumo, a sua absorção intestinal até 
sua utilização para a formação da hemoglobina. Após absorvido, 
o ferro poderá ficar estocado sob a forma de ferritina e hemossiderina 
nas células reticuloendoteliais do fígado, baço e da medula óssea. 
O ferro armazenado na forma de ferritina é mais solúvel e de mais 
fácil acesso quando comparado ao ferro da hemossiderina. O equilíbrio 
homeostático da concentração de ferro é regulado pela presença 
de hepcidina (denominada regulação sistêmica) e pelas proteínas 
reguladoras de ferro (denominada regulação intracelular).
Sempre que ocorre a falta de ferro ou seus fatores eritropoiéticos, 
tais como eritropoietina, ácido fólico (vitamina B9) e cianocobalamina 
(vitamina B12), a produção de hemoglobina é afetada, levando ao 
desenvolvimento de anemia ferropriva (se for pela deficiência de ferro) 
ou anemia megaloblástica (se for pela deficiência de vitaminas B9 e B12). 
A anemia ferropriva e por falta de vitaminas poderá ser detectada, 
segundo o seu estágio de depleção de ferro, acompanhando o 
hemograma e demais exames bioquímicos (como a ferritina), conforme 
apresentado no Quadro 16 a seguir.
107107 107
Quadro 16 – Estágio de depleção do ferro no organismo 
diagnosticado a partir de exames bioquímicos
1º estágio
Depleção 
dos estoques
2º estágio
Depleção de ferro, 
sem anemia
3º estágio
Depleção de ferro, 
com anemia
Hemoglobina Normal Normal Diminuída
Volume 
Corpuscular 
Médio (VCM)
Normal Normal Diminuído
Ferro sérico Normal Diminuído Diminuído
Ferritina Diminuída Diminuída Diminuída
Capacidade de 
ligação do ferro Normal Aumentada Aumentada
Protoporfirina livre Normal Normal Aumentada
Fonte: SILVA, 2007. 
A eritropoietina (EPO) é sintetizada principalmente pelas células 
peritubulares renais, havendo a necessidade de ministrar a EPO 
recombinante (denominada de alfaepoietina ou betaepoietina) 
quando o paciente apresenta alguma doença renal que comprometa a 
produção de EPO. A EPO recombinante é indicada nos casos de anemia 
por insuficiência renal crônica; anemia nos pacientes com SIDA em 
uso de agentes retrovirais, como a zidovudina; anemia em pacientes 
oncológicos em uso de quimioterapia; anemia em procedimento 
pré e perioperatório, e anemias de doenças crônicas (como artrite 
reumatoide). A via de utilização indicada para ministrar a EPO 
recombinante é intravenosa, subcutânea e intraperitoneal.
Os sais de ferro são indicados pelo Ministério da Saúde em seu 
Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas. Deverá ser utilizado o 
sulfato ferroso, que irá variar de 5mg/ml a 40 mg/ml de ferro elementar 
(de acordo com prescrição médica), podendo ser utilizado por crianças, 
adolescentes, adultos, gestantes e idosos. 
108108 
Na falha à resposta da terapia medicamentosa por via oral, dada pela 
necessidade de correção rápida dos depósitos em período gestacional, 
hemodiálise e uso de eritropoietina, má absorção oral, patologia 
intestinal grave, como retrocolite ulcerativa, ileíte regional, doença de 
Crohn na fase ativa, pré-operatório, acloridria e gastrectomia total, 
recomenda-se a terapia com sacarato de hidróxido férrico, na dose de 
100 mg, injetável, por via intravenosa, não sendo recomendado para 
gestantes após o 2º trimestre de gestação.
A forma de escolha dos sais de ferro (forma ferrosa) é indicada por 
possuir melhor absorção no duodeno e jejuno proximal. Para não 
reduzir a biodisponibilidade dos sais de ferro, recomenda-se que o 
medicamento não seja administrado em conjunto com as refeições, 
pois os fosfatos, fitatos, tanatos e demais minerais (como o zinco 
e o cálcio) se ligam ao ferro, reduzindo sua absorção. Antiácidos, 
bloqueadores da bomba de prótons, antibióticos (como quinolonas 
e tetraciclinas), além de café, leite e derivados e ovos deverão ser 
ingeridos duas horas antes ou quatro horas depois do medicamento.
Indica-se o consumo de alimentos que possuem ácido cítrico, 
como suco de laranja e suco de limão, nos horários de consumo do 
medicamento.O ferro é mais bem absorvido como sal ferroso (Fe2+) 
num ambiente levemente ácido, daí a indicação de tomá-lo com meio 
copo de suco de laranja ou limão.
Na terapia medicamentosa, poderão ser utilizados também os sais 
ferrosos para uso oral à base de gluconato, succinato, fumarato e ferro 
quelato, sendo que a melhor absorção e o tratamento de custo mais 
baixo ainda é realizada com a terapia de reposição com sulfato ferroso.
109109 109
3. Quimioterápicos
O desequilíbrio entre os ciclos de proliferação celular e a apoptose 
celular (morte celular) pode originar as neoplasias. O processo de 
desenvolvimento das neoplasias é conhecido como oncongênese ou 
carcionogênese, descrevendo os processos de mutações do DNA. Uma 
vez alterado o processo de equilíbrio entre a produção e a morte celular, 
três processos poderão ocorrer com as células:
• A morte celular ocasionada pela detecção do erro; 
• Reparação do dano celular; ou 
• A transmissão do dano para as demais células-filhas. 
A quimioterapia antineoplásica atua no emprego de substâncias 
químicas com a finalidade de tratar as neoplasias malignas. 
Os medicamentos antineoplásicos agem no ciclo de divisão celular. 
É importante lembrar que o tumor maligno é constituído por três 
grupos de células: (1) aquelas que se dividem ativamente, nas fases 
denominadas G1, S, G2 e M; (2) as células que ficam paradas na fase G0; 
e (3) as células que perdem a sua capacidade reprodutiva e acabam 
morrendo ou sendo eliminadas. Os agentes antineoplásicos têm a 
capacidade de agir diretamente em diversas fases do ciclo celular, 
sendo o tratamento quimioterápico mais efetivo quando as células se 
reproduzem mais ativamente.
O tratamento quimioterápico tem por finalidade ser neoadjuvante, que 
é aplicada antes do tratamento curativo, com o objetivo de reduzir o 
risco do procedimento cirúrgico e reduzir o risco de doenças a distância. 
A terapia poderá ser adjuvante, quando administrada após o tratamento 
principal, aumentando a chance de cura. A terapia é curativa quanto o 
tratamento é sistêmico e definitivo para a cura da doença. Já a terapia 
paliativa ocorre para o tratamento dos sintomas da doença, atuando 
na melhoria da qualidade de vida, sendo utilizada principalmente em 
tumores metastáticos. Os principais quimioterápicos e os mecanismos 
de ação encontram-se descritos no Quadro 17.
110110 
Quadro 17 – Classificação dos quimioterápicos, nomes dos 
medicamentos e mecanismo de ação
Classe do 
quimioterápico
Nome dos 
medicamentos Mecanismo de ação
Antimetabólitos: 
antagonistas do 
ácido fólico, purínicos 
e pirimidínicos
Metotrexato (MTX) 
e raltitrexato, 
fludarabina, cladribina, 
mercaptopurina, 
tioguanina, 
5-fluorouracil (5-FU), 
citarabina, gencitabina 
e capecitabina
Incorporam-se à célula, bloqueando 
a produção de enzimas ou interpon-
do-se às cadeias de DNA e RNA, trans-
mitindo mensagens errôneas. São 
do tipo ciclo específico e agem em 
determinadas fases do ciclo celular
Alquilantes: 
mostardas 
nitrogenadas, 
etilenaminas, 
nitrossureias e 
metais pesados
Mecloretamina, 
melfalano, clorambucil, 
ifosfamida e 
ciclofosfamida, tiotepa, 
carmiustina, lomustina, 
estreptoocina, 
cisplatina, carboplatina 
e oxaliplatina
Compostos capazes de substituir, em 
outra molécula, um átomo de hidro-
gênio por um radical alquil. Ligam-se 
ao DNA de modo a impedir a sepa-
ração dos dois filamentos do DNA na 
dupla hélice espiralar, fenômeno in-
dispensável para a replicação. Afetam 
as células em todas as fases do ciclo 
celular de modo inespecífico. Rara-
mente produzem efeito clínico ótimo 
sem a combinação com outros agen-
tes fase-específicos do ciclo celular
Inibidores mitóticos: 
alcaloides da 
vinca e taxanos
Vincristina, cimblastina, 
vinorelbina, vindesina, 
docetaxel e paclitaxel
Podem paralisar a mitose na metás-
tase, por sua ação sobre a proteína 
tubulina, formadora dos microtúbulos 
pelo qual migram os cromossomos. 
Desse modo, os cromossomos, du-
rante a metáfase, ficam impedidos de 
migrar, ocorrendo a interrupção da 
divisão celular. Interferem na forma-
ção do fuso mitótico. São do tipo ciclo 
específico e agem na fase da mitose
Antibióticos 
antitumorais
Doxorrubicina, 
daunorrubicina, 
epirrubicina, 
idarrubicina, 
mitomicina, 
mitoxantrona, 
bleomicina, 
dactionomicina
Atuam interferindo na síntese de 
ácidos nucleicos, impedindo a 
duplicação e a separação das ca-
deias de DNA e RNA. São do tipo 
ciclo-inespecíficos e agem em to-
das as fases do ciclo celular
111111 111
Miscelânia
Hidroxiureia, 
procarbazina, 
L-asparaginase
Medicamentos de composição 
química e ação pouco conhecidas
Topoisomerase-
interativos: derivados 
da camptotecina e da 
epipodofilotoxina
Irinoteano e 
topotecano, etoposido 
e teniposido
Interagem com a enzima 
topoisomerase I e II, interferindo 
na síntese do DNA. São ciclo-
específicas e agem na fase S
Pró-drogas
São geralmente 
agentes alquilantes 
(temozolomida – 
pró-fármaco da 
dacarbazina) ou 
antimetabólitos 
(capecitabina – pró-
fármaco do fluorouracil)
Drogas inertes que requerem 
ativação enzimática celular para 
se tornarem agentes ativos. 
A enzima necessária, muitas 
vezes, é mais prevalente em tecido 
maligno, permitindo a seletividade 
do tecido e menor toxicidade
Novos agentes
Epotilonas – ixabepilona 
(Ixempra®) Estabiliza os microtúbulos
Cabazitaxel (Jevtana®) Inibidor de microtúbulos
Trabectedina (Yondelis®)
Bloqueia o ciclo celular na fase 
G2/M e altera o mecanismo 
do reparo do DNA
Citotóxicos associados 
a nanopartículas 
– Abraxane®
É uma nova apresentação do 
paclitaxel ligado à albumina; além 
disso, não possui solventes como 
o Cremophor®, que elimina a 
necessidade de pré-medicação com 
esteroides ou anti-histamínicos. 
Lenalidomida – 
(Revlimid®)
Possui propriedades 
antineoplásicas, antiangiogênicas 
e imunomoduladoras (imunidade 
mediada por células T e natural 
killer) e inibe a produção de 
citocinas pró-inflamatórias
Terapia-alvo
O objetivo final é afetar, 
especificamente, a célula maligna, 
preservando as células normais. 
Com a identificação da propriedade 
única de célula malignas (células-
alvo). O agente interage somente 
com essa propriedade
Fonte: RODRIGUES; MARTIN, 2016. 
112112 
Deve-se ressaltar a existência dos efeitos colaterais quando se utiliza 
a terapia com quimioterápicos. Os efeitos mais comuns ocorrem na 
medula óssea (como leucopenia, anemia e neutropenia), no sistema 
gastrointestinal (mucosite, diarreia, náuseas e vômitos) e sistema 
tegumentar (alopecia, hiperpigmentação e fotossensibilidade). Podem 
ocorrer, ainda, efeitos respiratórios (dispneia e estertores finos), 
cardiovasculares (cardiotoxicidade aguda, subaguda e crônica) e 
neurológicos (neurotoxicidade periférica, central e/ou autonômica)
ASSIMILE
As células eucarióticas apresentam seu ciclo celular dividido 
entre interfase (fases G1, S e G2) e a fase mitótica (mitose 
e citocinese) e fase G0. A interfase permite o crescimento 
celular e a replicação da cópia do seu DNA. Já a fase mitótica 
é responsável pela separação do material genético (DNA) 
em dois conjuntos similares, além da divisão do citoplasma, 
formando duas novas células.
Caro aluno, neste capítulo, vimos sobre as formas de tratamento e a 
combinação medicamentosa possível para o controle da pressão arterial, 
assim como os diferentes mecanismos de ação. Os antianêmicos 
também foram estudados, assim como algumas particularidades 
em relação ao consumo alimentar. Por fim, os quimioterápicos e sua 
forma de ação foram estudados, destacando sua forma de atuação no 
organismo e os principais efeitos adversos.
113113 113
TEORIA EM PRÁTICA
Muitos pacientes são encaminhados ao consultório para 
o tratamento da anemia. Como foi visto, uma vez que 
a anemia está diagnosticada, o tratamento deverá ser 
medicamentoso. Além disso, no Sistema Único de Saúde, 
existem medicamentos comumente utilizados para o 
controle da pressão por serem fornecidos gratuitamente no 
sistemade saúde. Considerando o exposto, faça uma lista 
de recomendações para serem entregues aos pacientes 
com anemia, indicando a melhor forma de interação entre 
alimentos e medicamento para o sucesso da terapia. 
E verifique junto ao sistema de saúde de sua região 
quais são os principais medicamentos utilizados no SUS 
para o tratamento da hipertensão arterial.
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. A pressão arterial elevada é fator de risco para o 
desenvolvimento de doenças cardiovasculares, como 
infarto do miocárdio, trombose e acidente vascular 
cerebral. A hipertensão é a elevação da pressão arterial e 
deverá ser diagnosticada quando os valores da pressão 
sistólica e diastólica, aferidos no consultório, forem:
a. 140 mmHg/90 mmHg.
b. 120 mmHg/80 mmHg.
c. 135 mmHg/85 mmHg.
114114 
d. 140 mmHg/90 mmHg.
e. 140 mmHg/70 mmHg.
2. A anemia ferropriva é uma das doenças mais 
prevalentes no mundo e no Brasil. A principal população 
de risco consiste em crianças em fase de amamentação 
e gestantes. O tratamento da anemia deverá ser 
realizado com sais de ferro. Sobre a importância 
do ferro no organismo, pode-se dizer que:
a. O ferro utilizado no organismo é proveniente 
somente da dieta.
b. Após absorvido, o ferro poderá ficar estocado sob a 
forma de hemossiderina.
c. A absorção do ferro dietético é alta e não é 
influenciada por fatores dietéticos.
d. A hepcidina é responsável pelo transporte de ferro.
e. A principal função do ferro no organismo é ser 
constituinte da enzima catalase.
3. O ciclo de proliferação celular possui três fases para 
replicação do material genético e consequente divisão. 
Durante a oncogênese, ocorre o desequilíbrio desse 
ciclo de proliferação celular. As fases do ciclo de divisão 
celular são:
a. Interfase (mitose e citocinese), fase mitótica 
(fases G1, S e G2) e G0.
b. Interfase (G0), fase mitótica (fase G1 e S) e G2.
115115 115
c. Interfase (fases G1, S e G2), fase mitótica (mitose e 
citocinese) e G0.
d. Interfase (fases G1 e G2), fase mitótica (Fase S) e G0.
e. Interfase (fase G0), fase mitótica (mitose e 
citocinese) e G1.
Referências bibliográficas
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bitstream/123456789/1837/1/YAMASGISHI%20et%20al..pdf. Acesso em: 8 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta A
Resolução: a hipertensão arterial sistêmica é diagnosticada, 
segundo a 7ª Diretriz Brasileira de Hipertensão Arterial publicada 
pela Sociedade Brasileira de Cardiologia, quando o valor da pressão 
sistólica for superior a 140 mmHg e a pressão diastólica, superior 
a 90 mmHg, com a medida realizada em adultos, segundo o 
protocolo determinado na diretriz.
Feedback de reforço: retome os estudos e tente novamente!
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp
http://publicacoes.cardiol.br/2014/diretrizes/2016/05_HIPERTENSAO_ARTERIAL.asp
http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=116
http://www.adolescenciaesaude.com/detalhe_artigo.asp?id=116
http://repositorio.faema.edu.br:8000/bitstream/123456789/1837/1/YAMASGISHI%20et%20al..pdf
http://repositorio.faema.edu.br:8000/bitstream/123456789/1837/1/YAMASGISHI%20et%20al..pdf
117117 117
Questão 2 – Resposta B
Resolução: o ferro utilizado no organismo é decorrente da 
reciclagem das hemácias senescentes e do ferro proveniente da 
dieta. A absorção do ferro dietético é baixa e influenciada por 
fatores dietéticos, como o pH e a valência do íon ferro. A hepcidina 
é responsável pela regulação sistêmica da quantidade de ferro. 
A principal função do ferro no organismo é ser constituinte 
das hemácias.
Feedback de reforço: retome os estudos e tente novamente!
Questão 3 – RespostaC
Resolução: as células eucarióticas apresentam seu ciclo celular 
dividido entre interfase (fases G1, S e G2) e a fase mitótica (mitose e 
citocinese) e fase G0.
Feedback de reforço: retome os estudos e tente novamente!
118118 
Nutracêuticos e alimentos 
funcionais
Autora: Joseane Almeida Santos Nobre
Objetivos
• Apresentar o histórico conceitual de 
alimentos funcionais.
• Diferenciar nutracêuticos e alimentos funcionais.
• Conhecer os compostos bioativos e sua aplicação 
na prevenção e no tratamento de doenças crônicas.
119119 119
Prezado aluno, o estudo da composição dos alimentos nos permitiu 
conhecer os alimentos funcionais e nutracêuticos, tema desta aula. 
Você conhecerá mais sobre a definição e a legislação vigente no Brasil, 
assim como os principais compostos bioativos e sua relação com a 
prevenção de doenças crônicas não transmissíveis ou impedir seu 
agravamento. Bom estudo!
1. Conceituação e histórico de alimentos 
funcionais e nutracêuticos
Os alimentos são constituídos de nutrientes, como vitaminas e minerais, 
possuem fibras, além de macronutrientes (como carboidratos, proteínas 
e lipídios). Porém, a matriz alimentar, ou seja, o alimento em si, é 
mais complexo do que ser somente fonte de determinado nutriente. 
Os alimentos podem apresentar outros compostos, denominados 
compostos bioativos, que também trazem benefícios à saúde.
Assim, surge um dos princípios dos diversos conceitos de alimentos 
funcionais existentes pelo mundo, já que esses conceitos se 
modificam de acordo com o local de origem, como Estados Unidos, 
Canadá ou União Europeia. De certa forma, podem-se definir 
alimentos funcionais como sendo aquele que, além de suas funções 
básicas ou já conhecidas, oferecem compostos que modulam 
beneficamente uma ou mais funções específicas no organismo, 
aumentando a resposta fisiológica e/ou reduzindo o risco de doenças 
crônicas não degenerativas.
Muitos dos alimentos/ingredientes funcionais que serão discutidos 
neste capítulo são relacionados com a redução ou o agravamentos 
de doenças crônicas não transmissíveis, como obesidade, câncer, 
dislipidemias entre outras. O Quadro 18 apresenta as definições de 
alimentos funcionais em alguns locais do mundo.
120120 
Quadro 18 – Histórico das definições de alimentos funcionais em 
diversas localidades no mundo
Países/ano Definição de alimentos funcionais
Japan Foods for 
Specified Health 
Use (FOSHU)/80s
Os alimentos deveriam exercer um efeito na 
saúde ou fisiológico, além de serem alimentos 
comuns (não comprimidos ou cápsulas) e 
consumidos como parte de uma dieta normal.
EC Concerted Action 
on Functional Food 
Science in Europe 
(FUFOSE)/ 90s
Considerado um alimento que afeta beneficamente uma 
ou mais funções-alvo no organismo, além dos efeitos 
nutricionais adequados, de uma forma que seja relevante 
para um estado melhor de saúde e bem-estar e/ou redução 
do risco de doença, não sendo consumidos sob a forma 
de pílulas, cápsulas ou qualquer forma de suplemento 
dietético, fazendo parte de um padrão alimentar normal.
Canadá 
(Health Canada)
Componentes alimentares que trazem benefícios fisiológicos 
comprovados ou reduzem o risco de doenças crônicas, além 
das suas funções nutritivas básicas. Um alimento funcional é 
semelhante a um alimento convencional e os componentes 
ativos estão presentes naturalmente no alimento.
EUA (Institute of 
Food Technologists)
Alimentos e componentes alimentares que, além da nutrição 
básica, trazem benefício à saúde (para a população desejada). 
Essas substâncias fornecem nutrientes essenciais, muitas 
vezes além da quantidade necessária para manutenção, 
crescimento e desenvolvimento normais e/ou outros 
componentes biologicamente ativos que trazem benefícios 
de saúde ou têm efeitos fisiológicos desejáveis.
Australia (National 
Center of Excellence 
in Functional Foods)
Alimentos que correspondem às demandas dos consumidores 
em relação à saúde geral e ao bem-estar e previnem ou 
revertem as condições que comprometem a saúde.
Fonte: adaptado de Howlett (2008), Costa e Rosa (2016). 
Já o termo nutracêutico é considerado como uma substância 
constituinte de um alimento ou parte de um alimento que proporciona 
benefícios para a saúde, abrangendo a prevenção e o tratamento 
de doenças crônicas. A terminologia é similar àquela dos alimentos 
funcionais, diferindo-se, porém, quanto à forma de consumo ou 
comercialização. Nutracêuticos podem ser comercializados de forma 
isolada (aminoácidos, ácidos graxos, cálcio, magnésio, entre outros), 
como suplementos dietéticos e dietas “desenhadas” geneticamente para 
uma função especifica no organismo, além de produtos fitoterápicos. 
121121 121
O termo nutracêutico foi divulgado oficialmente à imprensa em 1994, 
sendo definido como “qualquer substância que possa ser considerada 
alimento ou parte de um alimento que possa fornecer benefícios 
médicos ou de saúde, incluindo a prevenção e o tratamento de 
doenças”. Tais produtos podem variar de nutrientes isolados, dietéticos, 
suplementos, alimentos geneticamente modificados, produtos 
fitoterápicos, entre outros. Porém, ainda não existe um consenso 
quanto à terminologia nem a legislação.
PARA SABER MAIS
Alimentos funcionais são aqueles alimentos que podem 
ser consumidos de forma tradicional, dentro de uma dieta 
equilibrada, e que trarão benefícios além dos convencionais, 
como a sardinha, rica em ômega-3. Já os nutracêuticos 
são alimentos comercializados em cápsulas, drágeas ou 
em outras formas que contêm esses mesmos compostos, 
como, por exemplo, cápsulas de ômega-3.
2. Legislação brasileira sobre substâncias bioativas
No Brasil, a legislação vigente não define alimentos funcionais ou 
nutracêuticos. A portaria nº 398 da Agência Nacional de Vigilância 
Sanitária, de 30 de abril de 1999, foi uma das primeiras legislações 
brasileiras publicadas sobre o tema. Ela visava a proteção à saúde da 
população e a necessidade de estabelecer as diretrizes básicas para 
a análise e comprovação de propriedades funcionais ou de saúde 
alegadas em rotulagem de alimentos.
Foi realizada a distinção entre alimentos com alegação de propriedade 
funcional e alimentos com alegação de propriedade de saúde. 
No primeiro caso, consideram-se alimentos com alegação de 
122122 
propriedade funcional aquele relativo ao papel metabólico ou fisiológico 
que o nutriente ou não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, 
na manutenção e em outras funções normais do organismo humano. 
Já os alimentos com alegação de propriedade de saúde são aqueles que 
afirmam, sugerem ou implicam a existência de relação entre o alimento 
ou ingrediente com doença ou condição relacionada à saúde.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária publicou a última revisão da 
lista de alimentos com alegações de propriedades funcionais e/ou de 
saúde. Os alimentos permitidos estão apresentados no Quadro 19.
Quadro 19 – Nutrientes e não nutrientes com as 
alegações padronizadas e os respectivos requisitos específicos 
(Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2016)
Ácidos Graxos – EPA e DHA
Alegação padronizada: “O consumo de ácidos graxos ômega 3 auxilia na 
manutenção de níveis saudáveis de triglicerídeos, desde que associado 
a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: alegação padronizada está autorizada somente 
para uso em suplementos contendo óleos de peixes, óleo de krill ou óleo da 
microalga Schizochytriumsp., fontes de EPA e DHA já aprovados pela Agência 
quanto à segurança de uso e eficácia dos efeitos. As quantidades mínimas 
anteriormente exigidas de 100 mg de EPA e DHA não são suficientes para 
produção dos efeitos benéficos relacionados aos níveis de triglicerídeos. 
Portanto, os pedidos de avaliação de eficácia de alimentos e suplementos com 
alegações para os ácidos graxos EPA e DHA serão avaliados caso a caso.
Alimentos-fonte: sardinha, atum, salmão, anchova, 
arenque, tilápia, óleos extraídos de peixes.
Carotenoides –Licopeno
Alegação padronizada: “O licopeno tem ação antioxidante que protege 
as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado 
a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: a alegação padronizada está autorizada somente para uso 
em suplementos contendo licopeno extraído do tomate ou licopeno sintético
Alimentos-fonte:
123123 123
Carotenoides – Luteína
Alegação padronizada: “A luteína tem ação antioxidante que protege 
as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado 
a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: para produtos que utilizem como fonte de luteína 
ingredientes não aprovados pela Anvisa, podem ser encaminhadas, junto ao 
pedido de avaliação de eficácia de alegação, as informações para demonstração 
de segurança de uso do ingrediente de acordo com a Resolução 17/1999.
Alimentos-fonte:
Carotenoides – Zeaxantina
Alegação padronizada: “A zeaxantina tem ação antioxidante que protege 
as células contra os radicais livres. Seu consumo deve estar associado 
a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: para produtos que utilizem como fonte de zeaxantina 
ingredientes não aprovados pela Anvisa, podem ser encaminhadas, junto ao 
pedido de avaliação de eficácia de alegação, as informações para demonstração 
de segurança de uso do ingrediente de acordo com a Resolução 17/1999.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares
Alegação padronizada: “As fibras alimentares auxiliam o 
funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a 
uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção 
do produto pronto para consumo forneça no mínimo 2,5 g de fibras, sem 
considerar a contribuição dos ingredientes utilizados na sua preparação.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Beta glucana em farelo de 
aveia, aveia em flocos e farinha de aveia
Alegação padronizada: “Este alimento contém beta glucana (fibra alimentar), que 
pode auxiliar na redução do colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma 
alimentação equilibrada e baixa em gorduras saturadas e a hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser aprovada para aveia em 
flocos, farelo e farinha de aveia. A utilização da alegação em outros produtos/
alimentos está condicionada à comprovação científica de eficácia.
Alimentos-fonte:
124124 
Fibras alimentares – Dextrinas resistentes
Alegação padronizada: “As fibras alimentares auxiliam o 
funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a 
uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do 
produto pronto para consumo forneça no mínimo 2,5 g de dextrina resistente. 
O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária 
do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Frutooligossacarídeo – FOS
Alegação padronizada: “Os frutooligossacarídeos – FOS (prebiótico) 
contribuem para o equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar 
associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a 
recomendação de consumo diário do produto pronto para consumo forneça 
no mínimo 5 g de FOS. A porção deve fornecer no mínimo 2,5 g de FOS. O 
uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária do 
produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Goma guar parcialmente hidrolisada
Alegação padronizada: “As fibras alimentares auxiliam o 
funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a 
uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto 
pronto para consumo forneça no mínimo 2,5 g de goma guar parcialmente hidrolisada.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Inulina
Alegação padronizada: “A inulina (prebiótico) contribui para o 
equilíbrio da flora intestinal. Seu consumo deve estar associado a 
uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a 
recomendação de consumo diário do produto pronto para consumo forneça 
no mínimo 5 g de inulina. A porção deve fornecer no mínimo 2,5 g de inulina. 
O uso do ingrediente não deve ultrapassar 30 g na recomendação diária 
do produto pronto para consumo, conforme indicação do fabricante
Alimentos-fonte:
125125 125
Fibras alimentares – Lactulose
Alegação padronizada: “A lactulose auxilia o funcionamento do intestino. Seu consumo 
deve estar associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção 
do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de lactulose.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Polidextrose
Alegação padronizada: “As fibras alimentares auxiliam o 
funcionamento do intestino. Seu consumo deve estar associado a 
uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção 
do produto pronto para consumo forneça no mínimo 2,5 g de polidextrose.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Psillium ou psyllium
Alegação padronizada: “O psillium (fibra alimentar) auxilia na 
redução da absorção de gordura. Seu consumo deve estar associado 
a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção 
diária do produto pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de psillium.
Alimentos-fonte:
Fibras alimentares – Quitosana
Alegação padronizada: “A quitosana auxilia na redução da absorção 
de gordura e colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma 
alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: esta alegação pode ser utilizada desde que a porção do produto 
pronto para consumo forneça no mínimo 3 g de quitosana. Para fins de uso da alegação, 
considera-se como quitosana o polissacarídeo linear formado a partir da desacetilação 
da quitina obtida do exoesqueleto de crustáceos utilizados como alimento pelo homem.
Alimentos-fonte:
Fitoesteróis
Alegação padronizada: “Os fitoesteróis auxiliam na redução da 
absorção de colesterol. Seu consumo deve estar associado a uma 
alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: a porção do produto pronto para consumo deve fornecer 
no mínimo 0,8 g de fitoesteróis livres. Quantidades inferiores poderão ser 
utilizadas desde que a eficácia seja comprovada para o alimento. A recomendação 
diária do produto, que deve estar entre 1 a 3 porções/dia e deve garantir uma 
ingestão entre 1 a 3 gramas de fitoesteróis livres por dia. O termo “fitoesteróis” 
refere-se tanto aos esteróis e estanóis livres quanto aos esterificados
Alimentos-fonte:
126126 
Polióis – Manitol/xilitol/sorbitol
Alegação padronizada: “Manitol/xilitol/sorbitol não produz ácidos 
que danificam os dentes. O consumo do produto não substitui 
hábitos adequados de higiene bucal e de alimentação.
Requisitos específicos: alegação aprovada somente para gomas de mascar sem açúcar.
Alimentos-fonte:
Probióticos
Alegação padronizada: a alegação de propriedade funcional ou de saúde 
deve ser proposta pela empresa e será avaliada, caso a caso, com base nas 
definições e nos princípios estabelecidos na Resolução n.18/1999.
Requisitos específicos: caracterização do micro-organismo (identificação do 
gênero, da espécie e da cepa). A nomenclatura deve estar de acordo com o Código 
Internacional de Nomenclatura de Bactéria. A comprovação de eficácia para efeitos 
funcionais deve estar baseada em evidências científicas robustas, construídas por 
meio de estudos clínicos, randomizados,duplo-cego e placebo controlados cujos 
desfechos demonstrem a relação proposta na alegação entre o consumo do produto 
objeto da petição, ou produto com matriz equivalente, e o efeito funcional.
Alimentos-fonte:
Proteína de soja
Alegação padronizada: “O consumo diário de no mínimo 25 g de proteína 
de soja pode ajudar a reduzir o colesterol. Seu consumo deve estar 
associado a uma alimentação equilibrada e hábitos de vida saudáveis”.
Requisitos específicos: para uso desta alegação, o produto deve atender, 
no mínimo, aos requisitos estabelecidos para o atributo “fonte” definidos 
na Resolução sobre Informação Nutricional Complementar (INC)
Alimentos-fonte:
Fonte: adaptado de Brasil, 2016. 
Para a regulamentação dos compostos bioativos, além da portaria 
nº 398, a Anvisa publicou as resoluções 17, 18 e 19, todas em 1999. 
A Resolução nº 17 estabelece as diretrizes básicas para a avaliação 
do risco e a segurança dos alimentos. Já a Resolução nº 18, estabelece 
as diretrizes básicas para a análise e comprovação de propriedades 
funcionais e/ou de saúde alegada em rotulagem de alimentos. 
E a Resolução nº 19 estabelece os procedimentos de registro de 
alimentos com alegações de propriedades funcionais e ou de saúde 
em sua rotulagem. Todos os novos alimentos e/ou compostos 
bioativos deverão comprovar a segurança para o consumidor, 
além da efetividade do componente bioativo.
127127 127
3. Mecanismo e forma de ação dos 
compostos bioativos
Os compostos bioativos apresentam como principal mecanismo de 
ação a interação com radicais livres e a inibição de compostos, como 
gorduras e monossacarídeos. Durante os processos metabólicos do 
organismo, decorrentes da presença de oxigênio, ocorre a formação 
dos chamados radicais livres ou também conhecidos como Espécies 
Reativas de Oxigênio (EROs). Um dos elétrons fica desemparelhado 
e instável, necessitando retirar esse elétron de ácidos graxos poli-
insaturados presentes na membrana celular, como, por exemplo, 
o excesso de radicais livres. Para combater os radicais livres, com 
a doação do elétron faltante e estabilização das reações, têm-se os 
agentes antioxidantes, como vitaminas (retinol, ácido ascórbico e 
tocoferol), além de compostos bioativos, como os compostos fenólicos, 
tais como xantonas, flavonoides, isoflavonoides, lignanas, entre outros. 
Esses compostos interagem, preferencialmente, com o radical peroxil, 
por ser este mais prevalente na etapa da auto-oxidação e por possuir 
menor energia do que outros radicais.
Outros compostos, como as quitosanas e as fibras alimentares, 
atuam na inibição do processo absortivo de colesterol, triglicérides 
e monossacarídeos. No estômago, pode ocorrer a formação de sais 
solúveis com a capacidade de reagir com ácidos biliares, interferindo 
no processo de emulsificação das gorduras, que ficarão livres e se 
ligarão às fibras alimentares. 
Por fim, um dos últimos mecanismos de ação dos compostos bioativos 
é a fermentação de carboidratos que serão utilizados pelas bactérias 
endógenas, auxiliando na modificação da microbiota gastrointestinal. 
Esses microrganismos podem, por exemplo, utilizar os componentes 
prebióticos (como os frutooligossacarídeos, e estimular a diferenciação 
das células T auxiliares na redução de imunoglobulinas, ajudando na 
resposta imunológica. O Quadro 20 apresenta os compostos bioativos e 
seus respectivos efeitos fisiológicos.
128128 
Quadro 20 – Compostos bioativos com respectivos efeitos fisiológicos e 
suas fontes alimentares
Composto ativo Efeito Fonte
Carotenoides
Atividade antioxidante e 
anticancerígena (útero, próstata, 
mama, cólon, reto e pulmão)
Frutas (melancia, mamão, me-
lão, damasco, pêssego), vegetais 
(cenoura, espinafre, abóbora, 
brócolis, tomate, inhame, nabo)
Fitoesteróis Redução dos níveis de colesterol total e LDL-colesterol
Óleos vegetais, sementes, nozes, 
algumas frutas e vegetais
Glucosinolatos Detoxificação do fígado, atividade anticancerígena e antimutagênica 
Brócolis, couve-flor, repolho, 
rabanete, palmito e alcaparra
Ácido fenólico Atividade antioxidante
Frutas (uva, morango, frutas 
cítricas), vegetais (brócolis, re-
polho, cenoura), chá, berinjela, 
salsa, pimenta, tomate, agrião
Flavonoides
Atividade antioxidante, 
redução do risco de câncer e 
de doença cardiovascular
Frutas cítricas, brócolis, 
couve, tomate, berinjela, soja, 
abóbora, salsa, nozes, cereja
Isoflavonas
Inibição do acúmulo de 
estrogênio, redução das 
enzimas carcinogênicas.
Leguminosas (principalmente soja)
Catequinas Atividade antioxidante, redução do risco de doenças cardiovasculares
Uva, vinho tinto, morango, 
chá verde, chá preto, cacau
Antocianinas Atividade antioxidante Amora, framboesa
Ácidos graxos 
(Ômega-3 e Omega-6)
Redução do risco de câncer e 
de doenças cardiovasculares, 
redução da pressão arterial
Peixes de água fria, óleo de 
canola, linhaça, nozes
Oligossacarídeos e 
polissacarídeos
Redução do risco de câncer 
e dos níveis de colesterol
Frutas, verduras, leguminosas, 
cereais integrais
Prebióticos
Regulação do trânsito intestinal 
e da pressão arterial, redução 
do risco de câncer e dos níveis 
de colesterol total e triglicérides, 
redução da intolerância à glicose
Chicória, cebola, alho, 
tomate, aspargo, alcachofra, 
banana, cevada, cerveja, 
centeio, aveia, trigo, mel
Probióticos
Regulação do trânsito intestinal, 
redução do risco de câncer 
e dos níveis de colesterol 
total e triglicérides, estímulo 
ao sistema imunológico
Iogurte, leite fermentado
Fonte: BASHO; BIN, 2010. 
129129 129
ASSIMILE
Os probióticos são microrganismos vivos que atuam de 
forma benéfica à saúde gastrointestinal. Já os prebióticos 
são componentes à base de carboidratos fermentáveis, 
utilizados pelas bactérias colônicas para sua divisão e seu 
funcionamento. É necessário o consumo de prebióticos 
e probióticos para uma boa saúde gastrointestinal e 
prevenção de doenças.
Caro aluno, neste capítulo, você conheceu os principais compostos 
bioativos e seu efeito fisiológico, além de aprender que não existe 
um consenso sobre o conceito de alimentos funcionais no Brasil e 
no mundo. Você também conheceu os nutracêuticos, que possuem 
compostos bioativos, mas podem ser comercializados em cápsulas, 
drágeas e outras formulações.
TEORIA EM PRÁTICA
Uma das principais aplicações dos compostos bioativos 
refere-se ao mecanismo antioxidante e combate aos 
radicais livres, um dos precursores oncogênicos. Considere 
uma paciente de 65 anos que procurou atendimento 
para a elaboração de um planejamento alimentar para 
o pós-operatório de um câncer de mama que ela deverá 
realizar em 15 dias. A paciente não consome alimentos de 
origem animal (exceto peixes e derivados), nem laticínios/
derivados. O câncer da paciente é estimulado pela presença 
de estrógeno. A partir dessas informações, e considerando 
os compostos bioativos que deverão ser utilizados para 
evitar o agravamento da doença, indique quais alimentos 
deverão ser utilizados e os efeitos esperados.
130130 
VERIFICAÇÃO DE LEITURA
1. É considerado como uma substância constituinte de 
um alimento ou parte de um alimento que proporciona 
benefícios para a saúde, mas pode ser comercializado 
de forma isolada (aminoácidos, ácidos graxos, cálcio, 
magnésio, entre outros) ou como suplemento dietético. 
Essa definição refere-se a:
a. Alimento funcional.
b. Composto bioativo.
c. Nutracêutico.
d. Matriz alimentar.
e. Nutriente. 
2. No Brasil, a legislação define __________ aquele relativo 
ao papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou 
não nutriente tem no crescimento, desenvolvimento, 
na manutenção e em outras funções normais do 
organismo humano: 
a. Alegação de propriedade de saúde.
b. Alegação de propriedade funcional.
c. Alegação de compostos bioativos.
d. Alegação de bioequivalência.
e. Alegação de saúde.
131131 131
3. Um dos principais mecanismos dos compostos bioativos 
é o combate aos radicais livres, caracterizado como 
atividade antioxidante.Dos compostos ativos a seguir, 
aqueles que apresentam atividade antioxidante são:
a. Prebióticos.
b. Isoflavonas.
c. Oligossacarídeos.
d. Polissacarídeos.
e. Ácido fenólico.
Referências bibliográficas
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BASHO, S. M.; BIN, M. C. Propriedades dos alimentos funcionais e seu papel na 
prevenção e controle da hipertensão e diabetes. Interbio, v. 4, n. 1, p. 48-58, 2010. 
Disponível em: https://www.unigran.br/interbio/paginas/ed_anteriores/vol4_num1/
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BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Lista 
de alegações de propriedade funcional aprovadas. 2016. Disponível em: 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/1800442/mod_resource/content/1/
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propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em rotulagem de alimentos. 
Brasília, DF: Diário Oficial da União, 30 abr. 1999. Disponível em: http://bvsms.
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jul. 2019.
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132132 
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n° 17, de 30 de abril de 1999. Regulamento técnico que estabelece as diretrizes 
básicas para avaliação de risco e segurança dos alimentos. Seção 1, p. 11. 1999.
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n° 
18, de 30 de abril de 1999. Regulamento técnico que estabelece as diretrizes básicas 
para análise e comprovação de propriedades funcionais e ou de saúde alegadas em 
rotulagem de alimentos. Diário Oficial da União, 3 mai. 1999, Seção 1, p. 11. 
______. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução n° 
19, de 30 de abril de 1999. Regulamento técnico de procedimentos para registro 
de alimento com alegação de propriedades funcionais e ou de saúde em sua 
rotulagem. Brasília, DF. Seção 1, p.11. 1999.
CANADÁ. Agriculture and Agri-food (Ed.). Functional Foods and Natural Health 
Products Sector. 2019. Disponível em: http://www.agr.gc.ca/eng/industry-markets-
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health-products/?id=1170856376710. Acesso em: 10 jul. 2019.
COSTA, N. M. B.; ROSA, C. O. B. (Org.). Alimentos funcionais: componentes 
bioativos e efeitos fisiológicos. 2. ed. Rio de Janeiro: Rubio, 2016. 
DAMIAN, C. et al. Quitosana: um amino polissacarídeo com características 
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HOWLETT, J. Functional foods: from science to health and claims. Bélgica: 
Lsi Europe, 2008. Disponível em: https://ilsi.org/mexico/wp-content/uploads/
sites/29/2016/09/Functional-Foods.pdf. Acesso em: 10 jul. 2019.
Gabarito
Questão 1 – Resposta C
Resolução: nutracêuticos podem ser comercializados de forma 
isolada (aminoácidos, ácidos graxos, cálcio, magnésio, entre 
outros), como suplementos dietéticos e dietas “desenhadas” 
geneticamente para uma função específica no organismo, além 
de produtos fitoterápicos.
Feedback de reforço: leia mais sobre a definição de nutracêuticos.
http://www.agr.gc.ca/eng/industry-markets-and-trade/canadian-agri-food-sector-intelligence/functiona
http://www.agr.gc.ca/eng/industry-markets-and-trade/canadian-agri-food-sector-intelligence/functiona
http://www.agr.gc.ca/eng/industry-markets-and-trade/canadian-agri-food-sector-intelligence/functiona
http://200.145.71.150/seer/index.php/alimentos/article/viewArticle/320
http://200.145.71.150/seer/index.php/alimentos/article/viewArticle/320
https://www.dietitians.ca/Your-Health/Nutrition-A-Z/Functional-Foods.aspx
https://www.dietitians.ca/Your-Health/Nutrition-A-Z/Functional-Foods.aspx
https://ilsi.org/mexico/wp-content/uploads/sites/29/2016/09/Functional-Foods.pdf
https://ilsi.org/mexico/wp-content/uploads/sites/29/2016/09/Functional-Foods.pdf
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Questão 2 – Resposta B
Resolução: alegação de propriedade funcional aquele relativo ao 
papel metabólico ou fisiológico que o nutriente ou não nutriente 
tem no crescimento, desenvolvimento, na manutenção e em outras 
funções normais do organismo humano.
Feedback de reforço: reveja a Portaria nº 198.
Questão 3 – Resposta E
Resolução: prébioticos: regulação do trânsito intestinal. Isoflavonas: 
inibição do acúmulo de estrogênio, redução das enzimas 
carcinogênicas. Oligossacarídeos e polissacarídeos: redução do 
risco de câncer e dos níveis de colesterol.
Feedback de reforço: que tal rever mais sobre o mecanismo 
de ação dos compostos bioativos?
134134 
	Apresentação da disciplina 
	Farmacocinética e farmacodinâmica 
	Objetivos
	1. Como agem os fármacos em nosso organismo? 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Interações e biodisponibilidade na relação droga-nutriente 
	Objetivos
	1. O que é biodisponibilidade? 
	2. Interação fármaco-nutriente 
	3. Interação fármaco-fitoterápico 
	4. Interação fármaco-fármaco 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Drogas para o tratamento de diabetes e obesidade no estado nutricional 
	Objetivos
	1. Conceituação e fisiopatologia da obesidade 
	2. Principais medicamentos no tratamento da obesidade 
	3. Conceituação e fisiopatologia do diabetes 
	4. Principais medicamentos no tratamento do diabetes e sua forma de ação 
	5. Diabetes gestacional: fisiopatologia, algoritmo e principais medicamentos 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito 
	Drogas que alteram o trato gastrointestinal no estado nutricional 
	Objetivos
	1. Principais manifestações no trato gastrointestinal 
	2. Doenças esofágicas 
	3. Doenças estomacais 
	4. Doenças intestinais 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Drogas antitireoidianas, corticoides e anabolizantes no estado nutricional 
	Objetivos
	1. Disfunções tireoidianas 
	2. Glicocorticoides 
	3. Hormônios esteroides e esteroides anabolizantes 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Medicamentos anti-hipertensivos, antianêmicos e quimioterápicos no estado nutricional 
	Objetivos
	1. Medicamentos anti-hipertensivos 
	2. Medicamentos antianêmicos 
	3. Quimioterápicos 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃODE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito
	Nutracêuticos e alimentos funcionais 
	Objetivos
	1. Conceituação e histórico de alimentos funcionais e nutracêuticos 
	2. Legislação brasileira sobre substâncias bioativas 
	3. Mecanismo e forma de ação dos compostos bioativos 
	TEORIA EM PRÁTICA 
	VERIFICAÇÃO DE LEITURA 
	Referências bibliográficas 
	Gabarito

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