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S3P1 - O inimigo mora ao lado

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 Compreender a fisiopatologia da e o ciclo de transmissão da doença de chagas. 
 Analisar os exames solicitados para o diagnóstico de chagas. 
 Estudar a epidemiologia da doença de chagas. 
 Discutir sobre as diretrizes do SUS acerca da saúde indígena. 
Definição sobre a doença de 
chagas 
A doença de chagas é um antropozoonose causada 
pelo Tryponossoma Cruzi (T. Cruzi). ua transmissão é 
relacionada aos vetores, ao agente e aos reservatórios, 
além de a um conjunto de fatores socioeconômicos e 
culturais. 
A sua forma clássica de infecção é adquirida pelo 
homem por meio de triatomíneos hematófagos, ou seja, 
sua transmissão é vetorial. Os triatomíneos que causam 
a doença de chagas vivem em ambientes intradomiciliar 
Pode-se dividir a doença de chagas em aguda e 
crônica. Uma das patologias que esse inseto pode causar 
uma cardiopatia crônica. 
Fisiopatologia e ciclo de 
transmissão do chagas 
O barbeiro é um dos mosquitos responsáveis por 
transmitir a doença de chagas. Para que a doença seja 
transmitida é necessário que o barbeiro pique uma 
pessoa ou animal que esteja contaminado 
Dessa maneira, ele suga as formas tripomastigotas 
que estão presente no sangue, que se transformam em 
epimastigotas. Dentro do intestino do barbeiro as formas 
epimastigotas se multiplicam e se diferenciam em 
tripomastigotas metacíclicas (formas infectantes). 
Após o mosquito estar contaminado, ele parte para a 
etapa de deposição desse parasita, a partir da picada, 
onde deposita suas fezes na pele. A tripomastigotas 
metacilicas entram pela lesão ocasionada pela picada ou 
pelas conjuntivas e mucosas. 
Quando esses parasitas entram o sistema imunológico 
tenta elimina-los a partir dos macrófagos, contudo, eles 
acabam se transformando em amastigotas que se 
multiplicam por divisão binaria e são liberados no sangue 
como tripomastigotas, onde infectam outras células, 
como as do sistema cardíaco, nervoso e muscular. 
 
Ciclo de transmissão 
Existem 5 formas de o parasita ser transmitido, são 
elas: 
 : É mais comum, pois ocorre através da 
picada do mosquito. 
 : Quando se ingere alimentos 
contaminados com o parasita, sendo comum na 
ingestão de carne crua ou mal cozida, proveniente da 
caça. 
 : Ocorre quando a mulher está em 
gestação e o parasita consegue atravessar a placenta. 
 : Acontece pela transfusão de 
sangue. 
 : Pode acontecer devido 
ao contado com culturas de T. Cruzi, exposição as 
fezes da triatomíneos ou sangue contaminado (humano 
ou animal). 
 
Curso clinico 
A fase aguda possui um período de incubação de 4 
a 14 dias, a partir da inoculação do parasita e uma duração 
de 2 a 4 meses. 
Por ser um período de clínica extremamente 
indefinida, pode ser caracterizada pela ausência de 
sintomas em 95% dos casos, ou ainda por sintomas que 
possam ser semelhantes a uma síndrome gripal leve. 
Por outro lado, a fase crônica dessa patologia inicia-se 
2 a 4 meses após a infecção aguda. Neste período, o 
parasita que antes era perceptível na corrente sanguínea 
torna-se menos evidente e apesar do paciente 
apresentar sorologia positiva as manifestações clínicas 
podem não ser significantes por um longo período. 
Entretanto, na forma crônica clássica da doença é 
comum o acometimento, misto ou isolado, do coração 
ou sistema digestório, gerando, dessa forma, a ocorrência 
de sintomas secundários decorrente do prejuízo 
orgânico que ocorre nesses órgãos. 
Predomina o parasita circulante na corrente 
sanguínea, em quantidades expressivas. As 
manifestações de doença febril podem persistir por até 
12 semanas. Nesta fase os sinais e sintomas podem 
desaparecer espontaneamente evoluindo para a fase 
crônica ou progredir para formas agudas graves que 
podem levar ao óbito. 
ô
Existem raros parasitos circulantes na corrente 
sanguínea. Inicialmente, esta fase é assintomática e sem 
sinais de comprometimento cardíaco e/ou digestivo. 
 
 
 
Problema 5– O inimigo mora ao lado 
Paciente assintomático e sem 
sinais de comprometimento do aparelho circulatório e do 
aparelho digestivo. Esse quadro poderá perdurar por toda 
a vida da pessoa infectada ou pode evoluir tardiamente 
para as demais formas. 
: Evidências de acometimento 
cardíaco que, frequentemente, evolui para quadros de 
miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva 
(ICC). Essa forma ocorre em cerca de 30% dos casos 
crônicos e é a maior responsável pela mortalidade na 
doença de Chagas crônica. 
: Evidências de acometimento do 
aparelho digestivo que, frequentemente, evolui para 
megacólon ou megaesôfago. Ocorre em cerca de 10% 
dos casos. 
 Ocorrência 
concomitante de lesões compatíveis com as formas 
cardíacas e digestivas. 
 
Sintomatologia 
 Edema bipalpebral e unilateral >>> Sinal de 
Romanã; 
 Febre baixa; 
 Miocardite aguda com tendência à IC e 
cardiomegalia; 
 Meningoencefalite difusa, destruição de gânglios 
e de nervos. 
 Linfadenopatia generalizada e assintomática em 
90% dos casos. 
ô
 : arritmias até insuficiência 
cardíaca com destruição do sistema excitocondutor e 
das miocélulas. Cardiomegalia, edemas, derrames 
cavitários, congestão, dispneia, tromboses. 
 denervação 
parassimpática com estase dos órgãos; Megacólon e 
megaesôfago, disfagia, dor epigástrica, soluços, 
constipação, fecalomas, volvo. 
 
Exames para diagnostico 
Pode-se dividir os exames em dois grupos: 
específicos e inespecíficos. 
í
O critério parasitológico é definido pela presença de 
parasitos circulantes demonstráveis no exame direto do 
sangue periférico. 
O critério sorológico é baseado na presença de 
anticorpos anti-T. Cruzi da classe IgM no sangue 
periférico, particularmente quando associada a alterações 
clínicas e epidemiológicas sugestivas. 
í
 são 
observadas leucopenia ou leucocitose discreta, com 
desvio à esquerda, associado à linfocitose, bem como 
eventual anemia hipocrômica e velocidade de 
eritrossedimentação moderadamente aumentada. Em 
casos graves podem ocorrer plaquetopenia e leucopenia 
moderadas. 
 usado para avaliação relativa da 
função renal; é útil para verificar a ocorrência e 
sangramento pelas vias urinárias. 
 são importantes 
marcadores para verificação do acometimento hepático, 
especialmente em casos de DCA por transmissão oral. 
As aminotransferases (AST e ALT) freqUentemente 
aparecem elevadas. Bilirrubinas (totais e frações) também 
podem estar alteradas, com ou sem icterícia visível. O 
Tempo de Protrombina (TAP ou TP) prolongado sugere 
dano hepático. 
 na forma indeterminada e na 
cardíaca e digestiva com pequenas alterações, a área 
cardíaca estará normal em quase todos os casos. É 
comum o aumento global da área cardíaca de pequena 
ou moderada intensidade, evoluindo para cardiomegalia 
na dependência do grau da cardiopatia chagásica crônica 
(CCC). Nos casos agudos, a cardiomegalia pode ser 
decorrente da miocardite ou derrame pericárdico. Os 
campos pleuro-pulmonares geralmente estão limpos, 
podendo ocorrer derrame pleural em casos de 
insuficiência cardíaca congestiva. 
 Na fase aguda são sugestivos os 
sinais de sofrimento miocárdico, com alterações de T, 
aumento de PR, taquicardia sinusal e baixa voltagem de 
QRS. A cardiopatia chagásica crônica envolve a presença 
de distúrbios do ritmo cardíaco (extrassístoles 
ventriculares, fibrilação atrial e outras) e /ou distúrbios de 
condução (bloqueio completo do ramo direito, bloqueios 
divisionais do ramo esquerdo, bloqueios atrioventriculares) 
e as alterações da repolarização ventricular, presentes 
em aproximadamente 50% dos pacientes. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1: Radiografia de uma paciente, que apresenta grande aumento 
do volume cardíaco devido a tripanossomíase causada por Trypanosoma 
cruzi. -: Rey, L. - Bases da Parasitologia Médica. 
 
 
 
 
 
 
Figura 2: Sinal de Romaña 
Epidemiologia 
Os triatomíneos - hematófagos (o inseto barbeiro) são 
encontrados na américa do sul e mais recorrente em 
regiões endêmicas, devido ao ciclo silvestre de 
transmissão sermais ativo. 
Um dos problemas mais recorre entes e quando 
esses insetos migram para regiões que antes não tinham 
tantas endemias, com isso, civilizações mais pobres e que 
vivem em áreas rurais ficam suscetíveis a esses insetos 
por eles se abrigarem em casas de pau a pique e pedras, 
tornando assim um problema de saúde pública. 
 
Saúde Indígena 
 A atuação direta das instituições públicas na política 
indigenista se deu inicialmente através do Serviço de 
Proteção ao Índio (SPI), que foi substituído a partir de 
1967 pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), uma 
entidade estatal criada pela ditadura militar. 
Ambos os órgãos tinham como atribuições a 
prestação de assistência aos povos indígenas nos mais 
diversos campos da vida social tais como saúde, 
educação, direitos fundiários, proteção aos 
conhecimentos tradicionais, desenvolvimento econômico 
e outros. 
O entendimento da política de saúde indígena 
demanda uma explicação preliminar sobre as 
características do Sistema Único de Saúde (SUS), que 
deu origem e moldou o subsistema de saúde indígena. 
Dado um contexto histórico de dizimação da 
população indígena frente ao primeiro contato com os 
povos europeus por causa das doenças trazidas por eles 
e ainda frente à um contexto de extrema vulnerabilidade 
social desses povos (barreira linguística, difícil acesso, 
moradias tradicionais e próximas da floresta) no que 
tange o assunto contaminação por doença de chagas e 
outras patologias fez necessária a criação de uma política 
nacional de atenção à saúde dos povos indígenas. 
O propósito desta política é garantir aos povos 
indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo 
com os princípios e diretrizes do Sistema Único de 
Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, 
geográfica, histórica e política de modo a favorecer a 
superação dos fatores que tornam essa população mais 
vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e 
transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a 
eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua 
cultura 
 
Referência 
U C A Ç Ã O PA R A T O D O S • C • O • L • E • Ç • Ã • O, E.; 
FUNDAÇÃO; CRUZ, O. Saúde Indígena: uma introdução ao tema Série 
Vias dos Saberes n o 5. [s.l: s.n.]. Disponível em: 
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_indigena_uma_introduc
ao_tema.pdf>. 
PEARSON, R. D. Doença de Chagas. Disponível em: 
<https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as-
infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/doen%C3%A7a-de-
chagas>. Acesso em: 21 fev. 2022. 
DE MEIS, J.; CASTRO, R. MANUAL PARA DIAGNÓSTICO EM DOENÇA DE 
CHAGAS PARA MICROSCOPISTAS DE BASE DO ESTADO DO PARÁ. [s.l: 
s.n.]. Disponível em: <http://chagas.fiocruz.br/wp-
content/uploads/2018/08/02-Manual-de-Chagas-Diagramado.pdf>. 
Resumo sobre doença de Chagas (completo) – Sanarflix - Sanar Medicina. 
Disponível em: <https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-doenca-de-
chagas>. Acesso em: 21 fev. 2022.

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