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Compreender a fisiopatologia da e o ciclo de transmissão da doença de chagas. Analisar os exames solicitados para o diagnóstico de chagas. Estudar a epidemiologia da doença de chagas. Discutir sobre as diretrizes do SUS acerca da saúde indígena. Definição sobre a doença de chagas A doença de chagas é um antropozoonose causada pelo Tryponossoma Cruzi (T. Cruzi). ua transmissão é relacionada aos vetores, ao agente e aos reservatórios, além de a um conjunto de fatores socioeconômicos e culturais. A sua forma clássica de infecção é adquirida pelo homem por meio de triatomíneos hematófagos, ou seja, sua transmissão é vetorial. Os triatomíneos que causam a doença de chagas vivem em ambientes intradomiciliar Pode-se dividir a doença de chagas em aguda e crônica. Uma das patologias que esse inseto pode causar uma cardiopatia crônica. Fisiopatologia e ciclo de transmissão do chagas O barbeiro é um dos mosquitos responsáveis por transmitir a doença de chagas. Para que a doença seja transmitida é necessário que o barbeiro pique uma pessoa ou animal que esteja contaminado Dessa maneira, ele suga as formas tripomastigotas que estão presente no sangue, que se transformam em epimastigotas. Dentro do intestino do barbeiro as formas epimastigotas se multiplicam e se diferenciam em tripomastigotas metacíclicas (formas infectantes). Após o mosquito estar contaminado, ele parte para a etapa de deposição desse parasita, a partir da picada, onde deposita suas fezes na pele. A tripomastigotas metacilicas entram pela lesão ocasionada pela picada ou pelas conjuntivas e mucosas. Quando esses parasitas entram o sistema imunológico tenta elimina-los a partir dos macrófagos, contudo, eles acabam se transformando em amastigotas que se multiplicam por divisão binaria e são liberados no sangue como tripomastigotas, onde infectam outras células, como as do sistema cardíaco, nervoso e muscular. Ciclo de transmissão Existem 5 formas de o parasita ser transmitido, são elas: : É mais comum, pois ocorre através da picada do mosquito. : Quando se ingere alimentos contaminados com o parasita, sendo comum na ingestão de carne crua ou mal cozida, proveniente da caça. : Ocorre quando a mulher está em gestação e o parasita consegue atravessar a placenta. : Acontece pela transfusão de sangue. : Pode acontecer devido ao contado com culturas de T. Cruzi, exposição as fezes da triatomíneos ou sangue contaminado (humano ou animal). Curso clinico A fase aguda possui um período de incubação de 4 a 14 dias, a partir da inoculação do parasita e uma duração de 2 a 4 meses. Por ser um período de clínica extremamente indefinida, pode ser caracterizada pela ausência de sintomas em 95% dos casos, ou ainda por sintomas que possam ser semelhantes a uma síndrome gripal leve. Por outro lado, a fase crônica dessa patologia inicia-se 2 a 4 meses após a infecção aguda. Neste período, o parasita que antes era perceptível na corrente sanguínea torna-se menos evidente e apesar do paciente apresentar sorologia positiva as manifestações clínicas podem não ser significantes por um longo período. Entretanto, na forma crônica clássica da doença é comum o acometimento, misto ou isolado, do coração ou sistema digestório, gerando, dessa forma, a ocorrência de sintomas secundários decorrente do prejuízo orgânico que ocorre nesses órgãos. Predomina o parasita circulante na corrente sanguínea, em quantidades expressivas. As manifestações de doença febril podem persistir por até 12 semanas. Nesta fase os sinais e sintomas podem desaparecer espontaneamente evoluindo para a fase crônica ou progredir para formas agudas graves que podem levar ao óbito. ô Existem raros parasitos circulantes na corrente sanguínea. Inicialmente, esta fase é assintomática e sem sinais de comprometimento cardíaco e/ou digestivo. Problema 5– O inimigo mora ao lado Paciente assintomático e sem sinais de comprometimento do aparelho circulatório e do aparelho digestivo. Esse quadro poderá perdurar por toda a vida da pessoa infectada ou pode evoluir tardiamente para as demais formas. : Evidências de acometimento cardíaco que, frequentemente, evolui para quadros de miocardiopatia dilatada e insuficiência cardíaca congestiva (ICC). Essa forma ocorre em cerca de 30% dos casos crônicos e é a maior responsável pela mortalidade na doença de Chagas crônica. : Evidências de acometimento do aparelho digestivo que, frequentemente, evolui para megacólon ou megaesôfago. Ocorre em cerca de 10% dos casos. Ocorrência concomitante de lesões compatíveis com as formas cardíacas e digestivas. Sintomatologia Edema bipalpebral e unilateral >>> Sinal de Romanã; Febre baixa; Miocardite aguda com tendência à IC e cardiomegalia; Meningoencefalite difusa, destruição de gânglios e de nervos. Linfadenopatia generalizada e assintomática em 90% dos casos. ô : arritmias até insuficiência cardíaca com destruição do sistema excitocondutor e das miocélulas. Cardiomegalia, edemas, derrames cavitários, congestão, dispneia, tromboses. denervação parassimpática com estase dos órgãos; Megacólon e megaesôfago, disfagia, dor epigástrica, soluços, constipação, fecalomas, volvo. Exames para diagnostico Pode-se dividir os exames em dois grupos: específicos e inespecíficos. í O critério parasitológico é definido pela presença de parasitos circulantes demonstráveis no exame direto do sangue periférico. O critério sorológico é baseado na presença de anticorpos anti-T. Cruzi da classe IgM no sangue periférico, particularmente quando associada a alterações clínicas e epidemiológicas sugestivas. í são observadas leucopenia ou leucocitose discreta, com desvio à esquerda, associado à linfocitose, bem como eventual anemia hipocrômica e velocidade de eritrossedimentação moderadamente aumentada. Em casos graves podem ocorrer plaquetopenia e leucopenia moderadas. usado para avaliação relativa da função renal; é útil para verificar a ocorrência e sangramento pelas vias urinárias. são importantes marcadores para verificação do acometimento hepático, especialmente em casos de DCA por transmissão oral. As aminotransferases (AST e ALT) freqUentemente aparecem elevadas. Bilirrubinas (totais e frações) também podem estar alteradas, com ou sem icterícia visível. O Tempo de Protrombina (TAP ou TP) prolongado sugere dano hepático. na forma indeterminada e na cardíaca e digestiva com pequenas alterações, a área cardíaca estará normal em quase todos os casos. É comum o aumento global da área cardíaca de pequena ou moderada intensidade, evoluindo para cardiomegalia na dependência do grau da cardiopatia chagásica crônica (CCC). Nos casos agudos, a cardiomegalia pode ser decorrente da miocardite ou derrame pericárdico. Os campos pleuro-pulmonares geralmente estão limpos, podendo ocorrer derrame pleural em casos de insuficiência cardíaca congestiva. Na fase aguda são sugestivos os sinais de sofrimento miocárdico, com alterações de T, aumento de PR, taquicardia sinusal e baixa voltagem de QRS. A cardiopatia chagásica crônica envolve a presença de distúrbios do ritmo cardíaco (extrassístoles ventriculares, fibrilação atrial e outras) e /ou distúrbios de condução (bloqueio completo do ramo direito, bloqueios divisionais do ramo esquerdo, bloqueios atrioventriculares) e as alterações da repolarização ventricular, presentes em aproximadamente 50% dos pacientes. Figura 1: Radiografia de uma paciente, que apresenta grande aumento do volume cardíaco devido a tripanossomíase causada por Trypanosoma cruzi. -: Rey, L. - Bases da Parasitologia Médica. Figura 2: Sinal de Romaña Epidemiologia Os triatomíneos - hematófagos (o inseto barbeiro) são encontrados na américa do sul e mais recorrente em regiões endêmicas, devido ao ciclo silvestre de transmissão sermais ativo. Um dos problemas mais recorre entes e quando esses insetos migram para regiões que antes não tinham tantas endemias, com isso, civilizações mais pobres e que vivem em áreas rurais ficam suscetíveis a esses insetos por eles se abrigarem em casas de pau a pique e pedras, tornando assim um problema de saúde pública. Saúde Indígena A atuação direta das instituições públicas na política indigenista se deu inicialmente através do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que foi substituído a partir de 1967 pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), uma entidade estatal criada pela ditadura militar. Ambos os órgãos tinham como atribuições a prestação de assistência aos povos indígenas nos mais diversos campos da vida social tais como saúde, educação, direitos fundiários, proteção aos conhecimentos tradicionais, desenvolvimento econômico e outros. O entendimento da política de saúde indígena demanda uma explicação preliminar sobre as características do Sistema Único de Saúde (SUS), que deu origem e moldou o subsistema de saúde indígena. Dado um contexto histórico de dizimação da população indígena frente ao primeiro contato com os povos europeus por causa das doenças trazidas por eles e ainda frente à um contexto de extrema vulnerabilidade social desses povos (barreira linguística, difícil acesso, moradias tradicionais e próximas da floresta) no que tange o assunto contaminação por doença de chagas e outras patologias fez necessária a criação de uma política nacional de atenção à saúde dos povos indígenas. O propósito desta política é garantir aos povos indígenas o acesso à atenção integral à saúde, de acordo com os princípios e diretrizes do Sistema Único de Saúde, contemplando a diversidade social, cultural, geográfica, histórica e política de modo a favorecer a superação dos fatores que tornam essa população mais vulnerável aos agravos à saúde de maior magnitude e transcendência entre os brasileiros, reconhecendo a eficácia de sua medicina e o direito desses povos à sua cultura Referência U C A Ç Ã O PA R A T O D O S • C • O • L • E • Ç • Ã • O, E.; FUNDAÇÃO; CRUZ, O. Saúde Indígena: uma introdução ao tema Série Vias dos Saberes n o 5. [s.l: s.n.]. Disponível em: <https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/saude_indigena_uma_introduc ao_tema.pdf>. PEARSON, R. D. Doença de Chagas. Disponível em: <https://www.msdmanuals.com/pt-br/profissional/doen%C3%A7as- infecciosas/protozo%C3%A1rios-extraintestinais/doen%C3%A7a-de- chagas>. Acesso em: 21 fev. 2022. DE MEIS, J.; CASTRO, R. MANUAL PARA DIAGNÓSTICO EM DOENÇA DE CHAGAS PARA MICROSCOPISTAS DE BASE DO ESTADO DO PARÁ. [s.l: s.n.]. Disponível em: <http://chagas.fiocruz.br/wp- content/uploads/2018/08/02-Manual-de-Chagas-Diagramado.pdf>. Resumo sobre doença de Chagas (completo) – Sanarflix - Sanar Medicina. Disponível em: <https://www.sanarmed.com/resumo-sobre-doenca-de- chagas>. Acesso em: 21 fev. 2022.
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