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Ser humano, cultura e sociedade - EAD

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Ser humano, cultura e 
sociedade 
 
-> “Animais culturais”: capazes de 
produzir conhecimento, mas 
dependentes do aprendizado social 
que é a socialização 
(desenvolvimento de nossas 
habilidades sociais e culturais). 
-> Armas sociais: a comunicação, a 
cooperação, a capacidade de 
estabelecer regras de convívio 
coletivo etc. 
-> O comportamento humano, 
diferentemente de outras espécies 
que vivem coletivamente, foi 
orientado pela cultura ao invés do 
instinto. 
-> Se o ser humano não tivesse 
desenvolvido a vida em sociedade 
baseada em uma cultura, 
provavelmente nossas capacidades 
de inteligência sequer seriam 
exploradas. Todas as capacidades 
que decorrem da inteligência 
dependem de nosso convívio 
coletivo e das necessidades ou 
exigências impostas por esse 
modelo de vida. 
-> O ser humano é uma espécie 
diferente de animal que vive em 
grupo. Ao desenvolver a cultura, 
afastou-se da natureza e, portanto, 
dos instintos. 
-> Somos uma espécie modelada 
pela cultura. Substituímos o 
comportamento dos impulsos 
instintivos (preservação da espécie 
por meio da alimentação, 
reprodução e abrigo) pelas regras 
de conduta social. Apenas dessa 
forma nossos antepassados 
puderam deixar uma herança 
importantíssima baseada na 
acumulação de conhecimentos, 
nas tradições e nos laços sociais. 
-> O comportamento humano 
baseado na cultura e na troca de 
conhecimento (aprendizagem) é o 
que nos distingue das demais 
espécies. 
-> Cultura - século XIX (1871), por 
Edward Tylor: “um conjunto 
complexo que inclui os 
conhecimentos, as crenças, a arte, 
a lei, a moral, os costumes e todas 
as outras capacidades e hábitos 
adquiridos pelo homem enquanto 
membro de uma sociedade”; a 
caracterização da cultura é o 
resultado de processos de 
aprendizagem, ou seja, é resultado 
da interação do indivíduo com seu 
grupo social. Ao mesmo tempo em 
que aprendemos e reproduzimos 
nossa cultura, colaboramos para 
suas mudanças ou para manter 
hábitos e tradições. 
-> Nenhum de nossos padrões de 
comportamento coletivo é herdado 
geneticamente, eles são adquiridos, 
e para isso dependemos do 
convívio com o meio social. 
-> Socialização - O processo por 
meio do qual o indivíduo aprende a 
ser um membro da sociedade, 
designado pelo nome de 
socialização, não tem fim e pode 
dividir-se em socialização primária 
e socialização secundária. A família 
é tradicionalmente a instituição 
responsável pela socialização 
primária e a escola, o trabalho e as 
demais instituições são 
responsáveis pela socialização 
secundária. (BERGER, P., BERGER, 
B. apud FORACCHI, M.; MARTINS, 
1977), ou seja, socialização 
compreende todas as formas de 
aprendizado em sociedade, é uma 
forma de educação (início com as 
exigências de condutas dentro da 
família). 
-> Em cada fase de nossa vida 
social, somos exigidos a adquirir 
novos padrões que nos permitem 
conviver em coletividade. 
-> Observar comportamentos: cria 
referências sobre como devemos 
nos comportar, como os outros 
reagem a determinadas situações. 
Agiremos com mais segurança 
dentro dessas situações, pois aos 
poucos as coisas vão se tornando 
mais previsíveis à medida que nos 
habituamos e incorporamos muito 
dessa dinâmica coletiva. 
-> Mesmo sem termos consciência, 
somos socializados nos meios. 
-> Nenhuma conduta é inata, ou 
seja, componente da nossa 
natureza. Aprendemos cada um 
dos procedimentos de conduta 
pessoal que possibilite o convívio 
coletivo de acordo com padrões 
herdados e modificados 
constantemente. 
-> A partir do momento em que 
tornamos rotina, ou hábito cada um 
desses procedimentos, passamos 
a encarar com naturalidade, e 
esquecemos que dependemos do 
contato com a sociedade para 
adquirir conhecimentos, crenças, 
moral, leis etc. 
-> Exemplo histórico capaz de 
sugerir que nossa espécie é 
totalmente dependente da 
influência do meio para 
desenvolver comportamento 
humano: “crianças selvagens” ou 
“meninos‑lobo”. 
-> Precisamos do estímulo da vida 
em sociedade que exige o 
desenvolvimento de capacidades 
como inteligência, comunicação e 
cooperação. Para exercitar essas 
capacidades, precisamos de 
modelos, exemplos que podem ser 
seguidos. A cultura é exatamente 
esse modelo. 
-> Quanto mais somos expostos a 
situações, mais as 
compreendemos, e nos tornamos 
pessoas mais seguras de nossas 
atitudes. As pessoas aprendem 
como e em que momento podem 
utilizar as emoções. 
-> Se a cultura e o nosso 
comportamento fosse “natural”, 
não sofreria tanta variação de um 
lugar para o outro, e de uma época 
para a outra, pois seguiríamos uma 
orientação única. 
-> Dependemos de um aprendizado 
social para dar sentido às ações. 
-> Exemplos: 
->“Tal pai, tal filho.” – Não parece 
que há uma crença na herança 
genética como fator que determina, 
e, portanto, que nosso 
comportamento é inato? 
-> “É de pequenino que se torce o 
pepino.” – Há uma defesa da 
importância do comportamento 
adquirido, e, portanto, do 
aprendizado. 
-> “Diga‑me com quem andas, e 
direi quem és.” – Novamente 
percebemos a importância da 
influência da sociedade e da 
socialização. 
-> “A fruta nunca cai longe do pé.” 
– Esse exemplo retoma a defesa 
das características inatas. 
-> Aprender a conviver em grupo e 
conhecer as regras desse convívio 
é essencial para desenvolvermos 
nossas potencialidades como 
humanos. Muito pouco de nossas 
habilidades são comprovadamente 
inatas, ou seja, herança de uma 
carga genética. A maior parte do 
que realizamos ao longo de nossas 
vidas dependem de processos de 
convivência em grupo e de troca de 
conhecimentos. 
-> Meio social como modelador das 
capacidades inatas, que podem ou 
não ser desenvolvidas ao longo da 
vida de cada um. 
-> Nosso comportamento é 
resultado da combinação entre a 
influência de nossa cultura, nossas 
capacidades inatas e a história de 
vida pessoal - indivíduo social. 
-> Um indivíduo pode ter uma carga 
genética que o destaca dos demais, 
como inteligência acima da média 
ou habilidade artística de 
excelência, mas, sem as condições 
sociais para desenvolver suas 
potencialidades, de nada adianta. A 
experiência estimulada e garantida 
pelo meio social pode ser muito 
mais determinante do que qualquer 
característica inata. 
-> Todos gostam de ser premiados, 
elogiados e reconhecidos, assim 
buscamos demonstrar empenho no 
desenvolvimento de habilidades 
esperadas pelo grupo social. Mas, 
ao contrário, quando somos 
reprimidos, repreendidos, tolhidos 
em certos comportamentos, sendo 
excluídos do bom convívio social, 
procuramos evitar esse 
comportamento. 
-> A sociedade está o tempo todo 
nos apoiando ou reprimindo, e isso 
é necessário para que possamos 
ter uma garantia de que todos se 
comportem de forma ética e dentro 
dos padrões aceitos. Padrões 
mudam de uma época para outra, 
pois a sociedade é dinâmica e está 
em constante mudança. 
-> Como indivíduo, cada um de nós 
passa a vida sendo influenciado e 
influenciando a sociedade. É um 
processo recíproco do qual não 
temos como fugir, pois precisamos 
do convívio social. O grupo sofre a 
interferência de seus indivíduos. 
-> Uma sociedade que cria 
condições favoráveis, por meio de 
instituições e de sua determinação 
coletiva, ou de seus valores, para 
permitir que um número cada vez 
maior de indivíduos possa 
desenvolver plenamente suas 
potencialidades, se tornará uma 
sociedade melhor. As 
características de um grupo 
dependem das características de 
seus indivíduos, mas um e outro 
não podem fazer muita coisa 
isoladamente. 
-> Consideramos “indivíduo” e 
“sociedade” aspectos inseparáveis 
para falarmos de seres humanos. 
-> A antropologia preocupa‑se em 
demonstrar a importância da 
cultura e minimizar coisas como 
nossas características físicas ou o 
clima e a geografia do lugar em que 
nascemos; mesmo em ambientes 
muito semelhantes, mas distantes 
geograficamente, os grupos 
humanos desenvolvem hábitos 
muito diferentes; procura 
demonstrar que a vida social 
permite uma grande riqueza de 
interpretaçõese abordagens sobre 
o comportamento humano. 
-> As características genéticas 
fazem parte de uma herança 
biológica que os indivíduos não 
podem controlar, por isso afirma‑se 
que são influências das quais não 
podemos fazer escolhas; o mesmo 
se dá com o meio ambiente e as 
características naturais do território 
que abriga um povo. 
-> Não é correto confundir 
características de comportamento 
que são culturais e desenvolvidas 
pela história de um povo, com uma 
espécie de “essência”, como se 
fosse sua natureza que determina. 
-> Comportamento cultural: 
conjunto complexo de 
conhecimentos desenvolvidos ao 
longo de gerações, como 
necessidades, crenças, valores e 
ética de vida coletiva, entre outras 
coisas. 
-> Julgamento sem conhecimento: 
preconceito. 
-> A diversidade cultural demonstra 
complexidade. Em todos os lugares 
em que se forma um grupo humano 
há a tendência à inovação, à 
criação de novas condutas e 
formas de pensar o mundo. 
-> Teses deterministas: teses que 
procuram explicar o 
comportamento de populações 
humanas, a partir da determinação 
de um ou dois únicos fatores; 
pretendem que a biologia ou a 
geografia de um povo determine 
todo o seu comportamento. 
-> A biologia e a geografia 
influenciam certos 
comportamentos, mas nunca os 
determinam. 
-> Cultura: conjunto de muitos 
fatores, como a história desse 
povo, suas necessidades e formas 
de supri‑las; os valores e 
conhecimentos transmitidos; o 
conjunto de hábitos e regras 
sociais etc. O ser humano é uma 
espécie moldável e criativa. Em 
cada grupo social, as respostas às 
necessidades resultam em uma 
história que é única para aquele 
grupo. Portadores das marcas da 
história, das experiências 
coletivamente vividas, das soluções 
criadas, os grupos vão construindo 
um conjunto absolutamente único 
que é sua cultura, um processo. 
 
 
Surgimento da cultura 
 
-> Ter costumes e hábitos 
aprendidos é um comportamento 
relacionado com a nossa 
sobrevivência e evolução enquanto 
espécie. 
-> Comportamento: determinado ao 
mesmo tempo por nossas 
características orgânicas (o tipo de 
aparelho físico que temos e como 
podemos utilizá‑lo), por nossas 
experiências pessoais racionais ou 
afetivas de mundo, e, finalmente, 
pelo meio social onde vivemos. 
-> Teoria da evolução: século XIX, 
Charles Darwin afirmou que todas 
as espécies vivas resultam de uma 
evolução ao longo do tempo. 
Adaptação ao meio: sucessivas e 
pequenas transformações que 
possibilitaram a sobrevivência; 
esse processo de mudanças 
orgânicas ocorre por necessidade. 
a) podem se adaptar e, ao longo de 
muitas gerações, apresentarem 
mudanças visíveis; 
b) não conseguirem se adaptar, 
entrando em extinção. 
Ser dotado de uma habilidade 
qualquer, mas que é fundamental 
para os indivíduos de uma 
população sobreviverem de forma 
ótima. E ainda por cima, 
transmitirem seus genes para a 
próxima geração. 
Seleção natural: sobrevivem por 
mais tempo os indivíduos mais 
aptos a sobreviver. Como são mais 
aptos, por estarem mais adaptados, 
eles têm mais chances de 
reproduzir e deixar essa carga 
genética para a próxima geração. 
-> Não existem formas de vida 
“melhores” ou “piores”. Não existe 
uma hierarquia que seja 
comprovável e que permita dizer 
que uma espécie seja “superior” às 
outras. 
-> Características biológicas: forma, 
funcionamento e estrutura do 
corpo. É a nossa anatomia, 
características herdadas 
biologicamente e que não são 
resultado da nossa escolha 
pessoal. 
-> Características culturais: todo 
comportamento que não é baseado 
nos instintos, mas nas regras de 
comportamento em grupo que nos 
permite transformar a natureza 
para a sobrevivência (trabalho), e 
nos permite atribuir significados e 
sentidos ao mundo por meio dos 
símbolos (a cor branca, por 
exemplo, simboliza a paz, ou um 
tipo de vestimenta que simboliza 
status). 
-> Nossa cultura foi determinante 
para modelar nossas 
características biológicas ao longo 
do tempo, e vice‑versa. 
-> Um ancestral comum, deu 
origem a diferentes famílias, e cada 
uma delas se adaptou de forma 
distinta, gerando espécies distintas. 
 
 
-> Ser humano começa a trabalhar, 
e não mais viver da caça/coleta 
que o tornava dependente dos 
recursos nos territórios habitados; 
trabalhar dessa forma permite 
produzir mais do que o necessário 
para a sobrevivência, pois pode 
estabelecer troca com outras 
comunidades humanas. Surge, 
então, a produção de excedentes. 
-> O conjunto de tudo que o grupo 
social produz torna viável uma 
existência cultural, nos libertando 
da “lei da selva”. O trabalho 
humano se fundamenta em 
características básicas como 
comunicação e cooperação . 
Fixando‑se em um lugar, 
inaugurando o sedentarismo, o ser 
humano passa a viver em uma 
sociedade organizada. 
-> Mais alimentos disponíveis, mais 
segurança com as casas 
fabricadas, maior permanência do 
grupo, isso tudo levou a uma maior 
reprodução da espécie. Tais 
condições permitiram aos nossos 
ancestrais uma organização social 
mais complexa baseada na 
sociedade, e não mais em bandos. 
A comunicação também sofre uma 
revolução que foi o surgimento da 
escrita. 
-> Habilidades que são de ordens 
distintas colaboram para formar o 
complexo fenômeno que 
denominamos humanidade: 
 
-> Humanidade: soma de 
características que unem 
habilidades físicas, comportamento 
coletivo, valores e ética de mundo, 
e, enfim, a história de uma espécie; 
capacidade de organização e 
comunicação. 
-> Lógica das trocas: 
determinantes na evolução de 
nossa espécie. Para realizar a 
sociedade dependemos uns do 
trabalho especializado dos outros, 
cujos produtos precisam ser 
trocados constantemente. 
-> Bando: tem como característica 
o fato de ser uma coletividade, um 
ajuntamento sem grande 
organização e carente de laços que 
o torne definitivo. 
-> A proibição do incesto (Lévi-
Strauss) indica que em 
determinado momento da nossa 
evolução começou a existir a noção 
de família e parentesco. Os outros 
mamíferos não possuem essa 
noção e, eventualmente, pode haver 
cruzamentos entre irmãos ou entre 
pais e filhos. 
-> Trocando mulheres e formando 
grupos de parentesco, os bandos 
foram se transformando em 
sociedade, organizando melhor a 
produção e a distribuição de 
alimentos e recursos. 
-> Regra da reciprocidade: orienta 
nossa conduta para recompensar 
quem nos dá ou presenteia com 
alguma coisa. Portanto, a ideia de 
troca traz consigo a ideia de 
reciprocidade, ou seja, devolver, de 
alguma forma, o que foi recebido. 
->A noção de valor não é um dado 
objetivo: é cultural, histórica, 
subjetiva e contextual. 
-> Parentesco: um grupo social 
solidário que garante aos seus 
membros não quebrar o “contrato” 
de reciprocidade por qualquer 
desavença ou desacordo, como é 
possível entre parceiros/ sócios, 
amigos ou estranhos. 
-> Família: grupo de apoio mútuo e 
com forte solidariedade, que 
garante aos seus membros uma 
duração e permanência muito 
maior do que laços eventuais com 
não parentes. Podemos abandonar 
um sócio ou amigo, mas é muito 
mais raro e difícil abandonar um 
filho. 
-> De um indivíduo para outro 
encontramos pequenas diferenças 
biológicas, muitas delas dadas pela 
herança genética que recebemos 
ao nascer, mas isso não é 
determinante de nosso 
comportamento. Muito mais que 
genes, o meio social vai influenciar 
profundamente cada um de nós 
durante toda a vida. 
-> O ser humano depende do 
modelo encontrado no meio social 
como um reforço e uma rotinização 
de comportamentos. Seguimos 
regras de comportamento coletivo, 
e, ao fazê‑lo, construímos a 
sociedade. 
-> Nossas capacidades de 
organização em grupos, divisão de 
tarefas, especialização em 
diferentes áreas de atuação, 
planejamento e visão estratégica, 
flexibilidade de comportamento e 
adaptação a mudanças, nossa 
tendência à reciprocidade nas 
trocas, foram determinantes na 
evolução de símios para seres 
humanos. 
 
-> A organização social e a 
participação individual ativa e 
consciente definem que tipode 
sociedade se constrói dia após dia 
como modelo de referência para o 
conjunto de indivíduos do grupo. 
-> 1 – reciprocidade equivalente (ou 
simétrica, ou igual) – quando o que 
é trocado entre as pessoas possui 
igual valor; 
2 – reciprocidade não equivalente 
(ou assimétrica, ou desigual) – 
quando uma das partes não recebe 
o equivalente à sua dádiva, ao que 
foi dado. 
-> Vivemos em sociedade porque 
somos capazes de nos organizar e 
seguir regras. Nossa organização e 
a obediência às regras são um 
recurso evolutivo que nos 
capacitou na luta pela 
sobrevivência. 
-> A sociedade pressupõe não 
apenas organização para realizar 
tarefas, mas também as 
necessidades subjetivas como 
realizar tarefas de acordo com a 
oportunidade de desenvolver 
habilidades; os desejos e sonhos 
de crescimento pessoal, etc. 
-> A cultura é um conjunto 
complexo que organiza e dá 
sentido à vida social. Mas mesmo 
pertencendo a um grupo, nossa 
individualidade tem seu espaço. Em 
cada esfera da vida social – família, 
trabalho, lazer, religião – podemos 
manifestar nossas características 
pessoais e nos realizar 
individualmente. 
-> Não há cultura quando não existe 
uma tradição viva, 
conscientemente elaborada, que 
passe de geração para geração, 
que permita individualizar ou tornar 
singular e única uma dada 
comunidade relativamente às 
outras (constituídas de pessoas da 
mesma espécie). 
-> Os princípios humanos que nos 
fazem estabelecer trocas e 
relações de reciprocidade 
permitem a cada indivíduo 
estabelecer um maior equilíbrio 
entre as condutas individualistas e 
as altruístas. 
-> Sem organização não há 
sociedade, e sem trocas não há 
humanidade. 
 
 
Cultura 
 
-> A palavra “cultura” é usada com 
diferentes significados, conforme o 
contexto. Podemos encontrá‑la em 
nosso dia a dia, fazendo parte da 
forma como tratamos os outros e 
reagimos a certas situações; 
conceito central da ciência 
antropológica, em que há um 
significado que enfatiza outros 
aspectos bem diferentes desse 
cotidiano e possibilita um tipo de 
visão sobre o ser humano e suas 
relações bem diferente do uso 
comum. 
-> Senso comum: ter reações que 
proporcionam soluções imediatas 
para situações cotidianas; saber 
avaliar prontamente uma atitude 
como correta ou errada, ou ainda, 
saber técnicas rotineiras de como 
cozinhar, como tomar banho, como 
arrumar uma casa fazem parte de 
seu repertório. 
-> Capacidade das pessoas de 
aplicarem palavras e conceitos 
para explicar algo que viveram, sem 
recorrer a livros, instrução ou 
reflexão. 
-> É de responsabilidade do senso 
comum o conjunto de preconceitos 
e ideias equivocadas sobre 
questões complexas cuja polêmica 
exigiria reflexão, interação e 
ponderação. 
-> De acordo com o senso comum, 
a cultura diferencia as pessoas: as 
que a têm, daquelas que não a têm. 
-> Antropologia: ciência dedicada 
ao estudo do Homem. 
-> Surgiu no século XIX, empenhada 
em aprofundar o conhecimento 
científico sobre as “sociedades 
primitivas” (como eram chamadas 
as tribos e os povos não europeus 
– os nativos das Américas, 
Austrália e África) - diferenças no 
comportamento. 
-> A diversidade cultural não gira 
apenas em torno de “povos 
primitivos” e “povos civilizados”, 
mas está em toda parte onde haja 
contato entre dois povos que 
cultivam costumes e valores 
diferentes. 
-> Franz Boas (1930) – “A cultura 
inclui todas as manifestações dos 
hábitos sociais de uma 
comunidade, as reações do 
indivíduo na medida em que são 
afetadas pelos costumes do grupo 
em que vive, e os produtos das 
atividades humanas na medida em 
que são determinados por tais 
costumes”. 
-> B. Malinoswki (1931) – “Esta 
herança social é o conceito central 
da antropologia cultural (...). 
Normalmente é chamada de cultura 
na moderna antropologia e nas 
ciências sociais. (...) A cultura inclui 
os artefatos, bens, procedimentos 
técnicos, ideias, hábitos e valores 
herdados. Não se pode 
compreender verdadeiramente a 
organização social senão como 
uma parte da cultura”. 
-> W.H. Goodenough (1957) – “A 
cultura de uma sociedade consiste 
em tudo aquilo que se conhece ou 
acredita para influenciar de uma 
maneira aceitável os seus 
membros. A cultura não é um 
fenômeno material: não consiste 
em coisas, pessoas, condutas ou 
emoções, mas em uma 
organização de tudo isso. É a 
forma das coisas que as pessoas 
têm em sua mente, seus modelos 
de percebê‑las, de relacioná‑las ou 
de interpretá‑las.” 
-> Clifford Geertz (1966) – “Se 
compreende melhor a cultura não 
como complexos de esquemas 
concretos de conduta – costumes, 
usos, tradições, conjuntos de 
hábitos – mas sim como planos, 
receitas, fórmulas, regras, 
instruções (o que os engenheiros 
de computação chamam de 
‘programas’) e que governam a 
conduta”. 
-> Clifford Geertz (1973) – “Cultura 
é um sistema simbólico, 
característica fundamental e 
comum da humanidade de atribuir, 
de forma sistemática, racional e 
estruturada, significados e sentidos 
às coisas do mundo”. 
-> M. Harris (1981) – “A cultura se 
refere a um corpo de tradições 
sociais adquiridas que aparecem 
de forma rudimentar entre os 
mamíferos, especialmente entre os 
primatas. Quando os antropólogos 
falam de uma cultura humana, 
normalmente se referem ao estilo 
de vida total, socialmente 
adquirido, de um grupo de pessoas, 
que inclui os modos pautados e 
recorrentes de pensar, sentir e 
atuar”. 
-> Anthony Giddens (1989) – 
“Cultura se refere aos valores que 
compartilham os membros de um 
grupo, às normas que estabelecem 
e aos bens materiais que 
produzem. Os valores são ideais 
abstratos, enquanto que as normas 
são princípios definidos ou regras 
que as pessoas devem cumprir”. 
-> Tentativa de abarcar todas as 
realizações humanas, 
representadas em dois níveis 
complementares que são as 
realizações materiais (fabricações 
humanas) e as imateriais 
(conhecimentos). 
-> Outros autores, entretanto, 
entendem que as maiores 
realizações humanas estão 
contidas nos aspectos imateriais, 
uma vez que somos a única 
espécie dotada de capacidade de 
abstração (pensar em coisas que 
não estão presentes, criar, 
imaginar). 
-> O homem como produtor do 
mundo material: capacidade 
adaptativa, mostrando a cultura 
como sendo uma forma de solução 
da sobrevivência, em que grupo 
social, recursos e meio ambiente se 
combinam para determinar os 
hábitos de um povo. As técnicas 
desenvolvidas para solucionar 
todos os tipos de empresa humana 
é que definem propriamente a 
cultura, que equivale a soluções 
práticas para a existência humana. 
-> O homem como produtor do 
mundo imaterial: a solução prática 
para a vida humana é uma 
consequência de outras 
capacidades/simbolização (criar, 
planejar, prever, avaliar, imaginar, 
atribuir significado e modificar a 
natureza não apenas por 
necessidade de sobrevivência, mas 
por necessidade de se sentir bem). 
cultura equivale à nossa incansável 
capacidade intelectiva de carregar 
o mundo de símbolos e seus 
significados. 
-> O comportamento humano é o 
comportamento simbólico. 
-> Não há uma cultura melhor que a 
outra, nem uma pessoa com mais 
cultura que outra para a ciência. 
-> Afirmar que a cultura de um povo 
é a melhor, significa colocar esse 
único povo no centro da história e 
afirmar que todos os outros 
deveriam seguir seu modelo, em 
todos os seus aspectos descritos 
acima como valores, ideias, 
soluções práticas etc. 
-> Evolucionismo social ou 
darwinismo social: da mesma 
forma como os seres vivos 
evoluem, também as sociedades 
passariam por estágios evolutivos. 
Esses estágios iriam das 
sociedades mais primitivas para as 
mais civilizadas (mais evoluídas) , 
passando por alguns estágios 
intermediários. Essa capacidade 
evolutiva seria consequência direta 
da condição biológica dessa 
população, que determinaria coisas 
como a capacidade intelectual e o 
caráter moral. 
-> É uma teoria que privilegia a 
sociedade de quem a produziu, em 
detrimento das outras. 
-> Teorias evolucionistas: servem a 
propósitosde ideologias raciais. 
-> O fato de existir uma cultura 
diferente em cada lugar não é algo 
que tenha que ser solucionado, isso 
é próprio de nossa espécie. A cada 
experiência social deve 
corresponder um conjunto de 
valores e práticas únicos. 
-> Cultura promove a diferença. 
-> Interesse é uma das formas de 
expressão do que chamamos de 
valores. 
-> Cada povo possui uma cultura. 
Cada cultura possui um conjunto 
diferente de valores - diversidade 
cultural. 
-> Endoculturação ou enculturação: 
conceito utilizado para designar os 
processos sociais que 
transformam o aprendizado sobre 
o comportamento social em algo 
que é assimilado pelos indivíduos 
como parte de sua personalidade 
ao atingir a idade adulta. A maioria 
dos autores usa como sinônimo de 
socialização. 
-> Não há linearidade nos 
processos de transformação da 
cultura. O que há são relações de 
poder. Ou seja, uma cultura 
dominante em seu tempo, tende a 
influenciar e gerar padrões de 
comportamento para todos os 
outros, mas não porque ela seja 
necessariamente melhor, ela 
apenas é dominante. 
 
Comunicação é simbólica 
 
-> Ao se comunicar, o ser humano 
utiliza símbolos que significam algo 
para ele. Quando esses 
significados não são os mesmos, 
podem surgir problemas no diálogo 
entre pessoas e sociedades 
diferentes. 
-> Atribuir significado ao mundo é 
parte de um processo relacionado à 
cultura e nos auxilia nos processos 
de relacionamento humano. 
-> A cultura humana tem 
características que diferenciam 
nossa forma de vida coletiva. 
-> Tudo que faz parte da cultura 
humana é baseado em símbolos 
que, por meio de uma convenção 
social, são associados pelos 
indivíduos a um determinado 
significado, e isso faz com que seja 
possível a interpretação dos 
conteúdos comunicados. 
-> Símbolos: inclui todas as formas 
de comunicação humana e 
também nossa vida social; é uma 
ferramenta humana para pensar e 
agir. 
-> Simbolizar: criar um símbolo 
para as convenções sociais. 
-> Exemplo: a palavra flor não é a 
“coisa real” que existe na natureza, 
mas um som que representa essa 
realidade. 
-> Para cada coisa existente, o ser 
humano cria muitos símbolos (foto, 
desenhos, etc). 
-> Para perceber o significado de 
um símbolo é necessário conhecer 
a cultura que o criou. 
-> O símbolo facilita e agiliza a 
comunicação, transmite ideias 
complexas e sentimentos. 
-> Rotina é o mesmo que fazer algo 
sempre da mesma maneira, 
portanto, é um hábito. Os 
significados dos símbolos culturais 
dependem de uma rotinização, ou 
seja, precisam ser incorporados de 
maneira mecânica em nossas 
atitudes, de forma que não 
precisamos raciocinar o tempo 
todo para compreender as 
linguagens à nossa volta. 
 
-> A atuação do mercado, que 
intensifica e aumenta a 
necessidade humana de fazer 
trocas, é a responsável atualmente 
por esse deslocamento dos 
símbolos de seu contexto original e 
pela incorporação de significados 
extralocais. Ou seja, os símbolos 
passam de uma cultura para 
outras, sem carregar 
necessariamente seus significados 
originais e atribuídos localmente. 
-> Na comunicação verbal 
precisamos de palavras, da nossa 
língua, que traduz em sons e 
organiza, por meio da sintaxe, as 
regras de comunicação. 
-> Na comunicação não verbal há 
todo o universo de símbolos que 
não dependem das palavras, como 
os sons sem palavras, os gestos e 
as cores. 
-> Comunicação: processo de troca 
de informações entre um emissor e 
um receptor. O código a ser 
utilizado deve ser entendível para 
ambos. 
-> Os objetos dos quais nos 
cercamos, como o vestuário e os 
adornos corporais possuem uma 
função social, que é demarcar 
identidades. 
-> Repertório simbólico: conjunto 
de símbolos e os significados que 
atribuímos às coisas; acontece 
com muitas coisas às quais 
associamos mais de um 
significado. 
> É o que nos orienta a 
compreender os sentidos da vida 
social em cada cultura. 
-> Interpretar: dar sentido, entender, 
julgar. 
-> A maior parte de nossa 
comunicação é composta de 
conteúdos que se tornaram 
convenção social. 
-> Como os símbolos cotidianos 
dependem desse consenso em 
torno da interpretação, é muito 
comum que quando usados em um 
contexto diferente do original, eles 
sejam interpretados de formas 
completamente diferentes da 
convenção da cultura que lhe deu 
origem. 
-> As pessoas tentam adequar os 
símbolos de outras culturas à sua 
própria linguagem e vida social. 
-> “Primitivos modernos”: uma das 
muitas tribos urbanas da 
atualidade. Consiste em uma 
coletividade que se inspira nas 
práticas de modificação corporal 
dos povos ditos “primitivos” para 
compor um visual atualizado, de 
acordo com as influências da 
cultura contemporânea. Tatuagens, 
piercings, alargadores, implantes 
sob a pele e outros tipos de 
modificação fazem parte dessa 
cultura. 
-> Para Geertz, o homem 
encontraria sentido nos 
acontecimentos através dos quais 
ele vive por intermédio de padrões 
culturais, que seriam amontoados e 
ordenados de símbolos 
significativos. O homem é um 
animal amarrado a teias de 
significado que ele mesmo teceu, 
sendo a cultura estas teias. Os 
indivíduos sentem, percebem, 
raciocinam, julgam e agem sob a 
direção destes símbolos. A 
experiência humana é assim uma 
sensação significativa, interpretada 
e aprendida. 
-> Símbolos “secretos”: seu 
significado partilhado apenas pelos 
iniciados. Nesse caso, sua 
divulgação é sempre muito restrita, 
e sua pouca exposição social pode 
dificultar durante algum tempo sua 
apropriação por pessoas 
“estranhas” a esse coletivo. 
-> Símbolos “não secretos”: 
principalmente os símbolos 
relacionados a ideologias políticas, 
movimentos coletivos ou eventos 
polêmicos. Eles são divulgados 
como forma de afirmação de uma 
coletividade em torno de suas 
ideias e princípios, mas dependem 
de situações históricas que podem 
torná‑los aceitos e desejáveis, ou, 
pelo contrário, reprovados e 
indesejáveis. 
-> Na medida em que um símbolo 
se distancia de seu registro original, 
perdendo para a maioria de uma 
sociedade seus significados, ou 
ainda quando ele é “importado” de 
outra cultura ou tempo, ele pode 
ser utilizado livremente, 
comunicando novas ideias ou 
sendo usado com outras 
finalidades. 
-> Os símbolos podem ser 
utilizados mesmo fora dos 
contextos originais para os quais 
foram criados. Quando isso 
acontece, pode haver mudança em 
seus significados. 
-> Sem os símbolos não haveria 
cultura humana (não teríamos 
capacidade de exteriorização e 
comunicação do mundo que nos 
rodeia). 
-> Toda cultura pode ser 
considerada como um conjunto de 
sistemas simbólicos, à frente dos 
quais se situam a linguagem, as 
regras matrimoniais, as relações 
econômicas, a arte, a ciência, a 
religião. Todos esses sistemas 
visam a exprimir certos aspectos 
da realidade física e da realidade 
social, e, mais ainda, as relações 
que esses dois tipos de realidade 
mantêm entre si e que os próprios 
sistemas simbólicos mantêm uns 
com os outros. 
 
 
Cultura, culturas – ciência, 
relações humanas, símbolos 
e comunicação 
-> Compreender como e por que a 
sociedade cria regras, ou qual sua 
importância em nossas relações 
sociais, cria habilidades de 
relacionamento com o grupo, 
promovendo integração e 
bem‑estar. 
-> As relações sociais em qualquer 
cultura são mediadas por valores, 
normas e regras. Assim, quando 
nos relacionamos uns com os 
outros, precisamos recorrer a 
formas de conduta que orientem 
nosso comportamento e que nos 
tornem menos individualistas e 
mais coletivistas. 
-> Em cada universo social existem 
os valores que são mantidos pelo 
grupo e fazem parte das condutas 
pessoais. 
-> As regras não existem apenas no 
tratamento com os outros, elas 
fazem parte também de todo o 
universo cultural de forma a 
organizar a vida. 
-> Tudo em nossa cultura possui 
uma regra ou uma forma de 
normalizar o comportamento, que é 
transformada em hábito. 
-> Valores e regras: o que nos torna 
humanos não é apenas a 
inteligência, mas o conjunto denossas capacidades biológicas 
somado às nossas tendências de 
comportamento social; lógica que 
pressupõe uma forma de controle 
do grupo sobre 
os indivíduos. 
-> São orientações para a conduta 
social e prevalecem em um grupo 
social. 
-> Valores: responsáveis por 
noções coletivas que possibilitam 
aos indivíduos considerar/julgar as 
atitudes dos outros como “boas” ou 
“ruins”, “certas” ou “erradas”, 
“justas” ou “injustas”, 
comportamentos desejáveis e 
indesejáveis; modelos de referência 
para a nossa moral, enquanto as 
normas garantem que nosso 
comportamento seja adequado ao 
do grupo. 
-> Normas: nos ajudam a 
diferenciar entre condutas 
“próprias” ou “impróprias”. As 
regras são conjuntos de normas 
que regulam o nosso 
comportamento. Para todas as 
ocasiões sociais, aprendemos a 
segui‑las e, sem perceber, exigimos 
dos outros que também o façam. 
-> A sociedade é dinâmica e, ao 
longo do tempo, os valores e as 
normas tendem a mudar de acordo 
com a vontade coletiva. 
-> Regra: caráter formal, que está 
relacionada com normas e leis. É o 
conjunto de regras como as leis de 
um povo, ou as regras de um tipo 
de jogo. 
-> Regras informais: não estão 
registradas de forma escrita e que 
não precisam ser “estudadas” ou 
conhecidas pela escrita. São as 
regras que permeiam nossa vida 
cotidiana, que regulam nossa 
conduta. 
-> Hábitos: formas repetitivas e 
regulares de fazer certas coisas. 
Quando a maioria dos indivíduos de 
uma sociedade possui os mesmos 
hábitos, eles passam a ser 
compreendidos como regras. 
-> As regras se transformam em 
hábitos quando repetimos 
exaustivamente seu uso e 
deixamos de pensar que esse 
comportamento é uma forma de 
regrar a vida coletiva. 
-> Existem valores e regras muito 
gerais, que nos dão noção de como 
agir “em qualquer situação”. 
Entretanto, quando participamos de 
grupos dentro dessa cultura, como 
grupos religiosos, profissionais, 
esportivos, acadêmicos etc., 
percebemos que a cada âmbito 
social correspondem valores e 
normas específicos para aquele 
contexto. 
-> Há regras e normas que devem 
ser seguidas por todos os 
indivíduos de uma sociedade, e há 
aquelas que são aplicadas apenas 
a alguns grupos específicos. 
Clubes, instituições religiões, 
associações e partidos são bons 
exemplos desses grupos. 
-> O consenso, em relação aos 
valores, é obtido quando a grande 
maioria da sociedade concorda 
com alguma atitude e lhe atribui 
importância. 
-> As normas e os valores precisam 
ser mantidos, e, para isso, há uma 
espécie de “vigilância” (institucional 
e convívio social). Existem vários 
níveis de “vigilância” que a 
sociedade cria para zelar pelo 
cumprimento dos valores e das 
normas. Os que não seguem as 
normas e os valores são 
repreendidos, e recebem um tipo de 
punição moral, psicológica. 
-> As regras enquadram o 
comportamento humano, no 
sentido de que não permitem 
qualquer forma de conduta o 
tempo todo. 
-> Língua e cultura não existem 
separadamente. Uma depende da 
outra, pois sem o desenvolvimento 
de uma língua, os indivíduos de um 
grupo não se comunicariam, e sem 
a cultura a linguagem seria limitada 
às necessidades de nosso instinto. 
-> Os sentimentos são inatos, mas 
a forma que encontramos para 
expressá‑los não são. 
-> As línguas são parte das culturas 
e, como os demais sistemas 
culturais (religião, economia, moral, 
arte, etc.), guardam relação 
intrínseca com as formas de vida e 
pensamento culturais. O fato de 
serem ordenadas a partir de regras, 
que se constituem como seus 
princípios de ordenação lógica, 
assim como qualquer sistema 
simbólico, revela que as culturas 
como um todo são ordenadas a 
partir de regras, que se constituem 
como seus princípios de ordenação 
lógica, possibilidade de produção e 
troca de significados 
compartilhados e, portanto, de 
comunicação e compreensão 
-> A expressão de sentimentos 
humanos recebe uma forte carga 
da cultura de cada povo. 
-> Se os valores são um conjunto 
de ideias que um grupo social 
considera desejável no 
comportamento de seus indivíduos, 
as normas são regras de conduta 
baseada nesses valores. 
-> As regras são a garantia do 
grupo social de que cada um de 
nós tome atitudes, a maior parte do 
tempo, de acordo com a convenção 
coletiva, e não com os impulsos 
pessoais. Ao repetirmos os hábitos 
sociais, realizamos a possibilidade 
de convivência em grupo, evitando 
atitudes conflituosas e 
individualistas que exigiriam uma 
constante negociação das partes 
envolvidas até chegarem a um 
acordo. 
-> Uma transformação de valores 
leva à outra, porque a cultura 
funciona em conjunto. É um todo 
interligado e não há como isolar 
algum de seus aspectos e garantir 
que não haverá mudanças. 
-> Mudanças podem resultar de 
dois fatores principais, internos e 
externos: transformações internas 
são geradas a partir da vida 
coletiva de um povo que se 
transforma dinamicamente com o 
tempo, mesmo sem qualquer 
influência de eventos ou povos 
externos a ela. 
-> Externas são mais repentinas e 
normalmente resultam do contato 
com uma cultura alheia. As 
influências que resultam de fatores 
externos continuam a acontecer 
com frequência em nosso mundo 
cada vez mais globalizado. 
-> Atualmente há uma confusão 
sobre as fronteiras. Não há mais 
como afirmar o que é apenas 
interno e aquilo que, sem sombra 
de dúvidas, é algo apenas externo. 
-> A palavra “tradição” deriva do 
latim traditio, que significa 
transmissão, algo que é transmitido 
do passado ao presente. Por isso, 
chamamos de tradição cultural um 
conjunto de valores e práticas que 
se mantém e atravessa muitas 
gerações. 
-> O importante em diferenciar 
essas fronteiras é 
compreendermos que fazemos 
parte de um processo de 
transformações que tendem a 
ampliar a consolidação de valores 
mundiais, mas que não impedem 
de haver regras e valores locais. 
-> Não é possível aplicar regras que 
ferem valores, como não é possível 
manter valores se não há regras a 
eles associados. 
-> Valores predominantes ou 
valores vigentes: conjuntos de 
valores que atravessa toda a 
sociedade, independentemente de 
sexo, classe social ou religião; se 
encontram dispersos na sociedade 
e são defendidos pela maioria de 
seus membros; caracterizam uma 
cultura. 
-> Punições: atingem a vida dos 
indivíduos por meio da 
desmoralização pública, do 
isolamento ou mesmo da 
perseguição moral. 
-> Conservadores: aqueles que 
defendem a manutenção de uma 
ordem de valores; os que rejeitam. 
-> Inovadores: apesar dos custos 
para sua vida pessoal e social 
assumem as consequências em 
nome das mudanças. Os que 
aceitam. 
-> A sociedade pode ser vista como 
um palco de embate entre essas 
duas tendências e “as primeiras 
pretendem manter os hábitos 
inalterados, muitas vezes 
atribuindo aos mesmos uma 
legitimidade de ordem 
sobrenatural. As segundas 
contestam a sua permanência e 
pretendem substituí‑los por novos 
procedimentos”. 
-> Ir contra regras morais vigentes 
coloca a sociedade em situações 
de conflito. 
-> Os conservadores representam a 
ordem de valores que está 
instituída e, portanto, têm apoio e 
poder para julgar e reprimir os 
inovadores. E para obter 
transformação, os inovadores 
precisam enfrentar as situações de 
constrangimento até que sua 
conduta não seja mais percebida 
como uma ameaça ao grupo. 
-> Valor vigente ideal: corresponde 
àquilo que as pessoas idealizam, 
portanto, não é algo concreto, mas 
uma abstração, uma construção 
mental. 
-> Valor vigente real: corresponde à 
forma como as pessoas colocam 
em prática, de fato, os valores 
vigentes. 
-> Todo tipo de ideia que carrega 
consigo uma importância para 
nossa consciência é um valor. 
-> Contato cultural ou interétnicos: 
fenômenos do contato entre 
diferentes culturas. Os cientistas 
procuram compreender qual o 
impacto desse contato com o 
diferente em uma tradição. 
-> A cultura tem meios e 
instituições de auto preservação e 
conservação que lhe permitem 
funcionar com estabilidade – e, por 
conseguinte, darconfiança aos 
indivíduos que a vivenciam. 
-> São meios de conservação a 
língua (compartilhamento dos 
significados das palavras para a 
transmissão de mensagens); os 
modos de educação, formais e 
informais, que também podemos 
chamar de “enculturação” 
(tornar‑se membro de uma cultura); 
as maneiras de sociabilidade; as 
instituições como casamento e 
família. 
-> Ao defender um conjunto de 
valores, ao defender uma tradição 
ou simplesmente algo considerado 
muito importante, as pessoas 
podem se deixar levar por fortes 
emoções e se tornarem agressivas, 
ou com raiva, ou intolerantes, ou 
ainda muito sensíveis e abaladas. 
-> A forma como as pessoas 
organizam seu universo social, 
como orientam sua conduta com 
os outros, consigo mesmo ou com 
os animais é resultado de um 
sistema de valores estabelecido 
sobre tradições, costumes, regras 
que são herdadas. Esse conjunto 
que orienta a conduta das pessoas 
pode ter um caráter muito local, ser 
muito específico de um tipo de 
comunidade, ou ter uma 
abrangência mais universal. 
 
Diversidade cultural 
 
-> Hábitos de convívio e soluções 
para sua vida social que podem ser 
extremamente variados; imensa 
diversidade de regras, símbolos e 
formas de conduzir a vida coletiva. 
-> Nossa reação perante as 
diferenças de comportamento de 
um lugar para outro podem ser 
orientadas de duas formas: ou pelo 
etnocentrismo (rejeição do 
diferente) ou pelo relativismo 
cultural (aceitação do diferente). 
-> O ser humano desenvolve 
respostas e soluções, às vezes, 
completamente originais e 
diferentes para sua vida em 
sociedade. Isso acontece tanto em 
relação às técnicas de 
sobrevivência e transformação da 
natureza à sua volta, como nas 
regras de convívio social. 
-> Etnocentrismo: pessoas julgam a 
sua própria cultura como sendo 
superior à outra; é uma visão do 
mundo em que o nosso próprio 
grupo é tomado como centro de 
tudo e todos os outros são 
pensados e sentidos a partir dos 
nossos valores, nossos modelos e 
nossas definições do que é a 
existência; sentimentos de 
estranheza, medo, hostilidade etc. 
-> Guardadas as devidas 
proporções, o etnocentrismo nada 
mais é que uma forma de valorizar 
a própria identidade cultural. 
-> É possível perceber a diversidade 
cultural quando um grupo social 
tem dificuldades em aceitar o 
modo dos “outros” fazerem as 
coisas. 
-> A diversidade cultural existe em 
dois níveis, de uma grande cultura 
para outras e dentro de uma 
mesma cultura. 
-> De uma região para outra ou de 
um tipo de ambiente social para 
outro, existem variações que 
tornam esse povo único, especial 
(linguagem ,alimentação, etc). 
-> Alteridade (ou outridade): é a 
concepção que parte do 
pressuposto básico de que todo 
homem social interage e 
interdepende de outros indivíduos. 
Assim, como muitos antropólogos 
e cientistas sociais afirmam, a 
existência do “eu‑individual” só é 
permitida mediante um contato 
com o outro; nossa capacidade em 
nos relacionar com o “outro”. 
-> Relativismo cultural: oposição ao 
etnocentrismo. Quando somos 
capazes de avaliar uma cultura 
alheia, sem utilizar o tempo todo a 
nossa própria cultura como 
parâmetro de comparação, 
estamos relativizando; atitude que 
exige que o observador se coloque 
no lugar do outro para julgar as 
situações a partir de uma 
perspectiva relativa ao outro, e não 
a si mesmo. Por isso, exige a 
alteridade. 
-> Rompe com a noção de uma 
história e uma cultura únicas e 
comuns a todos os povos, 
assumindo que cada povo tem sua 
história particular, relativa às 
experiências que cada um viveu 
naquele tempo e espaço em que se 
inserem; analisar cada aspecto de 
uma cultura de acordo com seu 
próprio contexto. 
-> As culturas não precisam 
produzir, necessariamente, o 
mesmo tipo de sociedade, cada 
uma vai construindo sua própria 
história e suas próprias soluções 
de mundo. Cada uma “evolui” ao 
seu próprio modo. 
-> Aceitar outras soluções de 
mundo, sem querer transpor de 
forma simples essa solução para 
um contexto onde ela não se 
encaixa, adaptar conceitos e 
características, trazendo-os ao seu 
contexto. 
 
 
 
-> O etnocentrismo e o relativismo 
cultural são formas opostas de agir 
em relação ao “outro”. Pode haver 
uma gradação ao utilizá‑los. Não 
devemos ser tão etnocêntricos a 
ponto de odiar o outro, e não 
devemos relativizar princípios que 
são universais e preservam a 
integridade de qualquer ser 
humano. 
-> É preciso considerar que em 
qualquer sociedade todos os 
indivíduos são influenciados pela 
visão de mundo de sua cultura para 
fazer julgamentos. 
-> A diversidade cultural é tão 
importante para a humanidade 
quanto a diversidade biológica. 
Sem o equilíbrio e a convivência 
entre as diferentes culturas, 
teríamos, com certeza, uma 
humanidade mais pobre, na qual a 
troca de experiências se limitaria a 
repetir sempre as mesmas 
soluções. Respeitar e saber 
aproveitar a diversidade são 
desafios para o mundo futuro. 
-> A cultura adquire formas 
diversas através do tempo e do 
espaço. Essa diversidade se 
manifesta na originalidade e na 
pluralidade de identidades que 
caracterizam os grupos e as 
sociedades que compõem a 
humanidade; constitui o patrimônio 
comum da humanidade e deve ser 
reconhecida e consolidada em 
benefício das gerações presentes e 
futuras. 
-> Inclusão: diversidade deve ser 
tratada como um direito de 
expressão, como um patrimônio 
humano, e não como fonte de 
intolerância entre povos e pessoas. 
-> Temos que ser tratados como 
iguais para não sermos 
inferiorizados, mas também temos 
o direito à diferença para não 
arriscar nossa identidade. 
-> É através dos conceitos que 
aprendemos em nossa 
endoculturação que somos 
capazes de atribuir qualidades e 
significados à vida. 
-> Endoculturação: se refere aos 
processos de aprendizado dos 
valores e hábitos de nossa cultura, 
do lugar onde nascemos; processo 
em que, alguns valores, ideias, 
hábitos e crenças de nossa cultura 
são tão internalizados por cada 
indivíduo, que se tornam quase 
inconscientes ( o indivíduo não 
percebe como algo foi aprendido, e 
esse aprendizado está tão 
inculcado que parece fazer parte de 
nossa natureza, ou personalidade). 
-> Socialização: nos capacita a 
sermos membros de uma 
sociedade, a nos comportar 
coletivamente. 
-> Ao passarmos por processos de 
endoculturação, estamos nos 
tornando membros desta cultura, 
sendo aceitos como “iguais”, por 
compartilharmos, em grande parte, 
a mesma visão de mundo. Não 
temos consciência de que certas 
condutas foram aprendidas, por 
isso, passam a nos parecer 
naturais, pertencentes de nossa 
própria vontade e de nossos 
próprios impulsos. 
-> Não existe uma total objetividade 
na forma como o ser humano 
observa, apreende e conceitua o 
mundo. Cada cultura possui uma 
forma específica de ver o mundo. 
 
-> Visão de mundo: forma como as 
pessoas interpretam o mundo de 
acordo com seus valores e reagem 
da forma adequada ao seu grupo 
social. 
-> Aculturação: quando uma cultura 
se modifica em função do contato 
com o “outro”, seja em pequenos 
aspectos ou mesmo de forma 
avassaladora. Isso acontece 
quando substituímos valores de 
nossa cultura original pelos valores 
de outras culturas. 
-> Negar a cultura; perder a cultura. 
-> Valores que não estão sendo 
mudados em função de uma 
dinâmica própria, ou de 
necessidades reais. 
-> Os indivíduos se relacionam e 
interagem socialmente a partir de 
valores e hábitos culturais. 
Portanto, quando pessoas de 
culturas diferentes interagem, é 
correto afirmar que as culturas 
estão se relacionando. 
-> O relativismo cultural e a postura 
de alteridade agregam valores ao 
ser humano, e o torna mais flexível 
ao debate, à convivência e a um 
tratamento mais justo em relação à 
diferença. 
-> Características universais: são 
aquelas que não se alteram em 
função do contexto ou condição 
momentânea. 
-> Características particulares: são 
aquelas que encontramos apenas 
em determinados contextos, seja 
de um lugar para outro,seja de uma 
época para outra. 
-> O ser humano é um animal 
cultural: jamais será capaz de viver 
em sociedade sem produzir 
símbolos, interpretar ao seu modo 
o mundo que o rodeia, e, assim, 
produzir uma cultura original. 
-> O que nos dá a sensação de que 
o mundo inteiro vive da mesma 
forma como nós vivemos é o 
etnocentrismo. Ele nos joga numa 
forma de isolamento de realidades 
alheias à nossa própria, e nos faz 
julgar como “atrasados” os povos 
que ainda não aderiram totalmente 
à nossa forma de vida social. 
-> Apesar de vivermos de formas 
muito diferentes de um lugar para o 
outro, temos as mesmas 
necessidades, enquanto seres da 
mesma espécie. 
-> Há elementos particulares às 
culturas humanas, mas também 
temos muitas coisas em comum, 
que são os elementos universais da 
humanidade. 
-> Somos dotados das mesmas 
necessidades e capacidades, mas 
produzimos arranjos sociais bem 
originais e diferentes entre si - 
estruturalismo. Compartilhamos 
uma estrutura mental que é 
universal, entretanto nos 
expressamos de formas diferentes. 
-> Ele explica que a diversidade 
cultural é apenas a aparência, uma 
forma de expressão diferente, de 
uma estrutura mental que é 
universal à nossa espécie. Assim, 
os rituais, os hábitos e as línguas 
são apenas uma forma diferente de 
expressar as categorias mentais do 
homem. 
-> “Pesquisa de campo”, ou 
“pesquisa de observação 
participante”: o pesquisador 
permanece durante um longo 
período de tempo convivendo com 
a cultura que deseja conhecer, 
abandonando sua mera condição 
de “observador alheio”. O 
antropólogo faz um mergulho 
profundo na visão de mundo e no 
cotidiano do “outro”. 
-> Apesar de afirmar o caráter da 
imensa diversidade cultural 
humana, a antropologia realça a 
existência de estruturas que nos 
fazem igual. 
 
-> Globalização: fenômeno que 
coloca em contato constante um 
número cada vez maior de povos e 
pessoas do mundo todo; 
contribuíram de forma decisiva a 
intensificação de atividades como 
o comércio exterior, a 
transnacionalização das grandes 
indústrias e empresas, o turismo, a 
valorização de serviços como a 
gastronomia, a disseminação dos 
meios de comunicação de massa, 
ou, ainda, a valorização da escola 
como forma de educação no 
mundo todo. Inclui aspectos 
econômicos, tecnológicos, culturais 
e políticos. 
-> Por causa do aumento da 
circulação de bens e de pessoas, 
aumentou também a circulação de 
informações, ideias e conceitos 
entre povos do mundo inteiro. 
-> O ser humano pode produzir uma 
sociedade mais justa, se conseguir 
por meio do debate, da exposição 
de conteúdos culturais cada vez 
mais diversificados e da reflexão 
coletiva, chegar às soluções menos 
etnocêntricas e mais originais. A 
globalização pode nos oferecer 
ferramentas para esse tipo de 
conduta. 
-> A globalização pode permitir a 
emergência de novas formas de 
identificação coletiva, as quais, por 
não mais se definirem em função 
de um pertencimento territorial, ou 
de uma tradição imemorial, mas em 
função de questões de relevância 
global, se subtraem às exigências 
de lealdade tradicional ou de 
atuação localizada. 
-> Pós‑modernidade: está sendo 
caracterizada por um fenômeno 
original em relação às identidades 
culturais, pois até a modernidade, 
antes da globalização, as culturas 
eram mais enraizadas, faziam parte 
da história de um povo e de um 
lugar. 
-> Desenraizamento cultural: falar 
de uma cultura, com seus hábitos, 
símbolos e identidades coletivas, 
que deixa de ter um único território 
e se “desenraiza” para levar suas 
influências para muitas outras 
culturas que participam do 
processo de globalização. 
-> A pós‑modernidade trouxe a 
possibilidade da migração dos 
símbolos culturais, de sua 
utilização em novos e originais 
contextos, provocando seu 
desenraizamento. 
-> Em tempos de globalização, 
todos os lugares estão se 
comunicando culturalmente e 
mutuamente, e os símbolos 
culturais flutuam livremente em 
lugares virtuais. 
 
 
-> Tribos urbanas: fenômeno bem 
associado à globalização, e que 
permite que os símbolos de muitas 
culturas se misturem, e isso acaba 
gerando esse tipo de expressão 
cultural. É sobretudo uma cultura 
presente em grandes cidades, onde 
as pessoas estão mais expostas às 
mensagens dos veículos de 
comunicação de massa, como 
cinema, televisão e Internet. 
-> Esses grupos são chamados de 
“tribos”, pois todos, mesmo os que 
não pertencem a esse ou aquele 
grupo, conseguem reconhecer que 
há uma identidade entre os 
indivíduos. Vestuário, linguagem, 
lugares que concentram sua 
frequência, tudo que pode ser 
usado como recurso de identificar 
um grupo especial dentro de nossa 
cultura. 
-> Os grupos políticos e religiosos 
não usam recursos simbólicos 
como vestuário e linguagem para 
serem percebidos e se destacarem 
“da massa”, mas antes porque 
defendem uma tradição e/ou 
ideologias. 
-> Dizer que as culturas são um 
“patrimônio da humanidade” 
significa considerar a diversidade 
enquanto valor universal. A crítica 
ao etnocentrismo, assimilada, na 
maioria das vezes, à dominação 
ocidental, somente pode ser 
validada quando se manifesta 
como algo que transcende a 
província de cada cultura, de cada 
identidade.

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