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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ 
FACULDADE DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO, ATUÁRIA E CONTABILIDADE 
DEPARTAMENTO DE ADMINISTRAÇÃO 
CURSO DE ADMINISTRAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
JONH HEBERT CHAVES ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
FALHAS DE CLIENTES COPRODUTORES DE SERVIÇOS: UMA ANÁLISE 
SOBRE AS PRÁTICAS DE PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO REALIZADAS PELO 
SEBRAE JUNTO AOS SEUS CLIENTES MEI. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2019 
JONH HEBERT CHAVES ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
 
 
FALHAS DE CLIENTES COPRODUTORES DE SERVIÇOS: UMA ANÁLISE 
SOBRE AS PRÁTICAS DE PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO REALIZADAS PELO 
SEBRAE JUNTO AOS SEUS CLIENTES MEI. 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Administração do Departamento de 
Administração da Faculdade de Economia, 
Administração, Atuária e Contabilidade da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito 
parcial para obtenção do Título de Bacharel em 
Administração. 
 
Orientador: Prof. Dr. Hugo Osvaldo 
Acosta Reinaldo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORTALEZA 
2019 
 JONH HEBERT CHAVES ARAUJO 
 
 
 
 
 
 
FALHAS DE CLIENTES COPRODUTORES DE SERVIÇOS: UMA ANÁLISE 
SOBRE AS PRÁTICAS DE PREVENÇÃO E RECUPERAÇÃO REALIZADAS PELO 
SEBRAE JUNTO AOS SEUS CLIENTES MEI. 
 
 
 
 
 
 
Monografia apresentada ao Curso de 
Administração do Departamento de 
Administração da Faculdade de Economia, 
Administração, Atuária e Contabilidade da 
Universidade Federal do Ceará, como requisito 
parcial para obtenção do Título de Bacharel 
em Administração. 
 
Orientador: Prof. Dr. Hugo Osvaldo 
Acosta Reinaldo 
 
 
Aprovada em: ___/___/______. 
 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
_____________________________________________ 
Prof. Dr. Hugo Osvaldo Acosta Reinaldo (Orientador) 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
_____________________________________________ 
Prof.ª Dra. Cláudia Buhamra Abreu Romero 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
_____________________________________________ 
Prof. Dr. Áurio Lúcio Leocádio da Silva 
Universidade Federal do Ceará (UFC) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
À minha familia. 
Aos meus amigos. 
À UFC. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Primeiramente, à Universidade Federal do Ceará, por contribuir para minha 
formação tanto profissional quanto pessoal, pela estrutura de ensino e, principalmente, a todos 
os professores por compartilhar seus ensinamentos e experiências. 
À minha amada mãezinha, Dilma Chaves, que sempre me apoiou durante toda a 
minha vida, que lutou pela minha educação. A ela, o meu mais sincero obrigado, por ser essa 
pessoa maravilhosa e por estar sempre ao meu lado. 
Ao professor Hugo Acosta, por aceitar o meu pedido, pela sua orientação, 
paciência, tempo, idéias, suporte, correções e principalmente pela confiança e disponibilidade, 
sem sua valiosa ajuda esse estudo não teria sido realizado. 
Aos meus amigos, Marcel Amorim, Tamires Soares, Tales Freitas, Mikael 
Williams, Judah Gonçalves e Raissa Raiane, pelo incentivo, parceria e apoio durante diversos 
momentos da minha vida. 
À minha querida amiga Thais Cordeiro, por me ajudar a ingressar na Universidade 
e principalmente por ter me ajudado a escolher o curso de Administração, sem sua ajuda e 
orientações provavelmente não estaria aqui nesse momento. 
Aos colegas da turma de graduação, pelas experiências, reflexões e 
companheirismo durante toda a vida acadêmica. 
Ao SEBRAE, por mais uma vez abrir suas portas para mim, fornecendo-me o 
suporte necessário para realizar meu estudo. 
A todos os que aceitaram participar das entrevistas, pelo tempo e atenção 
disponibilizados nas entrevistas. 
E por último, mas não menos importante, aos professores participantes da Banca 
examinadora, Cláudia Buhamra e Àurio Leocádio, por todas as enriquecedoras contribuições 
ao meu trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A sabedoria não vem do acerto, mas do 
aprendizado com os erros.” 
Monja Coen 
 
 
 
RESUMO 
 
Estudo que investiga as falhas causadas por clientes coprodutores de serviços, tendo como 
objetivo geral analisar métodos de prevenção e recuperação de falhas causadas por clientes 
coprodutores de serviços. Para tanto, é necessário identificar a origem das falhas causadas por 
clientes coprodutores de serviços, avaliar formas de prevenir as falhas causadas por clientes 
coprodutores de serviços e analisar métodos de execução de recuperação de falhas de 
serviços, esse estudo também levantou o perfil dos clientes que cometeram falhas. O estudo 
realiza um revisão bibliográfica específica sobre o assunto. A partir disso é realizado um 
estudo de caso com clientes Microempreendedores Individuais do Escritório Regional 
Fortaleza do SEBRAE/CE. Foi utilizado um método exploratório com abordagem mista 
(quali-quanti), e como instrumentos para coleta de dados no ambiente de análise foram 
adotados dois roteiros de entrevistas estruturadas e observações, o primeiro roteiro foi 
utilizado em 35 entrevistas com microempreendedores individuais clientes do SEBRAE, o 
segundo roteiro foi respondido pelo Gestor responsável pelo atendimento ao MEI. Os 
resultados demonstraram que foi possível atingir os objetivos propostos após realizar análises 
sobre como são prevenidas as falhas e como a recuperação de falhas no serviço ocorre no 
contexto do serviço realizado pelo SEBRAE. 
Palavras-chave: Falhas em serviços, prevenção de falhas em serviços, recuperação de falhas 
em serviços, coprodução em serviços, SEBRAE, Microempreendedor Individual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
Study that investigates the failures caused by co-producing service customers, with the 
general objective to analyze methods of prevention and recovery of failures caused by co-
producing service customers. To this end, it is necessary to identify the origin of the failures 
caused by co-producing service customers, to evaluate ways to prevent failures caused by 
service customers co-producing and to analyze methods of performing service recovery, this 
study also raised the profile of failed customers.. The study performs a specific literature 
review on the subject. Based on this, a case study is conducted with Individual 
Microentrepreneurs clients from the Fortaleza Regional Office of SEBRAE/CE. An 
exploratory method with mixed approach (quali-quanti) was used, and as instruments for data 
collection in the analysis environment, two structured interviews and observation scripts were 
adopted. The first script was used in 35 interviews with individual SEBRAE client 
microentrepreneurs. The second interview addressed the manager in charge of the service to 
the individual microentrepreneurs. The results showed that it was possible to achieve the 
proposed objectives after performing analysis on how failures are prevented and how service 
failure recovery occurs in the context of the service performed by SEBRAE. 
Key-words: Service failures, failure prevention in services, service recovery, SEBRAE, 
Individual Microentrepreneur. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
 
Figura 1 - Matriz de processo de serviços................................................................................ 20 
Figura 2 – Roteiro básico do serviço de apoio ao MEI realizado pelo SEBRAE.................... 22 
Figura 3 - Componentes de um sistema eficaz de recuperação de serviços............................. 33 
Figura 4 - Fluxograma dos processos do serviço de apoio ao MEI realizado pelo 
SEBRAE/CE............................................................................................................................ 44 
Figura 5 – Espaços de atendimento ao MEI – Associação Comercial do Ceará (à esquerda) e 
Escritório Regional Fortaleza (à direita)..................................................................................45 
Quadro 1 - Identificação dos quatro tipos de falhas de serviços.............................................. 29 
Quadro 2 - Classificação de falhas causadas por clientes em serviços.................................... 30 
Quadro 3 – Quadro de congruência......................................................................................... 41 
Quadro 4 – Classificação de falhas em serviços causadas por clientes coprodutores no 
contexto do serviço oferecido pelo SEBRAE.......................................................................... 47 
Quadro 05 – Relação Razão para formalização – Clientes Regulares..................................... 61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1 – Sexo........................................................................................................................ 50 
Tabela 2 – Idade....................................................................................................................... 51 
Tabela 3 – Escolaridade........................................................................................................... 51 
Tabela 4 – Faturamento Médio Mensal................................................................................... 51 
Tabela 5 - Área de atuação do negócio.................................................................................... 52 
Tabela 6 – Tempo de atividade como Microempreendedor Individual................................... 52 
Tabela 7 – Principal razão para formalizar-se como MEI....................................................... 53 
Tabela 8 – Razões secundárias para formalizar-se como MEI................................................ 53 
Tabela 9 – Quem lhe ajudou na formalização como MEI? ..................................................... 53 
Tabela 10 – Lembrança do momento da formalização............................................................ 55 
Tabela 11 – Situação atual de clientes que afirmaram receber capacitação no SEBRAE....... 56 
Tabela 12 – Situação atual de clientes formalizados no SEBRAE.......................................... 56 
Tabela 13 – Principal razão para formalizar-se como MEI (Clientes que realizaram a 
formalização no SEBRAE)...................................................................................................... 60 
Tabela 14 – Quem emite seu DAS........................................................................................... 62 
Tabela 15 – Quais as principais dificuldades para realizar a emissão e pagamento do 
DAS?........................................................................................................................................ 62 
Tabela 16 – Onde efetua a entrega da DASN.......................................................................... 63 
Tabela 17 – Qual o motivo do atraso no envio da DASN....................................................... 63 
Tabela 18 – Principal razão para formalizar-se como MEI – Clientes não formalizados pelo 
SEBRAE.................................................................................................................................. 64 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................... 13 
2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS ............................................. 17 
2.1 Classificações dos serviços ............................................................................................... 19 
2.2 Encontro de serviços ......................................................................................................... 22 
2.2.1 Tipos de encontro de serviços ......................................................................................... 24 
2.2.2 Participação do cliente .................................................................................................. 25 
2.2.2.1 Cliente como coprodutor .............................................................................................. 27 
2.3 Falhas em serviços ............................................................................................................ 28 
2.3.1 Classificação das falhas causadas pelos clientes em serviços ...................................... 31 
2.3.2 Recuperação de falhas em serviços ................................................................................ 32 
2.3.3 Prevenção de falhas dos clientes .................................................................................... 35 
3 METODOLOGIA ................................................................................................................ 39 
3.1 Classificação do Estudo .................................................................................................... 39 
3.2 Unidade de análise ............................................................................................................ 40 
3.3 Procedimentos para coleta e análise de dados ............................................................... 40 
4 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO OFERECIDO PELO SEBRAE ........................ 44 
4.1 Caracterização das falhas causadas pelos clientes......................................................... 47 
4.2 Análise dos resultados ...................................................................................................... 52 
4.2.1 Perfil dos clientes em relação aos seus deveres como Microempreendedores 
Individuais ............................................................................................................................... 56 
4.2.1.1 Clientes que estão em situação regular após enfrentarem problemas ......................... 59 
4.2.1.2 Clientes que não estão em situação regular ................................................................. 60 
4.2.2 Perfil dos clientes que cometeram falhas ao buscar o serviço correto ......................... 61 
4.3 Outras observações ........................................................................................................... 63 
CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................................. 67 
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 69 
APÊNDICE A - ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO AO GESTOR 
RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO AOS MICROEMPREENDEDORES 
INDIVIDUAIS REALIZADO PELO SEBRAE EM FORTALEZA/CE .......................... 76 
APÊNDICE B - ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO 
MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS ATENDIDOS PELO SEBRAE EM 
FORTALEZA ......................................................................................................................... 78 
ANEXO A – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” EMISSÃO DE DOCUMENTO DE 
ARRECAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE ................... 84 
ANEXO B – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” PARA ENVIO DE DECLARAÇÃO 
ANUAL DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE ............................... 85 
 
13 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Falhas na prestação de serviços é um tema de grande importância devido aos 
desdobramentos que podem acarretar para uma organização. Por mais eficiente que uma 
empresa seja na prestação de serviços, uma série de fatores pode provocar falhas na execução 
dos serviços. 
Tax et al., (2006) abordam o fato de que os clientes de serviços estão 
frequentemente envolvidos no desenvolvimento e entrega, ao invés de apenas na compra. 
Nessa perspectiva, são coprodutores, o que têm impacto na qualidade da experiência do 
serviço, assim como podem colaborar ou dificultar o rendimento dos funcionários de linha de 
frente e consequentemente da própria organização prestadora do serviço. Ainda segundo Tax 
et al., (2006), cerca de um terço dos problemas de serviços são causados por falha do cliente. 
À medidaque as organizações transferem progressivamente o trabalho para os clientes, esses 
assumem maior responsabilidade pela qualidade do serviço. Dessa forma, suas falhas se 
tornarão mais críticas. 
Lovelock e Witz (2011) abordam a importância de um gerenciamento eficiente 
dos clientes que atuam como coprodutores, de modo a otimizar o desempenho deles nos 
processos de serviços e, consequentemente, reduzir as falhas induzidas por eles. Essa tarefa 
exige que a organização prestadora de serviços utilize com os clientes estratégias de recursos 
humanos empregadas na gerência de funcionários como: recrutamento e seleção, análise da 
função do cliente, educação e treinamento, motivação, e em casos de relacionamentos 
disfuncionais término. 
Almeida e Toledo (2003) argumentam que a recuperação da falha é uma chance 
para a organização converter um problema em um reforço de relacionamento, expondo a sua 
preocupação com o cliente. Ainda que a organização não seja a responsável pela falha, ela 
deve contribuir para que os danos ao cliente sejam os menores possíveis. Tax et al., (2006), 
salientam a dificuldade em executar uma “recuperação” de qualidade no caso de falha dos 
clientes. Desse modo, os esforços para gerenciar as falhas dos clientes precisam ser 
concentrados na busca pela confiabilidade – capacidade de prestar o serviço prometido de 
modo confiável e preciso - e prevenção de falhas. 
Por ser razão de sua existência o fomento da competitividade e o desenvolvimento 
sustentável dos pequenos negócios e o estímulo do empreendedorismo o Serviço Brasileiro de 
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) depende do seu diálogo com a comunidade 
interna e externa, essa relação se torna possível de acordo com o oferecimento de serviços 
14 
 
acessíveis. O SEBRAE oferece diversos serviços aos diferentes tipos de clientes (potenciais 
empresários, microempresário individuais, microempresários e empresários de pequeno 
porte), como consultorias, cursos, oficinas e diversos atendimentos aos empreendedores 
(SEBRAE, 2018). 
Ao tratar sobre os serviços oferecidos pelo SEBRAE, o Microempreendedor 
Individual (MEI) é figura destacada, uma vez que o SEBRAE é o órgão responsável por 
grande parte das ações que visam promover a educação empreendedora entre esse grupo. 
Categoria jurídica criada a partir da Lei Complementar nº 128/2008 (BRASIL, 2008), o MEI 
é a pessoa que trabalha por conta própria e que efetua a formalização como pequeno 
empresário. Para se formalizar nessa categoria é necessário possuir faturamento anual de no 
máximo R$ 81.000,00, assim como exercer de forma independente, somente ocupações 
constantes no Anexo XI da Resolução CGSN 140/2018 (essa Resolução trata-se do 
regulamento geral do Simples Nacional, elaborado pelo Comitê Gestor do Simples Nacional), 
outros requisitos da categoria são: não possuir mais do que um estabelecimento e não possuir 
participação como titular, sócio ou administrador de outra empresa (PORTAL DO 
EMPREENDEDOR, 2019). 
Este estudo tem como ambiente de pesquisa os Espaços de Atendimento ao 
Microempreendedor Individual do Escritório Regional Fortaleza do SEBRAE/CE. A escolha 
desses ambientes visa delimitar o perfil da amostra a ser pesquisada, focando exclusivamente 
nos MEI ali atendidos. 
O serviço de apoio ao Microempreendedor Individual realizado no Espaço de 
atendimento ao MEI tem como finalidade principal a formalização de novos MEIs. O pessoal 
de contato oferece instrução pessoal aos clientes para ajudá-los na adaptação a procedimentos 
necessários para manter a inscrição de MEI ativa, tais procedimentos se tratam de serviços 
suplementares que devem ser coproduzidos pelo cliente, como emissão e pagamento de 
tributos – recolhidos via Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS) -, envio de 
declaração anual de faturamento (DASN) e solicitação de licenças (alvará de funcionamento, 
laudo do corpo de bombeiros, vigilância sanitária, etc.), é repassado um detalhamento das 
responsabilidades, assim como capacitação para efetuar as atividades relacionadas, durante o 
contato é explicitado de maneira clara os benefícios de ser um microempreendedor ativo e as 
sanções impostas ao não cumprimento de deveres. 
Os clientes ao falharem em executar as atividades que lhe são impostas acabam 
tendo problemas relacionados as suas obrigações, o que pode acarretar em inadimplência ou 
cancelamento do registro no CNPJ. Segundo informações coletadas no Portal do 
15 
 
Empreendedor em janeiro de 2018, o município de Fortaleza, possuía 114.573 indivíduos 
formalizados na condição de MEI, dos quais, de acordo com dados da Receita Federal do 
mesmo período, 65,37% estavam em condição de inadimplência, números acima da média 
nacional em 6,6%. No mesmo ano de 2018, a Receita Federal efetuou a baixa de 1,37 milhão 
de MEIs, o que representava 17% dos cadastrados à época. As baixas ocorreram com optantes 
sem pagamento no período de 2015 a 2018 e que estavam com as Declarações Anuais do 
Simples Nacional (DASN) em atraso (O GLOBO, 2018). 
Por se tratar de um serviço de alto contato, o atendimento exige um forte 
envolvimento dos clientes, que estarão ativamente cooperando com a organização e seu 
pessoal durante a entrega do serviço. Segundo Lovelock e Witz (2006), em serviços de alto 
contato, frequentemente os clientes estão preocupados com os riscos associados à entrega e ao 
consumo do serviço. Esses riscos podem ser financeiros, físicos ou também psicológicos. 
Quanto mais bem informados estiverem sobre perigos potenciais e o que fazer para contornar 
esse perigo, maior a probabilidade de que não ocorram problemas e não possuam uma 
experiência desagradável. 
O sucesso da participação do cliente no serviço necessita que o mesmo 
compreenda o seu papel e suas tarefas, sendo de vital importância a orientação e o 
treinamento para a realização dessas tarefas, assegurando a capacidade do cliente executá-las 
no momento necessário. Isso implica no dever do prestador de serviço esclarecer quais tarefas 
o cliente é responsável e o modo de realizar tais ações (BOWEN, 1986). 
De acordo com Almeida e Toledo (2003) é possível diminuir a incidência de 
falhas. Mas, para isso, a organização deve dispor de habilidades para efetuar uma prevenção e 
recuperação eficaz de falhas em serviço. A necessidade de prevenir e recuperar os serviços 
deve ser evidenciada na política empresarial e com a organização produzindo um método de 
recuperação de falhas. 
Diante do exposto, o estudo visa responder o seguinte problema: Como é 
realizada a prevenção e recuperação de falhas causadas por clientes coprodutores de serviços? 
Dessa forma, o objetivo geral dessa pesquisa é analisar os métodos de realização 
de prevenção e recuperação de falhas causadas por clientes coprodutores em serviços. Como 
objetivos específicos, busca-se identificar a origem das falhas causadas por clientes 
coprodutores de serviços; avaliar formas de prevenir falhas causadas por clientes coprodutores 
de serviços; analisar métodos de execução de recuperação de falhas em serviços, e identificar 
o perfil dos clientes causadores de falhas. 
Este estudo foi dividido em cinco seções. A primeira seção trata-se desta 
16 
 
introdução, onde foram apresentados o tema e os objetivos do trabalho. A segunda seção 
aborda o referencial teórico relativo aos temas: serviços, encontros de serviços e falhas em 
serviços. 
A terceira seção descreve a metodologia utilizada junto ao objeto de estudo assim 
como é apresentada a descrição da pesquisa de campo. Aborda-se o seu delineamento, 
destacando-se o tipo de pesquisa, procedimentos e instrumentos de coleta de dados e possíveis 
métodos de análise das informações para atingir os objetivos do estudo. 
Na quarta seção analisam-se as informações obtidas no estudo de caso havendo 
um entrelaçamento entre conceitos e práticas. A quinta seção finaliza o trabalho com asconclusões, limitações do estudo e sugestões para estudos posteriores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS 
 
Segundo Zeithaml et al., (2014), ao longo do tempo, os serviços e o setor de 
serviços da economia vêm recebendo definições com leves diferenças. A pluralidade dessas 
definições possibilita, em muitos casos, esclarecer a ambiguidade e o dissenso observado em 
debates sobre serviços e em explanações sobre o setor de serviços na economia. Buscando 
uma definição simples e ampla do termo Zeithaml et al., (2014, p.4) descrevem serviço como: 
 
Tudo aquilo que inclui todas as atividades econômicas cujo resultado não é um 
simples produto físico ou construção, mas que é consumido no momento em que é 
gerado e oferece valor agregado em formas que constituem, em essência, os 
interesses daquele que o adquire (como conveniência, diversão, geração em hora 
oportuna, conforto ou saúde). 
 
Lovelock et al., (2011) defendem que os serviços precisam ser definidos por si 
mesmos ao invés de serem comparados com bens. Dessa maneira descreve serviços como 
“atividades econômicas ofertadas por uma parte a outra, onde seu desempenho é considerado 
com base em um período de tempo para produzir resultados esperados nos próprios usuários, 
em objetos ou outras posses e ativos pelos quais os consumidores são responsáveis”. 
Lovelock et al.,(2001) complementam informando que em troca de dinheiro, tempo e esforço, 
os clientes de serviços aguardam obter valor com o acesso a bens, mão de obra, capacidades 
profissionais, instalações, redes e sistemas, porém, normalmente os clientes não possuem 
nenhum dos elementos físicos envolvidos. 
Gronroos (1990) define serviços como uma atividade ou série de atividades com 
essência moderadamente intangível que comumente, mas não obrigatoriamente, acontece em 
interações entre consumidores e operadores de serviços e/ou recursos físicos ou bens e/ou 
sistemas do fornecedor de serviço, que são ofertados como soluções para os problemas do 
cliente. 
De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011) um serviço é uma experiência 
perecível, intangível, concebida para um consumidor que exerce o papel de coprodutor. Os 
autores argumentam que muitas definições para serviços são encontradas, e observa que 
grande parte delas consideram a intangibilidade e o consumo simultâneo, como características 
de serviços. 
Diversos autores salientam a importância das organizações considerarem as 
características particulares dos serviços ao preparar seus programas de marketing: 
intangibilidade, inseparabilidade (simultaneidade), variabilidade e perecibilidade 
(FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2011; KOTLER, 2015; ZEITHAML et al., 2014). 
18 
 
A intangibilidade diz respeito ao fato dos serviços não poderem ser vistos, 
sentidos ou tocados antes da aquisição. Está relacionada às atividades conectadas à venda de 
bens, como por exemplo, o atendimento, a garantia, a assistência. Com o objetivo de diminuir 
a incerteza, os clientes buscam sinais da qualidade do serviço, eles irão tirar conclusões sobre 
a qualidade baseando-se no contato com o prestador de serviço, no ambiente, no preço, e nas 
comunicações que podem ver (KOTLER, 2015). 
Em relação à inseparabilidade, Zeithaml et al., (2014) salientam que mesmo se a 
maioria dos serviços forem produzidos, vendidos e consumidos, nesta ordem, os serviços 
normalmente são vendidos com antecedência, e somente após, gerados e consumidos 
simultaneamente. A inseparabilidade por conta da produção e consumo simultâneos acaba 
eliminando algumas oportunidades de interferência no controle de qualidade. Ademais, por 
conta da simultaneidade de geração e consumo, o consumidor é envolvido e presencia o 
processo de produção, desse modo, possui a oportunidade de intervir no desfecho da 
transação. 
Ao tratar da variabilidade, Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) informam que a 
associação da intangibilidade dos serviços com a coprodução do consumidor acaba resultando 
em uma variação do padrão de serviço a cada novo cliente. Zeithaml et al., (2014) 
aprofundam informando que uma vez que os serviços são ações, regularmente executada por 
seres humanos, não existe a possibilidade de dois serviços serem prestados de maneira 
idênticas, isso se dá pelo fato de que as pessoas podem apresentar níveis divergentes de 
desempenho a cada dia, assim como também as exigências, comportamentos e desempenho 
na coprodução, de cada cliente podem variar o resultado do serviço. 
De acordo com Kotler (2015), a perecibilidade dos serviços representa o fato que 
os mesmos não podem ser estocados para venda ou uso posterior. Essa característica deve ser 
encarada pelos profissionais de marketing como um desafio no momento das elaborações de 
estratégias para controle do equilíbrio entre oferta e demanda. 
Nota-se que o serviço têm a possibilidade de ser associado ou não a um produto e 
ser executado por seres humanos ou máquinas. Essas características relacionadas são de 
importância elementar na classificação dos serviços (PINTO, 2015). 
Após a compreensão da definição de serviços e suas características, a próxima 
seção visa apresentar classificações dos serviços. 
 
 
19 
 
2.1 Classificações dos serviços 
 
Levando em consideração o grau de contato do cliente com o sistema, dimensão 
baseada no tempo de contato e interação do primeiro com o segundo, Chase (1978) propôs 
uma classificação para as diferentes categorias de serviços. Mais especificamente baseada no 
período em que o consumidor se mantém em contato com o sistema em comparação ao tempo 
total necessário para a realização do serviço. Dessa maneira os serviços são classificados 
como serviços de alto, médio ou baixo contato. 
Nos serviços de alto contato os clientes são envolvidos ativamente ao longo da 
prestação do serviço, promovendo interações por todo o processo de prestação do serviço 
entre os clientes e a organização, seus colaboradores e seus componentes físicos. Dessa 
maneira, a natureza de exposição do cliente ao realizador do serviço se torna física e tangível, 
durante a entrega dos serviços normalmente os consumidores são expostos a numerosas 
evidencias físicas sobre a empresa, como instalações, equipamentos, móveis, até mesmo a 
aparência e comportamento dos colaboradores. Exemplos: salão de beleza, clínica de repouso, 
consultorias em gestão (LOVELOCK et al., 2011) 
Os serviços de médio contato demandam um envolvimento menor com os 
prestadores de serviços. Frequentemente envolvem casos em que os clientes se deslocam até o 
local de instalações do prestador de serviço e mantém um contato moderado com o pessoal de 
serviços. Exemplos: lavanderias, salas de cinema, conserto de automóveis (BATAGLIA E 
BORCHARDT, 2010). 
Ao tratarem dos serviços de baixo contato Lovelock et al., (2011) informam que 
esses serviços ocorrem por meio de uma base impessoal, através de canais eletrônicos ou 
físicos, mas envolvendo pouco ou nenhum contato direto entre o consumidor e o prestador do 
serviço. Ainda assim a importância dos colaboradores é fundamental, pelo motivo deles serem 
uma espécie de backup do serviço, interferindo na entrega do serviço caso alguma falha seja 
detectada, o contato direto pode ser mais curto, mas é crítico para a prestação do serviço obter 
êxito. 
Diversos pontos das operações de serviços são influenciados pelo grau de contato. 
De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011), serviços com baixo contato possuem a 
tendência a priorizar a utilização da estrutura e dos recursos físicos, promovendo ações 
padronizadas. No outro extremo da classificação em relação ao nível de contato, os serviços 
de alto grau de contato por sua vez baseiam-se nas relações pessoais entre os prestadores de 
serviços e o cliente, dessa forma a maximização do uso da estrutura nem sempre é focalizada. 
20 
 
Bataglia e Borchardt(2010) complementam informando que em determinados 
casos, o serviço acontece em um único encontro, com o pedido, o pagamento e a realização 
acontecendo no mesmo lugar. Em outros casos, a experiência do cliente envolve uma 
sequência de encontros que pode acontecer em um certo período de tempo, abranger muitos 
funcionários assim como desenrolar-se em lugares diferentes. Conforme o nível de contato do 
consumidor com a operação de serviço cresce, existe a tendência de ocorrer encontros de 
serviços mais numerosos e prolongados. 
Com o objetivo de comprovar similaridades nos problemas enfrentados pelas 
diversas indústrias de serviços, Roger Schmenner (1986) apresenta a matriz de processo de 
serviços, conforme a Figura 1, essa matriz classifica os serviços com base em duas 
dimensões: grau de interação e customização, medido pelo eixo vertical que descreve a 
capacidade do consumidor em causar interferência no serviço que está sendo prestado e grau 
de intensidade do trabalho, que é definido como a proporção entre o custo do trabalho e custo 
do capital, trazendo à tona quatro categorias: 
a) fábricas de serviços: Oferecem um serviço padronizado, com baixa intensidade 
de mão-de-obra, assim como também uma maior magnitude de seus custos, 
relacionada aos aspectos tangíveis da empresa, como instalações e equipamentos. 
Outra característica é o baixo grau de interação com o cliente. Exemplos: 
Companhias aéreas, hotéis, transportadoras. 
b) lojas de serviços: possuem atenção especial às operações de atendimento de 
pedidos, aumentando o grau de interação com o cliente, como consequência os 
serviços possuem uma maior customização. Aqui a intensidade de mão de obra é 
relativamente baixa, e o ambiente altamente capitalizado. Exemplos: Hospitais, 
oficinas mecânicas. 
c) serviços de massa: executados em ambientes com alto grau de intensidade de 
mão de obra, porém, com baixo grau de interação com o cliente e de 
customização. Exemplos: Atacado, varejo, escolas. 
d) serviços profissionais: aqui são associados o alto grau de intensidade de mão-
de-obra – especialmente capacitada – com o alto grau de customização e interação 
com o cliente, o que demanda alta flexibilidade do sistema para atender as 
necessidades especificas do cliente. Exemplos: Advogados, médicos, contadores. 
 
 
 
21 
 
 Figura 1 - Matriz de processo de serviços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Schmenner (1986). 
 
Existem diferentes propostas de classificação de serviços, de acordo com 
Lovelock e Witz (2006), pessoas e objetos são as duas grandes categorias processadas em 
serviços. Em numerosos casos que variam do transporte de passageiros à educação, o 
principal insumo do processo de serviço são os próprios clientes. Objetos são o principal 
insumo em casos como um relógio que está quebrado e necessita de um reparo. Em 
determinados serviços, o processo é físico e ocorre alguma ação tangível. Quando o serviço 
tem como base informações, no entanto, o processo pode ser intangível. Fitzsimmons e 
Fitzsimmons (2011) complementam considerando o ato de serviço em duas dimensões: o quê 
ou quem será o favorecido direto do serviço e a tangibilidade da natureza do serviço. 
Em razão dos clientes estarem diretamente envolvidos na produção de serviços os 
profissionais de marketing precisam compreender a natureza do processo ao qual seus clientes 
podem ser expostos. Isso permite que os serviços sejam classificados em quatro grandes 
modalidades com base na natureza dos processos: processamento de pessoas que tratam de 
ações tangíveis aos clientes em pessoa, como transporte de passageiros e cuidados pessoais; 
processamento de posses que são ações tangíveis dirigidas às posses do cliente, com o 
objetivo de aprimorar o seu valor ao cliente, como serviços de limpeza e consertos; 
processamento de estímulos mentais aborda ações intangíveis direcionadas ao intelecto do 
cliente, tais como consultoria, entretenimento e educação, a última categoria se trata do 
22 
 
processamento de informações que são ações intangíveis desempenhadas sobre os bens do 
cliente, aqui se cria valor por meio de coleta, combinação, análise, rearranjo e interpretação 
das informações de maneira úteis, tais como serviços bancários, por exemplo 
(FITZSIMMONS; FITZSIMMONS, 2011; LOVELOCK et al., 2006, 2011). 
Todas as classificações apresentadas são empenhos para associar serviços de 
forma a encontrar características comuns entre os diversos grupos existentes, de modo a 
facilitar o processo de análise das implicações mercadológicas (LAS CASAS, 2002). 
Nessa seção observou-se que o contato com o cliente determina a classificação 
dos serviços, desse modo a prestação do serviço deve considerar as expectativas dos clientes. 
As organizações devem superar os desafios que surgem devido às características dos serviços, 
buscando manter relacionamentos duradouros e estáveis com seus clientes. A próxima seção 
terá como objetivo caracterizar o encontro de serviços. 
 
2.2 Encontro de serviços 
 
No decorrer de qualquer processo, em especial quando se trata de fornecimento de 
serviços, vários contatos são necessários entre os clientes e a empresa, desses encontros 
podem ser despontados sentimentos de satisfação (ou insatisfação) dos clientes em relação ao 
serviço prestado (BERTTO, 2006). Froemming (2001) salienta que as empresas de serviços e 
os encontros de serviços são componentes inevitáveis da vida moderna, sendo bastante difícil 
passar alguns dias sem envolvimento em interações dessa natureza. 
Segundo Zeithaml et al., (2014), esse contato – também conhecido como 
momento da verdade – acontece no momento em que o cliente estabelece uma interação com 
o prestador de serviços. Os autores definem encontros de serviços como as ocasiões em que as 
percepções dos clientes sobre o serviço se configuram, dessa maneira simboliza uma 
oportunidade da organização atestar sua qualidade. 
De acordo com Motta e Nascimento (2011), nesses encontros aspectos relevantes 
para o negócio podem ser detectados e utilizados de modo a conduzir uma melhoria dos 
métodos de produção dos serviços. A importância de um atendimento apropriado fortalece a 
ideia do quanto este contato empresa-consumidor interfere na impressão do cliente junto ao 
serviço realizado, e principalmente na reputação da empresa, que age como um filtro que 
também causa interferência nas expectativas e nas percepções dos consumidores. 
Conforme Neto e Dias (2010) é relevante destacar que os encontros de serviços 
são meios de criação de valor de diversos tipos: de conveniência, de simpatia, de 
23 
 
entretenimento, de cordialidade, de teste e de atendimento. Esses benefícios, quando somados, 
convertem a prestação do serviço em uma experiência de alto valor agregado. 
De acordo com Albrecht e Bradford (1992) diversos elementos colaboram para o 
contexto da prestação de serviço. Esses elementos possuem influência no “momento da 
verdade” dessa forma, os prestadores de serviços devem delegar atenção especial a esses 
elementos. Os autores citam: a) os ambientes físicos e psicológicos onde ocorrem o contexto 
de serviços; b) as expectativas por parte dos clientes em relação a uma qualidade ótima do 
serviço; c) o “acolhimento” oferecido ao cliente; d) a orientação para a satisfação do cliente; 
e) o restabelecimento da credibilidade junto ao cliente, no caso de eventuais falhas e f) a 
aptidão dos funcionários para realizar serviços, independentemente de sistemas 
computadorizados. 
Neto e Dias (2010) informam que existe uma sequência de atividades que se 
sucedem no momento da interação do cliente com a organização, essas atividades partem de 
simples consultas sobre a disponibilidade do serviço, até a execução do mesmo. Faz-se 
necessário a compreensão do conceito de sequência de atividades para que se possa entender 
que os serviços não se resumem a um único atendimento. Dessa maneira diversoscontatos 
representam o atendimento ao cliente, portanto, cada contato ou momento de interação 
envolvendo o cliente pode dar certo ou errado, exigindo atenção rigorosa por parte da empresa 
prestadora de serviços. 
Com a finalidade de promover melhoria na qualidade percebida nos encontros, as 
organizações acabam criando roteiros a serem adotados pelos seus empregados buscando 
atender as expectativas dos consumidores e promover sua satisfação (SOLOMON et al., 
1985). Em um restaurante elegante, por exemplo, é possível observar a adoção de roteiro de 
serviço por parte de funcionários, partindo do momento da reserva até a despedida ao final do 
jantar, a figura 2 exemplifica o roteiro básico do serviço ofertado pelo SEBRAE. 
 
Figura 2 – Roteiro básico do serviço de apoio ao MEI realizado pelo SEBRAE 
 
24 
 
Fonte: Elaborado pelo autor (2019). 
 
Lovelock et al., (2011) informam que o roteiro de serviço descreve as sequências 
de comportamentos que colaboradores e clientes devem conhecer e seguir no momento da 
execução do serviço. Funcionários obtêm treinamento formal, de modo que os clientes 
absorvem roteiros por comunicação, experiência e educação. Qualquer modificação não 
programada no roteiro, e que não adicione valor ao serviço, pode causar frustração tanto para 
o cliente como para o prestador de serviço, assim como levar a insatisfação. 
2.2.1 Tipos de encontro de serviços 
 
Um encontro de serviço acontece sempre que um cliente se relaciona com a 
empresa prestadora. Existem três tipos de encontros de serviços: encontros remotos, 
encontros mediados pela tecnologia e encontros face a face. Em suas interações com as 
empresas, um cliente pode vivenciar qualquer tipo de encontro, ou até mesmo uma 
combinação destes (ZEITHAML et al., 2014). 
Primeiramente, os encontros possuem a possibilidade de ocorrerem sem interação 
humana (encontros remotos), como por exemplo, um depósito bancário via internet banking, 
ou até mesmo em e-mails enviados pela empresa prestadora de serviços. Apesar de não 
ocorrer interação humana nesse tipo de encontro, cada encontro remoto caracteriza uma 
chance para a organização fortalecer ou determinar as percepções de qualidade no cliente 
(ZEITHAML et al., 2014; MARANGONI, 2015). 
Em diversas organizações como companhias de seguros, serviços públicos e 
telecomunicações, o tipo de contato comum ocorre via telefone, ou por meio de mensagens de 
texto, chats online e outras plataformas que proporcionam que a comunicação com o 
prestador de serviço em tempo real possua como base a tecnologia (encontros mediados pela 
tecnologia). Grande parte das organizações necessitam dos encontros telefônicos, para 
responder dúvidas, registrar pedidos, e até certo ponto, realizar o serviço ao cliente. Esse tipo 
de encontro possui alta variabilidade na interação, e o cliente normalmente avalia a qualidade 
do serviço utilizando critérios como: tom de voz, eficiência e comunicação do prestador 
(ZEITHAML et al., 2014; MARANGONI, 2015). 
Quando ocorre interação direta entre funcionário e cliente caracteriza-se o terceiro 
tipo de encontro (encontros face a face ou pessoais). Aqui a identificação e a compreensão 
dos problemas com o serviço de qualidade em contextos pessoais são os pontos mais 
complexos. Aqui comportamentos (verbais ou não) e aspectos tangíveis como vestuário, 
25 
 
equipamentos e instalações, são determinantes para a avaliação da qualidade do serviço. 
Nesse tipo de encontro o cliente por conta do próprio comportamento durante a interação, 
também exerce um papel na geração do serviço de qualidade para si mesmo (ZEITHAML et 
al., 2014; MARANGONI, 2015). 
Froemming (2001) dá ênfase ao fato de que novas tecnologias podem vir a tornar 
algumas espécies de encontros de serviços obsoletas, causando mudanças em encontros de 
serviços no futuro, tornando a presença física do cliente desnecessária para a entrega de certos 
serviços. Desse modo o tipo de valor a ser considerado para a percepção e avaliação da 
qualidade podem ser afetado. 
Portanto, a organização deve ordenar suas estratégias conforme o tipo de encontro 
que ocorre entre seus colaboradores e clientes, para que, dessa forma a avaliação da qualidade 
dos serviços prestados possua correspondência com os objetivos de satisfação e fidelização 
estabelecidos (MARANGONI, 2015). 
 
2.2.2 Participação do cliente 
 
Torres Júnior e Miyake (2011) apontam a importância crescente da participação 
do cliente para a criação de valor nas organizações. É cada vez mais claro para as empresas 
que não adiantam apenas estarem direcionadas ao atendimento das necessidades do cliente, 
elas precisam de mudanças para além deste posicionamento, buscando aprender a explorar 
suas interações com os clientes no processo de criação de valor. Dessa maneira, o estímulo à 
participação do cliente tende a se converter em uma relevante abordagem para se atingir a 
eficácia competitiva. 
Observada a participação do cliente no processo de prestação dos serviços, ele é 
capaz de ajudar a aumentar ou diminuir a qualidade do serviço. Isso se realizará de acordo 
com comportamentos produtivos ou improdutivos, eficazes e ineficazes, apropriados ou 
inapropriados. Determinado nível de participação de cliente na concepção do serviço é 
indispensável em serviços de processamento de pessoas assim como em serviços que exijam 
contato em tempo real (ZEITHAML et al., 2014; LOVELOCK et al., 2011). 
Segundo os autores a dimensão dessa participação possui grande variação e pode 
ser dividida em três amplos níveis: em serviços de baixo nível de participação funcionários e 
sistemas fazem todo o serviço, ao cliente só é exigida sua presença física, em determinados 
serviços de processamento de posses o cliente pode inclusive ficar isolado do processo. Nos 
serviços com nível médio de participação são exigidos do cliente insumos (dados, 
26 
 
informações, esforço ou elementos físicos) para ajudar a organização a oferecer um serviço 
com certo grau de customização, nesse nível cresce a importância da comunicação educativa, 
para que o serviço possua resultado satisfatório o cliente deve cooperar corretamente sempre 
que necessário. Em serviços de alto nível de participação os clientes executam papéis 
relevantes que impactam no resultado do serviço, que não pode ser realizado sem participação 
ativa do cliente, organizações que não auxiliam os clientes para executarem seu papel, põem 
em risco a qualidade final do serviço (ZEITHAML et al., 2014; LOVELOCK et al., 2011). 
Gianesi e Corrêa (1994) salientam a pertinência da classificação dos processos de 
acordo com o grau de participação do cliente no encontro, informando que o grau de 
participação se difere da classificação dos serviços por grau de contato, pois analisa a 
participação do cliente como participante ativo do processo produtivo, praticando funções 
que, em regra, seriam de responsabilidade da empresa prestadora de serviços. Os autores 
continuam informando que, de fato esse enfoque não é absolutamente independente do citado 
anteriormente (tópico 2.1.1), uma vez que encontros em que existe alta participação do cliente 
seriam processos em que o grau de contato é igualmente alto, apesar de que o contrário não 
seja necessariamente verdadeiro. 
De acordo com Mello, Leão e Souza Neto (2004), o cliente pode participar 
intensivamente na prestação de um serviço e ainda assim sentir-se pouco comprometido com 
ele (um exemplo comum acontece nas compras rotineiras). De maneira inversa, o serviço 
pode proporcionar uma baixa oportunidade de participação do cliente e, entretanto, o cliente 
se sentir intensamente envolvido (como um concerto de rock, por exemplo). 
Segundo Barreto e Martins (2018), os clientes são fundamentais para o 
compartilhamento de informações e da resolução do problema proposto, assim como para a 
comunicação no momento da execução do serviço, dando suporte àsatividades dos 
profissionais e sugerindo caminhos, além de ter o conhecimento sobre suas necessidades, sua 
conjuntura, tempo e esforço disponíveis para participar do serviço. 
Bettencourt et al., (2002) destacam o treinamento, educação e socialização como 
principais influenciadores do grau de participação do cliente no processo de realização do 
serviço, os autores também indicam que o início do relacionamento com o cliente é 
fundamental para ditar o tom do relacionamento futuro. Os autores apresenta como vantagem 
de realizar sessões de treinamento no início do relacionamento com o cliente a possibilidade 
de informar de imediato ao cliente a importância do relacionamento com o provedor e desse 
modo iniciar uma interação séria e a transferência de informações. Os treinamentos servirão 
também para reforçar a clareza da função do cliente, educando-o de modo que o cliente tenha 
27 
 
comportamento cooperativo junto ao prestador de serviço. 
Ainda segundo Bettencourt et al., (2002 p.6) os esforços de socialização de 
clientes possui como importante característica o oferecimento de oportunidades para 
interações positivas entre a organização prestadora e o cliente. Essas interações positivas 
contribuem para o compartilhamento e compreensão de semelhanças fundamentais para o 
desenvolvimento de confiança interpessoal, o que impacta na motivação para os envolvidos 
ajudarem uns aos outros. 
Após o entendimento sobre a relevância da participação do cliente na criação de 
valor no serviço, a seguir, será exposto como o cliente assume o papel de coprodutor no 
contexto dos serviços. 
2.2.2.1 Cliente como coprodutor 
 
Na maior parte dos sistemas de serviços, a presença do cliente é essencial para a 
realização do serviço, o cliente representa mão de obra disponível no momento em que for 
necessário, e as ocasiões para ampliar a produtividade estão relacionadas à possibilidade de 
que o consumidor execute algumas das tarefas do serviço, consequentemente se tornando um 
coprodutor (FITZSIMMONS, FITZSIMMONS, 2014). 
Lengnick-Hall (1996), apresenta uma série de incentivos que podem ser 
identificados pelos clientes que participam como coprodutores: a) preços mais baixos, reflexo 
da redução de custos que a organização pode obter com o uso mais eficiente dos recursos; b) o 
controle do cliente aumenta o que eleva sua autoestima; c) redução no tempo de espera; d) o 
cliente ganha mais discrição e oportunidades para tomar decisões; e) maior customização do 
serviço. Torres Junior e Miyake (2011) complementam informando que ao exercer o papel de 
coprodutor o cliente ajuda a organização a utilizar seus recursos de forma mais racional, e que 
o impacto positivo na redução de preços pode refletir em alterações positivas no 
comportamento da demanda. 
Zeithaml et al., (2014) salientam que os serviços podem ser realizados com o 
máximo de eficiência nas situações em que os clientes são observados como colaboradores e 
nos casos em que seus papeis de coprodutores são planejados de modo a maximizar suas 
cooperações ao processo de prestação do serviço. 
Santos e Spring (2015) apontam três procedimentos que objetivam uma 
participação mais objetiva do cliente como coprodutor e torne o processo de realização do 
serviço mais eficiente, são elas: 1) Educação do cliente: Constituem-se de ações voltadas ao 
28 
 
treinamento dos clientes para que executem atividades dos serviços, orientar decisões e 
competência para compreender informações; 2) Ações preventivas: aplicação da experiência, 
contingências e proposições para completar lacunas provocadas pelo cliente; 3) 
Gerenciamento de problemas: Administração das preocupações dos consumidores, 
acolhimento de suas reclamações e empenho para resolver seus problemas. 
Em busca de classificar as atribuições consideradas primordiais para as atividades 
de coprodução, Bettencourt et al., (2002) definiram sete categorias: 1) Abertura à 
comunicação: Remete-se a capacidade do cliente em se aproximar do prestador, ser honesto e 
claro em relação ao compartilhamento de informações para o êxito do projeto junto com o 
prestador do serviço, também inclui o compartilhamento dessas informações; 2) Solução 
compartilhada de problemas: Parte da iniciativa do cliente em compartilhar responsabilidade 
na elaboração de soluções; 3) Tolerância: Trata-se da capacidade do cliente em compreender 
e manter a paciência em situações críticas, como falhas de serviço por exemplo; 4) 
Acomodação: Quando o cliente demonstra acomodação junto aos desejos, abordagem e o 
julgamento do prestador do serviço; 5) Advocacia: Remete-se ao comportamento do cliente 
ao agir como defensor dos méritos e da importância do projeto do serviço; 6) Envolvimento 
com a governança do projeto: Desenrola-se no momento em que o cliente ganha a 
incumbência em participar ativamente da supervisão do desenvolvimento do projeto; 7) 
Dedicação pessoal: Refere-se as condutas que simbolizam o sentimento pessoal de obrigação 
com o êxito do serviço por meio do cumprimento de seus deveres de maneira persistente, 
consciente e responsável. 
Apresentados os conceitos sobre a participação do cliente como coprodutor em 
serviços, resgata-se o objetivo de estudar as falhas em serviços, dessa maneira as próximas 
seções apresentarão a abordagens teóricas sobre o assunto, buscando categorizar as falhas e 
apresentar métodos para preveni-las e recuperá-las. 
 
2.3 Falhas em serviços 
 
Zeithaml et al., (2014) apresentam o conceito de falhas de serviço como um 
desempenho de serviço abaixo das expectativas do cliente, o que produz insatisfação. Bateson 
e Hoffman (2010) complementam “falha de serviço é a impressão que um consumidor possui 
de que o serviço não foi fornecido de acordo com o planejamento inicial, dessa forma a 
reclamação se torna a saída para essa situação”. 
A ocorrência de falhas em serviços revela-se como um ponto crítico da prestação 
29 
 
de serviço, podendo ocorrer durante qualquer momento durante a interação entre cliente e a 
empresa. Na ocasião de falhas, a organização que presta o serviço deve utilizar estratégias de 
recuperação de falhas no serviço, que tenham como objetivo diminuir os efeitos do ocorrido, 
assim como também assegurar a manutenção e fidelidade do seu cliente (PEDROSA E 
CUNHA, 2006; BATESON E HOFFMAN, 2010). 
Segundo Almeida e Toledo (2003), as falhas no serviço podem ser de 
responsabilidade tanto da empresa, como do cliente, ou até mesmo por conta de fatores 
externos. Independente da causa, a possibilidade de falhas ocorrerem é sempre existente, 
dessa forma se faz necessário que a as organizações exerçam medidas necessárias para 
administrá-las, bem como as decorrentes reclamações dos clientes (GRONROOS, 2009 apud 
CRUZ et al., 2011). 
Detectar as falhas deve ser uma rotina essencial para as organizações prestadoras 
de serviços. Diversos estudos apontam a importância da capacidade das organizações em 
identificar e recuperar de maneira imediata as falhas nos serviços para o desenvolvimento e 
manutenção de relacionamentos duradouros com clientes (HART et al., 1990; TAX e 
BROWN, 1998). 
Ennew e Schoefer (2003) salientam a importância de compreender o tipo de falha 
ocorrida, para desse modo, desenvolver uma estratégia de recuperação apropriada e, 
provavelmente ainda mais importante, desenvolver meios de prevenir e limitar futuras 
ocorrências de falhas. De acordo com Bateson e Hoffman (2010) as organizações de serviços 
devem buscar adotar métodos para analisar e aprender com falhas ocorridas no passado. Os 
autores identificaram e classificaram as principais falhas de serviços em 4 categorias: 
a) Falhas no sistema de entrega de serviços principais: 
b) Falhas relacionadas às necessidades e solicitações do cliente; 
c) Falhas relacionadas a ações não solicitadas dos funcionários do prestador 
d) Falhas relacionadas a clientes problemáticos. 
O quadro a seguir resumea categorização proposta por Bateson e Hoffman (2010) 
explorando as principais falhas e suas características específicas. 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Quadro 1 - Identificação dos quatro tipos de falhas de serviços 
 
Fonte: Adaptado de Bateson e Hoffman (2010, p.357) 
 
Associada ao estudo da falha em serviços está a procura por métodos de 
recuperação de falhas em serviços, ponto já reconhecido por muitas organizações como de 
fundamental importância para a sobrevivência da empresa. Gronross (1995, apud SANTOS et 
al., 2008) recorda que a grande maioria dos sistemas de prestação de serviços possuem 
componentes significativos de interação humana, o que tem como consequência uma maior 
ocorrência de falhas, observada a dificuldade de controle. 
Desse modo, as organizações de serviços necessitam promover uma atenção 
especial aos aspectos gerenciais da recuperação das falhas em serviços, de modo que as falhas 
que vierem a ocorrer não resultem em clientes migrando para outros fornecedores 
(LOVELOCK; WITZ, 2006). 
Apresentado o contexto de falhas em serviços, se faz necessário para atingir os 
objetivos do estudo, uma maior aproximação das falhas a serem estudadas, desse modo a 
TIPO DE FALHA PRIMÁRIA
Serviço 
indisponível
Falta ou ausência de serviço normalmente disponível.
Serviço lento Serviços que acabam sendo prestado de maneira mais
vagarosa do que o normal.
Outras falhas no
serviço principal
Serviços que não estão de acordo com as expectativas dos
clientes.
Necessidades 
especiais
Modificação do serviço para atender necessidades
especiais do cliente.
Preferências dos
clientes
Modificação do serviço para atender a preferência do
cliente.
Erros do clientes Falhas ocasionadas por erros admitidos pelos clientes.
Outros clientes
que perturbam
Clientes que influenciam negativamente a experiência de
outros clientes.
Nível de atenção Atenção negativa ou positiva prestada ao cliente por um
funcionário.
Ação incomum Ocorre quando um funcionário tem alguma reação
incomum.
Normas culturais Ações dos funcionários que violam as normas culturais da
sociedade.
Gestalt Avaliação holística da situação e/ou do cliente.
Condições 
adversas
Falhas causadas por situações estressantes aos
funcionários.
Embriaguez Mau comportamento do cliente que acaba afetando
negativamente a experiência de outros clientes.
Abuso verbal e
físico
Ocorre quando o cliente abusa verbalmente ou fisicamente
o funcionário ou outros clientes.
Violação das
políticas da
empresa
Clientes que se recusam a cumprir as políticas que os
funcionários estão tentando aplicar.
Clientes que não
cooperam
Clientes geralmente rudes e exageradamente exigentes.
SUBGRUPOS DE FALHA
Falhas no sistema de 
entrega de serviços 
principais:
Falhas relacionadas às 
necessidades e solicitações 
do cliente;
Falhas relacionadas a 
clientes problemáticos.
Falhas relacionadas a ações 
não solicitadas dos 
funcionários do prestador
31 
 
próxima seção irá explorar as falhas relacionadas às necessidades e solicitações do cliente, 
mais especificamente os erros cometidos pelos clientes. 
2.3.1 Classificação das falhas causadas pelos clientes em serviços 
 
De acordo com Chase e Stewart (1994) as falhas de serviços que ocorrem por 
conta de ações dos clientes podem ser classificadas como falhas na preparação para o 
encontro, no encontro ou na resolução do encontro. Os autores argumentam que apesar do 
“cliente sempre estar certo”, ele também pode cometer erros. Dessa forma devem ser 
encontrados métodos ou ferramentas que auxiliem o cliente a executar seu papel 
corretamente. Diferentemente do prestador do serviço, que normalmente está preparado e 
munido de todo o material e conhecimento necessário para o encontro, o cliente não analisa o 
serviço como um fluxo de encontros, mas em virtude de sua função integrante na execução, 
suas atitudes e ações necessitam de proteção contra falha em cada etapa, certificando desse 
modo a execução adequada do serviço. 
Quadro 2 - Classificação de falhas causadas por clientes em serviços 
 
Erros do cliente 
Preparação 
 Falha em trazer os materiais necessários 
 Falha em entender o papel no processo 
 Falha em buscar o serviço correto 
Encontro: 
 Falha em lembrar as etapas do processo 
 Falha em seguir o fluxo no sistema 
 Falha em especificar adequadamente desejos 
 Falha em seguir as instruções 
Resolução: 
 Falha em assinalar falhas no serviço 
 Falha em aprender com a experiência 
 Falha em ajustar-se às expectativas 
 Falha em executar as ações pós-encontro 
Fonte: Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011, p.147) 
 
Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011) informam que devido aos clientes exercerem 
papéis importantes na execução dos serviços, os mesmos devem colaborar na prevenção de 
falhas. Os autores argumentam que devido à dificuldade de intervenção no processo de 
serviço, o arbítrio do cliente previamente deve ser limitado, essa limitação não pode coagir o 
cliente, sendo executada de maneira discreta de modo a orientar o comportamento do cliente 
contribuindo para a obtenção de um serviço com baixo nível de falhas. 
32 
 
Lovelock et al., (2006 p. 196), complementam informando que antes do encontro 
as organizações podem utilizar a comunicação de marketing de modo a estimular expectativas 
prévias adequadas ao serviço e transmitir informações sobre a maneira correta de acessá-lo. 
Ainda de acordo com Lovelock et al., (2006), as falhas durante o encontro de serviço podem 
ser diminuídas com ações preventivas, avisos gravados ou instruções por inscrito lembram os 
clientes o que eles devem fazer durante a prestação do serviço. Fitzsimmons e Fitzsimmons 
(2011 p.147) ressaltam a importância de a organização moldar o comportamento dos clientes 
após o encontro de serviço, lembretes de como agir após o serviço contribuem para a redução 
de falhas na resolução do encontro. 
2.3.2 Recuperação de falhas em serviços 
 
A recuperação de serviços se trata de ações adotadas por uma empresa em reação 
a uma falha no serviço (ZEITHAML et al., 2014). Almeida e Toledo (2003) informam que a 
recuperação de uma falha de serviço é uma ocasião que a empresa deve aproveitar para 
converter um problema em um reforço de relacionamento, revelando ao cliente sua 
preocupação com a satisfação dele. Determinadas falhas ocorrem sem responsabilidade da 
organização, mesmo dessa forma a empresa deve buscar meios para colaborar com o cliente 
de modo a reduzir a perda sofrida. Em contrapartida, é arriscado buscar reforços no 
relacionamento em casos de erro da organização prestadora de serviços. 
Huang et al., (2015) afirmam que ao vivenciarem falhas de serviços, os clientes 
podem expressar diferentes reações, como por exemplo, alterações no grau de satisfação, 
reações emotivas (como remorso, raiva ou descontentamento) e comportamentais. A falha 
pode resultar em clientes insatisfeitos, mudanças de fornecedores e boca a boca negativo. 
Carvalho et al., (2019) reforçam informando que as organizações que desejam manter 
relacionamentos duradouros com os seus clientes não devem medir esforços para a 
recuperação de falhas em serviços, objetivando reduzir os impactos causados pelas falhas. 
Almeida e Toledo (2003) salientam informando que a recuperação de falhas é 
uma chance para a organização expressar uma qualidade superior e uma atenção especial ao 
seu cliente, pois normalmente os consumidores estão mais atentos em uma situação de 
recuperação de serviço do que em uma situação regular de prestação de serviço. Pedrosa e 
Cunha (2006) afirmam que as organizações devem buscar aprender com as experiências 
passadas, buscando fazer da recuperação de falhas em serviços um instrumento para a 
verificação dos seus processos. 
33 
 
As empresas prestadoras de serviços devem observar os esforços para a 
recuperação de uma falha como uma oportunidade de investimento no relacionamento com o 
cliente,a recuperação de serviço abre uma possibilidade para a organização causar uma 
melhor impressão do que a gerada inicialmente, visto que a empresa comprova o seu interesse 
em prestar um serviço de qualidade (LOVELOCK; WITZ, 2006). 
A importância estratégica da recuperação de falhas em serviços é clara: em uma 
ocorrência de falha no serviço, as organizações devem se empenhar para providenciar uma 
prestação de serviço adequada em uma segunda oportunidade (BROWN; COWLES; TUTEN, 
1996 apud Santos e Fernandes, 2008). Além do mais, em conformidade com a visão 
estratégica, a recuperação de falhas em serviços dá ênfase ao relacionamento com o cliente, 
onde o propósito não é apenas a correção de uma falha em particular, mas também o 
aperfeiçoamento do sistema de prestação de serviços (MAXHAM; NETEMEYER, 2002). A 
finalidade é reduzir os episódios de falha ao decorrer do tempo, fortalecendo e tornando 
positiva a percepção do cliente no tocante a qualidade do serviço (SANTOS E FERNANDES, 
2008). 
Mesmo existindo a possibilidade de adoção de estratégias para reduzir a 
ocorrência de falhas, elas inevitavelmente ocorrerão. Desse modo a organização deve 
desenvolver competências para uma recuperação eficiente de falhas em serviços, sendo 
primordial enfatizar essa necessidade na política empresarial o que deve ocasionar na criação 
de um sistema de recuperação de falhas (ALMEIDA E TOLEDO, 2003). Hart et al., (1990) 
enfatizam a importância das empresas se tornarem “ginastas”, sendo capazes de retomar o 
equilíbrio automaticamente após a ocorrência de falha e seguir sua rotina normalmente. Essa 
aptidão é conquistada por meio de adoção de uma atitude com foco no cliente e com o 
desenvolvimento de habilidades especiais necessárias à recuperação. 
As falhas de serviço não resolvidas se tornam um forte motivo para os clientes 
deixarem a empresa, os clientes também podem relatar sua má experiência para outros 
clientes e até mesmo buscar ressarcimentos em órgãos de defesa do consumidor (ZEITHAML 
et al., 2014). 
Lovelock et al., (2011) apresentam quatro etapas de um sistema efetivo de 
recuperação de serviço: 1) tratamento eficaz das reclamações; 2) identificar reclamações de 
serviços; 3) solucionar reclamações de modo eficaz e 4) aprender com a experiência de 
recuperação. As etapas apresentadas sugerem que é preciso mais do que expressões que sejam 
limitadas a demonstrar atenção aos problemas do Cliente. O processo de recuperação 
necessita de um planejamento que inclua comprometimento e diretrizes claras para que a 
34 
 
recuperação ocorra sem prejuízos. A recuperação deve ser ágil – se possível antes mesmo da 
reclamação do cliente – para que a organização tenha a possibilidade de recuperar o serviço 
sem grandes prejuízos à satisfação do cliente. 
 
Figura 3 - Componentes de um sistema eficaz de recuperação de serviços 
 
 Fonte: Lovelock, et al, (2011, p. 424). 
 
As empresas que desejam aumentar a capacidade de recuperação de problemas de 
serviço devem fazer o seguinte: medir os custos de uma recuperação eficaz, estimular que os 
clientes reclamem e ouvir atentamente as reclamações, antecipar necessidades de recuperação, 
agir rápido, capacitar a linha de frente, e fechar o ciclo via feedback ao cliente (HART et al., 
1990; BATESON; HOFFMAN 2010). 
Após uma revisão da literatura acerca do assunto, pode se observar a importância 
da recuperação de falhas para a manutenção do relacionamento com o cliente e de alguma 
maneira poder recuperar a sua confiança. A ocorrência de uma falha deve ser encarada como 
uma oportunidade para a reavaliação dos processos visto que as experiências passadas podem 
ajudar a implementar novos processos. 
 
 
 
 
35 
 
2.3.3 Prevenção de falhas dos clientes 
 
Tax et al., (2006) definem falha do cliente, como qualquer ação do cliente que 
tenha impacto negativo na experiência desse cliente, na experiência de outros clientes ou na 
produtividade da empresa. 
Uma abordagem bem planejada para a recuperação do serviço também gera 
informações úteis para aprimorar o serviço como fragmento de um empenho contínuo nesse 
sentido. Ao promover regulagens nos processos, sistemas e resultados de serviços se baseando 
em experiências passadas de recuperação, as organizações aumentam as chances de “fazer 
certo pela primeira vez”. Isso diminui os custos de falhas e contribui com o crescimento da 
satisfação inicial do cliente (ZEITHAML et al., 2014). 
Os esforços para gerenciar as falhas dos clientes devem se concentrar na busca 
pela confiabilidade e prevenção de falhas. Em outras palavras, embora a empresa possa buscar 
confiabilidade e recuperação para melhorar seu próprio desempenho, a confiabilidade é de 
importância primordial na melhoria do desempenho do cliente. (TAX et al., 2006). 
A busca pela prevenção de falhas surgiu com a inclusão de métodos japoneses de 
aperfeiçoamento da produção – que rapidamente foram adaptados ao contexto dos serviços -, 
batizados de poka-yoke (algo como “prevenir erros” em japonês), baseando-se no princípio de 
que erros humanos são inevitáveis, busca-se a prevenção desses erros, evitando que estes se 
tornem defeitos. Poka-yokes são dispositivos ou métodos (geralmente simples e baratos) para 
prevenir erros causados por falta de atenção (SLACK et al., 2009). 
Procedimentos à prova de falhas (ou poka-yokes) devem ser estabelecidos não 
somente a colaboradores, mas também a clientes, especialmente em serviços onde estes 
clientes contribuem para a execução da criação e entrega (LOVELOCK, 2011). 
Tax et al., (2006) propuseram uma estrutura de três etapas para impedir que os 
clientes falhem: 
 
Etapa 1: coletar dados de diagnóstico nos pontos de falha do cliente 
 
Prevenir falhas do cliente exige um exame sistemático das situações em que os 
clientes têm um impacto negativo em suas próprias experiências, na satisfação de outros 
clientes ou nos funcionários da linha de frente das empresas ou em sua produtividade (TAX et 
al., 2006). 
O primeiro passo na proteção contra falhas é revisar cada estágio do processo de 
36 
 
serviço e identificar onde e quando ocorrem falhas. Para qualquer serviço, um blueprint pode 
rastrear as etapas de processamento e o fluxo de informações entre o cliente e o servidor. O 
fluxo de informações deve incluir itens como as instruções que o cliente recebe, a solicitação 
de serviço do cliente e a natureza do feedback do cliente. Separar os ambientes de front e back 
office é a linha de visibilidade. Essa linha indica as etapas do processo em que os clientes 
podem observar ou até produzir falhas. As transferências entre o cliente e o servidor ocorrem 
em uma linha de interação. Da mesma forma, as linhas de interação interna indicam 
transferências entre vários servidores no back office. Geralmente, um "novo par de olhos" 
pode detectar os erros durante as transferências (CHASE; STEWART, 1994). 
Tax et al., (2006) abordam a importância da gerência e do pessoal da linha de 
frente rastrearem os motivos pelos quais os clientes não cumprem o combinado, e desse 
modo, produzirem em conjunto com os clientes soluções para esses problemas. A organização 
prestadora do serviço deve acompanhar continuamente o progresso dos clientes por meio de 
feedbacks e buscar meios de identificar novas barreiras que impeçam que os clientes 
permaneçam no caminho certo. Tanto os clientes atuais como os que já abandonaram a 
organização fornecem informações pertinentes sobre as dificuldades enfrentadas no 
desempenho das suas funções, desse modo, podem fornecer descrições precisas sobre os 
pontos fortes e fracos dos sistemas de suporte ao cliente da empresa. 
 
Etapa 2: Identificar as causas principais da falha do cliente 
 
Deve-se levar em consideração que nem sempre o esclarecimento da falha que 
parte do funcionário pode ser o verdadeiro motivo do problema. Lovelock et al., (2011) 
defendemque os motivos das falhas deve ser observados e examinados através do ponto de 
vista dos clientes. 
Os clientes por sua vez, acreditam que a organização poderia tê-los impedido de 
cometer a falha e desse modo se sentem pelo menos “parcialmente responsáveis” pela maioria 
das suas falhas. Com o decorrer do tempo, e com a repetição de certas falhas, os gerentes 
passam a reconhecer o poder que a organização possui para prevenir as falhas por meio de 
alterações no sistema de prestação de serviço. Porém, se os gerentes e funcionários de linha de 
frente cometerem falhas no reconhecimento das verdadeiras causas de falhas dos clientes, 
pode ocasionar em atrasos ou até mesmo na impossibilidade de implementação de soluções 
efetivas (TAX et al., 2006). 
Depois que um erro é detectado, o próximo passo é rastrear o processo para 
37 
 
encontrar sua fonte. É possível cruzar várias linhas (visibilidade e interação) muitas vezes 
antes de localizar a fonte (CHASE; STEWART, 1994). 
Normalmente, as causas subjacentes à falha do cliente estão em uma ou mais das 
quatro categorias: causa humana, processos, ambiente de serviço e tecnologia. Os atributos 
do cliente que normalmente causam falhas humanas incluem falta de habilidades básicas para 
o desempenho da função esperada de modo eficiente, baixo nível de esforço, preparação 
insuficiente ou até mesmo a falta de clareza da parte do cliente sobre o que deve realizar 
durante a prestação do serviço. As principais causas de falhas em processos incluem a 
complexidade dos mesmos e o baixo nível de informações sobre o processo. Condições 
ambientais sobre o ambiente de serviço, como ruído, temperatura e iluminação tem impacto 
nos sentidos e comportamentos do cliente. A tecnologia facilitou que os clientes produzissem 
autosserviços, porém máquinas e sites de difícil manuseio acabam sabotando a experiência do 
serviço, deve se buscar projetar sistemas funcionais e acessíveis de modo a reduzir as chances 
de falhas dos clientes (LOVELOCK et al., 2011; TAX et al., 2006). 
 
Etapa três: Estabelecer soluções preventivas 
 
Uma vez identificadas às causas comuns de um determinado tipo de falha do 
cliente, o passo seguinte é a elaboração de estratégias preventivas. A complexidade das 
soluções para falhas do cliente pode variar drasticamente, as estratégias podem ganhar mais 
sofisticação ao passo de que as funções dos clientes se tornem mais complexas (TAX et al., 
2006). 
A configuração de um sistema a prova de falhas deve objetivar o impedimento de 
que as falhas se tornem defeito no sistema de prestação de serviço. Isso pode exigir inspeção 
de origem, auto inspeção ou verificações sequenciais, ou pode exigir inspeção conjunta, 
envolvendo cliente e servidor. Por exemplo, o servidor pode repetir um pedido para um 
cliente para garantir que as informações corretas sejam acessadas, trocadas e compreendidas 
(CHASE; STEWART, 1994). 
Com o objetivo de tornar mais claras as estratégias de prevenção de falhas Tax et 
al., (2006) definiram cinco categorias de soluções preventivas. Dependendo do contexto da 
organização, a combinação dessas categorias se faz necessária para o objetivo de alcançar o 
resultado esperado. 
1. Redesenhar processos: Quanto mais complexo o papel do cliente no serviço, 
maior a probabilidade dele cometer uma falha. O redesenho da função e do 
38 
 
próprio processo de serviço pode refletir em uma significativa redução de 
falhas. 
2. Utilização de tecnologia: Podem ser implementadas tanto de maneira interna, 
para apoiar os funcionários, como externo para o uso do cliente, um exemplo 
simples é o envio de um SMS para lembrar o cliente de uma consulta por 
exemplo. 
3. Gerenciamento do comportamento do cliente: As organizações precisam 
garantir que seus clientes entendam suas funções, e saibam dessa forma, 
exercê-las de maneira adequada e no tempo correto assim como também 
quando e como executá-las. Treinamentos ajudam a transmitir o 
comportamento indicado, assim como métodos de motivação também ajudam 
o cliente a se comportar como o esperado. 
4. Incentivar a “cidadania do cliente”: Se trata de comportamento voluntário 
por parte do cliente, que usa experiência em serviços anteriores, para apoiar e 
dar suporte a clientes novos, desempenhando papel relevante na prevenção de 
falhas desses outros clientes. 
5. Melhorar o cenário de serviço: O ambiente de serviço afeta a forma como os 
clientes pensam, sentem e se comportam. Desse modo contribui para 
experiências positivas e falhas do cliente. Usar o projeto físico para controlar 
o arbítrio dos clientes é uma estratégia de ant’ecipação para evitar erros. 
O provedor de serviços deve dispor de instrumentos para analisar os pontos 
críticos onde podem ocorrer falhas e desse modo previamente realizar mudanças que busquem 
eliminar os possíveis causadores de erros (HART et al., 1990). 
Apresentados então as definições de serviços, falhas de serviços e métodos para 
realizar a prevenção e recuperação de falhas em serviços, as seções seguintes apresentarão a 
metodologia utilizada para a realização do estudo, e em seguida, as análises dos resultados e 
conclusões. 
 
 
 
 
 
 
39 
 
3 METODOLOGIA 
 
3.1 Classificação do Estudo 
 
O delineamento desse estudo foi elaborado a partir do objetivo, dos 
procedimentos, da natureza e da abordagem do problema. Ao estudar as falhas causadas por 
clientes coprodutores em serviços, a pesquisa se enquadra como exploratória no que se tratam 
os seus objetivos. Segundo Carvalho (2013), a caracterização do estudo como pesquisa 
exploratória acontece, comumente, quando existe pouco conhecimento sobre o assunto a ser 
tratado. Por intermédio do estudo exploratório, procura-se compreender de forma mais 
profunda o tema, de modo a torná-lo mais nítido ou desenvolver indagações importantes para 
a conclusão do estudo. 
Quanto aos procedimentos, inicialmente foi utilizada a pesquisa bibliográfica, 
executada por meio de um levantamento do referencial teórico, que forneceu embasamento e 
sustentação para a execução da pesquisa de campo, na qual se empregou o método de estudo 
de caso. Ao tratar sobre a pesquisa bibliográfica, Gil (2002) informa que esse tipo de pesquisa 
é desenvolvida a partir de materiais já elaborados, sendo constituído primordialmente de 
livros e artigos científicos. O autor prossegue informando que a grande vantagem da pesquisa 
bibliográfica está no fato da permissão obtida pelo investigador em cobrir uma gama de 
fenômenos bem mais extensa do que normalmente se poderia pesquisar de forma direta. 
Além da pesquisa bibliográfica, que concebeu a base de conhecimento, foi 
utilizado o método de estudo de caso, que conforme Yin (2015) trata-se de uma investigação 
empírica de um fenômeno atual dentro de um contexto real, sendo que os limites entre o 
fenômeno o contexto não são claramente definidos. Ainda de acordo com Yin (2015), estudos 
de casos podem envolver casos únicos ou múltiplos, assim como diversos níveis de análise, 
normalmente são combinados diferentes métodos de coletas de dados, como documentos, 
entrevistas, questionários e observações. Para a convergência dessas diversas fontes de 
evidências o autor recomenda a utilização de uma triangulação das fontes de dados, 
possibilitando que as descobertas do estudo sejam apoiadas por mais do uma única fonte de 
evidência, o que reforça a validade do estudo de caso (Yin, 2015). Para esse estudo foram 
utilizadas, além do levantamento de dados secundários, entrevistas com clientess, com o 
gestor e observações. 
Quanto à natureza, trata-se de uma pesquisa aplicada que de acordo com Vergara 
(2016) é essencialmente determinada pela necessidade de se obter a resolução de problemas 
40 
 
concretos, imediatos ou não. Possui desse modo, finalidade prática, de maneira oposta a 
pesquisa pura, motivada fundamentalmente pela curiosidade do pesquisador e estabelecidaespecialmente no nível da especulação. 
Quanto à abordagem, foram utilizados, de maneira conjunta, os métodos 
qualitativo e quantitativo. Flick (2004) ressalta que a união dos métodos qualitativos e 
quantitativos propicia uma maior credibilidade e legitimidade aos resultados encontrados, 
impedindo o reducionismo à apenas uma opção. Paschoarelli et al.,(2015) salientam que a 
aplicação dos modelos em conjunto busca aplicar diversos métodos para análise do objeto de 
estudo, por meio do confronto dos dados levantados através das abordagens qualitativas e 
quantitativas. Essa associação pode apresentar-se de maneira alternada ou conjunta, 
interessada em resolver o problema de pesquisa. Dessa maneira, as abordagens qualitativa e 
quantitativa empregadas em um mesmo estudo são adequadas para reduzir a subjetividade e, 
simultaneamente, aproximar o pesquisador do objeto estudado, promovendo uma maior 
credibilidade aos dados. 
 
3.2 Unidade de análise 
 
A unidade de análise trata-se da Unidade de Atendimento ao MEI do Escritório 
Regional Fortaleza do SEBRAE/CE. Com o objetivo de melhorar a qualidade do atendimento 
ao microempreendedor e também tornar o atendimento mais acessível por conta de uma 
localização geográfica mais centralizada – Anteriormente o atendimento ao MEI ofertado pelo 
SEBRAE/CE era realizado na Av. Monsenhor Tabosa, 777, Praia de Iracema - a Diretoria do 
SEBRAE/CE transferiu especificamente esse atendimento para um local exclusivo, dessa 
maneira inaugurando em 2015 o Espaço de atendimento ao MEI, localizado na Associação 
Comercial do Ceará - Rua Dr. João Moreira, 207, Centro. Devido ao grande número de 
clientes MEI atendidos pelo SEBRAE no Espaço de atendimento da Rua Dr. João Moreira, 
em 2019 foi inaugurado no Escritório Regional Fortaleza – Rua São Paulo, s/n, Centro - um 
segundo Espaço de atendimento ao MEI, desse modo esse pesquisador obteve autorização 
para realizar as observações e entrevistas nesses dois locais, variando de acordo com o fluxo 
de clientes nos ambientes de espera. 
 
3.3 Procedimentos para coleta e análise de dados 
 
As entrevistas com os clientes foram realizadas no período entre 18 a 23 de 
41 
 
outubro de 2019, de forma pessoal, levando em consideração a amplitude do universo o 
estudo recorreu a seleção de uma amostra não probabilística por julgamento. De acordo com 
Malhotra (2010), a amostragem por julgamento é um método de amostragem por 
conveniência onde os elementos que irão fazer parte da amostra são selecionados por meio de 
julgamento do aplicador da pesquisa. O profissional irá escolher os participantes da amostra 
acreditando que estes representem a população de interesse. Essa amostragem se mostra 
interessante por conta de seu baixo custo, rapidez e conveniência. Porém, é subjetiva, 
observada a sua dependência da habilidade e criatividade do pesquisador. Desse modo, não 
podem ocorrer generalizações para uma população especifica, visto que a essa população 
geralmente não é definida de maneira explicita, portanto, esse método de amostragem é 
indicado para estudos que não necessitam amplas generalizações sobre a população. 
Os critérios para o julgamento foram baseados nas observações realizadas pelo 
pesquisador nos ambientes onde a prestação do serviço é executado, foram levados em 
consideração se o individuo era cliente do serviço ofertado pelo SEBRAE, assim como 
também se o mesmo já estava registrado como Microempreendedor Individual. Vale a pena 
ressaltar que no ambiente de atendimento da Associação Comercial do Ceará, o responsável 
pela triagem dos clientes auxiliou o pesquisador indicando clientes no perfil adequado, assim 
como também informando aos clientes sobre a presença do pesquisador e o intuito da 
pesquisa, o que facilitou o contato junto aos clientes atendidos nesse local. 
Foram realizadas 41 entrevistas junto aos clientes do Escritório Regional 
Fortaleza do SEBRAE/CE, das quais 35 formaram a amostra válida para o estudo. Durante a 
entrevista pode ser observado, que grande parte dos respondentes não possuiam conhecimento 
sobre o tema abordado, exigindo que o entrevistador exemplificasse com alguma situação 
prática, o que ocasionou em entrevistas mais longas do que inicialmente programado. 
Algumas entrevistas tiveram que ser pausadas por conta do entrevistado ser 
chamado ao guichê para receber seu atendimento, o que em alguns casos acabou encerrando a 
entrevista antes do fim, porém alguns destes retornaram e concluíram a entrevista. Também 
ocorreu de que ao chegar em determinadas perguntas os entrevistados ficarem com receio de 
dar alguma resposta que comprometesse a imagem do SEBRAE ou a do próprio entrevistado, 
o que foi contornado com mais detalhes sobre o intuito da pesquisa. 
Junto aos clientes foi utilizado um roteiro de entrevista pré-estruturada, composto 
por 34 perguntas, sendo estas abertas e fechadas. O roteiro de entrevista aborda os MEI no 
que diz respeito as suas experiências relacionadas aos deveres como MEI, buscando levantar 
dados referentes a origem de potenciais falhas cometidas pelos clientes MEI atendidos pelo 
42 
 
SEBRAE/CE, assim como também, busca encontrar dados pertinentes sobre suas percepções 
em relação as ações de prevenção e recuperação realizadas pelo SEBRAE. O roteiro das 
entrevistas realizadas pelo estudo foi formulado a partir da revisão teórica, o que resultou na 
elaboração do quadro 3 a seguir, onde são apresentados os conceitos que nortearam a 
elaboração do roteiro de entrevista aplicado junto aos clientes (Apêndice A). 
 
Quadro 3 – Quadro de congruência. 
Objetivo Tópico Conceito 
Perguntas 
(N°) 
Identificar a origem das 
falhas causadas pelos 
clientes em encontros de 
serviços. 
 
Participação do 
cliente 
Os autores destacam o treinamento, educação e socialização como 
principais influenciadores do grau de participação do cliente 
(BETTENCOURT et al., 2002). 
6 
7 
Encontro de 
serviços 
Nesses encontros aspectos relevantes para o negócio podem ser 
detectados e utilizados de modo a conduzir uma melhoria dos métodos de 
produção dos serviços (MOTTA E NASCIMENTO, 2011). 
8 
Classificação das 
falhas causadas 
pelos clientes em 
serviços 
As falhas de serviços que ocorrem por conta de ações dos clientes podem 
ser classificadas como falhas na preparação para o encontro, no encontro 
ou na resolução do encontro (CHASE E STEWART, 1994). 
12 e 19 
Prevenção de 
falhas dos clientes 
Os autores abordam a importância da gerência e do pessoal da linha de 
frente rastrearem os motivos pelos quais os clientes não cumprem o 
combinado, e desse modo, produzirem em conjunto com os clientes 
soluções para esses problemas (TAX et al., 2006). 
14 
Os autores informam que falhas humanas incluem falta de habilidades 
básicas para o desempenho da função esperada de modo eficiente, baixo 
nível de esforço, preparação insuficiente ou até mesmo a falta de clareza 
da parte do cliente sobre o que deve realizar (LOVELOCK et al., 2011; 
TAX et al., 2006). 
20 
Avaliar formas de 
prevenir falhas causadas 
por clientes coprodutores 
em serviços 
Prevenção de 
falhas dos clientes 
Tanto os clientes atuais como os que já abandonaram a organização 
fornecem informações pertinentes sobre as dificuldades enfrentadas no 
desempenho das suas funções, desse modo, podem fornecer descrições 
precisas sobre os pontos fortes e fracos dos sistemas de suporte ao cliente 
da empresa (TAX et al., 2006). 
9, 10 e 17 
Os autores abordam a importância da gerência e do pessoal da linha de 
frente rastrearem os motivos pelos quais os clientes não cumprem o 
combinado, e desse modo, produzirem em conjunto com os clientes 
soluções para esses problemas (TAX et al., 2006). 
13 e 15 
Analisar métodos de 
execução de recuperação 
de falhas causadas por 
clientes. 
Recuperação de 
serviços 
A recuperação de serviços se trata de ações adotadas por uma empresaem 
reação a uma falha no serviço (ZEITHAML et al., 2014). 
22 
Na ocasião de falhas, a organização que presta o serviço deve utilizar 
estratégias de recuperação que tenham como objetivo diminuir os efeitos 
do ocorrido, assim como também assegurar a manutenção e fidelidade do 
seu cliente (PEDROSA E CUNHA, 2006; BATESON E HOFFMAN, 
2010). 
23 e 28 
As empresas prestadoras de serviços devem observar os esforços para a 
recuperação de uma falha como uma oportunidade de investimento no 
relacionamento com o cliente, a recuperação de serviço abre uma 
possibilidade de a organização causar uma melhor impressão do que a 
gerada inicialmente (LOVELOCK; WITZ, 2006). 
26 e 27 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019). 
 
Os dados primários coletados através da aplicação das entrevistas com os MEI 
43 
 
foram tabulados em planilhas do Microsoft Excel. Também foram analisados dados primários 
referentes a observação do pesquisador, e dados primários obtidos através da aplicação de 
entrevista com o gestor responsável pelo atendimento ao MEI do SEBRAE. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
4 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO OFERECIDO PELO SEBRAE 
 
O serviço de apoio ao Microempreendedor Individual realizado pelo SEBRAE 
tem como finalidade principal a formalização de novos microempreendedores individuais. A 
prestação do serviço inicia-se com a chegada do cliente ao SEBRAE, onde o mesmo passa por 
uma triagem, após a triagem o cliente se dirige ao guichê de atendimento, onde é realizada a 
prestação do serviço principal, após a formalização o serviço prossegue fora do ambiente de 
atendimento, com o cliente realizando serviços suplementares, o fluxograma dos processos do 
serviço está descrito na figura 4. 
Após as entrevistas com os clientes e a realização das observações nas unidades 
de análises, foi realizada uma entrevista com o Gestor responsável pelo atendimento ao MEI, 
essa entrevista abordou aspectos observados pelo pesquisador no tratante as características do 
serviço realizado pelo SEBRAE, assim como também foram apresentadas ao Gestor, 
possíveis falhas cometidas pelos clientes objetivando analisar de onde partem essas falhas e 
identificar possíveis ações preventivas realizadas pelo SEBRAE. Outros aspectos relevantes 
foram levantados durante a entrevista com o Gestor, como as características da recuperação 
do serviço após falhas realizadas pelos clientes e as percepções do Gestor acerca das falhas 
dos clientes. 
Essas entrevistas e observações resultaram nessa análise, onde são apresentadas as 
características do serviço ofertado pelo SEBRAE, as principais falhas cometidas pelos 
clientes, ações preventivas e métodos de recuperação utilizados pelo SEBRAE junto a seus 
clientes. 
Segundo Albrecht e Bradford (1992), os prestadores de serviços devem direcionar 
atenção especial para os diversos elementos que compõe ou colaboram para o contexto da 
prestação do serviço, devido a influencia desses elementos no “momento da verdade”. Motta e 
Nascimento (2011) salientam que nesses “momentos da verdade” aspectos relevantes para o 
negócio podem e devem ser detectados para que desse modo se conduza uma melhoria nos 
métodos de prestação do serviço. Partindo desses pressupostos buscou-se analisar como se 
realiza a prestação do serviço de apoio ao MEI realizado pelo SEBRAE/CE. 
Baseado na classificação de Chase (1978), que leva em consideração o grau de 
contato do cliente com o sistema, o serviço ofertado ao MEI pode ser classificado como de 
alto contato. Durante a pesquisa pôde ser observado um alto envolvimento do cliente nas 
operações do serviço realizado pelo SEBRAE, isso fica mais claro ao examinar o fluxograma 
dos processos do serviço (Figura 4), onde o cliente é responsável ou está envolvido na maior 
45 
 
parte das operações do serviço. 
Neto e Dias (2010), dão enfase à necessidade de se compreeder o conceito de 
sequência de atividades para que se possa entender que os serviços não se resumem a um 
único atendimento. O serviço de apoio ao MEI realizado pelo Escritorio Regional Fortaleza 
do SEBRAE é composto por vários encontros, que acontecem até mesmo após o cliente 
deixar o ambiente de atendimento, esses ocorrem de forma remota via internet. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
 
Figura 4 – Fluxograma dos processos do serviço de apoio ao MEI realizado pelo SEBRAE/CE 
 
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nas observações e entrevista com Gestor (2019) 
 
De acordo com Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011), serviços de alto contato 
tendem a priorizar as relações entre o prestador e o cliente ao invés de estrutura e recursos 
físicos, como pode ser observado na figura 5, os ambientes de atendimento ao MEI do 
SEBRAE são dispostos de uma estrutura física bem simples, porém suficientemente eficiente. 
47 
 
Figura 5 – Espaços de atendimento ao MEI – Associação Comercial do Ceará (à esquerda) e Escritório Regional 
Fortaleza (à direita) 
 
Fonte: Fotos tiradas nas unidades de análise (2019). 
 
Após análise da Matriz de processo de serviços proposta por Schmenner (1986), o 
serviço oferecido pelo SEBRAE pode ser classificado como “serviço profissional”, por conta 
da grande interação que acontece com o cliente, o que acaba gerando uma alta customização, 
o SEBRAE capacita seus colaboradores para que possuam grande flexibilidade para atender 
todas as demandas específicas de seus clientes. 
Segundo a classificação proposta por Lovelock e Witz (2006), o atendimento 
realizado pelo SEBRAE pode ser enquadrado como um processamento de estímulos mentais, 
por conta dos clientes receberem ações intangíveis (treinamento) direcionadas ao seu 
intelecto. O serviço do SEBRAE funciona como uma espécie de consultoria, o que exige que 
o cliente tenha atenção ao que está sendo lhe passado, para que desse modo o cliente possa 
realizar suas atividades sem nenhum problema. 
4.1 Caracterização das falhas causadas pelos clientes 
 
Essa subseção terá como base a classificação das falhas cometidas pelos clientes 
proposta por Chase e Stewart (1994) e tabelada por Fitzsimmons e Fitzsimmons (2011, p. 
147), complementada com observações realizadas pelo pesquisador e informações obtidas 
durante a entrevista com o Gestor. 
Tax et al., (2006), propuseram uma estrutura de três etapas para impedir que os 
clientes falhem, a primeira etapa consiste em coleta de dados nos pontos de falhas, desse 
modo, o Gestor foi questionado sobre a existência de algum método para identificar as falhas 
e sobre a existência de canais de comunicação para reclamação dos clientes, sobre a existência 
48 
 
de método para identificar as falhas o Gestor afirmou: “ É muito difícil idenficar as falhas que 
acontecem, na maioria das vezes a identificação só ocorre após o cliente buscar o SEBRAE 
para resolver algum problema ocasionado pela falha, desse modo não existe um método para 
identificar as falhas.” 
Em relação à existência de canais de comunicação para reclamações o Gestor 
afirmou: “O SEBRAE disponibiliza diversos canais como SAC, site, e-mail e ouvidoria, para 
que os cliente possam comunicar suas reclamações e problemas.” 
Apesar dos diversos canais, não foram observados métodos formais para 
identificação de falhas, o que acarreta em uma maior dificuldade para realizar a prevenção de 
falhas, visto que por conta da deficiência em identificá-las, a coleta de dados sobre as falhas 
encontra-se prejudicada. 
A segunda etapa proposta por Tax et al., (2006) é identificar as principais causas 
das falhas dos clientes. Ao ser questionado se o SEBRAE realiza alguma ação para descobrir 
as causas das falhas cometidas pelos clientes o Gestor informou que o Escritório Regional 
Fortaleza e SEBRAE/CE não realizam esse tipo de ação, o Gestor alegou que essas iniciativaspartem do SEBRAE Nacional que coordena pesquisas junto ao MEI e repassa as descobertas 
por meio de sistemas internos de comunicação e reuniões. 
Esse comportamento do SEBRAE em relação à identificação das principais causas 
de falhas dos clientes pode resultar em demora excessiva para identificar as causas, que, por 
sua vez, pode atrasar ou impedir a implementação de soluções. Pode ser observado a 
dificuldade do SEBRAE em relação a ações preventivas 
Tax et al.,(2006) informam que a terceira etapa consiste em estabelecer ações 
preventivas. De acordo com Chase e Stewart (1994), o primeiro passo para realizar uma 
proteção contra falhas é executar uma revisão de cada estágio do processo de serviço e 
identificar onde e quando ocorrem falhas. Após elencar possíveis pontos de falhas o Gestor 
foi questionado sobre a existência de possíveis métodos ou ações preventivas para evitar que 
as mesmas ocorressem, a esse questionamento a resposta foi: “Sim, no SEBRAE existem 
ações para evitar erros, mas irá depender do tipo de erro ocorrido, certos problemas o 
SEBRAE não consegue evitar.” Segundo Tax et al., (2006), normalmente as falhas causadas 
pelos clientes ocorrem por conta de causas humanas, processos, ambiente de serviço e 
tecnologia, Após pergunta sobre quais falhas são mais comuns o Gestor detectou como falhas 
mais rotineiras: “cliente não trazer documento necessário para realizar o serviço, atrasos na 
emissão do Documento de Arrecação do Simples Nacional e envio da Declaração Anual do 
Simples Nacional”. Ao ser questionado sobre como seria a maneira ideal para evitar que os 
49 
 
clientes cometam falhas, o Gestor afirmou: “é necessário que o SEBRAE propague 
informações por mais meios”, assim como também revelou que o SEBRAE deveria utilizar 
mais a televisão (citando um programa anteriormente exibido na TV Bandeirantes o “Show do 
MEI”). 
A Triangulação entre os dados coletados através de entrevistas, observações e 
materiais bibliográficos resultou na construção do Quadro 4 abaixo. 
 
Quadro 4 – Classificação de falhas em serviços causadas por clientes coprodutores no contexto do serviço 
oferecido pelo SEBRAE (continua) 
Erros do 
cliente 
Como aparece no 
contexto do SEBRAE 
Possível origem Ações preventivas do SEBRAE 
Ação de 
recuperação de 
falha em serviço Preparação 
Falha em 
trazer os 
materiais 
necessários 
 Cliente esquece algum 
documento. 
 Primeiro contato com o 
SEBRAE – Por conta da 
falta de conhecimento sobre 
o serviço o cliente não sabe 
o mínimo; 
 Esquecimento. 
 Disponibilização de informações via 
call center e site; 
 Disponibilização de lista de 
documentos (Check list). 
 Não existe. 
Falha em 
buscar o 
serviço 
correto 
 Cliente busca o SEBRAE 
para realizar a 
formalização como MEI 
mas não deseja 
empreender (Interesse no 
pagamento do INSS/ 
Desconto em plano de 
saúde, pejotização, etc.). 
 Segundo o Gestor acontece 
de muitos indivíduos 
captarem infomações 
equivocadas com terceiros. 
 Orientações pessoalmente e via Call 
Center. Segundo o Gestor no momento 
da triagem do cliente as orientações 
realizadas nos ambientes de 
atendimento explicam a finalidade da 
formalização como MEI, e expõe as 
diferenças no que diz respeito a 
contribuição para o INSS. 
 Não existe. 
Encontro 
Como aparece no 
contexto do SEBRAE 
Possível origem Ações preventivas do SEBRAE 
Ação de 
recuperação de 
falha em serviço 
Falha em 
seguir o fluxo 
no sistema 
 Ao iniciar o atendimento 
é detectado que o cliente 
não atende critérios 
necessários para ser 
formalizado como MEI. 
Ex.: É observado que o 
cliente é um potencial 
ME - Micro Empresário 
(que significa ter 
faturamento superior a 
R$81.000 por ano, ou 
possuir mais de um 
funcionário, ou ter 
sócios). 
 Segundo o Gestor acontece 
de muitos indivíduos 
captarem informações 
equivocadas com terceiros. 
 Folders sobre os requisitos necessários 
para a formalização como MEI. 
 Não existe. 
 
 
 
 
50 
 
Quadro 04 – Classificação de falhas em serviços causadas por clientes coprodutores no contexto do serviço 
oferecido pelo SEBRAE (continuação) 
Encontro 
Como aparece no 
contexto do SEBRAE 
Possível origem Ações preventivas do SEBRAE 
Ação de 
recuperação de 
falha em serviço 
Falha em 
especificar 
adequada-
mente 
desejos 
 Cliente esquecer-se de 
informar alguma 
informação pertinente. 
Ex.: CNAE, forma de 
atuação. 
 Esquecimento.  Solicitar o máximo de informações 
possíveis para o cliente durante o 
serviço, para desse modo evitar que 
aconteçam erros dessa natureza, o 
Gestor deixou claro que mesmo com 
essa ação do SEBRAE o erro ainda 
pode acontecer. 
 Atualização de 
dados cadastrais. 
Falha em 
seguir as 
instruções 
 O cliente está com algum 
documento incorreto (Ex: 
Cliente não emite 
consulta de 
adequabilidade correta – 
declaração da Prefeitura 
informando que o local 
não tem restrições para 
receber as futuras 
atividades da empresa); 
 Cliente não sabia/ou não 
lembrava de ter realizado 
a DIRPF e desse modo 
não traz o documento, o 
que impossibilita a 
realização do serviço. 
 De acordo com o Gestor 
quando o problema são 
documentos equivocados, a 
falha pode ter tido origem 
na triagem realizada pelo 
SEBRAE, que pode ter 
deixado de captar alguma 
informação importante para 
a formalização, ou algum 
erro na emissão desse 
documento por parte do 
cliente. O Gestor afirmou 
que sente a necessidade de 
melhorias na Triagem atual 
do serviço, alegando que 
erros dessa natureza 
acontecem com certa 
frequência. 
 Disponibilização de checklist de 
documentos; 
 Orientações sobre como emitir uma 
segunda via da DIRPF. 
 Não existe. 
Resolução 
Como aparece no 
contexto do SEBRAE 
Possível origem Ações preventivas do SEBRAE 
Ação de 
recuperação de 
falha em serviço 
Falha em 
assinalar 
falhas no 
serviço 
 Por algum motivo, o 
cliente não dá a 
importância necessária 
para as obrigações e 
desse modo acaba as 
negligenciado. 
 Sobre esse tipo de falha o 
Gestor informou que 
“muitos clientes acabam 
chegando no atendimento 
alegando não saberem da 
obrigatoriedade do envio de 
DASN e recolhimento do 
DAS.” Desse modo, esses 
clientes falham em assinalar 
as falhas visto que como 
não conhecem suas 
obrigações acabam não 
tendo o conhecimento da 
falha em não executá-la 
(falta de informação). 
 
 Call Center realiza ligações para MEIs 
com o objetivo de lembrá-los de seus 
deveres. De acordo com o Gestor essas 
ações são realizadas pelo setor de 
comunicação do SEBRAE, o Gestor 
informou não saber quais critérios são 
utilizados para a escolha dos 
contactados, mas afirmou que vários 
clientes que chegam "sem saber de 
nada" vieram após esse contato. 
 Parcelamento de 
débitos; 
 Envio de DASN 
fora do período; 
 Emissão de DAS; 
 Novo 
treinamento. 
 
51 
 
Quadro 04 – Classificação de falhas em serviços causadas por clientes coprodutores no contexto do serviço 
oferecido pelo SEBRAE (conclusão) 
Resolução 
Como aparece no 
contexto do SEBRAE 
Possível origem Ações preventivas do SEBRAE 
Ação de 
recuperação de 
falha em serviço 
Falha em 
aprender 
com a 
experiência 
 Cliente não capta as 
informações sobre como 
proceder após a 
formalização; 
 Não dá a atenção 
necessária durante a 
prestação do serviço 
principal. 
 Esse é um ponto 
extremamente importante e 
relevante da análise: Aqui o 
Gestor informou que devido 
as características do 
público atendido pelo 
SEBRAE, essa é uma das 
falhas mais graves e 
rotineiras. 
 
 
 Disponibilização de material 
informativo, com passo a passo de 
como se realizam as atividades, isso 
ajuda os clientes a fixarem os 
conhecimentos; 
 Customização do serviço: O Gestor 
admitiu que nem sempre é possível 
realizar um treinamento de qualidade 
juntoao cliente, e que em casos 
específicos é reforçado a importância 
de manter contato com o SEBRAE, 
estipulando até mesmo datas para o 
cliente vir ao SEBRAE realizar suas 
atividades, buscando desse modo que o 
mesmo continue suas atividades sem 
nenhum problema. 
 Novo 
treinamento. 
Falha em 
executar as 
ações pós-
encontro 
 Não realizar a emissão e 
pagamento do DAS/ 
Não envia a DASN no 
prazo/ Não segue as 
orientações recebidas no 
encontro. 
 Dificuldades Financeiras; 
 Esquecimento; 
 Dificuldade para acessar o 
sistema. 
 
 Envio de SMS por parte do SEBRAE 
Nacional para os MEI, o Gestor 
informou que o SEBRAE envia esse 
sms para todos os clientes, porém 
deixou claro que muitos não recebem 
essa notificação; 
 Realização de serviços suplementares. 
 Parcelamento de 
débitos; 
 Envio de DASN 
fora do período; 
 Emissão de DAS; 
 Novo 
treinamento. 
Fonte: Elaborado pelo Autor (2019). 
 
De acordo com Almeida e Toledo (2003), ainda que a organização adote 
estratégias e realize ações que objetivem a redução da ocorrência de falhas, inevitavelmente 
elas irão ocorrer, o que reforça a importância da organização adotar sistemas de recuperação 
de falhas. Ao ser questionado sobre a existência de algum método formal para execução de 
recuperação de serviço no SEBRAE o Gestor afirmou que sim, após o SEBRAE detectar que 
o serviço necessita de recuperação é repassado ao cliente a orientação sobre o que deve ser 
feito. O gestor também alegou que geralmente o SEBRAE não realiza ações para acompanhar 
o desempenho do cliente após falha, mas afirmou que geralmente após um serviço de 
recuperação a frequência de retorno do cliente aumenta. 
Ao ser indagado sobre a ocorrência de alguma mudança na gestão do serviço com 
base nas experiências de recuperação de serviços, o Gestor afirmou que anteriormente o 
SEBRAE não realizava serviços como emissão de DAS e parcelamento de débitos, porém 
devido o alto índice de inadimplência do programa adotou os serviços para tentar combater 
52 
 
esse problema, o Gestor também alegou que a partir de 2020 o serviço de emissão de DAS 
não será mais realizado, ao ser questionado sobre o motivo dessa mudança afirmou que a 
decisão partiu da direção do SEBRAE Nacional que justificou a decisão baseado nos 
princípios de sustentabilidade adotados pelo SEBRAE. O Gestor afirmou que essa mudança 
irá impactar diretamente o comportamento dos clientes, visto que grande parte deles são 
pessoas que não possuem o hábito de realizar essas atividades por conta própria. 
Podemos observar que mesmo sem ações no sentido de identificar as falhas e suas 
origens, a constante ocorrência de falhas fez com que o Escritório Regional Fortaleza do 
SEBRAE adotasse métodos para realizar a recuperação das falhas, as ações realizadas para 
recuperação das falhas partem da ocorrência de problemas com os clientes, mas para serem 
executadas necessitam que o cliente busque junto ao SEBRAE a recuperação da falha, 
apresentando a falha ao SEBRAE que irá realizar as atividades referentes a cada falha. 
Com os dados obtidos foi possível realizar uma análise para ajudar a atingir um 
dos objetivos deste estudo, que é identificar a origem das falhas causadas pelos clientes, assim 
como também analisar as percepções dos clientes acerca das ações de prevenção de falhas e 
recuperação de serviços realizados pelos SEBRAE. Esta análise será descrita a seguir. 
4.2 Análise dos resultados 
 
Inicialmente foi elaborado o perfil sócio demográfico dos entrevistados. Os 
microempreendedores individuais que fazem parte da amostra, em sua maioria são do sexo 
feminino, sendo ao total vinte e quatro mulheres o que equivale a 69% da amostra. 
 
Tabela 1 - Sexo 
SEXO Total % 
Feminino 24 69 
Masculino 11 31 
Total 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Em relação à faixa etária dos entrevistados, o Gestor afirmou em sua entrevista 
que 80% dos MEI atendidos pelo SEBRAE estão na faixa de 30 anos ou mais, o que se 
demonstrou verdadeiro ao analisarmos a amostra. 
 
Tabela 2 – Idade 
 
53 
 
IDADE Total % 
De 23 a 30 anos 2 6 
De 30 a 45 anos 14 40 
De 45 a 60 17 48 
Acima de 60 anos 2 6 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Sobre o nível de escolaridade, o Gestor informou que a grande maioria dos 
microempreendedores atendidos pelo SEBRAE possui ensino médio completo, outro dado 
coincidente com o levantado junto à amostra. 
 
Tabela 3 – Escolaridade 
ESCOLARIDADE Total % 
Ensino Fundamental incompleto 4 11 
Ensino Fundamental completo 6 17 
Ensino médio incompleto 3 9 
Ensino Médio Completo 16 46 
Ensino Superior Incompleto 4 6 
Ensino Superior Completo 2 6 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Em relação ao faturamento médio mensal, 51% da amostra afirmaram estar na 
faixa entre R$ 1.000 a R$ 3.000. 
 
Tabela 4 – Faturamento Médio Mensal 
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL Total % 
Inferior a R$ 1.000 5 14 
De R$ 1.000 a R$ 3.000 18 51 
De R$ 3.000 a R$ 5.000 5 14 
De R$ 5.001 a R$ 6.750 4 11 
Acima de R$ 6.750 3 9 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Dessa maneira podemos inferir que o público que busca esse serviço do SEBRAE 
é composto em sua maioria por mulheres, que em grande parte possuem mais de 30 anos de 
idade (destaque para a faixa acima de 45 anos, que representa 48,6% da amostra), e faturam 
54 
 
entre R$ 1.000 e R$ 3.000. 
Em relação às atividades exercidas o público em geral é muito amplo, foram 
entrevistados empreendedores de vinte e dois ramos distintos, com um leve destaque para as 
atividades de comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios e cabeleireiro(a). 
 
Tabela 5 - Área de atuação do negócio 
QUAL SUA ATIVIDADE PRINCIPAL? Total % 
Comercio varejista de artigos do vestuário e acessórios 5 14 
Cabeleireiro(a) 5 14 
Costureiro(a) 3 9 
Comerciante de cama, mesa e banho 2 6 
Instrutor de cursos gerenciais 2 6 
Taxista 2 6 
Outras atividades 16 45 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Quando questionados sobre o período em atividade como Microempreendedor 
individual, dezenove entrevistados informaram que estão em atividade há mais de três anos, o 
que caracteriza 54% da amostra, o que indica que grande parte dos empreendedores 
entrevistados já possui certa experiência como MEI. 
 
Tabela 6 – Tempo de atividade como Microempreendedor Individual 
QUANDO INICIOU AS ATIVIDADES COMO MEI? Total % 
A menos de um ano. 7 20 
De um a dois anos. 6 17 
De dois a três anos. 3 9 
A mais de três anos. 19 54 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Ao tratar sobre os principais motivos que levaram os empreendedores a realizarem 
seu registro como MEI, destaca-se a razão da própria finalidade do registro – Regularizar a 
atividade empresarial -, onde dezenove entrevistados informaram que se formalizaram como 
MEI por conta de suas atividades empresariais, outros motivos além desse também surgiram 
com certo destaque, principalmente a formalização pela cobertura previdenciária, o que em si 
é uma conseqüência da formalização e não deveria ser tratado como principal motivo, visto 
que a cobertura previdenciária ao MEI é relativamente precária, por conta de sua baixa 
contribuição o empreendedor dessa categoria só tem direito a aposentadoria por idade, o que 
55 
 
exige 15 anos de contribuição e idade mínima de 62 anos para as mulheres e 65 para os 
homens (SEBRAE, 2019). 
O gestor do atendimento afirmou que o SEBRAE no momento da triagem dos 
clientes informa que o registro não é realizado quando é observado que o individuo não 
exerce atividade empresarial e busca o registro por conta da aposentadoria, desse modo é 
repassado ao interessado como proceder para realizar sua contribuição a previdência. Apesar 
dessa informação repassada pelo Gestor dos oito empreendedores que formalizaram por essa 
razão, cinco formalizaram-se no SEBRAE, o queindica uma contradição e possível falha na 
triagem dos clientes, vale salientar também que nenhum desses (cinco) informou que possuía 
como razão secundária exercer atividade empresarial, o que reforça a possível falha na 
triagem. 
 
Tabela 7 – Principal razão para formalizar-se como MEI 
PRINCIPAL RAZÃO PARA FORMALIZAR-SE COMO MEI Total % 
Buscou o registro por conta de suas atividades empresariais (Registro no CNPJ, 
Alvarás, Compras e vendas B2B, etc.). 
19 54 
Buscou o registro por motivações econômicas (economia com impostos, 
possibilidade de abertura de crédito, etc.). 
5 14 
Buscou o registro por conta da cobertura previdenciária. 8 23 
Outros motivos (pejotização¹, indicação de amigos). 3 9 
TOTAL 35 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Ao serem questionados sobre quais são as razões secundárias para formalizar-se, 
trinta e três entrevistados afirmaram possuir outras razões fora à principal, aqui novamente a 
questão da aposentadoria vem à tona, dessa vez com ainda mais destaque. 
 
Tabela 8 – Razões secundárias para formalizar-se como MEI 
RAZÃO SECUNDÁRIA PARA FORMALIZAR-SE COMO MEI Total % 
Buscou o registro por conta de suas atividades empresariais (Registro no CNPJ, 
Alvarás, Compras e vendas B2B, etc.). 
7 21 
Buscou o registro por motivações econômicas (economia com impostos, 
possibilidade de abertura de crédito, etc.). 
3 9 
Buscou o registro por conta da cobertura previdenciária. 17 52 
Outros motivos (pejotização, indicação de amigos). 6 18 
TOTAL 33 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
____________________________ 
 
¹ Pejotização trata-se do termo referente a contratação de serviços pessoais, realizados por pessoas físicas, de 
maneira subordinada, não eventual e onerosa, executada por meio de pessoa juridica criada especialmente para 
esse fim, na tentativa de ocultar eventuais relações de emprego, fomentando a ilegalidade e burlando direitos 
trabalhistas. 
56 
 
Ao iniciarmos as entrevistas os primeiros questionamentos foram em relação ao 
momento da formalização como microempreendedor individual, os entrevistados foram 
questionados sobre se tiveram ajuda para formalizar-se e se sim, quem os ajudou na 
formalização, apenas quatro entrevistados afirmaram não ter tido ajuda para formalizar-se. 
Em relação a quem ajudou a formalização, ampla maioria afirmou ter buscado ajuda junto ao 
SEBRAE, o que reforça a importância da atuação do SEBRAE junto aos 
microempreendedores individuais. 
 
Tabela 9 – Quem lhe ajudou na formalização como MEI? 
QUEM LHE AJUDOU NA FORMALIZAÇÃO COMO MEI? Total % 
SEBRAE 22 71 
Contador 3 10 
Atendimento ao MEI realizado no Calçadão C. Rolim 4 13 
Outros 2 6 
TOTAL 31 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Nas subseções seguintes serão analisados como os clientes que se formalizaram 
no SEBRAE (22 respondentes) agem após a resolução do encontro, buscando encontrar 
possíveis origens de falhas causadas pelos mesmos, assim como também observar quais são 
as suas percepções sobre a recuperação de serviço realizado pelo SEBRAE. 
 
4.2.1 Perfil dos clientes em relação aos seus deveres como Microempreendedores 
Individuais 
 
Nesse tópico será explanado como se dá a relação dos clientes com os seus 
deveres, com base nas observações do pesquisador e entrevista com o Gestor, as falhas mais 
graves cometidas pelos clientes MEI acontecem na resolução do encontro, ao falharem em 
executar as ações pós-encontro, nesse caso especifico se trata de interagir com sistema 
gerador de DAS e envio de Declaração Anual do Simples Nacional, essas duas operações 
possuem o suporte do SEBRAE, que durante o encontro realiza um treinamento junto ao 
cliente, assim como também repassa ao cliente dispositivos anti-falha como manuais de 
realização dos serviços suplementares objetivando prevenir e reduzir a ocorrência dessas 
falhas (ver Anexos A e B). 
Bettencourt et al., (2002) destacam o treinamento como um dos principais 
influenciadores do grau de participação do cliente no serviço, as questões seis e sete do roteiro 
de entrevista abordam se o cliente lembra do processo de formalização e se receberam 
57 
 
treinamento nesse encontro. 
 
Tabela 10– Lembrança do momento da formalização 
VOCÊ POSSUI LEMBRANÇAS DO SEU PROCESSO DE FORMALIZAÇÃO 
COMO MEI? 
Total % 
Sim 17 77 
Não 5 23 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Dos cinco clientes que não se lembram do processo de formalização, quatro estão 
em dia com suas obrigações, o cliente que está com pendências buscou o SEBRAE para 
realizar uma recuperação do serviço (parcelamento), o que segundo o mesmo minimizou o 
problema. Vale salientar que desses cinco empreendedores, nenhum afirmou realizar a 
emissão de seus Documentos de Arrecadação do Simples Nacional (DAS), buscando apoio 
junto ao SEBRAE (dois) ou em lan houses (três), ao serem questionados sobre as dificuldades 
enfrentadas para realizar essa atividade, três entrevistados afirmaram não possuir nenhuma, 
enquanto um informou que as filas no SEBRAE dificultam a emissão e o outro afirmou que a 
principal dificuldade é financeira. Ao tratar do envio da Declaração Anual do Simples 
Nacional (DASN), apenas um entrevistado afirmou ser o próprio responsável pela atividade, 
enquanto os outros buscam o apoio do SEBRAE (dois) e contadores (um), um desses clientes 
que afirmou não se lembrar do momento da formalização ainda não completou um exercício 
fiscal de atividade o que indica que o mesmo ainda não precisou realizar o envio da DASN. 
Em relação aos dezessete que se lembram do processo de formalização, quinze 
afirmaram passar por capacitação. Desses quinze, apenas três informaram que tiveram 
dificuldades ao tentarem realizar as atividades sem o suporte do SEBRAE, dois clientes 
alegaram dificuldades ao acessarem o site, já o outro cliente informou que o passo a passo 
para emissão do DAS não era claro o suficiente, dois desses que alegaram dificuldades estão 
com pendências, mas buscaram ajuda no SEBRAE para resolver o problema. 
Dos outros doze que afirmaram não ter dificuldades, apenas dois informaram não 
estar em situação regular, porém esses dois clientes buscaram ajuda junto ao SEBRAE para 
resolver as pendências assim como também expressaram que as ações realizadas pelo 
SEBRAE minimizaram o problema. Autores salientam que em caso de falhas, as organizações 
devem minimizar os efeitos do ocorrido com a utilização de métodos de recuperação, assim 
como também devem buscar a manutenção e fidelidade do seu cliente (PEDROSA E 
58 
 
CUNHA, 2006; BATESON E HOFFMAN, 2010). 
Vale a pena salientar que dois clientes que formalizaram o registro no SEBRAE e 
afirmaram não receber treinamento, atualmente se encontram em processo de recuperação do 
serviço, esses clientes relataram dependência do serviço realizado no SEBRAE, assim como 
também alegaram “desleixo/acomodação” ao serem questionados sobre as dificuldades 
enfrentadas para realizar as atividades, coincidentemente esses dois entrevistados possuíam 
muitas características em comum, os dois possuíam registro como MEI há mais de 3 anos, 
porém os dois registros foram baixados automaticamente pela Receita Federal. 
Segundo a classificação de Chase e Stewart (1994), as falhas podem ser 
classificadas como falhas na preparação, no encontro ou na resolução do encontro, como 
mencionado anteriormente o foco desse tópico está nas falhas causadas na resolução do 
encontro. Ao analisar a situação dos clientes pode-se afirmar que mesmo recebendo 
treinamento e capacitação, alguns clientes ainda estão sujeitos a cometerem falhas. 
 
Tabela 11 – Situação atual de clientes que afirmaram receber capacitação no SEBRAE 
VOCÊ ESTÁ EM DIA COM SEUS DEVERES COMO MEI? Total % 
Não 4 26,7 
Sim, mas já tive problemas 5 33,3 
Sim 6 40 
TOTAL 15 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Ao analisar os dados sobre os clientes que não estão em dia, ou que já tiveramproblemas antes de estarem plenamente regulares, observamos que mesmo após receberem 
treinamento muitos tendem a possuírem problemas (9/15), um dado interessante é que todos 
esses (9/9) buscaram suporte do SEBRAE após perceber o problema, o que ajudou cinco 
clientes a se regularizarem, e iniciou a recuperação dos outros quatro que ainda possuem 
pendências. 
Em busca de detalhar como os clientes formalizados pelo SEBRAE atuam após 
iniciar suas atividades, serão analisados mais profundamente as características dos grupos que 
já cometeram alguma falha (Clientes em dia, mas que já possuíram problemas e clientes que 
não estão regulares), aqui serão analisados os dados referentes aos clientes formalizados no 
SEBRAE mesmo informando que ou não se lembram da formalização ou que não receberam 
capacitação para realizar suas tarefas. 
 
Tabela 12 – Situação atual de clientes formalizados no SEBRAE 
59 
 
VOCÊ ESTÁ EM DIA COM SEUS DEVERES COMO MEI? Total % 
Não 7 32 
Sim, mas já tive problemas 6 27 
Sim 9 41 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
4.2.1.1 Clientes que estão em situação regular após enfrentarem problemas (seis 
respondentes) 
 
Esse grupo é composto em sua maioria por empreendedores experientes – cinco 
com mais de 3 anos de registro – o que aparentemente reflete na percepção a cerca da 
dificuldade ao realizar as atividades, nenhum afirmou alguma dificuldade, três respondentes 
associaram o serviço do SEBRAE a essa resposta. Apesar desse aparente consenso entre os 
respondentes, nenhum alegou ser o responsável por emitir o DAS, todos afirmaram requisitar 
a terceiros, inclusive três informaram realizar essa atividade no SEBRAE. Em relação à 
DASN, cinco respondentes afirmaram enviar sua declaração através do serviço do SEBRAE. 
Em entrevista, o Gestor do Atendimento do SEBRAE afirmou que o atendimento 
realizado pelo SEBRAE é diretamente influenciado pelo nível de participação do cliente 
durante a interação pessoal entre o cliente e o prestador, desse modo o prestador busca 
customizar o serviço de acordo com as características de cada cliente. O Gestor afirmou que 
normalmente clientes que buscam o SEBRAE para recuperar o serviço são mulheres com 
idade acima de 30 anos, que possuem dificuldade em assimilar o modo de realizar as 
atividades que cabem a ela, dessa maneira, é comum que o atendente reforce junto a esse 
cliente que em momentos de dificuldades ele pode buscar o SEBRAE para realizar o suporte 
na realização da atividade, o que reforça as respostas dos clientes. 
Esse ponto abordado pelo Gestor, reforçado com as respostas do cliente, indica 
que clientes que tiveram problemas no passado tendem a buscar o suporte de terceiros para 
realizarem suas atividades, seja por comodidade ou por falta de habilidades para realizar as 
atividades, desse modo esses clientes estão se expondo menos à possíveis falhas. 
Ao serem questionados sobre onde buscaram ajuda para regularizar o problema, 
cinco entrevistados responderam “SEBRAE”. A vigésima terceira pergunta corrobora com 
Pedrosa e Cunha (2006) e Bateson e Hoffman (2010) que afirmam que na ocasião de falhas, a 
organização deve utilizar estratégias de recuperação que busquem diminuir o efeito do 
ocorrido, assim como também assegurar a fidelidade do cliente, ao serem questionados se a 
recuperação realizada pelo SEBRAE minimizou o problema os cinco entrevistados afirmaram 
60 
 
que “sim”. 
O único empreendedor que informou não ter buscado ajuda junto ao SEBRAE, 
afirmou que não recebeu capacitação do SEBRAE assim como também relatou que a sua 
pendência ocorreu por conta de esquecer-se de emitir o DAS, problema logo resolvido ao se 
direcionar a uma lan house e solicitar a emissão. 
Os problemas que foram enfrentados por esse grupo equilibram-se entre envio de 
DASN (dois respondentes), emissão de DAS (três respondentes) e até mesmo os dois juntos 
(um respondente). 
Quatro entrevistados relataram que a emissão de uma espécie de carnê anual 
poderia ajudar a manter as obrigações em dia (q.15). Tax et al., (2006) abordam a importância 
da gerência rastrear os motivos pelos quais os clientes não cumprem o combinado. Desse 
modo, a décima quarta pergunta questionou o que seria capaz de atrapalhar o cumprimento 
das responsabilidades, dois responderam questões financeiras, as outras respostas foram: 
possível problema de saúde, sistema indisponível, esquecimento e indisponibilidade do 
serviço do SEBRAE. 
 
4.2.1.2 Clientes que não estão em situação regular (sete respondentes) 
 
Esse grupo é composto em sua totalidade por clientes que buscaram ajuda no 
SEBRAE para regularizar a situação (sete respondentes). Outra característica desse grupo é o 
fato de todos os respondentes estarem na faixa etária superior a 30 anos. 
Dos sete respondentes quatro relataram ter problemas simultaneamente com o 
DAS e DASN, os outros três alegaram problemas apenas com a emissão de DAS. 
Uma característica comum entre esse grupo é o serviço de recuperação realizado 
pelo SEBRAE, cinco afirmaram a realização um parcelamento de seus débitos referentes aos 
DAS atrasados, e dois informaram que o SEBRAE realizou a emissão de seus DAS. Todos 
responderam positivamente ao serem questionados se a ação realizada pelo SEBRAE 
minimizou o problema. 
Pode se observar que a dependência do serviço oferecido pelo SEBRAE é real 
entre esses respondentes, ao serem questionados sobre quem emite seus DAS, quatro 
respondentes responderam “SEBRAE”, sendo que apenas um informou realizar a operação. 
Ao serem indagados sobre onde efetuam a entrega da DASN, cinco responderam que visitam 
o SEBRAE, os outros dois clientes relataram enviar eles próprios em casa. 
Tax et al., (2006) afirmam que tanto os clientes atuais como os que já 
61 
 
abandonaram a organização fornecem informações relevantes sobre as dificuldades 
enfrentadas no desempenho de suas funções. Desse modo, os clientes ao serem questionados 
sobre as dificuldades para realizar a emissão do DAS, repassaram suas dificuldades, três 
respondentes relataram motivos como: desleixo, descuido, esquecimento, acomodação. 
Outros três respondentes informaram que a principal dificuldade para realizar essa atividade é 
a falta de recursos financeiros. Apenas um respondente alegou problema com o sistema, 
consequentemente esse cliente é o único do grupo que realiza a emissão do DAS. 
Aqui pode ser observado que ações preventivas podem ser realizadas no sentido 
de reduzir o número de clientes que deixam de emitir seus DAS por conta de esquecimento ou 
afins, ações simples como o envio de mensagens de texto informativas poderiam minimizar o 
problema. O Gestor em entrevista afirmou que o atendimento realizado pelo Escritório 
Regional Fortaleza do SEBRAE não possui esse tipo de ação, mas informou que o SEBRAE 
Nacional realiza ações nesse sentido, porém salientou o fato de que poucos clientes alegam 
vir ao SEBRAE por conta desse aviso, o que indica a possibilidade dessa ação preventiva não 
abranger todo o universo de microempreendedores. 
A respeito dos entrevistados que alegaram atraso no envio da DASN (quatro 
respondentes), três informaram esquecimento/desleixo, e um falta de informação. Assim 
como ocorre com a emissão de DAS, falhas relacionadas a esquecimento, desleixo são as 
mais comuns entre esse grupo, o que reforça a necessidade de ações preventivas no sentido de 
alertar os clientes sobre a necessidade de realizar suas atividades. 
4.2.2 Perfil dos clientes que cometeram falhas ao buscar o serviço correto (cinco 
respondentes) 
 
Novamente retornando a teoria de Chase e Stewart (1994), as falhas podem ser 
classificadas como falhas na preparação, no encontro ou na resolução. Nessa seção será 
abordada uma falha cometida na preparação: a falha em buscar o serviço correto. Foram 
observados que cinco respondentes afirmaram buscar o serviço de formalização como 
MicroempreendedorIndividual para obter benefícios previdenciários, o que caracteriza a 
falha em buscar o serviço correto, visto que o registro como MEI possui como finalidade a 
regularização de atividade empresarial do individuo que atue por conta própria. Nessa 
condição, o empreendedor realizará o pagamento do INSS com base em uma alíquota 
reduzida a 5% (INSS, 2017). De acordo com Dias (2017) esta prática (formalizar-se como 
MEI para obter beneficios previdenciários) não é correta, ao observar que o intuito do registro 
é formalizar uma atividade empresarial, a autora salienta, que devido a baixa fiscalização esse 
62 
 
ato vem se tornando cada vez mais comum. 
Aqui observa-se uma falha cometida pelo cliente que poderia ser evitada na 
triagem do atendimento, de acordo com o Gestor as ações preventivas do SEBRAE em 
relação a esse tipo de falha ocorrem ainda na triagem, com uma explicação detalhada sobre as 
diferenças entre as contribuições e orientações sobre como proceder para realizar a 
arrecadação da contribuição de maneira correta. 
Quatro integrantes dessa amostra estão na faixa etária superior a 45 anos, o outro 
respondente informou estar na faixa entre 30 e 45 anos. Esses cinco clientes afirmaram passar 
por treinamento sobre as obrigações e nenhum relatou alguma dificuldade para realizar as 
suas obrigações, o que tem reflexo nos dados sobre a efetiva realização dos deveres, onde os 
cinco se encontram regulares com suas atividades, apenas dois respondentes afirmam em 
algum momento enfrentarem problemas com suas obrigações, um esqueceu-se de enviar sua 
DASN e o outro negligenciou a emissão do DAS, o que ocasionou pagamento de juros. Esses 
dois entrevistados relataram que as ações do SEBRAE minimizaram o problema. 
 
Tabela 13 – Principal razão para formalizar-se como MEI (Clientes que realizaram a formalização no SEBRAE) 
PRINCIPAL RAZÃO PARA FORMALIZAR-SE COMO MEI Total % 
Buscou o registro por conta de suas atividades empresariais (Registro no CNPJ, 
Alvarás, Compras e vendas B2B, etc.). 
13 59 
Buscou o registro por conta da cobertura previdenciária. 5 23 
Buscou o registro por motivações econômicas (economia com impostos, 
possibilidade de abertura de crédito, etc.). 
4 18 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Esse grupo se destaca frente aos outros no que diz respeito ao cumprimento das 
obrigações, ao analisar que os cinco estão regulares, nenhum dos outros dois grupos chegaram 
próximo a totalidade de clientes regulares. 
 
 Quadro 05: Relação Razão para formalização – Clientes regulares (continua) 
CLIENTES REGULARES POR MOTIVO 
PRINCIPAL DE FORMALIZAÇÃO - 
APOSENTADORIA 
Clientes com pendências 
0
0 
Regular com problemas no passado. 
2
3 
Regular 
2
2 
TOTAL DE CLIENTES REGULARES 
5
5/5 
 
 
63 
 
 Quadro 05: Relação Razão para formalização – Clientes regulares (conclusão) 
CLIENTES REGULARES POR MOTIVO 
PRINCIPAL DE FORMALIZAÇÃO – 
ATIVIDADES EMPRESARIAIS 
Clientes com pendências 
5
5 
Regular com problemas no passado. 
4
4 
Regular 
4
4 
TOTAL DE CLIENTES REGULARES 
1
8/13 
CLIENTES REGULARES POR MOTIVO 
PRINCIPAL DE FORMALIZAÇÃO – 
MOTIVAÇÕES FINANCEIRAS 
Clientes com pendências 
2
2 
Regular com problemas no passado. 
0
0 
Regular 
2
2 
TOTAL DE CLIENTES REGULARES 
2
2/4 
 Fonte: Elaborado pelo autor (2019). 
 
Em relação ao período de atividades como MEI, dois responderam que estão 
formalizados há mais de três anos, um entre um e dois anos, e dois há menos de um ano. Dos 
cinco respondentes apenas um ainda não necessitou realizar o envio da DASN, os outros 
quatro relataram que realizam essa atividade junto ao SEBRAE. Em relação à emissão do 
DAS, dois informaram que buscam ajuda no SEBRAE, outros dois declararam emitir em lan 
houses, o outro afirmou emitir pessoalmente o DAS. 
Ao serem questionados sobre o que poderia ajudar a manter as obrigações em dia, 
quatro informaram que gostariam de receber um carnê anual com os DAS. E relação ao que 
poderia causar atrapalhar a realização das atividades, dois alegaram “dificuldades 
financeiras”, outros dois relataram “falta de informações”, e uma cliente informou que 
“mudanças que dificultem o acesso a aposentadoria” pode atrapalhar o cumprimento da 
obrigação. 
Outro ponto que reforça o viés ao buscar o serviço correto são as informações 
referentes ao faturamento médio mensal desse grupo, três entrevistados relataram um 
faturamento inferior a R$1.000. 
4.3 Outras observações 
 
Esse estudo buscou analisar a origem das falhas causadas por clientes 
coprodutores em serviços, pode ser observado que no contexto da prestação do serviço 
realizado pelo SEBRAE a realização das atividades por parte dos clientes é fundamental para 
que os mesmos mantenham sua inscrição regular e dessa maneira desfrutem dos benefícios 
que a formalização como microempreendedor individual proporciona, porém ao analisar os 
64 
 
dados obtidos junto aos clientes, se observou uma baixa proporção de clientes que executam 
suas atividades, a grande maioria dos clientes delega a terceiros a realização de suas 
atividades. Como mencionado anteriormente o Gestor alegou que devido ao perfil dos clientes 
o SEBRAE recomenda que em caso de dificuldades ou problemas o cliente deve recorrer ao 
suporte do SEBRAE. 
 
Tabela 14 – Quem emite seu DAS 
QUEM EMITE SEU DAS Total % 
Eu 2 8 
SEBRAE 13 60 
Lan House 6 28 
Outros 1 4 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Essa enorme dispersão despertou uma curiosidade acerca dos clientes 
selecionados para fazer parte da amostra, possivelmente os clientes que realizam essa 
atividade não buscam o serviço do SEBRAE e acabaram ficando de fora da amostra, essa 
hipótese é reforçada ao observar que os dois clientes que afirmaram emitir o DAS estavam no 
SEBRAE após dificuldades ou problemas com o sistema emissor do DAS. 
Em relação às dificuldades enfrentadas para realizar essa atividade, doze 
respondentes afirmaram não possuir nenhuma, quatro desses doze, afirmaram não ter 
dificuldades exatamente por solicitar que o SEBRAE realize a operação. 
 
Tabela 15– Quais as principais dificuldades para realizar a emissão e pagamento do DAS? 
PRINCIPAIS DIFICULDADES PARA REALIZAR A EMISSÃO E PGTO. DO 
DAS 
Total % 
Não tenho dificuldades 8 37 
Não tenho dificuldades por solicitar ao SEBRAE 4 18 
Recursos financeiros 4 18 
Acomodação/Desleixo/Descuido 3 14 
Problemas relacionados ao emissor de DAS 2 9 
Outros 1 4 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
A mesma lógica se repete ao analisarmos a realização do envio da Declaração 
Anual do Simples Nacional, a grande maioria também realiza a operação no SEBRAE dos 
65 
 
dezessete que já realizaram o envio ao menos uma vez, quatorze admitiram ter realizado o 
envio da DASN no SEBRAE, apenas dois informaram realizar em casa a atividade. 
 
Tabela 16 – Onde efetua a entrega da DASN 
ONDE EFETUA A ENTREGA DA DASN Total % 
Eu mesmo envio de casa pela Internet 2 9 
SEBRAE 14 64 
Contador 1 4 
Não se aplica (Empresa com menos de 1 exercício fiscal) 5 23 
TOTAL 22 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Desses apenas sete afirmaram ter enviado a DASN fora do prazo, seis desses 
recorreram ao SEBRAE para realizar uma recuperação do serviço. Entre os motivos para o 
envio da DASN, quatro alegaram “esquecimento”, os outros três respondentes alegaram “falta 
de informação”. 
 
Tabela 17 – Qual o motivo do atraso no envio da DASN 
MOTIVO DE ATRASO NO ENVIO DA DASN Total % 
Esquecimento 4 58 
Falta de informação 3 42 
TOTAL 7 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Ao tratar os dados referentes aos clientes que não realizaram sua formalização 
como MEI nos ambientes de atendimento ao MEI do SEBRAE (treze respondentes), foi 
observado que a maioria (oito), já possuíram algum problema relacionados a sua atividade, 
sendo que atualmente cinco ainda se encontram com pendências, essescinco clientes 
afirmaram buscar ajuda no SEBRAE solicitando a recuperação do serviço e afirmando que as 
ações realizadas pelo SEBRAE minimizaram o problema, chamou a atenção o fato de que três 
desses entrevistados alegaram que o motivo dos problemas estão relacionados a negligência 
ou desleixo, o que indica que a possibilidade de que o processo de recuperação iniciado possa 
ter algum problema no futuro. 
Entre os principais motivos para a formalização, esse grupo em sua maioria 
alegou “aposentadoria” (sete respondentes), sendo que apenas quatro alegaram formalizar-se 
para exercer atividades empresariais. 
 
66 
 
Tabela 18 – Principal razão para formalizar-se como MEI – Clientes não formalizados pelo SEBRAE 
PRINCIPAL RAZÃO PARA FORMALIZAR-SE COMO MEI Total % 
Buscou o registro por conta de suas atividades empresariais (Registro no CNPJ, 
Alvarás, Compras e vendas B2B, etc.). 
4 31 
Buscou o registro por conta da cobertura previdenciária. 7 54 
Outros motivos (pejotização) 2 15 
TOTAL 13 100 
Fonte: Dados da pesquisa (2019) 
 
Esses dados confirmam uma observação realizada pelo pesquisador: Muitos dos 
que buscam se registrar como MEI não o fazem pelos motivos propostos pelo programa, é 
comum que realizem o cadastro buscando vantagens financeiras, ou contribuições mais baixas 
ao INSS, dentre os nove que alegaram motivos fora do propósito do programa cinco 
informaram como motivações secundárias a realização de atividades empresariais, quatro 
alegaram a necessidade de emitir Notas Fiscais, sendo que dois alegaram estar em condição 
de pejotização (são funcionários de empresas que ao invés de registrá-los como celetistas o 
forçam a registrar-se como MEI). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Esta pesquisa foi desenvolvida objetivando responder a seguinte questão de 
pesquisa: “Como é realizada a prevenção e recuperação de falhas causadas por clientes 
coprodutores em serviços?” 
Para responder a esse questionamento esta pesquisa desenvolveu-se com base no 
objetivo geral de analisar os métodos de prevenção e recuperação de falhas causadas por 
clientes coprodutores em serviços no contexto do serviço de apoio ao MEI realizado pelo 
Escritório Regional Fortaleza do SEBRAE/CE. Mais especificamente o estudo buscou 
verificar as práticas realizadas pelo SEBRAE para prevenir falhas e recuperar serviços após 
falhas dos clientes. 
A partir das informações obtidas através da entrevistas e observações realizadas 
na unidade de análise, reforçado com a revisão da teoria, conclui-se que este estudo alcançou 
o objetivo geral. Por meio das informações coletadas foi possível realizar análises sobre como 
são prevenidas as falhas e como a recuperação do serviço acontece no contexto do serviço 
realizado pelo SEBRAE 
Quanto ao objetivo específico de identificar a origem das falhas causadas por 
clientes coprodutores em serviços, considera-se que ele foi atingido com sucesso, após 
observar o processo do serviço e analisar as informações, foi possível elencar as falhas e suas 
origens. 
Após a caracterização da origem das falhas causadas por clientes coprodutores em 
serviços, o caminho para o alcance do segundo objetivo especifico ficou mais fácil. A 
avaliação das formas de prevenir as falhas partiu da análise de cada possível falha encontrada 
no processo de serviço. Aqui foi observado que grande parte das ações preventivas que 
partem do SEBRAE ocorrem de forma espontânea, à medida que as falhas forem ocorrendo. 
Isso acontece, segundo as observações e relatos do Gestor, pelo fato de que a empresa 
analisada não dispõe de métodos formais para prevenir a ocorrência de falhas. 
O terceiro objetivo específico também foi atingido, a análise dos métodos de 
recuperação de falhas foi realizada após revisão da literatura demonstrada na seção 2.3.2 
(Recuperação de serviços). Dentro do contexto do SEBRAE puderam ser observados alguns 
métodos formais para a recuperação de falhas, como a emissão de DAS e envio de DASN, 
essas atividades que são deveres do MEI possuem o suporte especial da Instituição em caso de 
algum problema envolvido. O Gestor afirmou que devido a ocorrência de falhas dessa 
natureza o serviço realizado pelo SEBRAE adotou novos processos objetivando minimizar os 
68 
 
falhas cometidas pelos clientes coprodutores em serviços. 
Como limitação para esse estudo pode ser elencada a sazonalidade do 
atendimento, devido a pesquisa ter sido realizada fora do período de envio de DASN os 
ambientes de atendimento na maior parte das visitas estava com baixo nível de clientes o que 
de certa maneira acabava deixando alguns entrevistados apreensivos por conta de estarem 
próximos de receber seu atendimento, o que em alguns casos ocasionou interrupções de 
entrevistas, que em sua grande maioria foram completadas. 
Para estudos futuros sugere-se analisar o nível de aceitação dos MEI em relação 
aos sistemas referentes à realização das obrigações. Após análise das entrevistas, foi possivel 
observar que mesmo após receber capacitação grande parte dos clientes evitam realizar as 
ações que lhe cabem, buscando outros meios para executar as atividades devidas, a maior 
parte da amostra desse estudo age dessa maneira. 
Esse estudo específico analisou falhas cometidas pelos clientes. Observado isso, 
pode-se observar como falhas do prestador do serviço ocasionam falhas cometidas por 
clientes, desse modo fica a sugestão de um estudo sobre as falhas de serviços ocasionadas 
pelos prestadores de serviço. 
Devido à alta dependência dos clientes junto ao serviço do SEBRAE é sugerido o 
estudo aprofundado sobre o perfil do cliente MEI atendido pelo SEBRAE, buscando analisar 
qual a sua percepção sobre o serviço do SEBRAE e a contribuição do atendimento do 
SEBRAE sobre o cumprimento das obrigações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
69 
 
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76 
 
APÊNDICE A 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO AO GESTOR RESPONSÁVEL 
PELO ATENDIMENTO AOS MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS 
REALIZADO PELO SEBRAE EM FORTALEZA/CE 
 
PARTE 01: Perfil do Gestor 
1. Nome: 
2. Formação acadêmica: 
3. Idade: 
4. Tempo na organização: 
5. Tempo na função: 
PARTE 02: CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO 
6. Aqui apresentarei ao gestor minhas observações sobre o encontro de serviço 
realizado pelo SEBRAE e solicitar informações complementares. 
7. Buscaremos um consenso sobre como o serviço realizado pelo SEBRAE pode ser 
classificado. 
PARTE 03: IDENTIFICAÇÃO DE FALHAS COMETIDAS PELOS CLIENTES 
8. Quais as falhas mais comuns? 
9. Como acontece a identificação de falhas cometidas pelos clientes atendidos pelo 
SEBRAE? 
10. Existem outros métodos para identificar falhas? 
11. Existem canais de comunicação para reclamações de clientes? 
12. O SEBRAE realiza alguma ação para descobrir as causas das falhas cometidas 
pelos clientes? 
PARTE 04: RECUPERAÇÃO EFICIENTE DAS FALHAS COMETIDAS PELOS 
CLIENTES 
13. Existe algum método formal para executar a recuperação do serviço? Ou O que o 
SEBRAE faz atualmente para recuperar falhas causadas pelos clientes? 
14. Após a recuperação o SEBRAE realiza alguma ação no sentido de acompanhar o 
cliente que buscou a recuperação do serviço? 
15. Qual a sua percepção sobre a recuperação de falhas atualmente realizada pelo 
SEBRAE? 
77 
 
16. Você poderia relatar algum episódio de recuperação de falhas realizado pelo 
SEBRAE? 
17. O SEBRAE já efetuou alguma mudança na gestão do serviço com base nas 
experiências de recuperação de serviços? 
PARTE 05: APRENDIZADO COM AS FALHAS COMETIDAS PELOS CLIENTES 
18. Em sua opinião qual seria a maneira ideal para evitar que os clientes cometam 
falhas? 
19. Existe alguma ação do SEBRAE direcionada a prevenir que os clientes cometam 
falhas? 
PARTE 06: CARACTERIZAÇÃO DO AMBIENTE DE ATENDIMENTO AO MEI DO 
SEBRAE 
20. Tempo de operação: 
21. Número de funcionários: 
22. Média de atendimentos por dia: 
23. O que o ambiente de serviço do SEBRAE possui para minimizar as falhas 
causadas pelos clientes? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
78 
 
APÊNDICE B 
 
ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO MICROEMPREENDEDORES 
INDIVIDUAIS ATENDIDOS PELO SEBRAE EM FORTALEZA 
 
1ª PARTE: SOBRE A ATIVIDADE COMO MEI 
1- O(a) Sr.(a) é formalizado(a) como MEI? 
a. ( ) Sim – seguir para pergunta 2 
b. ( ) Não – Encerra entrevista 
c. ( ) Já possui inscrição, mas atualmente ela está baixada Perguntas extras (nº24-
28) 
2- O(a) Sr.(a) teve ajuda para se formalizar como MEI? 
a. ( ) Não Entende-se que o cliente acessou o Portal do empreendedor e fez o 
registro por conta própria.  Pular para 4ª pergunta e após o término dessa parte, 
pular para a 3ª parte. 
b. ( ) Sim – Partir para pergunta 3 
3- Quem lhe ajudou na formalização? 
a. ( ) SEBRAE continuar a entrevista na 2ª Parte 
b. ( ) Contadorao término dessa parte pular para a 3ª parte 
c. ( ) Outros:___________ao término dessa parte pular para a 3ª parte 
4- Quando iniciou as atividades como MEI? 
a. ( ) A menos de 1 ano 
b. ( ) De 1 a 2 anos 
c. ( ) De 2 a 3 anos 
d. ( ) Acima de 3 anos 
Bom dia/Boa tarde, me chamo Jonh Hebert Chaves Araújo, sou estudante do curso 
de Administração da Universidade Federal do Ceará, estou realizando uma 
pesquisa que será de fundamental importância para o meu trabalho de conclusão 
de curso. O tema do trabalho é sobre os MEI atendidos pelo SEBRAE. O(a)Sr(a) 
poderia colaborar comigo participando desta entrevista? Todas as informações 
permanecerão em sigilo e serão utilizadas exclusivamente para fins acadêmicos. 
Levaremos de 10 a 15 minutos para completarmos a entrevista. Desde já, agradeço 
sua participação. 
79 
 
5- Poderia me informar as principais razões que o(a) levaram a formalizar-se como 
MEI? Fora essa, tem mais alguma? *Obs. Caso necessário, estimular resposta 
citando exemplos: indicação de amigos, preocupação com aposentadoria, necessidade 
de emitir NF, etc. 
Resposta aberta:_____________________________________________ 
 
2ª PARTE: SOBRE A EXPERIÊNCIA COM O ATENDIMENTO EFETUADO PELO 
SEBRAE 
6- Você possui lembranças do seu processo de formalização como MEI? 
a. ( ) Sim seguir para a 7ª pergunta 
b. ( ) Não passar para a 3ª parte 
7- Passou por algum tipo de treinamento/capacitação? 
a. ( ) Sim  O que lhe ensinaram? Resposta aberta:_______________ 
 - seguir para a 8ª pergunta 
b. ( ) Não pular para a 10ª pergunta 
8- Quando o Sr.(a) foi realizar os procedimentos referentes aos deveres como MEI, 
sem o auxilio do SEBRAE, teve alguma dificuldade ou dúvida? 
a. ( ) Sim Continuar a entrevista 
b. ( ) Não pular para a 10ª pergunta 
9- Quais foram as dificuldades/dúvidas? 
Resposta aberta:_______________________________________________ 
10- Se pudesse dar um conselho ao SEBRAE sobre o que melhorar, o que o Sr. (a) 
diria? Mais alguma coisa? 
Resposta aberta:_______________________________________________ 
11- O Sr.(a) visita o SEBRAE com que frequência? 
a. ( )1 vez ao ano 
b. ( )2 vezes ao ano 
c. ( )De 3 a 6 vezes no ano 
d. ( ) Acima de 6 vezes no ano 
 
 
 
 
 
80 
 
3ª PARTE: SOBRE AS OBRIGAÇÕES DE MEI 
12- Você está em dia com os deveres de MEI? *Essa pergunta se alinha a teoria no que 
diz a questão da falha, se ele não está em dia, cometeu falha, se já foi inadimplente, já 
falhou alguma vez... 
a. ( ) Sim já possuiu algum problema? Se não continuar a entrevista. 
b. ( ) Sim, mas já fui inadimplente  Perguntas extras (nº 21-23) 
c. ( ) Não  pular para a pergunta n°15 
d. ( ) Em partes 
 Só o DAS ou 
 Só o DASN? 
13- O que ajuda a manter a obrigação em dia? 
Resposta aberta:________________________________________________ 
14- O que você acha que poderia ser capaz de te atrapalhar no cumprimento das 
obrigações? 
Resposta aberta:________________________________________________ 
15- O que poderia ajudar para manter as obrigações em dia? 
Resposta aberta:________________________________________________ 
16- Quem emite seu DAS (Documento de arrecadação do SIMPLES)? 
a. ( ) Eu 
b. ( ) Solicito a ajuda de outra pessoa, quem lhe ajuda?______________ 
17- Quais as suas principais dificuldade para realizar a emissão e o pagamento do 
DAS 
Resposta aberta:___________________________ 
Qual a principal?____________________________ 
18- Onde efetua a entrega da DASN (Declaração Anual do Simples Nacional)? 
a. ( )No SEBRAE 
b. ( ) Eu mesmo envio de casa pela internet 
c. ( )Solicito a um contador 
19- A última DASN foi entregue no prazo? 
a. ( ) Sim próxima seção. 
b. ( ) Não  Prosseguir entrevista 
 
 
 
81 
 
20- Qual o motivo do atraso na entrega da DASN 
a. ( ) Esquecimento 
b. ( )tive dificuldade ao acessar o site na internet 
c. ( )não sabia como preencher (não tinha os registros de compra e venda) 
d. ( )não consegui ser atendido por um contador 
e. ( ) Outros:___________________________________________________ 
Perguntas extras: Recuperação de serviço 
Para quem respondeu “b – Sim, mas já fui inadimplente” na 12ª pergunta. 
21- No momento em que teve problemas com os seus deveres de MEI, o Sr.(a) buscou 
algum tipo de ajuda para regularizar a situação? 
a. ( )Não, fiz tudo sozinhoQual procedimento?__________ 
b. ( ) Sim, fui ao SEBRAE continuar na 22ª pergunta 
c. ( ) Sim, busquei um contador Resolveu?____________ 
d. ( ) Sim, de outras formas: Qual?________________Resolveu?______ 
22- O que o SEBRAE fez para lhe ajudar a regularizar a situação? 
Resposta aberta:________________________________________________ 
23- As ações realizadas pelo SEBRAE minimizaram o problema? 
a. ( ) Sim 
b. ( ) Não. Por quê? _____________________________________________ 
Perguntas extras: MEIS baixados 
Perguntas para os responderem “C” na 1ª pergunta 
24- Qual o motivo da baixa? 
a. ( ) Me aposentei avançar para a 4ª parte 
b. ( ) Encerrei para me dedicar a outras atividadesavançar para a 4ª parte 
c. ( ) Empresa Baixada pela Receita Federal (baixa automática por conta de 
pendências) prosseguir na 24ª pergunta 
d. ( )Outros:____________ avançar para a 4ª parte 
25- Como soube da baixa? 
a. ( ) Notificação da Receita avançar para a 4ª parte 
b. ( ) Em visita ao SEBRAE prosseguir na 25ª pergunta 
c. ( ) Outros ___________________ avançar para a 4ª parte 
 
 
82 
 
26- Houve alguma ação no sentido de regularizar a situação do registro do MEI? 
a. ( ) Não avançar para a 4ª parte 
b. ( ) Sim  prosseguir na 26ª pergunta 
27- O que? 
Resposta aberta:_________________ 
28- Essa ação realizada pelo SEBRAE minimizou o problema? 
a. ( ) Sim 
b. ( ) Não. Por quê? __________________________________________ 
 
4ª PARTE: SEÇÃO SOCIOECONÔMICA 
 
29- Nome: ______________________________________________________ 
30- Atividade principal:___________________________________________ 
31- Sexo: 
a. ( ) Feminino 
b. ( ) Masculino 
32- Qual sua idade 
a. ( ) de 19 a 23 anos 
b. ( ) de 23 a 30 anos 
c. ( ) de 30 a 45 anos 
d. ( ) de 45 a 60 anos 
e. ( ) acima de 60 anos 
33- Qual o seu faturamento médio mensal? 
a. ( )Inferior a R$ 1.000 
b. ( )De R$ 1.001 a R$ 3.000 
c. ( )De R$ 3.001 a R$ 5.000 
d. ( )De R$ 5.001 a R$ 6.750 
e. ( ) Acima de R$ 6.750 
34- Qual sua escolaridade? 
a. ( )Ensino fundamental incompleto 
b. ( )Ensino fundamental completo 
c. ( )Ensino médio incompleto 
d. ( )Ensino médio completo 
e. ( )Ensino superior incompleto 
83 
 
f. ( )Ensino superior completo 
g. ( ) Pós graduação, mestrado, doutorado e etc. 
. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
84 
 
ANEXO A – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” EMISSÃO DE DOCUMENTO DE 
ARRECAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE 
 
 
Fonte: SEBRAE (2019). 
 
85 
 
ANEXO B – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” PARA ENVIO DE 
DECLARAÇÃO ANUAL DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Fonte: SEBRAE (2019). 
	1 INTRODUÇÃO
	2. DEFINIÇÃO E CARACTERÍSTICAS DOS SERVIÇOS
	2.1 Classificações dos serviços
	2.2 Encontro de serviços
	2.2.1 Tipos de encontro de serviços
	2.2.2 Participação do cliente
	2.2.2.1 Cliente como coprodutor
	2.3 Falhas em serviços
	2.3.1 Classificação das falhas causadas pelos clientes em serviços
	2.3.2 Recuperação de falhas em serviços
	2.3.3 Prevenção de falhas dos clientes
	3 METODOLOGIA
	3.1 Classificação do Estudo
	3.2 Unidade de análise
	3.3 Procedimentos para coleta e análise de dados
	4 CARACTERIZAÇÃO DO SERVIÇO OFERECIDO PELO SEBRAE
	4.1 Caracterização das falhas causadas pelos clientes
	4.2 Análise dos resultados
	4.2.1 Perfil dos clientes em relação aos seus deveres como Microempreendedores Individuais
	4.2.1.1 Clientes que estão em situação regular após enfrentarem problemas (seis respondentes)
	4.2.2 Perfil dos clientes que cometeram falhas ao buscar o serviço correto (cinco respondentes)
	4.3 Outras observações
	CONSIDERAÇÕES FINAIS
	REFERÊNCIAS
	APÊNDICE A
	ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO AO GESTOR RESPONSÁVEL PELO ATENDIMENTO AOS MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS REALIZADO PELO SEBRAE EM FORTALEZA/CE
	APÊNDICE B
	ROTEIRO DE ENTREVISTA APLICADO JUNTO MICROEMPREENDEDORES INDIVIDUAIS ATENDIDOS PELO SEBRAE EM FORTALEZA
	ANEXO A – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” EMISSÃO DE DOCUMENTO DE ARRECAÇÃO DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE
	ANEXO B – EXEMPLO DE “PASSO A PASSO” PARA ENVIO DE DECLARAÇÃO ANUAL DO SIMPLES NACIONAL UTILIZADO PELO SEBRAE

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