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CRISE TIREOTÓXICA (TEMPESTADE TIREOIDIANA)

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CRISE TIREOTÓXICA (TEMPESTADE TIREOIDIANA)
⇒ Uma exacerbação do estado de hipertireoidismo que põe em risco a vida dos pacientes acometidos (mortalidade
de 10% devido à falência múltipla de órgãos).
⇒ A tempestade tireoidiana é mais frequentemente encontrada em pacientes com doença de Graves, embora
qualquer condição associada a hipertireoidismo possa estar relacionada (adenoma tóxico, bócio multinodular tóxico).
⇒ principais fatores precipitantes: Infecções (a principal), cirurgia (tireoidiana e não tireoidiana), terapia com iodo
radioativo, suspensão de drogas antitireoidianas, uso de amiodarona, ingestão de hormônios tireoidianos,
insuficiência cardíaca, toxemia da gravidez, hipoglicemia, parto, estresse emocional importante, embolia pulmonar,
acidente vascular encefálico, trauma à glândula tireoide, cetoacidose diabética, extração dentária, infarto do
miocárdio, entre outros.
MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS
Confusão, delirium, agitação e psicose franca podem evoluir para obnubilação, estupor e coma. As manifestações
neurológicas são as mais importantes para caracterizar a crise tireotóxica. Outros sinais e sintomas clássicos são:
febre elevada (38-41°C), insuficiência cardíaca de alto débito, com PA divergente, taquicardia acentuada, fibrilação
atrial aguda, icterícia (com eventual insuficiência hepática), sudorese intensa, diarreia, náuseas, vômitos são
encontrados em combinações variadas.
# Dor abdominal e abdome agudo, status epilepticus e insuficiência renal aguda por rabdomiólise são
apresentações raras.
# Herman propôs uma escala de gravidade da crise tireotóxica, mostrada a seguir:
● Estágio I - taquicardia superior a 150 bpm, arritmia cardíaca, hipertermia, diarreia, tremor intenso,
desidratação, agitação.
● Estágio II - estágio I mais distúrbios de consciência (estupor, sonolência, psicose, desorientação no
tempo e no
espaço).
● Estágio III - coma.
Diagnóstico⇒ Devido a
“raridade”, é um diagnóstico que
“demoramos a pensar”
⇒ Caso suspeite de crise
tireotóxica ⇒ escala de
Burch-Wartofsky auxilia
(fornece probabilidade).
# Sintomas chaves para
desconfiar = Febre +
delirium/agitação +
diarreia/icterícia +
taquicardia/FA.
TRATAMENTO
⇒ Interna paciente (monitorização na UTI), não devendo ser postergado enquanto se aguarda as dosagens
hormonais.
# O reconhecimento e o tratamento da condição precipitante (infecção, por exemplo) são essenciais.
⇒ As principais drogas empregadas são:
● Propiltiouracil em doses altas (ataque de 800 mg e 200 a 300 mg a cada 8h) por via oral, por sonda
nasogástrica ou até mesmo pelo reto ⇒ Inibir a conversão periférica de T4 em T3 (primeiro efeito), pelo
bloqueio da desiodase tipo 1, e reduzir a produção hormonal tireoidiana.
#O metimazol não está indicado, pois não atua como inibidor da desiodase tipo 1.
+
● Iodo (após 1 hora da dose de PTU) na forma de solução saturada de iodeto de potássio 5 gotas 8/8h, ou
solução de Lugol 10 gotas VO 8/8h ou ácido iopanoico (0,5 mg VO a cada 12h) ⇒ o iodo age
bloqueando a endocitose da tireoglobulina; e a atividade lisossômica, bloqueando a liberação hormonal
tireoidiana. O efeito de Wolff-Chaikoff é a inibição da organificação do iodeto pelo próprio iodeto – este
efeito também pode contribuir. É importante esperar 1h após a administração do PTU, para que o iodo
não piore ainda mais a crise, ao ser utilizado como matéria prima para a produção de hormônio
tireoidiano (efeito Jod Basedow).
+
● Propranolol intravenoso na dose de 1 mg até a dose de 10 mg; OU via oral 40-60 mg a cada 6h. Altas
doses da droga inibem a desiodase tipo 1 (conversão periférica de T4 em T3).
+
● Dexametasona: 2 mg IV a cada 6h.
# O tratamento da hipertermia não deve ser realizado com aspirina pelo potencial de aumentar os
níveis circulantes de T4L (deslocamento das proteínas transportadoras).
# Outras drogas disponíveis são o carbonato de lítio na dose de 300 mg VO 6/6h e a colestiramina
(que é uma resina de troca e pode aumentar a excreção de hormônios tireoidianos pelas fezes) na dose de 4 g VO
6/6h. A plasmaférese pode ser tentada quando o tratamento convencional não é eficaz.

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