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Insulina glucagon e diabetes melittus: O pâncreas possui função digestiva e secreta dois hormônios: insulina e glucagon Anatomia fisiológica do pâncreas: Dois tecidos principais: os acinos que secretam o suco digestivo (pâncreas exócrino) no duodeno e ilhota de langerhans, que secretam insulina e glucagon diretamente no sangue (pâncreas endócrino) Pâncreas endócrino: · Células alfa: glucagon · Células beta: insulina e amilina · Células delta: somatostatina · Células PP: polipeptídio pancreático INSULINA: Metabolismo de proteínas, lipídeos e carboidratos A Insulina circula livre no plasma com rápida secreção e eliminação por meio da enzima insulinase. Tem uma meio vida de 6 minutos Os receptores de insulina estão na membrana e são formados por quatro subunidades (2 alfas e 2 betas. A ativação dos receptores que desencadeia a ação. Insulina acopla no receptor alfa externo, autofosforilando a subunidade beta trans-membrana que ativa uma tirosina cinase que fosforila diversos substratos IRS. Tipos diferentes de IRS são secretados com funções de ativação ou inibição diferentes sobre o metabolismo dos carboidratos, proteínas e lipídeos. Essa ativação também translouca para a membrana os transportadores de glicose facilitando a entrada de glicose nas células Em poucos segundos após o acoplamento insulina receptor, as células aumentam a sua captação de glicose, principalmente as adiposas e musculares, exceto nos neurônios porque esses são permeáveis a glicose sem necessitar da intermediação da insulina. O que evidencia a importância da glicose ao SNC e por isso as quedas nos níveis de glicemia plasmática levam a sintomas neurológicos: convulsões, sonolência, irritabilidade, perda da consciência, coma e choque hiperglicêmico Efeitos celulares da ativação de insulina: Efeitos lentos: 10 a 15 min após ocorre modificação da atividade enzimática de muitas enzimas pela alteração de sua fosforilação, Horas a dias após ocorre variação da velocidade tradução dos RNAm nos ribossomos para formar novas proteínas a partir da tradução do DNA, modificando assim a maquinaria enzimática celular. Efeitos nos carboidratos: Promove captação e metabolismo da glicose nos músculos, membrana muscular é pouco permeável a glicose, precisando de insulina e no período entre as refeições depende da energia oriunda dos ácidos graxos A utilização de glicose em grandes quantidades é importante nas seguintes condições: (a) exercício moderado ou intenso pois na contração muscular ocorre aumento da molécula transportadora de glicose 4 (GLUT4) que migra do interior para a membrana da célula facilitando a difusão da glicose, e (b) algumas horas após a refeição quando a concentração de glicose é elevada e o pâncreas secreta grande quantidade de insulina, a célula muscular prefere glicose do que ácidos graxos. Se os músculos não estão sob exercício a glicose é armazenada sob forma de glicogênio muscular que fica disponível e pode ser convertida posteriormente através de reação glicolítica em ácido lático Insulina eleva o transporte de glicose muscular em ate 15x Promove a captação e armazenamento de glicose pelo fígado: a insulina armazena a glicose absorvida após refeição em glicogênio hepático. Entre as refeições ocorre a conversão do glicogênio hepático em glicose, para manter os níveis plasmáticos de glicose. Mecanismo do armazenamento de glicose pelo fígado: • (a) insulina inativa a fosforilase hepática impedindo a conversão de glicogênio em glicose, • (b) aumenta a atividade da enzima glicocinase que aumenta a captação da glicose pelas células hepáticas, • (c) aumenta a atividade da enzima glicogênio sintetase responsável por polimerizar as unidades de monossacarídeo(glicose) em glicogênio. Esse efeito aumenta a massa hepática em 5 a 10% equivalente a 100g de glicogênio hepático. Promove a utilização de glicose pelo fígado: · Ausência de glicose sanguínea o pâncreas reduz a liberação de insulina · Interrupção dos processos de armazenamento, · Aumenta o glucagon que ativa a enzima fosforilase que cliva o glicogênio em glicose fosfato, · A enzima glicose fosfatase, inibida pela insulina, é então ativada fazendo com que o radical fosfato seja liberado e a glicose pode livremente retornar ao sangue. · Em torno de 60% da glicose da refeição é armazenada. GLICOLISEutilizaçao da glicose como principal substrato energético GLICONEOGENESEsobra utilizada para síntese de glicogênio hepático e muscular LIPOGENESEexcesso de glicose é convertida em ácido graxos Efeito nas gorduras: A deficiência de insulina poderá provocar aterosclerose e consequentemente inúmeras patologias relacionadas: AVC, IAM e outros acidentes vasculares. Promove a síntese de ácidos graxos no fígado: A deficiência de insulina poderá provocar aterosclerose e consequentemente inúmeras patologias relacionadas: AVC, IAM e outros acidentes vasculares. · Aumento do transporte de glicose para as células hepáticas que após sua utilização, se converte/armazena em glicogênio. O excesso é transformado em piruvato pela via glicolítica e o piruvato se transforma em acetilcoenzima A que é substrato para sintetizar ácidos graxos. · O ciclo do ácido cítrico provoca excesso de íons citrato e isocitrato que ativam a coenzima A carboxilase que atua na primeira etapa da carboxilação da Coenzima A para síntese de ácidos graxos. · Após síntese dos ácidos graxos são armazenados no fígado na forma de triglicerideos sendo liberados no sangue na forma de lipoproteínas. A insulina ativa a enzima lipoproteina lipase nas paredes dos capilares do tecido adiposo que cliva a lipoproteina sendo absorvida pelos adipócitos e reconvertida na forma de triglicerideos onde ficam armazenados. Promove armazenamento das gorduras: Através da inibição da ação da lipase hormônio-sensível que é a enzima que cliva o triglicerídeo no adipócito liberando os ácidos graxos para o sangue. Permite o transporte da glicose para dentro da célula adiposa que em parte servirá para síntese de ácidos graxos e forma grandes quantidades de alfaglicerol que produz glicerol que se associa com ácidos graxos formando triglicerideos. A deficiência de insulina promove o aumento sou ao de gordura como fonte de energia: a enzima lipase hoemonio sensível é ativada e essa cliva o triglicerídeo no adipócito liberando ácidos graxos e o glicerol para o sangue que passa a ser fonte de energia para os tecidos, exceto SNC. Ocorre a conservação hepática de alguns ácidos graxos em colesterol e fosfolipideos e dessa forma aumenta ao níveis de lipídeos sanguíneos, fato esse que pode aumentar as chances de aterosclerose Esse aumento de gordura também causa a formação de cetonas e corpos cetonicos no sangue podendo levar a acidose metabólica e coma. A ausência de insulina e excesso de ac graxos leva a ativação do transporte da carnitina que leva os ácidos graxos para mitocôndria onde são usados como fonte de energia. E isso libera acetil-coa que condensa e forma ácido aceto acético Insulina e as proteínas: · Insulina promove síntese e armazenamento de proteínas · Inibe a formação de ureia · Inibe degradação de proteínas no musculo · Estimula o transporte de aminoácidos Insulina e o hormônio do crescimento: Como atua na síntese de proteínas, atua em conjunto com o hormônio do crescimento. A administração combinada de insulina e hormônio do crescimento promove o crescimento, de forma separada não SECREÇÃO DE INSULINA: Nível de glicose plasmática é o principal controlador · Etapa 1º: Fosforilação da glicose em glicose-6-fosfato pela glicocinase (etapa sensor principal para determinar o ajuste de insulina a ser secretada). · Etapa 2º: inibição canais de K · Etapa 3º: abertura canais Cálcio · Etapa 4º: fusão de vesículas com insulina · Etapa 5º: exocitose da insulina O influxo de células beta através dos receptores de glut-2 inicia uma cascata de eventos de sinalização que culmina com a liberação de insulina armazenada, induzida por Ca Fatores que controlam secreção de insulina: Aumento da glicose Alguns aminoacios comoarginina e lisina Hormônios gastrointestinais: gastrina, secretina, colecistocinina Hormonios: glucagon, do crescimento, cortisol Sistema nervoso autônomo: simpática estimula glucagon e parassimpática estimula a insulina GLP1- peptídeo tipo I glucagon: estimula secreção de insulina, aumenta concentração e funcionamento das células beta, melhora sensibilidade a insulina, amplia eliminação de glicose, suprime secreção de glucagon Fatores que diminuem a secreção de insulina: diminuição da glicose sanguínea, jejum, somatostatina, atividade beta adrenérgica, leptina Resposta da insulina ao aumento de glicose: Inicialmente ocorre uma elevação rápida, e então um aumento tardio e continuado na concentração, após 15-20 minutos Existe feedback da glicose em que o aumento da glicose eleva os níveis de insulina e esse aumente de insulina diminui a glicose plasmática. Ocorre aumento do transporte de glicose para músculos, fígado e outras células, reduzindo a glicemia GLUCAGON: Secretado pelas células alfa quando a concentração de glicose sanguínea diminui Hormônio hiperglicêmico , hormônio do estado de jejum O glucagon aumenta a glicemia através da glicogenolise= quebra do glicogênio hepático e aumento da gliconeogenese hepática Diminuição da glicose aumento de aminoácidos, e o exercício físico estimulam a secreção de glucagon. ESTIMULADO: hipoglicemia, adrenalina, estimulação vagal INIBIDO: hiperglicemia, somatostatina Somatostatina: secretada pelas células delta, tem papel inibitório de insulina e glucagon, diminui a motilidade do estomago, diminui secreção e absorção intestinal. Tendo como principal papel prolongar o tempo em que os nutrientes alimentares são assimilados pelo sangue, ao mesmo tempo reduz a utilização dos nutrientes absorvidos pelos tecidos, impedindo o consumo imediato de alimentos, o que torna disponíveis durante um período de tempo mais longo. Essa substancia também suprime a secreção do hormônio do crescimento. Regulação da glicemia: Sistema feedback regula a glicose a níveis normais em duas horas Fígado: Sistema tampão. Armazena 2/3 da glicose na forma de glicogênio logo após refeição, e no jejum, disponibiliza a glicose por glicogenólise. Doenças hepáticas compromete essa regulação Importância da regulação da glicose: Glicose contribui para a pressão osmótica e a sua concentração elevada pode levar a desidratação Provoca perda de glicose na urina: poliuria A poliuria provoca diurese osmótica pelos rins Aumento de glicose pode causar lesões teciduais que aumenta riscos de infarto cardíaco, derrame, doença renal em estágio terminal e cegueira DIABETES MELITO: Síndrome do metabolismo de carboidratos, lipídios e proteínas caracterizado por ausência da secreção de insulina e/ou resistência ou diminuição de sensibilidade dos tecidos à insulina DM tipo I – deficiência à insulina (5 a 10%) DM tipo II – resistência à insulina (80 a 90%) Causa tanto pela ausência de secreção de insulina como pela diminuição da sensibilidade dos tecidos a insulina Independentemente do tipo de diabetes o efeito no metabolismo é impedir a captação eficiente e a utilização da glicose pelas células. Isso provoca aumento nos níveis de glicose com redução da sua utilização e maior utilização dos lipídios e proteínas Diabetes tipo I: Etiologia: lesão das células betas Três sinais iniciais: · Hiperglicemia · Aumento utilização de lipídios como fonte de energia e formação de colesterol pelo fígado · Depleção das proteínas. Características: · Hiperglicemia (300 a 1200) · Glicosúria (glicemia >180) · Desidratação (>pressão osmótica extracelular, diurese osmótica) · Lesão tecidual (vascular e nervosa) · Aumento utilização lipídios · Cetoacidose · Depleção proteínas Principais autoanticorpos encontrados na DM 1: anti-ilhota, anti-GAD, anti-IA-2 Diabetes tipo II: Resistencia aos efeitos metabólicos da insulina, relacionado com o aumento nos níveis plasmáticos de insulina isso ocorre em resposta a resistência a insulina da células beta. A utilizaço e armazenamento dos carboidratos é prejudicada elevando níveis de glicose sanguínea e estimulando liberação de insulina. É mais comum que o tipo I Ocorre principalmente entre os 50-60 anos, tendo uma evolução gradual Tem obesidade como o principal fator de risco, podendo ser por um acumulo de lipídeos que causa efeitos tóxicos Tem u ma evolução lenta e depende da resistência insulínica periférica e secreção de insulina peas células beta do pâncreas Fatores de risco · Obesidade · Idade · Soprepeso · Sedentarismo · Intolerância a lactose · Hipertensão artéria · HDL baixo e TAG elevado >250 · Síndrome ovários policísticos · História previa de doença vascular DIAGNOSTICO: Teste da tolerância a glicose Glicose sanguínea de jejum e níveis de insulina Glicose urinaria é normal após a ingestão de glicose ocorrer um aumento na secreção de insulina, porem logo volta a níveis normais, coisa que não ocorre com portadores de dm MANIFESTAÇOES CLINICAS: · Hiperglicemia · Poliuria · Polidipsia · Polifagia · Emagrecimento · Acantose nigrans: lesão cutânea hiperpigmentada que predomina em ateas de dobras cutâneas (pescoço, virilias e axilas). Promove estimulação de queranocitos e fibroblasto · Desidratação · Acidose COMPLICAÇOES A LONGO PRAZO: · Catarata · Hipertensão · Aterosclerose · Gangrena · Infecções · Infarto do miocárdio · Hemorragias · Infartos vasculares cerebrais Estados pré diabéticos
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