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Universidade Federal do Ceará Centro de Tecnologia Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil Disciplina: Análise Matricial de Estruturas Professor: Antônio Macário Cartaxo de Melo Aula 05 Assunto: Método dos Deslocamentos. Introdução; Grau de indeterminação Cin- emática; Formulação Matricial Básica: Introdução; Exemplo pórtico plano; Equações do método dos deslocamentos; Signi…cado físico dos coe…cientes da matriz de rigidez Objetivo: Apresentar conceitos básicos relativos ao método dos deslocamentos e os seus fundamentos. Aula anterior: Método das Forças. Conteúdo 1. Introdução 1.1 Grau de indeterminação cinemática: ² Exemplo: ² Existem deslocamentos de nós que não são conhecidos a prióri, e que são obtidos somente fazendo-se uma análise completa da estrutura. Estes desloca- mentos incógnitos são as grandezas cinematicamente indeterminadas e são às vezes chamadas de reduntantes cinemáticas. O seu número representa o grau de indeterminação cinemática da estrutura, ou o número de graus de liberdade para os deslocamentos dos nós (G&W). ² Os graus de liberdade podem ser entendidos como os deslocamentos nodais necessários para descrição da deformada da estrutura. ² Comparação entre os graus de indeterminação estática e cinemática: Figura 1 Indeterminação cinemática em pórticos. 1 3 2 1 Nó Y X d1 d2 d3 d4 d7 d8 d9 d6 d5 d10 d11 d12 Deslocamento Nodal Elemento 2 3 4 1 Figura 2 Modelo de um pórtico. ² Pode ser visto que a remoção de restrições nos suportes (apoios) de uma estru- tura serve para diminuir o grau de indeterminação estática, enquanto aumenta o grau de indeterminação cinemática (G&W). 2. Formulação Matricial Básica 2.1 Introdução: ² Incógnitas: deslocamentos (generalizados) dos nós do modelo estrutural; ² Sistema de equações: equações que traduzem as condições de equilíbrio se- gundo cada uma das direções dos deslocamentos dos nós; ² Não há necessidade de escolha de um sistema principal (isostática): método ideal para o propósito de automatização; 2.2 Exemplo pórtico plano (Fig. 3.1): ² XYZ: sistema de referência global; ² Numeração dos elementos; ² Numeração dos pontos nodais; ² Numeração do deslocamentos globais d: – Segundo a ordem crescente da numeração dos pontos nodais; 2 – Em dada ponto nodal numeram-se os deslocamentos na seguinte ordem: ¤ Deslocamento linear na direção X; ¤ Deslocamento linear na direação Y; ¤ Rotação em torno do eixo Z. ² Deslocamentos d1 a d6: deslocamentos nodais livres, não-restringidos ou graus de liberdade do modelo; ² Grau de indeterminação cinemática: número total de graus de liberdade; ² Deslocamentos d7 a d12: deslocamentos nodais restringidos ou prescritos do modelo; ² Simpli…cação: numeraram-se primeiro os deslocamentos livres e depois os deslocamentos prescritos; 2.3 Equações do método dos deslocamentos ² Sistema força-mola: equação de equilíbrio kx = f: sendo k a rigidez da mola. Para x = 1, k é a força que deve ser aplicada para produzir este deslocamento unitário; ² relações entre deslocamentos e forças nodais podem ser estabelecidas na forma K¤d¤ = f ¤ (1) ² K¤ = matriz de rigidez global: tem coe…cientes constantes na análise linear; ² f ¤ = vetor das forças nodais. Inclui: – Forças aplicadas externamente segundo as direções livres ou gdl (grandezas conhecidas) = forças nodais combinadas: ¤ Forças externas diretamente aplicadas nos pontos nodais; ¤ Cargas nodais equivalentes. – Reações de apoio (desconhecidas). ² d¤ = vetor dos deslocamentos nodais: – Composto por: ¤ deslocamentos livres (incógnitas) - graus de liberdade; ¤ deslocamentos restringidos ou prescritos (direções das reações de apoio): grandezas conhecidas. – Representa uma con…guração da estrutura que pode corresponder a: ¤ uma mudança de forma (deformação); 3 3 2 1 d3 = 1,0 d3 = 1,0 d4 = d = d = 05 6 d7 = d = d = 08 9 d1 = d = 02 d10 = d = d = 011 12 3 2 1 4 Figura 3 Pórtico restringido e somente com d3 = 1; 0. ¤ e/ou um deslocamentos de corpo rígido do modelo estrutural como um todo. – O termo grau de liberdade (dgl) é às vezes utilizado mesmo para desloca- mentos que são restritos enquanto esta restrição não é introduzida. Por exemplo, como será visto, na determinação da matriz de rigidez de uma barra de um pórtico plano, supõe-se que o elemento tem 6 gdl (3 em cada nó). 2.4 Signi…cado físico dos coe…cientes da matriz de rigidez: ² Considere o pórtico plano mostrado na Fig. ?? ² Sejam kij, dj e fi coe…cientes genéricos da matrizes K¤, d¤ e f¤, respectiva- mente; ² Considerando m deslocamentos nodais, pode-se escrever (1) na forma mX j=1 kijdj = fi i = 1; : : : ;m (2) ou, lembrando que m = 12, 2 6666666664 k11 k12 ¢ ¢ ¢ k16 k17 ¢ ¢ ¢ k1;12 k21 k22 ¢ ¢ ¢ k26 k27 ¢ ¢ ¢ k2;12 ... ... . . . ... ... . . . ... k61 k62 ¢ ¢ ¢ k66 k67 ¢ ¢ ¢ k6;12 k71 k71 ¢ ¢ ¢ k71 k71 ¢ ¢ ¢ k71 ... ... . . . ... ... . . . ... k12;1 k12;2 ¢ ¢ ¢ k12;6 k12;7 ¢ ¢ ¢ k12;12 3 7777777775 8 >>>>>>>>>< >>>>>>>>>: d1 d2 ... d6 d7 ... d12 9 >>>>>>>>>= >>>>>>>>>; = 8 >>>>>>>>>< >>>>>>>>>: f1 f2 ... f6 f7 ... f12 9 >>>>>>>>>= >>>>>>>>>; : (3) 4 k13 k23 k33 k43 = 0 k63 k53 k10,3 = 0 k73 = 0 k83 k93 k11,3 = 0 k12,3 = 0 3 2 1 d3 = 1,0 d3 = 1,0 21 43 Figura 4 Coe…cientes de rigidez para d3 = 1; 0. ² Considere o caso particular: d3 = 1; 0 e os demais gdl nulos (Figura 2a): – Para i = 3 na equação (2) k33d3 = f3 =) k33 = f3 ¤ f3 é a força nodal (externa) na direção do gdl de ordem 3; ¤ O coe…ciente k33 é numericamente igual à força generalizada a ser aplicada na direção 3 para provocar um deslocamento generalizado unitário segundo essa direção, enquanto todos os demais deslocamen- tos são nulos; ¤ Para que isto ocorra, é necessário a aplicação de forças nas direções que se ligam ao nó 1, que contém o gdl 3, ie, k13, k23, k43, k53, k63, k73, k83, k93; ¤ Dimensão física de k33: momento / rotação. – Para i = 5 na equação (2) k53d3 = f5 =) k53 = f5 ¤ f5 é a força nodal na direção do gdl de ordem 5 provocada pelo bloqueio do ponto nodal 2 para manter nulo o deslocamento d5; ¤ O coe…ciente k53 é numericamente igual à força restritiva na direção do gdl 5, quando se impõe um deslocamento unitário na direção 3 e se mantêm os demais deslocamentos nulos; ¤ Dimensão física de k53: força / rotação. – Caso geral - elemento da i-ésima linha e da j-ésima coluna: 5 ¤ O coe…ciente kij é numericamente igual à força generalizada que aparece na direção i, quando se aplica um deslocamento unitário generalizado na direção j e todos os demais deslocamento são nulos; ¤ Dimensão física de kij: dimensão da força generalizada na direção i, dividida pela dimensão do deslocamento generalizado na direção j; ¤ Denominação de kij: coe…ciente de rigidez e representa a in‡uên- cia (de rigidez) do deslocamento generalizado na direção j na força generalizada segundo a direção i. – Teoria de primeira ordem (linear) de pequenos deslocamentos: despreza- se a interação entre momento ‡etor e esforço axial em elemento de eixo reto =) k43 e k83 são nulos (Fig. 2b); – Os coe…cientes k10;3 e k11;3 e k12;3 são nulos: o ponto nodal 2 foi impedido de se deslocar e efeitos da rotação imposta não passam para o nó 4 =) diz-se que as direções do ponto nodal 4 estão desacopladas das direções do ponto nodal 1. – O coe…ciente kii é sempre positivo, pois é numericamente igual à força generalizada segundo a direção i para provocar o deslocamento unitário segundo essa mesma direção (enquanto todos os demais deslocamentos são nulos); – Pelo princípio da reciprocidade, kij = kji: – Para um estado de deformação tal que d1 a d6 sejam diferentes de zero, a terceira equação fornece k31d1 + k32d2 + k33d3 + k34d4 + k35d5+ k36d6 = f3 ¤ Esta equação representa o equilíbrio do ponto nodal 1 na direção da rotação no plano XY ; ¤ f3 é a força nodal combinada (externa) aplicada na direção do gdl 3; ¤ Os coe…cientes k3j são as forças generalizadas restitutivas elásticas que aparecem na direção 3, devido à deformaçãodos elementos es- truturais ligados a esse ponto; ¢ Da mesma forma que os gdl do ponto nodal 4 estão desacoplados do ponto 3, os gdl do ponto 3 estão desacoplados dos gdl do ponto nodal 4. Assim, deslocamentos unitários em cada gdl do ponto nodal 4, mantidos nulos os demais, não afetam o equilíbrio nas direções dos gdl do nó 3. ² A Eq. (1) representa o sistema de equações de equilíbrio do conjunto de todos os pontos nodais do modelo estrutural; ² A matriz de rigidez K¤ é relativa a um dado conjunto de m deslocamentos nodais que resultam da escolha do modelo estrutural; ² Distintos conjuntos de deslocamentos nodais podem ser considerados; ² Será posteriormente mostrado que a matriz de rigidez K¤ é singular. Esta singularidade será eliminada com a introdução das condições de contorno. 6
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