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Giovanna Nina LX 1 Proteínas Introdução: as proteínas possuem funções diversas, praticamente infinitas, sendo essenciais para organismos. Ex: luciferina, hemoglobina, queratina, enzimas (obs: nem todas as enzimas são proteínas!). Elas possuem função imunológica, de movimento, suporte mecânico, sinalização, transporte, catálise enzimática etc. Definição de proteínas: Proteínas são essencialmente polímeros de aminoácidos; • Há 20 tipos de aminoácidos na natureza, os quais podem ser modificados após sintetizados; Estrutura dos aminoácidos: 1. Carbono central, chamado de carbono alfa; 2. Hidrogênio; 3. Grupo amino (NH3+); 4. Grupo ácido (COO-); 5. Radical livre/cadeia lateral (parte variável dos aminoácidos, ou seja, a diferença química entre os 20 tipos de aminoácidos se dá pela cadeia lateral); varia em tamanho, carga, forma e reatividade; A nomenclatura dos aminoácidos é de 1 a 3 letras. Ex: Gly ou G para representar o Aa Glicina, que é o único aminoácido cuja cadeia lateral (R) é um hidrogênio, por isso é o único aminoácido não quiral. Classificação dos aminoácidos: Aminoácidos apolares/hidrofóbicos: são chamados assim já que possuem vários carbonos na sua cadeia lateral (R). Aminoácidos polares/hidrofílicos: podem ser polares sem carga, com carga negativa (ácidos) ou carga positiva (básicos). Aminoácidos essenciais: provenientes da dieta. Aminoácidos não essenciais: os que conseguimos sintetizar. Estereoisomeria dos aminoácidos: Proteínas (todas humanas) são formadas por L- aminoácidos, com exceção da glicina que não é quiral. D-aminoácidos existem em parede de bactérias, mas não em proteínas humanas. L-aminoácidos: grupo amino fica no lado esquerdo; Ionização de aminoácidos: Gráfico 1: eixo y corresponde à concentração da forma química e o eixo X representa o pH. Ocorre uma titulação de um Aa com uma base (OH-): se eu começar a titular, o H+ do COOH tende a sair, ou seja, desprotonar para equilibrar. Então, chegarei no estado em que o grupo amino se encontra protonado, mas o grupo carboxi desprotonado (imagem azul – forma zwitteriônica). Lembre-se que o grupo carboxi desprotona antes porque é muito ácido, isto é, consegue doar H+ para o meio mesmo estando em um pH muito ácido. Continuando a titulação (adicionando OH- para o meio), o grupo amino também desprotona (imagem verde). Giovanna Nina LX 2 Grupo carboxi: pK2 (pK: pH em que 50% da forma está desprotonada e 50% está protonada) Grupo amino: pK 10 No pH fisiológico (do nosso organismo), prevalece a forma zwitteriônica. Gráfico 2: Ponto isoelétrico (PI): corresponde ao pH em que a soma das cargas é 0, ou seja, corresponde ao momento de menor solubilidade do aminoácido. O pH de tampão do aminoácido do gráfico corresponde aos intervalos em que a curva está menos inclinada (perto do pK1 e do pK2), ou seja, nos momentos que mesmo titulando a solução com uma grande quantidade de base, ocorre poucas mudanças no pH. Ligação peptídica: • Nos seres vivos, a ligação peptídica não é feita por reação direta entre os aminoácidos, mas por um complexo aparato de síntese proteica, que inclui ribossomos, ácidos ribonucleicos, várias proteínas e enzimas. • Corresponde à ligação entre o grupo carboxi de um aminoácido e um grupo amino de outro aminoácido (durante a ligação há a liberação de uma molécula de água) • Peptídeo: molécula de até 50 aminoácidos; • Ligação peptídica é caríssima do ponto de vista energético (precisa de 3 ou 4 ATPs), porém super estável • Uma proteína/peptídeo, portanto, sempre possuirá uma extremidade aminoterminal e uma extremidade carboxiterminal • Há um estado de ressonância na ligação peptídica, o elétron fica migrando entre o átomo de oxigênio e o de nitrogênio da molécula • Dessa forma, a ligação peptídica é uma ligação simples, porém com caráter de dupla (ou seja, é uma ligação rígida = molécula estável) • O carbono alfa é o que está ao lado do carbono que participa da ligação peptídica (o carbono alfa não é o da ligação peptídica!) Giovanna Nina LX 3 Estrutura secundária Por que uma molécula primária vira secundária? Porque termodinamicamente é mais favorável, porém não se sabe o motivo de uma molécula virar alfa-hélice ou beta-pregueada, mas entende-se que o conjunto de aminoácidos que estão formando tal proteína que vai definir se o conjunto vai se tornar uma alfa-hélice ou beta pregueada, a depender do que for mias confortável termodinamicamente. Frequentemente encontramos o formato alfa- hélice e beta pregueada na mesma molécula. • Alfa hélice possui um sentido de giro (faz um joinha com o polegar e vê com seus dedos o sentido de giro!). A estrutura de alfa-hélice é mantida por meio de ligações de hidrogênio pelos átomos da ligação peptídica (C = O e N – H); • Existe ligação de hidrogênio entre os aminoácidos 1 e 4 da cadeia alfa-hélice (ou seja, a cada 4 aminoácidos de uma estrutura alfa-hélice, há uma ligação de hidrogênio); • Acredita-se que o que determina uma molécula a se enrolar em formato alfa- hélice foi sua estrutura química primária; • Folha beta pregueada: de acordo com a orientação, pode ser uma cadeia paralela ou antiparalela. Na paralela, a extremidade terminal é sempre a mesma (ou apenas grupo amino ou apenas grupo carboxi), enquanto na antiparalela, a extremidade terminal varia entre grupo amino e grupo carboxi. • Chama-se beta pregueada porque possui um formato de zig-zag • A folha beta pregueada possui uma estrutura mais “aberta” do que a alfa- hélice Voltas B: aminoácidos que não formam nem alfa- hélice nem beta pregueada, mas tais voltas são essenciais para transições entre estruturas secundárias de uma mesma proteína. Ex: podem haver voltas B entre duas alfa-hélices de uma mesma proteína. • Revertem a direção da cadeia polipeptídica (estrutura mais compacta) • Pode ocorrer tanto entre hélices como na folha beta pregueada • Normalmente encontradas na superfície • Frequentemente contém resíduos carregados • Geralmente compostas por quatro resíduos de aminoácidos • Prolina, um aminoácido que causa dobra na cadeia • Glicina, frequentemente encontrada • Pontes de hidrogênio e ligação iônicas Estrutura terciária Correspondem a um conjunto de estruturas secundárias, fazendo com que a proteína ocupe muito menos espaço. Ex: a forma globular da albumina permite economizar muito espaço. Giovanna Nina LX 4 Proteínas fibrosas: são estruturais, remetem à rigidez. Alfa queratina e colágeno são as mais famosas. • Alfa queratina: encontra-se no cabelo, chifre de animais etc. Possui predominância de alfa hélice e um conjunto de alfa queratinas formam um protofilamento e, por sua vez, um conjunto de protofilamento forma uma protofibrila (basicamente imagine hélices girando em cima de hélices, sendo mantidas por ligação de hidrogênio) • Colágeno: proteína mais abundante do corpo humano. Possui alta força de tensão, não se estende. Ao juntar diversas hélices girando sobre si mesmas, podem haver diversas ligações de hidrogênio, iônicas e hidrofóbicas. Há muita glicina na molécula de colágeno (osteogenesis imperfecta: doença em que ocorre uma mutação, fazendo com que a Gly seja substituída por outro aminoácido no colágeno = nãomantém a estrutura estável). Proteínas globulares: possuem ligação de hidrogênio, pontes dissulfeto, ligações hidrofóbicas, iônicas etc para irem se dobrando. (Ex: a chapinha de cabelo serve para quebrar pontes dissulfeto, fazendo com essas ligações sejam desfeitas, alisando o cabelo). Ex: mioglobina é uma proteína globular. *Lembre-se que a sequência de aminoácidos (ou seja, a estrutura primária) que determina a estrutura tridimensional da proteína, o que significa que mesmo se desfazendo a estrutura terciária de uma proteína, esta ainda pode voltar a assumir tal forma, desde que mantendo sua estrutura primária intacta. Estrutura quaternária: Corresponde a uma proteína que possui diversas estruturas terciárias ao longo de suas partes. Ex: hemoglobina.
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