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APG 01 – Ainda em desenvolvimento Nayara Viana - 4 período - unifipmoc Objetivos • Revisar a anatomia e fisiologia do esôfago. • Compreender: etiologia, epidemiologia, patologia, fatores de risco, diagnóstico, complicações e tratamento da DRGE. • Descrever as orientações médicas na amamentação para evitar a DRGE. • Definir síndrome dispéptica e a ação dos fármacos utilizados. Esôfago Anatomia: O esôfago é um tubo muscular (aproximadamente 25 cm de comprimento) com um diâmetro médio de 2 cm, que conduz alimento da faringe para o estômago. Localiza-se na divisão mediana da caixa torácica, seguindo a curvatura da coluna vertebral ao descer através do pescoço e do mediastino. O esôfago é dividido em três porções nomeadas de acordo com suas respectivas localizações anatômicas: porção cervical, porção torácica e porção abdominal. O esôfago normalmente tem três constrições, onde estruturas adjacentes deixam impressões: → CONSTRIÇÃO CERVICAL (ESFÍNCTER SUPERIOR DO ESÔFAGO): em seu início na junção faringoesofágica, a aproximadamente 15 cm dos dentes incisivos; causada pela parte cricofaríngea do músculo constritor inferior da faringe; → CONSTRIÇÃO BRONCOAÓRTICA (TORÁCICA): uma constrição combinada, no local onde ocorre primeiro o cruzamento do arco da aorta, a 22,5 cm dos dentes incisivos, e depois o cruzamento pelo brônquio principal esquerdo, a 27,5 cm dos dentes incisivos; → CONSTRIÇÃO DIAFRAGMÁTICA: no local onde atravessa o hiato esofágico do diafragma, a aproximadamente 40 cm dos dentes incisivos. O tecido muscular do esôfago se mostra organizado em lâminas musculares circulares internas e longitudinais externas, possuindo fibras de dois tipos diferentes em cada uma de suas três porções: em seu terço superior (porção cervical) a lâmina externa consiste em músculo estriado esquelético – voluntário; seguindo para o terço médio (porção torácica) a musculatura sofre uma transição para músculo liso, de modo que essa região se apresenta mista, com os dois tipos de fibras musculares; já o terço inferior (porção abdominal) é formado predominantemente por músculo liso. Em cada extremidade do esôfago, a túnica muscular se torna ligeiramente mais proeminente e forma dois esfíncteres – o esfíncter esofágico superior (EES), que consiste em músculo esquelético, e o esfíncter esofágico inferior (EEI), que consiste em músculo liso e está próximo do coração. O esfíncter esofágico superior controla a circulação de alimentos da faringe para o esôfago; o esfíncter esofágico inferior regula o movimento dos alimentos do esôfago para o estômago. As diferentes disposições das fibras musculares do esôfago - circular e longitudinal - lhe conferem a capacidade de se contrair em dois sentidos: centrípeto ou centrífugo, fechando ou abrindo a sua luz e também no sentido craniocaudal. Dessa maneira, os movimentos peristálticos do esôfago se dão de forma a apertar e empurrar na direção caudal o conteúdo em seu interior, sendo possível engolir de cabeça para baixo com o alimento chegando da mesma maneira ao estômago. Histologicamente, o esôfago é dividido em quatro camadas: 1- TÚNICA MUCOSA - consistindo em epitélio, glândulas esofágicas, lâmina própria e lâmina muscular da mucosa; 2- TELA SUBMUCOSA - apresentando tecido conjuntivo e maior aporte vascular; 3- TÚNICA MUSCULAR - apresentando duas camadas, circular e longitudinal; 4- TÚNICA ADVENTÍCIA - composta por tecido conjuntivo areolar. funde-se ao tecido conjuntivo das estruturas circundantes do mediastino, através do qual ele passa. A túnica adventícia insere o esôfago às estruturas adjacentes. Nayara Viana - 4 período - unifipmoc Fisiologia O esôfago normalmente exibe dois tipos de movimentos peristálticos: peristaltismo primário e peristaltismo secundário. O peristaltismo primário é simplesmente a continuação da onda peristáltica que começa na faringe e se espalha para o esôfago durante a fase faríngea da deglutição, as ondas peristálticas secundárias resultarão da distensão do esôfago pelo alimento retido; essas ondas continuam até que todo o alimento seja despejado no estômago. Se a onda peristáltica primária não mover todo o alimento que entrou no esôfago para o estômago, as ondas peristálticas secundárias são iniciadas em parte por circuitos neurais intrínsecos no sistema nervoso mioentérico e em parte por reflexos que começam na faringe e são então transmitidos para cima através das fibras aferentes vagais para a medula e de volta para o esôfago através das fibras eferentes glossofaríngeas e vagais. A musculatura da parede faríngea e o terço superior do esôfago são um músculo estriado. Portanto, nessas regiões, as ondas peristálticas são controladas por impulsos nervosos esqueléticos dos nervos glossofaríngeo e vago. Nos dois terços inferiores do esôfago, a musculatura é um músculo liso, mas essa porção do esôfago também é fortemente controlada pelos nervos vagos que agem por meio de conexões com o sistema nervoso mioentérico esofágico. Na extremidade inferior do esôfago, estendendo-se para cima cerca de três centímetros acima de sua junção com o estômago, o músculo circular do esôfago funciona como um amplo esfíncter esofágico inferior, também chamado de esfíncter gastroesofágico. Esse esfíncter normalmente permanece tonicamente contraído. Quando uma onda peristáltica de deglutição desce pelo esôfago, o relaxamento receptivo do esfíncter esofágico inferior ocorre antes da onda peristáltica, o que permite uma fácil propulsão do alimento engolido para o estômago. Doença do Refluxo Gastroesofágico DEFINIÇÃO A doença do refluxo gastresofágico (DRGE) desenvolve-se quando o refluxo do conteúdo do estômago para o esôfago causa sintomas incômodos ou complicações. EPIDEMIOLOGIA Estima-se que a DRGE, definida como pirose ou regurgitação ácida de ocorrência pelo menos semanal, tenha uma prevalência que varia de 10 a 20% no mundo ocidental e cerca de 12% no brasil. Nayara Viana - 4 período - unifipmoc FATORES DE RISCO Obesidade, gestação, medicamentos (que agem direta ou indiretamente no tônus esofágico ou no EEI como bloqueadores dos canais de Ca+, nitratos, antidepressivos etc), alimentos (cafeína, álcool, excesso de gordura, chocolates) e tabagismo. PATOLOGIA A barreira antirrefluxo natural do esôfago consiste em EEI, ligamento frenoesofágico e ângulo de His, que causa uma abertura oblíqua do esôfago no estômago. Uma falha dos mecanismos de defesa normais leva a refluxo patológico. Aparentemente, essa doença está relacionada com relaxamentos transitórios do EEI fraco ou incompetente. Em indivíduos normais e saudáveis, o refluxo fisiológico ocorre principalmente quando o EEI relaxa transitoriamente na ausência de deglutição em decorrência de um reflexo mediado pelo nervo vago que é estimulado pela distensão gástrica. Em pacientes com DRGE, o relaxamento transitório do EEI ou pressão baixa do EEI em repouso pode resultar em regurgitação, especialmente quando a pressão intra-abdominal está aumentada. Isso possibilita que ocorra refluxo e, além disso, retardo da neutralização do ácido refluído do estômago depois que ocorre. Isso é responsável pelos efeitos irritativos do material refluído. Na maioria dos casos, o refluxo ocorre durante o relaxamento transitório do esôfago. O esvaziamento gástrico mais lento também pode contribuir para o refluxo porque aumenta o volume e a pressão do estômago e aumenta as chances de ocorrer refluxo. A lesão da mucosa esofágica está relacionada com a composição destrutiva do material refluído e com o tempo que ele permanece em contato com a mucosa. Os líquidos ácidos do estômago (pH < 4,0)são particularmente deletérios. Normalmente, o refluxo gastresofágico é neutralizado e eliminado pela peristalse esofágica e pelo bicarbonato da saliva. Salivação diminuída e redução da capacidade tamponadora da saliva podem contribuir para a neutralização mais lenta do refluxo ácido do esôfago. A mucosa esofágica contém várias linhas de defesa. Uma barreira pré-epitelial consiste em uma pequena camada de água não agitada combinada com bicarbonato da saliva deglutida e das secreções das glândulas submucosas. Uma segunda defesa epitelial é composta por membranas celulares e junções intercelulares estreitas, tampões celulares e intercelulares e transportadores de íons da membrana celular. A linha de defesa pós-epitelial é composta pela irrigação sanguínea do esôfago. O ácido e a pepsina acidificada no refluxo são os principais fatores que danificam as junções intercelulares, aumentam a permeabilidade intracelular e dilatam os espaços intercelulares. Se refluxo suficiente se difundir para os espaços intercelulares, podem ocorrer danos celulares. Os sinais e sintomas de DRGE ocorrem quando o epitélio defeituoso entra em contato com o refluxo de ácido, pepsina ou outro conteúdo gástrico nocivo. Além dos efeitos nocivos diretos do refluxo de ácido, pepsina e bile, o suco gástrico refluído estimula as células epiteliais do esôfago a secretarem quimiocinas que atraem células inflamatórias para o esôfago, danificando a mucosa esofágica. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Pirose (azia) e regurgitação são os sintomas característicos da DRGE. Pirose é definida como sensação de queimação na área retroesternal, enquanto regurgitação é definida como a percepção de conteúdo gástrico refluído para a boca ou a hipofaringe. Frequentemente é grave, começando 30 a 60 min depois da ingestão de alimentos. Em geral, o sintoma piora quando o indivíduo inclina o corpo abaixo da cintura ou se deita, e frequentemente é aliviado na posição sentada com as costas retas. Outras queixas são eructações e dor torácica. Em geral, a dor é localizada na região epigástrica ou retrosternal e frequentemente irradia para a garganta, o ombro ou o dorso. Por causa de sua localização, essa dor pode ser confundida com angina. A esofagite de refluxo consiste em lesão da mucosa do esôfago, hiperemia e inflamação. As complicações como estenoses e esôfago de Barrett desencadeiam um ciclo de lesão da mucosa seguida de hiperemia, edema e erosão da superfície interna Nayara Viana - 4 período - unifipmoc do órgão. As estenoses são causadas por uma combinação de fibrose tecidual, espasmo e edema. Essa complicação causa estreitamento do esôfago e disfagia quando a constrição do lúmen esofágico é significativa. O esôfago de Barrett consiste em alteração anormal (metaplasia) nas células da parte inferior do esôfago caracterizada por um processo de reparo, no qual a mucosa escamosa que normalmente reveste o esôfago substituída de forma gradativa por epitélio colunar anormal semelhante ao encontrado no estômago ou nos intestinos. Essa complicação está associada ao aumento do risco de desenvolver adenocarcinoma do esôfago. DIAGNÓSTICO Quando a DRGE está associada a sinais e sintomas típicos, como pirose ou regurgitação ácida, que respondem à terapia antissecretora, nenhuma avaliação diagnóstica é necessária. A endoscopia diagnóstica é justificada em indivíduos que não respondem a 4 a 8 semanas de terapia ou que apresentam sintomas ou sinais de alarme, como disfagia, perda de peso, anemia, sangramento gastrintestinal ou pirose persistente. A endoscopia possibilita a detecção de esofagite erosiva e complicações, como estenose péptica e esôfago de Barrett; a biopsia da mucosa, que é crucial nesses casos, também exclui doenças que podem mimetizar a DRGE, como a esofagite eosinofílica. No entanto, a maioria dos pacientes não apresenta dano à mucosa observado na endoscopia, independentemente de estarem ou não com terapia antissecretora. A manometria esofágica é útil para descartar acalasia em pacientes com sintomas sugestivos. O teste de refluxo esofágico pode ser realizado usando monitoramento de pH transnasal de 24 horas, dispositivos de 48 horas conectados ao lúmen esofágico ou impedância combinada de 24 horas e monitoramento de pH. O exame de um paciente que não está recebendo terapia antissecretora pode documentar exposição anormal a ácido esofágico e estabelecer a relação entre sintomas e eventos de refluxo. O exame de um paciente que esteja sob tratamento de supressão de Nayara Viana - 4 período - unifipmoc ácido deve ser considerado apenas em indivíduos que estabeleceram DRGE e nos quais o monitoramento do pH por impedância pode estabelecer a relação, se houver, entre sintomas e eventos de refluxo, possibilitando, assim, a exclusão de DRGE como causa de sintomas persistentes. A radiografia contrastada com bário não é útil na avaliação diagnóstica de pacientes com doença de refluxo. TRATAMENTO Não farmacológico: mudanças nos hábitos de vida, ou seja, • Elevação da cabeceira da cama (15 cm). • Moderar a ingestão dos seguintes alimentos, na dependência da correlação com os sintomas: gordurosos, cítricos, café, bebidas alcoólicas, bebidas gasosas, menta, hortelã, produtos de tomate. • Evitar uso de medicamentos que agem no tônus esofágico ou no EEI, como: anticolinérgicos, antidepressivos, bloqueadores de canais de cálcio, agonistas ß adrenérgicos, etc. • Evitar deitar-se nas 2 horas que se seguem às refeições • Evitar refeições muito grandes, principalmente durante à noite • Redução drástica ou cessação do fumo • Reduzir o peso corporal (emagrecimento) Farmacológico: Cirúrgico: Indicado para pacientes que não respondem satisfatoriamente ao tratamento clínico, inclusive aqueles com manifestações atípicas cujo refluxo foi devidamente comprovado, ou pacientes dos quais é exigido tratamento de manutenção com IBP, especialmente aqueles com menos de 40 anos de idade, ou casos em que não é possível a continuidade do tratamento de manutenção, por exemplo, a impossibilidade de arcar financeiramente com os custos do tratamento clínico a longo prazo. COMPLICAÇÕES São complicações da DRGE: esôfago de Barrett, estenose, úlcera e sangramento esofágico. O esôfago de Barrett, que é uma condição adquirida que resulta de lesão grave da mucosa esofágica, é uma alteração metaplásica no revestimento do esôfago tubular distal, onde o epitélio escamoso normal é substituído por um epitélio colunar. Tem importante associação bem reconhecida com adenocarcinoma do esôfago. A estenose do esôfago distal é, fundamentalmente, uma complicação de resolução cirúrgica. O sangramento esofágico na DRGE costuma ser lento e na maioria das vezes é responsável por quadros de anemia crônica. O tratamento clínico constitui a melhor opção terapêutica. Recomenda- se o emprego de IBP em dose dupla por um período de pelo menos oito semanas. Após a cicatrização, deve ser instituído um tratamento de manutenção. Orientações médicas na amamentação para evitar a DRGE O RGE é considerado um processo fisiológico normal que ocorre várias vezes ao dia em lactentes, crianças e adultos saudáveis. De modo geral, o RGE está associado a relaxamento transitório do EEI independentemente de deglutição, que possibilita a entrada do conteúdo gástrico no esôfago. Menos se sabe sobre a fisiologia normal do RGE em lactentes e crianças, mas a regurgitação, a manifestação clínica mais Nayara Viana - 4 período - unifipmoc visível, é relatada como ocorrendo diariamente em 50% dos lactentes. Na maioria dos casos, os recém-nascidos com refluxo simples crescem normalmente e são saudáveise seus sintomas regridem entre 9 e 24 meses de idade. O refluxo patológico é classificado em três grupos: 1.Regurgitação com desnutrição 2.Esofagite 3.Problemas respiratórios TRATAMENTO: Mudanças na alimentação podem reduzir os sintomas em lactentes. No caso de lactentes alimentados com fórmulas, a redução do volume total nas mamadeiras ou o oferecimento mais frequente de volumes menores podem reduzir os episódios de refluxo e deve ser a primeira conduta. O acréscimo de agentes espessantes diminui a regurgitação observada, mas não reduz o índice de refluxo (porcentagem de tempo de pH esofágico < 4) e pode resultar em ganho ponderal excessivo. A mudança da posição do corpo do lactente enquanto ele está acordado pode ser efetiva. O decúbito ventral e o decúbito lateral esquerdo estão associados a menos episódios de refluxo, mas devem ser recomendados somente enquanto o lactente está acordado durante o período pós-prandial. Nos lactentes maiores e nas crianças, a elevação da cabeceira do leito e a manutenção da criança ereta podem ser medidas úteis. Em geral, os fármacos não são acrescentados ao esquema terapêutico antes que o refluxo patológico tenha sido comprovado por exames complementares. Os antiácidos são os fármacos usados mais frequentemente para tratar refluxo e podem ser conseguidos facilmente sem prescrição médica. Os antagonistas do receptor H2 e os IBP podem ser usados nas crianças com refluxo persistente. Os agentes procinéticos (p. ex., metoclopramida, um agonista dos receptores de dopamina tipo 2 e de 5-hidroxitriptamina [5-HT3]; betanecol, um agonista colinérgico) estão associados a efeitos colaterais significativos e seu uso terapêutico não é recomendado. Outras dicas são: Evitar alimentar o bebê com grandes quantidades e fazê-lo em porções menores e mais frequentes. Fazer o bebê arrotar (eructação) depois de alimentá-lo. Manter o bebê em posição vertical pelo menos 30 minutos depois de alimentá- lo. Definir síndrome dispéptica e a ação dos fármacos utilizados A dispepsia, dor ou desconforto crônico ou recorrente centrado na parte superior do abdome, é uma condição comum que pode ser causada por vários distúrbios, como úlcera péptica, esofagite de refluxo, cálculos biliares, dismotilidade gástrica e, raramente, câncer gástrico ou esofágico. No entanto, até 60% dos pacientes com dispepsia crônica (> 3 meses) pertencem à chamada categoria funcional, para a qual não há uma explicação estrutural ou bioquímica definida para os sintomas. Se for realizado um exame diagnóstico, a endoscopia, às vezes com biopsias para detectar H. pylori, é claramente o procedimento de escolha, com acurácia de aproximadamente 90% em comparação com cerca de 65% para radiografia com duplo contraste. Os sintomas podem incluir dor epigástrica, queimação epigástrica, plenitude pós-prandial e saciedade precoce. Também podem ocorrer distensão abdominal e náuseas, mas são menos específicos e não são considerados sintomas cardinais de dispepsia funcional. Os sintomas sobrepõem-se às manifestações atípicas da doença do refluxo gastresofágico. FÁRMACOS • Antiácidos: Os antiácidos são bases fracas que reagem com o ácido gástrico formando água e um sal, para diminuir a acidez gástrica e aumentar o Ph do estômago. Exemplos de antiácidos incluem alumínio, magaldrato e magnésio. • Antagonistas dos receptores H2: Esses fármacos inibem a ação da histamina nas células gástricas com receptores H2, reduzindo, assim, a secreção de ácido gástrico. Basicamente atuam bloqueando competitivamente a ligação da histamina aos receptores H2, e assim reduzem a secreção do ácido gástrico. Os antagonistas dos receptores H2 não produzem os efeitos dos bloqueadores colinérgicos porque são seletivos exclusivamente para os receptores H2 no Nayara Viana - 4 período - unifipmoc estômago, e não para os receptores H2 distribuídos pelo corpo. Quando existem úlceras, a diminuição do ácido possibilita a cicatrização das áreas ulceradas. Entre os exemplos de antagonistas dos receptores H2, destacam-se a cimetidina, a famotidina e a ranitidina. • Inibidores da bomba de prótons: Os inibidores da bomba de prótons, como lansoprazol, omeprazol, pantoprazol e rabeprazol, são fármacos com propriedades antissecretoras. Os IBPs se ligam à enzima H+/K+- ATPase (bomba de prótons) e suprimem a secreção de íons hidrogênio para o lúmen gástrico. A bomba de prótons ligada à membrana é a etapa final da secreção de ácido gástrico. Os inibidores da bomba de prótons suprimem a secreção de ácido gástrico por meio do bloqueio da etapa final na produção de ácido gástrico pela mucosa gástrica. Exemplos de outros inibidores da bomba de prótons incluem o esomeprazol e o omeprazol. Os IBPs são superiores aos antagonistas H2 no bloqueio da produção de ácido e na cicatrização das úlceras. Assim, eles são os fármacos preferidos no tratamento de DRGE. Basicamente os IBPs formam uma ligação estável e covalente com a enzima H+/K+-ATPase. São necessárias cerca de 18 horas para ressintetizar a enzima, e a secreção ácida é interrompida durante esse período. Em dosagem padrão, os IBPs inibem a secreção gástrica basal e a estimulada em mais de 90%. • Estimulantes gastrintestinais: A metoclopramida é utilizada no tratamento do retardo do esvaziamento gástrico e vômitos, isto é, ela aumenta a motilidade do sistema digestório alto, sem aumentar a produção de secreções. Ao sensibilizar o tecido aos efeitos da acetilcolina, ocorre aumento no tônus e na amplitude das contrações gástricas, resultando em esvaziamento mais rápido do conteúdo gástrico para o intestino delgado. A metoclopramida também inibe a estimulação do centro do vômito no cérebro.
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