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Distúrbios do movimento 1 Distúrbios do movimento Introdução TRANSTORNOS HIPOCINÉTICOS → parkinsonismo e doença de Parkinson TRANSTORNOS HIPERCINÉTICOS → distonias, coreias, tremores, tiques e mioclonias OUTROS → atetose, balismo e acatisia obs.: Distonias → movimentos de torção sustentados ou parcialmente, com postura bizarra; Mioclonias → movimentos rápidos, sem propósito, associados a epilepsias; Atetose → movimentos lentos, associados a doença cerebrovascular aguda; Acatisia → anti-eméticos e neurolépticos (sensação de inquietude) obs.: coreia de Sydenhan = endocardite bacteriana; coreia de Huntington = doença de Huntington Doença de Parkinson Prevalência e incidência aumentam com a idade, com média de surgimento dos sintomas de 56 anos. Relação homens 2:1 mulheres. Mutações em genes associados respondem por 5-40% dos casos. Mais de 20 mutações: Park 2 → AR, início precoce, gene parkina (sem corpos de Lewy) Park 8 → AD, gene LRRKE, proteíno quinase Patogênese Degeneração dos neurônios produtores de dopamina. Presença de inclusões citoplasmáticas eosinofílicas (Corpos de Lewy = acúmulo de alfassinucleína = disfunção e morte neuronal). obs.: inicialmente, há acometimento de neurônios dopaminérgicos no plexo mioentérico e, depois, cortex cerebral Distúrbios do movimento 2 EVENTO INICIAL → degeneração progressiva da substância negra mesencefálica (degeneração e despigmentação de neurônios na substância negra). A substância negra participa do sistema extrapiramidal (automatismo e modulação de movimentos), composto também pelos núcleos da base e pelo córtex pré-motor frontal. Os neurônios da substância negra são dopaminérgicos e inibem os neurônios colinérgicos do corpo estriado, através do feixe nigro-estriatal (hipertonia e rigidez). Na DP, o corpo estriado (putâmen e núcleo caudado) e o globo pálido interno encontram-se ativados. O globo pálido interno ativa núcleos talâmicos que, por sua vez, mandam fibras inibitórias para o córtex pré-motor (bradicinesia e hipocinesia). Quadro clínico Evolução lenta. SINTOMAS MOTORES (TÉTRADE PARKINSONIANA): Bradicinesia + Tremor de repouso (”em contar dinheiro”) Rigidez em roda denteada plástica Instabilidade postural (perda dos reflexos posturais) Bloqueios motores: freezing e festinação. Pode sem associados: hipomimia (fáscies em máscara), hipofonia, micrografia, etc Risco de queda, geralmente, para os lados. obs.: pode haver tremor de ação, mas é mais raro SINTOMAS NÃO MOTORES: Demência em 20-40% dos casos Sintomas comportamentais Sintomas sensoriais Distúrbios autonômicos (disfunção sexual, hipotensão) Distúrbios do movimento 3 Alterações no sono (ponte - locus ceruleus) Alterações no olfato (bulbos olfatórios) Constipação (plexo mioentérico) Síndrome das pernas inquietas Surgem antes dos sintomas motores. Diagnóstico Clínico. DDX → síndromes parkinsonianas atípicas, parkinsonismo secundário (ex.: medicamentoso), demências (como DA), doenças degenerativas hereditárias (pouca resposta à levodopa) Tto AGENTES DOPAMINÉRGICOS: Precursores da dopamina → levodopa (+benzerazida) 100/25 e 200/50; dispersível, HBS Agonistas da dopamina → pramipexol, rotigotina (fases inicias); pioram delirium, compulsão sexual, por compras, jogos Inibidor da COMT → entacapona e tolcapona (diminuição da metabolização da dopamina na periferia) Inibidor da MAO-B → selegilina e rasagilina AGENTE NÃO DOPAMINÉRGICOS: Anticolinérgicos → biperideno (reduz tremores, mas não se usa, causa demência) Antiglutamatérgico → amantadina (reduz tremores) Gabaérgicas → lorazepam ou clonazepam NEUROLÉPTICOS ATÍPICOS: Antagonistas da serotonina e dopamina → quetiapina e clozapina (fases tardias) Em casos muito severos e com pouca eficácia da levodopa, DBS. OUTRAS OPÇÕES → palodotomia, talamotomia, DBS (após 5 anos) Prognóstico Tto equilibrado melhora sobremaneira a capacidade funcional e qualidade de vida. obs.: demência por corpúsculo de Lexy → sintomas cognitivos e motores com evolução em <1 ano; alucinações precoces, intolerância a neurolépticos e levodopa; avaliar anticolinesterásicos Síndromes parkinsonianas atípicas Paralisia supranuclear progressiva Média de idade de início de 65 anos. Degeneração neuronal. Astrócitos tau positivos nos gg. basais e estruturas do TE. Emaranhados neurofibrilares. ACHADOS CLÍNICOS: Bradicinesia e rigidez Parkinsonismo progressivo (freezing) Paralisia ocular supranuclear vertical (não olha para baixo inicialmente) ou sacadas verticais lentas Início precoce de tendência a quedas Rigidez axial (retrocollis distônico e distonia facial) Bradifrenia (pensamento lento) Risco de queda, geralmente, para trás. Distúrbios do movimento 4 Evolução mais rápida, sem resposta à levodopa. TC e RM podem demonstrar atrofia do TE, especialmente do mesencéfalo, aumento dos ventrículos laterais e diminuição do corpo caloso. Sinal do bico do Colibri. Tto de suporte. Degeneração corticobasal Parkinsonismo unilateral. Acúmulo de proteína tau em neurônios dopaminérgicos, mais cortical. ACHADOS CLÍNICOS: “Membro alienígena” - movimentos involuntários Rigidez, bradicinesia e distonia unilaterais do braço Apraxia orobucolingual Mioclonias Tremores grosseiros de intenção e de repouso Hiperreflexia e Babinski Pode haver alteração da mobilidade ocular e demência. Com a evolução, ambos os lados são acometidos. TC e RM podem apresentar atrofia frontoparietal assimétrica. Tto de suporte. Atrofia de múltiplos sistemas Deposição de alfassinucleína nos neurônios dopaminérgicos. Idade média de 53 anos. ACHADOS CLÍNICOS: Distúrbios do movimento 5 Parkinsonismo (bradicinesia e rigidez) Hipotensão ortostática sintomática Ataxia cerebelar (marcha) Fraca resposta terapêutica à levodopa. Sobrevida de 6-7 anos após início dos sintomas. Atrofia da ponte - Sinal da cruz.
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