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INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE SÃO PAULO CÂMPUS SÃO JOÃO DA BOA VISTA. ANA ELIZA JUNQUEIRA GESTÃO FINANCEIRA PESSOAL E INVESTIMENTOS São João da Boa Vista 2018 ANA ELIZA JUNQUEIRA GESTÃO FINANCEIRA PESSOAL E INVESTIMENTOS. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São João da Boa Vista como parte dos requisitos para a obtenção do grau de Tecnólogo em Processos Gerenciais. Área de Concentração: Planejamento Financeiro Pessoal. Orientador: Prof. Paulo Renato de Oliveira Gavião. São João da Boa Vista 2018 J 957g CDD 332.024 Junqueira, Ana Eliza Gestão financeira pessoal e investimentos / Ana Eliza Junqueira; orientador Paulo Renato de Oliveira Gavião. -- São João da Boa Vista, 2018. 48 p. Trabalho de Conclusão de Curso (Tecnologia em Processos Gerenciais) -- Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo, São João da Boa Vista, 2018. 1. Finanças pessoais. 2. Educação financeira. 3. Investimentos. I. Gavião, Paulo Renato de Oliveira, orient. II. Título. J957g Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Comunitária “Wolgran Junqueira Ferreira” do Instituto Federal de São Paulo Câmpus São João da Boa Vista À memória da minha magnífica mãe, que diante de toda dificuldade nunca me deixou desistir e, mesmo não estando mais aqui para poder contemplar este momento, me dá força para conseguir ― por ela, que lutou tanto para que esse dia chegasse. Saudades e gratidão. AGRADECIMENTOS Agradeço à minha família por estar sempre ao meu lado, dando-me apoio e força para que fosse possível chegar ao fim. Agradeço em especial à minha mãe, que sempre sonhou comigo e nunca me deixou desistir diante das dificuldades, mostrando-nos que tudo na vida passa e que devemos manter firmes no nosso objetivo, pois com esforço e dedicação sempre conseguiremos. E ao meu filho, que mesmo de forma indireta sempre me apoiou e foi minha inspiração para nunca desistir. Agradeço à instituição e aos professores por me proporcionarem tamanho conhecimento. Agradeço à vida por me permitir estar aqui. “Investir em conhecimento sempre rende os melhores juros. ” Benjamin Franklin JUNQUEIRA, Ana Eliza. Gestão financeira pessoal e investimentos. 2018. Monografia (Tecnólogo em Processos Gerenciais) – Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia São Paulo, Campus São João Da Boa Vista, 2018. RESUMO O presente trabalho tem como objetivo trazer uma análise sobre a educação financeira pessoal, conhecer e saber como os alunos do Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São João da Boa Vista com idade acima dos 18 anos desenvolvem a autogestão. A realização do estudo visa a avaliar o nível de relevância do assunto perante os envolvidos na pesquisa. Realizaram-se pesquisas bibliográficas com as principais obras de autores que desenvolveram estudos sobre a temática e pesquisa de campo através de um questionário eletrônico para avaliar a gestão financeira pessoal e seus investimentos. A coleta se deu através da ferramenta Google Forms e foi disponibilizada através de link, que pode ser acessado por computador, tablet e smartphone. O levantamento bibliográfico trouxe as definições de planejamento, financeiro pessoal, educação financeira, fluxo de caixa e investimentos, que contribuem para a autogestão financeira. Depois de demonstrado, por meio de conceitos bibliográficos, o que é planejamento de gestão financeira, a pesquisa prosseguiu com um levantamento quantitativo sobre o autoconhecimento financeiro dos jovens adultos entrevistados. Após a coleta dos dados, na qual se questionou sobre os seus hábitos de consumo, controle de gastos, investimentos, receitas etc., foi possível avaliar se os pesquisados tem a prática de se planejar financeira e economicamente. Os dados adquiridos com a referida pesquisa foram tabulados em gráficos, e a conclusão do trabalho se desenvolveu a partir dos resultados analisados de forma estatística e quantitativa. Palavras-chave: Finanças. Investimentos. Educação Financeira. Planejamento. JUNQUEIRA, Ana Eliza. Personal Financial Management and investment. 2018. Monograph (Technologist in Management Processes) - Federal Institute of Education Science and Technology São Paulo, São João Da Boa Vista Campus. 2018. ABSTRACT This paper aims at analizing Personal Financial Education, and learning whether the students of Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São João da Boa Vista, above 18 years old, have developed self-management. The study seeks to assess the importance of the theme subject among the interviewed people. We carried out bibliographic research on the main authors who studied the subject and we did a field research through an electronic quiz to evaluate the personal financial management and investments of the people we interviewed. Data collection took place on Google Forms, and it was available through a link, which could be accessed on computer, tablet or smartphone. The bibliographic research brought up the definitions of personal financial planning, financial education, cash flow and investments, which play a role in financial self-management. After we demonstrated, by means of bibliographic concepts, the meaning of financial management planning, the research went on with a data collection about financial self-knowledge of the young adults we interviewed. After data collection, during which we asked about consuming habits, controlling expenses, investments, incomes, etc., we could assess whether the people we interviewed can do financial and economic planning. The collected data was shown in graphs, and we reached the conclusion of this paper through the statistics of the results. Keywords: Finances. Investments. Financial Education. Planning. LISTA DE QUADROS Tabela 1 – Modelo de fluxo de caixa....................................................................................... 21 LISTA DE FIGURAS Figura 1 – A hierarquia das necessidades de Maslow ............................................................. 36 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Faixa etária ........................................................................................................... 29 Gráfico 2 – Sexo ...................................................................................................................... 30 Gráfico 3 – Estado civil ........................................................................................................... 30 Gráfico 4 – Moradia dos entrevistados .................................................................................... 31 Gráfico 5 – Trabalham ou não trabalham ................................................................................ 31 Gráfico 6 – Faixa salarial ......................................................................................................... 32 Gráfico 7 – Receitas e despesas ............................................................................................... 32 Gráfico 8 – Possui algum investimento ................................................................................... 33 Gráfico 9 – Como costuma pagar as compras ......................................................................... 33 Gráfico 10 – Possui cartão de crédito ...................................................................................... 34 Gráfico 11 – Como pagar a fatura do cartão............................................................................ 34 Gráfico 12 – Índice de poupança mensal ................................................................................. 35 Gráfico 13 – Maior gasto mensal............................................................................................. 35 Gráfico 14 – Objetivos ............................................................................................................ 36 Gráfico 15 – Perfil de investidor ............................................................................................. 37 Gráfico 16 – Conhecimento sobre planejamento financeiro ................................................... 37 Gráfico 17 – Fazem planejamento financeiro .......................................................................... 38 Gráfico 18 – Educação financeira durante os estudos ............................................................. 38 Gráfico 19 – Já participou de curso/palestra sobre educação financeira ................................. 39 Gráfico 20 – O que pensa sobre planejamento financeiro ....................................................... 39 LISTA DE SIGLAS SEBRAE Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas ― Bahia BOVESPA Bolsa de Valores de São Paulo ROI Retorno Sobre o Investimento IFSP Instituto Federal de São Paulo Sumário 1. INTRODUÇÃO ....................................................................................... 15 1.1. MOTIVAÇÃO ................................................................................... 16 1.2. OBJETIVOS .................................................................................... 16 1.2.1. Objetivo geral .............................................................................. 16 1.2.2 Objetivos específicos.................................................................... 16 1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO .................................................... 17 2. REFERENCIAL TEÓRICO .................................................................... 18 2.1. FINANÇAS ...................................................................................... 18 2.1.1. Educação financeira .................................................................... 18 2.1.2. Planejamento financeiro .............................................................. 19 2.1.3. Orçamento ................................................................................... 19 2.2. O FUNCIONAMENTO DO FLUXO DE CAIXA ................................ 20 2.2.1. Fluxo de caixa ............................................................................. 20 2.2.2. Entradas ...................................................................................... 21 2.2.3. Saídas ......................................................................................... 21 2.2.4. Saldo final .................................................................................... 22 2.3. INVESTIMENTOS ........................................................................... 22 2.2.5. Tipos de investidor ...................................................................... 23 2.2.6. Tipos de investimento .................................................................. 24 2.4 TRABALHOS RELACIONADOS ...................................................... 25 3. METODOLOGIA .................................................................................... 27 3.1. METODOLOGIA ............................................................................. 27 3.2. ANÁLISE DOS DADOS .................................................................. 27 4. PESQUISA ............................................................................................ 28 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................... 41 APÊNDICE ..................................................................................................... 45 15 1. INTRODUÇÃO O planejamento financeiro pessoal tem se tornado essencial no cotidiano à medida que, ao se estruturar de forma segura, garante um presente estável e um futuro próspero para os indivíduos. Dada a importância do fluxo de caixa, orçamento e educação financeira são essenciais para se garantir um bom planejamento. Segundo Gitman (2001, p. 434), “o planejamento financeiro é um aspecto importante das operações nas empresas e famílias, pois ele mapeia os caminhos para guiar, coordenar e controlar as ações das empresas e das famílias para atingir seus objetivos”. Como se pode observar, o planejamento financeiro desenha todo caminho para se chegar ao objetivo, prevendo-se assim alguns itens de risco logo de início a fim de que se possa tomar a decisão cabível em possíveis correções. Pode-se definir um planejamento em curto (até um ano em média), médio (de dois a cinco anos em média) e longo (acima de cinco anos em média) prazos. Segundo Silveira (2014), o planejamento financeiro requer organização, controle, ferramentas para tomada de decisão e correção de rumos. Dessa forma, mostrar-se-á como a administração financeira familiar é importante e como o todo da família deve estar envolvido na educação financeira familiar. Segundo Faria (2008, p.12): (...) administração de recursos pessoais inclui as decisões financeiras das famílias para fazer escolhas. Decidir se consome ou economiza, escolher onde investir os recursos, optar ou não por fazer financiamentos e administrar os riscos que envolvem as decisões. De início, foi mostrada como a educação financeira familiar foi pontuada segundo o SEBRAE (2013) e que a educação financeira é saber gerir os ganhos, gastos e investimentos na tentativa de uma melhoria na qualidade de vida; sendo de extrema importância, neste contexto, o envolvimento e a participação de todos os membros da casa. Nesse sentido, segundo o SEBRAE (2013, p.07), “A educação financeira o levará a elaborar um bom planejamento para a concretização dos planos futuros, e a principal ferramenta que consolida este processo é o controle orçamentário: equilibrar o quanto você gasta em relação ao que você ganha”. Como se pode observar, de acordo com a citação do SEBRAE, a educação financeira é um dos principais estudos para obter um bom planejamento financeiro, e também acompanha a necessidade de cada pessoa. Outro fator de extrema importância é a conscientização dos 16 gastos e saber se são realmente necessários ou apenas desejo. Para facilitar essa análise e a organização desses gastos, existe uma ferramenta, denominada fluxo de caixa, que torna visualmente descritas todas as despesas e receitas financeiras. O fluxo de caixa, que pode ser utilizado por empresas ou por pessoa física, utiliza-se de uma tabela simples que exibe todas as despesas e receitas de forma clara. Assim, pode ser feita uma análise dos gastos e do que deverá ser revisto, analisando as despesas fixas e os valores remanescentes. Com a metodologia adotada, é possível fazer novos gastos ou investimentos, ocasionando assim uma melhoria na qualidade de vida. Silveira (2014) explica que os investimentos são aplicações de recursos em ativos que geram algum tipo de retorno financeiro para o investidor. Considerando a importância do planejamento financeiro, da educação financeira e da forma comportamental de cada pessoa, o estudo se faz necessário, visto que possibilita um maior controle sobre a “vida” econômica. 1.1. MOTIVAÇÃO Mediante o panorama econômico do país e o consequente endividamento da população, torna-se indispensável estudar o comportamento financeiro e econômico dos indivíduos. Este trabalho pretende estudar a gestão financeira pessoal de um grupo de jovens adultos e traçar um perfil a fim de saber como se comportam economicamente. Tal estudo objetiva orientar aqueles que vierem a ter conhecimento do conteúdo apresentado. 1.2. OBJETIVOS 1.2.1. Objetivo geral Investigar como a educação financeira aliada ao planejamento econômico de autogestão pode contribuir para a tomada de decisão mais acertada, possibilitando assim uma visão ampla de suas finanças com o intuito de minimizar prejuízos por recursos mal geridos. 1.2.2 Objetivos específicos a. Realizar a revisão da literatura sobre o tema Gestão Financeira Pessoal e Investimentos; 17 b. Estudar o comportamento financeiro do grupo pesquisado; c. Verificar os tipos de investidores mais frequentes entre os participantes da pesquisa; d. De própria autoria, apresentar um modelo prático e simples de fluxo de caixa. 1.3. ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO Este trabalho está dividido em cinco capítulos. No primeiro capítulo se desenvolveu a introdução, a motivação, que mostra um pouco do porquê de trabalhar esse tema, bem como os objetivos gerais e específicos e a sua organização. No segundo capítulo, tem-se o referencial teórico, que mostra a exploração dos pontos principais do trabalho, tais como o planejamento financeiro, a educação financeira, o investimento e a demonstração de fluxo de caixa. O terceiro capítulo descreve a metodologia usada na realização do estudo, pontuando também a pesquisa que foi desenvolvida para e aplicada em jovens adultos de idade igual ou superior a 18 anos do Instituto Federal São Paulo - Câmpus São João da Boa Vista. O quarto capítulo apresenta a pesquisa e o desenvolvimento do questionário, de caráter quantitativo, e a sua demonstração em forma de tabelas e gráficos pra melhor visualização e entendimento. O quinto e último capítulo apresenta a conclusão obtida com o estudo, as contribuições e sugestões para trabalhos futuros. 18 2. REFERENCIAL TEÓRICO Neste tópico serão apresentados alguns conceitos deste trabalho, seguindo demonstrações de outros do mesmo índice de pesquisa. 2.1. FINANÇAS O termo Finanças tem como definição “a arte e a ciência de administrar o dinheiro” (Gitman, 2010, p.03), pois toda relação de consumo ou investimentos necessita de certa forma de manipulação do capital, tornando-se indispensável a arte de saber lidar com ele. Segundo Gitman (2017, p.04): No nível pessoal, finanças dizem respeito às decisões de quanto gastar do seu salário, quanto poupar e como investir as economias. Em um contexto empresarial, finanças envolvem os mesmos tipos de decisões: como as empresas levantam fundos com os investidores, como investem dinheiro na tentativa de obter lucro e como decidem reinvestir os lucros ou redistribuí-los aos investidores. As finanças estão implícitas na vida do ser humano, desde a aquisição de bens de consumo até as transações mais complexas como, por exemplo, o investimento em fundos de ações. E é por esse motivo que se torna premente a necessidade de aplicação correta de seus recursos para a obtenção do êxito. 2.1.1. Educação financeira Pode-se, por meio da educação financeira, equilibrar receitas e gastos, de modo a fazer planejamento, orçamento, previsibilidade econômica e investimentos. Como mostra Silveira (2014 p.13), “é preciso conhecer o próprio dinheiro, seus limites, seus poderes e suas funções para planejar o presente e o futuro”. O futuro gira ao redor do presente, e é através das atitudes e decisões tomadas hoje que se vislumbra um cenário próspero ou decadente. Segundo o SEBRAE (2013 p.06), “o princípio da Educação financeira é: saber como ganhar, gastar, poupar e investir seu dinheiro para melhorar a sua qualidade de vida”. A educação financeira está ligada à forma como se lida com as finanças. E para se preparar para um bom resultado, é preciso ter um consumo consciente. A forma de lidar com o dinheiro gera a finança comportamental, conforme explica Silveira (2014), que considera as limitações humanas que se manifestam como heurísticas ao se tomar uma decisão. Muitas vezes, agem de forma rápida e instigam a erros que 19 comprometem a veracidade de um bom planejamento e de uma boa fundamentação à educação financeira. O ponto-chave para um bom comportamento financeiro é a atitude em relação às despesas, sendo que o seu controle implica mais recursos disponíveis para poupar e investir (Carvalho 2015). 2.1.2. Planejamento financeiro A fim de organizar e desenvolver qualquer tipo de projeto deve-se primeiramente elaborar um planejamento para que se tenha uma visão mais clara de como executá-lo dentro de um cronograma, das despesas e até de possíveis eventos inoportunos que possam ocorrer. Segundo o SEBRAE (2013, p.06), “o ato de planejar significa organizar-se antes de agir, considerando as possibilidades de atingir objetivos e as metas, acompanhando e avaliando sempre”. O conhecimento do que se deseja é primordial para o bom planejamento, podendo trazer inúmeros resultados positivos. Como diz Silveira (2014, p16), “o planejamento requer organização, controle, ferramentas para tomada de decisão e correção de rumos”. Segundo o BANCO CENTRAL DO BRASIL (2013, p. 20): Para que se tenha um bom planejamento, é necessário saber aonde se quer chegar; é necessário internalizar a visão de futuro trazida pela perspectiva de realização do projeto e estabelecer metas claras e objetivas, as quais geralmente precisam de recursos financeiros para que sejam alcançadas ou para que ajudem a atingir objetivos maiores. Pode-se ver com o que diz BANCO CENTRAL DO BRASIL (2013), que o planejamento financeiro possibilita consumir mais e melhor; consumir eliminando desperdícios e por meio da potencialização do dinheiro. O planejamento está presente em quase tudo o que diz respeito a finanças, desde o recebimento do salário até o direcionamento para as despesas e investimentos, inclusive as eventualidades. Planejamento é consumo consciente e melhoria de qualidade de vida. 2.1.3. Orçamento O orçamento é muito importante para a gestão financeira e pode ser utilizado tanto pela pessoa física como pela jurídica. 20 Segundo o BANCO CENTRAL DO BRASIL (2013, p. 21), “O orçamento é uma importante ferramenta para você conhecer, administrar e equilibrar suas receitas e despesas e, com isso, poder planejar e alcançar seus sonhos”. O orçamento é utilizado muitas vezes na prestação de serviços quando o prestador passa o valor ao cliente para que ele avalie se poderá ou não contratar o serviço. Ele deve ser mantido como uma balança em que as despesas e as receitas devem se manter sempre equilibradas. Dessa forma, pode-se prever o custo e analisar se está dentro do seu orçamento. Há também o orçamento mensal, em que se analisa o valor total que pode ser gasto no período e se incluem as despesas mensais, permitindo verificar também a possibilidade de acrescentar alguma despesa que não seja mensal, mas sempre mantendo a balança em equilíbrio. Segundo o SEBRAE (2013, p. 22), “Conversar com a família sobre os objetivos com relação ao dinheiro e como está o orçamento familiar é importante. Para isso, é necessário um orçamento familiar doméstico”. 2.2. O FUNCIONAMENTO DO FLUXO DE CAIXA Neste tópico será mostrado o funcionamento do fluxo de caixa com um modelo que sirva de base para nortear e entender melhor a gestão orçamentária. O conceito de entradas, saídas, saldo final e investimentos também será apresentado. 2.2.1. Fluxo de caixa Através de informações descritas a respeito dos gastos e das entradas, podemos obter um fluxo de caixa. Segundo Silva (2010), “o fluxo de caixa é uma ferramenta que nos permite identificar o processo de circulação do dinheiro na empresa por meio da variação de caixa”. As grandes e pequenas empresas utilizam o fluxo de caixa de forma que ele auxilie nas tomadas de decisões, tanto momentâneas como para projetos futuros. Faz-se o registro de todas as receitas e despesas, podendo-se extrair relatórios diários, semanais, mensais ou anuais, de acordo com o que é desejado. Podem-se inserir também as contas a receber e a pagar dentro de um fluxo de caixa. O quadro 1, abaixo, apresenta o modelo de fluxo de caixa, baseado em referências bibliográficas para a sua elaboração. Quadro 1. Modelo de fluxo de caixa 21 Fonte: Da autora. 2.2.2. Entradas Segundo Selene (2012), as entradas de caixa são todos os numerários que acrescentam valores ao caixa da empresa. No tópico “Entradas” do fluxo de caixa acima, devem-se inserir todos os tipos de entradas que ocorrerem durante o mês. O total das entradas deverá ser registrado e somado no fim, e também devem ser inseridas as contas a receber se houver algum recebimento previsto para os próximos meses, sendo necessário inserir essa informação no mês previsto para o recebimento, a fim de fornecer uma melhor visualização do caixa. Assim, tem-se uma ideia de como as entradas estão ocorrendo e se torna possível tomar decisões com maior precisão. 2.2.3. Saídas Todas as ocorrências de retirada do capital devem fazer parte do fluxo de caixa, registrando-se na coluna “Descrição” o referido gasto, e os valores lançados na coluna do mês de referência. A somatória no final dá as despesas totais do período no fluxo de caixa. Segundo Selene (2012), as saídas de caixa são as quantias em dinheiro que saem do caixa proveniente de impostos pagos, matérias e serviços, salários e encargos sociais, custos 22 indiretos de fabricação, despesas não operacionais, empréstimos, pagamento de fornecedores, divisão de lucro, entre outros. 2.2.4. Saldo final A apuração do resultado será feita ao se somar o saldo inicial com as entradas e, a partir daí, subtraírem-se as saídas, obtendo-se então o saldo final. O quadro mostrará de forma clara e objetiva como o período foi gerenciado, facilitando a análise. Caso o resultado do período seja positivo, podem-se fazer investimentos de curto, médio ou longo prazo. Caso contrário, será necessário rever as despesas para o mês seguinte, suprimindo gastos ou aumentando as receitas a fim de equiparar entradas e saídas do fluxo de caixa pessoal. Para o bom funcionamento do fluxo é necessário que este seja alimentado com todas as informações diárias e reais que ajudem na tomada de decisões de planejamento e investimentos futuros, como também preparar para imprevistos que eventualmente ocorram. 2.3. INVESTIMENTOS Para Macedo Junior (2007), poupar é guardar o dinheiro, e investir é fazer o dinheiro render. Investimentos são recursos aplicados em ativos que geram retorno financeiro ao investidor. Para se obter bom resultado com investimentos, é necessário que se faça um estudo e planejamento de forma responsável para alcançar rentabilidade. Laila (2012, p.110) destaca que “as atividades de investimento são aquelas que abordam a tomada de decisões sobre a aplicação de recursos disponíveis”. Observar vários investimentos ajuda a conhecer e avaliar qual se enquadra melhor no perfil do indivíduo, além de auxiliar na decisão sobre o tempo de aplicação. Segundo a BOVESPA (2013, p. 5), “Planejar os investimentos tem a mesma lógica dessas trocas intertemporais. Exige abrir mão de algo agora, com vista no benefício posterior”. Para tomar uma decisão sobre investimentos, deve-se atentar para o objetivo do investidor e analisar qual a melhor opção se enquadra seu perfil, conforme os seguintes tópicos: Tempo: é a quantidade de tempo que se deseja manter o investimento, podendo ser: 23 Curto prazo: investimentos que terão a duração de, no máximo, um ano; Médio prazo: investimentos que giram entre dois e cinco anos; Longo prazo: investimentos com tempo maior que cinco anos. Risco: está ligado às oscilações do mercado, ou seja, às variações de valores. O fator risco é a chance que você tem de perder seu capital. Quando o risco de um investimento é teoricamente alto, tem-se, como contrapartida, a chance de obter uma renda acima do padrão. O risco está ligado à incerteza e à volatilidade de determinado ativo financeiro (Gitman, 2001). Liquidez: é a transformação de investimento em dinheiro sem perda de rentabilidade ― e o tempo para essa transformação deve ser muito considerado na hora de verificar qual investimento está de acordo com o perfil do investidor. É o grau de agilidade na conversão de um investimento em dinheiro, sem perda significativa de valor. Um investimento tem maior liquidez quanto mais fácil for a conversão em dinheiro e quanto menor for a perda de valor envolvida nesta transação. As notas e moedas no bolso são considerados ativos perfeitamente líquidos. Já imóveis são bens pouco líquidos (Halfed, 2001). Retorno: é o resultado de seu investimento, seja ele positivo ou negativo. O retorno do investimento é o total de ganhos ou perdas ocorrido através de um dado período de tempo. O retorno esperado de um investimento nunca é negativo, porém devido às incertezas do mercado nem sempre o retorno é positivo (Gitman 2001). Ele pode ser calculado, segundo ROSS (2000) pela seguinte fórmula do ROI ― do inglês “Return on investment”, ou “retorno sobre investimento”: ROI = 𝐿𝑢𝑐𝑟𝑜 𝑙í𝑞𝑢𝑖𝑑𝑜 𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 𝑑𝑜 𝑎𝑡𝑖𝑣𝑜 2.2.5. Tipos de investidor O investidor é a pessoa física ou jurídica que aplica seu dinheiro visando a obter lucros. Para Silveira (2014, p.24), existem quatro perfis de investidor: 24 Conservador: é avesso a riscos, prioriza a segurança em seus investimentos e a proteção total de seu patrimônio; Moderado: busca segurança em seus investimentos, entretanto aceita correr algum risco para obter maior rentabilidade; Arrojado: aceita maior exposição a risco em busca de ganhos adicionais em médio e longo prazo e; Agressivo: conhece o mercado, aceita riscos maiores e oscilações em curto prazo em busca de maiores ganhos. Procura ganhar dos indicadores econômicos. O perfil do investidor está submetido a diversas variáveis, tais como o risco que se está disposto a correr, a paciência do investidor para esperar pelos retornos, o conhecimento sobre formas diferentes de investimento, as oscilações de mercado/governo, entre outros. Segundo o SEBRAE (2013, p.17), “As condições de investimentos estão diretamente relacionadas ao total de recursos que a pessoa tem disponível. Vale a pena avaliar e reavaliar a todo o momento como, onde e quando aplicar os investimentos”. 2.2.6. Tipos de investimento Tendo conhecido o perfil de investidor e definido os objetivos e prazos, parte-se agora aos tipos de investimentos disponíveis, que podem ser de renda fixa ou de renda variável: Investimentos de renda variável São investimentos cuja remuneração não pode ser dimensionada no momento da aplicação. Possuem riscos maiores, pois, além dos riscos de créditos, contam também com rentabilidade incerta. Exemplo: ações. Ações é a melhor forma para quem quer fazer investimento e se tornar sócio de uma empresa. São indicadas a quem está disposto a correr mais riscos em busca de maior rentabilidade no longo prazo. As ações representam uma fração do capital de uma companhia. Geralmente são negociadas na bolsa ― centro de negociação em que se negociam compra e venda de ativos. Segundo a BOVESPA (2013, p.07), as ações podem ser de dois tipos: Ordinárias (ON): dão ao acionista o poder de voto nas assembleias, ou seja, nas decisões da empresa. Preferenciais (PN): conferem aos acionistas prioridades na distribuição de dividendos (parcela do lucro que a empresa paga ao seu investidor). Investimentos de renda fixa 25 São investimentos que passam a remuneração dos juros em períodos já definidos. Essas taxas podem ser pré-fixadas, que são estipuladas no momento da negociação, ou pós- fixadas, que são calculadas na hora do resgate, com base na variação de um índice previamente definido acrescido ou não de uma taxa de juros. Exemplo: Tesouro direto. O Tesouro Direto se trata de títulos públicos federais para pessoas físicas. Ao aplicar, empresta-se esse recurso para a União, de forma que estes pagam juros ao investidor pelo direito de usar o seu dinheiro investido. Essas aplicações são indicadas para o investidor com perfil conservador, pois são de baixo risco e contêm previsibilidade de retorno, sendo, portanto, considerada uma aplicação de renda fixa. A BOVESPA (2013, p.15) explica: Ao entrar no Tesouro Direto, você vai comprar títulos que rendem juros, emitidos pelo governo federal. Por isso, são considerados os de menor risco: quem tem a obrigação de honrá-los é o Tesouro Nacional. Os recursos arrecadados pelo Tesouro Direto servem para financiar as atividades do governo, como educação, saúde e infraestrutura. Outro exemplo de renda fixa é a caderneta de poupança, um dos investimentos mais conhecidos, que é muito atraente para o investidor conservador devido ao baixo risco, apesar da baixa rentabilidade. Quase todos os bancos comerciais possuem esse tipo de investimento. Para investir é bem simples: apresentam-se alguns documentos, comprovante de renda e de residência, e então já se torna possível iniciar o investimento sem nenhuma incidência de tributos. É um investimento de liquidez diária, mas ao se retirar antes do diábase (inferior a um mês), perde-se a rentabilidade do valor sacado. 2.4 TRABALHOS RELACIONADOS Um dos trabalhos utilizado como referência, e que serviu de inspiração para a definição do tema, é o de Silveira (2014), de Porto Alegre, que escreveu sobre Educação Financeira, Administração Financeira e Planejamento Financeiro, além de pontuar sobre os tipos de investimentos para pessoa física. O referido trabalho, no item anexo, está relacionado às questões que foram utilizadas na sua pesquisa, que abrangeu pessoas de classe C, de forma qualitativa e com perguntas fechadas. Foram utilizadas perguntas desse questionário já validado para efetuar a pesquisa deste trabalho, que visa a esclarecer como anda a gestão financeira e os investimentos dos 26 alunos do Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São João da Boa Vista com idade acima dos 18 anos, e também a saber como lidam com a autogestão financeira. Outro trabalho de grande relevância foi o de Faria (2008), de Brasília, que pontuou sobre a Administração Financeira com enfoque no Planejamento Financeiro Pessoal, demonstrando como é de extrema importância um bom planejamento financeiro para que se alcance a estabilidade tão desejada por todos. Trata também do fluxo de caixa, que pode ser utilizado de forma simples, e demonstra como ele é funcional e tem várias vantagens. Traz também um pouco de luz sobre investimentos, tipos de investidor e alguns objetivos que devem ser analisados para conseguir um investimento com boa rentabilidade e dentro do perfil e necessidade do investidor. Gitman foi um autor que deu enfoque a muitas discussões e trouxe várias respostas às dúvidas geradas durante as pesquisas. Utilizaram-se três edições de suas obras, quais sejam, as de 2001, 2010 e 2017, que trouxeram tópicos e capítulos relacionados a Finanças, Planejamento Financeiro, Fluxo de Caixa, Orçamento e Investimentos. Devido às suas edições com escrita de fácil compreensão e esclarecedora, entende-se por que muitas de suas citações são utilizadas neste trabalho. Dentre os outros trabalhos pesquisados, todos traziam em seu contexto um pouco da escrita de Gitman, tornando-se ele, portanto, um autor de extrema importância para o tema estudado. 27 3. METODOLOGIA 3.1. METODOLOGIA Neste capítulo são apresentados os dois procedimentos utilizados para o desenvolvimento do trabalho: a. Levantamento bibliográfico das principais obras sobre o tema da pesquisa, com o objetivo de embasar o estudo; a técnica de pesquisa, segundo Lakatos (2003, p.183), “é uma etapa da pesquisa onde se aplicam instrumentos e técnicas selecionadas”. b. Através da obtenção de informações financeiras e outros informes sobre as ações do grupo envolvido, a pesquisa se deu através do método Survey de forma exploratória e por amostragem. Por meio de um questionário eletrônico, a fim de contemplar o cenário da gestão financeira pessoal e os investimentos de um grupo de estudantes com idade acima dos 18 anos de uma escola do Município de São João da Boa Vista - SP. 3.2. ANÁLISE DOS DADOS Os dados foram analisados e tabulados de forma quantitativa, proporcionando a geração dos gráficos com os resultados obtidos. Os gráficos foram interpretados com o objetivo de facilitar o entendimento dos usuários. 28 4. PESQUISA A pesquisa se baseou no questionário utilizado por Silveira (2014) em sua monografia, tendo sido feitas adaptações para que se encaixasse nos índices desejados na pesquisa deste trabalho. As perguntas objetivavam obter resultados quantitativos. O questionário foi escolhido a fim de obter uma posição sobre o conhecimento dos participantes e a forma como lidam com o planejamento financeiro pessoal e a educação financeira, contendo também perguntas relacionadas à forma de compra e pagamentos do dia a dia, a fim de analisar a percepção sobre o consumo consciente. A coleta foi realizada no Câmpus São João da Boa Vista, pertencente ao Instituto Federal de São Paulo, por meio do Google Forms, tendo os discentes recebido o link do questionário, <https://goo.gl/forms/LpAd8tbs9gFIMaD42>, cujo acesso era permitido tanto via computador como via tablete e smartphone, de forma a facilitar a participação e o retorno da pesquisa. A coleta dos dados se deu no mês de setembro de 2018. Etapas da pesquisa: 1.1. A primeira etapa da pesquisa ― preparação para o desenvolvimento do questionário ― se constituiu de averiguar as opções de resposta que mais se enquadrariam nas considerações ou atitudes dos estudantes em relação aos questionamentos. 1.2. As questões foram baseadas no questionário já utilizado por Silveira (2014) em sua monografia, com a intenção de indagar os discentes sobre a forma como lidam com suas receitas e despesas, embasando também sobre o conhecimento e usabilidade do planejamento financeiro. 1.3. O instrumento de coleta de dados utilizado foi o Google Forms, que é uma ferramenta gratuita que permite a coleta de informações de forma fácil e eficiente. Ele gera um link para acesso ao formulário, permitindo compartilhar de forma mais viável a coleta de dados da pesquisa. 1.4. Os dados levantados passaram por uma análise estatística baseada em técnicas que possibilitaram organizar as informações de forma a contribuir para as conclusões acerca dos questionamentos da pesquisa. 4.1. DOS RESULTADOS E DISCUSSÕES Neste capitulo será demonstrada a análise feita em cima dos dados adquiridos mediante o questionário eletrônico, composto de 20 (vinte) perguntas fechadas, com a https://goo.gl/forms/LpAd8tbs9gFIMaD42 29 participação de 119 (cento e dezenove) alunos do Instituto Federal de São Paulo - Câmpus São João da Boa Vista com idade igual ou superior a 18 anos. Um dos objetivos da pesquisa é verificar o comportamento dos jovens adultos que estão entrando no mercado de trabalho e conquistando a sua independência financeira. A participação dos discentes se deu completamente por meio de suas respostas no questionário eletrônico. A primeira parte do questionário ― as seis primeiras perguntas ― versam sobre faixa de idade, sexo, estado civil, tipo de moradia, mercado de trabalho e faixa salário dos participantes. Esse conhecimento ajudará a embasar a interpretação das respostas das demais questões. Primeiramente, perguntou-se a idade dos entrevistados, a fim de averiguar a faixa etária da amostra, obtendo-se os valores a seguir: Gráfico 1 - Faixa etária Fonte: Dados da pesquisa. A pesquisa mostrou que 65% dos entrevistados estão na faixa etária entre 18 e 25 anos; 12,8%, entre 26 e 30 anos; 17,1%, entre 31 e 40 anos; e, por fim, 5,1% têm acima de 41 anos de idade. A segunda questão apurou a representatividade de cada sexo na amostra: 30 Gráfico 2 - Sexo Fonte: Dados da pesquisa. O sexo masculino obteve 77,3% da representatividade, enquanto que o feminino representou apenas 22,7% das pessoas entrevistadas. Na terceira questão, perguntou-se o estado civil dos entrevistados: Gráfico 3 - Estado civil Fonte: Dados da pesquisa. Os solteiros tiveram a maior representatividade na pesquisa, com 78,2%, seguidos por 16% de casados e 5,8% com o estado civil de divorciado e viúvo. Perguntou-se a seguir a forma de moradia dos entrevistados, tendo como opções de resposta: morar com os pais, sozinho, com cônjuge/ filho, com amigos e outros: 31 Gráfico 4 - Moradia dos entrevistados Fonte: Dados da pesquisa. Dos entrevistados, 68,9% disseram ainda morar com os pais, seguidos de 18,5% que moram com cônjuge/ filhos e 12,6% que responderam morar com amigos, sozinhos ou outra opção. Na quinta pergunta, quis-se saber se os entrevistados trabalham ou não. Gráfico 5 - Trabalham ou não trabalham Fonte: Dados da pesquisa. O resultado mostrou que 61,9% dos entrevistados disseram que trabalham, enquanto que 38,1% dos entrevistados não trabalham. A sexta questão buscou saber a faixa salarial dos entrevistados: 32 Gráfico 6 - Faixa salarial Fonte: Dados da pesquisa. Obteve-se que 30,6% dos entrevistados disseram ganhar abaixo de R$1.000,00; 35,1%, entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00; 18,9%, entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00 e, enfim, 15,3% disseram ganhar mais de R$ 3.000,00 por mês. A sétima questão abordou as receitas e despesas dos entrevistados. Ela buscou saber se os seus gastos mensais são maiores que as suas receitas, ou se os ganhos superam as despesas, ou ainda se o discente gasta tudo o que ganha no mês: Gráfico 7 - Receitas e despesas Fonte: Dados da pesquisa. Nesta análise podemos observar que 60,3% dos entrevistados gastam menos do que ganham; 20,7% gastam tudo que ganham e, por fim, 19% gastam mais do que a receita. Podemos observar nessa questão que, de 119 entrevistados, 23 deles gastam mais do que ganham e 25 deles gastam tudo o que ganham, totalizando 48 pessoas que, pela análise do planejamento financeiro, precisam de uma educação financeira seguida de um planejamento 33 financeiro para organizar suas receitas a fim de ter uma reserva para eventuais necessidades futuras. A oitava questão buscava saber se o entrevistado possuía algum tipo de investimento: Gráfico 8 - Possui algum investimento Fonte: Dados da pesquisa. De acordo com a pesquisa, apenas 33,6% dos entrevistados afirmam possuir algum tipo de investimento, enquanto que 66,4%, mais da metade dos entrevistados, não possuem nenhum tipo de investimento. A nona questão trata de como os entrevistados costumam pagar suas compras, enfatizando os pagamentos a prazo e à vista: Gráfico 9 - Como costuma pagar as compras Fonte: Dados da pesquisa. Dos 119 participantes da pesquisa, 118 responderam sobre a forma de pagamento utilizado no dia a dia. Desses, 66,1% costumam pagar suas compras à vista e 33,9% dão preferência à forma de pagamento a prazo. 34 A décima questão se relacionava à posse ou não de cartão de crédito: Gráfico 10 - Possui cartão de crédito Fonte: Dados da pesquisa. Dos entrevistados, 55,5% responderam possuir algum tipo de cartão de crédito, seguidos de 44,5% que disseram não possuir. A décima primeira questão ajuda a entender o perfil dos discentes que fazem uso do cartão de crédito. Eles foram questionados sobre a forma de pagamento da fatura do cartão, tendo como opções o pagamento parcelado ou integral: Gráfico 11 - Como paga a fatura do cartão Fonte: Dados da pesquisa. Os dados indicam que 55,5% dos entrevistados fazem uso do cartão crédito (66 discentes). Apenas 9,4% dos entrevistados optam pelo pagamento parcelado. Na décima segunda questão, o participante foi indagado sobre o quanto poupava mensalmente, tendo opções que variavam desde não poupar a fazer até 50% de economia: 35 Gráfico 12 - Índice de poupança mensal do indivíduo Fonte: Dados da pesquisa. Dos entrevistados, 44,4% não poupam nenhum valor; 17,9% poupam até 10% do que ganham; 16,2% poupam entre 10 e 20% dos seus rendimentos; 11,1% poupam entre 20 e 30% do que ganham; 4,4% poupam entre 30 e 40% do que ganham; e 6% poupam entre 40 e 50%. Percebe-se que a maioria dos participantes da pesquisa poupa parte do dinheiro que ganham. A décima terceira pergunta faz alusão aos gastos mensais dos entrevistados ― onde são investidas as receitas mensais nos grupos de despesa elencados: Gráfico 13 - Maior gasto mensal Fonte: Dados da pesquisa. De acordo com a pesquisa, os entrevistados investem a maior parte dos seus ganhos em alimentação, seguido por transporte. Segundo Banov (2015), a base da pirâmide de Maslow se relaciona com as necessidades básicas do ser humano. Percebe-se que os participantes da pesquisa se preocupam com a saúde (lazer e esporte) e o meio social, por 36 meio da comunicação (celular e internet), que possibilita trocas de informações, pesquisas e etc. A Figura 1 demonstra esquematicamente a Pirâmide de Maslow: Figura 1. A hierarquia das necessidades de Maslow Fonte: PORTAL ADMINISTRAÇÃO, 2014. É importante destacar que os entrevistados investem pouco em saúde e educação. Na décima quarta pergunta, indagou-se sobre os maiores objetivos dos entrevistados, e as opções de resposta variaram entre ter uma casa própria, estudos, celular dentre outras, como mostrado no Gráfico 14: Gráfico 14 – Objetivos Fonte: Dados da pesquisa. Os entrevistados escolheram em primeiro lugar a casa própria, seguida pelos estudos e, posteriormente, viajar. Em último lugar, encontra-se a aquisição de um celular. Perguntou-se na décima quinta questão como o entrevistado considerava o seu perfil de investidor: 37 Gráfico 15 - Perfil de investidor Fonte: Dados da pesquisa. Nota-se que 52,1%, mais da metade dos entrevistados, consideram seu perfil conservador, priorizando a segurança nos investimentos; a participação dos entrevistados com o perfil moderado também foi significativa, 45,3%, representando os que buscam segurança, mas aceitam correr algum tipo risco para ter maior rentabilidade. Por fim, apenas 2,6% têm o perfil agressivo, que diz conhecer o mercado e aceitar o risco para ter um retorno maior. A décima sexta pergunta foi sobre se os entrevistados tinham conhecimentos sobre planejamento financeiro: Gráfico 16 - Conhecimento sobre planejamento financeiro Fonte: Dados da pesquisa. Dos entrevistados, 81,4% disseram saber o que é o planejamento financeiro, e apenas 18,6 não sabem do que se trata. É importante salientar que a forma consciente de tratar as finanças está intimamente relacionada ao planejamento financeiro. 38 Na décima sétima questão, os participantes tiveram de responder se fazem planejamento financeiro ou não: Gráfico 17 - Fazem planejamento financeiro Fonte: Dados da pesquisa. A maioria dos entrevistados não faz planejamento financeiro (70,6%). Analisando com o gráfico anterior, conclui-se que 52% dos entrevistados que disseram saber o que é planejamento financeiro não o colocam em prática, ou seja, não fazem planejamento financeiro. Na décima oitava pergunta, os entrevistados responderam se já tiveram alguma disciplina sobre educação financeira no decorrer de seus estudos: Gráfico 18 - Educação financeira durante os estudos Fonte: Dados da pesquisa. Como resposta, apurou-se que 65,5 % dos entrevistados nunca tiveram disciplinas sobre o assunto, contra 34,5% que já tiveram alguma disciplina sobre Educação Financeira. 39 A décima nona questão quis saber se os entrevistados já participaram de alguma palestra ou algum curso sobre a Educação Financeira: Gráfico 19 - Já participou de curso/palestra sobre educação financeira Fonte: Dados da pesquisa. Dos entrevistados, 41,5% disseram já terem participado de algum curso ou palestra envolvendo Educação Financeira, enquanto que 58,5% responderam nunca ter participado de cursos ou palestras sobre o tema. A vigésima pergunta versou sobre o tema “O que os entrevistados pensam sobre o planejamento financeiro pessoal”: Gráfico 20 - O que pensa sobre planejamento financeiro pessoal Fonte: Dados da pesquisa. 40 Os entrevistados escolheram em primeiro lugar a definição dos objetivos e metas para o planejamento de sua vida pessoal e, em seguida, poupar dinheiro e fazer investimentos. Em quarto lugar ficou o planejamento em aposentadoria. 41 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS Este trabalho busca mostrar ao leitor como o planejamento financeiro, acompanhado de uma educação financeira bem estruturada, pode contribuir positivamente para que o indivíduo tenha uma vida financeira mais equilibrada, possibilitando-lhe definir os objetivos a serem atingidos em curto, médio e longo prazo e lhe dando direção para possíveis investimentos. O objetivo geral do trabalho foi atingido, visto que o planejamento financeiro pessoal apresenta uma relevância considerável no que diz respeito ao desenvolvimento da riqueza pessoal. Através da organização financeira que o planejamento financeiro propõe, consegue-se trabalhar o desperdício de recursos. Outro aspecto a ser destacado é a relevância do fluxo de caixa, pois, se alimentado de forma correta, ele possibilita uma visão real das condições financeiras, de forma que o indivíduo possa administrar o seu dinheiro de forma clara, eficiente e eficaz. O trabalho apresenta um modelo de fluxo de caixa com explicações para orientar o uso e auxiliar as finanças pessoais. É importante destacar também a importância do investimento e a necessária tomada de decisão sobre a aplicação dos recursos, e como informações sobre os tipos de investidor e de investimentos facilitam a escolha final do investimento que se enquadra melhor em cada perfil. A pesquisa mostrou que a maioria (65%) dos alunos participantes da pesquisa está na faixa etária dos 18 a 25 anos de idade e que, dos 119 entrevistados, 92 são do sexo masculino. Constatou-se que 78,2% estão na condição de solteiros e 68,9% residem com os pais. Cerca de 60% dos estudantes estão inseridos no mercado de trabalho, sendo a maioria com renda entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00. Evidenciou-se que a maioria (60,3%) dos entrevistados tem controle sobre as despesas porque gasta menos do que ganha, e a maioria costuma pagar suas compras à vista. A maioria dos participantes também possui cartão de crédito e alega pagar o valor integral das faturas. Parte dos alunos que gasta tudo ou mais do que ganha pode estar relacionada a alguns fatores como: morar com os pais, ser do estado civil solteiro, ser jovem e estar ainda iniciando a vida financeira. Ficou claro que os maiores gastos estão relacionados a necessidades básicas, tais como alimentação, transporte e lazer. A educação não se destacou nesse tópico porque 42 estudam em escola pública, ficando, porém, em segundo lugar entre os objetivos de conquista, atrás apenas depois da casa própria. Por meio do questionário aplicado, constatou-se também que muitos dos entrevistados, 81%, sabem o que é planejamento financeiro, mas somente 29% o utilizam. Observou-se também que mais da metade dos entrevistados, 66,4%, não possui investimentos. Além disso, notou-se a falta de preparo para que esses indivíduos percebam a rentabilidade que se perde por não investir e não fazer planejamento financeiro. Essa falta de informação se mostra nos números da pesquisa, que indicam que 58,5% dos entrevistados nunca participaram de palestra ou curso sobre o tema. Para dar prosseguimento a esta monografia, sugere-se um estudo de caso de planejamento financeiro seguido de investimentos, ou mesmo demonstrações simuladas de casos de investimentos e planejamento financeiro. 43 REFERÊNCIAS BANCO CENTRAL DO BRASIL. Banco Central do Brasil ? Departamento de Educação Financeira. Brasília: [s.n.], 2013. Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/pre/pef/port/caderno_cidadania_financeira.pdf>. Acesso em: 27 abr. 2018. BOVESPA, Bolsa de Valores. Guia de Investimento. 1°. ed. [S.l.: s.n.], 2013. 40 p. CARVALHO, Caroline Alvarenga De. 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Acesso em: 22 abr. 2018. http://www.portal-administracao.com/2014/09/maslow-e-hierarquia-das-necessidades.html http://www.portal-administracao.com/2014/09/maslow-e-hierarquia-das-necessidades.html 45 APÊNDICE Questionário eletrônico sobre planejamento financeiro realizado com os discentes do Instituto Federal de São Paulo – Câmpus São João da Boa Vista, como parte da pesquisa para o trabalho de conclusão de curso. O questionário foi disponibilizado através da ferramenta Google Forms. 1. Faixa Etária: o 18 a 25 o 26 a 30 o 31 a 40 o Acima de 41. 2. Sexo: o Feminino o Masculino 3. Estado civil: o Casado (a) o Solteiro (a) o Viúvo (a) o Divorciado (a) 4. Mora: o Com os pais o Sozinho o Com Cônjuge/Filhos o Com amigos o Outros 5. Trabalha: o Sim o Não 46 6. Faixa salarial: o Até R$ 1.000,00 o Entre R$ 1.000,00 e R$ 2.000,00 o Entre R$ 2.000,00 e R$ 3.000,00 o Mais de R$ 3.000,00 7. Sobre receitas e despesas: o Gasta mais do que ganha o Gasta menos do que ganha o Gasta tudo que ganha 8. Possui algum investimento? o Sim o Não 9. Como costuma fazer compras: o A prazo o A vista 10. Possui cartão de crédito: o Sim o Não 11. Como paga a fatura do cartão de crédito: o Parcelado o Integral o Não possuo nenhum cartão 12. Quanto do salário poupa mensalmente: o Não poupo nenhum valor o Até 10 % o Entre 10% e 20% o Entre 20% e 30% 47 o Entre 30% e 40% o Entre 40% e 50% 13. Com o que mais gasta mensalmente: o Educação o Transporte o Alimentação o Lazer e esporte o Vestuário o Saúde o Moradia o Comunicação (celular internet) o Outros 14. Quais os seus dois maiores objetivos: o Casa Própria o Casamento o Viajar o Automóvel o Estudos o Celular o Computador o Outros 15. Se investe (ou investisse), considera seu comportamento como: o Conservador (prioriza a segurança em seus investimentos). o Moderado (busca segurança em seus investimentos, entretanto aceita correr algum risco para obter maior rentabilidade). o Agressivo (conhece o mercado, aceita riscos maiores). 16. Sabe o que é Planejamento Financeiro: o Sim o Não 48 17. Tem um Planejamento Financeiro: o Sim o Não 18. Durante os estudos, teve alguma disciplina sobre Educação Financeira: o Sim o Não 19. Já participou de algum curso/palestra sobre Educação Financeira: o Sim o Não 20. O que pensa sobre Planejamento Financeiro: o É se planejar para aposentadoria o É poupar dinheiro o Só pessoas com maior renda o faz o Serve para sair da crise financeira o Definir objetivos e metas o É a mesma coisa que orçamento financeiro o É fazer investimentos
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