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Apostila de Fisiologia Neurofisiologia 1 ano 2 Neurofisiologia Estrutura do sistema nervoso1. O neurônio é a unidade fundamental do sistema nervoso Ele é constituído por corpo celular e prolongamentos: dendritos e axônios. O neurônio tem uma multiplicidade de formas: 3 Neurofisiologia Estrutura do sistema nervoso1. 4 5 2. Classificação de neurônios Quanto a sua forma: Neurônios multipolares - Possuem mais de dois prolongamentos celulares. A maioria dos neurônios de nosso corpo é classificada como esse tipo; Neurônios bipolares - Possuem apenas um dendrito e um axônio; Neurônios pseudounipolares - Apresentam apenas um prolongamento que parte do corpo celular, dividindo-se, posteriormente, em dois. Um dos ramos assume o papel de dendrito e o outro de axônio; Neurônios unipolares - Possuem apenas um axônio. Sensitivos ou aferentes – Recebem os estímulos produzidos fora do corpo e internamente. Do corpo SNC Motores ou eferentes – Conduzem o impulso nervoso para glândulas, músculos lisos e estriados. Do SNC Corpo Interneurônios – São aqueles que conectam um neurônio a outro, sendo encontrados no SNC. 2. Classificação de neurônios Quanto a sua função: 6 Os neurônios se comunicam uns com os outros em pontos de contato chamados sinapses. Em uma sinapse, um neurônio envia uma mensagem para um neurônio alvo - uma outra célula. As sinapses podem ser: a) Químicas: iniciam no terminal do axônio pré- sináptico, onde o sinal elétrico é transmitido por vesículas contendo neurotransmissores; b) Elétricas: Ocorre diretamente de uma célula a outra, através de junções comunicantes (gap), que são canais que conduzem íons, obtendo respostas quase imediatas, isso quer dizer que o potencial de ação é gerado quase diretamente, é mais rápida, porém não é modulável, sempre excitatória. 3. Sinapses 7 3. Sinapses 8 As células da glia são vários tipos celulares presentes no sistema nervoso central que, dentre as diversas funções exercidas, ajudam a isolar, apoiar e nutrir os neurônios. 4. Células da Glia 9 Funções: Sustentação, proteção e nutrição; Sintetizam a mielina (células de Schwann no SNP e oligodendrócitos no SNC); Células de “limpeza”, defesa (micróglias); Tamponam íons K+ e neurotransmissores; Guiam a migração e direcionamento do crescimento durante o desenvolvimento; Barreira hematocefálica (astrócitos). 4. Células da Glia 10 A barreira hematoencefálica é uma estrutura de permeabilidade altamente seletiva que protege o SNC de substâncias potencialmente neurotóxicas presentes no sangue e sendo essencial para função metabólica normal do cérebro. A bainha de mielina é o conjunto de dobras múltiplas de tecido adiposo que envolvem os axônios. Sua função é proteger o axônio e acelerar a velocidade da condução do impulso nervoso. OBS 1: OBS 2: As fibras nervosas, formadas pelos prolongamentos dos neurônios (dendritos ou axônios) e seus envoltórios, organizam-se em feixes. E cada feixe forma um nervo. 5. Nervos e fibras nervosas 11 A membrana biológica é constituída por uma bicamada fosfolipídica, na qual se encontra proteínas periféricas (somente na face interna ou externa) ou integrais (atravessam a membrana). A disposição dos componentes na membrana dá um aspecto de mosaico a ela, e, como eles mudam de posição constantemente, diz-se que ela é fluída. 6. Transporte de membrana 12 Funções: Compartimentalização: individualização das células; Barreira difusa livre, na qual moléculas pequenas não carregadas como H20, glicerol e etanol e moléculas hidrofóbicas pequenas como O2, CO2 e N2 conseguem atravessar, enquanto moléculas grandes e não carregadas como aminoácidos, glicose Recepção e atividade química; Transdução de sinais (transformação de sinal, por exemplo receptor transforma estímulo em potencial de ação); Condução elétrica; Liberação de neurotransmissores por exocitose. e íons H+, Na+, HCO-3 não conseguem; O transporte pela membrana pode ser feito SEM gasto de energia (transporte passivo) ou COM gasto de energia (transporte ativo); 13 Transporte 14 6. Transporte de membrana O transporte passivo é a passagem de uma substância através da membrana plasmática de uma região onde ela está mais concentrada para uma onde está menos concentrada, sem gasto de energia. Existem três tipos de transporte passivo pela membrana celular: a difusão simples, a difusão facilitada e a osmose. 6.1 Transporte Passivo 15 Difusão Simples Ocorre com o movimento de partículas de um meio onde estão mais concentradas para um onde estão menos concentradas. No entanto, essas substâncias devem ser pequenas o suficiente para atravessar a membrana, e a membrana deve ser permeável a elas. É assim que acontece geralmente a difusão de gases, como o oxigênio e o gás carbônico. 6.1 Transporte Passivo 16 Difusão Facilitada Ocorre a ação de algumas proteínas que atuam transportando a substância através da membrana. Diferentemente das proteínas da difusão simples, essas proteínas mudam a sua configuração e reconhecem a substância a ser transportada como em um mecanismo de “chave e fechadura”. Nesse mecanismo, ocorre a difusão de substâncias como aminoácidos e monossacarídeos. Osmose Na osmose, ocorre a difusão das moléculas de água (solvente) para o meio onde há maior concentração de solutos. Uma pressão atua equilibrando a entrada de água na célula dependendo da quantidade de soluto ali presente, denominada de pressão osmótica. 6.2 Transporte Ativo 17 O transporte ativo é o tráfego de moléculas através da membrana plasmática, contra o gradiente de concentração, mediado por proteínas específicas transportadoras e com a mobilização de energia celular, geralmente resultante da hidrólise de ATP (trifosfato de adenosina). Bomba de Sódio Potassio O processo ocorre devido às diferenças de concentrações dos íons sódio (Na+) e potássio (K+) dentro e fora da célula. A bomba é importante para o controle do volume celular sem a função dela, a maioria das células do corpo incharia. Ela tem natureza eletrogênica. 6.2 Transporte Ativo 18 7. Potencial de Membrana 19 Potencial elétrico de membrana ou potencial transmembranar ou voltagem da membrana é a diferença de potencial eléctrico entre os meios intra e extracelular. Potencial de Repouso No potencial de repouso, ocorre a alternância entre o transporte passivo e ativo de íons. Há a entrada passiva de íons sódio (Na+), que posteriormente são expulsos ativamente, ao mesmo tempo em que íons potássio (K+) entram ativamente. Em seguida, o K+ sai passivamente da célula, tornando o meio externo positivo em relação ao meio interno. Com isso, a célula fica polarizada. Quando está em repouso, a diferença de potencial (d.d.p.) do neurônio é aproximadamente -75 mV, indicando que o interior da célula está negativo em relação ao meio exterior. O potencial de ação consiste em uma variação brusca do potencial de membrana, provocada por um estímulo. Quando uma célula nervosa é excitada por um estímulo que atinja o seu limiar de despolarização (aproximadamente -65mV), um potencial de ação é gerado dentro da lei do tudo ou nada. O potencial de ação é caracterizado por três etapas diferentes: despolarização, repolarização e hiperpolarização. 7. Potencial de Membrana 20 Potencial de Ação Quando uma célula excitável (neurônio) recebe um estímulo nervoso limiar, sua d.d.p. de repouso é elevada até o limiar de despolarização ou o ultrapassa, respectivamente, desencadeando o potencial de ação. Neste momento, na membrana celular abrem canais de sódio (Na+). Com isso, grande quantidade de sódio entra na célula, tornando seu interior mais positivo e seu exterior mais negativo. Este mecanismo é conhecido como despolarização e a d.d.p. nesta fase é aproximadamente +45mv. 7.1 Etapas do Potencial de Ação 21 Despolarização (entrada de sódio) A entrada de grande quantidade de Na+ na célula estimulao fechamento dos canais de Na+ e a imediata abertura de canais de K+, ocorrendo a saída de K+. Nesta fase, a bomba de sódio-potássio funciona transportando ativamente 3 moléculas de Na+ para o exterior e recolocando 2 moléculas de K+ no interior da célula, tornando seu interior mais negativo e seu exterior mais positivo. A repolarização faz com que o potencial de membrana volte a ser negativo, retornando a sua d.d.p. normal de potencial de repouso (-75 mV). 7.1 Etapas do Potencial de Ação 22 Repolarização (saída de potássio) Quando uma célula recebe um estímulo inibitório, ocorre a saída do íon potássio (K+) e a entrada do íon cloro (Cl-), tornando o meio interno da célula mais negativo e o meio externo mais positivo, inibindo a propagação do potencial de ação. A hiperpolarização dura alguns milissegundos e, nesta fase, a d.d.p. pode chegar até a -90mV. 7.1 Etapas do Potencial de Ação 23 Hiperpolarização (saída do excesso de potássio) Período refratário: momento em que não há resposta da membrana a um estímulo. Absolutamente refratário: momento em que a célula já está despolarizada; Relativo: é necessário que haja um estímulo intenso para que se consiga abrir os canais de sódio. 7.1 Etapas do Potencial de Ação 24 OBS: Uma vez iniciado o potencial de ação é impossível impedi-lo de acontecer. Estímulo sublimiar: não causa potencial de ação, pois não atinge o limiar; Estímulo limiar: causa um único potencial de ação, pois atinge o limiar; Estímulo supra-limiar: causa mais de um potencial de ação, sem alterar a amplitude, ou seja, apenas aumenta a frequência. 7.2 Evento Tudo ou Nada 25 Tipos de estímulos A formação do potencial de ação ocorre no hilo axônico e sua propagação é sempre unidirecional. O hilo também pode ser chamado de zona de gatilho. 7.2 Evento Tudo ou Nada 26 Condução do potencial de ação A propagação "salta" do hilo para o nódulo de Ranvier, onde pode ocorrer a passagem de sódio pelo canal de voltagem dependente e se difunde até ultrapassar a parte envolta pela bainha de mielina (proporciona o aumento da velocidade), passando para o próximo nódulo. 7.2 Evento Tudo ou Nada 27 Propagação saltatória A sinapse química precisa da presença de mediadores químicos, pois corre através da liberação de neurotransmissores na fenda pré- sináptica, armazenada em vesículas, que se ligam no receptor presente na membrana pós- sináptica, sendo específicos. OBS: O Ca2+ é um sinalizador, pois promove a degradação das vesículas presentes no citoesqueleto, que, consequentemente, liberam os NT. No final os NT são degradados por enzimas. 8. A Sinapse Química 28 Os neurotransmissores são mensageiros químicos na transmissão sináptica química, ou seja, atuam na comunicação intercelular. Os neurotransmissores podem atuar como mensageiros de sinais inibitórios ou excitatórios para o neurônio pós-sináptico. Eles produzem uma hiperpolarização ou uma despolarização de sua membrana, embora a mesma molécula possa inibir ou excitar. Isso acontece porque há um certo número de neurotransmissores, mas uma grande variedade de receptores em diferentes tipos de células. 8.1 Neurotransmissores 29 Está amplamente distribuída por todo o sistema nervoso central (SNC) e periférico (SNP), e também na junção neuromuscular; É o único neurotransmissor utilizado no sistema nervoso somático e um dos muitos neurotransmissores do sistema nervoso autônomo (SNA); É também o neurotransmissor de todos os gânglios autonômicos. 8.1.1 Principais Neurotransmissores 30 Acetilcolina (Ach) Também chamado de “epinefrina”, a adrenalina é derivada da noroadrelina (norepinefrina), sintetizada na medula adrenal (glândulas suprarrenais) e em algumas células do sistema nervoso central; Esse hormônio neurotransmissor está relacionado à excitação, sendo liberado como um mecanismo de defesa do corpo em diversas situações que envolvem medo, stress, perigo ou fortes emoções. 8.1.1 Principais Neurotransmissores 31 Adrenalina Há dois tipos básicos de receptores na membrana do neurônios pós-sináptico: receptores ionotrópicos e receptores metabotrópicos. 8.1.2 Receptores Pós sinápticos 32 Receptores Ionotrópicos Os receptores ionotrópicos são canais iônicos que se abrem quando se ligam a um neurotransmissor e deixam passar íons para dentro ou para fora do neurônio pós-sináptico. Possuem efeito rápido. Receptores Metabotrópicos O receptor metabotrópico está funcionalmente acoplado a um canal iônico, ou a uma enzima que sintetiza o segundo mensageiro intracelular, através de um proteína G. Quando um neurotransmissor se liga ao seu receptor em uma célula receptora, ele faz com que canais iônicos se abram ou se fechem. Isto pode produzir uma mudança localizada no potencial da membrana da célula receptora. 8.1.3 PEPS E PIPS 33 PEPS Em alguns casos, a alteração torna a célula alvo mais propensa a disparar seu próprio potencial de ação. Neste caso, a mudança no potencial de membrana é chamada de potencial excitatório pós-sináptico, ou PEPS. Um PEPS é despolarizante: torna o interior da célula mais positivo, trazendo o potencial de membrana mais perto de seu limite para disparar um potencial de ação. Em outros casos, a mudança torna a célula alvo menos propensa a disparar um potencial de ação e é chamada de potencial inibitório pós- sináptico, ou PIPS. Os PIPSs tendem a manter o potencial de membrana do neurônio pós-sináptico abaixo do limiar de disparo de um potencial de ação. PIPSs são importantes porque podem neutralizar, ou anular, o efeito excitatório dos PEPSs. 8.1.3 PEPS E PIPS 34 PIPS Os neurotransmissores de baixo peso molecular são sintetizados e armazenados nos terminais nervosos, já os neurotransmissores de alto peso molecular são sintetizados no corpo celular, transportados para os terminais, onde são armazenados. Muscarínico: metabotrópico, fibras musculares cardíacas e permite a abertura de canais de potássio (hiperpolarização); Nicotínico: ionotrópico, fibras musculares esqueléticas e permite a abertura de canais de sódio (despolarização). Agonista: muscarina; Antagonista: atropina Agonista: nicotina; Antagonista: curare 8.1.4 Mecanismo de ação dos Nt"s 35 Receptores da Acetilcolina (ACh): Alfa 1 e Alfa 2: excitatório, abre canais de cálcio. Agonista: fenilefrina Antagonista: fenoxibenzoamina Beta 1 e Beta 2: excitatório, fecha canais de potássio. Agonista: isoproterenol Antagonista: propranol Receptores da Noradrenalina/Noraepinefrina (Nor): 8.1.4 Mecanismo de ação dos Nt"s 36 9. Receptores sensoriais 37 Num sistema sensorial, um receptor sensorial é a estrutura que reconhece um estímulo no ambiente interno ou externo de um organismo. Os receptores sensoriais localizam-se nos órgãos dos sentidos e são terminais nervosos com a capacidade de receber um determinado estímulo e transformá-lo em impulso nervoso. Mecanorreceptores São receptores que captam estímulos mecânicos, como a compressão ou o estiramento da pele. Ex: tato, pressão, vibração na superfície corporal ou nos tecidos internos. Quimiorreceptores São receptores que captam estímulos químicos. Estão localizados na língua e no nariz e são responsáveis, respectivamente, pelos sentidos do paladar e do olfato. São receptores que captam estímulos térmicos. Estão distribuídos por toda a pele, ligeiramente mais concentrados nas regiões da face dos pés e das mãos. São receptores que captam estímulos luminosos. São encontrados nos olhos. 9. Receptores sensoriais 38 Termorreceptores Fotorreceptores Eles continuam a transmitir impulsos para o sistema nervoso central durante todo o tempo em que o estímulo estiver presente, assim sendo, eles mantêm o SNC informado constantemente sobre o estado do corpo e sua relação com o meio ambiente. Exemplo: nociceptores, barorreceptores do leito arterial e quimiorreceptores dos corpos carotídeos e aórtico. Como os receptores de adaptação lentapodem continuar a transmitir as informações por muitas horas, eles também são chamados de receptores tônicos, também são mais superficiais, podendo ser estimulados mais facilmente. 9.1 Adaptação dos receptores sensoriais 39 Adaptação Lenta (não adaptáveis) Não podem ser usados para transmitir o sinal contínuo porque esses receptores são estimulados apenas quando a força do estímulo se altera, eles reagem fortemente enquanto está acontecendo à alteração de fato. Exemplo: Corpúsculo de Pacini e seu potencial receptor. 9.1 Adaptação dos receptores sensoriais 40 Adaptação Rápida (adaptáveis) OBS: A deformação da membrana causa o deslocamento do líquido que abre os poros mecanicamente, permitindo assim a entrada de cátion (gerou um potencial de ação). São chamados de receptores de transição do estímulo, receptores de movimento ou receptores fásicos, ficam mais profundos, ou seja, necessitam de mais pressão para serem estimulados. Sinais sensoriais entram no SNC (medula espinal) e se projetam até o córtex sensorial (somático). As duas vias sensoriais para a transmissão dos sinais somáticos em direção a SNC (vias ascendentes) são: 10. Sensações Somáticas 41 Sistema coluna dorsal – lemnisco medial (sistema moderno): Composto por fibras grossas com alto grau de organização; Inicia-se na medula espinal -> tronco cerebral (bulbo, ponte e cerebelo) Transmite sinal para o bulbo principalmente pela coluna dorsal da medula, as vias fazem sinapse e cruzam pro lado oposto do bulbo -> tálamo -> córtex somato sensorial; O primeiro neurônio sai do corno posterior, subindo para a região de substância branca dorsal para a medula oblonga (bulbo). 10. Sensações Somáticas Composto por fibras finas com baixo grau de organização; Inicia-se na medula espinal, onde fazem sinapse nos cornos dorsais da substância cinzenta, cruzando, em seguida, pro lado oposto e ascendendo através das colunas anterior e lateral -> talámo -> córtex sensorial. 42 Sistema ântero-lateral (sistema antigo): É a recepção de sinais pelo SNC, evocadas pela ativação de receptores sensoriais especializados (nociceptores), os quais levam informações sobre lesão tecidual. É a percepção de uma sensação aversiva ou desagradável, que é originada em uma região corporal específica. A finalidade da dor é a proteção, visto que ao ocorrer uma lesão tecidual a for faz com que o indivíduo reaja para remover o estímulo doloroso. 11. Nocicepção 43 Dor Função da dor É a dor súbita, em pontada, aguda, elétrica; É sentida apenas superficialmente, não é sentida em tecidos profundos do corpo; Fibras Aδ (condução rápida). 11.1 Tipos de Dor 44 Dor rápida Dor lenta É a dor em queimação, crônica; Geralmente associada à destruição de tecidos, pode ocorrer na cútis ou em tecidos profundos; Fibras C (condução lenta). Três tipos de estímulos excitam os receptores de dor: - Mecânicos: estímulo intenso; - Térmicos: resfriamento, congelamento ou queimaduras de tecidos; - Químicos: ácidos. Portanto, seus receptores são POLIMODAIS. OBS: Os receptores “dorminhocos” (silenciosos) são aqueles que respondem apenas quando ocorre inflamação tecidual. 11.2 Receptores de Dor 45 11.3 Transmissão dos sinais da dor para o SNC Trato paleoespinotalâmico (via medula espinal até o tálamo) projeta diretamente para o talámo; Fibras C (menor velocidade); Dor lenta; Substância P (demora para ser degradada na fenda sináptica). 46 Fibras lentas Trato neoespinotalâmico, projeta indiretamente para o tálamo; Fibras Aδ (maior velocidade); Dor mecânica e térmica aguda; Glutamato (rapidamente degradado por enzimas pós sinapse na fenda sináptica). 11.3 Transmissão dos sinais da dor para o SNC 47 Fibras rápidas OBS: Via paleoespinotalâmica: termina difusamente no tronco encefálico → núcleos reticulares do tronco cerebral, área tectal mesencefálica e região do núcleo cinzento periaquedutal; Via neoespinotalâmica: maioria dos seus sinais são transmitidos para o córtex somatossensorial. 11.3 Transmissão dos sinais da dor para o SNC 48 11.4 Hiperalgesia e Analgesia 49 Hiperalgesia É aumento da sensibilidade dolorosa diminuindo o limiar da dor, ocorre em regiões queimadas, por exemplo. Importância dos estímulos dolorosos químicos durante a lesão tecidual 1. Pelo tecido estar inflamado por lesão tecidual, ocorre o aumento da concentração de K+ no meio extracelular, causando a destruição das células; 2. A substância P (sinalizador) liberada pelo nociceptor, atua atraindo as células de defesa (mastócitos) que liberam grânulos contendo histamina causando a inflamação do tecido; 3. Ocorre a vasodilatação, aumentando a temperatura e vermelhidão devido ao aumento do fluxo sanguíneo; 4. O aumento da dor faz com que ocorra a ativação dos receptores silenciosos que possuem um menor limiar, sendo mais fácil de ser atingido, ocasionando a hiperalgesia (pico da dor). É um sistema de supressão da dor no encéfalo e na medula espinal. Neurotransmissores (opióides endógenos como encefalina e serotonina) são liberados pelo sistema de analgesia e bloqueiam os canais de Ca2+. Ocorre a inibição pré- sináptica do nociceptor. 50 Analgesia 11.5 Dor Visceral e Dor Referida 51 Dor Visceral Isquemia; Estímulos químicos; Espasmos de víscera oca; Hiperdistensão de víscera oca. É causada por distensão ou estiramento dos órgãos. Exemplos: Dor Referida A dor vai ocorrer na superfície corporal de origem embriológica do órgão (exemplo: ao ter um infarto, o braço esquerdo dói); Os nociceptores da pele e do coração fazem sinapse no mesmo ponto, ou seja, no mesmo neurônio do sistema ântero- lateral. 12. Motricidade do Músculo Esquelético O tecido muscular esquelético possui células alongadas e individualizadas, que apresentam capacidade de contração. Esse tipo de tecido está ligado aos ossos e nele há presença de vários núcleos e estriações transversais, que são devidas ao posicionamento dos filamentos de actina e de miosina. 52 12.1 Anatomia funcional do músculo esquelético É o conjunto da membrana citoplasmática, que apresenta invaginações chamadas de túbulos T e são essenciais para a liberação do íon cálcio, e do revestimento externo, que é feito de um material polissacarídico e finas fibrilas de colágeno. Esse revestimento tem a função de se fusionar as fibras tendinosas. É que o citoplasma da célula muscular, onde está o retículo sarcoplasmático, que tem a função de reservar cálcio, fundamental na contração muscular. 53 Sarcolema Sarcoplasma O músculo esquelético é altamente vascularizado por nervos motores (eferentes) do sistema nervoso periférico, que se originam da medula espinhal. Cada fibra nervosa pode inervar uma ou mais fibras musculares, processo conhecido como placa motora. 12.1 Anatomia funcional do músculo esquelético É a unidade contrátil do músculo e é formado pelos filamentos de actina e miosina. 54 Sarcômero Inervação Um potencial de ação percorre o axônio motor até suas terminações nervosas nas fibras musculares; Em cada terminação, há secreção de acetilcolina; Acetilcolina se liga aos receptores, abrindo canais de acetilcolina-dependentes; Influxo de cálcio e geração de potencial de ação; Propagação do potencial de ação; Despolarização das fibras musculares; Liberação de cálcio do retículo sarcoplasmático para as miofibrilas; Íons de cálcio geram forças atrativas entre filamentos de actina e miosina; Íons de cálcio são bombeados para o interior do retículo. 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 12.2 Mecanismo geral da contração muscular 55 3 moléculas: actina, tropomiosina e troponina. Cada molécula possui um sítio de ligação para a cabeça da miosina; Tropomiosina: “descansa” em cima dos sítios de actina, impedindo a ligação com a miosina; Troponina: possui o receptor para o íon de cálcio. 12.3 Características Moleculares 56 Filamento de Actina Filamento de Miosina Constituída por váriasmoléculas de miosina; Cabeça articulável, voltada para a actina; Possui função enzimática que cliva o ATP já que ativa a ATPase. Quando o Ca2+ liga-se a troponina, altera a estrutura tridimensional do filamento de actina; A tropomiosina se desloca, deixando o sítio de ligação da actina a mostra; O potencial de ação no túbulo T libera Ca2+ do retículo sarcoplasmático; Íons de Ca2+ liberados atuam com a unidade TnC da troponina que sofre uma deformação mudando a configuração espacial das três unidades de troponina; Com a exposição da actina e miosina, a cabeça da miosina cliva ATP (para formar ADP e gera a energia necessária), e então se “deitando” sobre a cauda; 12.4 Mecanismo molecular da contração muscular 57 A cabeça da miosina que está ligada a actina, puxa todo o filamento de actina para o centro, encurtando o sarcômero; Para relaxar, o novo ATP precisa ser ligado à cabeça da miosina, “desliga” a cabeça da actina, voltando à posição de 90°. 12.4 Mecanismo molecular da contração muscular 58 Uma unidade motora é composta por um único neurônio motor e todas as fibras musculares que ele inerva. O músculo é constituído de fibras musculares e cada uma dessas fibras é inervada por neurônios motores diferentes. Cada um desses neurônios motores possui um limiar diferente, o que permite o controle do gasto de energia (ATP) por garantir a gradação de intensidade de força do músculo. Quanto mais fibras ativadas, maior o limiar e, portanto, mais força. 12.5 Unidades Motoras 59 Poucas mitocôndrias; Utilizam glicólise; Possuem alta concentração de enzimas glicocítias e glicogênio; Produz 100 vezes mais força do que a lenta. Muitas mitocôndrias; Depende do metabolismo oxidativo; Enzimas oxidativas; Mioglobina. 60 12.5.1 Tipos de Unidades Motoras Rápidas (fatigáveis) Lentas (resistentes à fadiga) Causada após um esforço físico intenso, no qual o desgaste das proteínas responsáveis pela contração muscular e a falta de energia disponível são os responsáveis; Ocorre após uma estimulação muito grande da fibra nervosa, a sua frequência constante pode aumentar a probabilidade de não serem excitados os neurotransmissores a partir da vesícula sináptica dos neurônios. 61 12.6 Tipos de Fadigas Muscular Da placa motora Depois que já foi recrutado, irá por somação. Quanto maior a frequência de estímulo do neurônio motor, maior a força da contração; Quanto maior a frequência de estímulo maior a liberação de Ca2+; Somação por frequência e tetanização. A somação é a adição de todas as contrações individuais dos abalos ara aumentar a intensidade da contração muscular global. Quando chega a um platô, é o máximo de força de contração. 62 12.7 Somação de Forças Tetania Ocorre porque quantidades suficientes de íons de cálcio são mantidas no sarcoplasma muscular, mesmo entre os potenciais de ação, de modo que o estado contrátil total é mantido, sem que seja permitido nenhum grau de relaxamento entre os PA. Tétano imperfeito: observa-se um período de repouso entre as contrações; Tétano perfeito: contrações musculares contínuas, sem período de descanso. Tétano: somação mecânica máxima em resposta a frequência elevada de potencial de ação. 63 OBS: Os reflexos são reações estereotipadas, embora não rígidas, aos estímulos chegados do meio ambiente ou aquele do próprio corpo. No decorrer do desenvolvimento individual e filogenético, tais reações demonstraram ser as reações adequadas a esses estímulos. 13. Funções motoras da medula espinal Arco reflexo: Receptor sensorial → neurônio sensorial → interneurônio → neurônio motor → efetores. 64 65 13. Tipos de reflexo Reflexo de estiramento É o mecanismo pelo qual o estiramento aplicado a um músculo obtém sua contração reflexa. Ele é essencial para a manutenção do tônus muscular e na postura ereta (via inervação dos músculos posturais do pescoço, dorso e membros inferiores). Anatomicamente, ele é o mais simples dos reflexos, pois é mediado unicamente por um neurônio aferente e um eferente. O componente aferente se origina dos receptores de estiramento associados com fibras musculares intrafusais localizadas no interior dos fusos musculares. 66 As terminações primárias destas células receptivas dão origem a fibras nervosas aferentes primárias que entram na medula espinal, onde elas fazem contato sináptico excitatório diretamente para os neurônios eferentes motores α que inervam o mesmo músculo. Os neurônios eferentes motores α dos músculos antagonistas são simultaneamente inibidos por meio de conexões colaterais para interneurônios inibitórios. Reflexo tendinoso de Golgi O reflexo tendinoso é um reflexo de proteção do músculo e informa permanentemente o sistema nervoso central a respeito do grau de contração do músculo e tensão dos tendões musculares, impedindo que haja, por exemplo, uma ruptura no tendão. 67 O órgão tendinoso de golgi encontra-se entre o tendão e as fibrasmusculares, ou seja, quando o musculo contrai e se encurta, ele estira o tendão, que está preso no osso, aumentando a tensão e causando uma deformação mecânica no órgão tendinoso de golgi. Com essa deformação, há um aumento do diâmetro dos canais dependentes desse órgão, fazendo com que aumente também a permeabilidade de cátions, o que gera despolarização e um aumento do potencial receptor do órgão tendinoso de golgi e, finalmente, a transdução do estimulo mecânico em potencial de ação. Reflexo de retirada O reflexo de retirada ou dor tem esse nome porque é necessário que haja um estimulo de dor para que haja a “retirada”. Inibitórios vão inibir na musculatura flexora; Excitatório vão estimular o neurônio α da musculatura extensora; Geram o reflexo extensor cruzado que regula o tônus da musculatura extensora. Quando uma região é estimulada, a informação sensorial entra no corno dorsal e faz sinapse com um neurônio motor, que vai inervar toda a musculatura flexora e extensora dessa região, fazendo com que ocorra a retirada do membro estimulado. Interneurônios: 68 OBS: 69 14. Controle da função motora pelo córtex e pelo tronco encefálico Para que o músculo se contraia é preciso, primeiramente, a ativação dos neurônios motores alfa, que inervam a musculatura verdadeira. E esses neurônios podem ser ativados ou inibidos pela geração de potenciais excitatórios ou inibitórios através de alguns interneurônios presentes na medula. Todos esses componentes fazem parte da execução da postura e do movimento. Porém, antes do movimento ser executado, precisa ser programado e, ainda antes, projetado e planejado, sendo essas as funções dos centros motores supramedulares. Assim sendo, o córtex motor e o tronco cerebral são responsáveis pela programação dos movimentos a serem executados. Já o planejamento é feito pelo córtex associativo, gânglios basais, cerebelo, tálamo e concluído no córtex motor. 70 14.1 Anatomia funcional dos centros supramedulares É a continuação da medula espinhal e é constituído por três partes distintas: medula oblonga, ponte e mesencéfalo. Cada uma das partes do tronco cerebral tem uma função no controle da motricidade. Além disso, no tronco cerebral existem agrupamentos de neurônios que controlam, por exemplo, as funções vegetativas, ou seja, controle das vísceras. O tronco cerebral recebe afluências dos gânglios basais, do córtex motor e do cerebelo. 71 Tronco Cerebral 14.1 Anatomia funcional dos centros supramedulares A condição do animal descerebrado ocorre quando o tronco cerebral é seccionado abaixo do nível médio do mesencéfalo, mas os sistemas reticulares da ponte, do bulbo e sistema vestibular são deixados intactos. Nesse caso, ocorre a exacerbação do tônus da musculatura e não há controle da postura. Também ocorre a rigidez da descerebração, que é uma patologia que tem como causa o bloqueio da aferência para os núcleos reticulares bulbares a partir do córtex cerebral. Na falta dessa aferência, o sistema inibidor reticularbulbar se torna sem função e ocorre hiperatividade completa do sistema excitatório, causando a rigidez. 72 Capacidade motora do animal descerebrado 14.1 Anatomia funcional dos centros supramedulares No caso da lesão separar o mesencéfalo do cérebro, toda a função motora do mesencéfalo a medula espinhal é preservada e essa condição é chamada de animal mesencefálico. Nesse caso o animal mantém o tônus normal. 73 Capacidade motora do animal mesencefálico Gânglios basais Mal de Parkinson; Acinesia: grave perturbação do movimento; Hipertonia; Tremores em repouso. Controlam a intensidade e precisão dos movimentos musculares, além de calcular a distância, direção e dependendo da ação, movimentos repetitivos. Patologia: 14.1 Anatomia funcional dos centros supramedulares Assinergia: incapacidade de ativar de modo ordenado os músculos postos em ação no movimento; As diversas partes de um programa de movimento são realizadas separadamente, uma após a outra e não simultaneamente, há a decomposição do movimento; Hipotonia; “Tremor intencional”. Auxilia na sequência das atividades motoras, assim como é seu papel, também, monitorar e fazer ajustes corretivos nas atividades motoras corporais enquanto estão sendo executadas e auxilia também o córtex cerebral no planejamento do próximo movimento sequencial em uma fração de segundos antes. Patologia: 74 Cerebelo 14.2 Organização das áreas motoras do córtex cerebral Se situa anteriormente ao sulco central. No córtex primário estão os corpos celulares dos neurônios, que mandam seus axônios até os neurônios motores alfa, que controlam pequenos grupamentos de músculos e também codificam a quantidade de força a ser exercida e a direção do movimento. Os neurônios do córtex motor são constantemente informados sobre as consequências dos movimentos. 75 Córtex motor primário Córtex pré-motor Situa-se de 1 a 3 centímetros anteriormente ao córtex motor primário. E tem como função o preparo do sistema motor para o movimento e controle de movimentos que projetam os membros em direção aos alvos. 14.2 Organização das áreas motoras do córtex cerebral Situa-se na fissura longitudinal. Tem função de programação da sequência motora do movimento e coordenação bilateral de movimento. 76 Área motora suplementar Córtex posterior parietal Tem a função de fornecer informação visual para o direcionamento dos movimentos. 14.3 Vias Motoras São descendentes e eferentes. Os axônios dos tratos motores são originados a partir do córtex motor primário, área motora suplementar e áreas pré motoras. 77 Trato córtico-medular (via piramidal) O corpo celular é localizado no córtex e se dirige até a medula espinhal, sem interrupções e, por esse motivo, essa via é direta. O caminho percorrido parte do córtex motor para os neurônios motores alfa e gama até o músculo. Via extra-piramidal Essa via se distingue porque, apesar do caminho percorrido ser praticamente o mesmo, não há apenas um neurônio, más vários que vão fazendo sinapse e ligando durante o caminho. Nessa via o caminho percorrido parte do córtex motor, passando no tronco cerebral e fazendo sinapses com neurônios intermediários medulares, até os neurônios motores alfa e gama para, enfim, chegar nos músculos. 78 15. Sistema nervoso autônomo Simpático Parassimpático É a parte do sistema nervoso periférico que está relacionada ao controle da vida vegetativa, ou seja, controla funções como a respiração, circulação do sangue, controle de temperatura e digestão. É composto por dois sistemas: 79 Anatomia fisiológica do sistema nervoso simpático Há neurônios pré-ganglionares (mielinizado e curto) e pós-ganglionares (mielinizado e longo). Sendo que os pré- ganglionares secretam acetilcolina e os pós-ganglionares secretam norepirefrina em sua maioria, exceto a glândula sudorípara, musculo piloeretor e vasos sanguíneos; Os corpos dos neurônios pré-ganglionares situam-se nos segmentos tronco lombar, já os pós-ganglionares estão longe dasvísceras. Há neurônios parassimpáticos pré- ganglionares (mielinizados e longos) e pós- ganglionares (amielinizado e curto); Pré e pós: secretam acetilcolina; Os corpos dos neurônios pré-ganglionares estão presentes nos segmentos medulares cervico sacral, enquanto os pós ganglionares estão próximos às vísceras. Anatomia fisiológica do sistema nervoso parassimpático 15. Sistema nervoso autônomo 80 Encontrados em todas as células efetoras do músculo liso estimuladas pelo SN parassimpático; Encontradas em todas as células efetoras estimuladas pelos neurônios pós- ganglionares colinérgicos do SN simpático que são as células que fazem o controle da termoregulação, vaso sanguíneo, glândula sudorípara e músculo piloeretor. Receptores muscarínicos 15.1 Receptores dos órgãos efetores (Ach) 81 Receptores nicotínicos Encontrados em sinapses entre neurônios pré e pós-ganglionares do SN simpático e parassimpático; Encontrados em junções neuromusculares. 15.2 Receptores nos órgãos efetores (Nor) Sensibilidade semelhante a norepinefrina e epinefrina. São mais responsíveis/sensíveis a norepinefrina. Receptores α 82 Receptores β As medulas adrenais são glândulas pares, derivadas de tecido nervoso, que secretam 80% de epinefrina e 20% de norepirefrina na corrente circulatória, os quais são hormônios. Além disso, as medulas adrenais possuem uma íntima ligação com o SNA simpático, visto que potencializam a ação desse sistema. 15.3 Glândula adrenal 83 Exerce controle da temperatura, da ingestão alimentar, do equilíbrio de água e do controle da bexiga urinária. 15.4 Controle do SNA pelo tronco cerebral 84 Membrana fibrosa que protege o globo ocular. 16. Anatomia do olho 85 Esclera Córnea Transmissão de luz, refração e proteção do sistema óptico. Coróide Camada vascular. Íris Disco diversamente colorido e envolve a pupila. Retina Onde há os fotorreceptores. Fóvea Possui maior percepção visual, só há cones. Emerge dos axônios ganglionares. 16. Anatomia do olho 86 Nervo óptico Disco óptico Porção do nervo vista no fundo dos olhos. Lente (cristalino) Encontra-se atrás da íris e tem função de realizar a acomodação visual. Humor aquoso Líquido transparente entre a córnea e o cristalino com a função de nutrir essas estruturas e regular a pressão interna do olho. Humor vítreo Líquido que ocupa o espaço entre o cristalino e a retina. PONTO CEGO: LOCAL DE EMERGÊNCIA Epitélio pigmentar Faz a manutenção dos cones e bastonetes. 16.1 Células fotorreceptoras da retina Fotorreceptores: cones e bastonetes; Pigmento visual é sintetizado por essas células; Células bipolares: fazem sinapse com os fotorreceptores; Fazem sinapse com as células ganglionares, essas levam as informações para o córtex e é a única que gera potencial de ação. 87 16.2 Fotoquímica da visão Nos bastonetes: rodopsina – retinal + opsina (ativada quando há pouca luz); Nos cones: opsina pigmentos dos cones ou pigmentos coloridos. 88 Substância química sensível à luz Rodopsina e sua decomposição pela energia luminosa Quando a energia luminosa e absorvida pela rodopsina, essa começa a se decompor dentro de uma fração muito pequena de segundos. Nova formação de rodopsina é ativada Reconversão a retinal todo-trans em 11-cis retinal (o retinal fica na forma cis quando não há luz). 16.2 Fotoquímica da visão A vitamina A está presente no citoplasma dos bastonetes e na camada pigmentar da retina; Está sempre disponível para formar novo retinal quando necessário; Inversamente, quando houver excesso de retinal na retina, será convertida de volta a vitamina A, reduzindo assim a quantidade de pigmento fotossensível na retina. 89 Papel da vitamina A na formação da rodopsina Luz na retina permite a degradação da rodopsina Estocagem de vitamina A; Transformação de metarodopsina II em rodopsina. 16.2 Fotoquímica da visão 90 Rodopsina e sua decomposição pela energia luminosa Quando a energia luminosa e absorvidapela rodopsina, essa começa a se decompor dentro de uma fração muito pequena de segundos. Excitação do bastonete quando a rodopsina é ativada pela luz O bastonete ao ser exposto à luz tem seu potencial receptor hiperpolarizado e não despolarizado; Quando a rodopsina se decompõe, diminui a condutância da membrana dos bastonetes para os íons de sódio no segmento externo do bastonete; Canais de vazamento apenas para o potássio que sai da célula; A membrana do bastonete na escuridão é permeável aos íons de Na+ que fluem pelos dependentes do GMPc. 16.2 Fotoquímica da visão 91 Sob condições normais de escuridão, quando o bastonete não está excitado ocorre redução da eletronegatividade na face interna da membrana do bastonete, medindo certa de -40mV e não os habituais -70 a -80mV, encontrados na maioria dos receptores sensoriais. Quando a rodopsina do segmento externo do bastonete é exposta a luz, ela é ativada e começa a se decompor, os canais de sódio dependentes do GMPc são fechados, e a condutância de membrana do segmento externo para o interior do bastonete é reduzida por meio de três etapas: 1) A luz é absorvida pela rodopsina, causando fotoativação dos elétrons na porção retinal; 92 2) a rodopsina ativada estimula a proteína G, denominada transducina, que ativa a fosfodiesterase do GMPc, essa enzima catalisa a quebra do GMPc em 5’GMPc; 3) a redução do GMPc fecha os canais dependentes e reduz a corrente do influxo de sódio. OBS: O potencial receptor é aproximadamente proporcional ao logaritmo da intensidade da luz. Circuito neural Células horizontais e amácrinas: inibição lateral aumentando a eficiência. Reflexo pupilar Quando uma luz incide sobre o olho, a pupila se contrai especificamente. 93 A luz faz com que um potencial de ação seja transmitido ao longo do nervo óptico e alguns dos axônios fazem sinapse no núcleo pré-tectal do cérebro, no mesencéfalo mais especificamente. Os neurônios pré-tectais fazem sinapse sobre os neurônios pré-ganglionares parassimpáticos no núcleo de Edinger- Westphal (ainda no mesencéfalo), cujos axônios correm pelo nervo oculomotor para fazer sinapse sobre os neurônios pós- ganglionares parassimpáticos no gânglio ciliar. A estimulação desses neurônios leva a constrição da pupila (se não houver a contração, há problema no tronco encefálico). O reflexo é consensual, as duas pupilas têm que contrair. Se dá quando a pessoa está sob luz intensa por muitas horas, grande parte das substâncias fotoquímicos nos bastonetes e cones terá sido reduzida a retinal e opsinas. Além disso, grande parte do retinal dos bastonetes e dos cones será convertida em vitamina A. Devido a esses dois efeitos, as concentrações das substâncias fotossensíveis que permanecem nos bastonetes e nos cones são reduzidas consideravelmente e a sensibilidade do olho à luz se reduz de modo correspondente. 16.3 Adaptação da retina 94 Ao claro Se a pessoa permanece no escuro por um longo período, o retinal e as opsinas nos bastonetes e cones são reconvertidos a pigmentos fotossensíveis a luz. Além do mais, a vitamina A é reconvertida em retinal para aumentar os pigmentos sensíveis à luz. Sendo o limite final determinado pela quantidade de opsinas nos bastonetes e cones para se combinarem com o retinal. 16.3 Adaptação da retina 95 Ao escuro Possui filamentos de actina e miosina; Possui corpúsculos densos: Proteínas estruturais, dispersas na célula de uma membrana; Ancoragem dos filamentos de actina; Mantidos no local pelo citoesqueleto; Não contém troponina, em substituição existe a calmodulina que reage com íons de cálcio. 17. Musculo liso 96 Multiunitário: constituído de fibras musculares distintas; Unitário: constituído de uma só unidade chamada sincício. 17. Musculo liso 97 Tipos Contração 1) Íons de cálcio combinam-se com a calmodulina; 2) Calmodulina-cálcio ativam a miosina- quinase; 3) Fosforilação da cabeça da miosina; 4) Ligação da cabeça da miosina com o filamento de actina; 5) Término da contração com a diminuição da concentração Ca2+ e ativação da miosina fosfatase. Acetilcolina; Norepinefrina. Substâncias transmissoras excitatórias e inibitórias: 17. Musculo liso Controle neural e hormonal da contração Potenciais de ação 98 Propriedade auto-ritmicidade do músculo liso visceral Capacidade do músculo gerar seu próprio potencial de ação sem ajuda de influências externas. Ocorre a partir de movimentos ondulatórios lentos realizados pela própria membrana. Essas ondas lentas vão aos poucos aumentando sua frequência até alcançar o seu limiar onde será gerado o PA e consequentemente a contração Falta de O2; Excesso de CO2; Maior concentração de H+; Adenosina, ácido lático, íons de potássio e etc. Parto. Fatores teciduais locais: Hormônios: Norepinefrina, epinefrina, acetilcolina, angiotensina... Efeitos de fatores teciduais locais e hormônios para causar a contração do músculo liso sem potenciais de ação 99 100
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