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4 Ritos processuais penais

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Ritos processuais penais
Apresentação
O processo legal é um dos mais importantes pilares de aplicação do direito, uma vez que estabelece 
uma sequência lógica de atos processuais com a finalidade de materializar na realidade a aplicação 
do direito. Em relação ao Direito Penal, as normas processuais são especialmente relevantes na 
garantia da validade da persecução penal, bem como na garantia dos direitos fundamentais.
Em matéria processual, em geral, existem diferentes procedimentos com características próprias, 
levando em conta diversos fatores, o que também ocorre em relação ao processo penal. Neste, os 
fatores de definição do delito ao caso concreto são: a natureza do delito; a gravidade do delito; e a 
qualidade de agente. Os procedimentos previstos em lei diferenciam-se entre si pelos atos 
processuais realizados, e por sua ordem, os quais devem ser estritamente observados para a 
validade da persecução penal.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai ver que as normas processuais penais estabelecem 
diferentes procedimentos e ritos, que podem alterar tanto os atos processuais realizados como a 
sua ordem. Por isso, saber reconhecê-los é essencial para a atuação profissional. Dessa maneira, 
você vai conhecer mais detalhes sobre os procedimentos penais, sua classificação e características.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Descrever a sequência de atos comuns a todos os procedimentos.•
Diferenciar o procedimento comum ordinário do procedimento sumário.•
Apontar as características dos procedimentos no Juizado Especial Criminal.•
Desafio
Os Juizados Especiais Criminais foram criados como um modo de dar celeridade à justiça, 
“desafogando” os órgãos jurisdicionais notadamente sobrecarregados no Brasil. Os Juizados 
Especiais Criminais têm um rito mais célere, marcado pela oralidade e pela busca de conciliação por 
meio de medidas consideradas “despenalizadoras”.
Frente a isso, imagine o seguinte caso:
Imagine que você é advogado e foi contratado por Clara para atuar em sua defesa. A partir dos 
fatos narrados, o que você deve fazer, levando em consideração que sua cliente sustenta que não 
foi a autora do suposto delito?
Infográfico
O CPP estabelece, no art. 394, § 4o, que algumas disposições relativas ao procedimento comum 
são aplicáveis a todos os outros procedimentos penais, inclusive àqueles não disciplinados por esse 
Código. Essas normas são importantes e, inclusive, existem hipóteses que podem encerrar o 
processo penal sem que haja o recebimento da peça acusatória.
Veja, neste Infográfico, as causas de rejeição da denúncia ou queixa e as causas que permitem a 
absolvição sumária, bem como as consequências jurídicas de cada ato e as formas de impugná-los.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/6c3c2660-98a5-4ba2-b84c-89451cd3c300/10e462f6-71d2-414e-a654-ba02f76d6913.jpg
Conteúdo do livro
Os procedimentos do processo penal se subdividem em comum e especial. Cada uma dessas 
espécies tem subdivisões: o procedimento comum comporta os ritos ordinário, sumário e 
sumaríssimo; os procedimentos especiais são definidos a partir de diferentes critérios.
É importante saber reconhecer os diferentes ritos e procedimentos processuais, pois geram 
consequências diretas na atuação profissional, nos atos processuais a serem realizados, nas peças 
processuais adequadas a cada etapa, nos prazos, dentre outros.
No capítulo Procedimentos, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer os 
procedimentos do processo penal. Para tanto, irá compreender a diferença entre processo e 
procedimento. Também vai reconhecer quais são os atos comuns a todos os procedimentos e 
conhecer os principais ritos processuais comum e especiais, previstos na legislação nacional.
Boa leitura.
PRÁTICA PENAL 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Descrever a sequência de atos comuns a todos os procedimentos.
 > Diferenciar procedimento comum ordinário do procedimento sumário.
 > Apontar as características dos procedimentos no Juizado Especial Criminal.
Introdução
O processo processual penal tem como finalidade a persecução penal, garantindo 
os direitos e as garantias fundamentais do acusado. Um processo envolve diversos 
atos ou procedimentos cadenciados, evolutivos e progressivos, de modo que os 
atos realizados não precisam ser refeitos ou corrigidos. Os atos realizados em um 
processo estão relacionados ao procedimento adotado, isto é, ao procedimento 
legal previsto que indica a ordem dos atos, bem como a quais podem ser realizados 
de acordo com diferentes fatores.
Neste capítulo, você vai conhecer os procedimentos processuais penais. 
A princípio, vai ver diversos procedimentos e alguns dos atos comuns a todos 
eles. Além disso, vai estudar a diferença entre procedimento ordinário e sumário, 
ambos subespécies do procedimento comum, e a diferença entre procedimento 
comum e ordinário. Por fim, vai conhecer o procedimento sumaríssimo, adotado 
pelo Juizado Especial Criminal.
Atos comuns a todos os procedimentos
O processo penal é essencial para a validade da imposição de pena pelo 
Estado. O processo é um conjunto de atos e situações processuais que ob-
jetivam cumprir a sua função, cujo objeto é uma pretensão acusatória ou a 
Ritos processuais 
penais
Gabriel Bonesi Ferreira
satisfação jurídica das pretensões e resistências (LOPES JUNIOR, 2020). Antes 
de se reconhecer os atos que compõem o processo, é necessário compreender 
a diferença entre processo e procedimento.
A diferenciação entre processo e procedimento ocorre em relação a todos 
os tipos de processo do direito, ressalvando que os objetivos do processo são 
distintos em cada ramo de direito, bem como os procedimentos necessários 
para o seu início e fim. Segundo Lima (2020, p. 1391), o processo consiste “[...] 
na combinação de atos tendentes a uma finalidade conclusiva”, em um sentido 
amplo, e no “[...] instrumento por meio do qual o Estado exerce a jurisdição, o 
autor o direito de ação e o acusado o direito de defesa” (LIMA, 2020, p. 1391), 
em um sentido estrito. Por outro lado, o procedimento é o modo pelo qual 
os diversos atos se relacionam na série constitutiva do processo, represen-
tado o modo do processo em juízo (LIMA, 2020). Em resumo, o processo é um 
instrumento por meio do qual ocorre a prestação jurisdicional pelo Estado, 
enquanto o procedimento é o caminho, é como os atos processuais devem 
ser cumpridos e qual rito deve-se seguir.
Assim, o processo compreende diversos atos que se desenvolvem e se 
orientam progressivamente em uma sequência de atos. Portanto, é possível 
afirmar que o procedimento descreve os movimentos do processo e serve 
como uma expressão que indica a sua unidade (LIMA, 2020). Existem diversos 
procedimentos no processo penal que podem ser descritos, basicamente, 
como procedimentos comuns, com a subdivisão entre ordinário, sumário e 
sumaríssimo, e procedimentos especiais, com ritos distintos em razão da 
natureza do delito e da qualidade do agente. Lima (2020) destaca que todos 
os procedimentos têm quatro fases distintas; veja a seguir.
1. Postulatória: consiste na apresentação da acusação pelo Ministério 
Público ou querelante, bem como nos atos de reação defensiva do 
acusado, a exemplo da defesa preliminar e outros atos, em que a defesa 
é ouvida antes do recebimento da peça acusatória.
2. Instrutória: fase de produção de provas.
3. Decisória: fase em que as partes se manifestam sobre as provas pro-
duzidas na fase instrutória, culminando com a sentença proferida em 
primeira instância.
4. Recursal: fase em que as partes impugnam a decisão judicial proferida 
na(s) instância(s) anterior(es).
Procedimentos2
Essas fases resumem os procedimentos do processo penal, mas desen-
volvem-se de modo distinto a depender do procedimento (rito) ao qual estão 
sujeitas. O Código de ProcessoPenal (CPP) (BRASIL, 1941) estabelece ainda, 
no art. 394, § 4º, que algumas disposições do procedimento comum, contidas 
em seus artigos 395 a 398 (vale ressaltar que o art. 398 do CPP foi revogado 
pela Lei nº 11.719/2008) se aplicam a todos os processos, independentemente 
de os procedimentos estarem ou não regulados pelo CPP. Esses dispositivos 
serão analisados a seguir.
A ação penal se inicia com o recebimento da denúncia ou da queixa. Apre-
sentada a denúncia ou queixa, ela pode ser rejeitada de ofício pelo juízo 
(art. 395, CPP) (BRASIL, 1941), quando verificada uma das hipóteses a seguir.
 � Quando for manifestamente inepta (art. 395, I CPP) (BRASIL, 1941). Esse 
dispositivo deve ser lido em conjunto com o art. 41 do CPP (BRASIL, 1941), 
que estabelece os elementos que a denúncia ou queixa devem possuir: 
exposição do fato criminoso com suas circunstâncias, qualificação 
do acusado ou esclarecimentos pelos quais se possa identificá-lo, 
classificação do crime e, se necessário, o rol de testemunhas.
 � Quando faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da 
ação penal (art. 395, do CPP) (BRASIL, 1941). Quando há inexistência de 
algum dos pressupostos de existência da ação. São três pressupostos, 
segundo Lima (2020): uma demanda vinculada pela peça acusatória, 
isto é, a pretensão punitiva pressupõe a existência de uma denúncia 
ou queixa apresentada perante o Poder Judiciário; o órgão investido 
de jurisdição, ou seja, a existência de um órgão jurisdicional no qual 
o processo se origina e se desenvolve; e a presença de partes que 
possam estar em juízo, isto é, o processo pressupõe a existência de 
partes dotadas de capacidade processual. As condições da ação são, 
segundo Lopes Junior (2020): a prática de fato aparentemente crimi-
noso, a punibilidade concreta, a punibilidade concreta baseada nos 
fatos e provas descritas, a legitimidade das partes, tanto daquele que 
apresenta a acusação quanto do polo passivo.
 � Faltar justa causa para o exercício da ação penal (art. 395, III CPP) 
(BRASIL, 1941). Trata-se de um requisito ligado ao anterior. A justa 
causa é a existência de indícios mínimos de autoria e materialidade. 
É considerada por Lima (2020) uma condição que objetiva a proteção 
contra o uso abusivo do direito de acusar.
Procedimentos 3
A decisão de rejeição liminar da peça acusatória não faz coisa julgada 
material, mas apenas formal (LOPES JUNIOR, 2020). Desse modo, diante dela 
é cabível o oferecimento de nova denúncia ou queixa, suprindo os elementos 
que tornaram a denúncia ou queixa inepta (inciso I), o pressuposto processual 
e a condição da ação ou justa causa (incisos II e III). Nesses casos, é possível 
que se fique diante até mesmo de uma nova relação processual. Contra 
essa decisão de rejeição, cabe recurso em sentido estrito (art. 581, I do CPP) 
(BRASIL, 1941).
Contra a decisão que recebe a denúncia ou queixa, não cabe recurso algum. 
Lopes Junior (2020) afirma que a ausência de recursos é uma grave lacuna 
legal por desconsiderar a lesividade do recebimento da acusação, o que gera 
outros efeitos negativos, como estigmatização do acusado, constrangimento, 
angústia etc. Por esse motivo, na falta de previsão legal, contra a decisão 
que recebe a denúncia é cabível habeas corpus nas hipóteses legais, um 
instrumento de cognição sumária e não propriamente um recurso, se faltar 
justa causa ou estiverem ausentes quaisquer condições da ação (art. 648, 
CPP) (BRASIL, 1941).
Caso não ocorra a rejeição liminar, a denúncia ou queixa será recebida, 
devendo o juízo ordenar a citação do acusado para responder à causação no 
prazo de dez dias, contados da efetiva citação e não da juntada aos autos do 
mandato (art. 396, CPP) (BRASIL, 1941). Se a citação ocorrer por edital, o prazo 
para a defesa começa a fluir a partir do comparecimento pessoal do acusado 
ou do defensor constituído (art. 396, parágrafo único, CPP) (BRASIL, 1941). Caso o 
acusado deixar de apresentar defesa, o magistrado deve nomear um defensor 
para tanto (art. 396-A, § 2º, CPP) (BRASIL, 1941). Na defesa, podem ser arguidas 
preliminares e alegar tudo que for de interesse da defesa, apresentando desde 
logo documentos, justificações e especificação de provas pretendidas, além 
da apresentação de rol de testemunhas devidamente qualificadas e com 
pedido de intimação, se necessário (art. 396-A, CPP) (BRASIL, 1941).
Após recebida a denúncia ou queixa e apresentada a defesa, o juízo pode 
absolver o réu sumariamente, conforme as hipóteses previstas nos incisos 
do art. 397 do CPP (BRASIL, 1941). Veja a seguir.
 � A existência manifesta de causa excludente da ilicitude do fato. O juiz 
deve absolver o acusado quando verificar a existência de excludente 
de ilicitude gerais: estado de necessidade, legítima defesa, estrito 
cumprimento do dever legal e no exercício regular de um direito, bem 
como nas causas de ilicitude previstas na Parte Especial do Código 
Penal e nas causas supralegais de exclusão de ilicitude (LIMA, 2020).
Procedimentos4
 � A existência manifesta de causa excludente da culpabilidade do agente, 
salvo inimputabilidade. Lima (2020) cita os seguintes exemplos: coa-
ção moral irresistível, obediência hierarquiza e a inexigibilidade de 
conduta diversa.
 � O fato narrado evidentemente não constitui crime. O acusado deve ser 
sumariamente absolvido quando se reconhece a atipicidade formal ou 
material da conduta.
 � Extinta a punibilidade do agente. É quando são configuradas causas 
de extinção de punibilidade, como a morte do agente, a prescrição, a 
decadência etc. Lima (2020) e Lopes Junior (2020) concordam que esse 
dispositivo comete um equívoco, uma vez que a declaração de extinção 
da punibilidade não é propriamente uma decisão de absolvição, pois 
não se analisa a culpa ou a inocência. Trata-se de uma decisão decla-
ratória, reconhecendo que o Estado não tem mais a possibilidade de 
aplicar a sanção penal. Para Lima (2020), essa disposição é, inclusive, 
desnecessária, pois o art. 61 do CPP (BRASIL, 1941) já prevê que o juiz 
deve declarar a extinção de punibilidade de ofício quando a reconhecer 
em qualquer fase do processo.
Segundo Lima (2020), a absolvição sumária exige um juízo de certeza, 
ainda que em sede de análise sumária. Isto é, se houverem indícios, ainda 
que não plenamente comprovados, do crime, de sua autoria e da ausência 
de excludentes de ilicitude, culpabilidade ou punibilidade, o processo deve 
seguir seu curso. O não reconhecimento de uma causa de absolvição nessa 
fase processual não impede o seu reconhecimento em sentença, visto que 
a decisão é sumária, mas não exauriente. A decisão de absolvição sumária, 
ao contrário da de rejeição da peça acusatória (art. 395, CPP) (BRASIL, 1941), 
faz coisa julgada formal e material, pois o magistrado analisa o mérito da 
demanda para proferir sua decisão.
Lima (2020) e Lopes Junior (2020) concordam que, contra a decisão que 
absolve sumariamente o acusado, cabe a interposição de recurso de apelação, 
exceto na hipótese de “absolvição” por extinção de punibilidade (art. 397, 
IV, CPP) (BRASIL, 1941), contra a qual cabe recurso em sentido estrito, com 
fundamento no art. 581, VIII, CPP (BRASIL, 1941), tendo em vista que a decisão 
tem natureza declaratória. Caso o juízo não acolha o pedido da defesa de 
absolvição sumária, cabe a impetração de habeas corpus se houver risco à 
liberdade de locomoção ou mandado de segurança. Nas demais hipóteses, 
ambos objetivam o trancamento do processo penal (LIMA, 2020). Porém, a 
jurisprudência consolidou-se no sentido de que o trancamento da ação penal 
Procedimentos 5
deve ocorrer apenas em caráter excepcional quando verificada alguma das 
seguintes hipóteses: “[...] a) manifesta atipicidade formal ou material da 
conduta delituosa; b) presença de causa extintiva da punibilidade; c) ausência 
de pressupostos processuais ou de condições da ação penal; d) ausência de 
justa causa para o exercício da ação penal” (LIMA, 2020, p. 1427).
Procedimento comume especial
Os procedimentos penais são variados, sendo utilizados três critérios para sua 
definição: a gravidade do crime, analisada objetivamente pela quantidade de 
pena que pode ser imposta ao acusado, a natureza do delito relacionado ao 
bem jurídico tutelado e a qualidade do agente (LOPES JUNIOR, 2020). Para se 
reconhecer os ritos processuais e as suas diferenças, é necessário analisar 
suas características. Veja a seguir.
Procedimento comum
O procedimento comum é subdivido em três: ordinário, quando a pena máxima 
cominada for igual ou superior a quatro anos, sumário, quando a pena máxima 
cominada for inferior a quatro anos e superior a dois anos, e sumaríssimo para 
os crimes de menor potencial ofensivo, aqueles com penas máximas iguais 
ou inferiores a dois anos, rito disciplinado pela Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995).
Procedimento comum ordinário
O procedimento ordinário está disciplinado nos artigos 395 a 405 do CPP (BRA-
SIL, 1941). Suas disposições aplicam-se a todos os processos, salvo disposição 
em contrário (art. 394, § 2º, CPP) (BRASIL, 1941). O procedimento comum tem 
os seguintes atos (LIMA, 2020; LOPES JUNIOR, 2020; NUCCI, 2016).
Denúncia ou queixa: o processo penal se inicia com a apresentação da denúncia 
ou queixa, por iniciativa pública ou privada, conforme o crime.
Rejeição liminar na acusação: o art. 41 do CPP (BRASIL, 1941) estabelece os 
requisitos da acusação. Caso não observados, o juiz poderá rejeitar limi-
narmente a acusação (art. 395, CPP) (BRASIL, 1941). A decisão que rejeita a 
acusação faz coisa julgada formal e não material. Contra ela, cabe recurso em 
sentido estrito pela acusação ou habeas copus pela defesa nos casos legais.
Procedimentos6
Resposta à acusação: se recebida a acusação, o juiz deve ordenar a citação do 
acusado para apresentar resposta, por escrito, no prazo de 10 dias (art. 396, 
CPP) (BRASIL, 1941). Trata-se de uma defesa obrigatória, na qual o acusado 
pode apresentar provas, arrolar testemunhas e aduzir suas razões. Se não 
apresentada, o juiz deve nomear um defensor ao acusado. Nesse mesmo prazo, 
devem ser opostas eventuais exceções previstas no art. 95 do CPP (BRASIL, 1941).
Absolvição sumária: após apresentada a defesa, o juiz pode absolver sumaria-
mente o réu (art. 397, CPP) (BRASIL, 1941). Contra essa decisão, cabe apelação 
ou recurso em sentido estrito da acusação. Se rejeitado o pedido de absolvição 
sumária, o acusado pode impetrar habeas corpus ou mandado de segurança 
de acordo com a hipótese legal, visando a trancar o processo penal.
Audiência de instrução e julgamento: se não houver rejeição ou absolvição 
sumária, deve ser realizada audiência de instrução e julgamento, a ser marcada 
no prazo de 60 dias. Contudo, o descumprimento desse prazo não importa em 
qualquer tipo de sanção. Na audiência, são coletadas as provas testemunhal, 
pericial ou documental. Ouve-se a vítima, as testemunhas arroladas pela 
acusação e defesa, os eventuais esclarecimentos dos peritos, a realização de 
acareações, o reconhecimento de pessoas e coisas e, por fim, o interrogatório. 
São permitidas as outivas de oito testemunhas de cada parte, não sendo 
computadas as informantes e referidas.
O CPP (BRASIL, 1941) aglutina todos os atos em uma audiência, mas nem 
sempre isso é possível, em razão da complexidade dos casos, da quantidade 
de testemunhas, da necessidade de diligências etc. Ao fim da instrução pro-
cessual, será dado o tempo de 20 minutos, prorrogável por mais 10, para a 
acusação e a defesa apresentarem suas alegações finais. Poderá ser concedido 
o prazo de cinco dias sucessivos para a apresentação das alegações escritas 
(memoriais) de ofício ou a pedido das partes, em razão da complexidade 
do caso, do número de causados ou se ordenada diligência considerada 
imprescindível após a prova oral (art. 404, CPP) (BRASIL, 1941). Se designada 
diligência após a oitiva das testemunhas e do acusado, não haverá debate 
oral, ficando a apresentação das alegações finais para momento posterior 
à realização da diligência (art. 404, § único, CPP) (BRASIL, 1941).
A acusação deve apresentar as suas alegações finais primeiro. Lopes Junior 
(2020) ressalta que as alegações finais são importantes às partes, pois elas 
realizam uma minuciosa análise do material probatório produzido. A defesa 
Procedimentos 7
pode arguir questões preliminares e de mérito, devendo, ao final, realizar os 
seus respectivos pedidos. Ao final do prazo das razões finais, o juiz deverá 
proferir sentença no prazo de dez dias (art. 404, § único, CPP) (BRASIL, 1941).
Procedimento sumário
O procedimento sumário é um rito processual pouco utilizado. É usado quando 
não for hipótese de utilização do rito ordinário, sumaríssimo ou ritos especiais. 
O procedimento sumário é muito similar ao procedimento ordinário em relação 
a todas as suas fases, tendo apenas as seguintes distinções (BRASIL, 1941):
 � número de testemunhas: podem ser inquiridas até cinco testemunhas 
arroladas por cada parte (art. 532, CPP). No rito ordinário, são oito.
 � prazo para realização de audiência: a audiência deve ser realizada 
no prazo máximo de 30 dias (art. 532, CPP). No rito ordinário, são 60.
Procedimentos especiais
De acordo com Lopes Junior (2020), Nucci (2016) e Lima (2020), os procedimentos 
especiais são para: crimes de responsabilidade de funcionários públicos (art. 513 
a 518, CPP) (BRASIL, 1941), crimes contra honra (arts. 519 a 523, CPP) (BRASIL, 1941), 
crimes contra a propriedade imaterial (arts. 524 a 530-I do CPP e Lei nº 9.279/96) 
(BRASIL, 1941; BRASIL, 1996), procedimento especial do júri (arts. 406 a 497 do 
CPP) (BRASIL, 1941), destinado a julgar os crimes dolosos contra a vida, crimes 
falimentares (Lei nº 11.101/2005) (BRASIL, 2005), crimes previstos na Lei de Tóxicos 
(Lei nº 11.343/2006) (BRASIL, 2006), crimes eleitorais (Lei nº 4.737/65) (BRASIL, 
1965) e crimes de lavagem de dinheiro (rito ordinário e procedimentos da Lei nº 
9.613/1998) (BRASIL, 1998). A seguir, vamos analisar o procedimento especial do 
júri, que tem o procedimento mais complexo e com mais fases em relação a todos 
os outros procedimentos penais (LIMA, 2020; LOPES JUNIOR, 2020; NUCCI, 2016).
Procedimento especial do júri
O procedimento especial do júri é um dos ritos com mais fases e procedimen-
tos. Ele costuma ser subdividido em duas ou três fases. Veja a seguir cada 
uma delas em mais detalhes.
A primeira fase, acusação e instrução preliminar, é formada pelas etapas 
a seguir (BRASIL, 1941).
Procedimentos8
Recebimento da denúncia ou queixa: apresentada a denúncia ou queixa, 
que já deve conter o rol de testemunhas (com a indicação de até oito), será 
determinada a citação do réu para responder à acusação (art. 406, CPP).
Defesa prévia: a defesa pode conter preliminares e toda matéria importante à 
defesa, bem como apresentar documentos e justificações, além de especificar 
a prova e apresentar rol de testemunhas de até oito (art. 406, § 3ª, CPP). A 
falta de apresentação da defesa implica na nomeação de defensor dativo.
Oitiva do Ministério Público (MP): o MP deve ser ouvido sobre as preliminares 
eventualmente apresentadas no prazo de cinco dias (art. 409, CPP).
Audiência de instrução e julgamento: audiência única, devendo ser ouvidos, 
nesta ordem: o ofendido, as testemunhas de acusação e defesa e o escla-
recimento de peritos, se for o caso. Pode ser determinada a realização de 
acareações e o reconhecimento de pessoas e coisas. Em seguida, interroga-se 
o réu (art. 411, CPP).
Debates orais: alegações finais da acusação e defesa no tempo de 20 minutos 
cada, prorrogáveis por mais 10. Se houver assistente de causação, a ele será 
deferido o prazo de 10 minutos e mais 10 para a defesa (art. 411, §§ 4º e 6º, CPP).
Sentença: a sentença deve ser proferida em audiência ou no prazo de dez 
dias (art. 411, § 9º, CPP). Todo o procedimento deve ser concluído em 90 dias 
(art. 412, CPP).
Resultados possíveis: pronúncia (acusação admissível, remessa do caso ao 
Tribunal doJuri — art. 413, CPP), impronúncia (acusação inadmissível, extinção 
do processo — art. 414, CPP), absolvição sumária (absolve o réu — art. 415, I 
a IV, CPP), desclassificação (decide que o Tribunal do Juri não é competente, 
determinando a remessa dos autos à vara competente).
A segunda fase, preparação do plenário (caso haja pronúncia), é composta 
pelas etapas a seguir (BRASIL, 1941).
 � Intimação do MP ou querelante e do defensor para apresentar teste-
munhas a depor em plenário até o máximo de cinco para cada parte 
(art. 422, CPP).
 � Deliberação sobre requerimentos de provas a serem produzidas ou 
exibidas em plenário, além de serem ordenadas diligências necessárias 
(art. 423, caput e inciso I, CPP).
Procedimentos 9
 � Elaboração, por escrito, do relatório do processo para inclusão em 
pauta (art. 423, II, CPP), para a designação da data de julgamento.
A terceira fase, juízo da causa, é composta pelas seguintes etapas (BRASIL, 
1941).
 � Instalação do Tribunal do Juri, composto por um juiz togado como seu 
presidente e outros 25 jurados, com a presença de no mínimo 15 para 
o início dos trabalhos (art. 455 c/c 463, CPP).
 � Verificação de comparecimento das partes (art. 455 a 457).
 � Colocação das testemunhas de acusação e defesa em salas próprias, 
devendo permanecer incomunicáveis (art. 460, CPP).
 � Jurados são advertidos pelo juiz sobre as causas de impedimento e 
suspeição e sobre o dever de incomunicabilidade, uma vez sorteados 
(art. 466, CPP).
 � Formação do Conselho de Sentença por sete jurados, podendo as partes 
apresentar até três recusas imotivadas (art. 467 e 468, CPP). Em seguida, 
deve ser realizado o juramento solene, com todos em pé (art. 472, CPP).
 � Em audiência, realizam-se os seguintes atos e na seguinte ordem: 
ouve-se o ofendido, ouve-se as testemunhas da acusação, ouve-se 
as testemunhas da defesa, realizam-se as acareações, realizam-se 
o reconhecimento de pessoas e coisas, ouve-se esclarecimentos de 
peritos (se querido pelas partes ou pelos jurados); faz-se a leitura de 
peças que se refiram a provas colhidas por carte precatória e provas 
cautelares, antecipadas e não repetíveis. Por fim, faz-se o interrogatório 
do réu, se presente, podendo ser perguntado pelas partes e pelos 
jurados por meio do juiz presidente (arts. 473 e 474, CPP).
 � Começam os debates. A palavra é dada à acusação e depois à defesa. 
Acontece a possibilidade de réplica à acusação para nova manifestação, 
com posterior tréplica pela defesa (art. 477, CPP).
 � Após os debates, o juiz indaga se os jurados estão habilitados a julgar 
ou se precisam de esclarecimentos. Prestados eventuais esclarecimen-
tos, os quesitos são lidos e explicados em plenários, indagando-se às 
partes se têm algum requerimento ou reclamação a fazer (art. 480, CPP).
 � O juiz, os jurados, o MP, o assistente, o querelante, o defensor do causado, o 
escrivão e o oficial de justiça são reunidos em sala especial (art. 485, CPP).
 � Os quesitos são votados por maioria, cessando a contagem quando for 
atingido quatro votos favoráveis a uma tese em julgamento (art. 486, CPP).
Procedimentos10
 � Depois, com base na decisão dos jurados, o juiz profere a sentença 
que será lida e publicada em plenário com a posterior elaboração da 
ata (art. 492 e 495, CPP).
Na próxima seção, vamos estudar o procedimento do Juizado Especial 
Criminal.
Procedimento do Juizado Especial Criminal
A criação dos Juizados Especiais Criminais se fundamenta no art. 98, I, da 
Constituição Federal (BRASIL, [2016]). Os Juizados foram criados pela Lei 
nº 9.099/95 (BRASIL, 1995), objetivando, em matéria penal, dar celeridade 
a julgamentos, e garantindo a efetividade da justiça aos crimes de menor 
potencial ofensivo. Os autores do tema geralmente ressaltam que uma das 
grandes inovações dos Juizados Especiais Criminais foi a introdução, no 
processo penal brasileiro, da jurisdição consensual.
Lima (2020) ressalta que antes dos Juizados, a única forma de aplicação 
do direito penal era por meio do processo contencioso, que passou a ceder 
lugar à possibilidade de se criar uma jurisdição de consenso, com base na 
reparação dos danos sofridos pela vítima e na aplicação de pena não privativa 
de liberdade, buscando, o quanto possível, evitar a instauração de um processo 
penal. Lima (2020) destaca algumas medidas denominadas “despenalizadoras”, 
por meio das quais o consenso entre as partes pode evitar a instauração do 
processo ou, ao menos, impedir seu prosseguimento. Veja a seguir.
 � Composição por danos cíveis (art. 74, § único, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 
1995): permite que se reparem eventuais danos cíveis causados pela 
conduta de uma das partes, mediante acordo entre elas, o que acarreta 
a extinção da punibilidade.
 � Transação penal (art. 76, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995): permite a 
assunção de culpa pelo acusado com cumprimento de pena restritiva 
de direitos ou multa, evitando a instauração do processo. Lopes Junior 
(2020) destaca que a transação penal é um direito subjetivo do réu e 
que a discricionaridade do MP se refere à pena proposta na transação.
 � Crimes de lesões corporais leves ou culposa (art. 88, Lei nº 9.099/95) 
(BRASIL, 1995): o não oferecimento de representação pela vítima por 
esses crimes no prazo de 6 meses, a contar do conhecimento da autoria, 
acarreta a decadência e extinção da punibilidade.
Procedimentos 11
 � Suspensão condicional do processo (art. 88, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995): 
recebida a denúncia, o juiz pode determinar a suspensão do processo por 
um período mediante a imposição de algumas condições ao acusado. Esse 
período é denominado período de prova. Se as condições forem cumpridas, 
ocasionarão a extinção da punibilidade, que será declarada pelo juiz.
 � Termo circunstanciado (art. 69, § único, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995): 
trata-se de uma medida descarcerizadora, na qual o autor do fato se 
compromete a comparecer ao Juizado mediante a lavratura de termo 
circunstanciado, não se impondo prisão em flagrante ou fiança.
É necessário ressaltar que a competência do Juizados Especiais Criminais 
está adstrita aos crimes de menor potencial ofensivo: contravenções penais 
e crimes cuja pena máxima não seja superior a dois anos, como definido no 
art. 61 da Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995).
Além do critério de crimes de menor potencial ofensivo, existem 
outros para fixar a competência dos Juizados Especiais. Lima (2020) 
explica que os acusados com foro por prerrogativa de função não se submetem 
ao Juizado Especial Criminal. Os crimes previstos pelo Estatuto do Idoso (Lei nº 
10.741/2003) (BRASIL, 2003) estão sujeitos às normas do Juizado quando a pena 
máxima for inferior a dois anos. Caso a pena seja superior a dois e inferior a 
quatro, serão aplicáveis apenas as normas procedimentais dos Juizados, mas 
não seus institutos despenalizadores. Aos crimes eleitorais, aplica-se o rito 
especial previsto no Código Eleitoral (BRASIL, 1965), não sendo submetido à 
Lei de Juizados, mas à Justiça eleitoral, apesar de atualmente ser admissível 
à aplicação de alguns de seus institutos. Os casos de violência doméstica e 
familiar contra a mulher não estão submetidos à Lei dos Juizados. A Lei dos 
Juizados não se aplica ao âmbito da Justiça Militar.
Em vista desses pressupostos, é importante analisar as fases do rito 
sumaríssimo dos Juizados Especiais Criminais.
Primeira fase: preliminar dos Juizados
A fase preliminar é essencial no rito sumaríssimo. É nela que se busca o esgo-
tamento dos mecanismos que levam ao consenso à composição. A audiência 
preliminar ocorrerá com o comparecimento do autor do fato e da vítima, não 
sendo possível a sua designação imediata. Será designada nova data, da 
qual ambos sairão cientes. Nessa audiência, caberá ao juiz esclarecer sobre 
a possibilidade de composição, mediante a reparação de danos civis e da 
aceitação imediata da pena.
Procedimentos12
Essa fase é chamada de preliminar porque antecede o procedimento su-
maríssimo, quedependerá do que for decidido nela (LIMA, 2020). A conciliação 
nessa fase tem a natureza de composição, quando se trata de reparação de 
danos de natureza civil e de transação penal, por meio da qual é realizado 
um acordo entre o MP e o suposto autor. Então é proposta uma pena não 
privativa de liberdade, dispensado o agente de eventual risco de reclusão 
ou detenção ao final do processo. Uma conciliação pode envolver as duas 
formas, tendo em vista o fato delituoso e os eventuais danos causados.
Se não for obtida composição para os danos cíveis, será dado ao ofendido 
a oportunidade de exercer seu direito mediante a representação verbal, que 
será reduzida a termo na própria audiência (art. 75, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 
1995). O não oferecimento da representação em audiência não implica em 
decadência do direito, que poderá ser exercido no prazo legal (art. 75, § único, 
Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995).
Segunda fase: denúncia ou queixa
Antes do oferecimento da denúncia e após a tentativa de conciliação, o MP ou 
o querelante podem requer o encaminhamento dos autos ao juízo comum, caso 
a complexidade do caso ou as circunstâncias não permitam o oferecimento 
da denúncia (art. 77, §§ 2º e 3º, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995).
Se não houver composição dos danos civis ou transação penal por qual-
quer motivo (ausência do autor do fato delituosos, não preenchimento dos 
requisitos objetivos e subjetivos ou não aceitação da proposta), se iniciará 
a fase judicial, que seguirá o rito previsto na Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995; 
LIMA, 2020). Nessa hipótese, o MP oferecerá a denúncia de forma oral, que 
será reduzida a termo, devendo ser observados os requisitos elencados no 
art. 41 do CPP (BRASIL, 1941) e um rol de até cinco testemunhas. A denúncia 
ou queixa conterá, ainda, o endereçamento da peça acusatória, as razões de 
convicção ou presunção da delinquência e a subscrição da peça pelo MP ou 
do querelante, bem como a apresentação de procuração e o recolhimento 
das custas processuais, se for o caso.
Outra inovação trazida pela Lei nº 9.099/95 é a suspensão condicional do 
processo, aplicável aos crimes abrangidos pelo Juizado Especial Criminal ou 
não (art. 89, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995). A suspensão condicional poderá 
ser apresentada junto com a denúncia, desde que presentes os seguintes 
requisitos: pena mínima cominada igual ou inferior a um ano, que o delito 
seja de competência do Juizado Especial Criminal ou não, que o acusado não 
esteja sendo processado criminalmente e que não seja reincidente, além do 
Procedimentos 13
preenchimento dos demais requisitos do art. 77 do CPP (BRASIL, 1941), como 
explica Lopes Junior (2020). A proposta poderá ser aceita pelo acusado, que 
será submetido a um período de prova, devendo cumprir algumas condições 
impostas pelo juiz, como reparação do dano, proibição de frequentar certos 
lugares, proibição de ausentar-se da comarca onde reside sem autorização 
judicial, comparecimento pessoal e obrigatório mensalmente ao juízo para 
informar e justificar as suas atividades, além de outras condições adequa-
das ao caso concreto (art. 89, §§ 1ª e 2º, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995). Se a 
suspensão não for aceita, o processo tramitará normalmente.
Em seguida, a cópia da denúncia ou queixa será entregue ao acusado, 
já sendo designada audiência de instrução, e todos os presentes já sairão 
cientes da audiência preliminar, e o acusado será considerado citado. Se 
o acusado não estiver presente na audiência preliminar, deverá ser citado 
sobre a ação penal, informando-lhe a data da audiência de instrução e jul-
gamento. Ele deve levar suas testemunhas ou requerer suas intimações. Se o 
ofendido não estiver presente, será também intimado da data de realização 
da audiência. Nenhum ato será adiado, inclusive quando imprescindível. O 
Juiz pode requerer a condução coercitiva de quem deveria comparecer (art. 
80, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995).
Terceira fase: audiência de instrução e julgamento
É importante destacar que após aberta a audiência de instrução, é possível 
realizar todos os atos de composição civil e transação penal que eventual-
mente não foram aceitos ou oferecidos anteriormente, desde que preenchidos 
os requisitos legais (art. 79, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995). Existe, portanto, 
a possibilidade de composição e transação penal, que devem ser oferecidas 
durante instrução processual até a sentença, tendo em vista que os princípios 
da Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995) buscam evitar a aplicação de pena privativa 
de liberdade. Se a conciliação for possível, se aplicarão os artigos 72 a 75 da 
Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995), relativos às consequências da conciliação. Na 
audiência de instrução e julgamento poderá, ainda, ser aceita a proposta de 
suspensão condicional do processo.
Contudo, caso não ocorra a conciliação, passa-se à audiência, que concen-
tra grande parte dos atos processuais. O art. 81 da Lei nº 9.099/95 (BRASIL, 1995) 
estabelece que, após aberta a audiência, será dada a palavra ao defensor para 
responder à acusação. Assim, em regra, a defesa é oral e ocorre na própria 
audiência, mas, na prática, como o acusado já tem ciência de sua realização, 
pode-se apresentar aos autos a defesa escrita até o momento que lhe for 
Procedimentos14
concedido o prazo para defesa oral. A defesa escrita é utilizada na prática 
porque, muitas vezes, é necessário um maior aprofundamento nas matérias 
de defesa, alinhando-a a outras provas dos autos ou juntadas anexas a elas.
Após a apresentação da defesa, o juiz analisa o recebimento ou não da 
denúncia ou queixa. Contra a decisão que rejeita a denúncia ou queixa, cabe 
recurso de apelação, que será julgada pelas Turmas Recursais do Juizado 
(art. 82, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995). Se for recebida, passa-se à outiva, 
nesta ordem: da vítima e das testemunhas de acusação e defesa. Por fim, 
interroga-se o acusado, se presente. Após o interrogatório, iniciam-se os 
debates orais, nos quais as partes podem se manifestar.
O que ocorreu na audiência será lavrado tempo assinado pelo juiz e pelas 
partes com um breve resumo dos fatos relevantes. A sentença será proferida 
no termo, dispensando-se o relatório, mencionando os elementos de convicção 
do juiz (art. 81, § 3º, Lei nº 9.099/95) (BRASIL, 1995). A impugnação dessa deci-
são ocorre por meio de apelação dirigida às turmas recursais do Tribunal no 
prazo de dez dias, contados da ciência da decisão, sendo concedido o mesmo 
prazo à parte contrária para a apresentação de suas contrarrazões. Contra a 
sentença, também é possível a interposição de embargos de declaração no 
prazo de cinco dias em caso de omissão, obscuridade ou contradição, o que 
interrompe o prazo para a interposição de recurso.
Referências
BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília: Presidência da República, [2016]. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de 1941. Código de Processo Penal. Rio 
de Janeiro: Presidência da República, 1941. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 4.737, de 15 de julho de 1965. Institui o Código Eleitoral. Brasília: Presi-
dência da República, 1965. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/
l4737compilado.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.099, de 26 de setembro de 1995. Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis 
e Criminais e dá outras providências. Brasília: Presidência da República, 1995. Disponí-
vel em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9099.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.279, de 14 de maio de 1996. Regula os direitos e obrigações relativos à 
propriedade industrial. Brasília: Presidência da República, 1996. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9279.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 9.613,de 3 de março de 1998. Dispõe sobre os crimes de “lavagem” ou 
ocultação de bens, direitos e valores... Brasília: Presidência da República, 1998. Dispo-
nível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9613.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
Procedimentos 15
BRASIL. Lei n. 10.741, de 1 de outubro de 2003. Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá 
outras providências. Brasília: Presidência da República, 2003. Disponível em: http://
www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.741.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 11.101, de 9 de fevereiro de 2005. Regula a recuperação judicial, a extra-
judicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Brasília: Presidência 
da República, 2005. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2005/lei/l11101.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
BRASIL. Lei n. 11.343, de 23 de agosto de 2006. Institui o Sistema Nacional de Políticas 
Públicas sobre Drogas – Sisnad; prescreve medidas para prevenção do uso indevido, 
atenção e reinserção social de usuários e dependentes de drogas... Brasília: Presidência 
da República, 2006. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2004-
2006/2006/lei/l11343.htm. Acesso em: 24 jun. 2021.
LIMA, R. B. Manual de processo penal: volume único. 8. ed. rev., amp. e atual. Salvador: 
JusPodivm, 2020.
LOPES JUNIOR, A. Fundamentos do processo penal. 6. ed. São Paulo: Saraiva Educação, 
2020.
NUCCI, G. S. Manual de processo penal e execução penal. 13. ed. rev., atual. e amp. Rio 
de Janeiro: Forense, 2016. 
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integralidade das informações referidas em tais links.
Procedimentos16
Dica do professor
Os procedimentos processuais penais são variados. Alguns autores os consideram uma “colcha de 
retalhos”, tendo em vista que o CPP prevê procedimentos comuns e especiais, mas outras 
legislações federais, que estabelecem ou não tipos penais, podem estabelecer ritos processuais 
específicos. Assim, é fundamental saber identificar os ritos processuais a partir da quantidade da 
pena, da natureza do crime e da qualidade do agente.
Nesta Dica do Professor, conheça dois importantes ritos processuais especiais.
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Exercícios
1) As normas do direito podem ser divididas entre materiais e processuais, sendo que cada 
qual, a seu modo, desempenha funções essenciais de materialização e aplicação do direito. O 
processo penal também tem os seus fins, seus atos específicos, organizados de um modo 
lógico para que cumpra seus objetivos gerais e específicos.
Sobre o tema do processo penal e dos procedimentos, assinale a alternativa correta:
A) O processo penal é o modo pelo qual os atos processuais são cumpridos.
B) O processo é o instrumento pelo qual ocorre a prestação jurisprudencial.
C) Os processos, independentemente de seu rito, têm quatro fases distintas.
D) O procedimento indica as partições de um processo para se atingir a sua finalidade.
E) O procedimento é um instrumento por meio do qual a prestação jurisdicional é entregue.
2) Os procedimentos do processo penal são variados e estão estabelecidos tanto no CPP, como 
em outras legislações federais, que tratam de situações jurídicas, crimes e procedimentos 
específicos. Porém, o CPP define que alguns procedimentos se aplicam a todos os demais.
Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
A) A inépcia da denúncia ou da queixa leva à absolvição sumária.
B) As causas de rejeição liminar da peça acusatória fazem coisa julgada material e formal.
C) Cabe recurso da decisão que recebe a denúncia ou queixa.
D) Em razão do princípio da inocência, a absolvição sumária não exige um juízo de certeza. 
E) A absolvição sumária faz coisa julgada formal e material.
O processo penal admite diversos tipos de procedimento. Existe uma subdivisão macro: 
procedimento comum; e procedimento especial. Cada um deles tem suas subespécies. Um 
dos mais importantes é o procedimento comum ordinário, pois é aplicável a todos os 
processos, salvo disposição em contrário, inclusive de modo subsidiário, mesmo àqueles que 
têm ritos específicos.
3) 
Sobre esse tema, analise os atos processuais a seguir e assinale a alternativa que descreve a 
ordem correta dos atos no procedimento comum ordinário, do primeiro ao último ato:
I. Rejeição liminar da acusação.
II. Resposta à acusação.
III. Denúncia ou queixa.
IV. Audiência de instrução e julgamento.
V. Absolvição sumária.
A) III – II – I – V – IV.
B) III – I – II – IV – V.
C) III – I – II – V – IV.
D) IV – III – II – I – V.
E) IV – III – I – II – V.
4) O processo penal admite diversos procedimentos especiais, definidos de acordo com a 
quantidade da pena, da natureza do delito ou a qualidade do agente. Dentre os 
procedimentos especiais mais importantes e complexos, está o Procedimento Especial do 
Júri.
Sobre esse procedimento, analise as afirmações a seguir:
I. A apresentação da denúncia ou da queixa ocorre após a Pronúncia, quando se define a 
remessa do caso ao Tribunal do Júri.
II. O instituto da absolvição sumária é possível quando se trata de procedimento especial do 
Júri, podendo ocorrer como resultado da primeira fase, de acusação e instrução preliminar.
III. As testemunhas da acusação e da defesa são ouvidas antes da pronúncia, sendo defesa a 
oitiva de testemunhas no juízo da causa, uma vez que seus depoimentos já foram prestados 
em juízo anteriormente.
Assinale a alternativa que contém a(s) afirmação(ões) correta(s):
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I.
E) II.
5) Os Juizados Especiais Criminais foram criados com fundamento no art.98, I, da CF por meio 
da Lei n.o 9.099/1995. Os juizados especiais costumam ser apontados como importantes 
órgãos jurisdicionais para a efetividade e a celeridade da prestação jurisdicional. Os 
processos penais que tramitam sob o rito sumaríssimo são processados e julgados nos 
Juizados Especiais Criminais.
Sobre esse tema, assinale a alternativa correta.
A) A fase preliminar instaura o processo penal de competência dos Juizados Especiais por meio 
da apresentação da denúncia ou queixa.
B) No rito sumaríssimo, a decisão não recebe a denúncia ou a queixa é impugnável por meio do 
recurso de apelação.
C) Os crimes cuja pena máxima não ultrapassa quatro anos são processados, em regra, pelo rito 
sumaríssimo.
D) A conciliação é cabível na fase preliminar e a defesa na fase de instrução e julgamento, depois 
de oferecida a denúncia ou queixa.
E) Depois de apresentada a denúncia ou queixa, o juiz poderá recebê-la ou não; caso a receba, 
intimará o acusado para apresentar sua defesa.
Na prática
A denúncia torna o acusado réu em um processo penal. Apesar de o réu manter o seu status de 
inocente até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória, não é raro o recebimento da 
denúncia causar danos variados a ele, bem como à sua imagem pública.
Na análise do recebimento da denúncia, o órgão jurisdicional deve verificar o preenchimento dos 
requisitos do art. 41 do CPP. Ante a ausência de recurso específico, a defesa pode impetrar habeas 
corpus para impugnar o recebimento de denúncia que não preencha esses requisitos.
Veja, neste Na Prática, o caso de julgamento de um habeas corpus, impetrado pela defesa de 
acusado, em que se reconheceu a inépcia da denúncia, por falta dos requisitos do art. 41 do CPP, 
determinando o trancamento da ação penal.
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Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Como funciona o processo penal?
Neste link, você terá acesso a uma aula que trata das fases do processo penal. Apesar de não 
analisar cada um dos procedimentos existentes, a aula condensa os principais atos que ocorrem no 
processo penal, em ordem e apresentação gráfica que permitem a compreensão genérica das fases 
de um processo penal.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Recebimento da denúncia deve ser embasado por adequada 
fundamentação
O recebimento da denúncia torna o acusado efetivamente réu em um processo penal. Para evitar a 
abusividade do direito de denunciar, o CPP estabelece a necessidade de justa causa da denúncia ou 
queixa para seu recebimento, que significa a existência de indícios mínimos de autoria e 
materialidade. Neste link, você terá acesso a um artigo que analisa e defende a necessidade de 
fundamentação embasada e concreta aos motivos que justificam o recebimento da peça acusatória.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Transação penal não impede questionamento sobre persecução 
criminal
Neste link, você terá acesso à notícia sobre a decisão do STF, proferida em habeas corpus, que 
reconheceu que a transação penal não impede a discussão sobre a legitimidade da persecução 
penal. No caso em questão, o imputado já discutia a persecução penal quando aceitou a transação 
penal. Por esse e outros motivos, o STF entendeu a possibilidade de discuti-la.
https://www.youtube.com/embed/zg4LoydBIYw
https://www.conjur.com.br/2017-jan-10/tiago-david-recebimento-denuncia-fundamentado
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://www.conjur.com.br/2019-dez-18/transacao-penal-nao-impede-questionamento-persecucao-criminal

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