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EDUCAÇÃO ESPECIAL E CRIANÇAS COM DISTROFIA MUSCULAR PROGRESSIVA NA EDUCAÇÃO INFANTIL1 SPECIAL EDUCATION AND CHILDREN WITH PROGRESSIVE MUSCLE DYSTROPHY IN EARLY CHILDHOOD EDUCATION Aliny Catarinelli de Oliveira2 Cilmara Bortoleto Del Rio Ayache3 Resumo Este trabalho, enformado numa vertente de revisão bibliográfica, aborda a distrofia muscular a qual é a designação coletiva de um grupo de doenças musculares hereditárias, progressiva, sua principal característica é a degeneração da membrana que envolve a célula muscular, levando à sua morte, agredindo a musculatura e causando uma fraqueza que leva à perda da marcha entre as idades de 8 e 12 anos até a morte, geralmente no final da adolescência. Por característica incapacitante e limitações ocasionadas pela doença surgem questionamentos acerca da qualidade de vida destas crianças. Diante disso, esse estudo objetivou compreender a educação especial de crianças com distrofia muscular progressiva na educação infantil. Na busca de conhecer e explicitar, o percurso e problematizar as dificuldades escolar de crianças com Distrofia Muscular Progressiva e seus familiares na contextualização das políticas de Educação Inclusiva. O referencial teórico-metodológico assumido relaciona-se com as pesquisas em história da educação, em particular com a contribuição de autores como Bloch (2001) e Le Goff (1996) para a ampliação da concepção do historiador de documentos e habilidade. Também consideramos o conceito de autoridade de Arendt (2009). A análise das fontes selecionadas possibilitou identificar o estado de vulnerabilidade ao qual os alunos-pacientes acometidos pela distrofia muscular se encontram limitados e revelou a importância da articulação entre educação e saúde no cuidado a esse grupo. Palavras-chave: Distrofia Muscular. Educação Inclusiva. Qualidade de Vida. Crianças. Deficiência Motora. 1 INTRODUÇÃO 1 Artigo apresentado ao Curso de Pedagogia da Faculdade de Mato Grosso do Sul - FACSUL. 2 Graduando em Pedagogia pela FACSUL. E-mail: aliny.oliveira@aluno.fasul-ms.edu.br 3 Doutora em Pedagogia, Coordenadora do Curso de Pedagogia da FACSUL, professora do Curso de Pedagogia da mesma Instituição e Orientadora do artigo. E-mail: cilmaraayache@gmail.com 2 O presente trabalho de conclusão do curso de Pedagogia abordará o tema sobre educação especial e crianças com distrofia muscular progressiva na educação infantil. O intuito dessa pesquisa é buscar através de análises já realizadas por teóricos e pesquisadores da área da pedagogia, que será tirado como base a compreensão da trajetória a sondagem do perfil desse público bem como a especificação de suas necessidades educacionais especiais, oriundas do impacto da distrofia, são alçados temas a serem analisados buscando uma primordial aproximação entre os campos da saúde e educação. Pretendeu-se problematizar os desafios fundamentais e demandas associados a trajetória escolar inicial de alunos afetados pela distrofia muscular. Os dados aqui informados foram coletados de uma revisão bibliográfica, através de sites de pesquisa, portal de periódicos CAPES e obras já publicadas ao assunto. A intenção deste trabalho é buscar dados que sejam úteis para os estudantes que cursam pedagogia, para os educadores/ professores de escolas da educação infantil e para os demais interessados no assunto, compreender o passado e propor momentos reflexivo sobre como é trabalhar com a criança pequena e sua educação atualmente. 2 REVISÃO DE LITERATURA Mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo vivem com alguma forma de deficiência funcional. Existem mais de 45 milhões de pessoas com deficiência no Brasil, quase 24% da população, o que significa que um em cada quatro brasileiros é deficiente. 2.1 Distrofia Muscular Progressiva: ponderações sobre o aspecto clínico A Classificação Internacional de Incapacidade e Deficiência - ICIDH (OMS, 1980), traduzida para o português como a Classificação Internacional de Deficiência, Incapacidade e Impedimento, define deficiência como a perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que causa externalização uma condição patológica e reflete um distúrbio orgânico. 3 A deficiência física é definida pelo MEC no documento Parâmetros Curriculares Nacionais - Adaptações Curriculares (PCNs) como uma variedade de condições não sensoriais que o indivíduo pode experimentar em termos de mobilidade, coordenação motora geral ou linguagem como resultado de doenças neurológicas, neuromusculares e malformações ortopédicas ou congênitas ou adquiridas” (BRASIL, 2004, p.26). Classificam as deficiências físicas em: a) desordens do Sistema Nervoso Central, que podem ser exemplificadas pela paralisia cerebral, epilepsia, espinha bífida, lesões medulares e outras condições e b) deficiências esqueléticas e musculares. Florence (2002) cit. in Pena, F., Rosolém, F. Alpino, A. (2008), define a DMD como “Um grupo de miopatias geneticamente determinadas que apresentam uma evolução degenerativa constantemente progressiva. A mais comum, mais grave e mais incapacitante é a DMD”. Por sua vez, Fonseca, J.; Machado, M. e Ferraz, C. (2007) definem a DMD como um “…distúrbio genético de caráter recessivo, ligado ao cromossoma X, produzido por uma mutação de gene que codifica a distrofina e que está localizado no braço curto do cromossoma X, na região Xp21” As Distrofias Musculares Progressivas (DMPs) englobam um grupo de doenças genéticas, caracterizadas por uma degeneração progressiva do tecido muscular. Doença muscular rara com herança autossômica dominante ou recessiva, que provoca degeneração muscular e fraqueza, em razão de mutações gênicas específicas. É uma doença genética que causa fraqueza muscular progressiva, levando à paralisia total e à morte súbita nos últimos anos da adolescência ou em adultos jovens (HALLUM, 2004), podendo afetar indivíduos de ambos os sexos, com manifestação na infância, na adolescência ou na idade adulta. 4 Até o momento, foram descritos mais de 30 tipos diferentes, que diferem em termos de músculos afetados, gravidade e faixa etária (LEVY, 2001). As mais comuns são as distrofias musculares de Duchenne e de Becker que resultam de uma alteração no cromossomo X e acometem, Duchenne 1 para cada 3.500 nascidos masculinos, e Becker 1 para cada 30.000 nascidos masculinos. As demais distrofias musculares são caracterizadas geralmente de acordo com o grupo muscular mais acometido, como distrofia muscular facio-escapulo-umeral com 1 para cada 20.000 nascimentos de ambos os sexos, distrofia muscular de cinturas sendo a mais rara com incidência global de 1 para cada 100.000 nascimentos de ambos os sexos e distrofia muscular de Steinert com 1 para cada 10.000 nascimentos de ambos os sexos. Webb (2005) relata que os pais de crianças com distrofia muscular consideram importante intervir na escola para fornecer suporte, ajuda e segurança para o sucesso escolar e participação social no ambiente educacional. Com relação ao tratamento dessa afecção, o trabalho de uma equipe interdisciplinar envolvendo médicos, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais e outros é enriquecedor e essencial na abordagem terapêutica, proporcionando o tratamento global, inclusivo e interativo para promover a qualidade de vida (OLIVEIRA e BLASCOVI-ASSIS, 2009). A fisioterapia acompanha esses pacientes por toda a vida, iniciando logo após o diagnóstico, ao mesmo tempo em que orienta seus pais para diminuir as emoções vivenciadas, como o sentimento de culpa, a hostilidade e a depressão (TEKLIN, 2002). O tratamento fisioterapêutico é planejado contemplando objetivos e condutas a médio e longo prazo, valorizando a função e respeitando as características inerentes e a história natural da doença. Capacite a criança a dominarseus possíveis movimentos, equilíbrio e coordenação geral, retardar a fraqueza muscular na cintura pélvica e ombros, corrigir o alinhamento postural estático e dinâmico, evitar a fadiga, prevenir o encurtamento muscular precoce, desenvolver a força contrátil dos músculos respiratórios, o controle da respiração e promover higiene brônquica estão entre os objetivos da fisioterapia no tratamento destes pacientes (COHEN, 2001). 5 A natureza extremamente incapacitante dessas doenças e o fato de que a ciência ainda não encontrou esperança de interromper a doença tem um impacto muito forte nos aspectos psicossociais desses pacientes e de suas famílias. Os anos se passam e aquela criança começa a tomar consciência de sua condição e do mundo ao seu redor, da rotina vivenciada pela sua família, seus colegas de escola, de suas limitações e o quanto elas podem ou não interferir nas suas relações e na sua vida. A doença progride e suas complicações extrapolam o domínio motor, levantando muitos questionamentos sobre a qualidade de vida desses pacientes. Apesar de muito se falar em qualidade de vida, ainda não há um consenso sobre a sua definição. Presente em muitos debates e muitos estudos são desenvolvidos na busca por um conceito que abranja a subjetividade do indivíduo e o que a influência. A satisfação relacionada às percepções no âmbito familiar, amoroso, social, ambiental e a sua estética existencial representaria, segundo Minayo; Hartz; Buss, 2000, a QV. Dantas; Sawada; Malerbo, 2003, afirmam que a qualidade de vida é uma noção humana sobre as diferentes situações e sensações do indivíduo com diferentes significados, que refletem as experiências e valores próprios e da coletividade como o momento histórico, a classe social e a cultura e, portanto, só pode ser afirmada pelo próprio. Um conceito mais amplo proposto pela organização mundial de Saúde (OMS) diz que a qualidade de vida é a percepção do indivíduo de sua posição na vida, no contexto cultural, no sistema de valores em que ele vive e em frente a seus objetivos, expectativas, preocupações e desejos. Engloba as experiências humanas, as percepções, os desejos e incluem dimensões culturais, psicológicas, físicas, espirituais, interpessoais, financeiras, políticas, fisiológicas e temporais (THE WHOQOL GROUP, 1995). Brasil; Ferriane; Machado, (2003), definem a qualidade de vida para crianças como um conceito subjetivo e multidimensional, com abordagem funcional e psicossocial da criança e de sua família. A carga emocional que doenças crônicas, incapacitantes, progressivas, podem trazer para as crianças geralmente não é considerada nos programas de cuidado. Condições que ameaçam a integridade corporal ou a autoimagem durante o desenvolvimento da criança desencadeará adaptações específicas 6 onde o profissional de saúde deve prestar assistência focada no binômio criança- família (BARREIRE et al. 2003). Segundo Schalock (2004) a qualidade de vida percebida de uma pessoa relaciona-se a três domínios principais: a vida no lar e na comunidade, a escola ou o trabalho, a saúde e o bem-estar e sua avaliação não é possível sem considerá-los. Avaliar a QV infantil é um desafio e se fazem necessárias abordagens que diferem quanto ao foco: a qualidade objetiva e a satisfação subjetiva da criança, por meios combinados de avaliação (PREBIANCHI; BARBARINI, 2009). Um dos instrumentos validados no Brasil, para a avaliação da qualidade de vida na população pediátrica é o Autoquestionnaire Qualité de Vie Enfant Imagé (AUQEI), que foi desenvolvido em 1997 por Manificat e Dazord e validado no Brasil por Assumpção et al. (2000). É uma ferramenta que busca avaliar a sensação subjetiva de bem-estar do indivíduo, partindo da premissa de que um indivíduo em desenvolvimento é capaz de expressar a sua subjetividade. Envolve uma abordagem qual quantitativa com questões pontuadas que determinam um escore e com perguntas de respostas livres. Trata-se de um instrumento capaz de verificar os sentimentos da criança em relação ao seu estado atual, não o avaliando a partir de inferências realizadas sobre seu desempenho e sua produtividade. É composto de 26 questões que exploram as dimensões familiares, sociais, atividades, saúde, funções corporais e separação, direcionado para crianças de 4 a 12 anos de idade (ASSUMPÇÃO et al. 2000). Segue nas tabelas a seguir os tipos de Distrofias Musculares Progressivas acometidas ainda na primeira infância. Distrofia Muscular de Duchenne e Becker Distrofia Muscular de Duchenne (DMD) Incidência Clínica Investigação Laboratorial Tratamento 1:3 de 300 homens nascidos. Início entre os 3 e 4 anos de idade, sendo que aos 12 anos o paciente já está restrito a uma cadeira de rodas, e tende a morrer antes dos 20 anos, geralmente por cardiopatia ou pneumonia. A fraqueza é inicialmente em cintura pélvica, comprometendo posteriormente a cintura escapular. Eletroneuromiografia: padrão miopático (potenciais polifásicos musculares de baixa voltagem, breves e de pequena amplitude). CPK: valores 25 a 200 vezes acima do normal. Aldolase e LDH: valores aumentados. Biópsia de músculo: proliferação de tecido conjuntivo + perda da estriação cruzada + núcleos no Prednisona Fisioterapia motora. Aconselham ento genético 7 Pseudo-hipertrofia de panturrilhas. centro das fibras + fragmentação de fibras musculares com acúmulo de tecido gorduroso. Distrofia Muscular de Becker (DMB) Incidência Tratamento 3 a 6 de 1000 homens nascidos O uso de corticosteroides é discutível nesta doença. Fonte: https://movimentoduchenne.com.br/sinais-sintomas-e-diagnostico. Acessado em: 04 de novembro de 2021. Distrofia Muscular de Emery-Dreifuss (DMED) Incidência Clínica Tratamento 1 a cada 100000 homens nascidos Idade de início varia entre a infância, adolescência tardia e idade adulta. A fraqueza afeta primeiro a musculatura da cintura escapular e posteriormente a cintura pélvica e musculatura distal dos membros inferiores. Precocemente ocorrem contraturas na musculatura dos flexores do cotovelo, extensores do pescoço e panturrilha. Não existe hipertrofia ou pseudo- hipertrofia. Miocardiopatia severa geralmente ocorre, podendo causar morte súbita. Não ocorre retardo mental. Sintomático Terapia para prevenir as contraturas Fisioterapia pode ajudar a prevenir as contraturas. Um marca- passo cardíaco pode ajudar a prolongar a vida se houver alterações no ritmo cardíaco. Distrofia Muscular do Tipo Cinturas (DMC) Incidência Clínica Tratamento 1 a cada 20.000 nascidos de ambos os sexos. Inclui pelo menos 17 subtipos diferentes, a incidência varia conforme o tipo de DMC. Início varia entre a primeira infância e a idade adulta. Tanto a cintura escapular (Distrofia Muscular Juvenil de Erb) como a cintura pélvica (Distrofia Pélvica de Leyden- Moebius) podem ser primariamente acometidas. Não ocorre hipertrofia muscular. Surdez sensório-neural e telangiectasias retinianas ocorrem em muitos probandos. Quanto mais tardio o início do quadro, mais benigno ele é. A maioria dos doentes está incapacitada após 20 anos do início dos sintomas. No entanto, quando o aparecimento precoce, mais cedo ocorrerá a incapacidade de andar. Preservar a função e prevenir as contraturas, preservando a função muscular evitando a paralisia muscular em uma posição permanente. Fisioterapia diária Terapia Ocupacional Fonoterapia Psicoterapia Hidroterapia Atividades na água Estimulação Muscular https://movimentoduchenne.com.br/sinais-sintomas-e-diagnostico https://www.msdmanuals.com/pt/casa/fundamentos/reabilita%C3%A7%C3%A3o/fisioterapia-ft https://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/arritmias-card%C3%ADacas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-arritmias-card%C3%ADacas#v719615_pthttps://www.msdmanuals.com/pt/casa/dist%C3%BArbios-do-cora%C3%A7%C3%A3o-e-dos-vasos-sangu%C3%ADneos/arritmias-card%C3%ADacas/considera%C3%A7%C3%B5es-gerais-sobre-arritmias-card%C3%ADacas#v719615_pt 8 Fonte: https://docplayer.com.br/115393828-Distrofias-musculares- neurologia-fepar-roberto-caron.html. Acesso em: 04 de novembro de 2021. 3 O ALUNO COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS A primeira tentativa científica de estudar pessoas com deficiência surgiu no século 16 com Paracelso e Cardano, alquimistas, que defendiam a possibilidade de tratar pessoas com deficiência. Estudos de Pinel, Itard, Esquirol, Seguim, Morei, Down, Dugdale, Froebel, Guggenbühl e outros, que passaram a descrever cientificamente a etiologia de cada deficiência do ponto de vista clínico. A primeira metade do século XX ainda foi marcada pelas ações do Nacional-Socialismo, no sentido do extermínio bárbaro de pessoas com deficiência. De acordo com Mrech (1998), a Lei Pública nº 94.142 nos Estados Unidos em 1975 propôs a educação inclusiva, dando aos alunos com deficiência acesso a escolas regulares. As premissas que levaram os Estados Unidos a implementar a proposta estão enraizadas nas tendências do pós-guerra. O governo dos Estados Unidos tentou minimizar os efeitos da guerra por meio de um discurso que prometia garantir direitos e oportunidades iguais para todos os cidadãos. Os alunos com deficiência foram incluídos neste plano e receberam o direito de estudar em escolas regulares. A Declaração de Salamanca defende que as escolas regulares devem se adaptar e se estruturar para lidar com a diversidade, por meio de uma pedagogia centrada na criança e capaz de responder às suas necessidades, que os sistemas educacionais devem assumir isso, a fim de promover a educação inclusiva, logo que "as diferenças humanas são normais e que a aprendizagem deve se adaptar às necessidades das crianças ao invés de se adaptar a criança a assunções preconcebidas a respeito do ritmo e da natureza do processo de aprendizagem" (BRASIL,1994, p. 4). 3.1 Breve histórico da Educação Inclusiva no Brasil https://docplayer.com.br/115393828-Distrofias-musculares-neurologia-fepar-roberto-caron.html https://docplayer.com.br/115393828-Distrofias-musculares-neurologia-fepar-roberto-caron.html 9 O Brasil é um país marcado pela colonização. Historicamente a relação do colonizador com seus colonizados é de dominação e soberania, onde o considerado mais forte é o desbravador, que impõe poder sobre o mais fraco. Assim, nossas relações sociais são marcadas por essa concepção, onde os julgados mais fracos: mulheres, pobres, negros, indígenas, deficientes, entre outros precisam travar lutas diárias em busca de justiça social, liberdade e direitos iguais para todos. De acordo com o texto da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, a assistência às pessoas com deficiência teve início no Império com a criação de duas instituições: o Imperial Instituto dos Meninos Cegos em 1854, hoje Instituto Benjamin Constant - IBC e o Instituto dos Surdos Mudos, em 1857, hoje Instituto Nacional de Educação de Surdos - INES, ambos no Rio de Janeiro. No início do século 20, foi fundado em Canoas, no Rio Grande do Sul (1926), o primeiro Instituto Pestalozzi, instituição especializada no atendimento a pessoas com deficiência intelectual; em 1954 é fundada a primeira associação de pais e amigos de pessoas com deficiência - APAE; e em 1932 a Sociedade Pestalozzi foi fundada por Helena Antipoff. A educação para pessoas com deficiência passou a ter como base o disposto na Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação Nacional - LDBEN, Lei nº 4.024 / 61, que enfatiza o direito da pessoa com deficiência à educação, integrante preferencial do sistema geral de ensino (BRASIL, 2008) Da Educação de Excepcionais Art. 88. A educação de excepcionais, deve, no que for possível, enquadrar-se no sistema geral de educação, a fim de integrá-los na comunidade. Art. 89. Toda iniciativa privada considerada eficiente pelos conselhos estaduais de educação, e relativa à educação de excepcionais, receberá 14 dos poderes públicos tratamento especial mediante bolsas de estudo, empréstimos e subvenções. (BRASIL, 1961) A Lei nº 5.692/71, que altera a LDBEN de 1961, ao definir “tratamento especial” para os estudantes com deficiências físicas, mentais, os que se encontram em atraso considerável quanto à idade regular de matrícula e os superdotados, não promove a organização de um sistema de ensino capaz de atender aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação e acaba reforçando o encaminhamento destes para as classes e escolas especiais. (BRASIL, 2008). Na década de 1970, vários 10 movimentos sociais ganharam impulso no país, dentre as pautas, a luta por uma escola mais inclusiva, capaz de erradicar o analfabetismo e expandir para todas as regiões do país. A partir da década de 1980 e início dos anos 90 as pessoas com deficiência, se organizaram, formaram comissões, coordenações, fóruns e movimentos sociais, visando assegurar, de alguma forma os seus direitos de serem reconhecidas e respeitadas em suas necessidades e de poder usufruir do convívio e participação social como as demais pessoas. Neste período, várias leis foram aprovadas para tratar direta e especificamente a questão da inclusão, promovendo a cidadania para as pessoas com deficiência, leis estas que serão tratadas no próximo tópico. 3.2 Leis para inclusão A Constituição Cidadã da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, tornou-se o principal símbolo do processo de redemocratização nacional, e para muitos a esperança de inserção social, de ser considerado cidadão, de ter a oportunidade de participação do mercado de trabalho, e ter acesso à educação, entre outros direitos até então restrito a uma minoria. 15 Art. 214. A lei estabelecerá o plano nacional de educação, de duração decenal, com o objetivo de articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus diversos níveis, etapas e modalidades por meio de ações integradas dos poderes públicos das diferentes esferas federativas que conduzam a: ("Caput" do artigo com redação dada pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) I - Erradicação do analfabetismo; II - Universalização do atendimento escolar; III - melhoria da qualidade do ensino; IV - Formação para o trabalho; V - Promoção humanística, científica e tecnológica do País. VI - Estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação como proporção do produto interno bruto. (Inciso acrescido pela Emenda Constitucional nº 59, de 2009) A Lei da Infância e da Juventude - ECA, Lei nº 8.069 / 90, em seu artigo 55, reforça as disposições legais ao estipular que os pais ou responsáveis são obrigados a matricular seus filhos ou alunos na rede regular de ensino. a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (1990) e a Declaração de Salamanca (1994) influenciam a formulação de políticas públicas de educação 11 inclusiva. A Conferência Mundial sobre Educação para Todos em Jomtien (1990) chama a atenção para as altas taxas de crianças, adolescentes e jovens fora da escola com o objetivo de promover mudanças nos sistemas educacionais a fim de garantir o acesso e a permanência de todos para garantir na escola. A fim de atingir as metas de educação para todos, a Conferência Mundial da UNESCO de 1994 sobre Necessidades Educacionais Especiais: Acesso e Qualidade sugerem aprofundar a discussão e abordar as causas da exclusão escolar. que levam à desigualdade social de diferentes grupos, o documento Declaração e Linha de Ação de Salamanca sobre Necessidades EducacionaisEspeciais afirma que as escolas regulares são o meio mais eficaz de combater atitudes e tensões discriminatórias: O princípio básico desta linha de ação é que as escolas devem aceitar todas as crianças, independentemente de seu físico, nível intelectual, condições sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Você precisa acolher crianças com deficiência e crianças superdotadas; Crianças que vivem e trabalham na rua; Filhos de populações distantes ou nômades; Crianças de origem linguística, étnica ou cultural e crianças de outros grupos e áreas desfavorecidas ou marginalizadas. (BRASIL, 1997). Em 1994, foi publicada a Diretriz Nacional da Educação Especial no Brasil, que orienta o processo de integração escolar que condiciona o acesso às aulas comuns do ensino regular a quem tem condições de acompanhar e controlar as atividades curriculares planejadas da educação comum no mesmo ritmo. desenvolver-se como os chamados alunos normais. Ao afirmar os pressupostos que assentam em padrões homogéneos de participação e aprendizagem, a política de 1994 não provoca uma reformulação das práticas educativas de forma a que os diferentes potenciais de aprendizagem sejam valorizados em aulas conjuntas, mas mantém a responsabilidade pela formação destes alunos. exclusivamente no âmbito da educação especial. (BRASIL, 1994) Em 1996, a Lei de Diretrizes e Fundamentos da Educação Nacional, nº 9.394 / 96, em seu artigo 59, estabelece as orientações que os sistemas de ensino devem proporcionar aos currículos, métodos, recursos e organização específica dos alunos. necessidades individuais atendidas. Em 1999, o Decreto nº 3.298, que regulamenta a Lei nº 7.853/89 ao instituir a Política Nacional de Integração da Pessoa com Deficiência, define a educação especial como uma modalidade que abrange todos os níveis e 12 modalidades de ensino, enfatizando seu papel complementar especial educação até às aulas regulares. No processo de mudança, as Diretrizes Nacionais da Educação Especial na Educação Básica, Resolução CNE / CEB nº 2/2001, estipulam no artigo 2º: Os sistemas de ensino devem matricular todos os alunos e as escolas são responsáveis pela organização do atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais que garantam as condições necessárias para uma educação de qualidade para todos. (MEC / SEESP, 2001). Na perspectiva da educação inclusiva, a Resolução CNE / CP nº 1/2002, que estabelece as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores do Ensino Fundamental, define que as universidades devem oferecer uma formação docente voltada para a atenção em sua organização curricular, e isso inclui diversidade Conhecimento das especificidades dos alunos com deficiência. A Lei nº 10.436 / 02 reconhece a Língua Brasileira de Sinais - Libra como meio legal de comunicação e expressão e afirma que há oportunidades de apoiar seu uso e disseminação. Em 2003, o Programa Educação Inclusiva: Direito à Diversidade foi implantado pelo MEC para ajudar a transformar sistemas de ensino em sistemas inclusivos e promover a formação de gestores e educadores nas comunidades brasileiras para garantir o direito de acesso de todos à educação escolar, a provisão do Serviço Educacional Especializado - AEE e garantindo a acessibilidade. Educação - PDE (2007), endossado pela Agenda Social, denomina a formação de professores para a educação especial, a implantação de espaços de recursos multifuncionais, a acessibilidade arquitetônica de prédios escolares, o acesso e a retenção de pessoas com deficiência no ensino superior e o acompanhamento de acesso prioritário à escola para os beneficiários do Benefício em Dinheiro Continuado - BPC. Para a implementação do PDE, é publicado o decreto nº 6.094 / 2007, que nas diretrizes do Compromisso Todos pela Educação garante o acesso e a duração da educação e o apoio aos alunos com deficiência, distúrbios profundos do desenvolvimento e alto talento / talento, fortalecimento do Acesso às escolas públicas. O Decreto nº 6571/2008, incorporado pelo Decreto nº 7611/2011, introduz a política de financiamento público no âmbito do Fundo de Manutenção 13 e Desenvolvimento da Educação Básica e Valorização do Trabalhador da Educação - FUNDEB, que possui o duplo cálculo de matrículas de alunos com deficiências, deficiências profundas de desenvolvimento e altas habilidades / aptidões. Visando o desenvolvimento inclusivo dos sistemas públicos de ensino, este decreto define, entre outras medidas de apoio à inclusão escolar, os serviços educativos especiais complementares ou complementares às escolas e outros serviços educativos especiais. Com o objetivo de orientar a organização dos sistemas de educação inclusiva, o Conselho Nacional de Educação - CNE publica a resolução CNE / CEB, de 04/2009, que apresenta as diretrizes operacionais para o serviço de educação especial - AEE na Educação Básica. Este documento define o público-alvo da educação especial, define o caráter complementar ou complementar do AEE e prevê sua institucionalização no projeto de política educacional da escola. A Diretriz Nacional para a Proteção dos Direitos das Pessoas com Transtorno do Espectro do Autismo é criada pela Lei nº 12.764 / 2012. Além de consolidar uma série de direitos, o artigo 7º desta lei veda a recusa de frequência escolar a pessoas com qualquer deficiência e prevê a punição do diretor da escola ou do órgão competente para cometer este ato discriminatório. regular apresenta uma referência para a construção de sistemas de educação inclusivos organizados para atender às necessidades e características de todos os cidadãos e atender às garantias da lei. A construção de uma sociedade inclusiva requer mais do que apenas cumprir a lei. Atitudes e exercícios são necessários. 4. A FAMÍLIA E A CRIANÇA COM DISTROFIA MUSCULAR Sabe-se que todo indivíduo vivencia momentos de crise diante de tantas frustrações, mudanças ou aquisições. A família, por sua vez, experimentará profundas mudanças em sua dinâmica familiar diante de novas situações ou mudanças repentinas, que levam a desencontros e desencontros e criam problemas latentes. Mediante a notícia de que a criança tem uma Distrofia, alterações deverão acometer seu dinamismo interno, pelo fato de estarem defrontando com uma “nova pessoa” com uma “nova função”, que não mais a família criada 14 anteriormente, uma família especial em busca de reestruturação diante dessa nova situação imposta pelo ocorrido. Procurando ansiosamente por respostas para suas perguntas, o choque inicial gradualmente dá lugar à tristeza e desolação e inicia o processo de luto pela criança normal que eles perderam. Enquanto este doloroso processo continua e com o lento ajustamento à perda do “filho real” que tinham, o “filho especial”, está a espera e necessitando de cuidados também especiais, situação diante da qual se espera que o luto inicial possa se transformar em ação. Reconhecemos que a família desempenha marcante papel no tratamento da criança com distrofia muscular, e que repentinas mudanças acometem a sua dinâmica interna em decorrência da mudança na vida desse filho, isso leva a conflitos e mudanças repentinas na vida familiar cotidiana e geralmente deixa a mãe com um fardo maior. Essa mãe poderá concentrar na criança com deficiência, todos os seus interesses, com a exclusão de outros filhos, familiares ou amigos, e abdicar de seus interesses pessoais e profissionais. As atitudes e sentimentos dos pais sofrem forte influência no desenvolvimento da criança. Sendo assim, eles devem conscientizar-se de suas responsabilidades e do quanto a qualidade da relação entre eles e o filho com deficiência influenciará em seu bem estar físico, mental, psicológico e social. 5. METODOLOGIA DE PESQUISA Este estudo partiu do princípio de evidenciar a problemáticavivenciada por familiares e crianças com de Distrofia Muscular Progressiva, consiste na revisão bibliográfica sobre o tema, especificamente as pesquisas da Neuropsicologia sobre Distrofias e na contextualização das políticas de Educação Inclusiva. Para que este trabalho tenha sido realizado foi necessário a pesquisa bibliográfica. A metodologia aplicada deu-se pelo método de investigação em material teórico. A pesquisa é de caráter qualitativo que significa o método pelo qual a investigação cientifica tem a finalidade de coletar dados de um determinado objeto de estudo a partir da realidade na qual está inserida para que se possa compreender, descrever e analisar o objeto da investigação. 15 Segundo Bogdan e Biklen (1994) os investigadores qualitativos em educação estão continuamente a questionar a questionar os sujeitos da investigação. Ainda sobre a pesquisa qualitativa segundo os autores acima citados destacam que: Os investigadores qualitativos estabelecem estratégias e procedimentos que lhes permitam tomar em consideração as experiências do ponto de vista do informador. O processo de condução de investigação qualitativa reflete uma espécie de diálogos entre os investigadores e os respectivos sujeitos, dados estes não serem abordados de uma forma neutra (BOGDAN; BIKLEN, 1994, p. 51). Os procedimentos adotados em consonância com a pesquisa qualitativa serão: definição do problema, formulação do referencial teórico, coleta dos dados por meio de entrevistas semiestruturadas, análise dos dados por meio da interpretação das respostas dos sujeitos de pesquisa e, por fim, a redação do artigo científico. Articulado com o campo empírico, os estudos bibliográficos serão constantes e relevantes para a produção científica produzida durante e ao final da trajetória de pesquisa. 6 RESULTADOS E ANÁLISE DOS DADOS Partindo para os estudos escolhidos dá autora para o estudo bibliográfico, sobre a educação inclusiva e como a criança com distrofia muscular é continuada após seu diagnóstico, que para demonstrar a inclusão de pessoas com deficiência nas escolas regulares como uma tensão social constitutiva, é necessário esclarecer a dimensão histórica e cultural dessa tensão e, portanto, não pode ser desconsiderada a transformação histórica referente à ideia do espaço social que essas pessoas podem ocupar. Mesmo no início do século XX, a escola regular não era um desses lugares. Estava em vigor a classificação que divide os alunos em normais e anormais de acordo com as necessidades educacionais específicas e, mesmo que as deficiências não fossem classificadas como graves, as pessoas eram admitidas em turmas ou escolas especiais fora da escola regular (KASSAR, 2004). A grande transformação foi a passagem do paradigma do bem-estar para a perspectiva dos direitos humanos (SOUZA, 2013). Isso significa que as preocupações das pessoas com deficiência não estão mais no âmbito da tutela familiar ou institucional e nos princípios do direito e da responsabilidade do 16 Estado, com a contribuição da formulação dos direitos do homem e dos cidadãos no cenário internacional. e o processo de democratização da fala brasileira na década de 1980, que resultou em uma série de debates no âmbito da formulação de a. promoveu uma nova carta Magna. A partir desse processo em diante, o acesso à educação básica da pessoa com deficiência é previsto pela atual constituição como um direito fundamental dos brasileiros e em particular como um dever dividido entre o estado - garantindo igualdade de acesso e condições permanentes no ambiente escolar - e na família (BRASIL, 1988). Outro ponto importante que sustenta esta investigação é o conceito de autoridade de Arendt (2009). Ressalte-se que autoridade em educação, segundo o filósofo, refere-se à responsabilidade que se assume para com o mundo, para com o outro, especialmente para com as novas gerações. Em suas próprias palavras: Na educação, essa responsabilidade pelo mundo assume a forma de autoridade. A autoridade do educador e as qualificações do professor não são a mesma coisa. Embora certa qualificação seja indispensável para a autoridade, a qualificação, por maior que seja, nunca engendra por si só a autoridade. A qualificação do professor consiste em conhecer o mundo e ser capaz de instruir os outros acerca deste, porém sua autoridade se assenta na responsabilidade que ele assume por este mundo. (ARENDT, 2009: 239) Com isso em mente, nossa intenção de examinar, problematizar e trazer à luz o perfil e a formação educacional dos alunos com distrofia muscular não é uma opção neutra, mas antes mostra a perspectiva de assumir e compartilhar responsabilidades por um grupo historicamente preservado. Ainda no que se refere à escola, a presença de alunos que não têm tendência a escrever e / ou perder tal estado parece ser um grande desafio para os educadores do século XXI. Porém, a perda da atividade física que impossibilita o desenvolvimento de atividades escritas, por exemplo, não é o único desafio no que se refere às necessidades educacionais especiais desse grupo populacional. Vale ressaltar que a forma mais recorrente de distrofia muscular, conforme apresentada no início deste texto, é a distrofia muscular de Duchenne e outras que acometem primeiramente a marcha e o deanbular. Tem influência significativa no desenvolvimento neuropsicomotor (NARDES, ARAÚJO, 2012). Portanto, além dos elementos destacados até agora, deve-se destacar ter como referência outras experiências que valorizem a formação desses alunos 17 especiais (COVIC, 2003, 2008; OLIVEIRA, 2010; COVIC, 31402 OLIVEIRA, 2011), defendemos que a complexidade da situação dos alunos com distrofia muscular requer uma abordagem multidisciplinar. CONSIDERAÇÕES FINAIS O presente trabalho surgiu diante do interesse e a curiosidade de poder apreender um pouco sobre a educação inclusiva em relação a educação infantil de crianças com distrofia muscular. Durante meus estudos e pesquisas foram realizadas análises que me ajudou a compreender as diferentes concepções e definições da temática saúde/escola/família. Fez-me compreender que a educação infantil deve ser baseada pela essência da criança que é um ser que através da experiência, motivação a estrutura que acontece o processo da aprendizagem, mesmo tal processo sendo de perduro. A infância está intimamente ligada ao universo lúdico da educação infantil, na qual o desenvolvendo tem outro sentido. O papel do professor é fundamental para a aplicação e difusão dos recursos lúdicos e sala de aula. O educador ao se conscientizar dos recursos lúdicos se adequa as diferentes situações do ensino hoje. Assim, utilizando de acordo com suas necessidades o educador sempre tem que estar em busca de ações educativas, criativas e eficazes para que o desenvolvimento e o aprendizado das crianças de torne mais agradável. O fato de este grupo alvo ser afetado por uma patologia progressiva que enfoca a perda de movimento revela necessidades especiais que vão muito além da acessibilidade no ambiente escolar e no caminho para casa / escola. O que pode parecer simples por um lado, por outro lado se tornou um tema muito desafiador para famílias com crianças com deficiências físicas. Nesse sentido, percebe-se que sem apoio externo se trata de famílias sem o apoio de uma rede formada por uma equipe multiprofissional, muitas vezes, a mercê da falta de informação de como garantir aos seus filhos os meios necessários para atendê-los e frequentar a escola. A vulnerabilidade a que estão expostos permeia evidentemente as matrizes econômicas, a situação crítica, as 18 dificuldades familiares em lidar / enfrentar um cenário que se apresenta como o dos cuidados paliativos, o contexto do abandono escolar precoce e / ou o fracasso escolar, entre tantas outras facetas quemerecem o investimento teórico-prático em para o seu enfrentamento e o empenho de profissionais de diversas áreas. REFERÊNCIAS ARAÚJO, C. D.; CÂNDIDO, D. R. C. C.; LEITE, M. F. 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