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Revisar a antomorfofisiologia do reto e dos ânus Estudar a fisiopatologia, etiologia, epidemiologia, fatores de risco, manifestações clinicas, diagnostico e tratamento da constipação e da hemorroida. Reto e Canal Anal O reto (mede uns 15cm) faz parte da porção final do TGI e termina nos níveis dos músculos levantadores do canal anal. Já o canal anal (mede de 2 a 3cm) é a última estrutura do tubo digestivo. O reto é separado do canal anal pela linha pectínea (denteada), que é uma estrutura que delimita a transição entre 2 tecidos embriologicamente distintos o endoderma e o ectoderma. O canal anal é constituído pela túnica mucosa que se organiza em pregas longitudinais chamadas de colunas anais, que contem uma serie de artérias e veias. A abertura do canal anal para o exterior, o chamado ânus, é guardada pelo músculo esfíncter interno do ânus comporto por músculo liso (involuntário) e pelo esfíncter externo do ânus composto por músculo esquelético (voluntário). Através dos movimentos peristálticos o material fecal é empurrado do colo sigmoide para o reto. Esse movimento na parede retal estimula os receptores de estiramento, iniciando assim um reflexo de defecação, que resulta na eliminação das fezes do reto por meio do ânus. O reflexo de defecação ocorre do seguinte modo: em resposta à distensão da parede retal, os receptores enviam impulsos nervosos sensitivos para a medula espinal sacral. Impulsos motores da medula viajam ao longo dos nervos parassimpáticos de volta para o colo descendente, colo sigmoide, reto e ânus. A contração resultante dos músculos longitudinais retais encurta o reto, aumentando assim a pressão em seu interior. Esta pressão, junto com contrações voluntárias do diafragma e dos músculos abdominais, além do estímulo parassimpático, abrem o músculo esfíncter interno do ânus. O músculo esfíncter externo do ânus é controlado voluntariamente. Se for voluntariamente relaxado, a defecação ocorre e as fezes são expelidas através do ânus; se for voluntariamente contraído, a defecação pode ser adiada. Contrações voluntárias do diafragma e dos músculos abdominais auxiliam na defecação ao aumentar a pressão no interior do abdome, que empurra as paredes do colo sigmoide e do reto para dentro. Se a defecação não ocorrer, as fezes voltam para o colo sigmoide até que a próxima onda de peristaltismo em massa estimule os receptores de estiramento, novamente produzindo a vontade de defecar. O número de defecações em um determinado período de tempo depende de vários fatores, como a dieta, a saúde e o estresse. A variação normal de atividade intestinal vai de 2 ou 3 defecações por dia a 3 ou 4 defecações por semana Constipação Intestinal A constipação é o movimento lento das fezes pelo intestino grosso. Dessa forma, pode-se defini-la por evacuações infrequentes, incompletas ou difíceis, isso pode estar relacionado a grande quantidade de fezes ressecadas e endurecidas no cólon descendente, que se acumulam devido à absorção excessiva ou insuficiente ingestão de líquido. Contudo, essa definição não é aceita por muitos profissionais, pois existem muitas variações individuais da função normal do intestino, ou seja, o que é considerado Problema 8 – Intestino Preso Em crianças, o reflexo de defecação provoca esvaziamento automático do reto, porque o controle voluntário do músculo esfíncter externo do ânus ainda não se desenvolveu. Imagem 1: Anatomia do Intestino Grosso e do Reto e canal anal Imagem 2: Anatomia do Reto e canal anal normal para um indivíduo (2-3 evacuações por semana) pode ser visto como uma constipação para outro indivíduo. A constipação intestinal é uma queixa muito comum na pratica, sendo que ela pode ocorrer devido a um distúrbio primário da motilidade intestinal, por um efeito colateral de um fármaco ou pode ser por conta de uma patologia nos intestinos que obstrua o movimento do conteúdo intestinal, como tumores, aderências que causem constrição ou úlceras Algumas causas comuns de constipação intestinal são incapacidade de reagir ao desejo urgente de evacuar, ingestão insuficiente de fibras dietéticas e líquidos, enfraquecimento dos músculos abdominais, inatividade e repouso ao leito, gestação e hemorroidas. Por ser uma queixa complicada de se diagnosticar por conta da variação do funcionamento normal do intestino para cada paciente, deve-se utilizar os critérios de ROMA IV, se o paciente apresenta 2 características, o mesmo está constipado.: Esforço na maioria das defecações (25%); Fezes irregulares e duras (escala de Bristol 1-2) na maioria das defecações; Sensação de evacuação incompleta Sensação de obstrução/bloqueio anorretal Manobras manuais para facilitar na defecação (por exemplo, evacuação digital, suporte do assoalho pélvico) Menos de três evacuações espontâneas por semana. Esses critérios a acima devem ser preenchidos nos últimos três meses com início dos sintomas e seis meses antes do diagnóstico. As fezes moles raramente devem estar presentes sem o uso de laxantes e deve haver critérios insuficientes para o diagnóstico de síndrome do intestino irritável. Fisiopatologia A constipação intestinal (CI) é uma condição multifatorial, sendo causada na maioria das vezes por conta da ingestão inadequada de fibras e água. Podemos dividir a CI em primária e secundária, sendo que a secundaria está relacionada com patologias de outros órgãos e com o uso inadequado de substancias obstipantes. Na CI primaria podemos classifica-la 3 grupos gerais: Constipação de trânsito intestinal normal (funcional) Distúrbios da defecação Constipação de trânsito lento É a forma mais comum na apresentação, além disso ela também é conhecida como constipação intestinal funcional. Nesse tipo de constipação o paciente vai apresentar um tempo normal da passagem das fezes pelo cólon, porém terá uma dificuldade em evacuar, sendo que o paciente se queixara de fezes endurecidas ou insatisfação com a evacuação (sensação de evacuação incompleta). Uma das principais causas desse tipo de CI é por conta dos distúrbios psicossociais frequentes (stress, ansiedade generalizada...), sendo que esse tipo de paciente pode se queixar também de desconforto abdominal e flatulência. Geralmente os indivíduos que apresentam esse tipo de CI vão ter uma melhora quando ingerem mais fibras e líquidos na dieta. Contudo, se não houver uma melhora após essa conduta, deve-se avaliar uma etiologia mais criteriosa. Conhecida como “anismos”, dissinergia do assoalho pélvico, contração paradoxal do assoalho pélvico, constipação obstrutiva, obstrução funcional do retossigmoide, síndrome espástica do assoalho pélvico e retenção fecal funcional na infância. Esse tipo de CI ocorrer devido a disfunção do assoalho pélvico ou do esfíncter anal. Sendo que a maioria desses pacientes vão relatar que tem medo ao evacuar devido a dor, por conta das fezes endurecidas e volumosas. As causas podem variar desde uma fissura anal, hemorroidas até abuso físico/sexual e distúrbios alimentares. As causas menos comuns dessa anormalidade estruturais incluem: intussuscepção retal, retocele, sigmoidecele obstrutiva e deiscência perineal extrema. Além do não preenchimento total do reto pode levar Á falta de coordenação dos músculos abdominais, reto- anais e do assoalho pélvico durante a defecação. Se o paciente ignorar ou suprimir a urgência de evacuação pode levar a uma evolução mais grave do caso. É caracterizada por evacuações infrequentes, comumente é causada por distúrbios da função motora do intestino grosso. Esse CI é mais frequente em mulheres jovens que evacuam até uma vez por semana, geralmente se inicia na puberdade. Imagem 3: Escala de fezes de Bristol (Tipo 1 e 2) O trânsito colônico lento, associado à falta de incremento na atividade motoraapós ingesta de carnes, ou administração de substâncias, caracteriza a inércia colônica. Clinicamente, apresenta-se como dor abdominal ou desconforto, flatulência e urgência fecal, essa menos frequente. Os quadros leves respondem bem a tratamento dietético com aumento de fibras, o que não ocorre nos casos mais graves. O exame histopatológico mostra um número diminuído de neurônios do plexo mioentérico, bem como outras anormalidades que alterariam a motilidade gastrointestinal. O Megacólon (Doença de Hirschsprung) é um exemplo desse tipo de constipação, sendo que as células ganglionares do intestino distal vão estar ausentes por conta de uma falha no desenvolvimento embrionário, fazendo com que o intestino fique mais estreito na área que não contem esse tipo de células. Já as CI segundarias estão associadas a distúrbios endócrinos ou metabólicos, distúrbios neurológicos (doença de Parkinson e acidentes vascular cerebral), distúrbio miogênicos e medicamentosos (narcóticos, anticolinérgicos, bloqueadores do canal de cálcio, diuréticos, suplementos de ferro e antiácidos com alumínio). A constipação induzida por opioides é comum naqueles que sofrem de dor crônica ou relacionada ao câncer Epidemiologia As prevalências de constipação intestinal variam, principalmente, de acordo com o local e o critério diagnóstico utilizado. As taxas de prevalência foram mais baixas em estudos que utilizaram os critérios de Roma para definir constipação em comparação com estudos baseados em autorrelato. Uma revisão sistemática estimou que 63 milhões de pessoas na América do Norte preenchiam os critérios de Roma para constipação. Constitui um dos sintomas mais frequentes, acometendo cerca de 20% da população mundial, e a queixa digestiva mais comum na população geral, sendo sendo responsável por cerca de 2,5 milhões de visitas ao clínico geral e gastroenterologista. A prevalência de constipação crônica aumenta com a idade, mais dramaticamente em pacientes com 65 anos de idade ou mais. A constipação parece estar correlacionada com a diminuição da ingestão calórica em idosos. No Brasil, não existem dados publicados de prevalência na população geral, visto que os estudos encontrados na literatura foram todos realizados em subgrupos, como lactentes, adolescentes e mulheres na menopausa. Fatores de Risco Alguns fatores podem ser os responsáveis pela maior prevalência da constipação intestinal em determinadas populações, dentre os quais se destacam idade, sexo, hábitos dietéticos, inatividade física/sedentarismo e fatores socioeconômicos. Idade Esse fator é relevante principalmente entre os idosos, maiores de 60 anos. As alterações fisiológicas do envelhecimento como a mobilidade reduzida, condições de saúde e uso de medicamentos predispõem os idosos ao desenvolvimento de constipação intestinal Sexo A constipação intestinal em mulheres parece ser mais frequente por motivos relacionados com as alterações da gravidez e o parto. Outras alterações hormonais próprias do sexo feminino, assim como fatores comportamentais, histórias de abuso sexual, físico e emocional também podem estar associados com disfunções do sistema digestório. Além disso, um outro fator importante diz respeito às diferenças comportamentais entre os sexos. Desde a infância, o cuidado por parte das meninas em utilizar banheiros desconhecidos pode contribuir para que estas se tornem mais propensas a ignorar o reflexo evacuatório normal Hábitos alimentares A constipação tem sido um problema que prevalece em diferentes culturas, associada a hábitos alimentares que incluem alimentos industrializados, altamente refinados, consequentemente pobres em fibras vegetais. A baixa ingestão de líquidos tem sido associada à constipação intestinal pela observação de que esse fato se relaciona a um trânsito intestinal lento e à diminuição da exoneração fecal. Inatividade física O exercício físico proporciona movimentos no intestino grosso e mudanças hormonais, que provocam efeitos mecânicos no intestino, facilitando o peristaltismo. Além disso, a atividade física é responsável também por Imagem 4: Causas de constipação secundária melhorar o tônus muscular pélvico e abdominal, facilitando a expulsão do bolo fecal Fatores Socioeconômicos A um aumento da prevalência de constipação intestinal conforme diminui o nível econômico. Foi observado uma maior prevalência de comportamentos de risco como, por exemplo, tabagismo, obesidade, inatividade física e uso de álcool, entre as classes desfavorecidas. Além disso, há evidências de que o consumo de fibras e alimentos saudáveis em geral é baixo na população como um todo, mas é ainda menor entre aqueles indivíduos pertencentes às classes menos favorecidas. Manifestações Clinicas As queixas mais frequentes dos pacientes incluem fezes endurecidas, esforço excessivo no ato evacuatório, evacuações infrequentes, sensação de evacuação incompleta e até mesmo demora excessiva no toalete. Embora os pacientes com constipação funcional possam apresentar dor abdominal e/ou distensão abdominal, eles não são os sintomas predominantes. Em idosos, a constipação pode estar associada à impactação fecal e incontinência fecal por transbordamento. A impactação fecal pode causar ulceração estercoral, sangramento e anemia. Além disso, pode apresentar: Hemorragia retal; Perda de peso; Anorexia; Tenesmo; Febre. Diagnóstico O primeiro passo é verificar se o paciente está mesmo com constipação, através dos critérios de ROMA IV (citados anteriormente). Após isso, o próximo passo e mais importante cuidado na avaliação do paciente constipado é excluir a presença de causas secundárias. Mediante anamnese, devem-se investigar cuidadosamente sinais de “alarme”, que são: emagrecimento, hemorragia, febre, anorexia e anemia, que podem nos orientar para uma causa anatômica. Em pacientes com mais de 50 anos, ou que se tornaram constipados recentemente, sugere-se a pesquisa de sangue oculto nas fezes, bem como a dosagem sanguínea de eletrólitos (incluindo cálcio, glicemia, hormônio tireoestimulante [TSH] e hemograma completo). Àqueles que não responderam à orientação inicial e/ou apresentam anemia ou sangue oculto nas fezes indica-se a colonoscopia. Nos pacientes com menos de 50 anos sem sinais de alerta e história longa de constipação, opta-se por uma terapêutica progressiva Pode-se solicitar alguns exames para saber como está o funcionamento do intestino desse paciente. Tempo de trânsito colônico (TTC) O tempo de trânsito normal é inferior a 72 horas. Uma radiografia abdominal deve ser realizada 120 horas após marcadores radiopacos serem deglutidos em uma cápsula de gelatina Para realizar esse exame o paciente não deve fazer uso de laxativos / enemas e medicamentos que afetem a função intestinal, além de não realizar uma dieta rica em fibras. Caso haja retenção de mais de 20% dos marcadores, o trânsito é considerado prolongado, e se for predominantemente em cólon esquerdo e reto, é sugestiva de distúrbio defecatório. Manometria anorretal Esse exame mede basicamente as pressões dos músculos do esfíncter anal, a sensação no reto e os reflexos neurais que são necessários para executar os movimentos normais do intestino. Se o esfíncter anal estiver com problemas na sua contração, isso sugere que a um distúrbio defecatório. A ausência de reflexo inibitório anorretal ocorre na doença de Hirschsprung (megacólon). Já se ocorrer um aumento de pressão anal e dor no reto são indicativos de fissura anal ou animus. Em distúrbios neurológicos ou nos casos de aumento da capacidade retal mediante retenção prolongada de fezes observa-se hipersensibilidade retal. Balão de expulsão O paciente é solicitado a expulsar um balão de látex, inserido no reto e preenchidocom 50mL de água ou ar. A incapacidade de expulsar o balão dentro de dois minutos sugere distúrbio de defecação. Imagem 5: Avaliação do trânsito intestinal Imagem 6: Manometria Anorretal Defecografia É usada para determinar o completo preenchimento do reto, do ângulo anorretal, da deiscência perineal e as anormalidades estruturais (retocele, prolapso da mucosa interna ou intussuscepção). Estes métodos complementares devem ser indicados na suspeita de constipação de trânsito lento e nos casos de distúrbios de defecação. Esse exame pode ser feito por Raio-X ou por Ressonância magnética. No raio-X é realizado na posição anatômica, com o paciente sentado, avaliando as alterações dinâmicas durante a evacuação no eixo que envolve o ânus e o reto. Já na ressonância magnética ele é feito em uma posição não anatômica, mas a capacidade multiplanar e de caracterização tecidual e dinâmica do assoalho pélvico é melhor, além de avaliar o eixo anorretal, pode avaliar disfunções do aparelho geniturinário e do assoalho pélvico. Tratamento Diferentes abordagens não-medicamentosas e medicamentosas têm sido propostas para prevenção da constipação intestinal. Além disso, é muito importante para o tratamento que a relação do médico com seu paciente seja boa. pois não há regras definidas para uma prescrição uniformizada para todos os casos. Pois se deve considerar os hábitos e estilo de vida de cada pessoa. As terapias não medicamentosas vão levar em conta os hábitos de vida do paciente, fazendo com que tenha uma mudança na vida para melhorar a constipação. Orientação Higieno-Dietética Na abordagem não medicamentosa a principal mudança deve ser na dieta, dessa maneira a nova dieta do paciente deve ser rica em fibras, em especial vegetais os mais variados, e de uma hidratação adequada, sendo que irá depender de sua atividade e do clima onde reside. Caso o paciente não consiga aumentar a ingesta de fibra natural, devem ser utilizados suplementos comerciais. Além disso, um ponto relevante na terapêutica da constipação intestinal é a reeducação dos hábitos de evacuação, estimulando-se a disciplina de horário e a obediência ao reflexo evacuatório, causando a perda progressiva desse reflexo. Biofeedback Essa terapia está relacionada ao retraimento do assoalho pélvico e dos músculos do esfíncter anal com um pequeno balão ou sonda elétrica. Esse tipo de terapia pode ser útil em pacientes com sintomas e achados no exame físico que sugiram disfunção do assoalho pélvico ou para aqueles nos quais terapias conservadoras fracassaram Existem 5 principais metidos farmacológicos utilizados no tratamento da CI, sendo eles: Incrementadores do bolo fecal Com a ingestão suplementar de fibras aumenta-se o volume fecal, diminui-se a consistência das fezes e estimula-se fisiologicamente a evacuação. Dessa forma, esses fármacos vão atuar amolecendo as fezes por captação de água e por estímulo a motilidade pela distensão na parede do cólon. As fibras retêm água em sua estrutura e, por isso, os pacientes devem ingerir volume hídrico adequado. É importante lembrar que as fibras sintéticas, por não serem degradadas pelas enzimas digestivas e não serem metabolizadas pelas bactérias do cólon, são eliminadas de maneira intacta e não produzem gás. Laxativos osmóticos Agem fluidificando as fezes por meio de substâncias osmoticamente ativas, que “roubam” água do organismo humano através da mucosa digestiva. Ele tem como objetivo amolecer as fezes e facilitar a passagem pelo reto. Seu efeito, geralmente, demora mais variando de dois a três dias para ser notado. Correspondem a um grupo heterogêneo no qual se destacam o polietilenoglicol (PEG), os osmóticos salinos (sal de sódio ou magnésio) e os sacarídeos (lactulose) O PEG é o laxante mais utilizado no mundo, pois é eficaz, isento de paraefeitos, tem absorção desprezível, não é metabolizado, não é calórico e nem teratogênico, podendo ser utilizado, inclusive, para a constipação da Imagem 7: defecografia utensílios Imagem 8: Imagens da defecografia Imagem 9: Fármacos incrementadores do bolo fecal gravidez. Ao aumentar a concentração de água no cólon, o PEG lubrifica e amolece as fezes, tornando a evacuação mais confortável. Amaciantes (emolientes, lubrificantes) Esses laxativos agem facilitando o deslizamento das fezes. Esse laxante irá permite que a água penetre nas fezes, fazendo-as amolecer1 e ter uma passagem melhor pelo reto. Eles também podem ser chamados de emolientes, uma vez que pode conter óleo mineral em sua composição, que diminuir a absorção das vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), o que permite a lubrificação da massa fecal. Riscos especiais em pacientes disfágicos, principalmente idosos, consistem na broncoaspiração e na pneumonia lipoídica. Em situações agudas recomenda- se a utilização de medicamentos de apresentação oral e retal. Laxativos Irritativos/Estimulantes Esse medicamento age irritanto o intestino, que acaba se contraindo e expulsando as fezes. A maior vantagem desse fármaco é sua ação rápida (6 a 12 horas). Contudo, seu uso prolongado pode acabar desenvolvendo lesão no plexo mioentérico, causando um quadro chamado de cólon catártico, que é quando o intestino se torna dependente do estímulo dos laxantes para funcionar. Existem contraindicações para gravidas e mulheres que estão amamentando. Dessa forma, alguns estudiosos o consideram como medicamentos de exceção. Laxativos Procinéticos Agem aumentando o trânsito intestinal de maneira mais fisiológica. Dentre estes se destacam a cisaprida, que, por sua cardiotoxicidade, se encontra fora de uso comercial em todo o mundo; a domperidona, pouco efetiva; o tegaserode, com indicação mais bem definida na constipação da síndrome do intestino irritável; a lubiprostona e a prucaloprida. A lubiprostona é um estimulador seletivo dos canais de cloro tipo 2, localizados na membrana apical do epitélio gastrointestinal. Como resultado, há um aumento na secreção de fluido intestinal rico em cloro, o que estimula os movimentos intestinais e facilita a passagem de fezes amolecidas (hidratadas) através do intestino, com consequente alívio dos sintomas de constipação intestinal. Doença Hemorroidária Hemorroidas é o nome do conjunto de veias e artérias que se localizam no canal anal. Todos nós temos veias hemorroidárias e artérias hemorroidárias. Portanto, tecnicamente, todos nós temos hemorroidas. Dessa forma, o termo mais correto não é hemorroida, mas sim doença hemorroidária. A doença hemorroidária é a dilatação varicosa das veias anorretais submucosas decorrente da pressão venosa persistentemente elevada no plexo hemorroidário. Essa doença pode ser interna, quando ela fica escondida dentro do reto, ou externa, quando ela é facilmente identificada ao redor do ânus. O plexo hemorroidário interno é formado pela artéria retal superior e suas veias drenam para o sistema porta, via veia mesentérica inferior. A maioria dos pacientes possui três mamilos hemorroidários internos (localizados nas áreas anterior direita, posterior direita e lateral esquerda), em consequência das ramificações da artéria retal superior. O plexo hemorroidário interno tem inervação visceral autônoma, levando o paciente a ter, muito mais, um desconforto anal localizado do que propriamente dor. O plexo hemorroidário externo é formado pela artéria retal inferior (ramo da artéria pudenda interna) e suas veias drenam para as veias ilíacas internas e, por conseguinte, para o sistema cava inferior. O plexo hemorroidário externo, por estar localizado abaixo da Imagem 10: Laxantes osmóticos Imagem 11: Laxantes Amaciantes Imagem 12: Laxantes Estimulantes Imagem 13: Algoritmo da Constipação intestinal linhapectínea, tem inervação somática, rica em fibras sensoriais da dor, temperatura e toque A passagem das fezes por essas veias dilatadas pode causar ferimentos, que se manifestam com sintomas como dor para evacuar, coceira anal e sangramento nas fezes. Fisiopatologia A Hemorroida surge de um plexo de vasos arteriovenosos dilatados em conjunto com o tecido conjuntivo que o cerca. As internas originam-se do plexo hemorroidário superior, cuja drenagem é para o sistema portal. localizam-se acima do esfíncter anal e são recobertas pela mucosa anal (assintomáticas).. As externas formam-se no plexo hemorroidário inferior, que drena para o sistema cava inferior; situam- se abaixo do esfíncter anal e são revestidas por pele (sintomática). As Hemorroidas internas e externas se comunicam e drenam para as veias pudendas internas e, finalmente, para a veia cava inferior. Ao contrário das veias do resto do corpo, possuem válvulas para impedir o retorno do sangue, as veias hemorroidárias não possuem essas válvulas, portanto qualquer aumento da pressão nessas veias propicia o seu ingurgitamento. Dessa maneira, podemos dizer que as doenças hemorroidárias são “varizes” das veias hemorroidárias. Assim como em qualquer variz, o sangue represado aumenta o risco de trombose e inflamações das veias. O desenvolvimento de hemorroidas sintomáticas tem sido associado ao avanço da idade, diarreia, gravidez, tumores pélvicos, repouso prolongado, esforço, constipação crônica e pacientes em uso de anticoagulação e terapia antiplaquetária, embora não esteja claro se a associação é causal. A doença hemorroidária pode ser classificada em dois aspectos. Uma que irá diferenciar os tipos em função de sua relação com a linha pectínea e outra que irá classificar em função da existência ou não de um prolapso e, caso presente, como ele se comporta. De acordo com a sua relação com a linha pectínea Hemorroida Interna São próximas ou acima da linha pectínea. Os tecidos acima da linha pectínea recebem inervação visceral, menos sensível à dor e irritação. Assim, as hemorroidas internas são passíveis de uma variedade de procedimentos no consultório que podem ser realizados com pouca ou nenhuma anestesia. Hemorroida Externa Estão distais ou abaixo da linha pectínea, onde os tecidos são inervados por fibras somaticamente e, portanto, são mais sensíveis à dor e irritação. De acordo com o grau de prolapso anal Existem 5 graus da doença hemorroidária: Grau 1: ↪ São visualizadas na anuscopia e podem inchar no lúmen, mas não gera um prolapso abaixo da linha pectínea. Grau 2: ↪ Apresenta um prolapso para fora do canal anal com defecação ou esforço, mas reduz espontaneamente Grau 3: ↪ Apresenta um prolapso para fora do canal anal com defecação ou esforço, e requerem redução manual. Grau 4: ↪ São irredutíveis e podem estrangular hemorroidas. Epidemiologia A verdadeira prevalência de hemorroidas é incerta, pois o desconforto anorretal é frequentemente atribuído a hemorroidas sintomáticas. Em uma grande pesquisa transversal realizada nos Estados Unidos, a prevalência autorreferida de hemorroidas sintomáticas foi de 4,4%. A prevalência foi igual em ambos os sexos, atingiu o pico entre as idades de 45 e 65 anos e diminuiu a partir de então. O Imagem 14: Plexo hemorroidário Imagem 15: Classificação em graus da Hemorroida Interna. desenvolvimento dos sintomas antes dos 20 anos era incomum. Fatores de Risco A doença hemorroidária é um distúrbio muito comum. Estima-se que mais da metade da população acima dos 50 anos sofra deste problema em graus variáveis. Os principais fatores de risco são: Constipação intestinal ↪ Esforço para evacuar. ↪ Prender as fezes com frequência, evitando defecar sempre que há vontade. ↪ Dieta pobre em fibras. História familiar de hemorroidas (asos de hemorroidas na família podem indicar predisposição para desenvolver a doença, porém, é possível o seu desenvolvimento sem que haja precedentes familiares) Obesidade (o excesso de peso também aumenta a pressão nas veias abdominais) Gravidez (em virtude da pressão que o feto exerce sobre as veias da parte inferior do abdome) Diarreia crônica. Tabagismo. Cirrose hepática e hipertensão portal. Ficar longos períodos sentados no vaso sanitário Manifestações Clínicas Aproximadamente 40% dos indivíduos com hemorroidas são assintomáticos. Contundo, o principal sintoma é o sangramento, onde o sangue é tipicamente vermelho vivo e reveste as fezes no final da defecação ou pode pingar no vaso sanitário. Além disso, alguns pacientes podem queixar-se de incontinência fecal leve, secreção de muco, umidade ou sensação de plenitude na área perianal devido a uma hemorroida interna prolapsada. Assim como, irritação ou coceira da pele perianal. A dor na doença hemorroidária deve ser avaliada com cautela, pois embora seja comum a associação de dor e hemorroida pelos pacientes, tal sintoma costuma refletir alguma complicação (como fissuras, trombose hemorroidária aguda ou abscessos anorretais). Fato justificado pela inervação visceral autônoma dos mamilos hemorroidários internos, que podem gerar sensação de desconforto, mas não de dor propriamente dita. Os pacientes podem apresentar início agudo de dor perianal e um "caroço" perianal palpável de trombose. A trombose é mais comum com hemorroidas externas em comparação com hemorroidas internas. Diagnóstico É baseado na anamnese do paciente e nos achados em seu exame físico. Anamnese O paciente poderá apresentar uma história de sangramento hemorroida é caracterizado pela passagem indolor de sangue vermelho brilhante por reto com um movimento intestinal. A defecação dolorosa não está associada a hemorroidas, sendo o sangramento quase sempre indolor e geralmente está associado a um movimento intestinal, embora possa ser espontâneo. Os pacientes podem apresentar início agudo de dor perianal e um nódulo perianal palpável por trombose. A trombose é mais comum em hemorroidas externas em comparação com hemorroidas internas. As tromboses das hemorroidas externas podem estar associadas a dores excruciantes, pois a pele perianal sobrejacente é altamente inervada e se distende e inflama. O histórico médico anterior deve incluir um histórico de perda sanguínea gastrointestinal prévia e a avaliação realizada, bem como câncer ou pólipos colorretais previamente ressecados, doença inflamatória intestinal e radioterapia pélvica. Deve-se procurar uma história familiar detalhada, incluindo uma história de doença inflamatória intestinal e uma história detalhada de câncer para estratificar o risco de câncer colorretal. Exame Físico Deve-se fazer uma inspeção cuidadosa da borda anal e da área perianal em busca de hemorroidas externas, hemorroidas internas prolapso, marcas de pele, fissura, fístulas, abscessos, neoplasias e condiloma. O exame retal digital deve incluir palpação de massas, flutuação, sensibilidade e caracterização do tônus do esfíncter anal. Hemorroidas internas geralmente não são palpáveis no exame digital na ausência de trombose. Uma hemorroida trombosada é extremamente sensível à palpação e um trombo pode ser palpável dentro da hemorroida. O hábito de evacuar agachado, muito comum no Oriente Médio e Ásia, está associado a uma menor incidência de hemorroidas. Por outro lado, evacuar sentado, como a maioria de nós habitualmente faz, parece aumentar a sua incidência. Imagem 16: Hemorroida externa inchada (setas). A presença de espessamento ou cicatriz na linha média posterior ou rugosidade do anoderme de outra forma suave é sugestiva de uma fissura anal parcialmente cicatrizada. Exames de imagens e laboratoriais ↪ Anuscopia Nos pacientes com sangue vermelho brilhante por reto ou comsuspeita de hemorroida trombosada, nos quais não foram detectadas hemorroidas no exame retal digital, realizamos uma anuscopia para avaliar o canal anal e o reto distal. Os feixes hemorroidas internos aparecem como veias azuis arroxeadas salientes. Hemorroidas internas prolongadas aparecem como rosa escuro, reluzente e às vezes macias massas na margem anal. As hemorroidas externas trombosadas são extremamente sensíveis e têm um tom arroxeado. A anuscopia tem a vantagem de ser um procedimento rápido, relativamente indolor e barato que pode ser realizado em um paciente não preparado para diagnosticar hemorroidas e excluir distúrbios anorretais distais. ↪ Avaliação endoscópica Em pacientes com menos de 40 anos com sangue vermelho brilhante mínimo no reto e sem anemia, deficiência de ferro, dor abdominal, diarréia, sintomas sistêmicos ou fatores de risco para câncer colorretal ou doença inflamatória intestinal, não realizamos nenhuma avaliação endoscópica adicional se houver hemorroidas no exame físico ou na anoscopia. Em pacientes com mais de 40 anos, realizamos uma sigmoidoscopia ou colonoscopia flexível com base na presença de sintomas associados e fatores de risco para câncer colorretal. ↪ Hemograma O exame laboratorial contribui pouco e não é recomendado rotineiramente, mas se for realizado e for identificada anemia ou deficiência de ferro, a avaliação endoscópica deve ser realizada. Tratamento O tratamento da doença hemorroidária pode ser dividido entre tratamento conservador, ambulatorial e cirúrgico. A abordagem de tratamento inicial para a maioria dos pacientes com hemorroidas sintomáticas de início recente é conservadora, consistindo em modificação da dieta/estilo de vida e medicamentos tópicos ou orais para aliviar os sintomas. O tratamento conservador é bem- sucedido para a maioria dos pacientes e pode ser continuado pelo tempo que o paciente desejar. O tratamento pode constar na modificação da dieta e do estilo de vida, medicamentos para alívio sintomático, analgésicos e esteroides tópicos, agentes venoativos (flebotônicos), agentes antiespasmódicos e os banhos de assento (usados para relaxar o esfíncter). Pacientes com doença hemorroidária devem evitar a utilização do papel higiênico, pois, por mais macio que seja, provoca trauma mecânico na região, exacerbando o edema e o sangramento local. Portanto, após evacuações a região perianal deve ser lavada. São oferecidos a pacientes com hemorroidas internas sintomáticas refratárias a tratamentos médicos conservadores. O objetivo comum dessas terapias é causar descamação do excesso de tecido hemorroida; cicatrização e cicatrização fixam o tecido residual no anel muscular anorretal subjacente. O procedimento pode ser realizado no consultório, não havendo necessidade de internação hospitalar. Pode ser utilizado para tratamento de hemorroida de graus I e II e em casos selecionados de grau III. Os tratamentos são: 1. Ligadura elástica: procedimento ambulatorial mais aceito na literatura médica mundial. A ligadura elástica consiste na aplicação de um elástico na região dos mamilos hemorroidários, causando, assim, necrose e fixação desse mamilo. O método tem essa grande aceitação por evitar a cirurgia, ser curativo, não necessitar de anestesia e ser eficiente. 2. Crioterapia: consiste no congelamento da hemorroida. Utiliza-se o nitrogênio líquido, aplicado sobre o mamilo hemorroidário, acarretando necrose da hemorróida, com posterior processo de fibrose no local. 3. Escleroterapia: injeção de substâncias esclerosantes, que fazem involuir a hemorroida. 4. Fotocoagulação (infravermelho): aplicação com aparelho especial, que emite luz infravermelha, coagulando a hemorroida. É indicado para o tratamento de mamilos hemorroidários internos maiores, que normalmente se exteriorizam pelo orifício anal (grau IV), ou mamilos externos. As técnicas existentes consistem na retirada do mamilo hemorroidário por meio de incisões e dissecções cirúrgicas. Na técnica cirúrgica mais utilizada (Milligan-Morgan), a região em que é ressecado o mamilo permanece aberta, sem sutura, permanecendo área cruenta, a qual será cicatrizada por segunda intenção, com desenvolvimento de tecido de granulação. Fato que torna importante a necessidade da higienização local, principalmente após evacuações. A dor no pós-operatório é determinada por alguns fatores significantes, como limiar de dor individual do paciente, demora para o paciente evacuar e consistência das fezes. No período pós-operatório, podemos utilizar medicamento analgésico, anti-inflamatórios e reguladores do hábito intestinal que ajudam a cicatrização adequada da ferida cirúrgica. Para a realização dessas cirurgias, em geral, o paciente é submetido à raquianestesia ou à peridural, necessitando de internação hospitalar. A cicatrização completa costuma acontecer em três a cinco semanas, mas já nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente pode retomar suas atividades. Referências Porth, Fisiopatologia, 2016 Tortora, Princípios de Anatomia e Fisiologia, 2016 Bogliolo, patologia, 2016. Amato, M.C. M. Manual do Médico Generalista na Era do Conhecimento, 2ª edição. Grupo GEN, 2014. Constipação no idoso - https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the- older- adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=sea rch_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&di splay_rank=3#H29212457 Constipação intestinal - http://files.bvs.br/upload/S/0047- 2077/2013/v101n2/a3987.pdf Constipação intestinal: aspectos epidemiológicos e clínicos - https://periodicos.unicesumar.edu.br/plugins/generic/pdfJs Viewer/pdf.js/web/viewer.html?file=https%3A%2F%2Fp eriodicos.unicesumar.edu.br%2Findex.php%2Fsaudpesq %2Farticle%2Fdownload%2F4761%2F2760%2F https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H29212457 https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H29212457 https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H29212457 https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H29212457 https://www.uptodate.com/contents/constipation-in-the-older-adult?search=constipa%C3%A7%C3%A3o&source=search_result&selectedTitle=3~150&usage_type=default&display_rank=3#H29212457 http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2013/v101n2/a3987.pdf http://files.bvs.br/upload/S/0047-2077/2013/v101n2/a3987.pdf https://periodicos.unicesumar.edu.br/plugins/generic/pdfJsViewer/pdf.js/web/viewer.html?file=https%3A%2F%2Fperiodicos.unicesumar.edu.br%2Findex.php%2Fsaudpesq%2Farticle%2Fdownload%2F4761%2F2760%2F https://periodicos.unicesumar.edu.br/plugins/generic/pdfJsViewer/pdf.js/web/viewer.html?file=https%3A%2F%2Fperiodicos.unicesumar.edu.br%2Findex.php%2Fsaudpesq%2Farticle%2Fdownload%2F4761%2F2760%2F https://periodicos.unicesumar.edu.br/plugins/generic/pdfJsViewer/pdf.js/web/viewer.html?file=https%3A%2F%2Fperiodicos.unicesumar.edu.br%2Findex.php%2Fsaudpesq%2Farticle%2Fdownload%2F4761%2F2760%2F https://periodicos.unicesumar.edu.br/plugins/generic/pdfJsViewer/pdf.js/web/viewer.html?file=https%3A%2F%2Fperiodicos.unicesumar.edu.br%2Findex.php%2Fsaudpesq%2Farticle%2Fdownload%2F4761%2F2760%2F
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