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9-Tumores malignos: carcinoma basocelular, carcinoma espinocelular e melanoma Epidemiologia: Neoplasia mais comum Maior incidência Áreas fotoexpostas Idade > 40 anos Alta taxa de cura se diagnóstico precoce (>90%) Pouca mortalidade e alta morbidade Etiopatogenia: Produtos químicos: arsênico, carvão, parafina, óleos sintéticos, pesticidas, asfalto, alcatrão --> pode ficar latente por décadas Radiações: rionizante (raios-X) e UV Infecções: HPV 16, 18 Úlceras crônicas Cicatrizes Síndromes genéticas: o Síndrome de Gorlin-Goltz (síndrome do nevo basocelular) o Xeroderma pigmentoso -> deficiência no gene de reparo e não conseguem reparar as alterações (tem carcinoma e melanoma) o Epidermiodisplasia verruciforme o Albinismo o Síndrome de Bazex o Síndrome Rombo o Sïndrome de Bloom o Síndrome Rothmund-Thommmpson o Epidermólise Bolhosa Distrófica Imunidade comprometida o Quimioterapia o HIV+ o Transplantados o Linfomas e leucemias -> neoplasia hematológica o Alcoólatras crônicos Fatores de risco Historia familiar para pacientes em fototipos I e II (queima mais do que bronzeia) Exposição excessiva à radiação UV (recreativa, profissional ou regiões geográficas de grande exposição solar) o Principal causa em indivíduos suscetíveis o Maior ação nas pessoas de pele e cabelo claros (queima> bronzeia) o UVB (290-320nm) dano nas pontes de pirimidina o 70-80% de toda exposição solar ocorre até os 18 anos Carcinoma basocelular (CBC) Biologia: derivado das células não queratinizantes da camada basal da epiderme 3⁄4 de todos os canceres de pele Possui crescimento lento Restrito a pele com unidade pilosebácea Pode levar à destruição tecidual extensa no local -> cresce lentamente e vai invadindo no local Metástase e invasão: CBCs dependem do estroma adjacente para sobreviver, por isso pouca metástase e invasão -> super raro Características anatômicas: o Áreas mais afetadas: Cabeça e pescoço (75,5%) Membros (16,1%) Tronco (8,4%) o Face H é a área mais perigosa Subtipos histológicos: o Nodular: solido, cístico e pigmentado o Superficial o Esclerodermiforme Subtipo nodular Mais comum (50-80%) Áreas fotoexpostas para pacientes em cabeça e pescoço Pápula ou nódulo bem definido de coloração rósea, com aspecto perolado e teleangectasias na superfície Pigmentado: subtipo do nodular com aumento da pigmentação (7% dos CBCs) Subtipo superficial Mais frequente no tronco Placas eritemato- descamativas, pouco infiltradas podendo apresentar micropapulas perlaceas na periferia Áreas de regressão: atrofia e hipopigmentação Subtipo esclerodermiforme Variante de crescimento agressivo Bordas pouco delimitadas Placa branco- amarelada, escleroatrófica, dura, lisa com bordas mal definidas, podem apresentar teleangectasias Ulceração incomum Altas taxas de recorrência pós tratamento pq são várias placas pequenas Crescimento maior e infiltração maior Diagnóstico Clínica -> a superfície perolada é o que chama mais atenção Dermatoscopia: o Exame Não invasivo o Lente com magnificação de 10 a 20x o Análise de cores e estruturas (abaixo do estrato córneo) o Diferencia lesões melanocíticas benignas ou malignas Biópsia: massa de célula basaloide com paliçada na periferia Microscopia confocal Tratamento Essencialmente cirúrgico com margens de segurança especificas Se são mais agressivos e recidivados ou localizados em áreas importantes, pode discutir a cirurgia micrográfica de Mohs (analise intraoperatoria das margens cirúrgicas, leva pro microscópio e avalia na hora) Destruição: não da para saber se a margem cirúrgica está livre ou não (utilizado quando o paciente não pode fazer cirurgia) -> curetagem, eletrocoagulação e crio cirurgia (pesar o risco/beneficio) Não cirúrgicas com cremes e pomadas utilizado em situações especificas com tumores superficiais Não cirurgicos com radioterapia (pode ser usado como adjuvante também, além do tratamento em si, no pós operatório) Cirúrgicos: sempre q possível o Excisão: excisão com margens pré-determinadas e cirurgia micrográfica de Mohs o Destruição Não cirúrgicos o Terapia fotodinâmica o Radioterapia: superficiais o Vismodegib o 5-FU/imiquimod: superficiais Carcinoma espinocelular Tumor maligno dos queratinócitos 2o tumor cutâneo mais frequente (10-20% dos canceres de pele) Evolução lenta (não tão lento quanto o CBC) Lesões solitárias >>> múltiplas (mais lesões solitárias mas podem apresentar múltiplas também) Mais agressivo que CBC Homens > mulheres (profissões mais expostas) Mais de 60 anos Fototipos I e II Fatores de risco: o Sol o Exposição crônica ao calor o Cigarro e álcool = boca o HPV (16, 18), HIV o Imunossuprimidos o Doenças crônicas inflamatórias há muitos anos (alteração epitelial local) Lesões pré-malignas: Queilite actinica: alterações da boca (região labial, principalmente no lábio inferior) de pacientes expostos cronicamente ao sol Queratose actinica: o Queratose solar ou senil o Meia idade e idosos o Alteração dos queratinócitos o Taxa 10% malignização em 10 anos (CEC) o Áreas expostas o Marcador de dano solar o Clínica: queratósicas, 0,5 a 1 cm (mas podem confluir e se tornarem maiores), escamas amareladas ou acastanhadas, finas, aderentes, secas, podendo apresentar discreto eritema Leucoplasia: lesão na mucosa oral Eritroplasia de Queyrat: lesão genital -> palcas esbranquicadas que acmetem glande ou pequenos lábios Áreas fotoexpostas de indivíduos de pele clara Áreas fotoexpostas de indivíduos de pele clara -> leões em áreas de fotodano com queratoses actinicas Cabeça e pescoço (70%), membros inferiores (15%) Transplantados: 22% dos CEC’s invasivos ocorrem em áreas cobertas Lesões em áreas de fotodano com queratoses actínicas: Maculas ou pápulas queratósicas ásperas Corno cutaneo, atrófica, hipertrófica e pigmentada CEC metástatico: Sobrevida em 5 anos: 25% Metástase primariamente linfática Principalmente mucosa, dorso de mãos e queimaduras Pacientes imunossuprimidos: múltiplas metástases dérmicas em transito podem ocorrer antes da linfonodal Doença recorrente comumente é simultânea ao envolvimento linfonodal Metástases viscerais raras sem doença local ou regional Diagnóstico Dermatoscopia Biópsia: o Células espinhosas atípicas o Células diferenciadas que formam centros córneos Tratamento: Cirúrgicos o Excisão: áreas de risco de recidivas o Destruição > quando CEC in situ ou pequenos e bem diferenciados Não cirúrgica o 5-FU/ imiquimod o Terapia fotodinâmica o Radioterapia o Cetuximabe/ pembrolizumabe Melanoma Neoplasia que se origina dos melanócitos (células produtoras de melanina provenientes da crista neural) localizados na camada basal da epiderme Origina-se maior parte na pele, porém devido a origem embriológica pode se originar em outros sítios (SNC) 4-5% das neoplasias malignas da pele (mais graves com alta possibilidade de metástases) Adultos jovens de 20 a 50 anos de idade mais frequentemente Sobrevida: relacionada ao estádio da doença e depende da profundidade da lesão na pele Bom prognóstico e alta possibilidade de cura: relacionados à excisão completa do tumor em sua fase inicial de desenvolvimento Diagnóstico precoce !!! No Brasil: 5560 novos casos da doença e 1547 óbitos (INCA-2017) Baixa incidência Alta letalidade Melhora na sobrevida (últimos anos), principalmente devido à detecção precoce Principal fator de prognóstico: Breslow (espessura do tumor) -> quanto maior o Breslow, pior o prognóstico --> Breslow é diretamente proporcional ao prognóstico (maior Breslow -> maior gravidade) Fatores de risco: Historia familiar é considerado fator de risco preponderante potencializado pela radiação UV Historia pessoal Cabelos claros Olhos claros Fototipos I e II Exposição solar (queimadura solar) Pele actinica Síndrome do nevo atípico Múltiplos nevos (mais de 50 nevos) Nevo atípico Nevo congênito Efélides na infância Bronzeamento artificial Imunossupressão Síndrome dos Nevos Atípicos Mais de 100 nevos 1 ou mais nevos com mais de 8mm 1 ou mais nevos com características clínicas de nevo atípico Pacientes com antecedente familial de melanoma Risco maior para o desenvolvimento do melanoma Quadro clínico Sintomas o Mudança de aspecto de lesão pré-existente o Aparecimento de lesão pigmentada irregular Sinais o Aumento do diametro ou espessura da lesal o Mudança de cor e/ou variação no padrão de pigmentação o Prurido o Sangramento o Ulceração Localização o Pele, couro cabeludo, regiao palmo-plamtar, subunguela e mucosas o Tronco > MMII > MMSS > C e P o Variação de acordo com sexo e raça (pela exposição) Homens brancos -> tronco (dorso superior) Mulheres brancas -> pernas e tronco Negros e asiáticos -> região palmo-plantar, subungueal e mucosas Variantes clínico-patológicos o Melanoma extensivo superficial o Melanoma nodular o Melanoma acreal lentiginoso o Melanoma lentigo maligno Melanoma extensivo superficial Mais comum Melhor prognostico Lesão pigmentada (acastanhada), irregular em áreas expostas Crescimento radial inicialmente e depois vertical Melanoma nodular Prognostico pior que o extensivo superficial Breslow maior São nódulos com intensa pigmentação Melanoma acreal lentiginoso Lesão na região palmo- plamtar ou subungueal Prognóstico muito ruim Listas na unha (melanoniquia) -> podem ser benignas (racial, medicação, trauma), mas irregular, que cresce rápido, com alteração da borda ungueal (pensar em melanoma) Diagnostico tardio: espessos e/ou ulcerados Melanoma lentigo maligno Mais frequente em pacientes com mais de 60 anos Geralmente em áreas expostas ao sol (face e mmss) Maculas irregulares, acastanhadas e suspeitas na regiao fotoexposta Normalente não tem breslow grande Tem risco de recidiva muito alto Diagnostico tardio: espessos e/ou ulcerados Diagnóstico Clínico (inspeção): acurácia de 65 a 80% Métodos diagnósticos: o Exame macroscópico (inspeção) o Dermatoscopia o Mapeamento corporal e dermatoscopia digital o Microscopia confocal o Histopatologia Exame macroscópico: o Regra do ABCDE: Assimetria Borda irregular Cores: 2 ou mais Diâmetro maior de 6mm Evolução (apareceu e cresceu rápido) Dermatoscopia: o Método auxiliar não invasivo (lente de magnificação de 10 a 20x) o Maior acurácia: 85 a 93% (dermatologistas experientes) -> aumenta a acurácia clínica em 10 a 20% o Analise de cores e estruturas -> diferencia lesões benignas de malignas Mapeamento corporal + dermatoscopia digital o Armazenamento das imagens o Seguimento dos pacientes de risco o Detecção precoce do melanoma em pacientes de alto risco (múltiplos nevos, síndrome do nevo atípico, antecedente familiar) o Mínima exérese desnecessárias de lesões benignas o Marca as pintas de interesse e faz a dermatoscopia delas Suspeita clínica: o Biopsia excisional: retirada da pinta com 2mm de margem o Exame anatomopatologico o Avalia fatores prognósticos da lesão e propor o tratamento adequado para o paciente o Melhor prognóstico: Diagnóstico precoce (estádios iniciais) Pacientes jovens Sexo feminino Lesões em extremidades Estadiamento: TNM Estádios I e II: melanoma localizado -> sem metástase regional ou sistêmica Estádio III: metástases regionais (linfonodais e/ou satelitose ou meta em transito) Estádio IV: metástases a distancia Principais focos de metástases Pele (lesão satélite e meta), partes moles e linfonodos Pulmões Fígado Tratamento Identificação da lesão primaria -> biopsia -> ampliação de margens (de acordo com Breslow) -> pesquisa de linfonodo sentinela (se indicado) Linfonodo sentinela: o É o primeiro linfonodo na base linfonodal para o qual o melanoma primário drena (primeiro linfonodo a drenar uma determinada área anatômica) o A histologia do LNS reflete o status histológico da base linfonodal o Indicação de pesquisa de linfonodo sentinela: Breslow maior que 1mm ou, menor que 1mm e tiver ulceração ou ≥ 1 mitose Tratamento da base linfonodal TGI Cérebro Osso Tratamento adjuvante
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