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arte educação e música 4

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UNIDADE IV
GUIA DE ESTUDO
Artes, Educação e Música
1
PArA início dE convErsA
Olá, meu caro (a)! Estamos chegando a reta final da disciplina Arte, Educação e Música. 
A unidade 04 tem como proposta desenvolver um arremate sobre todos os conteúdos abordados, a partir 
da temática “Trabalho de Professor”. 
Perceba que desde o primeiro guia de estudos temos insistido no uso da adequação de gênero. “Trabalho 
do Professor e da Professora”, seria o mais indicado.
Talvez você esteja retrucando “que bobagem é essa? ”, “sempre palavras no masculino sugeriram a 
incorporação do feminino”, etc. Pois é. Estamos saindo de um paradigma dominante para um paradigma 
emergente. Neste existe uma necessidade de construir novas realidades e relações a partir da palavra.
O Ensino de Arte é um campo do saber que envolve a interdisciplinaridade e transdisciplinaridade em si. 
Porém alguns sistemas de ensino ainda não entenderam isso e continuam repetindo (propositalmente ou 
não) as mesmas fórmulas de décadas atrás.
Caro (a) estudante, as nossas realidades são bastante distintas. Vivemos num país com dimensões conti-
nentais e mesmo com a Lei de Diretrizes e Bases, os Parâmetros Curriculares Nacionais e outras norma-
tizações e orientações curriculares terminamos gerando singularidades nos diversos locais do Brasil só 
percebidas, por muitas vezes, quando temos estudantes submetidos às avaliações diagnósticas, como a 
Prova Brasil.
Existe o interesse, a partir da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), em propor que todas as escolas 
do território nacional estabeleçam uma equidade de conteúdos, de modo que mesmo que uma criança que 
estude em um determinado local, não tenha maiores dificuldades de adaptação quanto à matriz curricular, 
se for transferida para outro estado ou região brasileira. 
LEiturA coMPLEMEntAr
Caso você deseje conhecer um pouco mais sobre a BNCC clique aqui.
 oriEntAçõEs dA disciPLinA
Durante este guia de estudos, iremos, no primeiro momento desenvolver estudos sobre a formação do 
educando em música, seja tocando instrumentos, seja cantando, ou mesmo utilizando da musicalização 
em sintonia com as práticas corpóreas- expressivas. Sim! Vimos nas unidades anteriores, principalmente 
na unidade 3, que o canto está dentro da música, sendo este, juntamente com a o uso de instrumentos 
sonoros e musicais, formas de expressão desta arte. Também foi sugerido pelo livro-texto a correlação 
da música com a dança, possibilitando um trabalho que envolvesse cognição, percepção, motricidade e 
relações intra e interpessoais.
http://basenacionalcomum.mec.gov.br/#/site/base/o-que
2
No segundo momento estaremos ressaltando os diversos benefícios do trabalho com a arte. Talvez você 
possa estar imaginando que isto seja enfadonho, visto que estamos abordando de maneira sistemática o 
quão importante é arte na educação. Porém faremos um esforço maior para pontuar aspectos, evitando a 
reprodução de vários equívocos. Caso você estivesse concorrendo a uma vaga como docente em ensino 
de arte, neste momento terias condições de argumentar sobre as benesses do trabalho com a disciplina? 
Suas respostas estariam embasadas em aspectos acadêmicos ou no senso comum? Conhecer a impor-
tância do labor em artes traz em seu bojo uma militância política. Uma militância em prol da humanização 
dos conteúdos, da expansão dos saberes e da democratização de conteúdos geralmente vistos apenas 
nas grandes escolas particulares.
No terceiro momento iremos falar de algo que é banalizado tanto por pais, como por muitos currículos 
escolares, mas é algo que deve ser visto com um profundo respeito: a brincadeira. Falaremos um pouco 
sobre ludicidade, sobre jogo, o brincar, os brinquedos e brincadeiras. Perceba ao seu redor as crianças 
mais próximas. Elas brincam constantemente? Onde brincam? Do que brincam? Com quem brincam? Qual 
a duração aproximada da brincadeira? Essas questões, que geralmente são constituintes de alguns pro-
jetos de artigos, monografias, dissertações e teses tem uma importância grandiosa, porém no cotidiano 
não vigoram. Currículos que contemplem muitas brincadeiras são vistos com maus olhos pela maioria dos 
pais que não tem o mínimo intuito de pagar escola para os filhos ficarem brincando. Entender a importân-
cia simbólica do brincar e da arte mudará o nosso olhar sobre a educação. Afinal de contas brincadeira é 
coisa séria.
O quarto momento pode ser entendido como um dos corações destes guias de estudo. É nele que estarão 
contidos princípios que deverão nortear o trabalho do professor e da professora nas quatro linguagens 
artísticas (Artes Visuais, Teatro, Dança e Música). De fato, politicamente, a polivalência em Arte recobre 
o/a docente de sobrecarga e ansiedade. Muitas das professoras e professores sequer lembram-se de ati-
vidades qualificadas na sua vida escola, como estudantes. Solicitar que trabalhem as quatro linguagens 
artísticas provoca mais que ansiedade... traz uma revolta na maioria dos educadores. Afinal de contas, 
ninguém deveria ser obrigado a “tirar leite de pedra”. Porém com a devida formação e com diálogos 
contínuos com pessoas mais experientes fica bem mais fácil de possibilitar como unidocente que os seus 
estudantes tenham mais que aulas... Desfrutem de vivências inesquecíveis e prazerosas tanto para eles 
quanto para você que estará ensinando.
No quinto momento precisaremos ter certa cautela para não tomar partido, seja ficando do lado das 
gestões, seja estando do lado dos professores que precisam fazer muitas vezes milagres e mágicas em 
seus ambientes de trabalho. Apresentaremos como deve ser o ambiente ideal e como sugerir soluções 
econômicas que favoreçam condições para o ensino de arte qualificado, salubre e satisfatório. Temos 
diversos tipos de escola, com suas peculiaridades. Porém traçaremos um denominador comum para que 
da escola mais simples a mais completa possamos vislumbrar nessas próximas décadas um boom do 
ensino de Arte. 
O último momento, anterior as conclusões finais da disciplina, abordaremos as chamadas formas alterna-
tivas de trabalho com arte no cotidiano escolar. Desde já, ressaltamos as ressalvas que fizemos durante 
toda a disciplina, mas para ampliar o leque, conforme a autonomia docente estaremos mostrando algu-
mas utilizações da arte em prol de objetivos não diretamente vinculados à natureza da disciplina.
Preparado para enriquecer mais ainda seus horizontes? Então, vamos lá!
3
ForMAçÃo do EducAndo EM MÚsicA, cAnto E dAnçA
você sAbiA?
Você sabia que a música está contida desde os primeiros momentos de vida do ser 
humano? Pois é, ainda envolto pela placenta, já entre a 20ª e 21ª semana de gestação 
a criança começa a perceber os sons. Um estudo em Taiwan, uma república da China, 
comprovou também que mulheres grávidas que escutam música tem menos propensão 
a ansiedade e depressão. A música faz bem tanto a mãe quanto ao educando que 
está em gestação. Acredita-se também que estas músicas ouvidas pelas gestantes, ao 
atravessar o líquido amniótico (excelente condutor sonoro), são registradas pelo bebê. 
Portanto, é interessante que os pais registrem que músicas são essas, visto que elas 
serviram para utilização inclusive nas creches e primeiros anos da educação básica.
Somos seres sonoros/musicais. Do compasso do nosso coração às nossas emissões vocais articuladas ou 
não, tenderemos a buscar o contato com a sociedade a partir das sonoridades. O educando e a educanda 
no decorrer de suas experiências sociais entraram em contato com diversos tipos de música. Algumas 
dessas músicas apenas instrumentais, outras apenas criadas a partir da voz humana e outras em con-
junção de ambas as fontes sonoras simultaneamente, trazem em seu bojo um conteúdo implícito e um 
conteúdo explícito. 
 
Como citamos na unidade 03, a música é a arte das musas. É uma arte que traz um forte conteúdo indu-
tivo, conteúdo este que pode ser usado tanto para a educação como para uma “deseducação” se assim 
pudermos chamar. Por vezes, ao sabor dosmodismos, educadores se permitem proporcionar músicas 
inadequadas aos seus educandos, que por muitas vezes corporificam as músicas em gestos e sons que 
não tem a menor relação com o seu desenvolvimento cognitivo e emocional.
vEjA o vídEo!
Você se lembra do modismo “Tchan”? Observe esse vídeo disponível no youtube.
(Duração 2´25´´)
Não percebeu nada demais? Observe os olhares. Ainda não percebeu nada? Então por gentileza leia ao 
menos o final desse artigo quanto ao “Patrimônio Condenado”. Temos a música influenciando a dança, de 
maneira aeróbica com uma série de imperativos durante a letra. Do que essas músicas falam? A quem 
elas deveriam se dirigir? A quais arquétipos1 essas direcionam as pessoas, inclusive as crianças?
Do mesmo modo a música indutora e condutora de ideologias, pode ser devidamente usada para a mani-
pulação ideológica seja no que concerne às questões de venda de produtos, seja na questão de promoção 
1 Para saber mais sobre arquétipos, clique aqui.
???
https://www.youtube.com/watch?v=cHg8s6ZIxqQ
https://oarquetipo.wordpress.com/o-arquetipo/
4
política. No final tudo é marketing. Seja de produtos ou de pessoas esse marketing pode usar de vários 
recursos. Dentre eles utilizará certamente da música. Sabe aquela música de comercial ou mesmo de 
campanha política que você se lembra por longos anos. Essa música-chiclete que parece grudar em nos-
sas cabeças por muito tempo é o que poderemos chamar de jingle. Os jingles são mensagens publicitárias 
musicadas elaboradas com refrão simples e de curta duração.
vEjA o vídEo!
O que isso tem a ver com os nossos educandos? Antes de continuar escrevendo vou 
te sugerir mais um vídeo. Chama-se “Criança – A Alma do Negócio”, é uma produção 
audiovisual brasileira, no formato documentário, dirigido pela cineasta Estela Renner 
que aborda a relação entre crianças, mídias, publicidade e consumo. É bem possível 
que você já tenha assistido ou ao menos tenha ouvido falar. A duração é de 50 minutos 
aproximadamente. Porém sugiro que seja assistido na íntegra, afinal de contas a infor-
mação audiovisual contida em comerciais dirigidos às crianças/educandos (as) é produ-
zida a partir das 4 linguagens (Artes Visuais, Dança, Teatro e Música). Linguagens estas 
utilizadas para favorecer o fetiche e o consumo. Clique aqui e assista. (Duração 49´13´´)
Segundo esse documentário, baseado também em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 
a criança brasileira é a que mais assiste televisão diariamente. Isso em nível mundial. Quantas músicas 
ela escuta, quantas canções elas aprendem, apreendem e compreendem? Talvez você venha a retrucar: 
“Mas o educador não tem nada com isso! Os pais são responsáveis por fiscalizar o que as crianças as-
sistem e a quantidade de tempo elas podem ficar assistindo”. Daí vem a pergunta: Vale a pena esperar? 
PALAvrAs do ProFEssor
Caro (a) aluno (a), estamos em meio a uma crise de paradigmas e tão importante quanto abordar na edu-
cação formal os conteúdos específicos da arte da música, das técnicas de canto e do universo da dança 
é de importância capital estimularmos uma postura reflexiva do educando desde cedo. Do mesmo modo 
que muitas crianças ensinam os pais a se comportarem no trânsito, a partir do que aprendem na escola, 
também podem trazer um debate forte sobre o consumismo, sobre as ideologias inseridas nas músicas 
e o sobre o processo de alienação. Use a transposição linguística. Garanto que você saberá utilizar as 
palavras certas para fazer seus educandos pequenos, jovens ou adultos entenderem.
No cotidiano escolar a criança em suas interações sociais será impelida a gostar ou, ao menos, dizer 
que gosta de determinado tipo de música ou mesmo intérprete. Geralmente esses trazem uma série de 
demandas mercadológicas voltadas ao consumo, bem como outras influências que pouco contribuirão 
para uma transformação social a partir das gerações vindouras. É importante que o educando tenha a 
possibilidade de discernir a diferença entre o que ele gosta e o que decidiram que ele precisava gostar 
quanto às músicas. Os educadores e educadoras precisam estar atentos/as a todos esses modismos visto 
que no turbilhão de informações terminamos por perder o bonde com o imaginário construído em nossos 
discentes.
https://www.youtube.com/watch?v=KQQrHH4RrNc
5
??? você sAbiA?
Você sabia que temos presenciado também uma ascensão de determinadas religiões 
que com suas músicas, adentram as escolas sem respeitar por muitas vezes o credo 
individual de cada um dos educandos? Pois é, a partir de uma visão deturpada, muitos 
educadores e educadoras tencionam o uso de músicas com conteúdo que não dialogam 
diretamente com as crianças, muito menos com os pais das mesmas. Num misto de 
medo e vergonha as minorias sucumbem em prol de um elitismo ideológico que não 
respeita às diferenças e a diversidade.
Percebe?! Os nossos educandos e educandas precisam em música, canto e dança:
•	 Aprender de forma contextualizadas as origens de cada uma das manifestações artísticas, bem 
como elas chegaram até a nossa contemporaneidade;
•	 Praticar cada uma dessas manifestações artísticas mediados pelos educadores de modo que 
tenham condições de compreender variadas técnicas (do grego thechné = modo de fazer) propostas e 
contidas no universo dessas artes;
•	 Refletir de maneira qualificada sobre os variados aspectos do canto, da música e da dança, fazen-
do paralelos, comparando sem depreciar, analisando sem condenar.
dicA
Lembrando que, conforme o PNAIC (Plano Nacional de Alfabetização na Idade Certa), a 
interculturalidade vinculada às interconexões entre as diferentes linguagens artísticas 
formam os pressupostos sociológicos, filosóficos, didáticos e metodológicos orienta-
dores de concepções e sistematizações do quadro de direitos de aprendizagens. Tra-
balhar a Lei 10.639/03 (que torna obrigatório o ensino da história e cultura africana e 
afro-brasileira na educação formal) e a lei 11.645/08 (que torna obrigatório o ensino da 
história e cultura africana, afro-brasileira e indígena na educação formal) é mais do que 
um ato de civismo é um mecanismo que possibilita através da arte os processos de al-
teridade, identidade e diversidade, tão importantes para a redução do crash (confrontos 
violentos causados pela intolerância às diferenças).
bEnEFícios do trAbALHo coM A ArtE 
Caro (a) estudante, você está trabalhando em uma escola regular? 
Percebe o quão é trabalhoso inserir conteúdos no seu cronograma de aulas? Caso ainda não tenha ex-
periência com processos educativos formais é importante que perceba que o cotidiano escolar tem uma 
carga bastante ansiogênica. Segundo pesquisa da CNTE (Confederação Nacional dos Trabalhadores em 
Educação), só com sintomas da Síndrome de Burnout, existiam no final da década passada, 48% de pro-
fissionais da educação.
6
Ansiedade e depressão podem advir de vários motivos. Porém se existe algo angustiante no trato de 
ensino-aprendizagem é o engessamento dos conteúdos. Geralmente ocorre assim: em reunião a mante-
nedora (secretaria de educação, empresa responsável, etc.) define o que deve ser trabalhado pela escola 
nos diversos níveis de aprendizagem; as escolas repassam para os professores de modo imperativo e aos 
docentes cabe realizar a mágica do ensino, fazendo com que o assunto mais Chuchu seja degustado como 
uma generosa barra de chocolate trufado. Gostos à parte, o fato é que as disciplinas vistas como mais 
importantes tem uma demanda de cobrança assombrosa. O conteúdo tem que ser dado. Porém devido ao 
ranço histórico, o ensino de Arte, ao menos na educação formal é separado para “aquele dia da semana”. 
Professores e professoras são estrategistas natos. A partir do sistema determinado, eles e elas pro-
movem adequações sem afrontas e dissidências, porém visando o melhor para as relações de ensino-
-aprendizagem. 
GuArdE EssA idEiA!
O trabalho com a arte gera um leque de possibilidades. Trabalhar com arte é estudar as 
vivências humanas, tendoem vista que até que se comprove o contrário animais ditos 
irracionais não realizam arte. Os seres humanos podem interpretar a casa do João-de-
-Barro como arquitetura, ou mesmo o movimento dos flamingos como dança, porém 
para existir arte é necessário criatividade e inventividade e tecnicamente isso não é 
possível aos animais sem o auxílio do adestramento humano.
visitE A PáGinA
Sites como este podem confundir nossos entendimentos. Mas o fato é que o porco, 
o golfinho, etc., realizam ações parecidas com a dos humanos em troca de saborosos 
petiscos e afagos.
Nas aulas de arte é possível geralmente flexibilizar os conteúdos e dispor de um arsenal metodológico 
que estimulará e dará vasão a criatividade e a inventividade. Como nas atuais abordagens em arte existe 
uma forte necessidade de se trabalhar o conhecimento como um todo, em vez de focar apenas nas técni-
cas de produção ou na capacidade expressiva, sugerimos além da interdisciplinaridade entre as lingua-
gens artísticas, o uso dos chamados Temas Transversais. 
Muitos educadores ainda se equivocam ao entender que os temas transversais só devem ser utilizados na 
produção de projetos específicos. O fato é que esses temas precisam estar em todas as aulas, em todas 
as disciplinas. O olhar atento para sempre se remeter a um ou mais temas, independente do que esteja 
sendo abordado, possibilitará uma visão muito mais ampla e elaborada dos educandos frente às necessi-
dades do mundo intra e extraescolar.
O primeiro tema sugerido é a Ética. Neste é importante que sejam abordadas questões e situações que 
envolvam o respeito mútuo, aspectos da justiça, a importância do diálogo e da Solidariedade).
http://revoada.net/8-animais-artistas/
7
Logo depois um dos mais polêmicos, a saber: a Orientação Sexual. Neste logicamente não existe a neces-
sidade de se ensinar sobre como proceder em relação ao papel sexual, identidade de gênero, relacionado 
ao sexo biológico. Isso a educação tradicional e muitas religiões fizeram e o fazem até os dias atuais. 
Trabalhar o corpo como matriz da sexualidade, as diversas relações de gênero e as prevenções das do-
enças sexualmente transmissíveis (DST´s) promovem um expandir da consciência dos estudantes, sendo 
benéfico na sua relação consigo próprio, com os outros e com o meio.
Falando em meio, o terceiro tema é Meio Ambiente. Desde a revolução industrial, o impacto das ações 
humanas frente à natureza tem sido drástico. Portanto compreender os ciclos da natureza, a relação da 
sociedade com o meio ambiente, a prática do manejo e da conservação ambiental) estimulará desde 
cedo, um protagonismo maior por parte das novas gerações, pois para nos mantermos vivos em evolução 
é necessário que estejamos em maior harmonia com o ecossistema do qual fazemos parte. 
Saúde é o quarto tema. Aprendendo a cuidar do ecossistema, que é concreto e dá para ver, possibilita-
remos no decorrer do desenvolvimento infantil o estímulo ao autocuidado, relacionado à vida coletiva, 
buscando a manutenção da integridade não só física, mas psíquica e até mesmo espiritual, conforme 
alguns autores2.
O quinto tema é um dos mais importantes para fazer com que os conflitos, não se transforme em con-
frontos. Na Pluralidade Cultural, os nossos educandos poderão entender de maneira mais contundente a 
riqueza cultural brasileira, entendendo os seres humanos como agentes sociais e produtores de cultura, 
fator primordial para a constituição da cidadania.
Por fim, poderemos desenvolver o tema Trabalho e Consumo. Como se dão as relações de trabalho? 
Trabalho, Consumo, Meio Ambiente e Saúde, como se relacionam? Consumo, Meios de Comunicação 
de Massas, Publicidade e Vendas é algo que falamos acima e devem ser desenvolvidos em sala de aula, 
expandindo e aprofundando os conteúdos, conforme o avanço nos níveis de ensino.
Meu caro (a), você até agora tem alguma dúvida? Não fique quieto, se mova, fale quem sabe cante, para 
interagir com nosso conteúdo.
Podemos continuar?
o brincAr E A ArtE coMo AtividAdEs siMbÓLicAs
 
Segundo o filósofo Ernst Cassirer, o ser humano deve ser concebido e compreendido como animal sym-
bolicum. Os seres humanos a partir da suas relações e interações tornam-se produtores de signos e sím-
bolos na sua relação com o meio. Por meio desse ponto-de-vista, pode-se compreender a arte como uma 
das modalidades de simbolização com a qual a humanidade constrói sua realidade, relacionando conhe-
cimento com suas próprias perspectivas, percepções e valores. A arte pode ser compreendida como um 
“universo de discurso” independente, sendo ela promotora de uma compreensão da realidade construída 
pela experiência estética, fomentando a liberdade interior.
2 Para saber mais sobre esse aspecto da saúde, sugiro que clique aqui.
http://www2.unifesp.br/centros/cehfi/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=37:por-que-pesquisar-a-espiritualidade-na-saude&catid=16:sobre-espiritualidade-e-saude&Itemid=3
8
Na brincadeira é perceptível também o uso dos símbolos. Uma parede vira mancha, uma lata vira carrinho, 
um pedaço de corda vira uma cobra ou mesmo uma bola tem o poder de matar ou imobilizar. O brincar traz 
as possibilidades de uso da imaginação. Conforme as etapas do desenvolvimento infantil, Piaget ressal-
tou que algumas brincadeiras só serão inteligíveis, no decorrer da maturação. 
LEiturA coMPLEMEntAr
Quanto a Arte como Forma Simbólica existe um texto de Furlanetto que inicialmente 
parece complexo, mas com tranquilidade pode-se entender melhor. Caso você não te-
nha dado uma pausa, penso ser interessante antes de ler esse link. 
De todo modo está nivelado com a pós-graduação. Clique aqui para ler.
PALAvrAs do ProFEssor
Brincadeira é coisa séria. Você lembra daquela brincadeira do aviãozinho? Sim! Aquela que é feita quan-
do a criança está aprendendo a ser alimentada, após a amamentação. Já se constatou que os pequenos 
quando ensinados usando o gesto e o som SIMBOLIZANDO O AVIÃO aprendem melhor a articular a boca 
para a entrada do alimento. Diferentemente da mãe sem comportamento de maternagem que enfia co-
mida goela abaixo, gerando o registro de que alimentação é algo traumático. As brincadeiras na primeira 
infância são interessantíssimas para o aprendizado de regras de convivência e relação consigo próprio, 
com o outro e com o meio.
Tanto na arte, como na brincadeira, o simbólico materializa conceitos que não daria para entender tão 
facilmente. O balançar do chocalho, simboliza que é hora de brincar, o ressoar da caixinha de música que 
é a hora de dormir e o aviãozinho que é hora de comer. Parece simples, mas existe uma tecnologia enorme 
construída empiricamente (pela prática) e cientificamente (por estudos qualitativos e quantitativos), no 
que concerne aos símbolos.
O estudo dos símbolos e signos fica geralmente a cargo da Semiótica. A palavra semiótica vem do grego 
semeion (signo). Semeiotiké, seria, portanto, “a arte dos sinais”. Esse estudo vem revelar o modo como 
a humanidade constrói significado quanto a tudo. É uma ciência que busca compreender os signos, as 
linguagens, bem como os acontecimentos culturais como sendo fenômenos produtores de significado.
 
Diferente da linguística que foca seus estudos no campo verbal, a Semiótica vai lidar com variados sis-
temas de signos, das Artes à Religião. No século XX, os grandes estudiosos que fomentaram a retomada 
dos conhecimentos advindos da Grécia Antiga, foram Ferdinand de Saussure e C.S. Peirce. Estudar Semi-
ótica é interessante e divertido. Garanto que é um conhecimento encantador. 
http://www.fap.pr.gov.br/arquivos/File/Comunicacao_2012/Publicacoes/Revista_Cientifica_FAP/Volume_9/RevistaCientificaFAP_Vol9_Artigo03.pdf
9
???
LEiturA coMPLEMEntAr
Você sabe a diferença entre signo, símbolo, sinal, ícone, caractere e marca. Sugiro um 
link bem simples que certamente utilizarás em suas aulas. Esse conhecimento contido 
aqui traz um recorte a partir de uma última abordagem que ainda não foi trabalhada 
que é a da CulturaVisual. Falarei mais sobre ela no próximo tópico. 
PrincíPios QuE dEvErÃo nortEAr o trAbALHo do ProFEssor
Parafraseando Paulo Freire, “não existe professor ou educação neutra ou imparcial”. Cada educador (a) 
traz em suas abordagens muito de suas crenças e princípios. Tanto para estudantes como para docentes 
a regra maior, para uma realidade tão repleta de extremismos, atualmente vem de uma metáfora com um 
esporte radical que se mal executado pode gerar o fim da vida. 
Segundo James Dewar, as nossas mentes são como paraquedas. Só funcionam se estiverem abertas. 
Muitos profissionais buscam qualificar seus currículos com cursos de pós-graduação (especialização, 
mestrado, doutorado, MBA, etc.) não para aprender e dar margem ao novo, mas apenas para ter uma 
ascensão quanto aos títulos. Provavelmente você deve ter tido professores adjuntos e até estagiários que 
superavam em muito os professores titulares (muitos deles com um currículo louvável). 
você sAbiA?
Você sabe qual a diferença maior entre eles? Sem querer generalizar, grande parte dos 
grandes titulocratas, mesmo avançando em níveis do seu conhecimento acadêmico, 
não entronizaram os saberes. O medo de perder a estabilidade, de se encher de in-
terrogações, de reconhecer que não sabe algo é muito presente na docência. Afinal, a 
sociedade coloca sempre os professores e professoras no lugar de quem não pode erra 
e não pode deixar de saber.
A atual conjuntura reforça a titulocracia, ou seja, a valorização e/ou domínio dos títulos, certificados e 
diplomas no que tange as relações profissionais e sociais. Quem vale mais: um PhD ou um professor que 
só tem a graduação? Quem terá provavelmente mais visibilidade? Um mestrando ou um doutor? Vivemos 
as regras dos títulos. 
Caro (a) aluno (a), um professor que não se permite aprender novas formas de conceber as realidades por 
ele já significada anteriormente, tenderá a se cristalizar em seu conhecimento. Ele pode até avançar em 
informações, mas não conseguirá negociar com esses, pois não consegue se libertar dos paradigmas que 
o fizeram ser quem ele é até hoje.
O primeiro princípio norteador do trabalho do professor, necessariamente estará vinculado a essa abertu-
ra do paraquedas mental. Se disponibilizar a conhecer o novo, o inexato, o inesperável é tarefa para quem 
tem coragem. É ofício para quem não tem medo da ensinagem.
http://douglasdim.blogspot.com.br/2013/05/arte-e-representacao-simbolica.html
http://douglasdim.blogspot.com.br/2013/05/arte-e-representacao-simbolica.html
10
O conceito de ensinagem tira o professor do lugar da verdade e o coloca no lugar de educador, ou seja, de 
mediador do conhecimento. Como mediador ele ensina, do mesmo modo que como mediador ele aprende. 
Vygotsky afirma que o educador precisa atuar na ZDP (na Zona de Desenvolvimento Proximal), levando o 
educando do conhecimento real (o que o indivíduo tem no início do processo de ensinagem) ao conheci-
mento potencial (aquele que o indivíduo aprendente pode vir a ter na relação com os seus colegas). Note 
que o professor além de mediar o conhecimento conforme Vygotsky, também está diretamente envolvido 
no processo de ensino mútuo. 
dicAs
Se você se permitir trabalhar de maneira interdisciplinar, perceberá que nada mais 
incrível do que aprender com o seu estudante. Sabe dançar break? Hip Hop? Já pensou 
em grafitar? Em algum momento já tentou fazer o beat box? Pois é! Seus educandos e 
suas educandas podem te ensinar! Mente de paraquedas, ok!
Uma das mudanças que dividiram muitos educadores quanto ao ensino de artes, pois muitos não se per-
mitiram sair de uma interpretação equivocada da Abordagem Triangular de Ana Mae Barbosa foi o estudo 
da Cultura Visual. 
Meu caro (a), pode-se entender como Cultura Visual o campo de estudo que aborda os hábitos, processos 
e costumes visuais referente a um determinado povo ou vários povos. Inicialmente pensava-se que a 
Cultura Visual estaria apenas relacionada às Artes Visuais e que o fato de trabalhar com ela impediria a 
Abordagem Triangular. 
visitE A PáGinA
Para evitar equívoco e você como pós-graduando (a) tirar suas próprias conclusões, 
segue um link bem significativo de um dos melhores sites para quem educa a partir da 
arte e em prol dela. Clique aqui para acessar.
Conforme os PCN´s de Arte, teremos demandas gerais e específicas para cada linguagem artística. Das 
demandas gerais podemos citar: a abordagem triangular, os temas transversais e o uso da pedagogia 
dos projetos, em consonância com registros das atividades de modo qualificado e avaliação processual e 
sistemática.
???
http://artenaescola.org.br/boletim/materia.php?id=75450
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No que concerne às necessidades específicas, para que não se torne enfadonho, comentaremos paulati-
namente cada uma delas:
nas Artes visuais...
É importantíssimo que a seja estimulada a expressão e comunicação nos processos estéticos em artes 
visuais, fomentando que todos estudantes se permitam desenvolver apreciações (fruições estéticas sig-
nificativas), relacionadas a perspectiva de que essas manifestações são produtos culturais e histórico, 
dignos de uma generosa contextualização. De uma pintura corporal indígena Munduruku às expressões 
pós-modernas do cinema, todas as manifestações devem ter uma valoração equivalente, evitando precio-
sismos e visões preconceituosas e/ou discriminatórias.
na dança...
É fundamental que os estudantes entendam que a dança perpassa a expressão e a comunicação humana, 
visto que em todas as culturas ela se manifestará na coletividade, podendo ser analisada, apreciada es-
teticamente, contextualizada e vivenciada nas suas diversas configurações.
na Música...
Fomentar que a partir da interpretação, improvisação e composição, estudantes podem construir variadas 
formas de comunicação e expressão, se fazendo ouvir e ouvindo a partir de uma apreciação significativa 
realizada a partir da escuta, do envolvimento e da compreensão da linguagem musical, tendo em vista 
que o mundo produz músicas em diversas configurações e estas precisam ser conhecidas, reconhecidas 
e valorizadas.
no teatro...
Propor vivências a partir dos jogos de regras, jogos dramáticos, jogos teatrais e do teatro formal, con-
duzindo os aprendentes a se expressar e comunicar a partir do Teatro, que pode ser visto como uma 
produção individual ou coletiva, nas suas formas humanas ou animadas (Máscaras, Objetos, Sombras e 
Bonecos), digna de uma contextualização histórica qualificada e de uma fruição colaborativa. Teatro é a 
arte da presença. Só se faz quando todos e todas presentes consentem.
o AMbiEntE dE trAbALHo
Caro (a) estudante, as escolas buscam continuamente reforçar no imaginário dos pais, da opinião pública 
e dos estudantes a ideia de um espaço coeso e organizado. Mesmo em unidades de ensino menos abas-
tadas percebe-se o mínimo de tentativa de organização em prol de um ambiente propício à aprendizagem.
O fato é que, diferentemente de outras disciplinas mais teóricas, a arte toma espaço e gera alteração 
deste. Na maioria das vezes isso incomoda bastante, dos gestores mais tradicionais aos funcionários da 
limpeza.
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GuArdE EssA idEiA!
Porém nada está perdido. A partir das reuniões pedagógicas ou mesmo por conversas individualizadas, 
podemos estar construindo espaços de diálogo em prol de uma melhor dinâmica entre a escola e o ensino 
da arte. Tem se comprovado em diversas experiências que a arte na escola reduz a violência e a depreda-
ção do patrimônio. Desenvolver arte na escola é um dos modos mais simbólicos para fazer os estudantes 
se empoderarem do espaço, sentindo-se participantes e construtores de realidades. 
Para que isso ocorra são necessários alguns aspectos logísticos que melhorarão a relação entre todos os 
envolvidos. Não existe aprendizado sem manchas, já dizia uma campanha publicitária de sabão em pó. E 
é verdade. Durante o processo de produção artística, o lado direito do nosso cérebro trabalha fortemente 
com a criatividade. Ele é responsável por fazercom que saiamos do convencional, que esqueçamos um 
pouco as regras. Aí é onde o reside o problema. O tempo artístico é bem diferente do tempo cronológico. 
Enquanto os estudantes se põem a desenvolver uma prática, acaba o tempo de aula e eles não querem pa-
rar. Daí o que sobra ao final é uma bagunça enorme para os educadores e pessoal da limpeza resolverem.
você sAbiA?
Você sabia que desde a primeira infância é interessante proporcionar uma rotina de 3 
momentos, durante a aula de artes: A preparação, a prática e a finalização. Na prepa-
ração todos os materiais precisam ser apresentados limpos e em bom estado de uso. 
Reforçar já neste momento que ao final a turma precisará deixá-los do mesmo jeito já é 
um bom início. Durante a prática o mediador precisará ser a figura que lembra o tempo 
cronológico, visto que ao final tudo precisa ser organizado. Muitos estudantes mais em-
polgados com a prática se irritam ao serem cerceados do direito de dar continuidade ou 
mesmo finalizar suas produções estéticas. Essas frustrações precisam ser trabalhadas 
desde cedo, pois serão importantíssimas para a vida do estudante como um todo.
Parece clichê, mas o educador ou a educadora precisa começar dando o bom exemplo apresentando:
•	 Pontualidade no começo das atividades e sabedoria ao sinalizar o término da atividades e reor-
ganização do espaço físico;
•	 Organização dos materiais a serem utilizados nas atividades, ensinando o local de cada coisa e 
como deve ser condicionado;
•	 Uma estruturação visual e funcional do ambiente, desenvolvida de maneira democrática, tendo 
intensa participação dos estudantes;
•	 Uma estética do ambiente, diferenciando dos outros espaços da unidade de ensino. Deixe o lugar 
com a “sua cara e da sua turma”;
•	 A necessidade de fazer com que esse espaço tenha possibilidades multifuncionais, podendo ser 
sala de Artes Visuais, de Teatro, de Música e de Dança. O espaço precisa ter características mutáveis, 
adaptáveis e estimulantes.
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Lembre-se que o cronograma de atividades precisa ser bem definido, mas não engessado. A utilização 
do espaço da sala de artes, do cantinho da arte ou mesmo do móvel de artes deve ser contínua, gerando 
significância e impossibilitando estratégias de remoção, substituição e/ou uso do espaço para outra fina-
lidade. Não esqueça: sejamos políticos!
ForMAs ALtErnAtivAs PArA o trAbALHo coM A criAnçA
Numa breve percorrida em sites educacionais, principalmente os voltados para a educação infantil, per-
cebemos serem recorrentes a apresentação de utilidades e funções da arte como complemento ou apoio 
para outras disciplinas. Nas unidades anteriores falamos bastante disso. 
1ª alternativa: Arte como atividade para acalmar as crianças
Nem sempre a arte acalma, por vezes algumas dinâmicas excitam. Porém se percebe que colocar as crian-
ças para desenharem faz com que elas fiquem entretidas enquanto a professora ou o professor descansa. 
Isso não deveria ser visto como um uso adequado para arte, muito menos como alternativa.
2ª alternativa: Atividades ligadas a datas comemorativas 
Atualmente, no Brasil, há 140 datas e 11 semanas comemorativas em nível nacional. As escolas usam 
desse calendário para cumprir de modo fictício algumas demandas educacionais que deveriam ser traba-
lhadas o ano todo. A arte geralmente é utilizada para proporcionar os artefatos apresentados nestes dias, 
sem que se trabalhe o processo como um todo. Geralmente é o produto final e muitas fotos.
3ª alternativa: Aprendizagem de conceitos
Da educação infantil aos cursos preparatórios para o ensino superior é bem notada a presença principal-
mente das artes visuais e da música para que os estudantes gravem os conteúdos. Na famosa “decoreba” 
a arte é utilizada a partir de paródias, pinturas de imagens e algumas encenações teatrais. Tudo em prol 
da aprendizagem de conteúdos. 
Além disso desde a mais tenra idade escolar, as crianças são inseridas no universo das regras, deveres e 
saberes. E isso tudo se torna bem mais suportável quando vem embrulhado em uma produção artística. 
 
4ª alternativa: Estímulo para atividades de linguagem
A música é o carro chefe do ensino com vistas ao estímulo da linguagem. Além disso o teatro e as artes 
visuais são fortemente utilizados para fazer as crianças falarem de maneira mais precoce e com a pronún-
cia correta. Isso deixa os pais muito felizes e orgulhosos e os professores sorridentes, afinal de contas, 
na maioria das escolas particulares é assim que garantirão sua permanência na instituição. As propostas 
metodológicas e o que irá ser ensinado é o de menos. O importante é agradar os pais e responsáveis. E 
eles querem, a partir dos seus fetiches, que os filhos aprendam logo a ler, escrever e falar.
 
 
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5ª alternativa: treino de coordenação motora
Vimos logo na primeira unidade que o desenho é uma excelente forma de se equivocar sobre o uso da 
arte. Desenhar trabalha a coordenação motora fina, que será fundamental para escrever, digitar e se rela-
cionar com o meio. Mas costurar também! Trabalhar com peças de encaixe também! A Psicomotricidade 
é riquíssima e possui diversos exercícios e dinâmicas. Usar a aula de arte para treinar a coordenação 
motora é fugir completamente do nosso alvo. 
 
6ª alternativa: reforço para a criança que completa determinada tarefa
Geralmente quando se pergunta a um docente qual abordagem mais contribui para a sua intervenção, 
vemos geralmente as pessoas falarem sobre o sócio construtivismo. Na prática percebemos que essa 
educação atual é muito similar à de décadas atrás quando a bola da vez era o Behaviorismo. Reforço posi-
tivo para ações que quero que se repitam, reforço negativo para o que deve ser cerceado e impedido. “Se 
você não fizer a tarefinha não vai assistir filme, nem desenhar, nem dançar. Se você fizer tudo direitinho, 
a Tia vai deixar”. Já ouviu isso? Colocar arte como um prêmio só para quem obedece e tirar o direito de 
aprendizagem dos educandos que podem não ser bons em Matemática, mas tem grandes habilidades 
na área pictórica. Arte não é prêmio, não é doce, e mesmo sendo prazerosa não deve ser vista como tal.
7ª alternativa: Lazer
Existem mais de 125 nomes para a disciplina Ensino de Artes, muitas delas vinculam-se ao lazer. Pensar arte, 
para muitos incautos e pensar a relaxação, o pit stop, enfim o Lazer. Já falamos sobre isso, né? Trabalhar a arte 
como lazer ou recreação é destituí-la do seu conceito de linguagem, de ciência e campo do conhecimento. 
 
PALAvrAs do ProFEssor
Caro (a) aluno (a), quebrar paradigmas, ampliar horizontes, corrigir rotas. Essa foi a nossa principal meta 
com a disciplina Arte, Educação e Música. Favorecer um debate qualificado, introduzir novas formar de 
pensar os saberes e atuar de maneira a fazer a diferença será um compromisso seu. 
O conhecimento construído precisa ser validado. Independente das circunstâncias, a autonomia docente 
deve ser validada. Como já é de praxe, use o livro-texto, entre em contato com o seu tutor, participe dos 
fóruns, realize os exercícios e faça a diferença sempre!
 
Escrever conteúdos em EAD é um exercício de alteridade. Se colocar no lugar do outro, pensar em como 
o outro vai receber as informações é algo grandioso. Desde já agradecemos pelos seus esforços em ter-
minar o conteúdo dessa disciplina e esperamos que nas voltas do mundo físico (seminários, palestras, 
congressos, etc.) ou virtual (chats, fóruns, redes sociais) possamos nos encontrar. 
SUCESSO!

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