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JORNAL Periódico Pedagógico para estudantes do Ensino Fundamental Anos Finais e Ensino Médio. ED IC AO n º 0 6. A go st o 20 22 CAPA: Vida eterna? Legathum quer eternizar pessoas no metaverso. Pag 8 Biomas mais desmatados Pag 12 Já começou o Censo 2022 em todo o país; recenseadores visitarão 75 milhões de domicílios. Pag 6 Os impactos da alimentação para o meio ambiente. Pag 4 EXPED IENTE 2 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 O que você entende quando alguém fala em exercer a cidadania? Para muitos, essa expressão tão utiliza- da, está ligada à participação em programas sociais, ao engajamen- to às causas que lutam por direitos que não estão sendo respeitados, a processos burocráticos, etc. De modo geral, a ideia é a de que o exercício da cidadania dá trabalho. Acordar, tomar café, ir para o trabalho, cui- dar das crianças, estudar, encontrar os ami- gos, namorar, comparecer a eventos sociais, cuidar do corpo, e outras tantas atividades que compõem o dia a dia parece mais que bastante nesses tempos corridos. É mais fácil se queixar dos políticos, culpar a má qualidade dos serviços prestados à população e seguir en- capsulado na própria individualida- de. Aceita-se o inaceitável porque denunciar, exigir seus direitos demanda uma atitude. Com isso, vai-se deixando pra lá o que não faz sentido deixar passar. Hoje, vi um motorista de ônibus arrancar o veí- culo antes da passagei- ra acabar de descer o último degrau. Faltou muito pouco para um grave acidente. Quan- tas vezes você obser- vou a cidade cheia de lixo, flanelinhas ata- cando carros, idosos em luta com calçadas esburacadas, etc.? Preços abusivos, condutas desrespei- tosas, práticas ilíci- tas. Todas essas coi- sas fazem parte de um grande pacote alimen- tado pela indiferença com que nós, cidadãos, terminamos por tolerar o intolerável. Exercer a cidadania pode ser tomar uma atitude para denunciar, exigir, cobrar. Pode ser participar de uma associação de moradores, procu- rar órgãos de proteção ambiental, às crianças, aos idosos, aos ani- mais. Qualquer forma de participa- ção: individual, coletiva, organizada ou ocasional. O fundamental é não to- mar o inaceitável como natural. Exercer a cidadania: afi nal, do que estamos falando? Por: Jael Coaracy em 30/04/08 19:54 . Fonte: Extra. Disponível em: encurtador.com.br/eiX18. Acesso em: 31 jul. 2022. 2 O P I N I Ã O Responsável – Projeto Lupa: Weyner Lopes Rodrigues Diretor da Escola de Formação da Secretaria de Educação de Minas Gerais Conteudistas Vol. 6: Mônica Couto * Esta publicação é para fi ns didáti cos. Proibida a comercialização Projeto Gráfi co: Oros Soluções Educacionais ASCOM: Pablo Lima Supervisão: Anderson Camelo Direção: Ana Paula Ribeiro Coordenação de Equipe: Lúcio Gomes Designers: Douglas Lendel, João Victor Sampaio Natália Guimarães Ilustrações: Natália Guimarães Diagramação: Douglas Lendel 3 • crônica 4 , 5 • A R T I G O 6 ,7 • B R A S I L 10 • t e c n o l o g i a 11 • C O D I T I A N O 1 2 • M e i o A m b i e n t e 1 3 • L i t e r at u r a 1 4 • p o e s i a 1 5 • t i r i n h a SUMÁR IO 8 - 9 • m at e r i a d e c a pa 2 • opinião JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 Aceita-se o inaceitável porque denunciar, exigir seus direitos demanda uma ati tude. 3Periódico pedagógico para estudantes 3 Por Vanessa Barbara Fonte: https://www.itaucultural.org.br/secoes/colunistas/brechas-urbanas/expedicao-a-padaria Disponível em: https://escrevendoofuturo.org.br/caderno_docente/coletanea_cronica/expedicao-a-padaria-vanessa-barbara/. Acesso em: 3 ago. 2022. Na segunda-feira dia 6 de abril, depois de 14 dias de total isolamento, saí de casa para comprar pão. Com o coração acelerado e o passo meio trôpe- go, percorri os 290 metros que separam minha residência da padaria da esquina. Pensei imedia- tamente em Charles Darwin singrando os mares a bordo do HMS Beagle, em James Cook mapean- do terras desconhecidas, em Amelia Earhart com o vento no rosto enquanto sobrevoava o oceano e em Buzz Aldrin fazendo xixi na Lua. Quase cho- rei na fila do pão. Por pouco não pedi a quantia errada de bisnagas. A expedição durou no máximo 15 minutos e me senti inspirada para compor uma versão estendi- da de Os Lusíadas em dodecassílabos parnasianos. Pensei também em fazer uma transmissão ao vivo para emocionar os amigos em suas respectivas qua- rentenas. Mas acabei desistindo porque achei que podia parecer ostentação. Antes de sair, botei o ál- cool em gel na bolsa e vesti uma máscara de teci- do, mas quase sofri um bloqueio criativo quando fui escolher a roupa. Esqueci como a gente se vestia quando saía de casa. Parece que eu tinha um par de calças jeans. Onde mesmo que eu costumo guardar os sapatos? Em meados do mês passado, entrei para os casos suspeitos da covid-19. Tive febre baixa, dor de gar- ganta, perda de olfato, enjoo e uma dor de cabeça forte. Depois de um exame clínico que descartou infecção bacteriana, a médica me mandou para casa e estipulou o isolamento pelo período de duas se- manas. (Ela marcou no meu atestado: “Z29.0”, o que me pareceu coisa de espião, mas era apenas a clas- sificação da Organização Mundial de Saúde para isolamento em casos de doenças transmissíveis.) Respeitei a prescrição médica e não saí nem para pegar as revistas deixadas no capacho. Meu marido fazia as compras semanais no mercado e ia buscar pão de vez em quando. Eu tentava me recu- perar na medida do possível. Ao final dos 14 dias, e depois de receber o resultado negativo do exame da covid-19, eu me ofereci para singrar as calçadas rumo à padaria. Foi mais bonito do que eu sonhava. O céu estava azul, havia pássaros nos postes e um fétido chorume emanando dos sacos de lixo empilhados no meio-fio. (O olfato parecia feliz em ter voltado.) Troquei enig- máticas elevações de sobrancelha com transeuntes que passavam do outro lado da rua e que também estavam parcialmente ocultos em suas máscaras. Tentei sorrir com os olhos para os atendentes da padaria, que perguntaram como estava a minha filha e comentaram que o dia estava lindo demais para ficar em casa. Respondi: “Paciência!” e tentei dizer algo engraçado. Descobri que boa parte da comunicação se dá por meio da expressão do rosto e de sorrisos, e que é muito difícil ser irônico atrás de uma más- cara. Gesticulei amplamente, como se falasse uma língua estrangeira a dez metros de distân- cia. Esquadrinhei a mesa de bolos caseiros como se estivesse diante de uma caverna de tesouros. Desisti de abraçar todo mundo. Botei as compras na minha sacola de pano, paguei a comanda e voltei para casa sob a nuvem diáfana do maravi- lhamento. “A Terra é azul. Como é maravilhosa. Ela é incrível!”, posso ter dito ao chegar em casa, parafraseando certo cosmonauta. Em tempos de quarentena, a saudade de circular pela cidade chega a doer. Até descer com o lixo parece uma aven- tura extraordinária, que só efetuamos uma vez a cada três dias. Sair para ir à padaria, então, é um feito mais cobi- çado que escalar os Sete Cumes. Não sei quando minha jornada se repetirá, já que o isolamento doméstico permanece – e deve se intensificar daqui para a frente. Só sei que agora toda breve saída é passível de se tornar uma epopeia em versos a ser narrada para a próxima ge- ração: “Cesse tudo o que a Musa antiga canta,/ que outro valor mais alto se alevanta”, já dizia o velho Camões. Minha filha, de 1 ano e 9 meses, não sai de casa há mais de 30 dias. Uma das nossas atividades fa- voritas agora é relembrar, juntas, todos os detalhes dos nossos piqueniques no parque, as tardes de Carnaval, os passeios de ônibus, as voltas no quar- teirão e as viagens de metrô. Como se fossem épi- cas expedições a uma civilização que não deve ser esquecida. C R Ô N I C A Em tempos de quarentena, a saudade de circular pela cidade chega a doer. 4 JORNAL LUPA n. 6, AGO 20224 JORNAL LUPA n. 6, AGO 20224 Quando falamos em sustentabilidade, pensa- mos em açõescomo não poluir, preservar áre- as naturais, reciclar lixo, economizar água, dar preferência às fontes alternati vas de energia etc. Mas raramente nos lembramos de relacio- nar uma de nossas ati vidades mais básicas com impactos negati vos no meio ambiente: o ato de se alimentar. Nos primórdios da humanidade, a alimentação era baseada em frutas, raízes, car- nes de animais caçados e outras fontes que não modifi cavam signifi cati vamente a natureza (pelo contrário, tudo fazia parte de um ciclo natural). Com o advento da agricultura e da domesti ca- ção de animais, há cerca de 12 mil anos, deu-se início à produção de alimentos. A passagem do estado nômade para a fi xação na terra marcou o início do que chamamos “desenvolvimento da humanidade”. Com o passar dos séculos, o homem foi criando novas formas de manejo do solo e as populações concentradas nas cidades cresceram em ritmo progressivo, aumentando a deman- da por alimentos. Até que a chegada da Era Industrial, no fi nal do século XVIII, intensifi cou a aglomeração de pessoas no am- biente urbano, colocando fi m, defi niti vamente, na ligação direta que o ser humano ti nha com a natureza para a obtenção de alimentos. O resul- tado disso tudo é uma agricultura transformada em indústria que passou a uti lizar métodos arti - fi ciais, como ferti lizantes e pesti cidas químicos, irrigação, manipulação genéti ca e uso de hormô- nios em animais, visando sempre o aumento da produção (e o lucro). Sem contar a dependência por combustí veis fósseis, inclusive no transpor- te, por longas distâncias, dos alimentos. É a ca- deia alimentar industrial. Se por um lado todo esse advento é considera- do positi vo, sendo denominado como desenvol- vimento ou modernidade, por outro é fato que o modelo de alimentação industrializado é um forte candidato a causar sérios danos à conser- vação do meio ambiente e também à saúde do homem. E por incrível que pareça, a maior parte das pessoas atualmente não se dá conta disso. A origem dos alimentos que consome simples- mente não faz parte da sua lista de prioridades e a alimentação, o ato mais corriqueiro e básico do dia a dia, não é visto sob a perspecti va ambiental ou da sustentabilidade. “Comer é um ato agrícola, disse, numa frase fa- mosa, Wendell Berry (fazendeiro e economista americano). É também um ato ecológico, além de um ato políti co. Ainda que muito tenha sido feito para obscurecer esse fato bastante simples, o que e como comemos determinam, em gran- de parte, o que fazemos do nosso mundo – e o que vai acontecer com ele. (…) Muita gente hoje parece totalmente sati sfeita comendo na extre- midade da cadeia alimentar industrial sem parar para pensar no assunto”, escreve o jorna- lista norte-americano Michael Pollan, no seu livro “Dilema do Onívoro”. O jornalista passou cinco anos inves- ti gando os basti dores da cadeia industrial alimentí cia nos Estados Unidos, reconsti tuindo o trajeto dos pratos mais consumidos e analisando o caminho percorrido pelo alimento da origem à mesa. Insumos químicos, agrotóxicos, erosão do solo… Como afi rma o jornalista norte-americano, co- mer é um ato ecológico, o que faz com que todo cidadão deva, idealmente, fi car atento à origem do alimento que consome e analisar criti camen- te as técnicas empregadas no sistema de pro- dução. A qualidade e pureza dos alimentos, a sustentabilidade (social e ecológica) dos méto- dos de produção e os problemas e desigualda- des existentes na sua distribuição são algumas das questões que devemos analisar em busca de uma alimentação mais sustentável. Em tempo: é fato que se produz alimento em quanti dade su- fi ciente para atender 100% da população mun- dial. Difi culdades de acesso aos alimentos pela parcela mais carente da sociedade decorrem de problemas sociais e econômicos, que por sua vez causam desequilíbrios na distribuição. Destacando algumas problemáti cas da agri- cultura moderna para o meio ambiente, uma primeira questão a ser analisada é o uso de in- sumos químicos. Visando melhorar a produti vi- dade e assegurar índices de produção, agricul- tores costumam uti lizar adubo e ferti lizantes em suas plantações. O adubo mais simples, natural e anti go é o esterco, que misturado a restos de vegetais e fermentado de forma correta resulta no composto orgânico. Mas para ser empregado em larga escala, o processo do ferti lizante natu- ral se tornou inviável, economicamente falando. Para os empresários do agrobusiness, passou a ser mais rentável o uso de agroquímicos (agro- tóxicos e ferti lizantes, principalmente), inclusive para viabilizar o culti vo intensivo de uma única cultura em uma área (as monoculturas, principais vilãs da qualidade do solo). Os ferti lizantes industriais contêm altas concen- trações de nitrogênio, fósforo, potássio e metais pesados. O nitrogênio, por exemplo, pode se acumular no solo e ser transformado, por pro- cessos químicos, em nitrato. Além de ser um composto cancerígeno, o nitrato pode contami- nar o solo e também ser conduzido aos lençóis subterrâneos, contaminando a água. Outro problema gerado neste cenário é o dese- quilíbrio ecológico causado pela própria práti ca da monocultura regada por ferti lizantes quími- cos. Entre os principais indicadores do desequi- líbrio está o aparecimento de pragas, doenças e ervas daninhas, que por sua vez são combati das com agrotóxicos – inseti cidas, herbicidas e fun- gicidas. Ou seja, mais uma carga de substâncias químicas tóxicas bombardeando o meio am- biente e a saúde de quem consome os alimen- tos, pois estes acabam guardando resíduos dos agrotóxicos e têm alta probabilidade de fi carem contaminados. Como mais um remediador para o desequilíbrio ecológico conduzido pelo próprio homem e vi- sando, sempre, produtos fi nais comercialmente mais lucrati vos, entram em cena os alimentos transgênicos. Tratam-se de organismos geneti - camente modifi cados (OGMs) desenvolvidos em laboratório. Entre os objeti vos da manipulação genéti ca está o de criar plantas mais resistentes a pragas ou até mais resistentes a determina- dos agrotóxicos. Alimentos transgênicos já são comercializados em vários países – entre eles o Brasil – e ainda há muitas controvérsias em rela- ção aos prós e contras da manipulação genéti ca para a saúde das pessoas e os impactos no meio Os impactos da alimentação para o meio ambiente Comer é um ato agrícola, disse um fazendeiro e economista americano, mas é também um ato ecológico e um ato políti co Fontes: Carti lha Alimentos IDEC, livro “Dilema do Onívoro” (editora Intrínseca) e Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB); Carti lha Alimentos (IDEC); Informati vo do Insti tuto Ecológico Aqualung n. 78 -março/abril 2008. (*) Jaqueline B. Ramos é jornalista e editora do blog Ambiente-se. Este arti go foi publicado originalmente na Agência Envolverde. Fonte: Akatu: por um consumo consciente. Disponível em: htt ps://akatu.org.br/os-impactos-da-alimentacao- para-o-meio-ambiente/. Acesso em: 2 ago. 2022. A R T I G O Comer é um ato agrícola, ecológico e políti co! JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 5Periódico pedagógico para estudantes 5Periódico pedagógico para estudantes 5 A insensatez demonstrada na busca por alimentos não é um fenômeno novo Periódico pedagógico para estudantes ambiente. Enquanto os debates e as pesquisas avançam, o importante é o consumidor se infor- mar e exigir a rotulagem dos alimentos transgê- nicos, de forma a ter condições de decidir por consumir ou não um OGM. Erosão e o impacto do bife Uma questão importante decorrente da agricul- tura moderna é o fenômeno chamado de “ero- são genéti ca”. A interferência do homem nas variedades tradicionais com a manipulação de plantas e animais pode consisti r em uma ameaça para a diversidade genéti ca, a principal respon- sável pela capacidade de resistência, imunidade e sobrevivência das espécies. Quando falamos em erosão é importante tam- bém lembrar do processo de degradação do solodecorrente do uso de práti cas agrícolas inade- quadas e da monocultura combinada com a me- canização, o corte de espécies nati vas, a queima da vegetação e a pecuária intensiva. Aliás, esta últi ma rende um capítulo à parte na discussão sobre alimentação sustentável, visto que o au- mento no consumo de carne e de seus deriva- dos sobrepôs formas naturais (e mais éti cas) de criação dos animais, sem contar os problemas ambientais decorrentes da pecuária. Numa sociedade majoritariamente onívora, o “impacto do bife” passa por questões de ordem moral – não é à toa a afi rmação de que se os aba- tedouros ti vessem paredes de vidro, muita gente se tornaria vegetariana – e também de ordem ambiental. Um relatório divulgado pela Organi- zação das Nações Unidas para Agricultura e Ali- mentação (FAO, em inglês) em 2006 alertou para o fato de que “estoques de animais vivos” manti dos para alimentação são responsáveis por 18% da emissão de todos os gases causadores do aqueci- mento global, por- centagem que supera, por exemplo, as emissões causadas por todos os veículos automotores do mundo somados. O levantamento da FAO inclui as emissões de metano provoca- das pelo sistema digesti vo dos animais, as emissões de CO2 geradas pelas queimadas para a formação de pastos, a energia – quase sempre à base de queima de combustí veis fósseis – usada na fabricação de insumos agrícolas, a energia gasta na produção de ração e no bombeamento de água, a energia dos procedi- mentos de abate e processamento das carcaças, o combustí vel usado no transporte de animais vivos e de produtos processados de carne, entre outras questões relacionadas à pecuária. Seja analisando as técnicas industriais agrícolas ou o modelo intensivo da pecuária, o fato é que a humanidade ati ngiu um limite perigoso na histó- ria de uma relação insustentável com a natureza para obtenção de fontes de alimentos. E nes- se momento é importante que cada um, como consumidor, pare para pensar mais criti camen- te e faça escolhas mais criteriosas e cuidadosas. Como afi rma o autor de “Dilema do Onívoro” em um dos trechos do livro, “a insensatez demons- trada na busca por ali- men- tos não é um f e n ô - meno novo. No entanto, os novos atos de in- sensatez que estamos cometendo na nos- sa cadeia alimentar industrial hoje são de um ti po diferente. Ao substi tuir a energia solar pelo combustí vel fóssil, ao criar milhões de animais em rígi- das condições de confi namento, ao alimentar esses animais com comi- da para a qual sua evolução não os adaptou, e ao nos alimentarmos com comidas que são muito mais insólitas do que imaginamos, estamos pondo em grave risco a nossa saúde e a saúde do mundo natural.” O que o consumidor pode fazer em prol de uma alimentação sustentável # Informar-se sobre a importância da agricultura sustentável e seus benefí cios para a produção de alimentos, inclusive em relação à saúde dos indi- víduos e ambientes. # Apoiar propostas de produção regional, es- pecialmente a familiar e a associada, com o ob- jeti vo de fortalecer a segurança alimentar local e reduzir o desperdício de energia no trans- porte. # Exigir que os produtores respeitem as leis ambientais, assim como a legislação trabalhista, e que uti lizem métodos menos impactantes ao meio ambiente, adquirindo produtos elaborados com este diferencial. # Demandar que os vendedores de alimen- tos esti mulem a produção ecológica, inclusive solicitando a certi fi cação dos produtores por um organismo independente, para que possa ter certeza de que os mesmos cumprem todas as exigências ambientais. # Organizar-se em coope- rati vas de consumo que esti mulem a pro- dução sustentável local e regional. Numa sociedade majoritariamente onívora, o “impacto do bife” passa por questões de ordem moral – não é à toa a afi rmação de que se os aba- tedouros ti vessem paredes de vidro, muita gente se tornaria vegetariana – e também de ordem ambiental. Um relatório divulgado pela Organi- zação das Nações Unidas para Agricultura e Ali- mentação (FAO, em inglês) em 2006 alertou para o fato de que “estoques de animais vivos” manti dos para alimentação são responsáveis por 18% da emissão de todos os gases causadores do aqueci- mento global, por- centagem que supera, por Como afi rma o autor de “Dilema do Onívoro” em um dos trechos do livro, “a insensatez demons- trada na busca por ali- men- tos não é um f e n ô - e que uti lizem métodos menos impactantes ao meio ambiente, adquirindo produtos elaborados com este diferencial. # Demandar que os vendedores de alimen- tos esti mulem a produção ecológica, inclusive solicitando a certi fi cação dos produtores por um organismo independente, para que possa ter certeza de que os mesmos cumprem todas as exigências ambientais. # Organizar-se em coope- rati vas de consumo que esti mulem a pro- dução sustentável local e regional. 6 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 Já começou o Censo 2022 em todo o país; recenseadores visitarão 75 milhões de domicílios O Censo brasileiro é uma das maiores operações censitárias do mundo. No auge da operação, em torno de 183 mil recenseadores irão de porta em porta em todos os 5.570 municípios do país. Ao todo, são 452.246 setores censitários urba- nos e rurais, 5.972 localidades quilombolas, 624 terras indígenas, 11.400 aglomerados subnor- mais e 5.778 grupamentos indígenas. “O Censo não é do IBGE, o Censo é do Brasil e para o Brasil. O Censo é de todos nós. Nossa equipe visitará todos os lares brasileiros, cole- tando informações que serão muito relevantes para o futuro do país. Não deixaremos ninguém para trás, mas para isso contamos muito com o apoio da cidadã e do cidadão brasileiros. Programado para ser realizado inicialmente em 2020, mas adiado devido à pandemia, e em 2021 por questões orçamentárias, o Cen- so 2022 marca 150 anos do primeiro recense- amento feito no país. “O primeiro Censo foi feito em 1872 para con- tar o saldo da Guerra do Paraguai, chegando a cerca de 10 milhões de pessoas. Hoje, 150 anos depois, te- mos o desafi o de con- tar 215 milhões de pessoas, segundo indicam as esti mati vas populacionais”, comenta o diretor de Pesquisas do IBGE, Cimar Azeredo. Ele explica que além de identi fi car a população por sexo e idade, o Censo hoje traz um questi onário robusto, que segue rigorosamente as reco- mendações da ONU. “A ONU tem um conjunto de perguntas reco- mendadas para todos os países. Nós estamos seguindo isso e ainda acrescen- tando informações que são importantes para acompanhar a realidade brasileira”. Cimar destaca ainda que este é o primeiro Cen- so totalmente digital, da coleta à transmissão, acompanhamento, armazenamento e processa- mento dos dados. “As informações estão total- mente protegidas”, garante. Para o diretor de Geociências do IBGE, Clau- dio Stenner, o Censo é a verdadeira celebração da integração entre a informação estatí sti ca e geográfi ca. “É só no Censo que a gente consegue fazer a arti culação de três escalas de características: do entorno onde os do- mic í l ios estão localizados, dos domicílios em si e das pessoas que vivem nesses domicílios. Então, essa é a única pesquisa em que a gente consegue mostrar a diversidade de situações que existem nas cidades e ter um cenário muito mais completo e inte- grado do território brasileiro e sua população”, avalia. Vale lembrar que a Pesquisa do En- torno antecede a coleta domiciliar e já foi concluída. Questi onário básico leva 5 minutos para ser respondido No Censo 2022, há dois ti pos de questi onário: o básico, com 26 quesitos, leva em torno de 5 minutos para ser respondido. Já o questi onário ampliado, com 77 perguntas e respondido por cerca de 11% dos domicílios, leva cerca de 16 minutos. A seleção da amostra que irá respon- der o questi onário ampliado é aleatória e feita automati camente no Dispositi vo Móvel de Co- leta (DMC) do recenseador. “Esse é o tempo mediano de resposta,ou seja, metade dos domicílios leva menos de 5 ou 16 minutos, dependendo do questi onário, e meta- de demora mais. Isso varia em função, principal- mente, do número de moradores do domicílio”, explica o responsável pelo projeto técnico do Censo 2022, Luciano Duarte. O questi onário básico traz os seguintes blocos de perguntas: identi fi cação do domicílio, infor- mações sobre moradores, característi cas do do- micílio, identi fi cação étnico-racial, registro civil, educação, rendimento do responsável pelo do- micílio, mortalidade. Já o questi onário da amos- tra, além dos blocos conti dos no questi onário básico, investi ga também: trabalho, rendimento, nupcialidade, núcleo familiar, fecundidade, reli- gião ou culto, pessoas com defi ciência, migração interna e internacional, deslocamento para estu- do, deslocamento para trabalho e auti smo. Além disso, o IBGE solicita os dados da pessoa que prestou as informações, como nome, telefo- ne, e-mail e CPF. “O CPF nos ajuda a melhorar a qualidade de cobertura da operação”, esclarece Duarte. Qualquer morador, acima de 12 anos, capaz de fornecer as informações, pode respon- B R A S I L Faça sua parte! Parti cipe do Censo 2022! 6 Disponível em: htt ps://censo2022.ibge.gov.br/noti cias-por-estado/34501-censo-2022-comeca-hoje-em-todo-o-pais-recenseadores-visitarao-75-milhoes-de- domicilios. Acesso em: 3 ago. 2022. JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 7Periódico pedagógico para estudantes der ao recenseador por todos os demais mora- dores daquele domicílio. Ou seja, apenas uma pessoa do domicílio responderá por todos os residentes. Todas as informações coletadas são confi den- ciais, protegidas por sigilo e usadas exclusiva- mente para fi ns estatí sti cos, conforme estabe- lece a legislação perti nente: Lei nº 5.534/68, Lei nº 5.878/73 e o Decreto nº 73.177/73. Já a Lei nº 5.534, de 14 de novembro de 1968, dispõe sobre a obrigatoriedade de prestação de infor- mações estatí sti cas. Questi onário pode ser respondido presencial- mente, por telefone e pela internet Este ano, além da coleta presencial e do auto- preenchimento pela internet, será possível res- ponder ao Censo também pelo telefone. “De qualquer maneira, é preciso que o recenseador visite o domicílio, para captar a coordenada e fa- zer o contato com o morador”, explica Luciano. A parti r daí, o cidadão poderá realizar ou agendar a entrevista presencial, marcar com o recensea- dor uma entrevista por telefone ou optar pelo autopreenchimento via internet. Se escolher res- ponder pela internet, o informante receberá um e-ti cket, com validade de sete dias. A entrevista por telefone também será uti li- zada para aqueles que optarem pelo autopre- enchimento pela internet, mas não concluírem o questi onário. Para isso, o IBGE terá uma central telefônica ex- clusiva, o Centro de Apoio ao Censo (CAC), disponível via 0800 721 8181. Os agentes do CAC responderão dúvidas em ge- ral sobre o Censo, prestarão auxílio conceitual e operacional no preenchimento do questi onário via internet e, mediante aprovação do morador, poderão preencher o questi onário em entrevis- ta. Essa autorização é concedida por meio de uma contrassenha, enviada por e-mail ou SMS, que permiti rá ao agente do IBGE fazer o preen- chimento. Em caso de recusas ou ausência do morador, o IBGE tem uma estratégia de conti ngência. Caso o recenseador não encontre o morador na pri- meira visita, ele deixará um bloco de recado e/ou tentará o contato por telefone, quando houver essa informação no DMC. Além disso, o recen- seador deverá retornar ao domicílio, no mínimo, mais quatro vezes, sendo que uma obrigatoria- mente em turno alternati vo. “Isso é controlado automati camente pelo siste- ma, que monitora os trajetos percorridos pelos recenseadores. Só depois de retornar quatro ve- zes é que ele pode ‘desisti r’ daquele domicílio”, explica Luciano. Depois que o recenseador encerra a coleta no se- tor censitário, o supervisor retornará nos domicílios com morador ausente ou com recusa expressa e entregará uma carta de noti fi cação, contendo um e-ti cket válido por dez dias para o preen- chimento pela internet. “É a últi ma tentati va e, se não houver res- posta, não há retorno e o domicílio será posteriormente tratado estati sti camente”, conclui o responsável pelo projeto técnico do Censo. Recenseadores estarão uniformizados e podem ser identi fi cados pela internet ou telefone Para ser recenseador do IBGE, após a aprovação no processo seleti vo, é preciso ainda fazer um treinamento específi co, com etapas à distância e presencial. Só depois de aprovados no treina- mento os recenseadores estão aptos a cumprir sua função de visitar os lares brasileiros. Eles estarão sempre uniformizados, com o colete do IBGE, boné do Censo, crachá de identi fi cação e o DMC. Além disso, é possível confi rmar a identi dade do agente do IBGE no site Respondendo ao IBGE ou pelo telefone 0800 721 8181. Ambos constam no crachá do entrevistador, que também traz um QR code que leva à área de identi fi cação no site. Para re- alizar a confi rmação, o cidadão deve fornecer o nome, matrícula ou CPF do recenseador. Uma série de parcerias foram fi rmadas entre o IBGE, associações de administradoras de imóveis e condomínios, bem como sindicatos de representa- ções habitacionais. O objeti vo é disseminar o má- ximo de informação e orientação para moradores, síndicos, porteiros e zeladores, garanti ndo a inte- gridade tanto dos moradores a serem visitados quanto dos recenseadores do IBGE em coleta nas ruas. 7Periódico pedagógico para estudantes 8 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 M A T É R I A D E C A P A Vida eterna? Legathum quer eternizar pessoas no metaverso Você poderá receber mentoria com Ayrton Senna, Albert Einsten e mais, além de criar seu próprio legado no metaverso; entenda: Por Tainá Freitas. Disponível em: https://www.startse.com/artigos/legathum-metaverso-legado-vida-morte/. Acesso em: 1 ago. 2022. Já pensou em treinar uma inteligência artificial para que a sua versão online passe o seu legado para as futuras ge- rações? Sim, isso é muito Black Mirror, mas já está acontecendo. Essa é a pro- posta da Legathum, fundada por um brasileiro no Vale do Silício. Com o advento das redes sociais, as grandes empresas de tecnologia passa- ram a se questionar o que fazer com os perfis das pessoas que faleceram. No Facebook, já existe a possibilidade de designar uma pessoa para cuidar do seu perfil, caso isso aconteça, e até mes- mo de colocar “in memoriam”. Agora, a expectativa é que as pessoas possam construir, aos poucos, o legado que deixarão na internet. “Eu sempre quis que meus filhos tivessem a oportunidade de interagir com a minha avó, que me criou e contou histórias que ajudaram a moldar meu caráter e personalidade”, conta Deib- son Silva, neurocientista e fundador da Legathum, em entrevista à StartSe. Ele conta que já existem pessoas que têm suas consciências eternizadas, mas não no metaverso. “Nos países asiáti- cos, as pessoas conhecem suas gerações anteriores, a própria árvore genealógica, porque as histórias passam de pai para filho”, explica. Agora, a ex- pectativa é que cada pessoa o faça virtualmente, através de seu avatar-legado. O PONTO DE PARTIDA Em 2020, Deibson visitou o Vale do Si- lício em uma imersão com a StartSe – e estendeu a viagem por mais um mês. Ali, no ecossistema mais inovador do mundo, ele se conectou com pes- quisadores da Universidade de Berkeley e compartilhou o seu desejo de possibilitar a criação do legado da huma- nidade no metaverso. “Eles me responderam que em cinco anos a gente prova- velmente teria alguma tecnologia próxima disso. Eu continuei trabalhan- do no projeto, vendi minha casa e duas empresas no Brasil. Um ano depois, re- cebi a ligação de que tinham dois cien- tistas com a ideia muito parecida com a minha e se eu gostaria de ser patro- cinador. Eu não tive dúvida”, explicou. Quatro pesquisadores são res- ponsáveispela metodologia da Legathum: o próprio Deibson Silva, André Ribeiro, Alice Hua e Tim Chen. Atualmen- te, a startup possui cerca de 30 colaboradores. A Legathum está lançando o pri- meiro “Museu do Legado Humano”, com personalidades históricas como Albert Einsten, Pelé, Steve Jobs, Ste- phen Hawking, Madre Teresa de Calcu- tá, entre outros. Para as personalidades em que não existem registros digitais da voz, a in- teligência artificial gera de acordo com idade, local de nascimento, sexo, so- taque, entre outros. “O objetivo é ver o avatar do Albert Einsten e ter uma ‘mentoria’ com ele, perguntar questões relativas à experiência dele. Não adian- ta falar de blockchain ou metaverso porque este não é o legado dele”, expli- ca o fundador da Legathum. COMO FUNCIONA? Para construir o próprio legado onli- ne, o usuário responde às perguntas de um chatbot, que foram elaboradas com base nas pesquisas e validadas por O que mais você gostaria de fazer no Metaverso? Qual personalidade você tem vontade de conhecer? No metaverso isso será possível! 8 Deibson Silva no metaverso da Legathum (foto: divulgação/Legathum) JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 9Periódico pedagógico para estudantes 9Periódico pedagógico para estudantes cientistas de Berkeley. “Nós mapeamos a personalidade, valores, padrão de in- tenção, tomada de decisão, conheci- mentos etc. O intuito é fazer com que o avatar interaja com outras pessoas no futuro, mas primeiro ele irá interagir com o usuário, para que possa ser trei- nado”, conta Deibson. A Legathum está lançando inicialmente o museu e avatares de grandes persona- lidades com as quais já assinou contra- tos. O próximo passo é disponibilizar, em 2023, o aplicativo da marca, para que as pessoas possam criar seus próprios ava- tares com o auxílio do assistente virtual. METAVERSO TOKENIZADO Enquanto isso, a Legathum também está criando e venderá os próprios óculos de realidade virtual. Essa será uma das fontes de receita da startup, que também criará um token para ser usado no metaverso da Legathum. “As pessoas terão a possibilidade de ex- perimentar o serviço como freemium, mas teremos conteúdos, eventos, men- torias, palestras e até shows pagos com o nosso token”, contou o fundador da companhia. 10 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 T E C N O L O G I A10 5G no Brasil A tecnologia 5G no Brasil virá para mudar a vida das pessoas, empresas e aumentar a competitividade. Disponível em: htt ps://informacoes.anatel.gov.br/paineis/acompanhamento-e-controle/5g. Acesso em: 4 ago. 2022. A nova tecnologia é a quinta geração de conexões de internet móveis com maior alcance e velocidade. A rede 5G permiti rá a interconexão entre mais dis- positi vos em simultâneo e possibilitará a evolução da chamada Internet das Coisas (IoT) O que é a tecnologia 5G? A tecnologia 5G é a quinta geração de internet móvel que chegará ao Brasil com maior alcance e velocida- de que promete grande revolução. A nova rede 5G permiti rá a interconexão de equipamentos e disposi- ti vos e possibilitando o acesso a produtos inovadores e uti lidades domésti cas, desenvolvendo a chamada Internet das Coisas (IoT). Essa tecnologia permiti rá a interconexão de diversos outros equipamentos em casa ou no escritório. A nova tecnologia da internet móvel 5G possibilitará o uso em telefones celulares e gadgets que não são conectados à rede wi-fi ou internet por cabo. Ter um aparelho com 5G possibilitará um melhor tempo de processamento de downloads e uploads, uma maior velocidade na transferência de dados por segundo e uma economia de até 90% no consumo de energia dos aparelhos. Tudo isso pela rapidez e efi ciência da tecnologia que processa as informações de forma muito mais ágil. Como funciona a internet 5G? A capacidade de transmissão de dados da internet 5G é extremamente avançada. Milhares de equipa- mentos podem estar interconectados numa mesma rede e serem operados remotamente, de forma se- gura. Em uma rede wi-fi não temos essa capacidade para suportar tantas conexões, e é o que faz com que o 5G seja muito atraente para o desenvolvimen- to da Internet das Coisas e a evolução da Indústria 4.0. A principal diferença do 5G para o 4G é de fato a ve- locidade na transferência de informações, chamada de latência. Um aparelho com 4G demora até 54 milissegundos para processar um download de vídeo de 1 Gigaby- te, por exemplo. Com o 5G, a expectati va é que este intervalo seja entre 1 e 2 milissegundos para proces- sar até 20 Gigabytes, o que signifi ca uma velocidade até 20 vezes maior para os usuários. Outro diferencial do 5G é a quanti dade de disposi- ti vos que podem estar conectados. No 4G a cober- tura é de 10 mil aparelhos por quilômetro, enquanto no 5G a rede de cobertura pode ser de até 1 milhão de aparelhos por quilômetro. Em um país conti nental como o Brasil esse aumento do raio de cobertura signifi ca alcance da internet em áreas rurais e industriais que hoje estão descobertas de sinal. Quais os benefí cios das redes 5G? Além dos benefí cios individuais, a evo- lução com a rede 5G trará mais veloci- dade de conexão em rede banda larga para aparelhos, o que signifi ca que mais pessoas poderão estar conectadas sem perda da qualidade do sinal. Essa melhoria também permite a interco- nexão de vários equipamentos em casa ou no escritório, o que possibilita acesso das famí- lias aos produtos inovadores e uti lidades domésti cas que ainda não são uti lizados no país pela baixa capa- cidade de conexão. A rede 5G permite ainda a possibilidade de estudos e trabalho remoto com maior qualidade nas video- conferências, acesso à medicina à distância, melhoria da mobilidade urbana e desenvolvimento de cidades inteligentes. Muito aguardado pelas empresas brasileiras, o 5G disponível é o passaporte que levará à acelera- ção e ao avanço da digitalização no Brasil rumo à Indústria 4.0, contribuindo diretamente para a automação e a integração de diferentes tecnolo- gias que incluem inteligência arti fi cial, robóti ca e internet das coisas. Com mais velocidade de processamento e sem ne- cessidade de fi os conectados às máquinas, é possível fazer as ati vidades com maior produti vidade, geran- do melhores resultados e trazendo maior competi - ti vidade dos nossos mercados perante o resto do mundo. Qual o custo da tecnologia 5G? Ainda não se sabe qual será o custo da tecnologia 5G no Brasil, mas a média mundial leva a crer que os valores estarão na média de 100 a 150 reais mensais em pacotes que podem ser ilimitados a depender da oferta de lançamento pelas operado- ras. Por processar bits mais rapidamente, o custo da tec- nologia 5G pode não ser tão alto para o consumidor fi nal, mas há um ponto que pode aumentar esse custo: a necessidade de ter um equi- pamento compatí vel com a tecnologia. Quais países tem tecnologia 5G? Hoje o 5G já está disponível em 34 países como: Estados Unidos, Canadá, Reino Unido, Suécia, Suíça, Finlândia, Japão, China, Taiwan, Arábia Saudita, Coreia do Sul, Kuwait, Austrália, Noruega e Alemanha. A Coreia do Sul foi o primeiro país a lançar o 5G comercialmente, em abril de 2019. Tem tecnologia 5G no Brasil? Para implementar o 5G no Brasil, aconteceu um dos maiores leilões de radiofrequências da América La- ti na, realizado pelo Ministério das Comunicações (MCom) e Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em novembro de 2021. A Anatel esti ma ser possível usar amplamente o 5G no Brasil em 2022. Além de explorar a oferta de 5G, os ganhadores do leilão devem investi r na imple- mentação de redes de fi bra ópti ca na Região Norte, construção de rede privati va para a Administração Pública Federal e no atendimento com tecnologia 4G ou superior em áreas com poucos habitantes, ou re- giões de estradas. Os mapas abaixo representam os municípios con- templados e os trechos das rodovias federais que se- rão cobertos pelo 5G defi nidos pelo Edital elaborado pela Anatel. Mais velocidade, conexões melhorese mais pessoas conectadas! JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 A nova tecnologia é a quinta geração de conexões 11Periódico pedagógico para estudantes 11 Qual o seu projeto de vida? O professor, William Damon defende a ideia de Projeto de Vida como: uma intenção estável de se alcançar algo signifi cati vo para o sujeito, que vai impactar para além desse sujeito. Disponível em: htt ps://www.canva.com/design/DAFISK4GmZY/9RhOghpntegP9AEhX_LMdQ/edit. Acesso em: 3 ago. 2022. Quer testar seu perfi l na dimensão profi ssional de seu projeto de vida? Fonte: encurtador.com.br/suDMP. Acesso em: 4 ago. 2022. De maneira simples o Projeto de Vida trata- -se da busca de senti do e propósito para a vida, ou seja, que senti do eu quero dar para a minha vida? Isso inclui escolhas, valores, prin- cípios, ações, metas e objeti vos a curto pra- zo para se alcançar um projeto que é muito maior. O que se percebe é que se preparar para uma profi ssão é parte do Projeto de Vida, não aquilo que o defi ne, pois ele diz respeito a algo que é “muito maior”, que dialoga com o contexto, os interesses e necessidades do sujeito, bem como, dá senti do às escolhas fei- tas, aos objeti vos pretendidos, às metas pes- soais e profi ssionais, em suma, à trajetória de vida. E se os projetos de vida carregam uma perspecti va de longo prazo, é certo que eles também se relacionam e orientam objeti vos de curto e médio prazo, na medida em que estes últi mos funcionam como degraus ne- cessários para se alcançar o projeto maior. Então para construir um projeto de vida é pre- ciso que o sujeito conheça a si mesmo e ao uni- verso que o rodeia para que consiga identi fi car as necessidades, os problemas e os confl itos presentes em seu contexto. Ao mesmo tempo, quando analisa as possibilidades de atuação na realidade, ganha condições de formular metas de longo prazo que possam fazer diferença. As- sim, para construir um projeto de vida, é preciso entender como capacidades, crenças, valores e aspirações pessoais podem servir de base para gerar uma contribuição para a sociedade e para o mundo. O projeto de vida apresenta-se, des- sa maneira, como um pano de fundo, guiando objeti vos e metas para um futuro mais imedia- to, o que justi fi ca as ações, preocupações e es- colhas do indivíduo (Damon, 2009). É preciso, ainda, apontar outro aspecto dos Projetos de Vida: seu caráter éti co. Estudos contemporâneos destacam que, para ser qualifi cado como relevante tanto para o in- divíduo quanto para a sociedade, um Projeto de Vida deve ser fundamentado em valores e posicionamentos éti cos, visando ao bem co- mum. Esse ponto ilumina o fato de que os Projetos de Vida não afetam apenas quem os constrói – variadas pessoas e coleti vidades podem estar envolvidas em sua consti tuição e efeti - vação, logo, só têm signifi cância quando ofe- recem contribuições éti cas favoráveis à vida em sociedade. Observa-se, pois, que os Projetos de Vida en- globam facetas disti ntas, mas que, ao mesmo tempo, atravessam ao menos três dimensões principais: O Grupo Educacional Galena preparou um teste gratuito e fácil de responder com devoluti va super atualizada trazendo informações sobre cada uma das carreiras que podem ter a ver com você como: ■ quantas vagas estão abertas nos sites de em- prego hoje; ■ quais habilidades mais aparecem nos descriti - vos das vagas; ■ salário médio para posições de entrada. O teste categoriza os usuários em seis ti pos, seguindo uma metodologia bem consolidada (o chamado método de Holland ou RIASEC - de realista, investi gati vo, artí sti co, social, empreendedor ou convencional) e recomen- da ocupações que têm alto volume de vagas abertas. Galerinha que está no começo da sua trajetória! Aqui vai o link: htt ps://lnkd.in/dT36KRSH PESSOAL Os Projetos de Vida são próprios de uma pessoa, ou seja, só podem ser construídos e conduzidos por aquele que o projeta. Por isso, ligam-se a percepção que cada um tem de si mesmo: “Quem sou eu?“, “O que eu quero fazer da minha vida?”, “ O que desejo?”, “Como gosto de viver?“, “Quais são minhas habilidades?“, Perguntas que só recebem respostas a parti r de exercícios ou experiências de autoconhecimento. Ao Lado desse reconhecimento de si, encontram-se, igualmente, as interações de eu com o outro: família, comunidade, escola, bairro e/ou cidade e dos ambientes digitais. PROFISSIONAL Os Projetos de Vida cruzam o mundo do traba- lho e os campos profi ssionais, elementos que fa- zem parte das escolhas, dos desejos pessoais e do querer dos estudantes. Sendo um meio para que os estudantes ressignifi quem os estudos, pois passam a ver a relevânciadaquilo que discutem e aprendem na escola e a compreender, entre ou- tras coisas, os passos necessários para se alcançar a meta de seguir determinada carreira profi ssional. SOCIAL Os Projetos de Vida possibilitam a formação de sujeitos críti cos, responsáveis, sustentáveis e éti cos, preocupados e engaja- dos com causas tanto presentes quanto futuras que focalizem o cuidade de si e o cuidado da vida coleti va, ultrapassando o autoin- teresse. C O T I D I A N O 12 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 Biomas mais desmatados Fonte: Instituto Brasileiro de Sustentabilidade Disponível em: https://www.linkedin.com/company/ibsustentabilidade?trk=public_post_share-update_actor-text. Acesso em: 31 jul. 2022. O mapa diz respeito ao ano de 2021. O Brasil per- deu 16.557 km2 de cobertura de vegetação nati va em todos os seus biomas no ano passado. Trata-se de um aumento de 20% em relação ao ano anterior. Com a tendência de alta no desmate nos últi mos três anos, nesse período o Brasil perdeu quase um Estado do Rio de Janeiro de vegetação nati va. De acordo com o PRODES/INPE, os anos com maiores perdas de vegetação na Amazônia, ao longo da história, foram 1995 (29.059 km2), 2004 (27.772 km2) e 2003 (25.396 km2). Ainda de acordo com o programa/órgão, desde o ano de 2017 o desmatamento na Amazônia vem crescendo anualmente, saltando de 6.947 km2 para 13.038 km2 em 2021. Os três anos com o menor desmatamento na Amazônia Legal foram 2012 (4.571 km2), 2014 (5.012 km2) e 2013 (5.891 km2). M E I O A M B I E N T E12 13Periódico pedagógico para estudantes Resenha do livro “O menino do pijama listrado” de John Boyne Disponível em: htt ps://www.meucatalogodelivros.com.br/resenha-menino-pijama-listrado-2/. Acesso em: 3 ago. 2022 O menino do pijama listrado de John Boyde traz uma emocionante história sobre uma amizade inusitada e comovente entre dois meninos durante a 2ª guerra. “O menino do pijama listrado” é um livro escrito por John Boyne, romancista irlandês nascido em 30 de abril de 1971. Boyne estudou língua inglesa no Tri- nity College, e literatura criati va na Universidade de East Anglia, onde recebeu o prêmio Curti s Brown. John Boyne começou a escrever histórias aos 19 anos e teve o primeiro romance publicado dez anos depois. “O menino do Pijama Listrado” é um Best Seller em Nova York que fala so- bre um momento histórico muito im- portante e difí cil para todos, a Segunda Guerra Mundial, e mesmo diante desse cenário tão horrível e de tanto dor, um belo e sincero senti mento surgiu entre duas crianças, a amizade. Em uma narrati va simples e fl uente, John Boyne, con- ta a história de Bruno, um menino de nove anos que vivia feliz com sua família em Berlim. Até que um dia, ao chegar em casa, o menino se surpreende ao ver a empregada arrumando suas malas, eles iram se mudar. Bruno, é fi lho de um dos comandantes das tropas que servem a Führer de Hitler, e devido à guerra, ele precisava mudar-se junto a sua família para perto de um campo de concentração. Os dias passam, e Bruno odeia cada vez mais aquele lugar. O lugar era muito diferente de Berlim, ele não podia brincar por todos os lados e nem havia outros meninos para isso. É parti r daí, que se inicia todo o enredo do livro, mostrando de forma interessante toda a questão da guerra na visão de uma criança.Após alguns dias na nova cidade, Bruno avis- ta pela sua janela um lugar bastante dife- rente, com uma cerca e umas pessoas vesti das da mesma forma, com roupas iguais, que na visão do menino eram pijamas. Curioso, ele resolve explo- rar fora da casa, e lá ele conheceu um menino, da mesma idade que a sua, o Shmuel, que é judeu e vive aprisionado ali com sua família. A parti r desse dia, os dois meninos começam a conversar todas as tardes, um contando ao outro como é estar do outro lado da cerca. Eles se tornaram grandes amigos, Bruno ia todos os dias até a cerca e sempre levava alguma coisa para o outro menino comer, pois Shmuel sempre passava fome no campo de concentração. E dia após dia, cada vez mais a amizade deles fi cava mais forte e intensa. Bruno queria muito conhecer o campo de concen- tração, mas não podia entrar e Shmuel dizia que lá era muito triste, não ti nha o que conhecer. Entre- tanto, em um dia de festa, os meninos se encontra- ram dentro da casa de Bruno. Cada um em uma perspecti va totalmente diferente, o menino rico e bem cuidado e o menino judeu, pobre, que estava ali somente para servir os alimentos. Depois de um bom tempo de amizade, Bruno soube que teria de voltar a morar em Berlim, triste por ter que se despedir do amigo, Bruno com a intenção de provar sua amizade, vai até Shmuel tentar ajudá-lo a achar seu pai que havia sumido dentro do campo, para isso ti veram uma ideia e pensaram em um pla- no para Bruno entrar no campo de concentração sem ninguém perceber. Mas algo acaba dando erra- do para os dois meninos que acabam sofrendo uma triste consequência. “O menino do pijama listrado” é uma óti ma leitura para todas as idades, sendo extremamente emocio- nante e nos fazendo pensar em amizade, inocên- cia e amor. Essa grande obra literária sofreu uma adaptação e virou um fi lme de muita emoção e que todos devem assisti r. 13 Uma história emocionante que nos faz pensar sobre amizade, inocência e amor Periódico pedagógico para estudantesL I T E R A T U R A 14 JORNAL LUPA n. 6, AGO 2022 Convite José Paulo Paes. Poemas para brincar. 2ª ed. São Paulo: Ática, 1991. Disponível em: https://www.escrevendoofuturo.org.br/arquivos/10736/caderno-poema.pdf. Acesso em: 5 ago. 2022. Poesia é brincar com palavras como se brinca com bola, papagaio, pião. Só que bola, papagaio, pião de tanto brincar se gastam. As palavras não: quanto mais se brinca com elas mais novas fi cam. Como a água do rio que é água sempre nova. Como cada dia que é sempre um novo dia. Vamos brincar de poesia? 14 P O E S I A p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s 15Periódico pedagógico para estudantes Velho Bit Disponível em: https://velhobit.com.br/tirinhas. Acesso em: 4 ago. 2022. 15Periódico pedagógico para estudantesT I R I N H A p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s p a l a v r a s P E R I Ó D I C O P E D A G Ó G I C O PA R A E S T U D A N T E S D O E N S I N O F U N D A M E N TA L A N O S F I N A I S E E N S I N O M É D I O . G O V E R N O D O E S TA D O D E M I N A S G E R A I S S E C R E TA R I A D E E S TA D O D E E D U C A Ç Ã O D E M I N A S G E R A I S E S C O L A D E F O R M A Ç Ã O E D E S E N V O LV I M E N T O P R O F I S S I O N A L D E E D U C A D O R E S JORNAL
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