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BIM-MODELAGEM-4D-GERENCIAMENTO-DE-CRONOGRAMA apostila

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GESTÃO DE CUSTOS INDUSTRIAIS 
BIM MODELAGEM 4D: GERENCIAMENTO DE 
CRONOGRAMA 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
2 
 
SUMÁRIO 
 
NOSSA HISTÓRIA .......................................................................................... 3 
BIM (Building Information Modeling) ................................................................ 4 
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO BIM ................................................ 5 
Modelagem da Informação da Construção ...................................................... 8 
Legislação e Normatização: BIM ................................................................... 11 
Qualidade do Modelo BIM ............................................................................. 12 
Modelagem Paramétrica ................................................................................ 13 
COMUNICAÇÃO E COLABORAÇÃO NO PROCESSO DE PROJETO ........ 16 
Colaboração, Integração e IPD (Integrated Project Delivery) ........................ 17 
Interoperabilidade .......................................................................................... 20 
O IFC ............................................................................................................. 22 
ORIGEM DO IFC ........................................................................................... 24 
PROPRIEDADES DO MODELO IFC ............................................................. 25 
EXEMPLO DE DEFINIÇÃO DE ENTIDADE IFC ........................................... 30 
DESAFIOS NO USO DO IFC ........................................................................ 32 
MODELAGEM BIM 4D .................................................................................. 32 
CRONOGRAMA FÍSICO ............................................................................... 38 
CRONOGRAMA INTEGRADO GANTT– PERT/com ..................................... 38 
SEQUÊNCIA PARA CRIAÇÃO DO CRONOGRAMA INTEGRADO GANTT– 
PERT/CPM ............................................................................................................... 41 
REFERÊNCIAS ............................................................................................. 47 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
3 
NOSSA HISTÓRIA 
 
 
A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, 
em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-
Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo 
serviços educacionais em nível superior. 
A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de 
conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação 
no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. 
Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que 
constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de 
publicação ou outras normas de comunicação. 
A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma 
confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base 
profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições 
modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, 
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
4 
BIM (BUILDING INFORMATION MODELING) 
 
Desde seu início até os dias atuais, a indústria da construção civil tem se 
baseado em representações e desenhos bidimensionais (2D) para definir e executar 
a sequência de atividades necessárias para a construção de uma edificação 
(EASTMAN et al., 2011). A partir dos desenhos e informações associadas a eles, 
documentos são gerados, assim como toda a estrutura que compõe um projeto. 
Para o sucesso de um projeto é de fundamental importância que as 
representações sejam perfeitamente compreendidas por todas as partes envolvidas 
na construção, já que é baseado nelas que o planejamento e a execução das 
atividades serão feitos. No entanto, as representações em 2D apresentam algumas 
deficiências. Dentre elas, a de dependerem basicamente da interpretação e abstração 
de quem as lê, já que são baseadas em linhas, arcos e outros elementos 
bidimensionais para representar um objeto que na verdade é tridimensional, como 
uma parede, por exemplo. Outro grande problema relacionado às representações em 
CAD (computer-aided design) 2D é que as informações geradas não podem ser 
interpretadas por computadores, não tendo, portanto, automação, que é um conceito 
extremamente importante para evitar erros e facilitar atualizações de projetos. 
Visando o aperfeiçoamento do processo de concepção de projeto, a indústria 
da construção tem buscado o auxilio tecnológico com a utilização de recursos 
computacionais que passaram a estar gradativamente disponíveis ao longo das 
últimas décadas. Tem se buscado uma melhor representação do espaço construído 
e uma melhor aplicação dos recursos computacionais na gestão de projetos, 
utilizando a Tecnologia da Informação (TI) para melhorar não somente a elaboração 
dos projetos, mas também a precisão das informações extraídas deles e o fluxo de 
informações entre as equipes envolvidas. 
Com os avanços trazidos pela computação, o advento do CAD e o surgimento 
de diversas ferramentas auxiliares, algumas tarefas repetitivas no processo de 
criação puderam ser automatizadas pelos projetistas. Entretanto, o modelo de criação 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
5 
no qual se baseia todo o projeto mudou pouco, ainda tendo como base 
representações bidimensionais que geram plantas, cortes, perspectivas e 
documentos independentes (KYMMELL, 2008). Isso ocorre em grande parte do 
mercado, que ainda desconhece e não utiliza o potencial da metodologia BIM. 
Para se atingir um grau de eficiência, padronização e qualidade compatível 
com outros setores, a construção civil precisa primeiramente mudar a forma como se 
pensa e elabora suas obras. Nesse sentido, o BIM surge como um dos conceitos mais 
revolucionários já criados no setor, pois rompe o modelo tradicional e propõe um 
modelo completamente novo e integrado que trará grandes benefícios. Segundo 
EASTMAN et al. (2011): 
O BIM representa uma grande mudança de paradigma que trará grande 
impacto e benefícios não apenas para a indústria da construção, mas para a 
sociedade como um todo, já que as obras são executadas com menor consumo de 
materiais, menos trabalho e menor custo. 
A modelagem de informação da construção muda completamente o processo 
de projeto e construção, saindo de uma realidade bidimensional para uma n-
dimensional (ADDOR et al., 2010). Não se trata de um programa ou ferramenta, mas 
sim de uma metodologia que representa um grande potencial para reduzir erros 
decorrentes de trocas de informações e melhorar todas as etapas no ciclo de vida de 
um empreendimento. 
 
CONCEITOS E CARACTERÍSTICAS DO BIM 
 
A modelagem de informação da construção consiste basicamente na 
elaboração de um modelo virtual que contém informações sobre os elementos que 
fazem parte da edificação. Aos elementos tridimensionais são associadas 
informações que vão desde a geometria até informações sobre os materiais, 
quantidades e outras mais. O modelo, depois de pronto, constitui-se em um 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
6 
verdadeiro banco de dados sobre a construção, tendo grande utilidade no 
planejamento, execução e manutenção de uma edificação. Na bibliografia disponível, 
as definições sobre BIM mudam pouco. As principais definições segundo autores e 
instituições ligadas ao setor da AEC são: 
 "A modelagem de informações da construção é uma representação digital 
das características físicas e funcionais de uma instalação. Como tal, serve como um 
conhecimento compartilhado de recursos para obter informações sobre uma 
instalação, formando uma basesólida para as decisões desde o início do seu ciclo de 
vida em diante." National Institute of Building Sciences (NIBS, 2007). 
 “BIM é uma tecnologia de modelagem e um grupo associado de processos 
para produção, comunicação e análise do modelo de construção.” (EASTMAN et al., 
2011). 
 “BIM é uma simulação do projeto que consiste em elementos 3D do modelo 
com links para todas as informações associadas ao planejamento, construção, 
operação e desativação de uma edificação.” (KYMMELL, 2008). 
 “BIM é a construção virtual de uma edificação ou estrutura que contém 
objetos inteligentes em um único arquivo de origem e que, quando compartilhado 
entre os membros da equipe do projeto, aumenta e melhora a comunicação e 
colaboração.” (HARDIN, 2009) 
Uma grande diferença entre um projeto feito em BIM para um feito no modelo 
tradicional é que um modelo BIM constitui-se geralmente de um único arquivo que 
simula a construção real. O modelo contém todas as informações necessárias, de 
onde se pode extrair vistas, cortes e documentos sobre o projeto. Além disso, o 
modelo BIM pode ser alimentado de forma simultânea por todos os envolvidos no 
projeto, enquanto que no modelo tradicional isso ocorre de forma burocrática e lenta, 
passando de um projetista para o outro. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
7 
O conceito de construção de um modelo virtual que simula o real é 
extremamente poderoso, pois abre um leque de possibilidades não antes possíveis 
aos projetistas e construtores. Dentre essas possibilidades estão: 
 O modelo possibilita a extração de quantitativos de forma rápida e com maior 
precisão, aumentando a confiabilidade das estimativas de custo. 
 Permite a análise e visualização de modificações no projeto e suas 
implicações, antes que elas sejam executadas. 
 Permite a detecção de interferências de projetos de forma muito mais fácil e 
eficiente. 
 Realização de testes e análises de desempenhos acústico, energético, dentre 
outros. 
 Elaboração do planejamento 4D, permitindo aos construtores uma completa 
visualização da obra em todas as suas fases. 
A modelagem por objetos paramétricos e a interoperabilidade são as principais 
características de um modelo BIM. São conceitos extremamente importantes e que 
são a base dessa revolucionária metodologia. A modelagem paramétrica, como será 
vista mais adiante, trata-se da representação computacional através de parâmetros e 
atributos. Esse fato proporciona diversos dos benefícios do BIM para a construção 
civil, em especial a capacidade de atualizações automáticas, que é um dos grandes 
diferenciais em relação ao CAD 2D. 
Já o conceito de interoperabilidade está diretamente relacionado à troca de 
informações dentro do modelo. Com a adoção de um modelo único que é alimentado 
por todas as equipes envolvidas, se torna fundamental que nenhuma informação seja 
perdida, já que os softwares envolvidos são diferentes para cada equipe do projeto. 
Ao final, o processo de formação do modelo único alimentado pelos distintos 
softwares deve ser consistente, sem que haja perda de informações no caminho. 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
8 
MODELAGEM DA INFORMAÇÃO DA CONSTRUÇÃO 
 
A Modelagem da Informação da Construção ou Building Information Modeling 
- BIM - é uma inovação no setor da engenharia, arquitetura e construção, que promete 
trazer mudanças nos processos de gestão de obras e projetos, englobando todo o 
ciclo de vida dos empreendimentos. 
Essas mudanças nos processos que incluem etapas do ciclo de vida da 
edificação contemplam desde a concepção, a elaboração e o detalhamento dos 
projetos das diversas disciplinas envolvidas, como por exemplo, o arquitetônico e os 
complementares, o planejamento e o orçamento da obra, a execução da obra e a 
ocupação, considerando a manutenção, a operação e, por fim a demolição desta 
edificação, conforme figura 1. 
Figura 1 – Ciclo de Vida BIM 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
9 
Fonte: Adaptado de Rozenfeld e outros (2006), Librelotto (2009) e The Noum Project 
(2017) 
Santos, Antunes e Balbinot (2014) referem-se ao BIM como “um banco de 
dados unificado, onde quaisquer informações relacionadas ao edifício podem ser 
criadas ou extraídas” 
Ao considerar o modelo BIM como um banco de dados, pode-se dizer que em 
consequência disto este modelo necessita de gestão para estas informações, e, 
portanto, BIM é também um sistema de gestão das várias informações que estão 
integradas no modelo. (WONG; FAN, 2013) 
Para Wong e Fan (2013), apud NBIMS (2016), BIM pode ser considerado um 
produto porque é um modelo completo que descreve uma edificação e será entregue 
para um cliente. Outra definição proposta por eles é a de que BIM é um processo de 
projeto, visto que considera as diversas atividades que são realizadas e as equipes 
colaborativas envolvidas até que o modelo esteja completo para ser entregue. 
No livro Manual de BIM, há uma definição para processo BIM: “Processo que 
se apoia nas informações geradas por uma ferramenta de projeto BIM para análise, 
detalhamento para fabricação, estimativa de custos, cronograma, entre outros”. 
(EASTMAN et al., 2014) Para Rozenfeld e outros (2006), o termo processo caracteriza 
“um conjunto de atividades realizadas em uma sequência lógica com o objetivo de 
produzir um bem ou serviço que tem valor para um grupo específico de clientes”. 
No mesmo Manual de BIM, há uma definição interessante para o entendimento 
de BIM como uma ferramenta. Os autores definem que “ferramenta BIM” é um termo 
usado quando se faz referência aos aplicativos de manipulação dos modelos de 
construção, ou seja, quando se refere aos softwares BIM. A ideia recebe a 
complementação de que o termo pode ser ajustado para “ferramenta de projeto BIM”, 
indicando novamente os softwares BIM usados para fins projetuais. (EASTMAN et al., 
2014) 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
10 
Rozenfeld e outros (2006) também definem o termo ferramenta, que para eles 
é um meio para descrever os sistemas de informações, ou seja, as ferramentas de 
informática, que por sua vez podem aumentar a eficácia do processo de 
desenvolvimento de um determinado produto. 
Com base nesta definição, não é interessante rotular BIM apenas como uma 
ferramenta, pois esta definição refere-se somente ao software de trabalho, enquanto 
que o conceito de BIM é mais amplo do que isso e considera o processo de trabalho 
como um todo. 
Existem várias definições sobre BIM, dos quais se destacam os sugeridos por 
Eastman e outros (2014, pg.13), que definem como BIM “uma tecnologia de 
modelagem e um conjunto associado de processos para produzir, comunicar e 
analisar modelos de construção”, e por AIA - The American Institute of Architects 
(2008), que considera BIM como uma representação digital das características físicas 
e funcionais de um projeto. O documento divulgado por AIA complementa que 
Building Information Modeling refere-se ao processo e às tecnologias usadas para 
criar um modelo. 
Existem diversos softwares ou plataformas tecnológicas que auxiliam no 
desenvolvimento do processo BIM e que permitirão a criação de um modelo 3D 
paramétrico. Este modelo, representado em três dimensões, é uma construção virtual 
do empreendimento e contém diversas informações incorporadas a ele. Este modelo 
paramétrico poderá ser aplicado às diferentes disciplinas envolvidas no processo de 
projeto. (KASSEM; AMORIM, 2015) 
Como exemplo de informações que existirão nestes modelos, pode-se citar a 
definição dos materiais que serão utilizados na obra, a extração das quantidades de 
cada um destes materiais, a compatibilização de projetos (hidráulico, elétrico, 
arquitetônico, estrutural...) e a solução de conflitos existentes neste modelo, entre 
outras. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
11 
Com um modelo unificado 3D surgem alguns benefícios devido ao uso de BIM. 
Um deles é a integração dos diversos profissionais emtrabalhos colaborativos, já que 
o mesmo modelo será utilizado por todos os profissionais envolvidos no processo. 
Além disso, a adoção do BIM deve trazer benefícios para a elaboração de edificações 
mais sustentáveis, através da análise prévia e de questionamentos quanto aos 
materiais escolhidos e quanto ao uso de energia, por exemplo, além de ser um 
exercício social, com foco na colaboração entre as pessoas. 
 
LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO: BIM 
 
No ano de 2016, foi proposto o Projeto de Lei nº 6619/2016, o qual determina 
a obrigatoriedade do sistema de modelagem da informação da construção (BIM) na 
elaboração de projetos executivos de obras e de serviços de engenharia contratados 
pelos órgãos e entidades da administração pública, por meio da alteração da redação 
do § 1º do artigo 7º da Lei 8.666. O projeto de lei atualmente foi encaminhado à 
Comissão de Finanças e Tributação da Câmara e aguarda deliberação. (CURADO, 
2018). 
O Governo Federal instituiu por meio do Decreto Nº 9.377, de 17 de maio de 
2018, a Estratégia Nacional de Disseminação do Building Information Modeling no 
Brasil – Estratégia BIM BR, visando promover a inovação na indústria da construção, 
por meio de um ambiente adequado ao investimento em BIM e sua difusão no País. 
Também foi estabelecido o Comitê Gestor da Estratégia BIM BR – CG-BIM, o qual 
deverá implementar a Estratégia BIM BR e gerenciar suas ações. O decreto 
estabelece nove objetivos da Estratégia BIM BR, dentre os quais, evidencia-se: a 
proposição de atos normativos que estabeleçam parâmetros para as compras e as 
contratações públicas com uso do BIM; o desenvolvimento de normas técnicas, guias 
e protocolos específicos para adoção do BIM e o desenvolvimento da Plataforma e 
da Biblioteca Nacional BIM. (BRASIL, 2018). 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
12 
No campo normativo, caracterizado no país pela ABNT, existe uma comissão 
de estudos voltados ao BIM, ABNT/CEE-134 Modelagem de Informação da 
Construção, estabelecida em 2010. Desde então, elaborou-se a ABNT NBR 15965, 
norma constituída por sete partes, das quais apenas quatro estão disponíveis, e uma 
adaptação da ISO12006 para utilização no Brasil. (KASSEM;AMORIM, 2015, 
CATELANI; SANTOS, 2016). 
Para Sakamori (2015), a dificuldade da falta de um padrão de nomenclatura 
para os elementos construtivos começa a ser superada com a introdução dessas 
novas Normas Brasileiras. 
 
QUALIDADE DO MODELO BIM 
 
Ao se trabalhar com BIM, uma questão relevante é a qualidade do modelo. 
Manzione (2013) afirma que a gestão do processo de projeto e a gestão do fluxo de 
informações são fundamentais e devem ser feitas para que o modelo apresente a 
qualidade esperada. Também constata que os diferentes usos do BIM irão requerer 
maior precisão e qualidade da modelagem. 
O Cooperative Research Center – CRC (2009) delimita que um modelo 
apresenta boa qualidade se atender a três critérios, sendo eles estar bem estruturado 
para a análise pretendida, conter todas as informações requeridas pelo contratante e 
ser passível de verificação. 
A coordenação das informações do modelo BIM é estabelecida por meio de 
desenhos da edificação que contém informações padronizadas embutidas, 
adicionadas pelos diversos projetistas durante o desenvolvimento do produto do 
empreendimento, garantindo qualidade e integridade ao modelo (CRESPO; 
RUSCHEL, 2007). Segundo Melhado e Pinto (2015), o processo que envolve modelos 
BIM deve apresentar um cuidado no controle de qualidade, principalmente nos 
aspectos relacionados à modelagem dos elementos, nomenclatura e interferências, 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
13 
pois erros de modelagem em sistemas que trabalham de forma integrado tendem a 
se propagar e comprometer o resultado do projeto. 
Um modelo BIM deve-se apresentar eficiente e eficaz, garantindo um processo 
de projeto de qualidade e de forma ágil. O autor entende como eficácia um modelo 
correto em suas dimensões e eficiência a produção no menor tempo possível (LEDO, 
2016). Mattana e Librelotto (2017) destacam que para a obtenção de resultados mais 
precisos sobre os custos de uma edificação (seja custos de construção, manutenção 
ou operação) é imprescindível uma avaliação e controle de qualidade sobre o modelo 
BIM 
 
MODELAGEM PARAMÉTRICA 
 
A modelagem paramétrica é a base que suporta a metodologia BIM e uma das 
responsáveis pelos benefícios que o BIM proporciona à AEC. O conceito de 
modelagem por objetos paramétricos é antigo e foi utilizado em outras indústrias 
muito antes do que na construção civil. Ela é um requisito ao BIM e um dos fatores 
que define o que é e o que não é tecnologia BIM. 
A modelagem paramétrica é feita com base em objetos paramétricos, que são 
aqueles construídos através de parâmetros e regras. Ela não representa objetos com 
uma geometria fixa, mas sim através de propriedades e parâmetros definidos. Estes 
parâmetros podem ser relações entre diferentes objetos, o que permite que o sistema 
atualize de forma automática todo o projeto quando um objeto é modificado 
(EASTMAN et al., 2011). Essa automação permitida pela modelagem paramétrica é 
um dos grandes diferenciais que proporcionam inúmeras vantagens aos modelos 
BIM. 
Os parâmetros associados a um objeto podem ser valores ou simplesmente 
características. Eles definem o comportamento gráfico do objeto, bem como sua 
interação com outros objetos. Para tentar ilustrar melhor o conceito de objeto 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
14 
paramétrico, eis um exemplo: uma parede de alvenaria é modelada como um 
elemento composto de diversos blocos e argamassa. Em um modelo não 
paramétrico, essa alvenaria teria dimensões e propriedades fixas. Se quisermos 
aumentar o pé-direito do pavimento onde se encontra a parede, ela não mais tocará 
a laje superior, já que sua altura é fixa. Quando modelamos essa parede como um 
objeto paramétrico, podemos associar a ela a regra de que sempre esteja em contato 
com a laje superior, por exemplo, o que faz com que uma modificação no pé-direito 
gere automaticamente uma alteração na altura da parede, que se ajusta sem 
necessidade de intervenção humana. 
A automação, que é tão fundamental ao BIM, se deve principalmente à 
modelagem paramétrica, já que ela confere aos modelos uma enorme capacidade de 
atualização automática. A coordenação do modelo e de alterações se torna muito 
mais rápida e fácil com as atualizações automáticas que dependem dos parâmetros 
de um objeto. Em geral, os softwares trazem grupos de objetos que são chamados 
de famílias e possuem parâmetros similares de interação com outros objetos. 
Famílias comuns nos softwares modeladores em BIM são as paredes e escadas, por 
exemplo. 
A maioria dos softwares, além de ter famílias pré-definidas, permite também 
ao usuário a liberdade de criar suas famílias de objetos com parâmetros de acordo 
com as necessidades especificas do projeto, já que nem sempre os parâmetros dos 
objetos fornecidos pelos softwares atendem bem ao usuário. Por isso, é importante 
que o projetista crie novas famílias ou modifique as existentes, com o intuito de evitar 
problemas não previstos nas famílias pré-definidas existentes em cada software. 
Segundo EASTMAN et al. (2011), os objetos paramétricos podem ser 
classificados de três maneiras: 
 Objetos que interagem com outros objetos e tem um comportamento 
paramétrico mais complexo, como por exemplo, paredes, pilares e lajes. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
15 
 Objetos que não interagem com outros e que não necessitam de modelagem 
paramétrica, como elementos fixos de portas e janelas, por exemplo. São mais 
facilmente criados e podem ser importados de outros programas. 
 Objetos comerciais feitos por fabricantes para uso específico. 
Os objetos paramétricos têm como base a geometria e relações entre 
elementos, mas também precisam conter uma variedade de propriedades e 
informações sobre os elementosque o constituem. Essas informações podem ser 
interpretadas e utilizadas por outros aplicativos, formando dessa forma um verdadeiro 
banco de dados sobre todos os elementos que existem dentro do modelo. Quanto 
maior for a diversidade e qualidade das informações dos objetos, melhor será a 
qualidade do modelo, já que seu comportamento simulado se assemelhará ao 
comportamento da estrutura real. As informações podem ser acerca dos materiais, 
propriedades físicas, dimensões, fabricantes e outras mais. 
Em um modelo paramétrico, é possível a realização de análises diversas com 
grande precisão e em fases iniciais do projeto. Tudo depende das informações 
contidas nos objetos que integram o projeto. As análises fornecem aos construtores 
e projetistas uma poderosa ferramenta, já que o modelo pode ser avaliado em 
diferentes campos, como em relação ao desempenho acústico e energético, por 
exemplo. Isso fornece à equipe de projetistas a capacidade de realizar modificações 
no projeto de acordo com os resultados das análises feitas, possibilitando assim a 
melhoria do produto final. 
Como visto, um modelo em BIM é composto por uma grande quantidade de 
objetos paramétricos, que contém parâmetros e informações acerca dos elementos 
representados. Isso gera um grande banco de dados sobre toda a construção, mas 
também gera um modelo único denso que exige uma grande capacidade de memória 
e processamento dos computadores, já que em um modelo paramétrico as 
atualizações ocorrem de forma automática. Quando se altera um elemento, vários 
outros se ajustam automaticamente, o que exige grande capacidade de 
processamento dos computadores. Quanto maior for o modelo, maior será a potência 
 
 
 
 
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16 
exigida para rodá-lo, logicamente. Isso é um dos maiores problemas relacionados ao 
BIM: a exigência de máquinas poderosas e caras para rodar e analisar os modelos. 
 
COMUNICAÇÃO E COLABORAÇÃO NO PROCESSO DE PROJETO 
 
Um dos principais problemas no desenvolvimento de sistemas BIM está na 
falta de entendimento destes pelos profissionais da indústria da AEC. O BIM enquanto 
processo de trabalho envolve, sobretudo, a comunicação e a colaboração entre 
diferentes profissionais e empresas ligadas à AEC. Todavia, o que se observa é que 
poucas empresas e profissionais que utilizam ferramentas BIM buscam a 
padronização e a colaboração. Esta colocação é comprovada por Kiviniemi et al. 
(2008) que demonstram que muitos dos profissionais da AEC utilizam softwares BIM 
como ferramentas de CAD melhoradas, sem, contudo, mudarem os seus processos 
de trabalho, já consolidados. 
Esta tese, defendida pelos autores supracitados, é comprovada por uma 
pesquisa realizada nos países nórdicos que mostra que o principal motivador para o 
uso do BIM na atividade de projeto arquitetônico é a facilidade de geração de 
quantitativos (aproximadamente 23% dos arquitetos geram quantitativos a partir dos 
modelos BIM), seguido pela checagem de conflitos (cerca de 21%). A maioria das 
tarefas executadas pelos arquitetos nos aplicativos BIM se limita àquelas 
disponibilizadas internamente nos softwares utilizados, sendo pouco comum o uso de 
arquivo visando à interoperabilidade. Apenas 1/3 dos arquitetos que usam o BIM 
empregam arquivos no formato (IFC) (KIVINIEMI et al., 2008). 
Khemlani (2007) mostra, a partir de dados de uma pesquisa realizada pela 
AECbytes, que o mais importante critério na escolha do BIM é a habilidade de produzir 
documentos finais de construção, sem precisar de usar outras ferramentas 
complementares. A pesquisa aponta que questões relacionadas à integração, ao 4D 
e ao IFC são consideradas como pouco expressivas. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
17 
Para Khemlani (2007), os principais critérios para a escolha de um software 
BIM são: capacidade de uma produção completa de documentação do edifício (sem 
necessitar de usar outros aplicativos); objetos inteligentes (que possibilitem uma 
relação associativa e conectiva com outros objetos); e, disponibilidade da biblioteca 
de objetos. Khemlani (2007) mostra que os arquitetos, muitas vezes, limitam as 
tarefas àquelas que podem ser executadas por um único aplicativo BIM. Tarefas 
colaborativas e capacidade de exportar e importar arquivos em formatos universais 
não são critérios significativos para a escolha de aplicativos BIM. 
Estas considerações mostram que o uso de aplicativos BIM ainda aparece 
como um evento fragmentado (TOBIN, 2008). Nesta interpretação, o 
desenvolvimento do projeto do edifício aparece como uma atividade fragmentada, 
estabelecida por produtos independentes produzidos por cada disciplina. 
Segundo TOBIN (2008), o quadro atual retrata o estágio inicial do BIM, 
denominado de BIM 1.0. Este se caracteriza por um franco crescimento e difusão do 
uso de modelos BIM, ainda pouco vinculados a um crescimento nos padrões de 
interoperabilidade entre os aplicativos. Nestes, as troca de dados ocorrem, muitas 
vezes, baseadas em elementos puramente geométricos. Mesmo assim, a habilidade 
e a confiabilidade na troca de dados entre diferentes aplicativos têm crescido 
significativamente, nos anos recentes (KIVINIEMI et al., 2008). 
 
COLABORAÇÃO, INTEGRAÇÃO E IPD (INTEGRATED PROJECT 
DELIVERY) 
 
Todo o processo de elaboração de projeto em BIM ocorre de maneira integrada 
entre os profissionais envolvidos. São geradas inúmeras informações ao mesmo 
tempo e em diferentes projetos. Embora todas as informações do projeto estejam 
contidas em um modelo com banco de dados único, a integração entre os 
profissionais ainda se faz quase que obrigatória. 
 
 
 
 
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18 
Segundo Checcucci, Pereira e Amorin (2011), a colaboração trata de uma 
forma de trabalho em equipe interdisciplinar, com a finalidade de organizar o processo 
de projeto e construção visando padronizar as trocas de informações com a mínima 
perda de dados entre profissionais de diferentes áreas. Desta forma, esta 
padronização aliada à colaboração entre os agentes, consegue-se definir as 
seguintes diretrizes: de quem serão produzidos os modelos; quem será responsável 
por modelar cada item da edificação; qual profissional irá coordenar o processo de 
modelagem e gerenciar a base de dados BIM (edifício virtual); o que e como deverá 
ser representado e; quais informações deverão ser inseridas em cada fase do ciclo 
de vida da edificação. 
Com base em Eastman et al. (2014), percebe-se que o BIM, em relação ao 
sistema CAD tradicional, facilita a operação simultânea entre diferentes disciplinas, 
pois ainda que seja possível se coordenar um projeto apenas por desenhos, o fluxo 
de trabalho reduz drasticamente e o mesmo é direcionado para uma rotina com 
muitas repetições de processos e entradas de dados, levando os profissionais a um 
esforço cognitivo muito grande. 
Por consequência deste excesso do esforço mental do projetista, há um 
significativo aumento do índice de erros, uma redução da possibilidade de 
implantação de melhorias contínuas ao projeto e de redistribuição do tempo dos 
projetistas. Também a ineficácia do projeto em termos de custos. Com isso, há uma 
integração das ideias geradas em torno de um projeto, incentivando a colaboração 
entre os profissionais envolvidos. 
Desta maneira, o BIM acaba impondo uma necessidade de adaptação dos 
profissionais, a uma nova forma de comunicação entre os mesmos, onde todos 
devem manipular as informações de forma simultânea e integrada, como também de 
forma clara, segura e objetiva (CLAYTON, 2008). 
Neste contexto, Jacoski (2003) comenta que a falta de padronização das 
informações, tanto em relação à comunicação, a armazenagem e a transferência, é 
um dos pontos de maior dificuldade dos profissionais no processo de projeto de um 
 
 
 
 
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empreendimento. Logo, Dornelas (2013) relaciona o gerenciamento da integração 
com o ambiente colaborativo BIM, salientando,dentre outros fatores, o 
aprimoramento do escopo a partir da modelagem 3D realística e a verificação de 
requistos e especificações. Também quanto a tempo e custos em função da rápida 
exploração de alternativas e do trabalho simultâneo entre equipes. Tudo isto 
priorizando a qualidade, que é reconhecida através de analises precisas, 
planejamento e controle da produção coerente e compatibilização das 
especialidades. 
Com o surgimento de novos materiais e tecnologias, como o BIM, surgiu 
também o IPD (Integrated Project Delivery). De acordo com Succar (2009), a 
abordagem de desenvolvimento de projeto da entrega integrada (IPD) é um processo 
de projetos que integra pessoas, sistemas, estruturas e práticas de negócios em um 
processo colaborativo, explorando máximo aos talentos e ideias dos profissionais 
envolvidos para obtenção de um melhor resultado final e juntamente com a 
implementação do BIM, não tem como objetivo a exclusão de outras visões e sim, de 
incluir todos os fundamentos e conceitos do BIM em conjunto com os seus. 
Desta maneira, percebe-se que a adoção de uma gestão de projeto integrada, 
apenas com o BIM ou em conjunto com o IPD, por parte de qualquer empresa de 
construção civil, afeta principalmente o setor de arquitetura e engenharia. 
Indiretamente também afeta os setores financeiros, de relações humanas, de 
almoxarifado, entre outros, isto por consequência do grande contexto que este tipo 
de gestão gera, para se conseguir abranger a todos os seguimentos de um projeto. 
A colaboração é uma abordagem importante no processo com o BIM, por 
envolver mais cedo e com maior frequência todos os envolvidos no projeto e na 
construção do edifício. Para Eastman et al. (2014, p. 119), “o processo colaborativo 
pode não gerar uma redução da duração do projeto ou um início mais cedo das obras 
[...], mas ele garante a participação da equipe de construção incluindo fabricantes e 
fornecedores”. 
 
 
 
 
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Eastman et al. (2014) enfatizam que com a construção conjunta do modelo 
virtual, com ferramentas BIM, é possível construir, revisar e atualizar o modelo, uma 
vez que grande parte das plataformas BIM possuem recursos de revisão e anotação 
do modelo e também suporte para o trabalho a distância e para a troca de 
informações. 
 
INTEROPERABILIDADE 
 
O processo de projeto envolve muitas fases e diferentes participantes. Estes 
necessitam trocar informações ao longo de todo o clico de vida do projeto, da 
construção e do uso. Porém, dificuldades na troca da informação, devido à baixa 
interoperabilidade, aparecem como fatores limitantes do uso do BIM no processo de 
projeto. A interoperabilidade é aqui entendida como a capacidade de identificar os 
dados necessários para serem passados entre aplicativos (EASTMAN et al., 2008). 
Se existe uma boa interoperabilidade se elimina a necessidade de réplica de dados 
de entrada, que já tenham sido gerados, e facilita, de forma automatizada e sem 
obstáculos, o fluxo de trabalho entre diferentes aplicativos, durante o processo de 
projeto. 
O conceito de BIM está diretamente ligado à colaboração entre os diversos 
profissionais envolvidos em um determinado projeto. A construção de um modelo 
único alimentado por diversos projetistas requer uma intensa troca de informações 
entre as equipes e entre os diversos softwares envolvidos. A multidisciplinaridade e a 
colaboração são requisitos fundamentais e ocorrem com maior intensidade na 
metodologia BIM. 
A interoperabilidade é a capacidade de se trocar informações de forma 
eficiente entre os diversos aplicativos computacionais usados em um mesmo projeto, 
sem que haja perda de informações. Em geral, cada projetista usa um determinado 
software para modelar ou analisar o modelo, e as extensões de arquivos variam de 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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acordo com os fabricantes e modelos dos softwares utilizados. “Com a 
interoperabilidade se elimina a necessidade de réplica de dados de entrada que já 
tenham sido gerados e facilita, de forma automatizada e sem obstáculos, o fluxo de 
trabalho entre diferentes aplicativos, durante o processo de projeto.” (ANDRADE & 
RUSCHEL, 2009). 
Para que se tenha uma boa interoperabilidade é de fundamental importância a 
implementação de um padrão de protocolo internacional de trocas de dados nos 
aplicativos e nos processos do projeto. O principal protocolo usado hoje é o Industry 
Foudation Classes (IFC), que é um modelo de dados do edifício baseado em objetos, 
não proprietário. Mesmo assim, o que se observa na prática, de acordo com Kiviniemi 
et al. (2008), é que o uso de padrões IFC atende a requisitos para certas tarefas, 
deixando, contudo, que muitas outras tarefas não sejam suportadas por este formato. 
Um dos maiores obstáculos para a adoção do IFC é a perda de robustez na interface 
disponível nos aplicativos, tornando isso um grande obstáculo para um amplo e 
voluntário uso do IFC como protocolo preferido para troca de dados do edifício. 
Desde então, o IFC passou por constantes melhorias, com diversas versões 
lançadas. Atualmente o IFC é o modelo de dados mais utilizado no setor e se encontra 
na versão IFC 2x4. 
FIGURA 02 – Evolução IFC 
 
Fonte: CARVALHO e SCHEER (2011) 
Para a IAI, o IFC é um formato aberto, neutro e com especificações 
padronizadas para o BIM. Além disso, o IFC é também um formato voltado para o 
 
 
 
 
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planejamento, projeto, construção e gerenciamento de uma edificação (ANDRADE & 
RUSCHEL, 2009). O IFC representa um formato de arquivo padrão, onde os 
fabricantes de softwares têm a oportunidade de converter suas distintas extensões 
de arquivos no formato IFC. Se essa transformação for possível, o modelo criado a 
partir de diversos softwares carregará muito mais informações anexadas aos objetos 
(KYMMELL, 2008). 
Ao mesmo tempo em que existe um desconhecimento por parte dos usuários 
sobre quais são os propósitos do uso do IFC nos aplicativos disponíveis, parece haver 
também um grande desinteresse das organizações vinculadas à indústria da AEC 
pelo aperfeiçoamento do IFC. Isto, segundo Kiviniemi et al. (2008), é em decorrência 
de que o conceito de BIM ainda não teve uma plena penetração no mercado e que o 
reuso de dados ainda é uma tarefa muito limitada. A maioria das empresas da 
indústria da AEC não considera o modelo baseado na integração como algo 
importante. 
 
 
O IFC 
 
Para a passagem de dados entre aplicativos são utilizados arquivos baseados 
em diferentes formatos de trocas. Alguns destes aplicativos apresentam maior 
capacidade de interoperabilidade, outros se limitam à trocas internas. A necessidade 
de troca de dados entre aplicativos não é algo recente na construção civil. Desde os 
primeiros aplicativos CAD 2D já existiam formatos capacitados para troca de algum 
tipo de dado. 
Existem basicamente quatro diferentes maneiras de trocas de dados entre dois 
aplicativos BIM (EASTMAN et al., 2008): ligação direta, formato de arquivo de troca 
de proprietário, formatos de arquivos de trocas de domínio público e formatos de troca 
baseados em XML. O primeiro acontece quando ocorre uma ligação direta entre dois 
 
 
 
 
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aplicativos, utiliza-se um formato binário de interface (exemplo: GDL, MDL). O formato 
de arquivo de troca proprietário são formatos desenvolvidos por organizações 
comerciais para estabelecerem interface entre aplicativos diferentes (exemplos: DXF, 
3DS). 
Os formatos de arquivos de trocas de domínio público envolvem um padrão 
aberto de modelo de construção. Estes carregam propriedades de objetos, materiais, 
relações entre objetos, além das propriedades geométricas. São interfaces essenciais 
para uso em aplicativos de análise e gerenciamento de construção (exemplos: IFC, 
CIS/2). Os formatos de troca baseados em eXtensible Markup Language (XML) são 
extensões do formato HTML, que éa língua base da Web. Permitem a criação de 
esquemas definidos pelo usuário (exemplos: XML, gbXML). 
Para Eastman et al. (2008) os dois principais modelos de troca de dados de 
domínio público do produto da construção civil são CIMsteel Integration Version 2 
(CIS/2) e o Industry Foundation Classes (IFC). O CIS/2, segundo estes autores, é um 
formato desenvolvido para ser usado em projetos de estruturas em aço e na 
fabricação. O IFC, segundo a International Alliance for Interoperability (2008), é um 
formato aberto, neutro e com especificações padronizadas para o Building Information 
Models. O IFC é um formato para ser usado no planejamento do edifício, no projeto, 
na construção e gerenciamento. Para Fu et al. (2006), é um tipo de linguagem que 
foca na modelagem do produto e processos da indústria da AEC/ FM (Facility 
Management). O IFC é o principal instrumento pelo qual é possível estabelecer a 
interoperabilidade dos aplicativos de software da AEC/ FM. 
Bell e Bjǿkhaug (2007) colocam como formato base para ser usado num 
edifício inteligente, IFC agregado ao Information Framework for Dictionary (IFD) e ao 
Information Delivery Manual (IDM). Para Haagenrud et al.(2007) o IFD, consiste no 
desenvolvimento de uma biblioteca internacional de objetos para a indústria da 
AEC/FM que é compatível com o IFC e que pode ser utilizado para obter informações 
mais detalhadas dentro e fora de um projeto de edifício. Estes autores acrescentam 
que o IFD é uma identidade alternativa para o modelo conceitual da ISO 12006 Parte 
 
 
 
 
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24 
3. Com o IFD é possível criar uma identidade própria ao objeto (identidade única) o 
que facilita a interoperabilidade. O IDM, para Kiviniemi et al. (2008), é um padrão que 
define qual especificação de uso um objeto deve ter. 
O uso destas linguagens de comunicação tem permitido, paulatinamente, a 
exploração dentro do BIM, de ferramentas capazes de ler dados referentes a 
questões múltiplas de informação do projeto, como questões de acessibilidade, 
sustentabilidade, eficiência energética, custeio, acústica, térmica, etc. (FU et al., 
2006). 
 
ORIGEM DO IFC 
 
Os primeiros esforços no desenvolvimento do IFC surgem entre as doze 
principais organizações americanas ligadas à AEC, por meio da Industry Alliance for 
Interoperability, em 1994. Em seguida é expandido para a International Alliance for 
Interoperability (IAI) que é um consórcio internacional de empresas comerciais e 
instituições de pesquisa. Esta, inicialmente contava com sete países consorciados. 
Hoje conta com pelo menos vinte países (INTERNATINAL ALLIANCE FOR 
INTEROPERABILITY, 2008a). 
O objetivo da IAI, de acordo com Hyvärinen et al. (2006), é de buscar a 
interoperabilidade de softwares da indústria da AEC/FM por meio de uma base 
universal que permita a melhoria da comunicação, da produtividade, do tempo de 
entrega, do custo e da qualidade, por todo o ciclo de vida do edifício. Visando isso, o 
IFC foi desenvolvido especificamente como um meio de troca de dados, baseado em 
um modelo, entre aplicativos da indústria da AEC/ FM (KHEMLANI, 2004). Atualmente 
é solução presente nos aplicativos BIM e em muitos dos aplicativos de análise. 
O IFC tem suas bases no padrão internacional conhecido como STEP 
(Standard for Exchange of Product Model Data). Este último surge em 1984, a partir 
de um esforço do International Standard Organization (ISO) em criar um padrão 
 
 
 
 
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internacional de troca, o ISO-STEP. Este tinha como objetivo criar um padrão para 
representação e troca de informações de produto que seja internacional e de uso 
geral. O ISO-STEP tinha como principal produto a linguagem EXPRESS. O IFC se 
baseia na linguagem e nos conceitos da ISO-STEP EXPRESS para o 
desenvolvimento e a definição dos modelos (KHEMLANI, 2004). O IFC foi projetado 
pensando em atender a todas as informações do edifício, durante todo o ciclo de vida 
da edificação. 
Entre as diferentes versões do IFC cabe citar: IFC 1.5.1; IFC 2x (2000); IFC 2x-
add1 (2001); IFC 2x2–add1 (2004); IFC2x3 (2006); IFC2x3-TC1 (2007); IFC2x4 alpha 
(2008); IFC2x4 beta1 e beta 2 (2009). O modelo do IFC2x3 (G) já agrega entidades 
que contém sistemas de informações geográficas (Geographic Information System – 
GIS). 
 
 
PROPRIEDADES DO MODELO IFC 
 
O IFC, de acordo com Haagenrud et al. (2007), é o termo usado para designar 
um esquema básico e um conteúdo de dados, composto de acordo com um padrão 
internacional, aberto e acessível ao público, para a estruturação e a troca de 
informações entre aplicativos computacionais voltados para a indústria da AEC/FM. 
Para Eastman (1999), o IFC é o maior e mais elabora modelo de dados do 
edifício desenvolvido para a indústria da AEC/FM. Este é resultado de um consenso 
da indústria da construção sobre processos de projeto. Este modelo consiste em 
entidades que descrevem objetos físicos do edifício, conceitos abstratos, elementos 
relacionados com a AEC, processos, atores, etc. Como exemplo de tipos de entidades 
pode-se citar: a geometria, a topologia, os elementos do edifício, os equipamentos, 
os mobiliários, as relações entre elementos da construção, os espaços e as estruturas 
espaciais, os atores, os planos de trabalho, as classificações, a pesquisa e 
 
 
 
 
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26 
recuperação de informações sobre produtos. Algumas entidades do IFC são de 
domínio específico outros são genéricos (não fazem parte da plataforma). 
Todas as entidades individuais são baseadas num IFC raiz (IfcRoot) e são 
constituídos por três categorias fundamentais: objetos, propriedades e relações. Os 
objetos estão associados à geometria. As propriedades são usadas para definir 
materiais, desempenho, propriedades contextuais, como ventos, dados geológicos ou 
de clima, etc. As relações existentes são entre objetos e entre objetos e propriedades. 
Elas são definidas de acordo com classificações abstratas como: específicas, 
decompostas, associadas, definidas, conectadas (Eastman et al., 2008). 
Nas definições do IFC também existem duas entidades que foram 
especificamente projetadas para aumentar a flexibilidade e a extensibilidade deste. 
Estas são os ProxyObjects e os PropertySets. Os primeiros permitem criar novas 
entidades que não tenham sido definidas nos modelos IFC. Estas entidades podem 
ser definidas como uma representação geometria colocada no espaço. Podem ter um 
significado semântico, serem definidas por atributos de nome, apresentarem 
definições de propriedades, etc. Podem ser usadas para criação de entidades 
específicas de uma localidade, como, por exemplo, peitoris ventilados. Os IFC 
PropertySets têm a capacidade de acrescentar propriedades que são variáveis, como 
códigos de edificação, classificações, etc., a uma entidade. Mesmo uma entidade que 
tenha uma propriedade universal e inequívoca, como uma parede, pode exigir a 
definição de uma série de outras propriedades que atendam as necessidades de 
empresas ou de uma localidade (HYVÄRINEN et al. 2006). 
A arquitetura do IFC foi desenvolvida utilizando-se um conjunto de princípios 
de organização e estruturas. Estes princípios, de acordo com Haagenrud et al. (2007, 
p.22), apoiam-se em requisitos básicos e podem ser resumidos como: prover uma 
estrutura modular para um modelo de edifício; prover uma estrutura de 
compartilhamento de informações entre diferentes disciplinas da AEC/FM; facilitar a 
manutenção e desenvolvimento do modelo do edifício; habilitar modeladores de 
informação a reutilizar componentes de modelos; habilitar produtores de softwares 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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para reutilização de componentes de software; e, permitir melhorias continuadas nas 
versões subsequentes de modelos de edifício. 
A arquitetura do IFC é constituída de uma estrutura modular composta por 
quatro camadas conceituais. Estas representam quatro principais níveis. Cadanível 
constitui-se de uma série de categorias. É dentro de cada uma destas categorias que 
as propriedades de uma entidade são definidas (EASTMAN, 1999). As camadas são: 
camada de recursos, camada central, camada de interoperabilidade e camada de 
domínio (Figura 3). 
 
 
 
 
Figura 3: Arquitetura do modelo IFC. 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
28 
 
Fonte: Adaptado de INTERNATIONAL ALIANCE OF INTEROPERABILITY (2008b) 
 
Camada de recursos 
Esta camada contém categorias de entidades que representam as 
propriedades básicas dos objetos. Nesta estão incluídas utilidade, geometria, 
materiais, quantidades, medidas, datas e tempos, custos e todos aquelas que são 
genéricas, não requerem acessos de outros dados ou definições (EASTMAN, 1999; 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
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HYVÄRINEN et al., 2006). Muitos dos recursos usados nesta camada foram 
adaptados do ISO-STEP. Como se pode ver na Figura 1 o IFC2x3 possui 26 módulos 
na camada de recursos, cada um deles é definido como um esquema separado. 
Entre os vários módulos desta camada vale citar os recursos de propriedade e 
geometria. Os recursos de propriedades (Property Resource) definem tipos não 
técnicos e classes de objetos que tratam com materiais, classificação de uso, custo, 
tempo, etc. Os recursos de geometria (geometry resource) adotam as entidades de 
bases geométricas de localização, vetor, direção, ponto, curva e superfície. 
Camada central 
Esta camada contém entidades que representam especificações industriais e 
não industriais e que fornece conceitos genéricos abstratos que são usados para 
definir entidades na camada superior. Este também pode acessar recursos da 
camada de baixo. 
Entre os módulos desta camada destacam-se o cerne (kernel) e a extensão do 
produto (product extension). O cerne define a mais abstrata parta da arquitetura do 
IFC. O cerne direciona todos os níveis de objetos usuários, diferentes classes de 
relações e níveis mais abstratos de ajuda de modelagem. Este define conceitos 
centrais como ator, proposições gerais de mecanismos de agrupamento, seqüência 
de processos no tempo, produto, localização relativa de produtos no espaço. É usado 
nas entidades de mais alto nível dos modelos. 
A extensão de produto (product extension) define os conceitos básicos de 
objetos usados dentro do IFC para obter o significado destes conceitos como os 
usados na indústria da AEC/FM. Estes incluem elementos, espaços e a hierarquia de 
agregação de bases usadas no IFC, como sítio, edifício, pavimento, espaço e 
elementos no pavimento (EASTMAN, 1999; HYVÄRINEN et al. 2006). 
 
Camada de interoperabilidade 
 
 
 
 
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30 
Esta camada fornece definições para objetos que são compartilhados entre 
diversos aplicativos utilizados na construção do edifício e no gerenciamento de 
facilidades. 
Entre os módulos desta camada pode-se citar o modelo de compartilhamento 
de elementos do edifício (shared building elements) e o modelo de compartilhamento 
de facilidades de elementos (shared facilities elements). O primeiro possui uma 
definição completa de uma série de altos níveis de objetos que herdam todas as 
propriedades dos elementos do edifício e os classifica de acordo com o tipo, como 
vigas, colunas, paredes, portas, janelas, etc. 
O modelo de compartilhamento de facilidades de elementos tem definições de 
entidades de posse, ocupação, tipo de mobiliário, etc. (EASTMAN, 1999; 
HYVÄRINEN et al. 2006). 
Camada de domínio 
A camada de domínio carrega definições de objetos que são necessários para 
domínios específicos, como arquitetura, engenharia estrutural, gerenciamento de 
facilidades, HVAC (Heating Ventilation e Air-conditioning). No domínio de arquitetura, 
por exemplo, fornece informações sobre o programa, com os espaços individuais, 
sobre adjacências (entre pares de espaços), etc.; em estrutura, fornece número de 
pavimentos; em HVAC informações sobre caldeiras, resfriadores, etc. (EASTMAN, 
1999; HYVÄRINEN et al. 2006). 
 
 
 
 
EXEMPLO DE DEFINIÇÃO DE ENTIDADE IFC 
 
 
 
 
 
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Para elucidar como funciona uma entidade IFC cita-se aqui um exemplo 
apresentado por Khemlani (2004) para a representação da estrutura geral de duas 
entidades simples que são parede e espaço, representadas individualmente. 
A entidade Parede (IFCWall) é definida como um subtipo da entidade Elemento 
de Construção (IFCBuildingElement), que por sua vez é subtipo da Entidade 
Elemento (IFCElement), que é subtipo da Entidade Produto (IFCProduct), que é 
subtipo da Entidade Objeto (IFCObject), que é subtipo da Entidade Raiz (IFCRoot). 
Os atributos estão associados a cada tipo de entidade, de forma que a entidade 
parede herde todos os atributos das entidades superiores. Todos os supertipos são 
entidades abstratas, de forma que não pode ser criada uma instância desse tipo de 
entidade. Já a parede (wall) não é abstrata e está instanciada para criar um único 
objeto parede localizada no modelo do edifício. 
A maioria dos atributos de uma parede (tipo, forma, localização, quantidade, 
conexões, aberturas, etc.) é primeiramente definida pelo seu supertipo Elemento. No 
caso do espaço, segue-se uma lógica parecida: Entidade Espaço (IFCSpace), 
Entidade Elemento de Estrutura Espacial (IFCSpatialStructureElement), Entidade 
Produto (IFCProduct), este último apresenta a mesma entidade hierárquica da 
parede. Da mesma forma como na parede, a entidade Espaço, em si, não é abstrata 
e pode ser instanciado para criar um objeto particular no modelo do edifício 
(KHEMLANI, 2004, p.4). 
Entre estas duas entidades podem existir associados vários tipos de 
relacionamentos. Por exemplo, é possível estabelecer um relacionamento específico 
de confinamento (IFCReal ContainedSpatialStructure) entre a parede e espaço. Esta 
relação acontece no nível do IFCElement (parede) e IFCSpatialStructureElement 
(espaço), o que significa que qualquer elemento (parede, viga, pilar, porta, etc.) pode 
estar associado com estruturas espaciais (espaço, pavimento, lugar, etc.) 
(KHEMLANI, 2004, p.4). 
 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
32 
DESAFIOS NO USO DO IFC 
 
Um aspecto fundamental do modelo IFC é que este é aberto e projetado para 
trabalhar com qualquer aplicativo. Por esse motivo ele é abstrato. Entidades de 
diferentes aplicativos podem ser combinadas e relacionadas de maneira única, de 
acordo com definições particulares. Mesmo os aplicativos BIM que são adaptados 
para trabalhar com o IFC, por apresentarem estruturas de organização de dados 
diferentes, quando importam um arquivo IFC, muitas vezes, apresentam problemas 
de tradução. Além do mais, estes aplicativos podem gerar arquivos grandes. 
Outro aspecto importante, colocado por Khemlani (2004), é que, como as 
estruturas de dados de diferentes aplicativos nem sempre são as mesmas, pode 
haver problemas na tradução de dados por falta de repertório. Assim, o aplicativo vai 
ler e importar, a partir do modelo IFC, todas as entidades que fazem parte de seu 
repertório, mas aquelas que não existem no seu repertório não serão reconhecidas. 
Por outro lado, como o modelo IFC ainda não apresenta uma completude de todos 
os sistemas e processos da AEC, pode deixar de incorporar informações do modelo. 
O resultado é que apesar do IFC já atender a uma grande variedade de áreas 
da AEC (projeto arquitetônico, projeto estrutural, HVAC, integração de projetos, 
simulações, etc.) e poder ser utilizado por uma quantidade significativa de aplicativos, 
este ainda apresenta perdas que podem acontecer tanto na importação quanto na 
exportação do arquivo no formato IFC. 
 
MODELAGEM BIM 4D 
 
 
Uma das formas de integração comumente utilizada do BIM é a aplicação em 
quatro dimensões (modelagem 4D). Esta estrutura, basicamente, é formada pela 
junção da construção virtual em três dimensões com o cronograma físico – período 
 
 
 
 
Faculdade de Minas33 
em que se prevê entregá-la construída (SILVEIRA; GÓMEZ; JUNGLES, 2006). Os 
benefícios decorrentes da utilização da plataforma BIM, especialmente em 4D, são 
incontáveis, reduzindo problemas desde o atendimento ao cliente até a busca de 
medidas mitigadoras para resolução de imprevisto (FOUQUE, 2010, p. 13). 
Profissionais da indústria brasileira da construção civil analisaram algumas das 
várias potencialidades da aplicação do BIM 4D. Em ordem decrescente em grau de 
importância, os itens listados são (FOUQUE, 2010, p. 213): 
• Identificação de interferências e conflitos de espaço e tempo durante a 
construção; 
• Capacidade de integração entre todos os profissionais envolvidos na fase de 
projeto; 
• Facilitação na visualização e interpretação gráfica; 
• Análise dos impactos devido a mudanças no planejamento; 
• Apoio no sequenciamento e adequação ideal do cronograma; 
• Inserção de equipamentos e elementos de canteiro de obras. 
Segundo Monteiro e Martins (2011), um dos vetores de desenvolvimento nas 
ferramentas BIM é a introdução da dimensão tempo nos seus modelos. Em termos 
de produção na construção, esta dimensão pode ser vista na perspectiva de um 
planejamento de atividades. Através da integração deste tipo de funcionalidade num 
modelo tridimensional BIM, surge o BIM 4D (BARBOSA, 2014, p. 28). 
Os diagramas de barras e diagramas de rede, usualmente utilizados no 
planejamento e controle da produção, não relacionam diretamente a configuração 
espacial do projeto com as atividades, nem vinculam essas atividades com o modelo 
construção. Dessa forma, o planejamento das atividades torna-se uma tarefa manual 
e morosa e, não raras vezes, essas atividades não coincidem com a configuração e 
as necessidades do projeto original. Além disso, os sistemas tradicionais de 
planejamento ocasionam dificuldades aos intervenientes da obra para entender a 
 
 
 
 
Faculdade de Minas 
34 
calendarização e o encadeamento das atividades definidos e qual o seu impacto na 
logística da obra. Deste modo, apenas algumas pessoas totalmente familiarizadas 
com o projeto e com o modo de como será construído podem avaliar se o 
planejamento realizado é exequível e plausível (ANTUNES, 2013, p. 47). 
Buscando uma alternativa a essa problemática, a modelagem de informações 
da construção, por meio da introdução do fator tempo ao modelo, possibilitou aos 
construtores gerenciar e simular as etapas da construção, bem como analisar melhor 
a construtibilidade antes da execução (FLORIO, 2007, p. 2). Dessa forma, o sistema 
se torna útil como forma de apoio à decisão na análise da viabilidade do projeto e nas 
operações de construção, para desenvolver estimativas e gerir recursos 
(MONTEIRO; MARTINS, 2011). As associações temporais tornam essas 
antecipações possíveis, pois, aliadas ao modelo 3D, exportam dados do 
sequenciamento de execução das atividades gerando uma visualização interligada 
do planejamento da construção. 
Simulações e associações geradas pelas ferramentas 4D dos programas de 
gestão da construção trazem inúmeras vantagens aos usuários utilitários da 
plataforma pois abre mão de um planejamento limitado de informações físicas sobre 
o empreendimento, contido somente em planilhas de gestão, em detrimento de um 
planejamento visual da obra fazendo uso da geração automática das planilhas de 
dados a medida que o projeto ou as atividades são alteradas, consequentemente, 
reduzindo as falhas no planejamento físico das atividades. 
Cabe salientar outra vantagem da utilização do BIM 4D para planejamento e 
gestão da produção a qual diz respeito a antecipação das interferências e problemas 
os quais seriam visualizados somente no momento da execução das atividades. Isso 
se dá, pois à medida que a execução do projeto vai sendo simulada em 3D, 
interferências advindas da falta de compatibilização entre diferentes projetos, ou 
mesmo de falhas como diferenças entre dimensões de projeto e execução ou falta de 
planejamento da execução de estruturas temporárias como tapumes vão aparecendo 
antes mesmo do início da obra propriamente dita. Isso faz com que o engenheiro 
 
 
 
 
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responsável tenha mais tempo para solucionar tais problemas e ainda evita o 
retrabalho que tais falhas podem gerar. 
O BIM 4D ainda permite ainda fazer animações que demonstram a simulação 
virtual da construção, permitindo visualizar toda a sequência temporal dos trabalhos 
que, no conjunto, contribuem para a otimização da execução da obra (ANTUNES, 
2013, p. 47). Além disso, essas animações são muito válidas para a apresentação da 
obra a colaboradores bem como a clientes finais podendo ser inclusive utilizadas para 
publicidade e divulgação da obra como acontece em alguns escritórios de engenharia 
já adeptos a essas ferramentas. 
As ferramentas 4D de gestão da produção podem importar modelos em 
sistemas CAD ou BIM, entretanto, Eastman et al (2011 apud BIOTTO, 2012, p. 50) 
salienta que na maioria dos casos as informações extraídas são limitadas à geometria 
e a um conjunto mínimo de elementos ou propriedades como nome, cor, grupo e nível 
hierárquico. A cada tarefa do modelo é atribuído o tipo de construção (construção, 
demolição ou serviço temporário) ou comportamento visual como é o caso de 
elementos temporários (elementos de canteiro) os quais podem aparecer somente 
por um período específico da simulação (BIOTTO, 2012, p. 50). A figura 4 apresenta 
um diagrama com o processo de modelagem por ferramentas especializadas para 
geração de modelos 4D. O processo parte de um modelo 3D e plano de execução da 
obra sendo que esses dados são manipulados, reorganizados e conectados 
possibilitando a criação do modelo 4D contendo todas as informações necessárias a 
gestão da produção em um mesmo modelo. 
Figura 4 - processo de modelagem 4D utilizando sistema BIM. 
 
 
 
 
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Fonte: EASTMAN et al., 2011 
As ferramentas de análise do modelo BIM 4D incorporam o método construtivo, 
o espaço, a utilização de recurso e informações de produtividade de forma a 
possibilitar aos planejadores ajustar o sequenciamento das atividades (EASTMAN et 
al, 2011 apud BIOTTO, 2012, p. 50). 
O modelo 3D deve ser construído segundo a finalidade a que o projeto se 
destina. Para encadear as atividades de forma a obter um cronograma 4D de 
execução, deverá se especificar as etapas de construção conforme o projeto e as 
macro ou micro atividades que se necessita no projeto. A figura 20 contém uma laje 
especificada com uma camada de concreto maciço com espessura pré-estabelecida, 
uma camada de regularização e outra camada de revestimento, sendo esses os 
elementos que serão encadeados no planejamento das atividades. 
Devido à necessidade de evoluir tecnologicamente, os vários fornecedores de 
software começaram a oferecer ferramentas especializadas para produção de 
modelos baseados em BIM. Atualmente, estas ferramentas já contêm blocos com 
algumas especificações pré-estabelecidas de forma a evitar que o usuário necessite 
configurar os elementos antes de utilizar. O processo como um todo se encontra em 
melhoria contínua para que possa facilitar a produção de informação e relatórios 
(BARBOSA, 2014, p. 30). 
 
 
 
 
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Em questão do nível de detalhamento nos modelos 4D, Riley (2005 apud 
BIOTTO, 2012, p. 52) aponta quatro aspectos que deverão ser considerados: 
a) Planejamento de intervalo: o autor entende que se deve decidir o intervalo 
a ser planejado e avaliado no modelo, tais como, por exemplo, horas, dias, semanas; 
b) Utilização do espaço: definir os espaços a serem modelados como, por 
exemplo, descarga, armazenamento e trabalho conforme intenções na modelagem. 
c) Tipo de atividade: é necessário, segundo o autor, definir o nível de detalhe 
do trabalho das equipes que será considera no planejamento como é o caso de 
considerar as atividadesde assentamento de blocos ou somente a atividade macro 
de alvenaria. 
d) Zonas de trabalho: definir as áreas específicas das instalações candidatas 
à interferências 
Khanzode (et al, 2006 apud BIOTTO, 2012, p. 53) sugere que os níveis de 
detalhamento do modelo 4D devem ser classificados em macro e micro. O nível 
macro diz respeito às movimentações no canteiro de obras, incluindo movimentação 
de material, andaimes, estoques e rotas de acesso. O nível micro, segundo o autor, 
pode ser utilizado para apresentar a sequencia de construção de uma área ou período 
específico. 
Apesar das claras vantagens da utilização dos modelos BIM na elaboração e 
execução dos projetos, a indústria da construção civil, de modo geral, precisa 
entender melhor e de maneira mais abrangente sobre como utilizá-los para o 
gerenciamento de projetos (HARTMANN; GAO; FISCHER, 2008). Para a construção 
civil, a junção de cronograma ao projeto é uma vantagem exorbitante, principalmente 
quando é possível ver como cada etapa pode afetar outras posteriores, permitindo 
rearranjos temporais, relocação de mão-de-obra, redistribuição de tarefas e ainda 
várias outras medidas preventivas ou corretivas quando necessário. 
Porém, os cronogramas tradicionalmente utilizados não possuem informações 
suficientemente completas e contextualizadas com o espaço e a complexidade dos 
 
 
 
 
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componentes de um projeto, o que acarreta uma representação tendenciosamente 
irreal do planejamento. Os modelos em 4D, coordenados através da plataforma BIM, 
permitem aos idealizadores maior aproveitamento das potencialidades da plataforma, 
inclusive relativas ao andamento da construção como um todo em comparação ao 
cronograma. Cada etapa pode ser mais facilmente entendida no seu contexto e, 
assim, controlada (KOO; FISCHER apud BRITO; FERREIRA, 2015, p. 205). 
 
CRONOGRAMA FÍSICO 
 
O cronograma físico-financeiro, segundo Dias (2011, p. 173), é uma ferramenta 
que possibilita a reprodução gráfica do plano de execução de uma obra e deve 
abranger todas as fases desta, até a desmobilização do canteiro. 
o cronograma físico demonstra a previsão da evolução física de cada serviço 
(execução de fundação, estrutura, alvenaria, etc.) relacionada ao tempo (geralmente 
dias e meses), propiciando avaliações periódicas de acertos e conformidade. A 
representação do cronograma deve ser feita de maneira clara, para que o responsável 
pelo empreendimento o interprete sem dificuldades e de maneira eficaz. 
Existem ferramentas, atualmente, que auxiliam de forma satisfatória na 
elaboração de cronogramas físicos, sendo de alto valor técnico para a gestão de 
empreendimentos, possuindo boa precisão e funções que aceleram sua elaboração 
e reduzem a possibilidade de erro. 
 
CRONOGRAMA INTEGRADO GANTT– PERT/COM 
 
O cronograma de Gantt constitui uma importante ferramenta de controle, 
devido à sua facilidade de leitura e compreensão e a apresentação de maneira 
simples e imediata da posição relativa das atividades ao longo do tempo. Trata-se de 
 
 
 
 
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um gráfico com uma clara visualização do conjunto de atividades: à esquerda figuram 
as atividades e à direita, as suas respectivas barras desenhadas em uma escala de 
tempo, como mostra a figura. O comprimento da barra representa a duração da 
atividade, cujas datas de início e fim podem ser lidas nas subdivisões da escala de 
tempo, como é mostrado na Figura 5. 
FIGURA 5: Gráfico de Gantt usado como programa de produção 
 
Fonte: Mattos, 2010 
Segundo Gehbauer (2002), os cronogramas de barras puros não oferecem, 
entretanto, nenhuma informação sobre o avanço de uma atividade dentro de um 
processo, e nem mostram com clareza a ligação lógica existente entre as atividades. 
Além disso, eles não mostram o caminho crítico e as folgas não são levadas em 
consideração. O caminho crítico reúne aquelas atividades cujo atraso se comunica 
diretamente com prazo total do projeto. Já a folga é a margem de tempo que garante 
determinada flexibilidade para as atividades não críticas. Como solução, foi integrado 
o cronograma de Gantt com o diagrama de PERT/CPM. 
Os diagramas PERT/CPM permitem que sejam indicadas as relações lógicas 
de precedência (inter-relacionamento) entre as inúmeras atividades do projeto e que 
seja determinado o caminho crítico, isto é, a sequência de atividades que, se sofrer 
atraso em alguma de suas componentes, vai transmiti-lo ao término do projeto. 
Cálculos numéricos permitem saber as datas mais cedo e mais tarde em que cada 
 
 
 
 
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40 
atividade pode ser iniciada, assim como a folga de que elas dispõem (MATTOS, 
2010). 
Os cronogramas gerados por softwares de gerenciamento de projetos, tais 
como Power Project, MS Project, Primavera são os cronogramas integrados Gantt-
PERT/COM, de barras com informação de precedências. No presente trabalho, será 
focado o cronograma gerado pelo software MS Project, como é ilustrado na Figura 6. 
A representação gráfica é feita normalmente com o eixo tempo mostrado 
horizontalmente. Na direção vertical estão todas as etapas da construção e suas 
atividades. 
 
FIGURA 6: Cronograma integrado Gantt-PERT/CPM no MS Project. 
 
Fonte: Nunes, 2013 
No contexto deste trabalho, também será enfatizado o cronograma 
disponibilizado na ferramenta TimeLiner, do software Navisworks, que é de versão 
mais simples gráfico de Gantt, e é inserido a partir do Cronograma realizado no MS 
Project, como mostra a Figura 7: 
FIGURA 7: Gráfico de Gantt no Navisworks. 
 
 
 
 
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Fonte: Autodesk, 2013 
 
 
SEQUÊNCIA PARA CRIAÇÃO DO CRONOGRAMA INTEGRADO 
GANTT– PERT/CPM 
 
O planejamento de uma obra segue passos bem definidos. Em cada passo, 
coletam-se elementos dos passos anteriores e a eles se agrega algo. O trabalho de 
elaboração progressiva é bastante lógico. O roteiro segundo Mattos (2010) é 
apresentado a seguir. 
CRIAÇÃO DA ESTRUTURA ANALÍTICA DE PROJETO (EAP) 
O primeiro passo do roteiro do planejamento consiste em identificar as 
atividades que serão levadas em consideração pelo planejador e que irão compor o 
cronograma geral do projeto. 
A maneira mais prática de identificar as atividades é por meio da elaboração 
da Estrutura Analítica do Projeto (EAP), que é uma estrutura hierárquica, em níveis, 
mediante a qual se decompõe a totalidade da obra em pacotes de trabalho 
progressivamente menores. A EAP tem a vantagem de organizar o processo de 
 
 
 
 
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desdobramento do trabalho, permitindo que o rol de atividades seja facilmente 
checado e corrigido. 
Essa etapa de identificação das atividades requer especial atenção porque é 
nela que se decompõe o escopo total do projeto em unidades de trabalho mais 
simples e de manuseio mais fácil. A identificação das atividades não deve ser trabalho 
de uma única pessoa, É preciso que haja a contribuição e a participação de todos os 
envolvidos no projeto. A omissão de uma atividade ou de uma série delas é um 
problema que pode assumir proporções gigantescas no futuro. Se uma parte do 
escopo não for contemplada no cronograma, a obra poderá ter atraso e aumento de 
custo. 
Desmembrar o projeto em atividades não é trabalho dos mais simples. 
Invariavelmente, exige leitura cuidadosa de desenhos e plantas, entendimento da 
metodologia construtiva a ser empregada e capacidade de representar as tarefas de 
campo sob a forma de pacotes de trabalho pequenos e compreensíveis. 
 
DECOMPOSIÇÃO DA EAP ATÉ NÍVEL DE ATIVIDADE 
Para se planejar uma obra é preciso subdividi-la em partes menores. Esse 
processo é chamado decomposição. Por meio da decomposição, o todo — que é a 
obra em seu escopo integral — é progressivamente desmembrado em unidades 
menores e mais simples de manejar. Os grandes blocos são sucessivamente 
esmiuçados, destrinchados na forma de pacotes de trabalho menores,até que se 
chegue a um grau de detalhe que facilite o planejamento no tocante à estipulação da 
duração da atividade, aos recursos requeridos e à atribuição de responsáveis. 
O nível superior da EAP representa o escopo total. Nesse nível há apenas um 
item — o projeto como um todo. A partir desse nível, a EAP começa a se ramificar em 
tantos galhos quantos forem necessários para representar as grandes feições do 
projeto. Em seguida, cada "caixinha" do segundo nível é desdobrada em seus 
componentes menores no terceiro nível e assim sucessivamente. Cada nível 
 
 
 
 
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43 
representa um aprimoramento de detalhes do nível imediatamente superior. À medida 
que a EAP se desenrola, os pacotes de trabalho se tornam menores e mais bem 
definidos. Assim, torna-se mais fácil atribuir uma duração e identificar a tarefa no 
campo para controlar seu avanço. A Figura 08 demonstra a EAP feita para um 
exemplo simples de uma casa. 
FIGURA 08: EAP para uma casa 
 
Fonte: Mattos, 2010 
Não há regra definida para construir a EAP. Dois planejadores podem 
perfeitamente chegar a duas EAP bastante diferentes para o mesmo projeto. O critério 
de decomposição é responsabilidade de quem planeja. É bom frisar que, qualquer 
que tenha sido a lógica de decomposição, todos os trabalhos constituintes do projeto 
precisam estar identificados ao final. 
 
 
ESTIMATIVA DA DURAÇÃO DAS ATIVIDADES 
Definir a duração de uma tarefa é de extrema importância, pois constitui o dado 
numérico de tempo em função do qual o cronograma será gerado. Ela é, portanto, 
uma das responsáveis pela obtenção do prazo da obra e dos marcos intermediários. 
 
 
 
 
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44 
Durações mal atribuídas podem corromper totalmente o planejamento, distorcendo-o 
e tornando-o inexequível ou sem utilidade prática para quem irá gerenciar a obra. 
Há tarefas que têm duração fixa, independentemente da quantidade de 
recursos humanos e equipamentos alocados — por exemplo, cura do concreto e 
enchimento de um tanque industrial cuja vazão de entrada seja fixa —, e outras cuja 
duração depende da quantidade de recursos. A duração depende, portanto, da 
quantidade de serviço, da produtividade e da quantidade de recursos alocados. 
É importante ressaltar que, por mais criterioso e analítico que seja o planejador, 
a duração é sempre uma estimativa, e por isso mesmo está sujeita a uma margem de 
erro, que pode ser menor para as atividades repetitivas, costumeiras e bem 
conhecidas, ou maior para os serviços novos ou para os quais o construtor não dispõe 
de dados históricos em que se pautar. 
Como decorrência da incerteza que cerca as atividades, é necessário não 
somente planejar (quadrante A do ciclo PDCA), mas também controlar (quadrante C) 
para avaliar as eventuais discrepâncias e poder ajustar o cronograma para o restante 
do projeto. 
DEFINIÇÃO DO SEQUENCIAMENTO E PRECEDÊNCIAS DAS ATIVIDADES 
POR MEIO DE REDES 
Esse passo do planejamento precisa ser bem executado porque o produto final, 
que é o cronograma com as datas previstas para cada atividade, é obviamente 
afetado pela sequência definida. Amarrar uma atividade a outra é uma operação das 
mais relevantes do planejamento. De nada vale estabelecer uma EAP criteriosa e 
detalhada e dispor do melhor programa de computador, se o planejador não definir 
uma seqüência executiva lógica, plausível e exequível. Pode-se afirmar que a 
definição das durações e o estabelecimento da interdependência entre as atividades 
são os pontos-chave do planejamento. 
A precedência é a dependência entre as atividades com base na metodologia 
construtiva da obra. Analisando-se a particularidade dos serviços e a seqüência 
 
 
 
 
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executiva das operações, o planejador define o inter-relacionamento entre as 
atividades, criando a espinha dorsal lógica do cronograma. Nessa fase, é importante 
que a equipe da obra chegue a um consenso sobre a lógica construtiva — o plano de 
ataque da obra, o relacionamento entre as atividades, a seqüência de serviços mais 
coerente e exequível — para que o cronograma faça sentido. 
Para cada atividade são atribuídas suas predecessoras imediatas, isto é, 
aquelas atividades que são condição necessária para que a atividade em questão 
possa ser desempenhada. Em regra, uma atividade só pode ser iniciada quando sua 
predecessora tiver sido concluída (relação término-início). 
MONTAGEM DO CRONOGRAMA UTILIZANDO FERRAMENTAS 
COMPUTACIONAIS 
O cronograma é a representação gráfica das atividades, levando em conta as 
dependências entre elas. Essa etapa do roteiro do planejamento não caracteriza mais 
entrada de dados — o que se faz agora é transformar as informações de duração e 
sequência em um diagrama. 
DEFINIÇÃO DE MARCOS 
Marcos são pontos notáveis que se destacam em um cronograma. Um marco 
é um instante particular que define o início ou o final de uma etapa do projeto, ou o 
cumprimento de algum requisito contratual. 
Eles consistem em pontos de controle. Representá-los no cronograma ajuda a 
rápida visualização da data em que o projeto alcança esses instantes. Do ponto de 
vista do planejamento, o marco é uma atividade de duração zero, inserido no 
cronograma unicamente para fins de referência. 
ALOCAÇÃO DE RECURSOS ÀS ATIVIDADES 
 A alocação de recursos consiste na atribuição de recursos às diversas 
atividades do planejamento, A alocação tanto é qualitativa (pedreiro, trator, perfil 
metálico) quanto quantitativa (3 pedreiros, 2 tratores, 50 toneladas de perfil metálico). 
 
 
 
 
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46 
Os recursos podem ser de diversas categorias: mão de obra, material, equipamento, 
dinheiro, entre outros. 
ARMAZENAMENTO DA LINHA DE BASE 
Ao planejamento inicial concluído e aprovado pela equipe executora da obra 
dá-se o nome de planejamento referencial ou linha de base. Ele é, por assim dizer, o 
ideal a ser perseguido pela equipe do projeto, pois contém todas as atividades, reflete 
a lógica executiva, mostra os recursos alocados e identifica o caminho crítico. 
A linha de base funciona como um farol para o planejador durante o processo 
de acompanhamento da obra. Quanto mais próxima da linha de base a obra se 
desenrolar, melhor, pois menos variações terão ocorrido. Só monitorando os desvios 
é que o planejador poderá alertar a equipe da obra para tomar as medidas corretivas 
necessárias. 
A linha de base pode ser a mesma até o final do projeto, ou ser alterada no 
meio do caminho — tudo dependerá de quão próximo o realizado estiver do previsto. 
Se os desvios ao longo da obra não forem muito graves, pode-se manter a linha de 
base original como referência. Contudo, se o desenvolvimento do projeto mostrar que 
o planejamento inicial estava muito equivocado em durações, lógica ou escopo, pode 
ser interessante replanejar completamente o restante da obra, eliminando-se a 
primeira linha de base e definindo-se uma nova. 
 
 
 
 
 
 
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47 
REFERÊNCIAS 
 
ADDOR, M.; CASTANHO, M.; CAMBIAGHI, H.; DELATORRE, J.; NARDELLI, E.; 
OLIVEIRA, A. Colocando o “i” no BIM. Revista eletrônica de arquitetura e 
urbanismo, edição nº 4, 2010. Disponível em: . Acesso em: 20 jan. 2012. 
 
ANDRADE, M. L. V. X; RUSCHEL, R. C. BIM: conceitos, cenário das pesquisas 
publicadas no Brasil e tendências. In: IX Workshop Brasileiro de Gestão do 
Processo de Projeto na Construção de Edifícios. São Carlos – SP, 2009 
 
CARVALHO, Michael Antony; SCHEER, Sérgio. O uso e eficiência do IFC entre 
produtos de proposta BIM no mercado atual. In: TIC2011: 5º Encontro de 
Tecnologia da Informação e Comunicação na construção civil. Salvador, 2011. 
 
CHECCUCCI, Érica de Sousa; PEREIRA, Ana Paula Carvalho; AMORIM Arivaldo 
Leão. Colaboração e Interoperabilidade no contexto da Modelagem da 
Informação da Construção (BIM). In: SOCIEDAD IBEROAMERICANA DE 
GRÁFICA DIGITAL, 15., 2011. Santa Fé. Anais… Santa Fé: Sigradi, 2011. 
 
CLAYTON,

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