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doença inflamatória pélvica

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Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS 
Rackel Resende 
@medibulandex 
 
DOENÇA INFLAMATÓRIA PÉLVICA 
(DIP) 
INTRODUÇÃO 
DEFINIÇÃO: A DIP é uma doença 
inflamatória da pelve causada por 
germes ascendentes. 
EPIDEMIOLOGIA 
• A incidência da DIP está 
aumentando devido ao 
aumento das ISTs; 
• A incidência varia de 1 a 2% 
ao ano entre as mulheres 
sexualmente ativas; 
• Cerca de 85% são infecções 
espontâneas em mulheres 
sexualmente ativas em idade 
reprodutiva; 
• 2/3 das infecções ocorrem 
em mulheres com idade 
menor que 25 anos. 
ETIOLOGIA 
• Germes ascendentes; 
• Geralmente bactérias 
sexualmente transmissíveis; 
• Os principais agentes são: 
o Chlamydia; 
o Neisseria. 
• Outros agentes são: 
o Gardnerella vaginalis; 
o Micoplasma; 
o Ureaplasma; 
o E. coli; 
o Streptococcus 
agalactiae; 
• Em usuárias de DIU é comum 
infecção por actinomyces 
israelli. 
 
Fonte 1: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
para Atenção Integral às Pessoas com Infecções 
Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso 
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças 
de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente 
Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 
FATORES DE RISCO 
• Vida sexual ativa; 
• Vulvovaginites ou cervicites 
concomitantes; 
• Múltiplos parcerias; 
• Início precoce da vida sexual; 
• Jovens; 
• Tabagismo; 
• Baixo nível socioeconômico; 
• DIP prévia; 
• DIU (somente 1º pós-
inserção); 
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• Uso de tampões e duchas 
vaginais; 
• Não uso de condom 
(preservativo). 
APRESENTAÇÃO 
CLÍNICA 
• Assintomática; 
• Dor pélvica; 
• Leucorreia purulenta; 
• Dispareunia de profundidade 
(dor durante a relação sexual 
– quando o pênis encontra no 
colo do útero). 
EXAME FÍSICO 
• Dor à palpação dos anexos; 
• Exame especular (EE): 
cervicites purulenta. 
 
Fonte 2: De Goldfarb A. Em Atlas of Clinical 
Gynecology: Pediatric and Adolescent 
Gynecology. Editado por M Stenchever (editor da 
série) and AF Goldfarb. Philadelphia, Current 
Medicine, 1998. 
• Toque vaginal (TV): dor à 
mobilização do colo do 
útero. 
EXAMES 
LABORATORIAIS 
Os exames laboratoriais podem ser 
solicitados, mas não são 
imprescindíveis, pois a clínica é 
mandatória. 
• Hemograma: pode mostrar 
uma leucocitose e/ou desvio; 
• VSG; 
• Proteína C reativa. 
DIAGNÓSTICO 
O diagnóstico de DIP é 
majoritariamente clínico. 
CRITÉRIOS 
DIAGNÓSTICOS 
Para ser dado o diagnóstico é 
necessário que a paciente 
apresente 3 critérios maiores e um 
critério menor. 
CRITÉRIOS MAIORES 
• Dor no hipogástrio; 
• Dor à palpação dos anexos; 
• Dor à mobilização do colo. 
CRITÉRIOS MENORES 
• Temperatura axilar > 37,5º; 
• Secreção cervical anormal; 
• Massa pélvica palpável; 
• Mais de 5 leuc./campo na 
análise da secreção 
endocervical; 
• Leucocitose; 
• Proteína C reativa ou VSG 
aumentados; 
• Teste laboratorial positivo 
para gonococo ou 
Chlamydia. 
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CRITÉRIOS ELABORADOS 
Com a presença de 1 critério 
elaborado é possível dar 
diagnóstico de DIP. 
• Histopatologia: endometrite; 
• Imagem: abscesso; 
• Laparoscopia. 
DIAGNÓSTICOS 
DIFERENCIAIS 
• Vulvovaginites; 
• Gestação ectópica; 
• Aborto séptico; 
• Apendicite. 
ESTÁGIOS 
 
Fonte 3: 
http://deiafargnoli.blogspot.com/2014/06/doenc
a-inflamatoria-pelvica-dip.html. 
TRATAMENTO 
O tratamento deve cobrir os 
patógenos mais prevalentes da DIP: 
gonococo, clamídia e anaeróbios. 
Por isso, escolhemos a seguinte 
sequência: 
• Ceftriaxona(gonococo); 
• Doxiciclina (clamídia); 
• Anaeróbios(metronidazol). 
 
Fonte 4: Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas 
para Atenção Integral às Pessoas com Infecções 
Sexualmente Transmissíveis – IST [recurso 
eletrônico] / Ministério da Saúde, Secretaria de 
Vigilância em Saúde, Departamento de Doenças 
de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente 
Transmissíveis. – Brasília: Ministério da Saúde, 2022. 
ABORDAGEM A 
PARCERIA 
Em casos de existência de parceria 
sexual é necessário fazer a 
convocação à UBS, explicar o 
diagnóstico e realizar o tratamento. 
As parcerias sexuais dos dois meses 
anteriores ao diagnóstico, 
sintomáticas ou não, devem ser 
tratadas empiricamente para 
Neisseria gonohrroeae e Chlamydia 
trachomatis. Recomenda-se: 
• Ceftriaxona 500mg – IM; 
• Azitromicina 1g – VO. 
Ambas as medicações devem ser 
administradas em dose única. 
USUÁRIAS DE DIU 
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Rackel Resende 
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Se a paciente for usuária de DIU, não 
há necessidade de remoção do 
dispositivo, porém, caso exista 
indicação, a remoção não deve ser 
anterior à instituição da 
antibioticoterapia, devendo ser 
realizada somente após duas doses 
do esquema terapêutico. 
• A indicação para retirado do 
DIU para pacientes que 
48/72h horas após início de 
esquema tríplice de 
antibiótico não melhorou ou 
teve piora. 
Nesses casos, orientar a paciente 
sobre uso de métodos de barreira 
(preservativo masculino e feminino, 
diafragma etc.). É importante não 
recomendar duchas vaginais. 
INDICAÇÃO DE 
INTERNAÇÃO 
• Suspeita de abscesso; 
• Estado geral grave com 
náuseas/vômitos ou febre; 
• Falha do tratamento 
ambulatorial (72h); 
• Gestantes; 
• Intolerância aos antibióticos 
orais; 
• Possibilidade de outro 
diagnóstico. 
ABSCESSO TUBO-
OVARIANO 
• Suspeita quando não existe 
resposta ao tratamento; 
• Diagnostico: ultrassonografia 
transvaginal; 
 
Fonte 5: ABREU, E.; ROSADO, Elsa; CUNHA, Teresa 
Margarida. Doença Inflamatória Pélvica: O que o 
Radiologista precisa saber? Acta Radiológica 
Portuguesa, v. 27, p. 41-49, 2015. 
• Diagnóstico diferencial; 
• Tratamento: 
antibioticoterapia. 
INDICAÇÕES DE 
CIRURGIA 
• Abdome agudo (rotura); 
• Massa que persiste ou 
aumenta após 
antibioticoterapia 
adequada; 
• Falha do tratamento clínico; 
• Hemoperitônio. 
TRATAMENTO 
CIRÚRGICO 
• Laparoscopia; 
• Laparotomia. 
COMPLICAÇÕES 
• Infertilidade; 
• Aderências pélvicas; 
• Hidrossalpinge; 
• Dor pélvica crônica. 
• Síndrome de Fitz-Hugh-Curtis; 
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• Gestação ectópica.

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