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INTRODUÇÃO ALIMENTAR: Recomendações Atuais x BWL Graduandas: ✓ Háquila Cristina A. Lima ✓ Lorrayne dos Santos Dias ✓ Mônica Braga Prof°: Thaisa Alvim A alimentação complementar é compreendida como a alimentação fornecida no período em que outros alimentos ou líquidos são oferecidos em adição ao leite materno. (DIAS, FREIRE, FRANCESCHINI, 2010) RECOMENDAÇÕES ATUAIS: BWL (Baby – led – weaning): INTRODUÇÃO ALIMENTAR As frutas deve ser amassadas em forma de purê; Papa salgada deve ser preparada com sal (quantidade mínima), óleo, cebola, os alimentos bem cozidos e amassados. Amassar os alimentos c/ o garfo, não há necessidade de passar na peneira e o liquidificador é totalmente contra indicado. Recomenda-se que os alimentos sejam oferecidos separadamente para que a criança possa reconhecer cores, texturas e sabores diferentes; RECOMENDAÇÕES ATUAIS: Refrigerantes e sucos artificiais; Produtos industrializados e com conservantes; Produtos com corantes artificiais; Produtos embutidos (salame, presunto, linguiça, mortadela) e enlatados (milho verde, ervilha, pepino azedo, palmito, azeitona, picles etc); Açúcar, bolos, biscoitos recheados e guloseimas em geral; Balas de qualquer tipo, pirulito, pipoca, amendoim e outros alimentos pequenos e duros podem provocar acidente grave por engasgamento – podendo inclusive levar à morte; Chocolates e achocolatados; Qualquer tipo de fritura (doce ou salgada); Maionese, catchup, mostarda, pimenta e outros condimentos similares; Salgadinhos de pacote em geral; Alimentos muito doces ou muito salgados; Comidas muito condimentadas (com excesso de tempero); Comidas preparadas com muita antecedência (isto é, que não tenham sido preparadas pouco antes de serem servidas); Café preto, chá mate e bebidas alcoólicas. QUAIS SÃO OS ALIMENTOS QUE NÃO DEVO OFERECER? Frutas (banana, manga, abacate, maçã, pêra, melão, melancia, caqui, laranja, ponkan, mamão, abacaxi); Suco de fruta natural; Vitamina de fruta com cereal (de preferência, utilizar cereais fortificados com ferro); Legumes (cenoura, chuchu, abóbora, beterraba etc.) cozidos no vapor ou em pouca água, cortados em forma de palito; Bifinho de carne magra ou de fígado de boi grelhado, coxinha de frango assada e sem pele; Mingau ou pudim feito com leite e cereais (de preferência, utilizar cereais fortificados com ferro; se a criança mamar no peito, o mingau poderá ser preparado com o leite materno); Pães e biscoitos sem recheio; Iogurte natural ou coalhada caseira; Picolé de suco de fruta natural; Bolos simples, sem cobertura, podendo ser feitos também com legumes ou frutas (de fubá, de cenoura, de banana, de abacaxi, de maçã, de beterraba); Saladas de tomate, chuchu, cenoura, beterraba, vagem etc; Salada de frutas ou salada de legumes e/ou vegetais com frutas (repolho com maçã, alface com manga, chuchu com ponkan, beterraba com laranja, cenoura com abacate); Batata, aipim, batata-doce e batata salsa podem ser servidos na forma de purê ou cozidos, cortados em pedaços pequenos, acompanhados de feijão, carne ou vegetais; Dar sempre preferência para alimentos na sua forma mais natural possível. QUAIS SÃO OS ALIMENTOS QUE DEVO OFERECER? ✓ Dar somente leite materno até os seis meses, sem oferecer água, chás ou quaisquer outros alimentos; ✓ A partir dos seis meses, introduzir de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os dois anos de idade ou mais; ✓ Após os seis meses, dar alimentos complementares (cereais, tubérculos, carnes, leguminosas, frutas, legumes), três vezes ao dia, se a criança receber leite materno, e cinco vezes ao dia, se estiver desmamada; ✓ A alimentação complementar deverá ser oferecida sem rigidez de horários, respeitando-se sempre a vontade da criança; ✓ A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida com colher; começar com consistência pastosa (papas/purês) e, gradativamente, aumentar a consistência até chegar à alimentação da família; OS 10 PASSOS P/ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL ✓ Oferecer à criança diferentes alimentos ao dia. Uma alimentação variada é, também, uma alimentação colorida; ✓ Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições; ✓ Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes, balas, salgadinhos e outras guloseimas nos primeiros anos de vida. Usar sal com moderação; ✓ Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos; garantir o seu armazenamento e conservação adequados; ✓ Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar, oferecendo sua alimentação habitual e seus alimentos preferidos, respeitando a sua aceitação. OS 10 PASSOS P/ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL (Sociedade Brasileira de Pediatria, 2006) ESQUEMA PARA INTRODUÇÃO DOS ALIMENTOS COMPLEMENTARES: FAIXA ETÁRIA TIPO DE ALIMENTO Até 6° mês Leite Materno; 6°mês Leite Materno, papa de frutas; 6°ao 7º mês Primeira papa salgada, ovo, suco de frutas; 7º ao 8º mês Segunda papa salgada; 9º ao 11º mês Gradativamente passar para a comida da família; 12º mês Comida da família. Fonte: Sociedade Brasileira de Pediatria, 2006 A papa salgada deve conter um alimento do grupo dos cereais ou dos tubérculos, um vegetal ou legume e um alimento do grupo das carnes, ovos ou do grupo das leguminosas; Não adicione sal na papa até a criança completar um ano de idade. A criança precisa aprender a conhecer o sabor natural dos alimentos. O sal em excesso é prejudicial à saúde do bebê. Como preparar a papa salgada? A sigla BLW refere-se à “Baby-led Weaning”, termo proposto por Gill Rapley em 2008, com a publicação de seu primeiro livro “Baby Led Weaning: helping your baby to love good food”. Nessa abordagem, o termo “weaning”, embora frequentemente traduzido literalmente como “desmame”, inclui na verdade a introdução gradual e natural da alimentação complementar, sendo o desmame realizado gradualmente sob tempo indeterminado, já que a escolha de passar a comer mais e mamar menos é feita exclusivamente pelo bebê. O Baby-led weaning (BWL): "Dar" comida é definitivamente diferente de "oferecer". É importante sempre lembrar que todas as atitudes e hábitos que estão sendo colocados no momento da refeição podem perdurar por muitos e muitos anos a fio. Se um bebê assimila que é permitido dizer não e é possível não aceitar algo, ele torna-se capaz de internalizar positivamente a habilidade de provar coisas novas e de aceitar que algo diferente esteja no prato - ainda que ele não queira comer; BWL: Permite que os bebês explorem sabor, textura, cor e cheiro dos alimentos; Encoraja independência e confiança; Ajuda a desenvolver a coordenação visual-motora e as habilidades de mastigação; Reduz a probabilidade de distúrbios alimentares na infância, incluindo seletividade e brigas frequentes na hora da refeição. AS PRINCIPAIS VANTAGENS: A verdade é que o risco de engasgo é real sim, porém tanto para bebês que comem sozinhos utilizando a metodologia BLW, quanto para bebês que tem a oferta assistida com papas. O BEBÊ PODE ENGASGAR? O REFLEXO DE GAG: Esse reflexo se caracteriza a uma “ânsia de vômito” – é considerado protetor de vias aéreas inferiores, pois a partir de seu disparo, qualquer objeto estranho que não esteja sendo deglutido adequadamente vai ser trazido de volta para a frente da boca; ALTERAÇÕES NO REFLEXO DE GAG: Alguns bebês tem o reflexo de gag tão exagerado, que costumam apresentar vômito após o disparo do reflexo. O vômito também pode acontecer caso o reflexo seja disparado continuamente, sem sucesso, como quando algo ficou “preso” no trajeto. OS MECANISMOS DE DEFESA DE VIAS AÉREAS DO BEBÊ: REFLEXO DA TOSSE: A tosse é uma resposta reflexa e da mesma forma que o gag funciona como um mecanismo de proteção de vias aéreas, podendo ainda ser realizada voluntariamente (embora não com a mesma força e efetividade); Sendoassim, quando o reflexo de tosse aparece antes, durante ou após a deglutição, é muito provável que o gag por si só não foi efetivamente capaz de eliminar o corpo estranho, e este já atingiu vias aéreas. O bebê deve estar em desenvolvimento normal. É essencial discutir o método com o pediatra antes de iniciar. Bebês prematuros e/ou com atraso de desenvolvimento costumam estar mais predispostos ao engasgo; Assegurar de que seu bebê está SENTADO ereto (90 graus) quando ele estiver experimentando alimentos sozinho. Se ele não senta ainda, então o BLW não é indicado; 3. Absolutamente NUNCA deixe o bebê sozinho com a comida; 4. Não apressar o bebê. Permitir que ele dirigir o ritmo do que ele está fazendo. Em particular, não fique tentado a “ajudá-lo” colocando coisas em sua boca. No máximo tocar nos lábios pra ele ver que aquele “brinquedo” tem sabor; 5. Não tente “pescar” todos os pedaços grandes que se desprendem dos alimentos. É perigoso acabar empurrando o alimento para as vias aéreas e causar engasgo. Espere que o gag cumpra seu papel. COMO REDUZIR O RISCO DE ENGASGO? Não ofereça alimentos obviamente perigosos. Tenha em mente as orientações acima sobre a apresentação dos alimentos. Se ficar em dúvida se é perigoso ou não, não ofereça. Confie no seu sexto sentido, evite estresses desnecessários. Se ele tiver o reflexo de gag: aguarde, observe. Dê ao bebê alguns segundos para trazer o pedaço para a frente da boca e expelir. O mesmo com a tosse. Se ele engasgou, estiver tossindo forte, observe, dê ao bebê alguns segundos para recuperar-se. A tosse é também um reflexo de proteção. Durante o engasgo, não dê água ou bata nas costas, pode piorar a situação. Se o bebê estiver com dificuldade aparente (não consegue tossir, respirar, olhos arregalados, vermelhidão no rosto) e você estiver vendo o alimento dentro da boca, você pode tentar retirar com o dedo. Caso você não esteja vendo o alimento, em hipótese nenhuma enfie o seu dedo na boca do bebê, caso contrário você pode empurrar o alimento para as vias aéreas. A manobra de desobstrução de vias aéreas já é indicada. Tire o bebê da cadeira e proceda com a técnica. Não há necessidade de cortar a comida do tamanho da boca do bebê; O bom é cortar tudo de tamanhos e formas semelhantes ao punho do bebê, eles lidam melhor com comidas cortadas em palitos ou que tenham uma haste ou “pegador”; Bebês que se alimentam sozinhos aceitam uma grande variedade de alimentos; Oferecer alimentos separadamente ou de um jeito que eles possam separá-los, permite que eles aprendam sobre os diferentes sabores e texturas. COMO DEVE SER? Concluímos que o método de introdução de alimentos vai depender da escolha de cada família, seja tradicional na consistência de purê, com os alimentos amassados com garfo, ou os alimentos dados de forma inteira, ou em pedaços em formato de hastes, que caibam num punho fechado de criança (de forma que ela possa pegar), o BLW. Lembrando que e essencial dar somente leite materno ate os 6 meses, sem oferecer agua, chás ou qualquer outro alimento. Portanto o aleitamento materno e essencial nesta fase também, e que a introdução alimentar deve ser lenta e gradual, respeitando o ritmo da criança. CONCLUSÃO: DIAS,M.C.P.;FREIRE,L.M.S.;FRANCESCHINI,S.C.C. Recomendações para alimentação complementar de crianças menores de dois anos. Rev. Nutr., Campinas. V23, p. 475-486,maio/jun.2010 Brasil. Sociedade Brasileira de Pediatria. Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia. Rio de Janeiro. 3ºedição, p. 5-138. 2012 PADOVANI,A. R., Introdução Alimentar Participativa. Brasil. P.4-54, maio 2015 Ministério da Saúde. Dez Passos para uma Alimentação Saudável. Guia alimentar para crianças menores de dois anos. Brasília-DF, 2ºEdição, p. 7- 63,2013 REFERENCIAS: