Buscar

Síndrome dos Ovários Policísticos

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 6 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 6 páginas

Prévia do material em texto

Síndrome dos Ovários Policísticos 1
Síndrome dos Ovários Policísticos
Etiopatogenia
Definição:
Síndrome caracterizada por ciclos anovulatórios ou oligovulação, hiperandrogenismo e 
múltiplos pequenos cistos ovarianos
É um distúrbio metabólico, associado a DM, HAS, obesidade e aumento do risco 
cardiovascular
📌 A SOP é a causa mais comum de infertilidade de fator ovulatório e anovulação 
crônica
Etiologia:
Ainda não é totalmente esclarecida, porém há indícios de forte participação poligênica e 
multifatorial
Fisiopatologia:
Observa-se alteração na liberação de GnRH, invertendo a relação LH/FSH (aumento > 
2:1)
A maior liberação de LH favorece a excreção androgênica nas células da teca, 
enquanto a queda de FSH afeta a ação da aromatase nas células da granulosa
📌 Os ovários passam a ter dificuldade em transformar androgênios em estrogênio
O desenvolvimento folicular normal é impedido, levando à atresia folicular prematura 
(anovulação crônica) e a ausência de progesterona
A ação exclusiva do estrogênio promove hiperplasia endometrial (riso aumentado de 
câncer) e sangramento uterino anormal
O aumento de androgênios diminui a produção de SHBG no fígado, elevando a 
concentração de testosterona livre no sangue
A conversão periférica de testosterona em DHT (+ potente), mediada pela 5-alfa-
redutase, intensificando o hirsutismo
A resistência insulínica (e hiperinsulinemia), comuns na SOP, auxilia a “retroalimentar” o 
ciclo da doença
Essa condição está associada a aumento sérico de androgênios e a queda do SHBG
Síndrome dos Ovários Policísticos 2
Manifestações Clínicas
Ciclos anovulatórios:
É considerado como oligomenorreia a ocorrência de ciclos cm intervalos > 35 dias
Mulheres podem se apresentar com amenorreia secundária caso apresente 3 ciclos sem 
menstruação (previamente regular) ou 6 meses sem menstruar
O teste da progesterona (administrar o hormônio por 7 a 10 dias, verificando a 
presença de sangramento após a suspensão) pode ser útil na avaliação do quadro
O sangramento uterino anormal é imprevisível, tanto em frequência quanto em duração
Hiperandrogenismo:
O hirsutismo é a manifestação dominante, com pilificação em padrão masculino
A classificação se dá pela Escala de Ferriman-Gallwey, com pontuações ≥ 8 indicando 
hirsutismo (corte varia conforme etnia: hispânicas ≥ 9 e asiáticas, ≥ 2)
Síndrome dos Ovários Policísticos 3
📌 A virilização (alteração da voz, ganho de massa, clitoromegalia) NÃO é comum 
na SOP!
Outros sinais comuns são acne, seborreia e alopecia de padrão androgênico (região 
frontal)
Obesidade:
Presente em cerca de 50% das pacientes com SOP (NÃO É OBRIGATÓRIA)
Geralmente apresenta padrão central e aumento da RCQ
É um fator de risco independente para DM2 e doenças cardiovasculares
Resistência insulínica e diabetes melitus tipo 2:
Ocorre de forma independente da obesidade
A acantose nigricans é um sinal clássico, com hiperqueratinização pigmentada na nuca, 
axilas, abaixo das mamas ou na face interna da coxa
A disfunção de células beta-pancreáticas, presente na fisiopatologia da doença, aumenta o 
risco de desenvolver DM2
Dislipidemia:
Síndrome dos Ovários Policísticos 4
Ocorre em 2/3 das pacientes com SOP, com aumento de LDL e triglicérides às custas de 
queda de HDL
Hipertensão arterial:
Observada principalmente em mulheres mais velhas, no final do período reprodutivo
Síndrome metabólica:
Responsável por elevar o risco para doenças cardiovasculares e DM2
Definida pela presença de pelo menos 3 dos 5 critérios:
Circunferência abdominal ≥ 88 cm
Triglicérides ≥ 150 mg/dL
HDL < 50 mg/dL
PA ≥ 130x85 mmHg
Glicemia de jejum ≥ 100 mg/dL
📌 O uso de medicações para tratamento de qualquer uma das condições acima também 
é pontuado como critério
Infertilidade (resultado dos ciclos anovulatórios)
Abordagem Diagnóstica
História clínica:
Idade de início: os sintomas geralmente começam na juventude
Tempo de história: necessário classificar adequadamente o período de 
amenorreia/oligomenorreia
Padrão menstrual: importante para definir o marco temporal para a amenorreia
Exame físico: identificar hirsutismo, acne ou sinais sugestivos de síndrome metabólica
Critérios de Rotterdam (necessário 2 de 3):
Presença de ciclos anovulatórios (> 90 dia ou menos de 9 ciclos por ano)
Evidência de hiperandrogenismo clínico ou laboratorial
Os marcadores laboratoriais usados são a testosterona livre, androsterona ou SDHEA
Ovários policísticos (≥ 12 folículos de 2 a 9 mm OU volume ovariano > 10 mL) à USG
Síndrome dos Ovários Policísticos 5
📌 Em adolescentes, é preciso preencher TODOS os critérios de Rotterdam, porém o 
diagnóstico deve ser revisto após 8 ano da menarca ou aguardar até após os 18 anos 
Exames complementares:
Hormônios: solicitar dosagem de LH/FSH (> 2:1), TSH (=), prolactina (=), testosterona total 
e livre (↑), SDHEA (↑), androstenediona (↑), SHBG (↓), 17-OH progesterona (=), e BHCG 
(negativo)
Perfil metabólico: avaliar colesterol total e frações, triglicérides, glicemia de jejum e TOTG 
de 2h
Ultrassonografia pélvica/transvaginal: podem ser encontrados volume ovariano aumentado 
ou > 20 folículos com 2-9 mm
📌 A SOP é um diagnóstico de EXCLUSÃO, sendo necessário investigar outras causas
Tratamento
Medidas não-farmacológicas:
A perda de peso, especialmente se associada a prática de exercícios físicos, pode 
restaurar os ciclos ovulatórios
Medidas farmacológicas:
Devem ser direcionadas às queixas da paciente
Síndrome dos Ovários Policísticos 6
Irregularidade menstrual: os anticoncepcionais orais combinados, como etinilestradiol + 
acetato de ciproterona ou etinilestradiol + drospirenona, apresentam bons resultados
O componente estrogênico aumenta a produção de SHBG, reduzindo a testosterona 
livre no sangue, enquanto a progesterona impede a hiperproliferação endometrial
Hiperandrogenismo: pode regredir com o uso de ACO, porém, na auência de 
melhora/contraindicações, empregam-se espironolactona (50-100 mg VO, 12/12h), 
finasterida (5 mg VO, 1x/dia) ou dexametasona (0,75 mg VO, 1x/dia)
Medidas cosméticas, como depilação e epilação, podem ser usados de modo 
adjuvante
📌 A espironolactona não deve ser utilizada se há desejo de engravidar, pois pode 
causar feminização do feto masculino
Infertilidade: o citrato de clomifeno (50 mg VO, por 5 dias, a partir do 3º-5º dia do ciclo 
menstrual) é usado como indutor de ovulação e, em caso de insucesso, podem ser 
indicadas técnicas mais complexas (drilling ou FIV)
O drilling ovariano é um procedimento cirúrgico que promove a cauterização ovariana, 
podendo aumentar as taxas de ovulação, além de reduzir o nível de androgênios
Resistência à insulina: são utilizados, para além das MEV, hipoglicemiantes, como 
metformina (500-1000 mg VO, 1 a 2x/dia) ou pioglitazona (15-30 mg em dose única 
diária junto às refeições)

Continue navegando