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Enízia Simões 3° período Pressão ArterialPressão ArterialPressão Arterial Objetivo 2: Revisar os mecanismos neuro-hormonais da PA Fluxo sanguFluxo sanguFluxo sanguíneoneoneo - O fluxo sanguíneo depende de um sistema de vasos sanguíneos de- sobstruídos e de uma pressão de perfusão adequada - Disturbios nas artérias e arteríolas diminuem o fluxo sanguíneo para os tecidos - Assim, a pressão arterial é muito variável e deve ser cuidadosamente regulada para garantir uma perfusão adequada para as células do cor- po Vaso sanguVaso sanguVaso sanguíneoneoneo - As paredes dos vasos sanguíneos (menos capilares) tem três cama- das: Túnica externa: uma camada de tecido conjuntivo com colágeno frouxamente entrelaçado Túnica média: uma camada intermediária, com camadas de células musculares lisas dispostas em circunferências Túnica íntima: uma camada composta por uma única camada de células endoteliais e pelo tecido conjuntivo subendotelial subjacente - Os capilares são compostos por uma camada única de células endote- liais, circundadas de modo intermitente por células denominadas perici- tos. EndotélioEndotélioEndotélio - É um tecido multifuncional e versátil, que atua ativamente no controle da função vascular. - Tem papel importante nas funções homeostáticas, como transferên- cia de moléculas pela parede vascular, adesão plaquetária e coagulação sanguínea, modulação do fluxo sanguíneo e da resistência vascular, me- tabolismo de hormônios, regulação de reações imunes e inflamatórias Células musculares lisas vasculares (CML)Células musculares lisas vasculares (CML)Células musculares lisas vasculares (CML) - As CML na túnica média contraem e dilatam os vasos sanguíneos em resposta à estimulação hormonal e neural (particularmente em respos- ta ao ramo simpático do sistema nervoso autônomo) - Os nervos não entram na túnica média e não realizam sinapses dire- tas com as CML. Assim, tem a difusão da norepinefrina para o interior da túnica média. - Os potenciais de ação resultantes são propagados ao longo das CML por meio de junções comunicantes, que causam a contração de toda a camada muscular e, assim, reduzem o raio do lúmen do vaso. A diminui- ção do raio aumenta a resistência ao fluxo pelo vaso. - As CML também sintetizam moléculas biológicas, como colágeno, elas- tina, fatores de crescimento e citocinas. Quando lesionadas, migram pa- ra o interior da túnica íntima, onde proliferam. Assim as CML são im- portantes tanto para o reparo vascular normal quanto para processos patológicos como a aterosclerose. RegulaRegulaRegulação da PAo da PAo da PA - A pressão arterial média é determinada pelo volume sanguíneo, débito cardíaco, resistência do sistema ao fluxo sanguíneo (diâmetro das arte- riolas) e distribuição relativa do sangue entre os vasos sanguíneos arte- riais e venosos - Nos tecidos os vasos são inervados (menos os capilares). A inervação das pequenas artérias e arteríolas, permite a estimulação simpática para aumentar a resistência ao fluxo sanguíneo e assim, diminuir a ve- locidade do fluxo pelos tecidos - O sistema nervoso parassimpático, desempenha papel secundário na regulação da função vascular na maioria dos tecidos. Essa estimulação provoca principalmente diminuição da frequência cardíaca e redução da contratilidade do músculo cardíaco Determinantes da PADeterminantes da PADeterminantes da PA - A PA é determinada pela relação PA = DC × RPT DC = débito cardíaco; RPT = resistência periférica. Débito cardíacoDébito cardíacoDébito cardíaco - O débito cardíaco (DC) é a resultante do volume sistólico (VS) multiplicado pela frequência cardíaca (FC) - Relaciona-se diretamente com a capacidade contrátil do miocár- dio e com o retorno venoso, influindo de modo apreciável na pres- são sistólica Resistência periféricaResistência periféricaResistência periférica - É representada pela vasocontratilidade da rede arteriolar, sendo este o fator mais importante na manutenção e regulação da pres- são diastólica - A resistência periférica depende, em parte, da ação do sistema nervoso simpático, por meio dos receptores alfa (vasoconstrito- res) e beta (vasodilatadores). - Também é importante a influência humoral sobre a resistência periférica, representada pela angiotensina e pelas catecolaminas, que interferem na vasoconstrição, e pelas prostaglandinas e cini- nas, que agem na vasodilatação A estimulação simpática aumenta a atividade cardíaca tanto pelo au- mento da frequência cardíaca quanto pelo aumento da força e do volume de seu bombeamento. Enízia Simões 3° período Elasticidade da parede dos grandes vasosElasticidade da parede dos grandes vasosElasticidade da parede dos grandes vasos - Grande distensibilidade é uma das características dos grandes vasos, principalmente a aorta - A elasticidade das grandes artérias influi decisivamente na pres- são sistólica. - Diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre nas pessoas idosas, resulta em aumento da pressão sistólica sem elevação con- comitante da diastólica. VolemiaVolemiaVolemia - O volume de sangue contido no sistema arterial interfere de ma- neira direta e significativa nos níveis das pressões sistólica e dias- tólica. - Ao se reduzir a volemia, como ocorre na desidratação e nas he- morragias, observa-se redução da pressão arterial Resposta a curto prazo - controle rResposta a curto prazo - controle rResposta a curto prazo - controle rápidopidopido Centro vasomotorCentro vasomotorCentro vasomotor - Situado no bulbo, no terço inferior - Tem uma área vasoconstritora, responsável pelo por estimular o sis- tema nervoso simpático, que libera norepinefrina e faz a constrição dos vasos - Tem a área vasodilatadora, que faz a dilatação por meio da inibição da área vasocontritora - Uma outra área é a sensorial que recebe estimulos para ocorrer a di- latação ou constrição. Recebe sinais do nervo vago ou pelo glossofarín- geo, indicando se precisa de dilatação ou constrição. - O centro vasomotor, controla a constrição vascular e regula a ativi- dade cardíaca. Suas porções laterais transmite impulsos exicitatórios por meio das fibras nervosas simpáticas (norepinefrina) para o cora- ção quando tem a necessidade de aumentar a frequência cardíaca e a contratilidade. Assim, o centrovasomotor pode aumentar ou diminuir a atividade cardíaca. (a vasoconstrição aumenta a frequência e a força de contração cardíaca) Controle rápido da Pressão ArterialControle rápido da Pressão ArterialControle rápido da Pressão Arterial - Uma das principais funções do controle nerovoso da circulação é sua capacidade de causar aumentos rápidos da PA. Para isso as funções vasoconstritoras e cardioaceleradora são estimuladas simultaneamente, e ao mesmo tempo tem a inibição do sistema nervoso parassimpático - Alterações importantes para o aumento da PA- Alterações importantes para o aumento da PA- Alterações importantes para o aumento da PA Contração das arteríolas da circulação sistemica, o que aumenta a resistência periférica Contração das veias, o que desloca o sangue de volta para o cora- ção (retorno venoso), aumentando o volume nas câmaras cardía- cas, aumentando a FC e a força de contração Coração é estimulado pelo sistema nervoso autônomo, aumentando o bombeamento cardíaco - A resposta do controle nervoso pode duplicar a pressão em 5 a 10 segundos e sua inibição pode reduzir a pressão até a metade da nor- mal em 10 a 40 segundos - Exercício físico e situações estresse elevam a PA BarorreceptoresBarorreceptoresBarorreceptores - São terminações nervosas do tipo buquê localizadas nas paredes das artérias - São abundantes na parede da artéria carótida e no arco aórtico - Sinais dos “barorreceptores carotídeos” são transmitidos pelos ner- vos de Hering para os nervos glossofaríngeos na região cervical superi- or, e daí para o núcleo do trato solitário na região bulbar do tronco en- cefálico (centro vasomotor). Sinais dos “barorreceptores aórticos”, no arco da aorta, são transmitidos pelos nervos vagos para o mesmo núc- leo do trato solitário do bulbo (centro vasomotor) - O reflexodos barorreceptores é de- sencadeado por receptores de estira- mento - O aumento da PA estira os barorre- ceptores, fazendo com que transmi- tam sinais para o sistema nervoso central - Sinais de feedback são enviados de volta para a circulação, reduzindo a PA *Os barorreceptores aórticos respon- dem em níveis de PA cerca de 30mmHg a mais do que os barorrecp- tores do seio carotídeo - Depois que os sinais dos barorrecep- tores chegam no centro vasomotor, o estimulo vai para a área sensiti- va, a qual estimula a área vasodilatadora, que por sua vez, inibe o cen- tro vasoconstritor, consequentemente, ocorre dilatação e a diminuição da PA. Além disso, tem um estimulo direto para o coração pelo paras- simpático vagal, a acetilcolina é secretrada e ela provoca a diminuição da frquência cardíaca e diminuição da força de contração cardíaca, o que diminui a PA. *A excitação dos barorreceptores provoca a diminuição da PA pelo re- dução da resistência periférica e do débito cardíaco QuimiorreceptoresQuimiorreceptoresQuimiorreceptores - Quando a PA está baixa os quimiorreceptores são ativados. Os quimi- orreceptores estão localizados na bifurcação da artéria carótida e no arco aórtico. - Os quimiorreceptores são sensíveis à falta de oxigênio e ao excesso de dióxido de carbono e de íons hidrogênio. - Quando a PA está baixa os quimiorreceptores são estimulados porque a redução do fluxo sanguíneo provoca diminuição a redução dos níveis de oxigênio e o acúmulo de dióxido de carbono e de íons hidrogênio que não são removidos pela circulação - Os sinais transmitidos pelos quimiorreceptores excitam o centro va- somotor, que eleva a PA de volta - Os barorreceptores também são importantes em mudanças rápidos da posição deitada para de pé. Imediatamente após a mudança de posi- ção, a PA na cabeça e na parte superior do corpo tende a diminuir, o que poderia provocar perda de consciência. No entanto, a queda da PA nos barorreceptores provoca reflexo imediato e causa o aumento rápido da PA - Os átrios e as artérias pulmonares têm em suas paredes receptores de estiramenros, os receptores de baixa pressão. Quando a PA está elevada, chega mais sangue no átrio direito, provocandando distenção do átrio e aumenta a pressão dentro dele, assim os receptores de bai- xa pressão captam o aumento da PA e manda estimulos para o rim e para o hipotálamo para diminuir a secreção de ADH (antidiurético). O ADH atua nas porções finais dos túbulos distais, reabsorvendo água. Com a diminuição do ADH, tem a diminuição da reabsorção e aumenta o volume urinario, diminui volume de água e consequentemente, reduz es- tiramento e diminui a PA - Os estimulos que vão para o rim, faz com que tenha uma vasodilatção na arteríola aferente, causando aumento do filtrado glomerular - Reflexo de beinbridge: Quando aumenta a pressão atrial, tem o estu- ramento atrial e promove estimulo no bulbo que manda um reflexo pa- ra o coração para aumentar a FC e força de contração - Resposta isquêmica: Quando o fluxo sanguíneo para o centro vasomo- Enízia Simões 3° período tor diminui o suficiente para causar uma deficiência nutricional, os neu- rônios vasoconstritores e cardioaceleradores no centro vasomotor respondem a isquemia e a PA se eleva até os níveis máximos e resta- belece o fluxo no centro vasomotor. Essa resposta atua como uma me- canismo de emergência para impedir que a PA Resposta a mResposta a mResposta a médio e longo prazodio e longo prazodio e longo prazo Papel dos rinsPapel dos rinsPapel dos rins - Os mecanismos a longo prazo controlam a regulação diária, semanal e mensal da pressão arterial. - Está relacionado à homeostasia do volume do líquido corporal, determi- nado pelo balanço entre a ingestão e eliminação de líquido. - A elevação da PA pode duplicar o débito renal de água, o que é cha- mado de diurese de pressão, e pode duplicar a eliminação de sal, o que é chamado de natriureze de pressão - Quando o corpo contém excesso de líquido extracelular em decorrên- cia do aumento da ingestão de água e sal, a pressão arterial aumenta. Essa elevação na pressão arterial resulta em aumentos na velocidade com que os rins excretam água (diurese por pressão) e sal (natriurese por pressão). - Assim, com a função renal a PA pode sofrer aumentos por meio da alterando a eliminação de sal e água para um nível de pressão mais al- to, e alterando o nível de líquido extracelular no qual ocorrem a diurese e a natriurese. - Quando maior a PA, maior a pressão na artéria renal e maior a pres- são na arteriola renal e maior a pressão na arteríola aferente, tendo maior taxa de filtração, ou seja, rim filtra mais sangue, maior o fluxo tubular, mais urina. Sistema renina angiostesina aldosteronaSistema renina angiostesina aldosteronaSistema renina angiostesina aldosterona - A renina é uma enzima proteica liberada pelos rins quando a PA cai. Ela é sintetizada e armazenada nas células justaglomerulares dos rins, situadas nas paredes das arteríolas aferentes - Quando a PA cai, reações dos rins fazem com que moléculas de pró- renina nas células justaglomerulares seja clivadas, liberando renina - A renina age sobre a angiostesinogênio - uma globulina produzida pelo fígado - e tem a liberação da angiostesina 1 (uma substância vasocons- tritora, que ainda não tem alteração na função cardiaca) - Quando a angiostesina 1 atinge o pulmão, ele sofre ação da ECA (enzi- ma conversora de angiostesina), uma enzima que converte a angiostesi- na 1 em angiostesina 2, que tem o poder de aumentar a PA - A angiostesina 2 promove a vasoconstrição nas arteríolas (o que au- menta a resistência e aumenta a PA) e venosa (aumentando retorno venoso e débito cardíaco) - A angiostesina 2 também age nos rins, contraindo a arteríola eferen- te e relaxando a eferente, aumenta o filtrado glomerular e diminuindo o fluxo do capilar peritubular, tendo maior tendência a reabsorção (reab- sorve água, aumenta volume sanguíneo, retorno venoso, débito cardía- co e a PA) - De maneira indireta a angiostesina também regula a PA através da al- dosterona, a qual atua nas células principais (localizadas na porção final dos tubulos distais e nos tubulos coletores). Essas células aumenta re- absorção de cloreto de sódio, reabsorvendo mais água e excreta po- tassio. *Aumentando a reabsorção de sódio e água, aumenta volume sanguíneo, retorno venoso, débito cardíaco e a PA * A angiostesina 2 também atua sobre o centro da sede, localizado na região pré-obtica do 3 ventriculo, o que estimula a gente a beber água, aumentando nossa água corporal Objetivo 3: Analisar a ação adrenergica no S. Circulatório AAAção adrenergicao adrenergicao adrenergica - As catecolaminas como a adrenalina e a noradrenalina (liberadas pelo sistema simpático e pela medula adrenal), regulam processos fisiológi- cos pela ativação de receptores adrenérgicos específicos localizados na membrana celular - O receptores foram descritos como alfa adrenergicos e beta adre- nergicos, sendo mais tarde, descritos em subtipos, alfa 1, alfa 2. beta 1, beta 2 e beta 3 - Beta 1 é prevalente no miocárdio e responsável pelo inotropismo e cronotropismo positivos - Beta 2 prevalente nos músculos lisos e esqueléticos, responsável pelo relaxamento muscular - Receptores alfa e beta são proterinas G Alfa 1Alfa 1Alfa 1 - É ligado na proteína Gq, uma proteína via de cálcio - Localizados em vários lugares - Quando ativado faz contração dos musculos lisos nos vasos sanguíneos acontece vasoconstrição dos vasos devido a constri- ção dos vasos aumenta a PA - O alfa 1 é dividido ainda em subtipos, como alfa 1 a. alfa 1 b e alfa 1 c e d - O Alfa 1 b é o que está localizado nos vasos sanguínos Alfa 2Alfa 2Alfa 2 - Localizados na membrana pré sinaptica dos neuronios adrenergicos - Ligado na proteína Gi, uma proteína inibitoria - Inibe liberação de adrenalina Beta 1Beta 1Beta 1 - É ligado na proteína Gs, uma proteína excitatória - Localizados no coração - Sofre estimulação célular - Quando recebe adrenalina e noradrenalina causa cronotropismo, lusi- tropismo, inotropism e dromotropismo(aumentando o débtio cardaico, a FC, a força de contração e a PA) Beta 2Beta 2Beta 2 - Localizados no pulmão, causando broncodilatação - Localizados também nos vasos sanguineos dos musculos esqueleticos, causando vasodulatação Beta 3Beta 3Beta 3 - Localizados na bexiga Enízia Simões 3° período Hipertensão Arterial Objetivo 4: Compreender a fisiopatologia da Hipertensão Arterial Sis- temica (HAS) Objetivo 5: Descrever a classificação dos níveis pressóricos Objetivo 6: Descrever como é feito o diagnóstico da HAS e seus exa- mes complementares Objetivo 7: Entender os fatores de risco da HAS FisiopatologiaFisiopatologiaFisiopatologia - - - A pressão arterial deve ser cuidadosamente regulada ao longo do corpo, para assegurar a perfusão adequada dos tecidos corporais e prevenir a lesão dos vasos sanguíneos. - Com uma pressão arterial muito baixa, o fluxo sanguíneo para os teci- dos é insuficiente para assegurar o suprimento de nutrientes e oxigê- nio, bem como para remover os produtos residuais celulares. Isso gera o risco de lesão celular hipóxica-isquêmica e possível morte celular. - E uma pressão elevada no interior dos vasos sanguíneos pode lesionar o delicado tecido endotelial, o que aumenta a probabilidade de doença vascular aterosclerótica e de ruptura vascular. Outra consequência é a possibilidade de os próprios órgãos perfundidos serem gravemente lesi- onados. DefiniçãoDefiniçãoDefinição - É caracterizada por elevação persistente da PA, ou seja, PA sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e/ou PA diastólica (PAD) maior ou igual a 90 mmHg, medida com a técnica correta, em pelo menos duas ocasiões diferentes, na ausência de medicação anti-hipertensiva EpidemiologiaEpidemiologiaEpidemiologia -A hipertensão é um fator de risco primário para doenças cardiovasculares e uma causa líder de morbidade e mortalidade em to- do o mundo - As DCV (doenças cardiovasculares) são a principal causa de morte, hospitalizações e atendimentos ambulatoriais em todo o mundo, inclusive no Brasil - Em 2017, dados da Carga Global das Doenças (GBD) indicaram que as DCV foram responsáveis por 28,8 % do total de mortes entre as do- enças crônicas não transmissíveis (DCNT) - Segundo a Pesquisa Nacional de Saúde de 2013, 21,4% dos adultos brasileiros autorrelataram HA, enquanto, considerando as medidas de PA aferidas e uso de medicação anti-hipertensiva, o percentual de adultos com PA maior ou igual que 140 por 90 mmHg chegou a 32,3%. Detectou-se que a prevalência de HA foi maior entre homens, além de, como esperado, aumentar com a idade por todos os critérios, chegan- do a 71,7% para os indivíduos acima de 70 anos ImpactosImpactosImpactos - Por se tratar de condição frequentemente assintomática, a HA cos- tuma evoluir com alterações estruturais e/ou funcionais em órgãos-al- vo, como coração, cérebro, rins e vasos. - É o principal fator de risco modificável com associação independente, linear e contínua para doenças cardiovasculares (DCV), doença renal crônica (DRC) e morte prematura - Coração: doença arterial coronária (DAC), insuficiência cardíaca (IC), fibrilação atrial (FA) e morte súbita. - Cérebro: acidente vascular encefálico (AVE) isquêmico (AVEI) ou he- morrágico (AVEH), demência. - Rins: DRC que pode evoluir para necessidade de terapia dialítica; e sis- tema arterial: doença arterial obstrutiva periférica (DAOP). EtiologiaEtiologiaEtiologia -A hipertensão é classificada, com base na etiologia, como hipertensão primária (essencial) ou hipertensão secundária Hipertensão primáriaHipertensão primáriaHipertensão primária - Se refere à presença clínica de hipertensão sem evidências de uma condição clínica causal específica. - Os fatores não modificáveis e aqueles relacionados ao estilo de vida são implicados, seja isolada ou coletivamente, como fatores de contri- buição para o desenvolvimento da hipertensão primária. - É um um distúrbio assintomático - Os sintomas, quando ocorrem, frequentemente estão relacionados aos efeitos da hipertensão a longo prazo sobre outros sistemas de ór- gãos-alvo, como rins, coração, olhos e vasos sanguíneos Hipertensão secundáriaHipertensão secundáriaHipertensão secundária - É a elevação da pressão arterial em consequência de outra condição patológica. - Muitas condições causadoras de hipertensão secundária podem ser corrigidas por cirurgia ou tratamento clínico específico. - Entre as causas mais comuns de hipertensão, estão a doença renal, os distúrbios dos hormônios corticais suprarrenais, o feocromocitoma, a coarctação da aorta e o uso de anticoncepcionais orais. Hipertensão renalHipertensão renalHipertensão renal - - - Com o papel dominante assumido pelo rim na regulação da pres- são arterial, uma das maiores causa de hipertensão secundária é a doença renal - Diminuição na formação de urina, retenção de sal e água, além de hipertensão incluem as complicações comuns dos distúrbios re- nais agudos, como glomerulonefrite aguda, insuficiência renal aguda e obstrução aguda do trato urinário *A hipertensão renovascular se refere à hipertensão causada pela redução do fluxo sanguíneo renal e pela ativação do mecanis- mo da renina-angiotensina-aldosterona. Como consequência da dimi- nuição do fluxo sanguíneo renal observada com a doença renovas- cular, o rim afetado libera quantidades excessivas de renina Distúrbios dos hormônios adrenocorticaisDistúrbios dos hormônios adrenocorticaisDistúrbios dos hormônios adrenocorticais - O aumento dos níveis de hormônios adrenocorticais, em conse- quência da retenção renal de sal e água induzido por hormônio, po- de ocasionar a HA - O hiperaldosteronismo primário (produção excessiva de aldoste- rona resultante de hiperplasia adrenocortical ou adenoma) e níveis A hipertensão é um fator de risco importante para a aterosclerose, porque promove e/ou acelera a formação de placas e sua possível ruptura. A elevação na pressão arterial também aumenta a carga de traba- lho do ventrículo esquerdo, por aumentar a pressão contra a qual o coração precisa bombear o sangue ejetado na circulação sistêmica. Com o passar do tempo, a pressão aumenta a carga de trabalho do coração, e a parede ventricular esquerda sofre remodelamento e hipertrofia para compensar o aumento do trabalho em decorrência da pressão. Essa hipertrofia ventricular esquerda é um fator de ris- co importante para o desenvolvimento de cardiopatia coronariana, arritmias cardíacas, morte súbita e insuficiência cardíaca congestiva, uma vez que o ventrículo não consegue bombear com eficiência. Enízia Simões 3° período excessivos de glicocorticoides (doença ou síndrome de Cushing) tendem a elevar a pressão arterial. FeocromocitomaFeocromocitomaFeocromocitoma - É um tumor do tecido cromafínico, o qual contém células nervo- sas simpáticas e liberam catecolaminas. - O tumor está mais comumente localizado na medula da suprarre- nal, mas pode surgir em outros locais, como os gânglios simpáticos - É rara Coarctação da aortaCoarctação da aortaCoarctação da aorta - É uma condição congênita envolvendo um estreitamento na área do arco aórtico - O estreitamento aórtico aumenta a resistência ao fluxo sanguí- neo e isso eleva a pressão no ventrículo esquerdo, em uma tenta- tiva de superar a resistência. Anticoncepcionais oraisAnticoncepcionais oraisAnticoncepcionais orais - Tem indícios de que a causa provável seja a expansão do volume, uma vez que tanto os estrogênios quanto as progesteronas sin- téticas contidas nas pílulas anticoncepcionais orais causam reten- ção de sódio. - A HA associado aos anticoncepicionais normalmente dessaparece depois de parar o medicamento, ainda que possa demorar até 3 meses Fatores de riscoFatores de riscoFatores de risco Fatores de risco não modificáveis da hipertensão primáriaFatores de risco não modificáveis da hipertensão primáriaFatores de risco não modificáveis da hipertensão primária - Os fatores de risco de hipertensão primária incluem fatores não mo- dificáveis como: IdadeIdadeIdade: a hipertensão primária é mais comum em adultos do que em crianças. Entretanto,a incidência de hipertensão em crianças e adolescentes está aumentado, acompanhando o aumento da inci- dência de obesidade e diabetes melito tipo 2 em crianças. Com o envelhecimento, a PAS torna-se um problema mais significante, resultante do enrijecimento progressivo e da perda de complacên- cia das grandes artérias. Sexo e raça.:Sexo e raça.:Sexo e raça.: a prevalência geral de hipertensão é maior nos ho- mens do que nas mulheres.A etnia é um fator de risco importante para a HA, mas condições socioeconômicas e de hábitos de vida são mais relevantes para as diferenças na prevalência da HA Histórico familiar e genética:Histórico familiar e genética:Histórico familiar e genética: A hipertensão é observada com mais frequência entre pessoas com histórico familiar de pressão arte- rial alta. Os fatores genéticos podem influenciar os níveis de PA entre 30-50%. Embora os geneticistas tenham identificado mui- tos loci genéticos associados à hipertensão, nenhum deles é res- ponsável por uma grande proporção da incidência de hipertensão.. Fatores de risco modificáveis da hipertensão primáriaFatores de risco modificáveis da hipertensão primáriaFatores de risco modificáveis da hipertensão primária - Também foram identificados fatores de risco modificáveis da hiper- tensão. As vias fisiopatológicas que podem ser fatores de contribuição comuns entre esses aspectos do estilo de vida incluem perturbações no sistema renina-angiotensina-aldosterona, alterações dos mecanismos dos peptídios natriuréticos, ativação do SNS e alteração da função das células endoteliais. Fatores alimentaresFatores alimentaresFatores alimentares: pesquisas indicam que as pessoas sensíveis ao sal podem apresentar comprometimento de diversos mecanis- mos fisiológicos da regulação da PA, incluindo o mecanismo da reni- na-angiotensina-aldosterona, mecanismos reguladores do SNS e di- versos mecanismos químicos envolvendo o endotélio. Com o objeti- vo de manter a adequada eliminação renal do sal, ocorre adapta- ção do sistema de natriurese por pressão, de modo que a pressão arterial é elevada para manter níveis adequados de eliminação re- nal do sal. A ingestão alimentar de gorduras e colesterol também é um fator que contribui para a hipertensão Consumo de álcool.:Consumo de álcool.:Consumo de álcool.: o consumo de álcool apresenta um efeito dire- to relacionado à hipertensão, com níveis mais altos de álcool asso- ciados à elevação da pressão arterial. Há maior prevalência de HA ou elevação dos níveis pressóricos naqueles que ingeriam seis ou mais doses ao dia, o equivalente a 30 g de álcool/dia Sedentarismo:Sedentarismo:Sedentarismo: níveis mais altos de condicionamento físico e exer- cícios estão associados a pressões arteriais mais baixas e níveis séricos de lipídios mais favoráveis. O risco cardiovascular geral di- minui com níveis mais altos de condicionamento físico e exercícios regulares Obesidade:Obesidade:Obesidade: padrão de distribuição da gordura foi sugerido como um possível indicador do risco de hipertensão, mais crítico do que o peso real ou o IMC. Estudos observaram uma associação entre a hipertensão e o au- mento da proporção cintura-quadril (obesidade central), até mes- mo quando o índice de massa corporal e a espessura das dobras cutâneas são levados em consideração. Apneia obstrutiva do sono:Apneia obstrutiva do sono:Apneia obstrutiva do sono: A apneia obstrutiva do sono tem sido ligada diretamente à hipertensão. Acredita-se que o mecanismo causal envolva, em parte, a perturbação do sono, a qual interfere na “queda” circadiana noturna normal da pressão arterial. Essa “queda” noturna está associada a níveis de pressão arterial mais baixos. Interrupções repetitivas do sono e diminuição da duração ou da qualidade do sono estão associadas a uma menor “queda” noturna da pressão arterial Fatores socioeconômicos:Fatores socioeconômicos:Fatores socioeconômicos: fatores como menor escolaridade e condições de habitação inadequadas, além da baixa renda familiar, como fatores de risco significativo para HA Além dos fatores clássicos mencionados, é importante destacar que algumas medicações, muitas vezes adquiridas sem prescrição médica, e drogas ilícitas têm potencial de promover elevação da PA ou dificultar seu controle. DiagnDiagnDiagnóstico da HASstico da HASstico da HAS - É diagnosticada por meio de aferições sequenciais da pressão arterial indicando uma elevação consistente da pressão nos vasos arteriais sis- têmicos - A avaliação inicial de um paciente com HA inclui a confirmação do diag- nóstico, a suspeita, a identificação de causa secundária, a avaliação do risco cardiovascular (CV). Além da investigação de lesões de órgão-alvo (LOA). Medida da Pressão Arterial no ConsultórioMedida da Pressão Arterial no ConsultórioMedida da Pressão Arterial no Consultório - A PA deve ser medida em toda avaliação por médicos, de qualquer especialidade, e por todos os profissionais da saúde devidamente capa- citados. - A PA deve ser inicialmente medida nos dois braços e idealmente esta- belecida por medição simultânea, caso ocorra uma diferença > 15 mmHg da PAS entre os braços, há o aumento do risco CV - Utilizou-se uma nova modalidade de medida da PA no consultório sem a presença do profissional de saúde, denominada medida desacompa- nhada da PA no consultório (MDPAC). Nessa modalidade, o paciente, de- pois de treinado, realiza sua própria medida em sala reservada para essa finalidade Medida da Pressão Arterial Fora do ConsultórioMedida da Pressão Arterial Fora do ConsultórioMedida da Pressão Arterial Fora do Consultório - A PA fora do consultório pode ser obtida através da MAPA ou da MRPA, respeitando-se suas indicações e limitações. - A MAPA e a MRPA não devem ser confundidas com a automedida da PA (AMPA), realizada com equipamento automático do próprio pacien- te, que não obedece a nenhum protocolo preestabelecido Enízia Simões 3° período - No AMPA sugere-se um número mínimo de sete medidas realizadas no período de 16 a 72 horas. - A MAPA é melhor preditor de risco CV e de LOA (lesões de órgão-al- vo) do que a PA do consultório Monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA)Monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA)Monitoramento ambulatorial da pressão arterial (MAPA) - Este equipamento permite medidas da pressão arterial nas 24 h, com o paciente em suas atividades habituais. - Possibilita a avaliação da pressão no período noturno, estabelece rela- ção de sintomas com as atividades do paciente e os níveis pressóricos. - O uso do MAPA está especialmente indicado em situações especiais, incluindo hipertensão do avental branco, hipertensão limítrofe ou lábil, hipertensão resistente, hipotensão ortostática, avaliação terapêutica e em pesquisas. - São consideradas anormais as médias de PA de 24 h > 125 × 75 mmHg, vigília > 130 × 85 mmHg e sono > 110 × 70 mmHg Automedida da pressão arterial (AMPA)Automedida da pressão arterial (AMPA)Automedida da pressão arterial (AMPA) - É feita com medidas da pressão arterial no domicílio e/ou trabalho pelo próprio paciente ou por um familiar - Pode ser bastante útil na confirmação ou não de hipertensão arterial, para afastar hipertensão do avental branco e no controle de trata- mento. - Valores superiores a 130 × 85 mmHg, pela AMPA, devem ser consi- derados alterados. Monitoramento residencial da pressão arterial (MRPA)Monitoramento residencial da pressão arterial (MRPA)Monitoramento residencial da pressão arterial (MRPA) - É o registro da pressão arterial durante a vigília, no domicílio ou no trabalho, pelo próprio paciente ou por outra pessoa capacitada. - Difere da AMPA por seguir uma padronização de horários para as medidas - Pode ser realizada obtendo-se três medidas pela manhã, antes do desjejum e da tomada de medicamentos, e três à noite, antes do jan- tar, durante 5 dias, ou ainda duas medidas em cada sessão durante 7 dias. AvaliaAvaliaAvaliação Clo Clo Clínica e Complementarnica e Complementarnica e Complementar - A avaliação clínica do paciente hipertenso deve ser feita seguin-do-se o método tradicional, constituído por anamnese, exame físi- co e laboratorial. AnmneseAnmneseAnmnese - Deve ser realizada anamnese, com história clínica completa, pergun- tas obrigatórias sobre o tempo de diagnóstico e tratamentos anti-hi- pertensivos instituídos previamente (medicamentos e doses). - A história familiar também deve ser obtida para corroborar o diag- nóstico de HA primária - Deve ser questionada também a existência de: fatores de risco es- pecíficos para doença cardiovascular e renal Exame FísicoExame FísicoExame Físico - Um exame físico minucioso deve ser realizado, com medida correta e repetida da PA e da frequência cardíaca (FC), além de se procurar si- nais de LOA e de achados que possam sugerir causas secundárias de HA - A avaliação deve contemplar palpação e ausculta cardíaca e de ca- rótidas, além de verificação dos pulsos Investigação LaboratorialInvestigação LaboratorialInvestigação Laboratorial - A avaliação complementar tem como objetivo detectar lesões clínicas ou subclínicas em órgãos-alvo, no sentido de melhor estratificar o risco cardiovascular - Destacam-se alterações da glicemia ou da hemoglobina glicada, a obe- sidade abdominal (síndrome metabólica), a pressão de pulso > 65 mmHg em idosos, a história de pré-eclâmpsia/eclâmpsia e a história familiar de HA - São recomendadas: dosagem sérica de potássio, ácido úrico, creatini- na, glicemia e perfil lipídico; e realização de um exame sumário de urina e de eletrocardiograma, para possível detecção de hipertrofia ventricular esquerda. ClassificaClassificaClassificaçãooo - São considerados hipertensos os indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e/ou PAD ≥ 90 mmHg - Quando utilizadas as medidas de consultório, o diagnóstico de HA deve- ra ́ ser sempre validado por medições repetidas, em condições ideais, em duas ou mais visitas médicas em intervalo de dias ou semanas; ou de maneira mais assertiva, realizando-se o diagnóstico com medidas fo- ra do consultório - Indivíduos com PAS ≥ 140 mmHg e PAD são definidos como portado- res de HA sistólica isolada, enquanto a presença de níveis de PAS < 140 mmHg e PAD ≥ 90 mmHg caracteriza a HA diastólica isola- da - Os indivíduos com PAS entre 130 e 139 e PAD entre 85 e 89 mmHg passam a ser considerados pré-hipertensos, pois esta população apre- senta consistentemente maior risco de doença CV, doença arterial co- ronária e acidente vascular encefálico do que a população com níveis entre 120 e 129 ou 80 e 84 mmHg. Efeito do Avental Branco (EAB) e Efeito de Mascaramento (EM)Efeito do Avental Branco (EAB) e Efeito de Mascaramento (EM)Efeito do Avental Branco (EAB) e Efeito de Mascaramento (EM) - A diferença da PA entre as medidas obtidas no consulto ́rio e fora dele é denominada EAB ou EM, quando seus valores são, respectiva- mente, positivos ou negativos - Efeito do jaleco branco – paciente é hipertenso mas suas medidas no consultório são ainda mais altas do que as que apresenta em casa. Hipertensão do Avental Branco (HAB) e Hipertensão Mascarada (HM)Hipertensão do Avental Branco (HAB) e Hipertensão Mascarada (HM)Hipertensão do Avental Branco (HAB) e Hipertensão Mascarada (HM) - Define-se a normotensão verdadeira (NV) como as medidas da PA no consultório e fora do consultório normais, a HA sustentada (HS) quando ambas são anormais, a HAB quando a PA é elevada no consultório, mas é normal fora dele, e HM quando a PA é normal no consultório, mas é elevada fora dele - Va ́rios fatores podem elevar a PA fora do consulto ́rio com relaça ̃o a ̀ PA do consultório, como idade avançada, sexo masculino, tabagismo, consumo de a ́lcool, atividade fi ́sica, HA induzida pelo exerci ́cio, ansieda- de, estresse, obesidade, diabetes melito, doença renal crônica e his- to ́ria familiar de HA - Hipertensão do avental branco – paciente não é hipertenso. Sua pressão fica elevada apenas nas medidas de consultório sendo normal quando feitas fora do ambiente médico. Classificação da pressão arterial de acordo com a medição no consul- tório a partir de 18 anos de idade ClassificaClassificaClassificaçãooo PAS (mHg)PAS (mHg)PAS (mHg) PAD (mHg)PAD (mHg)PAD (mHg) PA ótima <120 e <80 PA normal 120-129 e/ou 80-84 Pré- hipertensão 130-139 e/ou 85-89 HA Estágio 1 140-159 e/ou 90-99 HA Estágio 2 160-179 e/ou 100-109 HA Estágio 3 ≥180 e/ou ≥110 Débito cardíaco Resistência periférica Elasticidade da parede dos grandes vasos Volemia
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