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EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO PENAL 
IZABELLA F. REIS - 3° PERÍODO 2022/01
A história do Direito Penal confunde-se com a história da humanidade, isso pois desde que o homem passou a viver em sociedade, sempre esteve presente a ideia de punição pela prática de atos que atentassem contra algum indivíduo. 
Todo grupo social possui regras acerca dos comportamentos, sob pena de punições, isto por questões de sobrevivência do próprio grupo. A palavra pena, provida do latim poena e do grego poiné, tem o significado de inflição de dor física ou moral ao transgressor de uma lei. 
Em regra, os historiadores consideram várias fases da pena: a vingança privada, a vingança divina, a vingança pública e o período humanitário. Todavia, esses períodos não se sucedem integralmente, havendo períodos de coexistência. 
· Vingança privada:
Considera-se como a primeira modalidade de pena, onde o único fundamento era pura e simples retribuição a alguém pelo mal praticado. Sendo exercida por quem sofreu o dano, como também por seus parentes ou outra pessoa do mesmo grupo social.
· Vingança divina:
Era o direito aplicado pelos sacerdotes, ou seja, aqueles que, supostamente, tinham um relacionamento direto com um deus e atuavam de acordo com sua vontade. Incontáveis atrocidades foram praticadas em nome dos deuses, muitas delas com a finalidade de aplacar-lhes a ira.
· Vingança pública:
Surge e é fundamentada a partir da melhor organização social, como forma de proteção, segurança do Estado e do soberano, mediante a imposição de penas cruéis, desumanas, com nítida finalidade intimidatória.
História do Direito Penal.
· Grécia Antiga:
Após passar pelos períodos da vingança privada e da vingança divina, numa terceira época, denominada “histórica”, a pena deixou de se assentar sobre fundamento religioso, passando a ter uma base moral e civil.
· Romano:
Considerado um dos marcos mais importantes da história da humanidade, por conta da Lei das XII Tábuas, que foi originalmente escrita em doze tabletes de madeira, que foram afixados no Fórum Romano, permitindo, assim, que todos as conhecessem e pudessem fazer a sua leitura. Sua temática estava dividida da seguinte forma: 
· Tábuas I e II: Organização e procedimento judicial; 
· Tábua III – Normas contra os inadimplentes; 
· Tábua IV – Pátrio poder; 
· Tábua V – Sucessões e tutela; 
· Tábua VI – Propriedade; 
· Tábua VII – Servidões; 
· Tábua VIII – Dos delitos; 
· Tábua IX – Direito público; 
· Tábua X – Direito sagrado;
· Tábuas XI e XII – Complementares.
· Germânico: 
 
O Direito germânico primitivo não possuía fontes escritas, sendo suas normas transmitidas por meio dos costumes. Os problemas penais eram resolvidos pela vingança ou pela perda da paz.
O direito aplicado a cada indivíduo variava de acordo com o grupo a que efetivamente pertencia. Aos poucos, o contato com o mundo romano fez com que esse direito consuetudinário fosse sendo modificado, uma vez que Roma prezava suas leis escritas. 
· Canônico:
O direito canônico dividia os crimes em delicta eclesiastica (de exclusiva competência dos tribunais eclesiásticos); delicta mere secularia (julgados pelos tribunais leigos) e delicta mixta, os quais atentam ao mesmo tempo contra a ordem divina e a humana e poderiam ser julgados pelo tribunal que primeiro deles conhecesse. 
As penas distinguem-se em espirituales (penitências, excomunhão etc.) e temporales, conforme a natureza do bem que a atingem. As penas eram, em princípio, justa retribuição (zelo justitiae et bono animo), mas dirigiam-se também ao arrependimento e à emenda do réu (poenae medicinalis).
A influência do direito canônico foi benéfica. Proclamou a igualdade de todos os homens, acentuando o aspecto subjetivo do crime, opondo-se, assim, ao sentido puramente objetivo da ofensa, que prevalecia no direito germânico. Favorecendo o fortalecimento da justiça pública, opôs-se à vingança privada decisivamente, através do direito de asilo e da trégua de deus (treuga dei). 
Período humanitário.
As modalidades de penas foram variando ao longo dos anos, a privação da liberdade como pena principal é relativamente recente. Sendo que, até o período iluminista, as penas possuíam caráter aflitivo, o homem pagava com seu corpo. 
Contudo, a partir do século XVIII as penas corporais foram substituídas pela pena de privação de liberdade, que até o momento era tida somente como medida cautelar, ou seja, fazer com que o condenado aguardasse a aplicação de sua pena corporal. 
As penas, que eram extremamente desproporcionais aos fatos praticados, passaram a ser graduadas de acordo com a gravidade do comportamento, exigindo-se, ainda, que a lei que importasse na proibição ou determinação de alguma conduta, além de clara e precisa, para que pudesse ser aplicada, estivesse em vigor antes da sua prática. Era a adoção do exigível princípio da anterioridade da lei.
Período criminológico.
Após o período humanitário, marco importantíssimo para o Direito Penal, surgiu, com mais intensidade, no século XIX, o chamado “período criminológico''. Embora não se possa atribuir uma definição única ao termo criminologia, pode-se defini-la como uma ciência interdisciplinar que tem como objeto o estudo do comportamento delitivo e a reação social.
No que diz respeito às ciências penais propriamente ditas, serve a criminologia como mais um instrumento de análise do comportamento delitivo, das suas origens, dos motivos pelos quais se delinque, quem determina o que punir, quando punir, como punir, bem como se pretende, com ela, buscar soluções que evitem ou mesmo diminuam o cometimento de infrações penais.
Competirá ao criminólogo investigar os mecanismos que fazem com que algumas atividades sejam consideradas delitos em determinada sociedade e perfeitamente lícitas em outras. Existem, três principais categorias de comportamentos delitivos, a saber:
a) comportamentos penalizados e castigados em quase toda sociedade moderna;
b) comportamentos penalizados, mas sobre os quais a lei se aplica com escassa frequência;
c) comportamentos em via de penalização ou despenalização.
Mesmo que uma das principais áreas de estudo criminólogo seja a infração penal em si, haverá diferença entre profissionais de países diferentes, porém, podendo haver uma zona de consenso, isso é infrações penais reconhecidas em todos os países.
Contudo, independentemente da infração penal cometida, o delinquente é quem recebe a atenção dos estudos, sendo pesquisado a gênese do comportamento delitivo e os motivos que levaram a infringi-los.
Ademais, o estudo da vítima, a vitimologia, também é importante, pois por meio dele é possível compreender se seu comportamento de alguma forma estimulou a prática da infração penal, o porquê da sua escolha, o tratamento que lhe é deferido pelo Estado etc.
Em continuidade, o controle social pode ser exercido de duas maneiras, formal, por profissionais ligados diretamente ao Estado, e informal, por alguém que ocupe um cargo de autoridade social (família, por exemplo), sendo assim dever do criminólogo estudar como são exercidos esses controles e sua influência na gênese e na prática do delito.
Escolas penais.
As escolas penais surgiram na tentativa de encontrar a função e a necessidade de punição à infração penal, ou seja, se ela tem a finalidade de reprobar, impedir futuros delitos, ser um ato de vingança pública ou garantir a segurança da sociedade. Dessa forma, as teorias podem classificar-se em:
a) teoria absoluta: Todas as doutrinas que entendem a pena como fim em si mesma, ou seja, como castigo, como retribuição.
b) teoria relativa: Compreendem a pena como um meio para a realização, ou seja, prevenção de futuros delitos, como prevenção que se biparte em prevenção geral e especial (negativa e positiva).
c) teoria mista: Do embate entre as duas teoria anteriores, funde as necessidades retributiva e preventiva da pena.
· Escola Clássica.
Nomenclatura pejorativa dada pelos positivistas, no sentido de antiga, porém, suas ideias ainda podem ser consideradas como fundamentaisem modernos sistemas normativos-penais. 
Assim sendo, esta escola estava fundamentada em:
a) livre-arbítrio: Capacidade do agente de decidir pelo comportamento lícito ou não.
b) discussão: No momento de decidir se comete ou não o delito, o agente deveria comparar o mal da pena e o benefício alcançado pela infração penal, sendo que a está deveria desestimular o agente.
c) prevenção: A pena deveria servir de forma preventiva, tanto geral quanto especial.
d) retribuição: A pena deveria ser proporcional ao delito cometido.
· Escola Positiva.
Esta escola era responsável pela visão biológica do crime. A escola positivista buscava entender como o homem se torna um criminoso e quais são os fatores que o circundam (interna e externamente) que o levam a ser um criminoso. Sendo apontado, dessa forma, cinco tipos de criminosos:
a) nato;
b) louco;
c) passional;
d) ocasional;
e) habitual
Em conclusão, o crime é fenômeno natural e social, estando sujeito às influências do meio e aos múltiplos fatores que atuam sobre o comportamento.
Referências bibliográficas.
ESTEFAM, André Araújo L. Direito Penal - Vol. 1. [Digite o Local da Editora]: Editora Saraiva, 2022. E-book. ISBN 9786555596540. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555596540/. Acesso em: 25 fev 2023.
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: artigos 1º a 120 do Código Penal. v.1. São Paulo: Grupo GEN, 2022. E-book. ISBN 9786559771493. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786559771493/. Acesso em: 25 fev 2023.

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