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AN02FREV001/REV 4.0 1 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PEELINGS FACIAIS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 2 CURSO DE PEELINGS FACIAIS MÓDULO I - ANATOMOFISIOLOGIA DO SISTEMA TEGUMENTAR E DA FACE Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 3 SUMÁRIO MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PEELINGS FACIAIS 2 TECIDO EPITELIAL 3 TECIDO CONJUNTIVO 4 SISTEMA TEGUMENTAR 4.1 PELE 4.1.1 Epiderme 4.1.1.1 Camadas da epiderme 4.1.1.2 Células típicas da epiderme 4.1.2 Derme 4.1.2.1 Camadas da derme 4.1.2.2 Células típicas da derme 4.2 HIPODERME 4.2.1 Camadas da hipoderme 4.3 ANEXOS CUTÂNEOS 5 ANATOMIA BÁSICA DA FACE 5.1 OSSOS DA FACE 5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE 5.4 INERVAÇÃO DA FACE 5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO 6 REGENERAÇÃO CELULAR 6.1 FASE INFLAMATÓRIA 6.2 FASE DE FIBROPLASIA 6.3 FASE DE MATURAÇÃO AN02FREV001/REV 4.0 4 MÓDULO II 7 DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO GERAL DOS PEELINGS 8 HISTÓRICO DO USO DOS PEELINGS 9 PRINCIPAIS TIPOS DE PEELINGS 10 PROFUNDIDADE DOS PEELINGS 11 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES GERAIS DO USO DOS PEELINGS 12 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES TRATADAS COM PEELINGS 12.1 ENVELHECIMENTO FACIAL 12.1.1 Envelhecimento intrínseco ou cronológico 12.1.2 Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento 12.1.3 Modificações histológicas do envelhecimento cutâneo 12.1.3.1 Modificações da epiderme 12.1.3.2 Modificações da derme: 12.1.3.3 Modificações da hipoderme 12.1.3.4 Modificações nos anexos cutâneos 12.2 RUGAS FACIAIS 12.3 DISCROMIAS 12.3.1 Acromia 12.3.2 Hipocromias 12.3.3 Hipercromias 13. AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE 13.1 ANAMNESE 13.2 EXAME FÍSICO DA FACE 13.2.1 Inspeção 13.2.2 Palpação 13.2.3 Classificação quanto à tipologia da pele 13.2.3.1 Pele normal (endérmica/eudérmica) 13.2.3.2 Pele seca (alípica) 13.2.3.3 Pele oleosa (lipídica) 13.2.3.3 Pele mista 13.2.3.4 Pele sensível AN02FREV001/REV 4.0 5 13.2.4 Classificação quanto ao fototipo cutâneo 13.2.5 Classificação quanto ao fotoenvelhecimento cutâneo (Glogau) 13.3 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FACIAL MÓDULO III 14. PEELINGS QUÍMICOS: CONCEITOS GERAIS 15. INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES AOS PELLINGS QUÍIMICOS 16. CLASSIFICAÇÃO E NÍVEIS DE PEELINGS QUÍMICOS 17. FORMULAÇÕES DE PEELINGS QUÍMICOS (PH, PORCENTAGEM E ATIVOS) 17.1 ALFA-HIDROXI-ÁCIDOS 17.1.1 Ácido glicólico 17.1.1.1 Indicações e contraindicações 17.1.1.2 Concentrações 17.2 ÁCIDO MANDÉLICO 17.2.1 Indicações e contraindicações 17.2.2 Concentrações 17.3 ÁCIDO HIALURÔNICO 17.3.1 Indicações e contraindicações 17.3.2 Concentrações 17.4 ÁCIDO SALICILICO 17.4.1 Indicações e contraindicações 17.4.2 Concentrações 17.5 ÁCIDO AZELÁICO 17.5.1 Indicações e contraindicações 17.5.2 Concentrações 17.6 ÁCIDO RETINÓICO 17.6.1 Indicações e contraindicações 17.6.2 Concentrações 17.7 ÁCIDO AZELÁICO 17.7.1 Indicações e contraindicações 17.7.2 Concentrações AN02FREV001/REV 4.0 6 17.8 SOLUÇÃO DE JESSNER 17.8.1 Indicações e contraindicações 17.8.2 Concentrações 17.9 PEELING DE FENOL 17.9.1 Indicações e contraindicações 17.9.2 Indicações e contraindicações 17.9.3 Concentrações 18 PROCEDIMENTOS PRÉ-PEELING 19 PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DOS PEELINGS SUPERFICIAIS 19.1 Materiais 19.2 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO 20 PROCEDIMENTOS E CUIDADOS PÓS-PEELING SUPERFICIAL 21 PRECAUÇÕES E COMPLICAÇÕES DOS PEELINGS QUÍMICOS 22 RESULTADOS DE PEELINGS QUÍMICOS MÓDULO IV 23 PEELINGS FÍSICOS: CONCEITOS GERAIS 24 TIPOS DE PEELINGS FÍSICOS 24.1 DERMOABRASÃO 24.2 MICRODERMOABRASÃO 24.2.1 Indicações e contraindicações 24.2.2 Efeitos 24.2.3 Peeling de Cristal 24.2.4 Peeling de diamante 24.2.5 Procedimentos pré microdermoabrasão 24.2.6 Procedimentos pós microdermoabrasão 24.2.7 Precauções e complicações da microdermoabrasão 24.2.8 Resultados de microdermoabrasão 24.3 PEELING ULTRASSÔNICO 24.3.1 Equipamento 24.3.2 Indicações e contraindicações AN02FREV001/REV 4.0 7 24.3.3 Efeitos 24.3.4 Técnica de aplicação 24.3.5 Precauções e complicações 24.3.6 Resultados 24.4 PEELING A LASER24.4.1 Equipamentos 24.4.2 Indicações e contraindicações 24.4.3 Efeitos 24.4.4 Técnica de aplicação 24.4.5 Precauções e complicações 24.4.6 Resultados GLOSSÁRIO REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AN02FREV001/REV 4.0 8 MÓDULO I 1 INTRODUÇÃO AO ESTUDO DOS PEELINGS FACIAIS Olá, seja bem-vindo (a) ao curso de PEELINGS FACIAIS. Nosso objetivo neste curso é trazer a você informações em relação a essa técnica que ganhou destaque nos últimos anos como um importante recurso no combate aos sinais do envelhecimento. A cada dia mais, homens e mulheres tem buscado reduzir marcas de expressão e manchas desenvolvidas pela exposição excessiva ao sol e por cuidados inadequados com a pele. Em razão disso, o mercado antienvelhecimento cresce a olhos vistos. O profissional preparado para atuar nesta área tem ganhado papel de destaque no mercado de trabalho, com excelente retorno financeiro. Para o profissional que trata essas disfunções, os peelings químicos e físicos são uma arma importante para minimização dos sinais do tempo. Com essa técnica conseguimos melhorar a qualidade da pele, estimular a síntese de substâncias importantes para a sustentação dos tecidos, remover ou diminuir manchas escuras e sinais típicos da exposição solar. Para executar o procedimento com segurança e eficácia é necessário conhecer em detalhes os tecidos e sistemas sobre os quais iremos trabalhar. Por isso, iniciaremos nosso curso, neste módulo I, pelo estudo dos tecidos que compõem a pele (epitelial e conjuntivo) e pelos componentes do sistema tegumentar (pele, hipoderme e anexos cutâneos). Após, faremos uma breve revisão da anatomia da face, sobre a qual iremos embasar nosso estudo (ossos, músculos, circulação arterial e venosa, inervação e rede linfática da cabeça e do pescoço). Terminamos esse módulo estudando sobre o processo de reparo tecidual para compreender como a pele se regenera após as lesões teciduais provocadas pelos peelings físicos e químicos, apresentando-se renovada e rejuvenescida. AN02FREV001/REV 4.0 9 2 TECIDO EPITELIAL Tecido orgânico avascular, formado por células justapostas e com pouco material intercelular. Por não possuir circulação sanguínea própria, é nutrido por difusão a partir do tecido conjuntivo que está próximo a ele (Azulay e Azulay, 1999). É classificado em duas categorias (Beltramini, 2011): Tecido epitelial de revestimento: reveste a superfície corporal externa e as cavidades orgânicas. É formado por células cúbicas, cilíndricas ou prismáticas, que possuem estruturas especializadas que garantem a execução de suas funções. É classificado em subtipos levando em consideração características de sua morfologia, como o número de camadas e o formato das células (FIGURA 1). Tecido epitelial glandular ou secretor: origina-se de uma invaginação de um epitélio de revestimento e é especializado na síntese e secreção de substâncias como hormônios e enzimas. As células secretoras de uma glândula são denominadas parênquima e o tecido conjuntivo nointerior da glândula é denominado estroma. O epitélio glandular pode ser classificado levando-se em consideração características de sua morfologia (número de células) e de sua fisiologia (modo de eliminação das secreções e local onde as secreções são lançadas). Em relação ao local onde a secreção é lançada, as glândulas podem ser classificadas como endócrinas (glândulas sem ductos que distribuem sua secreção diretamente na corrente sanguínea, sendo então distribuída) ou exócrinas (glândulas com ducto excretor que transportam a secreção produzida pela glândula para o meio externo, como por exemplo, as glândulas sudoríparas e lacrimais) (FIGURA 1). FIGURA 1 – TIPOS DE TECIDO EPITELIAL EPITÉLIO DE REVESTIMENTO AN02FREV001/REV 4.0 10 FONTE: DAVID. Tudo sobre biologia. Disponível em: <http://tudosobrebio- profdavid.blogspot.com/2011/08/histologia.html>. Acesso em: 3 nov. 2011. EPITÉLIO GLANDULAR FONTE: PUC RS. Atlas virtual de histologia. Disponível em: <http://www.pucrs.br/fabio/histologia/atlasvirtual/maxim/t-epit-gland-exoc-68a2.htm>. Acesso em: 3 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 11 3 TECIDO CONJUNTIVO Tecido orgânico, vascularizado, que possui um rico material intercelular, composto pela substância fundamental amorfa e por conjuntos organizados de proteínas chamadas de fibras. Possui muitos tipos celulares que realizam as funções de sustentação, preenchimento, transporte de substâncias, defesa orgânica e reparação tecidual (Beltramini, 2011). A substância fundamental amorfa é formada por água, polissacarídeos e proteínas. É incolor, homogênea e de consistência variável. As fibras do tecido conjuntivo são agrupamentos de proteínas polimerizadas que exercem funções importantes para o sistema tegumentar. São de três tipos: colágenas, reticulares e elásticas (Beltramini, 2011). No decorrer deste módulo, ao estudar uma das camadas da pele denominada derme, que é formada por tecido conjuntivo, detalharemos cada tipo específico de fibra. O tecido conjuntivo pode ser agrupado em duas categorias (Beltramini, 2011): Tecido conjuntivo propriamente dito: tipo de tecido conjuntivo que possui os constituintes básicos característicos do tecido (fibras, células e substância fundamental amorfa). Pode ser de dois tipos: frouxo (com grande quantidade de substância intercelular e amorfa e poucas fibras, frouxamente distribuídas; ou denso (oferece mais resistência e proteção, mesmo sendo menos flexível que o tecido conjuntivo frouxo. Possui muitas fibras colágenas e pouca substância amorfa) (FIGURA 2). Tecido conjuntivo de propriedades especiais: variações do tecido conjuntivo com funções e características próprias. Entre eles estão: tecido adiposo, elástico, reticular, mucoso, cartilaginoso e ósseo. AN02FREV001/REV 4.0 12 FIGURA 2 – TECIDO CONJUNTIVO PROPRIAMENTE DITO (TCPD) FONTE: BRUNA. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://biologiacapufrgs.blogspot.com/2011/06/tecido-conjuntivo.html>. Acesso em: 3 nov. 2011. Você entendeu? Os tecidos que estão diretamente relacionados ao sistema tegumentar são o epitelial e o conjuntivo. O tecido epitelial é um tipo de tecido avascular, formado por células justapostas e com pouco material intercelular que pode ser classificado em tecido epitelial de revestimento e tecido epitelial glandular. O tecido conjuntivo é um tipo de tecido vascularizado composto pela substância fundamental amorfa e por conjuntos organizados de proteínas chamadas de fibras. Pode ser agrupado em duas categorias: tecido conjuntivo propriamente dito e tecido conjuntivo de propriedades especiais. AN02FREV001/REV 4.0 13 4 SISTEMA TEGUMENTAR O sistema tegumentar é um conjunto de estruturas que recobre o organismo humano e exerce funções importantes na manutenção do equilíbrio do corpo. Está organizado em camadas intimamente relacionadas: pele, hipoderme e anexos cutâneos (FIGURA 3). FIGURA 3 – SISTEMA TEGUMENTAR FONTE: Dermatologia integrada da pele. Dermatologia. Disponível em: <http://dermatologiadapele.blogspot.com/>. Acesso em: 4 nov.2011. AN02FREV001/REV 4.0 14 4.1 PELE A pele vem sendo exaustivamente estudada em todas suas estruturas e funções por pesquisadores de todo o mundo e existe um consenso de que existem inúmeras possibilidades para abordagem preventiva e de tratamento dos sinais de envelhecimento pela extrema capacidade de resposta a tratamentos e de recuperação (Dermatologia integrada, 2011). Você sabia? A pele é o maior e mais pesado órgão do corpo humano, mede em torno de 1,5 a 2 m2 em um adulto jovem de estatura mediana. É responsável pelo contato do corpo com o meio externo e sua espessura varia de 3 mm nas palmas das mãos e plantas dos pés até 1 mm nas pálpebras. A pele não é somente um envoltório para nosso corpo. Ela exerce inúmeras outras funções: é o primeiro elo de contato com o ambiente externo, responsável pela defesa inicial contra micro-organismos, agressões químicas e mecânicas, é o centro dos sentidos (tato, frio, calor, dor), além de espelhar nossa saúde, emoções e idade. Recobre e protege o organismo da perda excessiva de água, do atrito e dos raios solares ultravioletas (Dermatologia integrada, 2011). Detalhando as funções da pele: Proteção física: barreira de proteção para as estruturas internas do organismo à ação de agentes externos. Também impede perdas de água, eletrólitos e outras substâncias do meio interno. AN02FREV001/REV 4.0 15 Proteção imunológica: graças às células de defesa presentes na derme, a pele é um órgão de grande atividade imunológica, onde atuam intensamente os componentes de imunidade humoral e celular. Termorregulação: graças à sudorese, constrição e dilatação da rede vascular cutânea, a pele processa o controle homeostático da temperatura orgânica. Percepção sensorial: por meio da complexa e especializada rede de terminações nervosas presentes na pele, ela é capaz de perceber e interpretar sensações de calor, frio, dor e tato. Secreção: a pele possui glândulas especializadas na produção de sebo e suor. A secreção sebácea é importante para a manutenção do equilíbrio da pele, particularmente da camada córnea, evitando a perda de água. Além disso, o sebo possui propriedades antimicrobianas e contêm substâncias precursoras da vitamina D. O suor é importante para regulação da temperatura orgânica. A aparência e a função da pele variam de acordo com a área do corpo que se está analisando, porém estruturalmente, existe uma constituição comum a qualquer região, independente de idade ou sexo. Podemos didaticamente dividir a pele em duas camadas: epiderme e derme. Estas duas camadas estão estreitamente relacionadas e exercem suas funções de forma interdependente. O estudo da epiderme e da derme e suas camadas é extremamente importante para o profissional que trabalha com peelings, porque nestas estruturas é que iremos atuar. Precisamos conhecer detalhadamente as características de cada componente anatômico para compreender a profundidade e o mecanismo de ação de cada tipo de peeling. AN02FREV001/REV 4.0 16 4.1.1 Epiderme A epiderme (FIGURA 4) é a camada mais externa da pele. FIGURA 4 - EPIDERME FONTE: WIKIPEDIA. Epidermis. Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Epidermis- delimited.JPG>. Acesso em: 4 nov. 2011. A epiderme é composta por tecido do tipo epitelial e forma a primeira barreira aos agentes externos. É avascular, sendo nutrida por difusão, pela derme. Sua espessura varia segundo a região do corpo. Exerce funções muito importantes para o funcionamento geral do organismo, entre elas, podemos citar: Proteção contratraumas físicos e químicos; Resistência às forças de tensão a epiderme; Prevenção da desidratação e perda de eletrólitos; http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/84/Epidermis-delimited.JPG http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/8/84/Epidermis-delimited.JPG AN02FREV001/REV 4.0 17 Proteção contra o encharcamento de líquidos; Restrição da passagem de corrente elétrica; Proteção contra entrada de substâncias tóxicas; Proteção dos efeitos nocivos dos raios ultravioleta. 4.1.1.1 Camadas da epiderme A epiderme é composta por cinco camadas: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal (FIGURA 5). A camada lúcida que é formada por uma fina camada de células achatadas que não está presente em todas as regiões do corpo. Existe apenas onde a pele é mais grossa (palma das mãos e pés) (CEDERJ, 2010). FIGURA 5 – CAMADAS DA EPIDERME FONTE: MARV. Epidermis. Disponível em: <http://www.marvistavet.com/html/body_pemphigus_foliaceus.html>. Acesso em: 4 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 18 Agora vamos conhecer em detalhes cada uma das camadas da epiderme (FIGURA 6) (Sampaio e Rivitti, 2001). FIGURA 6 – DETALHE DE LÂMINA COM RECORTE DAS CAMADAS DA EPIDERME FONTE: SKINIPÉDIA. Epiderme. Disponível em: <http://skinipedia.org/skin-essentials/skin- physiology-101.html>. Acesso em: 4 nov. 2011. A primeira camada da epiderme é a córnea (FIGURA 7). É a camada mais superficial da pele, constituída por células achatadas mortas, anucleadas, dispostas em lâminas que se sobrepõem formando uma estrutura rígida e hidrófila. Exerce a função de proteção contra agentes físicos, químicos e biológicos, além de impedir a evaporação de água. Nessa camada ocorre desprendimento celular constante para proporcionar a renovação da epiderme. AN02FREV001/REV 4.0 19 FIGURA 7 – CAMADA CÓRNEA DA EPIDERME FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-tegumentar/sistema-tegumentar- 8.php>. Acesso em: 4 nov. 2011. A segunda camada da epiderme é a granulosa (FIGURA 8). Está localizada abaixo da camada córnea e possui células poligonais e achatadas com núcleo central e grânulos de queratina no citoplasma. Mantém a hidratação da pele. FIGURA 8 – CAMADA GRANULOSA DA EPIDERME FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-tegumentar/sistema-tegumentar- 8.php>. Acesso em: 4 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 20 A terceira camada da epiderme é a espinhosa (FIGURA 9). Está localizada abaixo da camada granulosa e é formada aproximadamente dez fileiras de células achatadas, com núcleo central e pequenas expansões citoplasmáticas que conferem o aspecto espinhoso a esta região. FIGURA 9 – CAMADA ESPINHOSA DA EPIDERME FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-tegumentar/sistema-tegumentar- 8.php>. Acesso em: 4 nov. 2011. A última camada da epiderme é a basal ou germinativa (FIGURA 10). FIGURA 10 – CAMADA BASAL DA EPIDERME FONTE: PORTAL SÃO FRANCISCO. Sistema tegumentar. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/corpo-humano-sistema-tegumentar/sistema-tegumentar- 8.php)>. Acesso em: 4 nov. 2011. A camada basal é a camada mais profunda e faz contato direto com a derme. É formada por uma única fileira de células prismáticas, onde ocorre intensa AN02FREV001/REV 4.0 21 divisão celular para renovação da epiderme e substituição das células que são perdidas na camada córnea. Nesse processo as células partem da camada basal e vão sendo deslocadas até a camada córnea, em um período aproximado de 25 dias. Abaixo da camada basal existe uma membrana denominada membrana basal. Essa estrutura é formada por mucopolissacarídeos neutros e proporciona o suporte mecânico (sustentação) para a pele. Em resumo: todas as estruturas e células da epiderme têm como função principal manter o equilíbrio da superfície do corpo, livrando-o de danos físicos (temperatura, umidade e ressecamento, traumas, radiação ultravioleta) químicos (substância ácidas, sabões, detergentes) e biológicos (micro-organismos, como vírus, fungos e bactérias). 4.1.1.2 Células típicas da epiderme As células típicas da epiderme são: Queratinócitos Melanócitos Células de Langerhans (Azulay e Azulay, 1999). Os queratinócitos (FIGURA 11) são as células típicas da epiderme. AN02FREV001/REV 4.0 22 FIGURA 11 - QUERATINÓCITOS FONTE: MIOT, LDB; MIOT, HÁ; SILVA, MG; MARQUES, MEA. Fisiopatologia do melasma. An. Bras. Dermatol. v. 84, n.6, Rio de Janeiro nov./dez. 2009. Os queratinócitos são células em constante renovação. Cada célula deste tipo que é gerada na camada basal da epiderme migra para a superfície (em ciclos de aproximadamente 28 dias) (FIGURA 12), produzindo neste trajeto lipídeos e proteínas, das quais a mais importante é a queratina. Assim que fica repleto de queratina, o queratinócito perde o núcleo e “morre” tornando-se um corneócito (MIOT et al, 2009). Os corneócitos em conjunto com os lipídeos produzidos na epiderme e com o sebo produzido pelas glândulas sebáceas e a água com sais minerais provenientes da sudorese, formam um filme sobre e pele, que constitui a barreira cutânea (MIOT et al, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 23 A barreira cutânea mantém o pH da pele ligeiramente ácido da superfície cutânea, em torno de 5,5 em média; esta barreira é responsável pela não penetração de várias substâncias, ou pela penetração parcial, assim como resiste naturalmente a muitos micro-organismos (MIOT et al, 2009). FIGURA 12 – SUBIDA DOS CORNEÓCITOS DA CAMADA BASAL À CORNEA FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 10 out.2011. BARREIRA CUTÂNEA = CORNEÓCITOS DA CAMADA CÓRNEA + LIPÍDEOS EPIDÉRMICOS E SEBÁCEOS + ÁGUA E ELETRÓLITOS AN02FREV001/REV 4.0 24 Outra célula típica da epiderme é o melanócito (FIGURA 13). O estudo do melanócito é muito importante para quem pretende trabalhar com peelings faciais, porque estas células são responsáveis pela síntese de melanina pigmento que dá cor a pele. Alterações nesta pigmentação dão origem as discromias (manchas faciais), características do envelhecimento e que podem ser tratadas com peelings físicos e químicos (MIOT et al, 2009). FIGURA 13 – MELANÓCITO FONTE: FREE THOUGHT. Melanocyte. Disponível em: <http://www.freethought- forum.com/forum/showthread.php?t=11578&garpg=2>. Acesso em: 5 nov. 2011. Os melanócitos são células arredondadas localizadas em maior número na camada basal da epiderme, responsáveis pela produção de melanina (um dos pigmentos que determina à coloração da pele). Os melanócitos existem na proporção de 1:10 em relação aos queratinócitos e ao contrário destes, não se multiplicam (MIOT et al, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 25 Você sabia? A quantidade de melanócitos é semelhante em todos os indivíduos. As diferenças de cores entre as raças não depende do número e sim da capacidade funcional dos melanócitos. A melanina é um pigmento castanho denso, de alto peso molecular, que fica cada vez mais escuro quanto mais concentrado. É o pigmento principal da coloração da pele e têm sua produção e distribuição determinada geneticamente. Sua função é proteger a pele da radiação solar, por meio de uma reação química, com absorção da radiação (MIOT et al, 2009). Existem doistipos de melanina: as eumelaninas (dão tonalidade escura entre marrom e preto) e as feomelaninas (dão tonalidade clara entre amarelo e vermelho) (MIOT et al, 2009). Nos seres humanos, a pigmentação da pele depende da atividade melanogênica, dentro dos melanócitos, da taxa de síntese de melanina, bem como do tamanho, número, composição e distribuição de partículas do citoplasma dos melanócitos, denominadas melanossomas (FIGURA 14) (MIOT et al, 2009). Os melanossomas são organelas elípticas, altamente especializadas, nas quais ocorre a síntese e deposição de melanina. Quando os melanossomas estão cheio de pigmento, estes são transferidos aos queratinócitos vizinhos, que fazem com que o pigmento migre até as camadas superiores da epiderme. Esse processo de produção e distribuição da melanina chama-se melanogêsese (MIOT et al, 2009). AN02FREV001/REV 4.0 26 FIGURA 14 - MELANOSSOMAS FONTE: BORN SCHOOLS. Melanocyte. Disponível em: <http://blog.dearbornschools.org/renkom/files/2010/10/melanocyte.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. A densidade de melanócitos varia com os diferentes locais do corpo. Há em torno de dois mil ou mais melanócitos epidérmicos por milímetro quadrado de pele da cabeça e antebraço e cerca de mil, no restante do corpo, em todas as raças. O número de melanócitos diminui com a idade, em áreas não fotoexpostas, na proporção de 6 a 8% por década (MIOT et al, 2009). Existem outros pigmentos que também interferem na coloração da pele (MIOT et al, 2009): Carotenoide: pigmentos exógenos amarelos; Hemoglobina oxigenada: vermelho endógeno. Hemoglobina reduzida: azul endógeno. AN02FREV001/REV 4.0 27 Além dos queratinócitos e dos melanócitos existem na pele células de defesa chamadas células de Langerhans (MIOT et al, 2009). As células de Langerhans (FIGURA 15) são células dendríticas móveis com função imunológica que exercem um importante papel protetor na pele. Podem ser encontradas em qualquer camada da epiderme, porém são mais frequentes na camada espinhosa. Possuem grande capacidade fagocitária e ativação de linfócitos T. Existem também na derme, nos linfonodos e no timo. Representam entre 3 e 6% de todas as células epidérmicas. FIGURA 15 – CÉLULAS DE LANGERHANS FONTE: DERMATO-INFO. L'ÉPIDERME. Disponível em: <http://dermato- info.fr/La_peau_normale/Un_organe_multifonction/page2>. Acesso em: 5 nov. 2011. Como já abordado a epiderme não tem vascularização própria e sua nutrição e eliminação de metabólitos se processa por difusão até a derme em uma região chamada junção dermoepidérmica (FIGURA 16). AN02FREV001/REV 4.0 28 Essa área é rica em vasos sanguíneos que se concentram na superfície ondulada desta área, conferindo uma maior área de troca de nutrientes e gases, por meio das papilas dérmicas. FIGURA 16 – JUNÇÃO DERMOEPIDÉRMICA FONTE: UNIVERSIDAD DE LOS ANDES. Histologia. Disponível em: <http://www.medic.ula.ve/histologia/noticiasyeventos/imagenmensual/enero2006.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. Você Entendeu? O sistema tegumentar recobre o organismo humano e exerce funções importantes na manutenção do equilíbrio do corpo. Possui três estruturas: pele, hipoderme e anexos cutâneos. A pele se subdivide em epiderme e derme e exerce inúmeras funções indispensáveis ao equilíbrio do organismo humano. A epiderme é a camada mais externa e possui cinco estratos: córnea, lúcida, granulosa, espinhosa e basal. Suas células típicas são os queratinócitos, os melanócitos e as Células de Langerhans. AN02FREV001/REV 4.0 29 4.1.2 Derme A derme é a segunda camada da pele. Está localizada abaixo da epiderme e acima da hipoderme. Sua superfície é irregular e sua espessura varia de acordo com a região observada. Possui saliências em sua camada mais superficial (papilas dérmicas), que acompanham as reentrâncias correspondes da epiderme formando a junção dermoepidérmica como vimos logo acima. As papilas aumentam a área de contato da derme com a epiderme, reforçando a união entre essas duas camadas. A derme é ricamente vascularizada e inervada. Além dos vasos sanguíneos e linfáticos, e dos nervos, a derme também possui algumas estruturas, derivadas da epiderme: folículos pilosos, glândulas sebáceas e glândulas sudoríparas (anexos cutâneos). 4.1.2.1 Camadas da derme A derme possui duas camadas (FIGURA 17): papilar (mais superficial) e reticular (mais profunda). A camada papilar é a camada mais superficial da derme, situada logo abaixo da camada basal da epiderme. É delgada e formada por tecido conjuntivo do tipo frouxo que forma as papilas dérmicas. Nessa camada foram descritas fibrilas especiais de colágeno, que se inserem por um lado da membrana basal e pelo outro penetram profundamente na derme. Essas fibrilas contribuem para prender a derme à epiderme. A camada reticular é a camada mais profunda da derme. É mais espessa e constituída por tecido conjuntivo do tipo denso. As duas camadas possuem fibras elásticas que dão elasticidade a pele. As células são mais dispersas nesta camada do que na camada papilar. AN02FREV001/REV 4.0 30 FIGURA 17 – CAMADAS DA DERME (PAPILAR E RETICULAR) DP=DERME PAPILAR / DR=DERME RETICULAR FONTE: UFPEL. Disponível em: <http://minerva.ufpel.edu.br/~mgrheing/cd_histologia/especial/peledelgada.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. São funções da derme (Angélica, 2009): Promoção da flexibilidade tecidual; Proteção contra traumas mecânicos; Manutenção da homeostase orgânica; Armazenamento de sangue (necessidades primárias do organismo); Ruborização quando de respostas emocionais; Segunda linha de proteção contra invasões de micro-organismos. AN02FREV001/REV 4.0 31 A vascularização da derme ocorre por meio de dois plexos interligados: o plexo subpapilar (corre dentro da derme papilar, paralelo à epiderme, e fornece um rico suprimento de capilares, arteríolas terminais e vênulas das papilas dérmicas) e os plexos profundos (ao redor dos folículos pilosos e das glândulas écrinas, são compostos de vasos sanguíneos maiores que os do plexo superficial). 4.1.2.2 Células típicas da derme A derme possui algumas células típicas (Junqueira e Carneiro, 2004): Fibroblastos; Fibras colágenas, elásticas e reticulares; Macrófagos; Linfócitos. Os fibroblastos (FIGURA 18) são as células mais comuns do tecido conjuntivo, responsáveis pela síntese produção de fibras colágenas, elásticas, reticulares e também de substância fundamental amorfa (FIGURA 19). Sua forma inativa é denominada fibrócito (citoplasma escasso, baixa atividade celular e cromatina condensada). Estudos atuais indicam que o fibrócito pode tornar-se novamente ativo mediante estímulo inflamatório (BOER, 2010). AN02FREV001/REV 4.0 32 FIGURA 18 – FIBROBLASTO FONTE: INFOESCOLA. Fibroblastos. Disponível em: <http://static.infoescola.com/wp- content/uploads/2010/11/fibroblastos.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. FIGURA 19 – FIBROBLASTO PRODUTOR DE FIBRAS DA DERME FONTE: LIEBSCHI. Fibroblasto. Disponível em: <http://www.colagenohidrolisado.com.br/images/fibroblasto.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 33 Os fibroblastos produzem três tipos de fibras (FIGURA 20) (Junqueira e Carneiro, 2004): Colágenas; Elásticas; Reticulares. FIGURA 20 – FIBRAS DA DERME FONTE: MENDES, M. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://crentinho.wordpress.com/2009/10/12/tecidos-conjuntivos/>. Acesso em: 5 nov. 2011. As fibras colágenas são constituídas por colágeno. São as mais frequentes no tecido conjuntivo. Possuem estriação longitudinal, são grossase resistentes, distendendo-se pouco quando tensionadas (FIGURA 21). AN02FREV001/REV 4.0 34 FIGURA 21 – FIBRAS COLÁGENAS FONTE: HT. Histologia. Disponível em: <http://ht.org.ar/histologia/NUEVAS%20UNIDADES/unidades/unidad3/imagenes/00138O.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. As fibras elásticas são constituídas por elastina. Não apresentam estriações longitudinais. Conferem elasticidade ao tecido conjuntivo frouxo, complementando a resistência das fibras colágenas (FIGURA 22). FIGURA 22 – FIBRAS ELÁSTICAS FONTE: UFRJ. Histologia. Disponível em: <http://acd.ufrj.br/labhac/figura54.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 35 As fibras reticulares também são constituídas por colágeno. São ramificadas e formam um trançado firme que liga o tecido conjuntivo aos tecidos vizinhos. São formadas por uma variação do colágeno (tipo III) e possuem elevado teor de glicídios. Formam o arcabouço de certos órgãos hematopoiéticos (baço e linfonodos) e circundam órgãos epiteliais (fígado e algumas glândulas endócrinas) (FIGURA 23). FIGURA 23 – FIBRAS RETICULARES FONTE: SÓ BIOLOGIA. Tecido conjuntivo. Disponível em: <http://www.sobiologia.com.br/conteudos/Histologia/epitelio12.php>. Acesso em: 5 nov. 2011. Os macrófagos e linfócitos, outros tipos celulares presentes na derme são células que exercem a função de defesa da derme contra o ataque de micro- organismos ou presença de substâncias estranhas ao organismo (Junqueira e Carneiro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 36 4.2 HIPODERME A hipoderme (FIGURA 24), também pode ser chamada de tecido celular subcutâneo. Está situada logo abaixo da derme. Não faz parte da pele, como já vimos, mas está intimamente ligada a ela. A hipoderme é formada por células chamadas adipócitos cuja função principal é acumular gordura atuando como um depósito de gordura. A hipoderme também possui função de proteção térmica, mecânica e é responsável pelos contornos corporais sexuais (distribuição de gordura de padrão feminino ou masculino). FIGURA 24 - HIPODERME FONTE: INFOESCOLA. Hipoderme. Disponível em: <http://www.infoescola.com/anatomia- humana/hipoderme/>. Acesso em: 5 nov. 2011. 4.2.1 Camadas da hipoderme A hipoderme compõe-se por duas camadas: areolar e lamelar (Azulay e Azulay, 1999). AN02FREV001/REV 4.0 37 A camada areolar da hipoderme é a camada mais superficial. É composta por adipócitos globulares e volumosos, em disposição vertical, onde os vasos sanguíneos são numerosos e delicados. Abaixo da camada areolar existe uma lâmina fibrosa, de desenvolvimento conforme a região, que é a fáscia superficial ou subcutânea. Esta fáscia separa a camada areolar da camada lamelar. A camada lamelar da hipoderme é a camada mais profunda. Nessa região ocorre aumento de espessura e ganho de peso, com aumento de volume dos adipócitos, que invadem a fáscia superficial. 4.3 ANEXOS CUTÂNEOS Os anexos cutâneos são estruturas originadas por invaginação da epiderme na derme (FIGURA 25). São eles: Pelos: estruturas queratinizadas que exercem papel protetor. Glândulas sebáceas: secretam o sebo, um hidratante natural da pele e que contribui para a manutenção da textura e flexibilidade do pelo. Glândulas sudoríparas: secretam o suor, secreção que permite a eliminação de produtos tóxicos, resultantes do metabolismo celular, é também, um componente importante do mecanismo da termorregulação. Unhas (placas de células fortemente queratinizadas que crescem nas superfícies dorsais das falanges terminais dos dedos). AN02FREV001/REV 4.0 38 FIGURA 25 – ANEXOS CUTÂNEOS FONTE: SAÚDE TOTAL. Prevenção. Obtido via internet. Disponível em: <http://www.saudetotal.com.br/prevencao/topicos/images/anexos.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. Você Entendeu? A derme é a segunda camada da pele. É ricamente vascularizada e inervada, sendo também responsável pela nutrição da epiderme. Possui duas camadas: papilar (mais superficial, delgada, formada por tecido conjuntivo frouxo) e areolar (mais profunda e espessa e constituída por tecido conjuntivo denso). Sua principal função é a de sustentação da pele e manutenção da resistência e elasticidade do local. A célula típica da derme é o fibroblasto que sintetiza as fibras elásticas, colágenas e reticulares. Essas fibras são responsáveis pelas funções que a derme exerce. Logo abaixo da derme está a hipoderme. Embora não faça parte da pele, a hipoderme está diretamente ligada a ela. É formada por tecido adiposo e sua célula típica é o adipócito, responsável por acumular gordura. A hipoderme é disposta em duas camadas: areolar (mais superficial, composta por adipócitos volumosos) e lamelar (mais profunda). Permeando essas camadas estão os anexos cutâneos: pelos, unhas, glândulas sebáceas e sudoríparas. AN02FREV001/REV 4.0 39 5 ANATOMIA BÁSICA DA FACE A face ou rosto é a parte frontal da cabeça onde se encontram o nariz, os olhos e a boca. É delimitada pelos espaços entre a testa e o queixo e de uma orelha à outra. O formato da face é próprio de cada indivíduo e é determinado pelos ossos, pela gordura e pelos músculos faciais. Nas estruturas da face podem ser percebidos os primeiros sinais do envelhecimento, como a flacidez muscular e de pele, as rugas e manchas, disfunções que podemos tratar com os peelings físicos e químicos. Daí a importância de conhecermos a anatomia e os contornos faciais. 5.1 OSSOS DA FACE A face é constituída por 14 ossos (FIGURA 26), sendo que seis são pares e dois são ímpares (QUADRO 1). QUADRO 1 – OSSOS DA FACE PARES ÍMPARES MAXILA VÓMER (O VÓMER É O OSSO QUE SEPARA AS DUAS NARINAS) ZIGOMÁTICO MANDÍBULA LACRIMAL NASAL CORNETO INFERIOR PALATINO FONTE: adaptado de WIKIPÉDIA. Cabeça. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Cabe%C3%A7a>. Acesso em: 5 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 40 FIGURA 26 – OSSOS DA FACE FONTE: 4SHARED. Ossos da face. Disponível em: <http://www.4shared.com/photo/pHyMsQkF/02_ossos_da_face.html>. Acesso em: 5 nov. 2011. 5.2 MÚSCULOS DA FACE E DO PESCOÇO Os músculos da face (FIGURA 27) normalmente são de pequeno comprimento e exercem funções específicas. Para estudo, podem ser subdivididos em: subcutâneos da cabeça e mastigadores (QUADRO 2): AN02FREV001/REV 4.0 41 QUADRO 2 – MUSCULOS DA FACE SUBCUTÂNEOS MASTIGADORES OCCIPITOFRONTAL MASSETER TEMPOROPARIETAL TEMPORAL ORBICULAR DO OLHO PTERIGOIDEO LATERAL CORRUGADOR DO SUPERCÍLIO PTERIGOIDEO MEDIAL PRÓCERO NASAL BUCINADOR ORBICULAR DA BOCA LEVANTADOR DO ÂNGULO DA BOCA ABAIXADOR DO ÂNGULO DA BOCA LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR ABAIXADOR DO LÁBIO INFERIOR LEVANTADOR DO LÁBIO SUPERIOR E DA ASA DO NARIZ ZIGOMÁTICO MAIOR ZIGOMÁTICO MENOR MENTUAL RISÓRIO FONTE: adaptado de WIKIPÉDIA. Anatomia da cabeça. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Anatomia_da_cabe%C3%A7a_e_pesco%C3%A7o>). Acesso em: 5 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 42 FIGURA 27 – MÚSCULOS DA FACE FONTE: SOS CORPO. Anatomia. Disponível em: <http://www.soscorpo.com.br/anatomia/s- mus03.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. 5.3 CIRCULAÇÃO ARTERIAL E VENOSA DA FACE As artérias carótidas interna e externa e a artéria carótida comum são responsáveis pela irrigação do pescoço e da cabeça (FIGURA 28): A artéria carótida interna penetra no crânio através do canal carotídeo e supre as estruturas internas do mesmo. Os ramos terminais da artéria carótida interna são a artéria cerebral anterior (supre a maior parte da face medial do cérebro)e artéria cerebral média (supre a maior parte da face lateral do cérebro). A artéria carótida externa: irriga pescoço e face. Seus ramos colaterais são: artéria tireoide superior, artéria lingual, artéria facial, artéria occipital, artéria auricular posterior e artéria faríngea ascendente. Seus ramos terminais são: artéria temporal e artéria maxilar. AN02FREV001/REV 4.0 43 FIGURA 28 – ARTÉRIAS DA FACE FONTE: WECKER, JE. Sistema arterial. Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/cardiovascular/arterias.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. A drenagem venosa da face se dá pelas seguintes veias (FIGURA 29): Facial comum; Facial; Plexo pterigoideo; Retromandibular; Temporal superficial; Auriculares posteriores; Occipital; Plexo venoso suboccipital. AN02FREV001/REV 4.0 44 FIGURA 29 – DRENAGEM VENOSA DA FACE FONTE: WECKER, JE. Sistema venoso. Disponível em: <http://www.auladeanatomia.com/cardiovascular/veias.htm>. Acesso em: 5 nov. 2011. 5.4 INERVAÇÃO DA FACE Os nervos cutâneos do pescoço encobrem os nervos da face. Os ramos cutâneos dos nervos cervicais, provenientes do plexo cervical, estendem-se sobre a orelha, a face posterior do pescoço e muito da região parotídea da face (área que se estende sobre o ângulo da mandíbula). O nervo trigêmeo é o nervo sensitivo para a face e é o nervo motor para os músculos da mastigação e diversos pequenos músculos (PARALISIA FACIAL, 2011). Os processos periféricos do gânglio trigeminal constituem: O nervo oftálmico; O nervo maxilar; AN02FREV001/REV 4.0 45 O componente sensitivo do nervo mandíbula. Estes nervos são nomeados de acordo com as suas áreas principais de terminação (olho, maxila, mandíbula) respectivamente (FIGURA 30): Nervo oftálmico: enerva a pele da testa, a pálpebra superior, a túnica conjuntiva e o nariz lateralmente até à ponta. Nervo maxilar: enerva a pele da parte posterior do lado do nariz, a pálpebra inferior, a bochecha, o lábio superior e o lado lateral da abertura da órbita. Nervo mandibular: enerva a pele do lábio inferior, a parte inferior da face, a região temporal e parte da orelha. FIGURA 30 – NERVOS DA FACE FONTE: PARALISIA FACIAL. Enervação da face. Disponível em: <http://www.paralisiafacial.com/wp- content/uploads/2011/06/paralisia-facial-nervos-da-face.gif>. Acesso em: 5 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 46 Os nervos motores da face são o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo mandibular para os músculos da mastigação (masseter, temporal, pterigoides medial e lateral). Estes nervos também suprem alguns músculos mais profundamente situados, descritos posteriormente em relação à boca, à orelha média e ao pescoço. 5.5 REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO Os linfáticos da cabeça e do pescoço podem ser superficiais ou profundos (FIGURA 31): a) Linfáticos superficiais: Linfonodos occipitais: drenam a parte posterior do couro cabeludo. Linfonodos retroauriculares: drenam a porção lateral da cabeça. Linfonodos parotídeos superficiais: drenam a porção superior da face e a região temporal. Linfonodos submandibulares: drenam a região submandibular e porção lateral da língua. Linfonodos submentais: drenam a gengiva, o lábio inferior e parte mediana da língua. b) Linfáticos profundos: o grupo principal dos linfonodos cervicais profundos forma uma cadeia de dez a doze linfonodos ao longo da v. jugular interna e costuma ser dividido em grupo superior e inferior. Nestes grupos dois linfonodos recebem nomes específicos: linfonodo júgulo-digástrico e linfonodo júgulo-omo-hioideo. AN02FREV001/REV 4.0 47 FIGURA 31 – REDE LINFÁTICA DA CABEÇA E DO PESCOÇO FONTE: SISTEMA NERVOSO. Neuroanatomia. Disponível em: <http://www.sistemanervoso.com/pagina.php?secao=1&materia_id=421&materiaver=1>. Acesso em: 5 nov. 2011. Você Entendeu? A face é a parte frontal da cabeça, delimitada pelos espaços entre a testa e o queixo e de uma orelha à outra. Possui 14 ossos, sendo seis pares e dois ímpares. Os músculos da face podem ser subdivididos em: subcutâneos da cabeça e mastigadores. As artérias carótidas interna e externa e a artéria carótida comum são responsáveis pela irrigação do pescoço e da cabeça. A drenagem venosa da face se AN02FREV001/REV 4.0 48 dá pelas veias: facial comum, facial, plexo pterigoideo, retromadibular, temporal superficial, auriculares posteriores, occipital e plexo venoso suboccipital. O nervo trigêmeo é o nervo sensitivo para a face e é o nervo motor para os músculos da mastigação. Os nervos motores da face são o nervo facial, para os músculos da expressão facial, e a raiz motora do nervo mandibular para os músculos da mastigação. Os linfáticos da cabeça e do pescoço podem ser superficiais ou profundos. Ao realizar qualquer processo de peeling geramos uma escoriação nas camadas da epiderme e da derme (de acordo com a profundidade que desejamos alcançar), o que gera um processo de reparo local, com o estímulo das células fibroblásticas e a geração de novas fibras de colágeno e elastina, melhorando os sinais de envelhecimento. Para compreender como esse processo ocorre precisamos fazer uma revisão sobre como ocorre à regeneração celular. 6 REGENERAÇÃO CELULAR O processo de regeneração celular no caso de peelings proporciona a restauração integral dos tecidos, ou seja, se não houver intercorrências, há a reposição tissular "original". A pele retorna da mesma maneira que era antes, sem cicatrizes, apenas com aspecto renovado. A agressão que o peeling físico ou químico gera na pele provoca uma resposta inflamatória aguda que se manifesta por edema e formação de exsudato seroso, rico em leucócitos, que cessa em menos de 24 horas. As células epidérmicas, das margens da área tratada e das invaginações epidérmicas dos folículos pilosos e glândulas sudoríparas e sebáceas começam a proliferar e migrar para a região, ocluindo rapidamente sua superfície (FIGURA 32) (SANTOS, 2011). AN02FREV001/REV 4.0 49 FIGURA 32 – REGENERAÇÃO TECIDUAL FONTE: BUONA VITA. Fatores de Crescimento. Disponível em: <http://buonavitaoficial.blogspot.com/2010/09/bem-vindo-ao-futuro.html>. Acesso em: 5 nov. 2011. O processo de cicatrização compõe-se por três estágios interdependentes e simultâneos, que são descritos em fases: Inflamatória; Fibroplasia; Maturação. 6.1 FASE INFLAMATÓRIA Logo após a agressão, as células se contraem (vasoconstrição) por 5 a 10 minutos, para propiciar o fechamento dos vasos lesados. Em seguida, as células endoteliais retraem-se e perdem suas conexões, aumentando a permeabilidade vascular e permitindo a passagem dos elementos sanguíneos para a ferida; plasma, eritrócitos e leucócitos. Essa vasodilatação forma um exsudato (edema), traduzido AN02FREV001/REV 4.0 50 clinicamente por tumor, calor, rubor e dor, cuja intensidade correlaciona-se com o tipo e grau de agressão (SANTOS, 2011). Em conjunto com todas estas alterações (resposta vascular), existe uma resposta celular: os neutrófilos são responsáveis pela digestão de bactérias e tecidos desvitalizados e os monócitos transformam-se em macrófagos e auxiliam na fagocitose de bactérias e restos celulares (SANTOS, 2011). Após o trauma, são liberados mediadores celulares que estimulam a síntese de substâncias, que desenvolvem a inflamação (histamina, serotonina, bradicinina, prostaglandinas). O fator de crescimento é liberado pelas células epidérmicas e plaquetas (SANTOS, 2011). 6.2 FASE DE FIBROPLASIA Nesta fase ocorre a reparação do tecido conjuntivo e epitelial.Na reparação do tecido conjuntivo ocorre a formação do tecido de granulação, com proliferação endotelial e fibroblastos. O fibroblasto surge por volta do segundo e terceiro dia após o trauma e o fibrinogênio do exsudato inflamatório transforma-se em fibrina, formando uma rede, onde os fibroblastos depositam-se e passam a multiplicar-se e a secretar os componentes proteicos do tecido cicatricial (SANTOS, 2011). Ao mesmo tempo, ocorre intensa proliferação vascular. Este tecido formado por fibroblastos, substâncias produzidas por eles e vasos sanguíneos é denominado tecido de granulação, clinicamente apresentando-se com aspecto granuloso e avermelhado. O miofibroblasto é uma célula que está presente no tecido de granulação e confere capacidade contrátil, reduzindo a área cruenta e facilitando a epitelização (SANTOS, 2011). A atividade mitótica do fibroblasto termina por volta do 15º dia, quando eles passam a secretar as proteínas presentes no tecido de granulação, produzindo componentes da substância fundamental e colágeno. A formação do epitélio é outro fenômeno que ocorre na fase de fibroplasia. Esta epitelização faz-se pelo aumento de tamanho, da divisão e da migração das células da camada basal da epiderme por sobre a área de reparação do tecido conjuntivo subjacente (SANTOS, 2011). AN02FREV001/REV 4.0 51 6.3 FASE DE MATURAÇÃO Nesta fase ocorrem dois eventos importantes: deposição, agrupamento e remodelação do colágeno e regressão endotelial. A remodelação do colágeno inicia- se na formação do tecido de granulação e mantém-se por meses após a reepitelização. As colagenases e outras proteases produzidas por macrófagos e células epidérmicas dão direção correta às fibras colágenas difusas. Há diminuição de todos os elementos celulares, inclusive fibroblastos, bem como dos elementos do tecido conjuntivo. A regressão endotelial ocorre por meio da diminuição progressiva de vasos neoformados, clinicamente a cicatriz se torna menos espessa, passando de uma coloração rosada para esbranquiçada (SANTOS, 2011). Você Entendeu? O processo de regeneração celular após os peelings se dá em três estágios interdependentes e simultâneos, que são descritos em fases: inflamatória (fase inicial em que ocorre aumento da circulação local e edema), fibroplasia (fase intermediária em que ocorre proliferação das células endoteliais) e maturação (fase de reparo final em que surge uma nova pele, regenerada). Aqui concluímos o primeiro módulo do nosso curso de peelings faciais. Neste módulo fizemos uma revisão sobre as estruturas do sistema tegumentar, sobre as quais iremos atuar com os peelings físicos e químicos. Estudamos as principais características dos tecidos epitelial e conjuntivo. Vimos que o sistema tegumentar é um conjunto de estruturas que recobre o organismo humano e é formado por pele (epiderme/derme), hipoderme e anexos cutâneos. Revisamos também a anatomia básica da face (ossos, músculos, irrigação, enervação, linfáticos). Finalizando o módulo, estudamos sobre o processo de regeneração celular que ocorre em peles submetidas aos peelings químicos ou físicos. AN02FREV001/REV 4.0 52 No próximo módulo iremos abordar as conceituações dos peelings, indicações e contraindicações, disfunções tratadas com peelings e a avaliação inicial do indivíduo candidato ao peeling. FIM DO MÓDULO I AN02FREV001/REV 4.0 53 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PEELINGS FACIAIS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 54 CURSO DE MÓDULO II - PEELINGS FACIAIS E AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 55 MÓDULO II Olá, seja bem-vindo (a) ao II módulo do curso de PEELINGS FACIAIS. Neste módulo, iremos abordar conceitos gerais importantes em relação aos peelings, indicações e contraindicações das técnicas específicas, principais disfunções faciais tratadas com peelings e avaliação da face prévia a realização do procedimento. 7 DEFINIÇÃO E CONCEITUAÇÃO GERAL DOS PEELINGS O termo peeling provém do verbo em inglês to peel do inglês, que significa pelar, descamar, desprender. Essa denominação nos leva a conceituação dos peelings: O termo peeling agrupa vários métodos que promovem algum grau de esfoliação com destruição/remoção de camadas da pele, seja por esfoliação física (dermoabrasão e microdermoabrasão) ou química (agentes químicos esfoliantes). O laser também pode ser usado como um tipo de peeling físico. Abrasão da pele promovida por ácidos, lixamento ou laser visando à renovação da pele baseando-se na descamação cutânea superficial, média ou profunda. AN02FREV001/REV 4.0 56 8 HISTÓRICO DO USO DOS PEELINGS Existem relatos da antiguidade de que mulheres do antigo Egito se banhavam em leite fermentado para amaciar e revigorar a pele. Apesar de não possuírem o conhecimento científico sobre o que estavam fazendo, estavam realizando um peeling superficial com um alfa-hidroxiácido denominado ácido lático, que é derivado do leite. Há indícios de que mulheres turcas utilizavam o fogo para chamuscar a pele, promover uma esfoliação leve e melhorar seu aspecto. Na Índia, as mulheres passavam na pele uma mistura de urina com pedra-pomes para estimular a descamação dos tecidos. Todos esses relatos refletem a busca pela pele perfeita, clara, sem manchas, sem rugas, sem sinais de envelhecimento. De forma sistemática, a primeira documentação dos peelings na literatura dada de 1941, quando os pesquisadores Eller e Wolf empregaram a escarificação e o peeling cutâneo para o tratamento de cicatrizes. O interesse dos americanos neste campo aumentou com ingresso de dermatologistas europeus a partir de 1940. Ayres (1960) e Baker Gordon (1961) introduziram o que chamamos da era moderna dos peelings químicos. Brody e Hailey (1986) combinaram dois agentes superficiais para produzirem um peeling de profundidade média. A partir da introdução do uso do laser na dermatologia, iniciou-se uma nova era na área dos peelings físicos e químicos (Kede e Sabatovich, 2004). 9 PRINCIPAIS TIPOS DE PEELINGS Os peelings podem ser classificados como químicos (enzimáticos, clareadores, despigmentantes, revitalizantes) ou físicos (dermoabrasão, microdermoabrasão, laser) de acordo com o agente que realiza a esfoliação. AN02FREV001/REV 4.0 57 10 PROFUNDIDADE DOS PEELINGS Dependendo da camada da pele que atingem, os peelings podem ser classificados em (Kede e Sabatovich, 2004): Muito superficiais (estrato córneo): também conhecida como esfoliação, essa técnica atinge apenas a camada córnea da epiderme, fazendo uma abrasão suave. Não apresenta riscos de complicações ao paciente. Pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em qualquer área do corpo. Não causa nenhum sinal após sua realização. Normalmente é feita previamente a outros tratamentos estéticos, como a limpeza de pele. É realizada por meio de agentes esfoliativos naturais como sementes de frutas ou sintéticos como as microesferas de polietileno (FIGURA 33). FIGURA 33 – PEELING MUITO SUPERFICIAL FONTE: MACEDO, B. Peelings. Disponível em: <http://betemacedo.blogspot.com/p/peeling.html>.Acesso em: 5 nov. 2011. Superficiais (epidérmico): atingem camadas mais profundas da epiderme, causando mais sinais, conforme a profundidade aumenta. Causam AN02FREV001/REV 4.0 58 discreta ardência e vermelhidão da pele que dura de dois a cinco dias. Os peelings superficiais, em geral, são realizados com intervalos que variam de uma semana a 15 dias, em uma série de 5 a 6 peelings. São indicados para rugas muito suaves, manchas superficiais da pele, acne leve e fotoenvelhecimento leve (FIGURA 34). FIGURA 34 – NÍVEL DE ATUAÇÃO DO PEELING SUPERFICIAL FONTE: HISTOPATOLOGIA. Pele. Disponível em: <http://www.histopato.com/azul/Hipertext/rep-piel.htm>. Acesso em: 10 out.2011. Médios (dérmico papilar): age mais profundamente, junto à derme papilar e retira lesões mais profundas, clareando manchas e alterações de superfície da pele, como rugas, algumas cicatrizes de acne e as ceratoses, provocam descamação mais espessa e escura, necessitando de sete a quinze dias para retorno à vida normal. Causam a formação de uma crosta enegrecida que se desprende em três a sete dias (FIGURA 35). AN02FREV001/REV 4.0 59 FIGURA 35 – NÍVEL DE ATUAÇÃO DO PEELING MÉDIO FONTE: HISTOPATOLOGIA. Pele. Disponível em: <http://www.histopato.com/azul/Hipertext/rep-piel.htm>. Acesso em: 10 out.2011. Profundos (dérmico reticular): são peelings extremamente agressivos, que provocam descamação total da derme papilar e exposição da derme reticular (FIGURA 36). É reservado para casos severos de cicatrizes de acne, marcas de expressão profundas, graves discromias infiltradas na derme e degeneração das fibras de colágeno e elastina. Necessitam de um período maior de recuperação, em que o paciente deve se reservar da exposição solar e adotar cuidados adicionais de proteção como o uso de óculos escuros e chapéu durante o tempo de recuperação. Os peelings profundos provocam uma descamação total da epiderme e consequente reepitelização e formação de neocolágeno. O tempo médio para retorno às atividades normais é cerca de 20 dias. AN02FREV001/REV 4.0 60 FIGURA 36 – NÍVEL DE ATUAÇÃO DO PEELING PROFUNDO FONTE: HISTOPATOLOGIA. Pele. Disponível em: <http://www.histopato.com/azul/Hipertext/rep- piel.htm>. Acesso em: 10 out.2011. O quadro três resume os níveis e profundidades dos peelings e disfunções que podem tratar: QUADRO 3 – NÍVEIS DE PEELINGS NÍVEL DO PEELING PROFUNDIDADE DISFUNÇÕES TRATÁVEIS Muito Superficial Camada córnea da epiderme Pele áspera, sem brilho, descamativa. Superficial Pode atingir até a camada basal da epiderme Manchas superficiais, rugas finas, leves sequelas de acne. Médio Epiderme e derme papilar Rugas mais profundas, manchas, cicatrizes de acne. Profundo Epiderme, derme papilar e reticular Envelhecimento total da pele, cicatrizes profundas de acne. FONTE: baseada em Ramos e Silva, 2009. AN02FREV001/REV 4.0 61 Os peelings médios e profundos são procedimentos com indicações precisas e que são de uso exclusivo de médicos, pois demandam o uso de aparato médico hospitalar. A destruição mais profunda de estruturas da derme requer maior tempo e cuidado para a reparação, o índice de efeitos adversos e de desconforto pós- procedimento é maior e devem ser monitorados por dermatologista experiente. Suas indicações devem sempre justificar os riscos (Ramos e Silva, 2009). Por conta destes riscos, atualmente muitos profissionais utilizam métodos de peeling superficial seriados. Isso significa um maior número e frequência de sessões proporcionando melhoras progressivas, porém com mínimo ou nenhum desconforto. Esses peelings são repetidos semanal ou quinzenalmente e sua recuperação não necessita de isolamento, apenas de alguns cuidados como hidratação e proteção solar. Também existem produtos para uso domiciliar que conferem um bom perfil de segurança para autoaplicação, desde que seguidas às indicações, forma de uso e cuidados complementares e que potencializam os efeitos dos peelings seriados (Ramos e Silva, 2009). 11 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES GERAIS DO USO DOS PEELINGS Correção de rugas e sulcos cutâneos Afinamento do tecido epitelial Hiperqueratoses Cicatrizes Estrias Remoção de comedões e milliuns Elastoses AN02FREV001/REV 4.0 62 Discromias Lesões cuneiformes Tatuagens Sequelas de acne Sequelas de varicela Foliculite São contraindicações gerais à realização dos peelings: Processos inflamatórios cutâneos Pacientes com distúrbios de cicatrização Gestantes Diabetes descompensada Distúrbios de coagulação Distúrbios de cicatrização Acne ativa Eczemas/dermatites/lesões de psoríase AN02FREV001/REV 4.0 63 Câncer de pele Lesões virais como herpes ativo Lesões vasculares Uso de anticoagulantes Você entendeu? Como vimos, o peeling é uma técnica que promove uma abrasão da pele através do uso de ácidos, lixamento ou laser e favorece a renovação da pele podendo ser muito superficial (atinge o estrato córneo da epiderme), superficial (atingem camadas mais profundas da epiderme) médio (atinge a derme papilar) ou profundo (atinge a derme reticular). Os peelings médios e profundos só podem ser executados por médicos e com aparato médico hospitalar. Muitos profissionais utilizam métodos de peeling superficial seriados (maior número e frequência de sessões proporcionando melhora progressiva, porém com pouco desconforto). 12 PRINCIPAIS DISFUNÇÕES TRATADAS COM PEELINGS 12.1 ENVELHECIMENTO FACIAL O envelhecimento é um processo progressivo causado por múltiplos fatores que se caracteriza pela diminuição das capacidades físicas e mentais dos indivíduos. O organismo humano como um todo vai se tornando menos capaz de responder aos estresses endógenos ou exógenos (Guirro e Guirro, 2004). AN02FREV001/REV 4.0 64 Todos os tecidos orgânicos são alterados pelo envelhecimento, porém, na face, essas alterações são mais perceptíveis. O colágeno e a elastina vão perdendo suas propriedades naturais e aparecem as atrofias, rugas, sulcos e flacidez, que são os sinais mais característicos da pele envelhecida. Esse processo acelera-se após os 30 anos. A pele envelhecida é caracterizada por ser uma pele seca, ondulada, enrrugada, flácida, com alteração da pigmentação e lesões resultantes dos danos solares (FIGURA 37) (Guirro e Guirro, 2002). FIGURA 37 – PELE ENVELHECIDA FONTE: adaptado de OLIVERA, L. Blefaroplastia. Disponível em: <http://dr- luizamoliveira.com.br/Blefaroplastia.php>. Acesso em: 10 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 65 O envelhecimento pode ser classificado em dois tipos: Envelhecimento intrínseco ou cronológico (fisiológico); Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento (fatores externos). 12.1.1 Envelhecimento intrínseco ou cronológico Esse tipo de envelhecimento é o envelhecimento natural, causado pela deteriorização dos sistemas orgânicos. Atinge a todos os seres humanos e é teoricamente inevitável, sendo conferido à passagem do tempo. Ocorrem modificações no aspecto, estrutura e nas funções da pele; as fibras colágenas tornam-se grossas e as fibras elásticas perdem parte de sua elasticidade; queda do metabolismo; redução do conteúdo de água no organismo; perda de massa muscular esquelética, entre outras alterações. O envelhecimento intrínseco na mulher começa a ser notado por volta dos quarenta anos, quando se inicia a redução da produção hormonal ovariana. Embora esse tipo de envelhecimento seja um processo natural, fisiológico e esperado, na maioria das vezes causa umimpacto negativo na qualidade de vida do indivíduo que começa a notar sinais na pele. Após os quarenta anos, todo o tecido cutâneo (sobretudo a epiderme e a derme) sofre modificações funcionais que repercutem na estética da face. A mulher passa a perceber a pele mais ressecativa, frágil e desvitalizada, surgem os primeiros sinais de enrrugamentos e sulcos, além da flacidez da pele e da musculatura da face. Por outro lado, muitos são os avanços da medicina nas áreas de dermatologia e medicina estética, com variadas técnicas que buscam amenizar os sinais do tempo, sobretudo das áreas mais expostas ao sol, como face, mãos e colo. Dentre os vários procedimentos propostos, os peelings estão entre os mais executados. AN02FREV001/REV 4.0 66 Os principais fatores que contribuem para o envelhecimento intrínseco são: Fatores hormonais (diminuição dos níveis de estrógeno e progesterona): a redução nos níveis dos hormônios pela menopausa altera as camadas da pele. A camada córnea da epiderme torna-se reduzida e frouxa. Sem o mesmo nível de estímulo hormonal, ocorre redução da síntese de colágeno e da quantidade de fibras elásticas. Ocorre redução da capacidade de retenção de água pelas células e desacelera a atividade das glândulas sudoríparas e sebáceas. Nos primeiros cinco anos de climatério a mulher perde de 30% a 40% do colágeno total do organismo. Depois desse período a perda é mais lenta (2% de colágeno ao ano). A diminuição do estrógeno provoca, entre outras alterações: Diminuição da atividade mitótica (capacidade de regeneração da pele); Diminuição da síntese de colágeno (flacidez e rugas); Diminuição da resistência a choques mecânicos (hematomas); Concentração de queratina (espessamento de pés, joelho e cotovelo). Fatores genéticos: certas pessoas envelhecem mais rapidamente do que outras, sugerindo que exista uma predisposição genética que influencia o processo de envelhecimento. Indivíduos com pele branca tendem a apresentar sinais de envelhecimento mais cedo que os indivíduos negros. AN02FREV001/REV 4.0 67 12.1.2 Envelhecimento extrínseco ou fotoenvelhecimento Causada por fatores externos, que durante a vida do indivíduo, interferem negativamente sobre a qualidade da pele, acelerando os sinais de envelhecimento. Clinicamente a pele apresenta uma superfície irregular com muitos sulcos e rugas, de textura espessa, com manchas e de coloração amarelada. Nos casos mais avançados apresenta grandes sulcos e muitas manchas. Pode vir acompanhada de outras disfunções (rosácea, ceratoses, telangiectasias, neoplasias, entre outras). Os principais fatores que contribuem para o envelhecimento extrínseco são: Fotoenvelhecimento: principal fator desencadeador do envelhecimento extrínseco. Depende do grau de exposição ao sol e da pigmentação da pele de cada indivíduo. Pessoas que vivem em locais de climas ensolarados e que têm pouca pigmentação cutânea terão maior fotoenvelhecimento. A radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol agride a pele e é responsável pelo aparecimento de rugas, sulcos, alterações pigmentares, telangiectasias, queratoses e até melanomas (FIGURA 38). O quadro 4 resume as principais características do fotoenvelhecimento. QUADRO 4 – PRINCIPAIS ALTERAÇOES DO FOTOENVELHECIMENTO Alterações da pigmentação: melanoses e queratoses actínicas Degeneração das fibras elásticas e colágeno da derme Acentuação importante do processo de envelhecimento natural Manchas hipercrômicas (escuras) e hipocrômicas (claras) Rugas finas e flacidez tissular Mudanças da textura (aspereza), afinamento e desidratação da pele AN02FREV001/REV 4.0 68 FIGURA 38 – FOTOENVELHECIMENTO FONTE: adaptado de PERUZO, M. Novo e aprimorado peeling de fenol. Disponível em: <http://calvicieoforum.saude.ws/viewtopic.php?f=2&t=5942>. Acesso em: 10 nov. 2011. Tabagismo: a nicotina causa vasoconstrição e hipóxia da pele. A isquemia crônica dos tecidos gera lesão das fibras elásticas e diminuição da síntese do colágeno, tornando a pele mais espessa e fragmentada. O cigarro pode aumentar o número de rugas na região da boca, bochecha, colo e pescoço (FIGURA 39) (QUADRO 5). QUADRO 5 – PRINCIPAIS ALTERAÇÕES CAUSADAS PELO TABAGISMO Linhas de expressão ao redor dos lábios e nos cantos dos olhos Numerosas linhas superficiais nas bochechas e região mandibular Proeminência óssea e aprofundamento das bochechas Atrofia e tonalidade cinzenta da pele AN02FREV001/REV 4.0 69 FIGURA 39 – RUGAS CAUSADAS PELO TABAGISMO FONTE: HYPESCIENCE. Fáscie de fumante. Disponível em: <http://hypescience.com/wp- content/uploads/2008/05/?DD>. Acesso em: 10 nov. 2011. Radicais livres: espécies químicas que realizam funções importantes para a defesa do organismo. Porém, podem ser prejudiciais ao metabolismo quando ocorre um aumento excessivo na sua produção. O excesso de radicais livres (estresse oxidativo), acelera o envelhecimento natural. Nutricionais: carência de vitaminas, desidratação de pele, excesso de álcool. Agressões ambientais: frio, vento, poluição. Condições gerais dos outros órgãos: fígado, rim. Doenças cutâneas ou sistêmicas associadas: diabetes, hipotireoidismo, melanomas. AN02FREV001/REV 4.0 70 12.1.3 Modificações histológicas do envelhecimento cutâneo O envelhecimento causa modificações histológicas nas duas camadas da pele: epiderme e derme; na hipoderme e nos anexos cutâneos. 12.1.3.1 Modificações da epiderme Diminuição da espessura e desordenamento da arquitetura celular; Aumento da queratina (engrossando sola dos pés, joelho e cotovelo); Diminuição do número de melanócitos (proteção contra os raios UV); Anomalia no número e na distribuição dos melanócitos; Diminuição do número das células de Langerhans (reduzindo a resposta imune e facilitando o aparecimento de células cancerígenas); Diminuição das respostas inflamatórias (menor ardor à exposição solar); Redução da junção dermoepidérmica (menor nutrição epidérmica). 12.1.3.2 Modificações da derme: Diminuição do número de fibroblastos; AN02FREV001/REV 4.0 71 Redução do plexo vascular papilar (alterações vasculares); Redução do número de terminações nervosas; Fibras elásticas (mais grossas e aglomeradas); Fibras de colágeno (mais delgadas e fragmentadas - flacidez); Fixação menor de água pelo Ácido Hialurônico (ressecamento da pele). 12.1.3.3 Modificações da hipoderme Diminuição do número e tamanho das células gordurosas; Diminuição do coxim adiposo (menor resistência aos traumas); Lesões cutâneas 12.1.3.4 Modificações nos anexos cutâneos Cabelos: envelhecimento dos melanócitos no bulbo piloso (cabelos brancos); diminuição progressiva dos folículos pilosos (queda do cabelo); Unhas: crescem mais lentamente, frágeis, sem brilho; Glândulas sebáceas: diminuição da secreção de sebo (pele ressecada); Glândulas sudoríparas: reduzem em número e em atividade secretora; AN02FREV001/REV 4.0 72 Pelos: esbranquiçados, diminuição em número e volume. O quadro seis resume as principais alterações na pele decorrentes do envelhecimento intrínseco e extrínseco. QUADRO 6 – ALTERAÇÕES DA ESTRUTURA DA PELE FRENTE AO ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO E EXTRÍNSECO ALTERAÇÕES CUTÂNEAS ENVELHECIMENTO INTRÍNSECO ENVELHECIMENTO EXTRÍNSECO Rugas Finas Profundas Camada córnea Pouco alterada Reduzida Displasias Raras Frequentes Colágeno Alterações discretas Fibras fragmentadas e alteradas Elastina Discreta fragmentação Degeneração Melanócitos Alterações discretas Produção demelanina Discromias Poucas alterações Hipocromias e hipercromias Câncer de pele Incidência Queratoses solares (lesões pré- cancerosas) Outras alterações Hipertrofia de glândulas sebáceas com menor produção de sebo (pele ressecada e com poros dilatados) Você Entendeu? O envelhecimento é um processo progressivo em que todos os tecidos são alterados, porém, na face, essas alterações são mais perceptíveis. O colágeno e a elastina perdem suas propriedades naturais e aparecem as atrofias, rugas, sulcos e flacidez em um processo que se acelera após os 30 anos. Existem dois tipos de envelhecimento: intrínseco (fisiológico ou natural) ou extrínseco (fatores externos ou fotoenvelhecimento). Os fatores que contribuem para o envelhecimento intrínseco são os hormonais ou genéticos. O envelhecimento extrínseco pode ser causado por: exposição solar (principal fator), tabagismo, radicais livres, nutricionais, agressões AN02FREV001/REV 4.0 73 ambientais, condições dos órgãos e doenças associadas. O envelhecimento causa modificações histológicas na epiderme, na hipoderme e nos anexos cutâneos. 12.2 RUGAS FACIAIS As rugas faciais são um dos sinais do envelhecimento cutâneo e representam um dos principais motivos de procura de cuidados corretivos e tratamentos, sobretudo pelas mulheres, uma vez que seu surgimento marca o início do declínio da juventude. Podem ser desencadeadas pela alteração nas fibras elásticas e pela diminuição da espessura da pele e do tecido subcutâneo, decorrentes do processo de envelhecimento ou pela ação dos músculos da mímica ou da gravidade agindo sobre a pele flácida. Podem ocorrer em toda a superfície cutânea, sobretudo nas áreas do corpo que ficam descobertas a maior parte do tempo, como face e mãos, o que demonstra a importância dos raios solares no agravamento das rugas fisiológicas. A sequência de alterações e a velocidade com que ocorrem se dá de maneira variável em cada indivíduo. Fatores ambientais e de estilo de vida (fumo, álcool, exposição solar, alterações nos níveis de estrogênio) podem acelerar seu desenvolvimento. As rugas podem ser de três tipos: Rugas de expressão (dinâmicas): decorrentes da ação repetida dos músculos faciais sobre uma pele que perdeu a elasticidade ou a capacidade de recuperar sua forma. Localizadas em cima do nariz, horizontal ou verticalmente, na testa, no canto externo dos olhos e no lábio superior. Surgem mais cedo em pessoas com grande expressividade da mímica facial (FIGURA 40). AN02FREV001/REV 4.0 74 FIGURA 40 – RUGAS DE EXPRESSÃO FONTE: DERMATOLOGIA EM FOCO. Rugas. Disponível em: <http://dermatologiaemfoco.blogspot.com>. Acesso em: 10 nov. 2011. Linhas do tempo (rugas estáticas): são produtos do envelhecimento da pele e mais comuns ao redor dos olhos, testa e lábios. Aparecem quando a face está em repouso, sem que haja nenhuma expressão forçada (FIGURA 41). FIGURA 41 – LINHAS DO TEMPO FONTE: ACESSA. Rugas no pescoço. Disponível em: <http://www.acessa.com/mulher/arquivo/beleza/2008/11/27-pescoco/pescoco.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2011. Rugas mistas: a este grupo pertence o sulco nasogêniano (depressão que vai da lateral do nariz ao canto externo da boca). São provocadas pela ação muscular somada à ação da gravidade (FIGURA 42). AN02FREV001/REV 4.0 75 FIGURA 42 – RUGAS MISTAS FONTE: AQUALIFT. Sulco nasogeniano. Disponível em: <http://www.aqualift.com.br/inicio_AD- NEW.html>. Acesso em: 10 nov. 2011 O quadro sete resume as principais alterações cronológicas do envelhecimento de acordo com a idade do indivíduo, caracterizando a fase da vida em que cada tipo de ruga se inicia. É importante considerar que em indivíduos que se expõem a fatores de envelhecimento extrínseco como o sol, o tabagismo, alimentação inadequada, sedentarismo, pode ter esse processo de aparecimento das rugas adiantado. A idade de surgimento das rugas também pode ser influenciada por características próprias do indivíduo como a cor da pele, o tipo de pele (seca, normal ou oleosa) e os cuidados estéticos e de higiene que se tem durante a vida. AN02FREV001/REV 4.0 76 QUADRO 7 – ALTERAÇÕES CRONOLÓGICAS DO ENVELHECIMENTO IDADE ALTERAÇÕES DA PELE 30 Discreta flacidez da pele e de pálpebras Início da evidência do sulco nasolabial 40 Rugas na Testa e “Pés de Galinha” Saculação inframandibular e perda do contorno da mandíbula 50 Aumento da flacidez Rugas labiais e perilabiais Saculação mandibular, papada e queda do canto da boca Ruga infralabial e queda da ponta do nariz Diminuição dos tecidos profundos e da projeção malar Acentuação do sulco nasolabial Fotoenvelhecimento e manchas 60 Diminuição da abertura dos olhos pela flacidez palpebral Pele mais fina com flacidez evidente Manchas (fotoenvelhecimento) 70 Acentuação de todas as alterações Você Entendeu? As rugas são um dos sinais do envelhecimento cutâneo e representam um dos principais motivos de procura de tratamento pelas mulheres. São desencadeadas pela alteração nas fibras elásticas e colágenas sendo mais frequentes nas áreas do corpo que ficam expostas ao sol (face, mãos). Existem três tipos de rugas: Rugas de expressão (decorrentes da ação repetida dos músculos faciais sobre uma pele flácida); linhas do tempo (produto do envelhecimento da pele e mais comuns ao redor dos olhos, testa e lábios) e mistas (provocadas pela ação muscular somada à ação da gravidade). AN02FREV001/REV 4.0 77 12.3 DISCROMIAS As discromias são alterações da pigmentação da pele causadas por disfunções na produção ou na distribuição de melanina pela pele. O principal fator desencadeador das discromias, em especial das hipercromias, é a radiação solar. A exposição prolongada e sem proteção à radiação solar, especialmente na praia, pode resultar em queimaduras e danos celulares. Quanto mais clara for à pele, maiores serão os danos. As discromias podem ser divididas em: Acromia: ausência total de pigmentação em determinado local da pele do indivíduo ou em áreas generalizadas. Hipocromia: menor pigmentação de determinado local em relação à cor natural da pele do indivíduo; Hipercromia: maior pigmentação ou pigmentação distinta da cor natural da pele do indivíduo. 12.3.1 Acromia Áreas do corpo de tamanho reduzido ou generalizadas em que há ausência total de pigmentação da pele (área branca ou descorada), normalmente em decorrência de patologias dermatológicas, como, por exemplo, o vitiligo (FIGURA 43). AN02FREV001/REV 4.0 78 FIGURA 43 – ÁREA DE ACROMIA DECORRENTE DE VITILIGO FONTE: Vitiligo. Disponível em: <http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/vitiligo/vitiligo-5.php>. Acesso em: 10 nov. 2011. 12.3.2 Hipocromias Redução da pigmentação da pele em contraste com o tom natural da pele. Normalmente ocorrem por diminuição da produção de melanina no local. Podem ser congênitas (albinismo) ou adquiridas (leucodermia solar). A leucodermia solar, principal representante das hipopigmentações adquiridas são manchas claras, regulares e ligeiramente atróficas localizadas em áreas expostas à luz solar, em que a melanina se distribui de forma irregular (FIGURA 44). AN02FREV001/REV 4.0 79 FIGURA 44 – ÁREAS DE HIPOCROMIA FACIAL FONTE: LAGO, G. Melasmas. Disponível em: <http://tylzolago.blogspot.com/2010/10/melasma- manchas-marrons-que-surgem-no_07.html>. Acesso em: 10 nov. 2011. 12.3.3 Hipercromias Aumento da pigmentação da pele ou pigmentação distinta da cor natural. Podem acontecer por aumento da produção de melanina local. Podem ser congênitas (efélides ou sardas) ou adquiridas (melasmas, melanoses).Você se lembra? Os melanócitos são as células responsáveis pela produção e pela distribuição da melanina. Quando hipercromias como os melasmas se instalam é porque ocorreu uma alteração nestas células (FIGURA 45). AN02FREV001/REV 4.0 80 FIGURA 45 – DISTRIBUIÇÃO DE MELANINA FONTE: adaptado de STEINER, D; ADDOR, F; TOREZAN, LF. Melasmas: entenda o problema. Disponível em: <http://rhbeneficios.com.br/content/interfaces/cms/userfiles/images/melasmas.jp>. Acesso em: 10 nov. 2011. Os melasmas são um tipo de hipercromia adquirida de coloração acastanhada, uniforme, simétrica, de bordas bem definidas e irregulares, localizada principalmente na porção central da face (malar, fronte, nariz, buço e mento). Acomete, sobretudo, mulheres jovens e pardas. Dentre as causas descritas estão à exposição solar, a gestação e o uso oral de estrogênios (FIGURA 46). AN02FREV001/REV 4.0 81 FIGURA 46 – MELASMA FONTE: INSPIRAÇÃO BLOGSPOT. Manchas de pele. Disponível em: <http://produtos- inspiracao.blogspot.com/2011/08/manchas-de-pele.html>. Acesso em: 10 nov. 2011. As melanoses solares são manchas pequenas e acastanhadas (FIGURA 47), localizadas em áreas fotoexpostas de indivíduos acima de 40 anos de idade. Excepcionalmente pode ocorrer transformação maligna (lentigo maligno). FIGURA 47 – MELANOSE SOLAR FONTE: VIVACEE. Melanose solar. Disponível em: <http://espacoesteticovivacee.blogspot.com/2011/04/discromias.html>. Acesso em: 10 nov. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 82 13 AVALIAÇÃO FÍSICO-FUNCIONAL DA FACE Para a realização segura dos peelings é importante que o profissional realize uma avaliação completa da face do paciente e de suas condições clínicas gerais. Os itens que compõem a avaliação facial são: anamnese e exame físico. 13.1 ANAMNESE Coleta do histórico relatado pelo paciente. Uma anamnese detalhada é importante, pela influência que os hábitos diários e antecedentes patológicos, psicológicos e hereditários exercem sobre a instalação e evolução de diversas disfunções estéticas. Pode ser estruturada em tópicos: Identificação: coleta de dados pessoais (nome, endereço, telefone), além de idade, sexo, raça e profissão. Assinalar o diagnóstico clínico caso haja e a queixa principal do cliente. História clínica: coleta do histórico geral do cliente. Questionar sobre: Presença de patologias endócrino-metabólicas ou cardíacas (diabetes, hipertensão arterial, neoplasias, hipertireoidismo, asma brônquica, alterações renais, hemofilia, marca-passo); Presença de ecmoses ou outras afecções cutâneas; Alergia a algum componente de uso sistêmico ou tópico; AN02FREV001/REV 4.0 83 Uso de medicamentos; Presença de queloides ou distúrbios de cicatrização; Hábitos de consumo (bebidas, cigarro); Sintomas de stress e ansiedade; Qualidade do sono (ruim, regular ou boa); Prática regular de atividade física; Quantidade de líquidos ingerida diariamente; Realização de dieta alimentar restritiva; Uso de hormônios ou contraceptivos orais; Questionar se a paciente está gestante. Histórico de cuidados gerais com a face: questionar o paciente a respeito dos hábitos de cuidados gerais com a pele. Tipo de produtos que utiliza para limpeza, higienização, tonificação e hidratação da pele. Número de vezes que higieniza a pele por dia. Uso de filtro solar. Uso regular de maquiagem. Realização de limpeza de pele profissional. Tratamentos estéticos anteriores na face (tipo, duração, objetivos, resultados): é importante questionar o paciente em relação às suas experiências anteriores e expectativas para que todas as dúvidas sejam sanadas. Questionar a respeito da realização anterior de peelings faciais, implantes de gordura, aplicação de toxina botulínica e cirurgias plásticas anteriores. AN02FREV001/REV 4.0 84 Tratamentos clareadores anteriores: Questionar a respeito do uso de cosmecêuticos clareadores ou despigmentantes com acompanhamento médico e qual o período de uso; tratamentos anteriores com laser, luz intensa pulsada, peelings químicos ou físicos. Questionar se o paciente utiliza produtos para manutenção domiciliar do clareamento (vitamina C, clareador de uso diurno ou noturno, entre outros). 13.2 EXAME FÍSICO DA FACE O exame físico da pele da face é dividido em inspeção, palpação e classificação da pele (tipologia/fototipo/fotoenvelhecimento). Para o exame físico, a iluminação deve ser boa, dando-se preferência para a luz do dia. Existem instrumentos que facilitam o exame físico. Os principais instrumentos para o exame físico são: Lupa: instrumento indispensável que proporciona aumento do campo de trabalho de 5x em média. Possibilita a inspeção de detalhes. Pode ser acoplada em pedestais ou em óculos especiais. Lâmpada de Wood: Recurso utilizado na dermatologia e na estética como método não invasivo para diagnóstico das discromias da pele. Não representa um método 100% confiável, no entanto ajuda na definição da lesão. Pode-se por meio do diagnóstico com a lâmpada determinar se uma alteração de hiperpigmentação encontra-se em nível epidérmico ou dérmico. A lesão epidérmica ao exame da luz de Wood apresenta-se mais escura, enegrecida; as manchas de nível dérmico são mais azuladas, permanecendo sem alteração ao exame com a luz de Wood. A utilização da lâmpada ajuda a definir a extensão, o grau e a localização da lesão pigmentar de modo rápido e prático. Para um bom diagnóstico o exame AN02FREV001/REV 4.0 85 deve ser realizado em local escuro, pois a fluorescência só pode ser verificada desse modo. A sua utilização não deve ultrapassar 3 a 4 minutos e os olhos do cliente devem estar protegidos. Dermatoscópio (microscópio de superfície): visualização precisa de pigmentação e diferenciação de lesões benignas, pré-malignas e malignas. Fotografia: registram o momento da pele e possibilitam análise posterior. Liposcopia: inspeção com papel de seda (mata-borrão), o papel fica impresso pelo excesso de gordura. A liposcopia é uma forma de avaliar a pele oleosa ou regiões de oleosidade. 13.2.1 Inspeção Observar o aspecto geral da pele; Verificar se há a presença de acne ou rosácea e em que grau; Verificar a presença de rugas estáticas ou dinâmicas; Verificar a presença de ptose tissular; Verificar a presença de poiquilodermia (atrofia/vasos/hiperpigmentação); Verificar a presença de manchas pigmentares relacionadas à melanina; Verificar a presença de manchas causadas por alterações vasculares; Verificar a presença de formações sólidas (nódulos, pápulas, comedões, miliuns ou verrugas); AN02FREV001/REV 4.0 86 Verificar a presença de formações líquidas (bolhas, pústulas, vesículas); Verificar a presença de lesões de pele (crostas, descamações, fissuras). 13.2.2 Palpação Tônus e Temperatura da pele; Espessura da pele (espessa, fina e muito fina). 13.2.3 Classificação quanto à tipologia da pele 13.2.3.1 Pele normal (endérmica/eudérmica) Considerada a pele ideal (“pele de pêssego”). Pele com superfície lisa e flexível; equilíbrio hídrico e lipídico (teor de hidratação e nutrição equilibradas); cor rosada e luminosa (não brilhosa). Geralmente é uma condição genética. À lupa apresenta textura e granulação finas, sem brilho nem pontos negros, poros e folículos normais. Orifícios pilossebáceos pouco visíveis. Sem descamação excessiva. Ao toque apresenta-se macia, suave, elástica. AN02FREV001/REV 4.0 87 13.2.3.2 Pele seca (alípica) Facilmente irritável e sensível. Fina, adelgaçada,opaca, esbranquiçada, seca. Espessura epidérmica diminuída e manto hidrolipídico escasso. Orifícios pilossebáceos e poros invisíveis. Envelhecimento precoce. Predisposição à: irritações, telangiectasias, eritemas, hipercromias, desidratação. É mais vulnerável ao frio, vento e calor. À lupa apresenta aspecto farinhoso. Não há dilatação de poros e os comedões são raros; Ao toque apresenta sensação de sequidão e fina rugosidade. Falta de oleosidade. Pouco elástica e muito fina. Espessura diminuída com prega cutânea fina. 13.2.3.3 Pele oleosa (lipídica) Secreções sebáceas e sudoríparas aumentadas. Maior espessura epidérmica e textura granulosa. Orifícios polissebáceos dilatados e manto hidrolipídico abundante. Superfície untuosa e úmida (aspecto brilhante). Apresenta comedões e transpiração abundante. Presença de lesões ou cicatrizes acneicas. Resiste melhor ao envelhecimento e suporta melhor às variações climáticas. Bronzeia mais facilmente e não retém bem a maquiagem. À lupa apresenta aspecto lustroso e brilhante, orifícios dilatados, comedões. Aspecto casca de laranja. Ao toque apresenta-se engordurada. Pele grossa e irregular. AN02FREV001/REV 4.0 88 13.2.3.3 Pele mista Tipo de pele mais frequente entre indivíduos que residem em clima tropical. Na zona T (testa, nariz e queixo) apresenta-se brilhosa com características da pele oleosa e nas laterais tende à normalidade. 13.2.3.4 Pele sensível A pele sensível, não é um tipo em si, mas uma condição que pode acometer pessoas de peles normais, mistas, oleosas ou secas. Portanto "pele sensível" é assim considerada porque responde de forma exagerada ao mínimo contato com produtos tópicos. 13.2.4 Classificação quanto ao fototipo cutâneo No ano de 1975, um médico americano chamado Fitzpatrick, da Escola de Medicina de Harvard, criou uma classificação para os tipos de pele, baseada na cor da pele e na reação a exposição solar. Segundo essa tabela, a pele pode ser classificada em VI tipos, sendo I o de pele mais clara e VI o de pele mais escura (FIGURA 48): Fototipo I: indivíduo com pele extremamente branca e olhos azuis, muito sensível ao sol, queima-se com facilidade e nunca se bronzeia. Fototipo II: indivíduo com pele branca e olhos claros ou castanhos claros, sensível ao sol, queima-se com facilidade e se bronzeia muito pouco. AN02FREV001/REV 4.0 89 Fototipo III: indivíduo com pele morena clara, sensível normal ao sol, queima-se e se bronzeia moderadamente. Fototipo IV: indivíduo com pele morena moderada, com sensibilidade normal ao sol, queima-se pouco e se bronzeia com facilidade. Fototipo V: indivíduo com pele morena escura, pouco sensível ao sol, queima-se raramente e se bronzeia bastante. Fototipo VI: indivíduo com pele negra, insensível ao sol, nunca se queima por ser totalmente pigmentada. FIGURA 48 – TIPOS DE PELE FONTE: LASERSHOP. Luz intensa pulsada. Disponível em: <www.lasershopbrasil.com/ipulse.aspx>. Acesso em: 10 nov. 2011. Essa classificação auxilia na determinação dos níveis de risco de discromias associadas aos peelings. Como regra geral, os tipos de pele I a III quase nunca AN02FREV001/REV 4.0 90 desenvolvem hiperpigmentação pós-inflamatória, sendo excelentes candidatos aos peelings. As peles tipos IV a VI têm possibilidades maiores de desenvolver hiperpigmentação pós-inflamatória após os peelings, necessitando de maiores cuidados (QUADRO 8). QUADRO 8 – FOTOTIPOS CUTÂNEOS TIPO CARACTERÍSTICA COR REAÇÃO AO SOL SENSIBILIDADE AO SOL I Pele clara Olhos azuis Sardentos Branca Queima fácil Nunca bronzeia Muito sensível II Pele clara Olhos azuis, verdes ou claros Cabelos louros ou ruivos Branca Queima fácil Bronzeia muito pouco Sensível III Olhos claros ou não Cabelos mais escuros Morena clara Queima e bronzeia moderadamente Normal IV Pele clara ou morena clara Olhos escuros Cabelos castanhos escuros Morena moderada Queima pouco, bronzeia com facilidade Normal V Cabelos e olhos escuros Pele morena Morena escura Queima raramente, bronzeia bastante Pouco sensível VI Negra Negra Nunca queima Insensível FONTE: adaptado de NETO, 2011. AN02FREV001/REV 4.0 91 13.2.5 Classificação quanto ao fotoenvelhecimento cutâneo (Glogau) A classificação quanto ao fotoenvelhecimento foi desenvolvida por Glogau e se constitui como um dos principais critérios para escolha da profundidade dos peelings. Quanto mais avançado o índice Glogau do indivíduo, mais profundo deve ser o nível do peeling para minimizar os efeitos dos sinais do envelhecimento. De acordo com a classificação de Glogau a pele pode ser agrupada em IV graus de acordo com os sinais que apresenta: Grau I: envelhecimento suave. Discretas alterações pigmentares e poucas rugas, poucas sequelas de acne. Uma maquiagem leve faz com que os sinais desapareçam; Grau II: envelhecimento moderado. Manchas senis precoces, ceratoses palpáveis, linha nasolabial evidenciando-se, discretas lesões de acne. Necessita de maior quantidade de base para cobrir as marcas do envelhecimento; Grau III: envelhecimento avançado. Fotoenvelhecimento avançado, discromia obvia, rugas sem movimento, cicatrizes acneicas; Grau IV: envelhecimento grave. Fotoenvelhecimento grave, pele cinzenta, lesões malignas, rugas disseminadas, cicatrizes acneicas. A maquiagem provoca rachaduras O quadro 9 resume as principais características dos tipos de pele de Glogau: AN02FREV001/REV 4.0 92 QUADRO 9 – CLASSIFICAÇÃO DE GLOGAU TIPO CLASSIFICAÇÃO DESCRIÇÃO CARACTERÍSTICAS DA PELE I Suave Sem rugas Discretas alterações pigmentares e de rugas, poucas cicatrizes de acne II Moderado Rugas ao movimento Manchas senis precoces, ceratoses palpáveis, linha nasolabial evidenciando-se, discretas lesões de acne. III Avançado Rugas em repouso Fotoenvelhecimento avançado, discromia óbvia, rugas sem movimento, cicatrizes acneicas IV Grave Apenas rugas Fotoenvelhecimento grave, pele cinzenta, lesões malignas, rugas disseminadas, cicatrizes acneicas. A maquiagem provoca rachaduras FONTE: adaptado de NETO, 2011. AN02FREV001/REV 4.0 93 13.3 PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO FACIAL Data: ______________________________________________________________ Profissional responsável pela avaliação:___________________________________ ANAMNESE 1. Identificação do paciente Nome: ______________________________________________________________ Endereço:___________________________________ Telefone: ________________ Idade: _________ Sexo: ______ Raça: ________________ Profissão:___________ Diagnóstico clínico: ___________________________________________________ Queixa: _____________________________________________________________ 2. História clínica Patologias endócrino-metabólicas: _______________________________________ Ecmoses ou afecções cutâneas: _________________________________________ Alergias sistêmicas ou tópicas:___________________________________________ Medicamentos em uso: ________________________________________________ Hábitos de consumo (bebidas, cigarro): ____________________________________ Stress/ansiedade ( ) Sim ( ) Não Qualidade do Sono: ( ) Boa ( ) Regular ( ) Ruim Prática regular de atividade física ( ) Qual: ________________________________ Ingesta líquida média/dia: ________ / Faz dieta alimentar restritiva: ( ) Sim () Não Menopausa: ( ) Sim ( ) Não / Método contraceptivo: ________________________ 3. Cuidados gerais com a pele Cuidados diários com a pele: ____________________________________________ Produtos que utiliza no rosto: ____________________________________________ Número de vezes que higieniza a pele por dia: ______________________________ Exposição ao sol:_____________________________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 94 Uso de filtro solar e fator de proteção solar: ________________________________ Uso regular de maquiagem: _____________________________________________ Já realizou limpeza de pele: ( ) Sim. Frequência: ________________( ) Não Tratamentos estéticos anteriores (tipo, duração, objetivos, resultados):___________ ___________________________________________________________________ Uso de clareadores/despigmentantes ( ) sim ( ) não. Qual: _______________ Período de uso:______________________________________________________ Tratamento clareador com laser? ( ) sim ( ) não Tratamento clareador com luz intensa pulsada? ( ) sim ( ) não Peelings químicos ( ) sim ( ) não. Tipo: _________________________________ Utiliza medicamentos clareadores ou ácidos para manutenção domiciliar? ( ) sim ( ) não. Tipo: ________________________________________________ EXAME FÍSICO 1. Inspeção da pele Aspecto geral da pele:__________________________________________________ Presença de acne: Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV ( ) Presença de rosácea: Grau I ( ) Grau II ( ) Grau III ( ) Grau IV ( ) Poros abertos: Sim ( ) Não ( ) Rugas estáticas/dinâmicas______________________________________________ Ptose tissular ________________________________________________________ Poiquilodermia (atrofia da pele/presença de vasos/ hiperpigmentação)____________ Manchas pigmentares relacionadas à melanina Acromia:_______________________________________________________ Hiperpigmentação:_______________________________________________ Hipopigmentação: _______________________________________________ Cloasma:______________________________________________________ Efélides: _______________________________________________________ Nevos: ________________________________________________________ Manchas por alterações vasculares Angioma: ______________________________________________________ AN02FREV001/REV 4.0 95 Cianose: ______________________________________________________ Eritema: _______________________________________________________ Hematoma: ____________________________________________________ Petéquias: _____________________________________________________ Teleangectasias: ________________________________________________ Formações sólidas Nódulos: ______________________________________________________ Pápulas: _______________________________________________________ Verrugas: ______________________________________________________ Comedão aberto: ________________________________________________ Comedão fechado: ______________________________________________ Millium: _______________________________________________________ Formações líquidas Bolha_________________________________________________________ Pústula________________________________________________________ Vesícula_______________________________________________________ Lesões de pele Cicatrizes eutróficas _____________________________________________ Cicatrizes hipertróficas/queloides____________________________________ Crosta_________________________________________________________ Descamação____________________________________________________ Ceratoses______________________________________________________ 2. Palpação da pele Tônus:______________________________________________________________ Temperatura:_________________________________________________________ Espessura: ( ) Espessa ( ) Fina ( ) Muito fina 3. Classificação da pele Tipologia ( ) Normal ( ) Seca ( ) Oleosa ( ) Mista ( ) Sensível AN02FREV001/REV 4.0 96 Fototipos ( Fitzpatrick) ( ) Tipo I ( ) Tipo III ( ) Tipo V ( ) Tipo II ( ) Tipo IV ( ) Tipo VI Fotoenvelhecimento (Glogau) ( ) grau I ( ) grau II ( ) grau III ( ) grau IV Objetivos do tratamento: _______________________________________________ Conduta: ____________________________________________________________ Reavaliação:_________________________________________________________ Aqui concluímos o segundo módulo do nosso curso de peelings faciais. Nesse módulo estudamos sobre os conceitos gerais dos peelings e a profundidade da pele que podem atingir as diversas modalidades do procedimento. Vimos também que as principais disfunções estéticas que podemos tratar com os peelings são os sinais do envelhecimento, as rugas faciais e as discromias. Concluímos o módulo detalhando como devemos realizar a avaliação da face prévia aos peelings. No próximo módulo iremos abordar os peelings químicos, suas indicações e contraindicações, principais usos e princípios ativos, protocolos de aplicação, complicações possíveis e resultados gerais. FIM DO MÓDULO II AN02FREV001/REV 4.0 97 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PEELINGS FACIAIS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 98 CURSO DE PEELINGS FACIAIS MÓDULO III Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 99 MÓDULO III Olá, seja bem-vindo (a) ao módulo III do curso de PEELINGS FACIAIS. Neste módulo vamos estudar sobre os peelings químicos. Iremos estudar sobre os conceitos gerais do procedimento, indicações e contraindicações, classificações e níveis de peelings químicos, procedimentos, possíveis riscos e complicações, além de alguns resultados. 14 PEELINGS QUÍMICOS: CONCEITOS GERAIS Como vimos, as modificações da pele que ocorrem devido ao envelhecimento levam à flacidez de pele, diminuição da elasticidade, desidratação, alterações vasculares, rugas e diminuição da espessura da epiderme. Os peelings químicos são procedimentos que buscam melhorar a qualidade dos tecidos e minimizar os sinais de envelhecimento. Os peelings químicos também podem ser chamados de resurfacing químico, quimioesfoliação ou quimiocirurgia. Esse procedimento consiste na aplicação de algum agente químico que causa uma destruição controlada da epiderme e a sua posterior reepitelização, podendo ser empregados em diferentes formulações. As formulações utilizadas para os peelings químicos são formadas por vários princípios ativos, em diferentes concentrações. O valor do pH (potencial hidrogeniônico) é também variável em função das concentrações utilizadas. De acordo com a fórmula utilizada, os peelings podem atingir profundidades diferentes na pele sendo classificados como muito superficiais, superficiais, médios ou profundos. Todos eles aceleram o processo de renovação celular, normalizando a pigmentação da pele, atenuando marcas e minimizando rugas. Apesar de todos os avanços tecnológicos, os peelings químicos constituem ainda hoje uma poderosa arma contra o envelhecimento cutâneo. É uma técnica consagrada,conhecida, de baixo custo e que alcança excelentes resultados. AN02FREV001/REV 4.0 100 Para iniciar nosso estudo sobre os peelings químicos precisamos compreender o que são os ácidos utilizados neste procedimento. A concentração ou percentual do ácido a ser utilizado depende do quadro clínico que o paciente apresenta e do tipo de acido escolhido. Quando maior a concentração do ácido, mais profundo será. Quanto menor for o pH, mais irritabilidade provocará na pele. Os peelings muito superficiais e superficiais podem ser realizados por fisioterapeutas dermatofuncionais ou tecnólogos em estética e cosmetologia. Os peelings médios e profundos podem ser aplicados apenas por médicos especialistas. Para a realização dos peelings químicos podem ser utilizados um ou mais agentes esfoliantes. A associação de diferentes ácidos normalmente proporciona melhores resultados com menor índice de efeitos adversos (peelings combinados). O uso dos peelings combinados possibilita utilizar concentrações mais seguras dos esfoliantes atingindo camadas mais profundas da pele com menores concentrações e potencializando as ações dos ácidos. Dessa forma, evita-se o risco de complicações. 15 INDICAÇÕES E CONTRAINDICAÇÕES AOS PELLINGS QUÍIMICOS As principais indicações para os peelings químicos são: Envelhecimento cutâneo; Os ÁCIDOS são substâncias que possuem pH inferior ao da pele, transformando-a em um meio ácido e proporcionado descamação ou esfoliação da pele. AN02FREV001/REV 4.0 101 Discromias (efélides, lentigos, melasmas epidérmicos e dérmicos, pigmentação pós-inflamatória); Rugas finas leves a moderadas (depressões, saliências e rugas mais profundas não respondem ao peeling e podem necessitar de outros procedimentos cosméticos ou cirúrgicos); Sequelas de acne; Cicatrizes inestéticas; Lesões epidérmicas (ceratoses seborreicas, actínicas e liquenoides). As contraindicações para a realização dos peelings químicos são: Pacientes que apresentem alguma doença de pele; Pacientes com infecção ativa como herpes ou acne; Pacientes que fizeram uso recente de isotretinoína; Gravidez; Câncer de pele; Presença de lesões escoriativas da pele; Cuidados especiais em pacientes com pele de fototipos V e VI. AN02FREV001/REV 4.0 102 16 CLASSIFICAÇÃO E NÍVEIS DE PEELINGS QUÍMICOS Os peelings químicos se classificam, em geral, em: muito superficiais, superficiais, médios e profundos. Quanto mais profundos, mais resultados alcançam, porém aumentam também os riscos e o desconforto durante e após o procedimento. A opção pelo tipo de peeling depende do conhecimento da profundidade da lesão a ser tratada. Deve-se sempre evitar a esfoliação desnecessariamente mais profunda do que a própria alteração a ser tratada. Como vimos no módulo anterior, os peelings muito superficiais atingem apenas a camada córnea da epiderme, fazendo uma abrasão suave. Esse tipo de peeling químico pode ser utilizado em todos os tipos de pele e em diversas áreas do corpo. Normalmente não causa sinais posteriores na pele, nem reações. A seguir, alguns exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico muito superficial: Ácido salicílico 30% (uma ou mais camadas); Ácido glicólico 40 a 50% (por 1 a 2 minutos); Ácido tioglicólico 10 a 20%; Solução de Jessner (uma ou duas camadas); Resorcina 20 a 30% (por 5 a 10 minutos); LHA 5 a 10% - Ácido capril-oil salicílico; ATA 10 a 20% (uma camada); Tretinoína. AN02FREV001/REV 4.0 103 No peeling superficial ocorre a descamação superficial das camadas da epiderme. Esse processo ativa um mecanismo biológico que estimula a renovação e o crescimento celular, dando à pele uma aparência mais saudável e viçosa. Dependendo da concentração e do tempo que o produto permanece na pele ocorrem alterações profundas na estrutura celular com aumento da espessura da epiderme e aumento na produção de fibras colágenas. Normalmente esse tipo de peeling é seriado, ou seja, é repetido em intervalos cursos (seis aplicações uma vez por semana ou quinzenalmente). A descamação posterior ao peeling superficial é discreta e não atrapalha as atividades de vida diária e profissional do paciente. Normalmente causam discreta ardência e vermelhidão da pele que dura de dois a cinco dias. Os peelings superficiais melhoram a textura da pele, clareiam manchas e atenuam rugas finas, estimulando a renovação do colágeno. A seguir, alguns exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico superficial: Ácido glicólico 40 a 70% (por 2 a 20 minutos); Ácido mandélico 30 a 50% (por 2 a 20 minutos); Solução de Jessner (quatro a dez camadas); Resorcina 40 a 50% (por 30 a 60 minutos); ATA 10 a 30%. Os peelings médios provocam descamação mais espessa e escura, necessitando de 7 a 15 dias para retorno à vida normal. São indicados quando a pele está em um estágio mais avançado de envelhecimento e ocorrem asperezas, queratoses e rugas mais pronunciadas. Também são indicados para o clareamento de manchas e cicatrizes de acne. A seguir, alguns exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico médio: AN02FREV001/REV 4.0 104 ATA 35 a 50%; Ácido glicólico 70% (por 3 a 30 minutos); Ácido mandélico 50% (por 5 a 30 minutos); Jessner + ATA 35%; Ácido glicólico + ATA 35%; Ácido pirúvico; Jessner + ácido glicólico 40 a 70%. Os peelings profundos são bem mais agressivos que os demais, provocam a formação de crostas e o pós-peeling exige o uso de curativos. A recuperação pode durar até um mês porque eles provocam a descamação total da derme papilar e exposição da derme reticular. Em geral os resultados são muito bons, com renovação importante da pele e diminuição de rugas profundas. Seu uso é reservado para casos severos de cicatrizes de acne, marcas de expressão profundas, graves discromias infiltradas na derme e degeneração das fibras de colágeno e elastina. Necessitam de um período maior de recuperação, em que o paciente deve se reservar da exposição solar e adotar cuidados adicionais de proteção como o uso de óculos escuros e chapéu. A seguir, alguns exemplos de compostos utilizados para realizar o peeling químico profundo: Fenol 88% com oclusão; Baker e Gordon (fenol modificado a 45 a 50%). AN02FREV001/REV 4.0 105 Existem outros fatores que também podem interferir na profundidade dos peelings químicos: a) Em relação ao agente esfoliante: Tipo de solução; Concentração dos ativos; Número de camadas aplicadas do produto; Técnica de aplicação (pincel ou gaze); Tempo de contato com a pele (especialmente os AHAs); Frequência de aplicação; Procedência dos agentes químicos. b) Espessura da pele: Tipo de pele (fina ou espessa); Localização anatômica (face ou corpo). c) Integridade da epiderme Limpeza prévia da pele; Desengorduração prévia; Preparo prévio. AN02FREV001/REV 4.0 106 d) Modo de oclusão dos agentes: Forma de oclusão; Tempo de oclusão. 17 FORMULAÇÕES DE PEELINGS QUÍMICOS (PH, PORCENTAGEM E ATIVOS) Existem vários tipos de ativos que podem ser usados para realizar os peelings químicos. Dentre eles, vamos estudar os mais utilizados: alfa-hidroxi- ácidos, ácido mandélico, ácido hialurônico, ácido salicílico, ácido azeláico, ácido retinoico, ácido trocloroacético (TCA), solução de Jessner e fenol. 17.1 ALFA-HIDROXI-ÁCIDOS (AHAS) Os alfa-hidroxi-ácidos (AHAS) são um grupo de substâncias naturais encontradas em alguns alimentosque constituem uma família de ácidos orgânicos. Compõem os seguintes ácidos: Ácido glicólico: derivado da cana de açúcar; Ácido lático: derivado do leite azedo; Ácido málico: derivado do mirtilho; Ácido tartárico: derivado de maças; Ácido cítrico: derivado de limões. AN02FREV001/REV 4.0 107 Os AHAS se diferenciam dos demais ácidos por possuírem moléculas de menor tamanho e conseguirem maior poder de penetração na pele. Quando são aplicados topicamente, produzem efeitos específicos sobre o estrato córneo, a epiderme, a papila dérmica e sobre os folículos pilossebáceos. São eficientes no tratamento de rugas, desidratação da pele, espessamento e pigmentação irregular da pele. Com seu uso, a pele torna-se mais flexível e menos vulnerável a rachaduras superficiais. Também suavizam cicatrizes de acne, diminuindo sua profundidade, oleosidade, comedões e cistos. Apesar de serem muito conhecidos e utilizados, os mecanismos exatos da ação dos hidroxiácidos continuam desconhecidos e são controversos. Compostos contendo AHAS em geral são bem tolerados, porém logo quando aplicados em peles sensíveis, podem provocar sensação de formigamento, ardência, e até mesmo irritação. Essas reações ocorrem devido ao baixo valor de pH das formulações. Muitos produtos com AHAS, apesar de terem o pH ajustado entre 3,0 e 5,0 para serem compatíveis com o pH da pele (4,2 a 5,6), são irritantes à pele. As reações adversas causadas pelos AHAS incluem eritema severo, inchaço (especialmente na região dos olhos), queimação, formação de bolhas, sangramento, erupções, coceira e descoloração da pele. 17.1.1 Ácido glicólico O ácido glicólico é o mais conhecido e utilizado dos AHS. É derivado da cana-de-açúcar, hidrossolúvel e possui a menor molécula entre todos os demais AHAS, conhecida como ácido hidroxiacético, ou ácido 2-hidroxietanoico. O ácido glicólico causa um fenômeno chamado FROST, que é a penetração maior do ácido, podendo ocorrer coagulação de proteínas e queimaduras localizada. Começa com uma pequena mancha avermelhada que deve ser neutralizada, antes que passe para uma tonalidade esbranquiçada. O ácido glicólico produz uma compactação do extrato córneo, espessamento da epiderme, deposição de mucina e colágeno dérmico, à medida que aumenta a concentração e diminui o PH. AN02FREV001/REV 4.0 108 17.1.1.1 Indicações e contraindicações É indicado no tratamento de ceratoses actínicas e seborreicas, melasmas, acne, estrias, rugas finas, fotoenvelhecimento, verrugas planas, psoríase e principalmente em pele desidratada. É contraindicado o uso do acido glicólico para peles negras, gestantes, cicatrizes hipertróficas, herpes e eritema persistente. 17.1.1.2 Concentrações Em baixas concentrações (até 10%), o ácido glicólico diminui a coesão dos queratinócitos, ajudando em distúrbios da queratinização. Em concentrações entre 40 e 70% possui efeito epidermolítico. Deve permanecer na face em média por 5 minutos. Após esse tempo deve ser neutralizado com água ou bicarbonato de sódio, e em seguida lavado. 17.2 ÁCIDO MANDÉLICO O ácido mandélico é tipo específico de alfa-hidroxi-ácido (AHA), este derivado da hidrólise do extrato de amêndoas amargas. Tem sido usado na medicina, há vários anos, como antisséptico urinário, o que atesta sua atividade antibacteriana quando usado topicamente. É uma substância atóxica, que além das indicações específicas também é utilizada para preparar as peles para o peeling a laser. Ao contrário de ácido glicólico, o ácido mandélico possui uma cadeia carbônica grande, o que o torna menos irritativo para a pele. A sua penetração é AN02FREV001/REV 4.0 109 lenta e a sua ação é gradual. O intervalo ideal entre as aplicações é de 07 a 15 dias. São recomendadas no mínimo quatro aplicações. Possui dupla ação: além de exercer a função de um AHA, também age como antibiótico. Ajuda a combater os agentes inflamatórios e infecciosos responsáveis pela instalação do processo acneico na pele. Promove a diminuição da coesão entre os queratinócitos, descamação da camada córnea e estimulação da produção de células novas em maior ou menor grau, dependendo de suas estruturas, além da melhora na qualidade e quantidade do colágeno da derme reticular (QUADRO 10). Quando comparado ao peeling químico com ácido glicólico pode-se perceber que produz menos eritemas ou outros efeitos adversos na epiderme. O peeling deve ser feito deixando o ácido na pele por cinco minutos e depois se lava com água. Diferente dos demais AAHS, o ácido mandélico, consegue equilibrar o processo de renovação epitelial por dois mecanismos: Estímulo mecânico ao promover a epidermólise, inicia-se o processo acelerado da renovação epitelial. Estímulo químico, após sua penetração intracelular, ajudando na autorregulação da produção de melanina, e por ação direta nos folículos pilosos e controle da produção sebácea. QUADRO 10 – RESUMO DOS EFEITOS DO ÁCIDO MANDÉLICO Auxilia na diminuição das linhas finas de expressão Ajuda a reverter à degeneração do colágeno e da elastina Promove a renovação e o rejuvenescimento da pele Atua na inibição da síntese de melanina, promovendo remoção dos pigmentos Atua no controle da produção da glândula sebácea e na peroxidação dos lipídeos É eficiente contra as bactérias gram-negativas no quadro de foliculite Combate os agentes inflamatórios e infecciosos dos processos acneicos AN02FREV001/REV 4.0 110 17.2.1 Indicações e contraindicações Envelhecimento: age diminuindo o fotoenvelhecimento. O tratamento deve ser mantido por longo período. Hiperpigmentação: em muitos pacientes foi relatada uma diminuição de 50% dos melasmas depois de um mês de tratamento usando uma loção de Ácido Mandélico a 10%. A associação com Hidroquinona ou Ácido Kójico pode aumentar a efetividade do tratamento. Acne: pacientes com foliculites infectadas por bactérias gram-negativas obtêm melhora quando usam o ácido mandélico. Laser: deve ser usado duas a quatro semanas antes da aplicação do laser e após a reepitelização. Quando o ácido mandélico é usado no pré e pós-operatório a inflamação e a hiperpigmentação raramente ocorre. São contraindicações: gestantes, amamentação, lesões na região a ser submetida ao peeling, pacientes com herpes ativa, hipersensibilidade ao produto. 17.2.2 Concentrações Gel de 30 a 50%: peeling uso exclusivo médico; Gel ou creme 10 a 13%: rugas e queratoses em geral; Creme 3%: indicado como renovador celular; AN02FREV001/REV 4.0 111 Creme 4%: hidratante, esfoliante suave. 17.3 ÁCIDO HIALURÔNICO O ácido hialurônico é um polissacarídeo natural com excelente compatibilidade biológica que é o principal componente da matriz extracelular. É uma substância altamente hidrofílica (com afinidade pela água) encontrada na pele. Possui atividade biológica, proporcionando viscosidade e elasticidade a esta camada. Colabora no controle da hidratação da derme e no tônus da pele, além da prevenção da integridade das fibras de colágeno. É um produto nobre usado no preenchimento de rugas de forma injetável, bastante seguro e eficaz e também pode ser utilizado para peelings, contribuindo para hidratação profunda e diminuindo gradativamente a profundidade das rugas. Exerce efeito tensor, alto poder de hidratação cutânea e renovação celular. Pode ser obtido por fermentação de substratos de plantas essa biossíntese é feita pela espécie de bactérias Streptococcus ou por meio da fermentação do açúcar de beterraba por lactobacilos. O uso de peeling com ácido hialurônico estimula a produção do ácido hialurônico endógeno (natural). 17.3.1 Indicações e contraindicaçõesSão indicações: hidratação facial, normalização da barreira epidérmica, efeito antienvelhecimento e firmador, estrias. As contraindicações são pacientes gestantes, lesões escoriativas da pele, infecções ativas como o herpes. AN02FREV001/REV 4.0 112 17.3.2 Concentrações O pH de estabilidade é 5,5-7,5. Concentração sugerida: 1,0-10,0%. 17.4 ÁCIDO SALICÍLICO O ácido salicílico é um beta hidroxiácido queratolítico, com aspecto claro transparente e homogêneo. Provoca um ardor intenso nos primeiros minutos da aplicação, que corresponde à precipitação dos sais; após a precipitação a dor diminui e não há mais penetração. O produto não é neutralizado, devendo ser lavado. Para amenizar o problema da irritação cutânea que pode ser ocasionada pelo ácido salicílico existem alguns derivados do ácido salicílico que apresentam menor irritação cutânea, podendo ser empregados em formulações cosméticas. 17.4.1 Indicações e contraindicações As principais indicações são: Acne: ação queratolítica, bacteriostática, fungicida, antimicrobiana e anti- inflamatória, visando à correção do defeito da queratinização folicular, redução da atividade sebácea, diminuição da população bacteriana e dos processos inflamatórios. Possui ainda uma característica lipofílica, o que facilita sua penetração na unidade sebácea o que o torna efetivo contra comedões e lesões. Sinais do envelhecimento: redução de rugas finas e melhora da textura da pele. AN02FREV001/REV 4.0 113 Não deve ser utilizado em peles extremamente sensíveis, machucadas ou em pacientes alérgicos ao ácido acetilsalicílico. Seu uso é restrito em pacientes gestantes ou em fase de amamentação e em peles com infecção ativa como herpes, por exemplo. 17.4.2 Concentrações Os ácidos podem ser hidratantes, emolientes e plastificantes se usados em concentrações até 5%. Em concentrações de 12%, são renovadores de camada epidérmica, usados para tratamentos das peles acneicas e abrandamento da coesão intraqueratinocitária da camada granulosa. Em concentrações de 30% ou acima, agem como peeling químico, com ação queratolítica. 17.5 ÁCIDO AZELÁICO O ácido azeláico é um ácido abrasivo e despigmentante bastante utilizado no tratamento da acne suave à moderada, além de outras desordens epidérmicas. É um dos poucos ativos que consegue reduzir de forma eficaz, os níveis de ácidos graxos livres no sebo ao mesmo tempo em que reduz as baterias locais. O ácido azeláico também exerce ação terapêutica na rosácea e nas desordens hiperpigmentares dos queratinócitos. O peeling com ácido azeláico pode causar vermelhidão, ressecamento da pele, coceira, sensação de queimação e picadas. Esses sintomas normalmente são passageiros. AN02FREV001/REV 4.0 114 17.5.1 Indicações e contraindicações As principais indicações são: acne leve a morada, rosácea e hiperpigmentações da face. Seu uso é contraindicado em pacientes gestantes, peles extremamente sensíveis ou escoriadas, e em caso de sensibilidade aos componentes da fórmula. 17.5.2 Concentrações Concentração usual: 15 a 20% 17.6 ÁCIDO RETINOICO O ácido retinoico (tretinoina) é uma forma oxidada da vitamina A. Seu primeiro uso tópico foi para tratar de peles acneicas. Pacientes tratados com a tretinoina tópica para acne notaram também melhora de rugas finas e clareamento da pele. A partir daí, o ácido retinoico passou a ser usado também para o rejuvenescimento facial. O peeling com ácido retinoico penetra na pele atingindo somente sua camada superficial (peeling superficial). Da maneira em que é aplicado, proporciona uma leve esfoliação na pele, ativando a microcirculação. Ao ativar a microcirculação, a pele é estimulada, fazendo com que ocorra o processo da neocolagênese e da elastogênese (produção de novas fibras de colágeno e de elastina). O ácido retinoico também promove a aceleração da renovação celular, por esfoliar e descamar a pele, bem como a leve compactação e espessamento da camada córnea da pele. Reorganiza as fibras elásticas danificadas pela exposição solar e melhora a irrigação da pele. AN02FREV001/REV 4.0 115 O ácido retinoico é aplicado em forma de máscara, que depois de alguns minutos torna-se seca e deve ser removida da pele após seis a oito horas. Em cerca de três dias após a remoção da máscara de ácido retinoico, a pele começa a descamar levemente. É um peeling rápido que não exige internação ou repouso e pode ser aplicadas em qualquer área do corpo, como face, colo, mãos, dorso, braços, costas e em estrias. O procedimento é realizado em consultório sem necessidade de sedação ou anestesia. O peeling de ácido retinoico não forma crostas, apenas esfolia e descama a pele. O ácido retinoico pode ser aplicado tanto em peles claras como escuras e deve ser feito de forma seriada, ou seja, em várias sessões para que haja considerável mudança na pele. Por ser superficial, não é necessário o afastamento de atividades após o peeling de ácido retinoico. Os primeiros resultados aparecem após a quarta sessão, que devem ser de seis a dez, feitas quinzenalmente. As reações ocasionais são bolhas, crosta, queimadura ou rubor, edema; escurecimento, ou clareamento da pele; sensação de calor ou urticante, descamação da pele pode ocorrer depois de poucos dias de tratamento. O paciente pode continuar o uso do produto de forma domiciliar. 17.6.1 Indicações e contraindicações São indicações para o uso do ácido retinoico: Tratamento tópico da acne vulgar, especialmente nos graus I, II e III (ação comedolítica e esfoliante); Fotoenvelhecimento cutâneo; Queratose folicular; AN02FREV001/REV 4.0 116 Estrias: atenua as estrias, não as removendo por completo, porém, promovendo um melhor aspecto no local onde se encontram; Limpeza superficial na pele (aumento do viço e da luminosidade natural); Uso pré-peeling ou como potencializador de outros peelings, como o de fenol (previne a hiperpigmentação pós-inflamatória, garantindo uma uniformidade na aplicação do produto); Atenuação de linhas finas de expressão, não removendo rugas; Clareamento de manchas superficiais (não remove manchas profundas); Remoção de efélides e manchas de sol; Clareamento geral da pele. São contraindicações para o uso do ácido retinoico: Pacientes com herpes ativa; Hipersensibilidade ao produto; Pele inflamada, eczematosa ou com queimaduras de sol; Não devem ser utilizados simultaneamente outros tratamentos, especialmente outros agentes queratolíticos; É contraindicado na gravidez e na lactação. AN02FREV001/REV 4.0 117 17.6.2 Concentrações Em consultório o peeling com ácido retinoico é realizado em concentrações que variam entre 1 e 4%. Para uso domiciliar, o ajuste da concentração de ácido retinoico depende da resposta terapêutica obtida. Dessa forma, recomenda-se iniciar o tratamento com a menor concentração usual, aumentando gradativamente, se necessário. As formas tópicas (creme, gel, solução) a 0,01%, 0,025%, 0,05% e 0,1% devem ser aplicadas uma vez ao dia, preferencialmente à noite, antes de deitar. 17.7 ÁCIDO TRICLOROACÉTICO (TCA) O ácido tricloroacético (TCA) é uma substância ácida aquosa inicialmente utilizada no tratamento de feridas, como cauterizador de doenças da pele e tumores, e no tratamento de calos, verrugas e aftas. Como agente para peeling químico o TCA é uma substância química cauterizante capaz de provocar necrose da pele causando uma epidermólise profunda com um processo inflamatório residual que pode ter duração de até oito semanas. É quando a lesão tratada adquire cor branca (Frost) assim que aplicada na pele. Quantomais profundo for o peeling, mais intenso e mais rápido será a formação do Frost. Para o peeling médio, o Frost ideal é o Frost nível II (FIGURA 49) (Zamarian, 2011). AN02FREV001/REV 4.0 118 FIGURA 49 – FROST PÓS PEELING TCA FONTE: YAVONAE. Professional TCA chemical peel. Disponível em: <http://www.tcapeels.com/>. Acesso em: 10 dez. 2011. O ácido tricloroacético é um dos mais procurados entre os peelings de profundidade média por atingir ótimos resultados nessa profundidade. Apesar de ser possível usá-lo em alta concentração para realizar um peeling profundo, é consenso que é muito mais arriscado que quando feito com substância mais indicada para peeling profundo, como o fenol, por exemplo. Além disso, em altas concentrações (acima de 50%), o TCA tem maior risco de deixar cicatrizes e queloides, quando comparado ao fenol. O procedimento é realizado em consultório, sob sedação e sua aplicação se dá em aproximadamente uma hora. Após o peeling de ácido tricloroacético ocorre a formação de crostas que caem naturalmente entre cinco e sete dias. Pode ser aplicado em peles claras e morenas (FIGURA 50). AN02FREV001/REV 4.0 119 FIGURA 50 – PÓS-APLICAÇÃO DE PEELING DE TCA 04 dias 10 dias FONTE: REALSELF. TCA PEEL. Disponível em: <http://www.realself.com/review/100-TCA-Peel>. Acesso em: 10 dez. 2011. O quadro 11 resume algumas vantagens do uso do peeling de TCA (médio) em relação aos demais peelings: QUADRO 11 - VANTAGENS DO PEELING DE ÁCIDO TRICLOROACÉTICO Não apresenta toxidade sistêmica conhecida Não apresenta relatos de reação alérgica grave Não requer neutralização antes do seu uso Pode ser usado associado a outras substâncias Não exige que sua aplicação seja feita em centro cirúrgico Quando utilizado em pequenas áreas e em baixa concentração, pode ser usado como tratamento em gestantes Pode ser usado como tratamento em peles morenas Não requer muito tempo para recuperação, como em peelings profundos Sua aplicação é rápida AN02FREV001/REV 4.0 120 17.7.1 Indicações e contraindicações São indicações ao uso do peeling de TCA: Rejuvenescimento da pele da face de três a cinco anos; Remoção de rugas finas, mas não remove rugas profundas; Remoção de manchas superficiais, mas não remove manchas profundas; Remoção de cicatrizes leves decorrentes da acne; Remoção de sardas e manchas de sol; Amenização de olheiras; Desobstrução de poros e fechamento de poros dilatados. São contraindicações ao uso do peeling de TCA: Peles com tendência a queloide; Pacientes que usaram isotretinoína nos últimos doze meses; Processos inflamatórios locais; Peles com infecções locais como herpes; Peles tatuadas ou bronzeadas. AN02FREV001/REV 4.0 121 17.7.2 Concentrações Para peeling médio, a concentração ideal varia entre 20-35%. 17.8 SOLUÇÃO DE JESSNER A solução de Jessner é um peeling químico superficial, composto por ácido salicílico, ácido lático e resorcina, muito indicado para o tratamento da acne vulgar. As características de cada composto e suas ações queratolíticas o tornam eficaz para o controle da oleosidade da pele e da produção de sebo (Gomes, 2011). O quadro 12 resume a composição geral da solução de Jessner: QUADRO 12 – COMPOSIÇÃO DA SOLUÇÃO DE JESSNER SUBSTÂNCIA PROPRIEDADES CONCENTRAÇÃO Ácido salicílico Queratolítico, bactericida e fungicida 14% Ácido lático Queratolítico 14% Resorcina Queratolítico, antisséptico, antisseborreico e antipruriginoso 14% FONTE: adaptado de GOMES, RK. Tratamento da acne vulgar com solução de Jessner. Disponível em: <http://www.revistapersonalite.com.br/mat_dest_acnevulgar66.php>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 122 A solução de Jessner não deve ser aplicada diretamente sobre o tecido lesionado, devendo o atendimento ser iniciado após algumas sessões de limpezas de pele prévias. Sua aplicação deve obedecer a um protocolo cauteloso, realizado em pequenas regiões e neutralizado antes de ser aplicado em outra região. A neutralização é realizada por meio de uma substância alcalina (bicarbonato de cálcio ou sódio e hidróxido de magnésio). O momento certo de neutralizar é determinado pela observação de reações como hiperemia local e frost. A solução de Jessner e o neutralizante deverão ser aplicados com pincéis do tipo leque, iniciando pela testa, seguindo para queixo, lateral direita ou esquerda e por último nariz, sendo cada região neutralizada antes da próxima aplicação. O tratamento será realizado por meio de aplicações quinzenais e poderá ser interrompido caso seja necessário proceder à limpeza de pele, retornando após dez ou quinze dias. 17.8.1 Indicações e contraindicações A principal indicação é o tratamento da acne e o controle da oleosidade facial por seu efeito antisseborreico. A ação bactericida do ácido salicílico também é útil para o controle da infecção local decorrente da contaminação acneica. Seu uso é contraindicado em gestantes, ou mulheres em fase de amamentação, em peles escoriadas, infeccionadas. Não deve ser aplicado em indivíduos sensíveis ao ácido salicílico. 17.8.2 Concentrações Como já vimos, a solução de Jessner utiliza uma associação de ácidos a 14% (salicílico, lático e resorcina). AN02FREV001/REV 4.0 123 17.9 PEELING DE FENOL O fenol é uma substância líquida e oleosa derivada do carvão mineral que foi desenvolvida inicialmente para assepsia de ferimentos. Com o tempo, observou-se que a ferida tratada com fenol tinha sua aparência rejuvenescida além de ter a infecção amenizada. A partir daí passou-se a usar o fenol para a realização de peelings químicos. O primeiro trabalho com o peeling de fenol data de 1903, quando o dermatologista americano George Mackee utilizou-se da substância para tratar cicatrizes de acne (Zamarian, 2011). No início da década de 60, Thomas Baker propôs uma metodologia para o uso do peeling de fenol de forma sistemática e segura. Desde então médicos e estudiosos do mundo inteiro, que se interessaram pelo procedimento, tentam aperfeiçoar a técnica do peeling de fenol de Baker (Zamarian, 2011). Por ser uma substância ácida, o fenol penetra e corrói a pele, até atingir a camada basal da epiderme, destruindo-a parcialmente. Em seguida, o peeling de fenol atinge a derme papilar e agride a irrigação local. Neste ponto em que o peeling de fenol para de agir, pois os vasos agredidos liberam substâncias que neutralizam sua ação. É por isso que o peeling de fenol é considerado um peeling autolimitante e de uso seguro (Zamarian, 2011). O peeling de fenol alcança resultados muito satisfatórios sendo capaz de remoçar uma face em até 20 anos sem cirurgia, removendo manchas resistentes e rugas profundas. A aplicação se dá em centro cirúrgico, tendo seu tempo de duração aproximado em uma hora, por exigir mais cuidados. É indolor, devido à sedação hospitalar. Logo após o procedimento a pele permanece um pouco vermelha e inchada. Cristas se formam e caem em até sete dias (FIGURAS 51 e 52) (Zamarian, 2011). AN02FREV001/REV 4.0 124 FIGURA 51 – FACE APÓS SETE DIAS DE APLICAÇÃO DE PEELING DE FENOL FONTE: IZAC, JD. Peeling químico. Disponível em: <http://www.senado.gov.br/portaldoservidor/jornal/jornal67/beleza_rosto.aspx>. Acesso em: 10 dez. 2011. FIGURA 52 – SEQUÊNCIA DE RECUPERAÇÃO APÓS APLICAÇÃO DE PEELING DE FENOL FONTE: VELASCO, MVR et al. Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling de fenol. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365- 05962004000100011&lng=en&nrm=iso>.Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 125 17.9.2 Indicações e contraindicações São indicações para o uso do peeling de fenol (Zamarian, 2011): Rejuvenescimento facial intenso; Clareamento da pele; Rugas profundas; Sardas; Melasmas; Manchas causadas pelo sol; Sequelas de acne; Cicatrizes; Queratoses solares e seborreicas. São contraindicações para o uso do peeling de fenol (Zamarian, 2011): Peles negras; Peles bronzeadas; AN02FREV001/REV 4.0 126 Peles com tendência a queloide; Gestantes; Pacientes que usaram isotretinoína nos últimos doze meses; Existência de doença cardíaca, renal e hepática. 17.9.3 Concentrações A formulação para peeling mais conhecida que utiliza o fenol é a de Baker- Gordon (1962), em que o fenol é diluído à concentração que varia de 45 a 55% (FIGURA 53) (VELASCO et al, 2011). FIGURA 53 – COMPONENTES PARA O PEELING DE FENOL FONTE: VELASCO, MVR et al . Rejuvenescimento da pele por peeling químico: enfoque no peeling de fenol. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365- 05962004000100011&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 10 dez. 2011. O quadro 13 resume as principais características dos ativos mais usados em peelings químicos. AN02FREV001/REV 4.0 127 QUADRO 13 – RESUMO: ATIVOS PARA PEELING QUÍMICOS E SUAS AÇÕES TIPO DE ÁCIDO AÇÃO Glicólico Despigmentante, hidratante e queratolítico Mandélico Renovador celular e clareador Hialurônico Hidratante, regenerador e restaurador dos tecidos Salicílico Queratolítico e antifúngico Azeláico Antiacneico e despigmentante Retinoico Queratolítico e esfoliante Tricloroacético Cáustico e vesicante Solução de Jessner Queratolíco, bactericida e fungicida Fenol Cauterizante 18 PROCEDIMENTOS PRÉ-PEELING São procedimentos necessários antes da realização dos peelings: Para controle de resultados, fazer fotografias de boa qualidade da face do paciente em três ângulos (frente e perfis); Avaliação completa da face do cliente para adequar o tipo de peeling; Informações e instruções criteriosas em relação ao procedimento ao qual o paciente será submetido; O preparo prévio da pele de duas a três semanas antes do procedimento pode ser benéfico e necessário, a critério da avaliação do profissional. Podem ser utilizados: Ácido retinoico (afina o estrato córneo, uniformiza a descamação, acelera a reepitelização); AN02FREV001/REV 4.0 128 AHAs (mesmos efeitos do ácido retinoico); Filtros solares e despigmentantes (reduz o risco de hiperpigmentação); Zinco (estimula diretamente a reepitelização); Corticoide (interfere no processo inflamatório); Estrogênios e contraceptivos (↑ hiperpigmentação pós); Enfatizar a necessidade do esquema de manutenção e testar alergias. Precauções: Verificar o rótulo do produto a ser usado; Observar a procedência e a qualidade dos produtos; Nunca passar o frasco aberto ou o aplicador sobre a face do paciente; Manter a cabeceira da maca levemente elevada (45 graus); Ter sempre a mão um frasco com água limpa ou SF; Observar o lacrimejamento; Antes de aplicar o agente esfoliante, perguntar se fez depilação recente em face, cirurgias de face e pescoço recente ou usou isotretinoina nos últimos meses; Hx prévia de herpes simples, se realização de peeling médio ou profundo, iniciar terapêutica específica um dia antes do procedimento; AN02FREV001/REV 4.0 129 Todos os pacientes submetidos a qualquer tipo de peeling devem mudar sua filosofia em relação à exposição solar. 19 PROCEDIMENTOS PARA APLICAÇÃO DOS PEELINGS SUPERFICIAIS 19.1 Materiais Recipiente de vidro para colocar o agente Agente químico com rótulo e validade Solução neutralizante Luvas de procedimento Gase e algodão Aplicadores (pincel, cotonete, espátula) Recipiente com água Solução para limpeza da pele Desengordurante Ventilador ou abanador Creme ou gel pós-peeling AN02FREV001/REV 4.0 130 19.2 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO Limpeza com água e sabão Desengordurar Álcool a 70% e acetona a 3% Licor de Hoffman com álcool a 70% e éter a 30% Aplicação de vaselina sólida (canto das pálpebras, narinas e no canto dos lábios) Aplicação do peeling nas áreas anatômicas Tratar sequencialmente: Frontal → malares → perioral → pálpebras Pálpebras devem ser tratadas delicadamente Cabeceira elevada em 30 graus e olhos fechados FIGURA 54 – APLICAÇÃO DE PEELING SUPERFICIAL FONTE: TRATAMIENTOS DE BELLEZA. Ácidos para peeling químico. Disponível em: <http://www.tratamientosbelleza.com.ar/tratamientos-de-belleza/tipos-de-acidos-para-peelings- quimicos/>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 131 Atentar para a formação de Frosting e seu nível: Nível I: eritema e frost delicado, rendilhado; Nível II: aspecto branco uniforme, mas que permite ver a área tratada; Nível III: aspecto branco compacto que não permite ver o fundo tratado. O ambiente deve ser bem iluminado e com luz fria para evitar sombras na pele dificultando a visualização das reações da pele. Pode-se utilizar sabonete de ácido glicólico a 10% para remover as barreiras da pele que dificultam a penetração dos ativos. Alguns dias antes do procedimento é interessante que o paciente tenha se submetido a uma limpeza de pele completa com extração de comedões. O ácido pode ser aplicado com pincel em forma de leque, gase ou cotonete. O tempo de permanência na pele e o modo de remoção do ácido variam para cada tipo de produto. 20 PROCEDIMENTOS E CUIDADOS PÓS-PEELING SUPERFICIAL Orientações gerais: Evitar ao máximo a luz solar; Pessoas que usam óculos, devem ter muito cuidado para não causar ferida pela esfoliação que a haste pode causar; AN02FREV001/REV 4.0 132 Não ficar em contato com fogo no primeiro dia do peeling; Não usar produtos que contenham álcool; Manter a pele hidratada para minimizar sensação de repuxamento; Limpeza diária manhã e noite com sabonete líquido suave; Aplicação do hidratante à noite; Aplicação de filtro solar com FPS alto no mínimo duas vezes ao dia; Não remover crostas; Não utilizar/esfregar toalhas ou buchas Caso se faça um novo peeling sem que a pele esteja totalmente reepitelizada, o risco de complicações será maior. A frequência dos peelings se baseia na profundidade: – Muito superficiais: até 1X/semana; – Superficiais: entre 2 a 6 semanas; – Média profundidade: entre 3 a 6 meses. AN02FREV001/REV 4.0 133 21 PRECAUÇÕES E COMPLICAÇÕES DOS PEELINGS QUÍMICOS Os peelings químicos, como a maioria dos procedimentos estéticos rejuvenescedores, estão sujeitos a complicações. Essas complicações tendem a aumentar conforme a profundidade do peeling aumenta. Assim, quanto mais profundo o peeling, maiores são os riscos a que o paciente está sujeito. As principais complicações são: Eritemas: não são considerados complicações, pois ocorrem em praticamente todos os peelings químicos como uma reação natural e transitória decorrente da vasodilatação e do afinamento da pele. Quando se torna prolongado (dois a quatro meses após o procedimento) pode ser tratado com creme à base de hidrocortisona a 2,5%. Hiperpigmentações: complicação decorrente do processo inflamatório causado pela agressão química e ocorre mais frequentemente em pacientes com pele morena. Essa complicaçãodeve ser tratada com clareadores e filtro solar. Hipopigmentações: são raras, ocorrendo com mais frequência em peelings agressivos como o de fenol, pela toxicidade do produto ao melanócito. A perda de pigmentação da pele varia de acordo com o paciente e seu tipo de pele. Cicatrizes: só ocorrem em peelings médios ou profundos, podendo ser permanente, sendo mais comum em regiões como lábios, pálpebras e mandíbula. Infecções: principalmente por micro-organismos, como Staphylococcus sp, Streptococcus sp e Pseudomonas aeruginosa. AN02FREV001/REV 4.0 134 22 RESULTADOS DE PEELINGS QUÍMICOS FIGURA 55 – PEELING DE FENOL FONTE: GIULIANA. Peeling de fenol. Disponível em: <http://www.mulhersofre.com.br/2011/07/peeling-de-fenol-voce-sabe-o-que-e/>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 135 FIGURA 56 – PEELING DE ÁCIDO SALICILICO FONTE: SC. Peeling: fotos antes e depois. Disponível em: <http://peelingfotosdepois.blogspot.com/2009/08/peeling-de-acido-salicilico.html>. Acesso em: 10 dez. 2012. AN02FREV001/REV 4.0 136 FIGURA 57 – PEELING DE ÁCIDO RETINOICO FONTE: PLASTICAS. Peeling de ácido retinoico. Disponível em: <http://www.plasticas.com.br/dermato/index.php?option=com_content&view=article&id=63:-peeling- de-acido-retinoico-&catid=5:tratamentos-faciais&Itemid=13>. Acesso em: 5 nov. 2011. FIGURA 58 – PEELING DE ÁCIDO GLICÓLICO FONTE: SHARIFF, A. Glicolico peeling. Disponível em: <http://www.aamna- shariff.com/gallery/glicolico-peeling&page=3>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 137 Aqui concluímos o terceiro módulo do nosso curso de peelings faciais. Neste módulo abordamos os peelings químicos, seus principais conceitos, indicações, contraindicações, protocolos de aplicação e conhecemos os principais ativos utilizados neste tipo de tratamento. No próximo módulo iremos abordar os peelings físicos: dermoabrasão, microdermoabrasão, peeling ultrassônico e peeling a laser. FIM DO MÓDULO III AN02FREV001/REV 4.0 139 PROGRAMA DE EDUCAÇÃO CONTINUADA A DISTÂNCIA Portal Educação CURSO DE PEELINGS FACIAIS Aluno: EaD - Educação a Distância Portal Educação AN02FREV001/REV 4.0 140 CURSO DE PEELINGS FACIAIS MÓDULO IV Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização ou distribuição do mesmo sem a autorização expressa do Portal Educação. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores descritos nas Referências Bibliográficas. AN02FREV001/REV 4.0 141 MÓDULO IV Olá, seja bem-vindo (a) ao IV módulo do curso de PEELINGS FACIAIS. Neste módulo abordaremos os diversos tipos de peelings físicos: dermoabrasão, microdermoabrasão, peeling ultrassônico e peeling a laser. Indicações, contraindicações e características de cada tipo de equipamento. 23 PEELINGS FÍSICOS: CONCEITOS GERAIS O peeling físico é um procedimento esfoliativo realizado por meio de um lixamento manual ou de equipamentos dermoabrasores para promover a renovação das camadas da pele. O laser e o peeling ultrassônico também podem ser usados como peeling físico. Para a realização de peelings físicos muito superficiais podem ser usadas substâncias abrasivas veiculadas em cremes, gel ou loções. 24 TIPOS DE PEELINGS FÍSICOS 24.1 DERMOABRASÃO Técnica precursora da microdermoabrasão. Foi descrita em 1988 e é considerado um método mecânico agressivo e invasivo. Existe uma lixa acoplada a um torno que compõe uma máquina que gira em alta velocidade e elimina toda a epiderme e a derme papilar, expondo a derme reticular e propiciando o surgimento de uma nova camada de tecido epitelial (FIGURA 59). O tratamento é realizado exclusivamente por médicos, em ambiente hospitalar e sob anestesia. AN02FREV001/REV 4.0 142 FIGURA 59 - DERMOABRASOR FONTE: BEAUTY. Dermoabrasor. Disponível em <http://beautyequipment- china.com/pt/productpic/pb_yc01311753977.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2011. Os pacientes que se submetem a essa técnica devem permanecer em casa por cerca de um mês até que a crosta formada se desprenda (FIGURA 60). A “nova” pele fica inicialmente extremamente sensível e fina, não sendo permitida a exposição solar. Essa técnica não é recomendada para pacientes com pele negra pela alta probabilidade de surgirem manchas pigmentares após o lixamento. A dermoabrasão proporciona um peeling profundo e deve ser realizada em casos de cicatrizes de acne, rugas faciais de profundidade, sendo reservada para casos mais severos. Por ser um procedimento cirúrgico invasivo, essa técnica implica em alguns riscos e complicações. Em decorrência disso foram desenvolvidas as técnicas de microdermoabrasão, que podem ser realizadas por outros profissionais da área de saúde capacitados para tal. AN02FREV001/REV 4.0 143 FIGURA 60 – DERMOABRASÃO (APÓS DOIS DIAS DE PROCEDIMENTO) FONTE: DERMOBLOG. Dermoabrasão. Disponível em: <http://dermoblog.wordpress.com/2010/09/04/dermoabrasao-relatos-antes-da-cirurgia-e-os-dois- primeiros-dias/>. Acesso em: 10 dez. 2011. 24.2 MICRODERMOABRASÃO A microdermoabrasão é uma técnica de ação mais superficial atingindo apenas as camadas da epiderme. A microdermoabrasão é uma técnica de esfoliação não cirúrgica, não invasiva e passível de controle. Os principais representantes da microdermoabrasão são os peelings de cristal e diamante. Neste tipo de peeling superficial, após o procedimento, a pele fica avermelhada e edemaciada e normalmente não ocorre à formação de crostas. Usualmente são necessárias várias sessões de tratamento e os resultados são equivalentes aos dos peelings químicos superficiais. O intervalo entre as aplicações varia de acordo com a profundidade atingida. Quando o procedimento atinge apenas as camadas mais superficiais da epiderme pode ser repetido a cada sete ou quinze dias. Quando atingem as camadas mais profundas da epiderme o intervalo deve ser maior (aproximadamente 30 dias). AN02FREV001/REV 4.0 144 24.2.1 Indicações e contraindicações As principais indicações para a microdermoabrasão são: Atenuação das rugas superficiais; Clareamento da epiderme; Foliculite; Atenuação e prevenção de estrias; Discromias; Queratoses; Sequelas de acne e poros dilatados; Microcomedões e irregularidades cutâneas; Peles seborreicas; Pré-tratamento de laser, peelings e cirurgias estéticas; Preparo para aplicação de princípios ativos; Cicatrizes inestéticas queloideanas. AN02FREV001/REV 4.0 145 As principais contraindicações para a microdermoabrasão são: Processos inflamatórios cutâneos; Pacientes com distúrbios de cicatrização; Gestantes; Diabetes descompensada; Distúrbios de coagulação; Acne ativo; Eczemas/dermatites/lesões de psoríase; Câncer de pele; Lesões virais como herpes ativo; Lesões vasculares; Uso de anticoagulantes; Tatuagens. AN02FREV001/REV 4.0 146 24.2.2 Efeitos da microdermoabrasão Melhoria da qualidade da pele; Afinamento da camada epitelial; Regeneração celular; Aumento da produção de colágeno, elastina e reticulina; Ativação da microcirculação; Estímulo da renovação celular. O quadro 14 resume as reações da pele de acordo como nível de profundidade que podemos atingir com a microdermoabrasão. QUADRO 14 – NÍVEIS DE PROFUNDIDADE E REAÇÃO INFLAMATÓRIA NÍVEIS PROFUNDIDADE REAÇÃO Camada córnea Sem compressor Movimentos rápidos Eritema (2 - 4h) Epiderme Com compressor Movimentos rápidos Eritema (24 - 36h) Edema discreto Junção dermoepidérmica Com compressor, movimentos lentos e repetitivos, leve sangramento Erosão Sangramento puntiforme Crosta fina 3-5 dias Eritema tardio até 20 dias FONTE: adaptada de Kede e Sabatovich, 2004. AN02FREV001/REV 4.0 147 O quadro 15 resume a quantidade de sessões previstas para algumas disfunções estéticas: QUADRO 15 – PREVISÃO DO NÚMERO DE SESSÕES E PROFUNDIDADE DOS PEELINGS DISFUNÇÃO NÚMERO DE SESSÕES PREVISTAS Rugas faciais 8 a 10 sessões Cicatrizes de acne 15 a 20 sessões Discromias 5 a 7 sessões + terapia tópica Clareamento da pele 5 a 7 sessões Preparo para ressurfacing a laser 3 sessões Preparo para lifting facial 2 sessões Cicatrizes superficiais 5 a 7 sessões Poros dilatados 5 a 7 sessões + terapia tópica Cicatrizes atróficas 5 a 7 sessões + terapia tópica Estrias superficiais 25 a 30 sessões + terapia tópica FONTE: adaptada de Kede e Sabatovich, 2004. A microdermoabrasão possui algumas vantagens em relação aos outros tipos de peelings como os químicos, por exemplo. Nos outros métodos, a esfoliação acontece dias depois, sem o devido acompanhamento pelo profissional. Existe risco de manchas, queimaduras e sensação desagradável. Na microdermoabrasão, esse controle é mais preciso, pois ao interromper-se a projeção de cristais, a esfoliação cessa imediatamente. AN02FREV001/REV 4.0 148 24.2.3 Peeling de Cristal O peeling de cristal é um equipamento mecânico gerador de pressão negativa e positiva simultânea em que são utilizados microgrânulos de óxido de alumínio, quimicamente inertes, jateados pela pressão positiva sobre a superfície da pele em uma velocidade controlada, provocando erosão nas camadas da epiderme sendo ao mesmo tempo sugados pela pressão negativa (são sugados os cristais e os resíduos de pele). Os aparelhos de microdermoabrasão possuem um botão de ajuste que permite exercer maior ou menor pressão no jateamento dos cristais (FIGURA 61). FIGURA 61 – EQUIPAMENTO DE PEELING DE CRISTAL FONTE: FISIO ESTETICA. Dermotonus Esthetic. Disponível em: <http://www.fisioeestetica.com.br/dermotonus-esthetic-peeling-de-cristal-e-diamante.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 149 A técnica de microdermoabrasão é realizada por meio do jateamento de cristais de óxido de alumínio por manobras com uma caneta especial sobre a superfície da pele. Esta caneta está conectada a dois tubos (mangueiras). Um tubo (mangueira de cor azul) está ligado ao depósito de cristais de óxido de alumínio. O outro tubo (mangueira cinza) está ligado a uma bomba de vácuo. Esta caneta projeta os cristais de óxido de alumínio sobre a pele e aspira ao mesmo tempo os cristais projetados e fragmentos da pele. Existem três tipos de canetas aplicadoras: Caneta aplicadora tipo A (dupla): Faz uma varredura completa e uniforme da superfície da pele. Utilizada principalmente na face (FIGURA 62). FIGURA 62 – CANETA APLICADORA TIPO A FONTE: FISIO ESTETICA. Dermotonus Esthetic. Disponível em: <http://www.fisioeestetica.com.br/dermotonus-esthetic-peeling-de-cristal-e-diamante.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. Caneta aplicadora tipo U (arco): abrasão localizada, indicada para o uso em cicatrizes (FIGURA 63). AN02FREV001/REV 4.0 150 FIGURA 63 – CANETA APLICADORA TIPO U FONTE: FISIO ESTETICA. Dermotonus Esthetic. Disponível em: <http://www.fisioeestetica.com.br/dermotonus-esthetic-peeling-de-cristal-e-diamante.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. Caneta aplicadora redonda: permite um maior poder de abrasão, com utilização em estrias largas e cicatriz de acne (FIGURA 64) FIGURA 64 – CANETA APLICADORA REDONDA FONTE: FISIO ESTETICA. Dermotonus Esthetic. Disponível em: <http://www.fisioeestetica.com.br/dermotonus-esthetic-peeling-de-cristal-e-diamante.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 151 A intensidade de projeção dos cristais é proporcional à intensidade de vácuo produzido pelo equipamento. A aspiração impede a dispersão de cristais para áreas vizinhas. Os efeitos regenerativos são semelhantes a outras técnicas abrasivas, ou seja, remoção de fina camada da pele (células mortas) com aumento da oxigenação e colágeno. É normal o fenômeno de hiperemia no local da aplicação. A técnica é ambulatorial, não dolorosa e de rápida execução. Cada sessão dura entre 25 minutos. O procedimento não requer anestesia local ou sedação do paciente, uma vez que, quando superficial, não é doloroso. Os cristais são jateados sobre toda a superfície da pele e ao mesmo tempo aspirados pela bomba do equipamento (FIGURA 65). FIGURA 65 – TÉCNICA DE PEELING DE CRISTAL FONTE: SANSON, B. Peeling de cristal. Disponível em: <http://www.bettinasanson.com.br/procedimentos/procedimentosVer.php?id=30>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 152 O peeling de cristal pode atingir diversos níveis de esfoliação: Grau I: retirada da camada córnea com a pele adquirindo um aspecto esbranquiçado, a princípio, seguido de um eritema leve com edema leve. Grau II: remoção das camadas da epiderme, sem chegar à derme. A pele adquire um eritema e edema mais fortes. Grau III: atinge a derme papilar. Observam-se pontos de sangue alcançando a junção dermoepidérmica. Há formação de crostas. A profundidade de ação do peeling depende de cinco fatores: Tipo de aplicador; Fluxo de cristais: quanto maior o fluxo de cristais, maior o nível de abrasão; Intensidade do vácuo: quanto maior a intensidade de sucção, maior o nível de abrasão; Velocidade dos movimentos: quanto mais rápido mais superficial será a abrasão; Quantidade de passadas: quanto maior o número de passadas, mais profunda será a abrasão. AN02FREV001/REV 4.0 153 Para revitalização: o nível de esfoliação deve ser superficial para estimular a síntese de colágeno e elastina. Para manchas hipercrômicas: o nível de esfoliação deve ser superficial para não gerar hipocromia. Para estrias: o nível de esfoliação deve ser a nível intermediário para que haja neovascularização e indução de regeneração do tecido. Para aplicar o peeling de cristal, devemos ajustar a pressão de acordo com a necessidade individual da pele do paciente. Normalmente a pressão dos equipamentos atinge até 700mmHg e a pressão ideal depende de fatores como a sensibilidade cutânea e tipo de pele a ser tratada (seca ou oleosa). Nas peles oleosas podem ser usadas pressões maiores. Indica-se iniciar com pressões aproximadas de 200mmHg e aumentar gradativamente. Fazer a assepsia do local; A pele deverá ser limpa e desengordurada; Proteger os olhos do paciente com algodão umedecido e os ouvidos com touca; Utilizar luvas de procedimento, máscara e touca de cabelos; Realiza-se uma varredura com a caneta aplicadora; A aplicação deve ser feita esticando-se a pele com o polegar e indicador da mão livre para facilitar o deslizamento da caneta aplicadora; Após a aplicação, usar no local loção tônica sem álcool; Aplicar loção calmante gelada ou compressa de gelo; AN02FREV001/REV 4.0 154 Utilizar alta frequência de forma direta; Aplicar máscara calmante e hidratante; Os cristais de óxido de alumínio que permanecerem na área aplicada poderão ser removidos com pincel macio de maquiagem, com gaze umedecida ouesponja vegetal; Os cristais de óxido de alumínio usados, que estão no reservatório de descarte, não deverão ser reutilizados em outra pessoa; Número médio de sessões necessárias para se obter um melhor resultado: Rugas: 5 a 10 sessões; Estrias: 10 a 15 sessões; Sequelas de acne: 10 a 15 sessões. 24.2.4 Peeling de diamante O peeling de diamante é outro tipo de microdermoabrasão. É realizado por meio de uma manopla em forma de caneta com ponteiras diamantadas de granulometrias diferentes que promovem um “lixamento” suave da pele (FIGURA 66). Trabalha apenas nas camadas mais superficiais da epiderme. Neste tipo de peeling só existe a pressão negativa que também pode ser ajustada. A pele é suavemente sugada pela manopla e o lixamento é efetuado pelo profissional por meio do contato da manopla com a pele. AN02FREV001/REV 4.0 155 FIGURA 66 – PONTEIRAS PARA O PEELING DE DIAMANTE FONTE: FISIO ESTETICA. Dermotonus Esthetic. Disponível em: <http://www.fisioeestetica.com.br/dermotonus-esthetic-peeling-de-cristal-e-diamante.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. Existem três tipos de ponteiras de diamante (FIGURA 66): 75 microns (ponteira de maior diâmetro); 100 microns (ponteira intermediária); 150 microns (ponteira de menor diâmetro). AN02FREV001/REV 4.0 156 As ponteiras de 100 e 150 microns são mais delicadas, para uma esfoliação mais superficial. A ponteira de 75 microns realiza uma esfoliação mais profunda. O nível de esfoliação dependerá do tipo de ponteira de diamante usada (quantos microns), da intensidade da sucção (vácuo) e do número das aplicações por área. Para se iniciar um tratamento sugere-se o uso da ponteira de 100 ou 150 microns com uma intensidade de sucção baixa, aumentando gradualmente. Sugere-se antes, fazer-se um teste na parte inferior do braço para um melhor ajuste do vácuo e deslizamento da caneta. Para aplicar o peeling de diamante devem ser seguidos os seguintes passos (FIGURA 67): Fazer a assepsia do local; Proteger os olhos com algodão umedecido e os ouvidos com touca; Durante a aplicação, manter a pele bem esticada para que a caneta deslize facilmente; O movimento deslizante poderá ser feito na horizontal, vertical, circulares e pontuais; Após aplicação, usar no local loção tônica sem álcool; Aplicar loção calmante gelada ou compressa de gelo; Utilizar alta frequência de forma direta; Aplicar máscara calmante e hidratante; No pescoço: utilizar baixa sucção em movimentos do centro para lateral; AN02FREV001/REV 4.0 157 Nas mãos: aplicações horizontais e cruzadas; No nariz, bochechas e lábio superior: da parte externa para interna; Não aplicar nos lábios; Maxilar e lábio inferior: aplicar verticalmente do lábio inferior para o queixo cruzando depois horizontalmente; Região pré-orbital: deslizar suavemente a ponteira no contorno dos olhos sem sucção. Nunca tratar áreas dentro da cavidade do olho e pálpebras. FIGURA 67 – APLICAÇÃO DO PEELING DE DIAMANTE FONTE: SWEETEST. Peeling de diamante. Disponível em: <http://sweetestpersonblog.com/2011/08/25/meu-primeiro-peeling-de-diamante/>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 158 24.2.5 Procedimentos pré-microdermoabrasão Uma semana antes, interromper a aplicação de cremes que contenham ácidos na formulação; É útil a realização de limpeza de pele prévia com extração um dia antes da realização do peeling de diamante; No dia da microdermoabrasão, não utilizar técnicas que utilizem corrente galvânica, farádica, russa, microcorrente. 24.2.6 Procedimentos pós-microdermoabrasão Indicar o uso de filtro solar com fator FPS 30; Orientar ao paciente para que evite exposição solar 48 horas antes e após cada sessão; Orientar ao paciente para que não retire casquinhas, para evitar cicatrizes; Orientar ao paciente para que não use esfoliantes; Até dez dias depois do tratamento, não depilar a região tratada, nem com cera nem a laser; Não usar ácidos por 10 dias; Não utilizar loções de limpeza com ácido salicílico. AN02FREV001/REV 4.0 159 24.2.7 Precauções e complicações A microdermoabrasão proporciona um peeling superficial, atingindo apenas parte da epiderme, portanto os riscos de complicações e intercorrências são baixos. Porém, não são inexistentes. Podem ocorrer: Hipopigmentação; Hiperpigmentação; Cicatrizes; Eritema persistente; Infecção secundária na região esfoliada profundamente. Você entendeu? A microdermoabrasão é um tipo de peeling físico superficial que pode ser executado por duas técnicas: o peeling de cristal e o peeling de diamante. O peeling de cristal é um equipamento que gera pressões negativas e positivas simultâneas em que são utilizados microgrânulos de óxido de alumínio jateados pela pressão positiva sobre a pele, provocando erosão nas camadas da epiderme sendo ao mesmo tempo sugados pela pressão negativa. O peeling de diamante é realizado por uma manopla em forma de caneta com ponteiras diamantadas de granulometrias diferentes que promovem um “lixamento” suave da pele. Neste tipo de peeling só existe a pressão negativa. A pele é suavemente sugada pela manopla e o lixamento é efetuado pelo profissional por meio do contato da manopla com a pele. AN02FREV001/REV 4.0 160 24.2.8 Resultados de microdermoabrasão FIGURA 68 – RESULTADOS: PEELING DE CRISTAL FONTE: FA&D. Peeling de cristal. Disponível em: <http://www.fotosantesedepois.com/2011/01/12/peeling-de-cristal/>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 161 FIGURA 69 – RESULTADOS: PEELING DE DIAMANTE FONTE: PRO CORPO PLÁSTICA. Manchas na pele. Disponível em: <http://www.procorpoplastica.com.br/blog/como-tirar-manchas-da-pele/>. Acesso em: 10 dez. 2011. AN02FREV001/REV 4.0 162 FIGURA 70 – RESULTADOS: PEELING DE DIAMANTE FONTE: IG. Tratamentos estéticos. Disponível em: <http://delas.ig.com.br/beleza/pele/tratamentos+esteticos+com+ouro+diamante+e+caviar/n159705570 5245.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. 24.3 PEELING ULTRASSÔNICO 24.3.1 Equipamento O peeling ultrassônico é um sistema de higienização e regeneração cutânea. Não utiliza correntes elétricas exercendo seus efeitos por microagitações ultrassônicas. Trata-se de um peeling muito superficial, totalmente indolor e que não danifica as camadas da pele (FIGURA 71). AN02FREV001/REV 4.0 163 FIGURA 71 – EQUIPAMENTO PARA PEELING ULTRASSÔNICO FONTE: BIOSET. Peeling ultrassônico. Disponível em: <http://www.bioset.com.br/2007>. Acesso em: 10 dez. 2011. Trabalha combinando uma espátula que realiza a vibração ultrassônica que permitem penetrar e posteriormente vaporizar o tônico desencrustante. Ocorre emoliência nos poros, as células mortas se desprendem e a pele fica limpa de oleosidade, poluição e restos cosméticos. O movimento rápido que se produz na ponta da espátula é que faz saltar todas as partículas sebáceas, comedões e outras sujeiras. A rapidez de vibração em um espaço curto de deslizamento consegue o efeito de emulsão das sujeiras dos poros e sua pulverização para fora (FIGURA 72). O profissional pode ainda inverter a posição da espátula, e realizar, desta forma, uma intensa massagem por percussão, facilitando a penetração de ativos cosméticos sem alterar o equilíbrio tônico da pele. AN02FREV001/REV 4.0 164 FIGURA 72 – APLICAÇÃO DE PEELING ULTRASSÔNICO FONTE: ELO DA VIDA. Aplicação do peeling ultrassônico. Disponívelem: <http://www.elodavida.com.br/personal/wp- content/uploads/2011/08/aplicacao_peeling_ultra_sonico.jpg>. Acesso em: 10 dez. 2011. 24.3.2 Indicações e contraindicações São indicações para o uso do peeling ultrassônico: Descamação superficial da pele; Higiene profunda dos poros; Oxigenação da pele preparando para os tratamentos cosméticos; Rejuvenescimento da derme (massagem e ativação circulatória); Penetração de cosméticos; AN02FREV001/REV 4.0 165 Clareamento progressivo de manchas. São contraindicações para o uso do peeling ultrassônico: Próteses metálicas; Marca-passos ou qualquer outro tipo de dispositivo eletrônico implantado; Gravidez; Cardiopatias/disritmias; Epilepsia; Câncer; Afecções dermatológicas; Processos inflamatórios; Processos infecciosos; Feridas abertas; Febre; Alteração de sensibilidade. AN02FREV001/REV 4.0 166 24.3.3 Efeitos Para realizar a higienização da pele, a saída de ultrassom é mantida constante, realizando vibrações na espátula de aplicação, promovendo uma descamação da epiderme, eliminando as camadas superficiais da pele, proporcionando uma aceleração no processo de renovação celular. O mecanismo de hidratação do peeling ultrassônico consiste em um sistema tecnológico destinado a realizar permeação de ativos pela saída de ultrassom com uma onda senoidal modulada, ativando automaticamente a corrente galvânica potencializando o processo de hidratação dérmica. Essa é uma função capaz de gerar uma corrente galvânica (direta), unidirecional, constante e de baixa amperagem e voltagem. Possui polaridade distinta (polo positivo e polo negativo), e devido a este fator os elétrons se deslocam em um único sentido. Essa propriedade é denominada ionização e tem a finalidade de intensificar a penetração de micromoléculas contidas em cosméticos sob a forma aquosa através da epiderme. Os produtos cosméticos ativos são representados por íons previamente escolhidos por suas propriedades e colocados com os determinados objetivos em soluções aquosas. Para a revitalização da pele envelhecida podem ser utilizadas ampolas nutritivas ionizáveis compostas por colágeno, elastina, entre outros ativos. Nesse método são utilizados um eletrodo negativo e outro positivo, ambos devem ser colocados em contato com a pele a ser tratada. 24.3.4 Técnica de aplicação Protocolo para peeling ultrassônico na limpeza de pele: AN02FREV001/REV 4.0 167 Higienizar a pele; Borrifar loção emoliente; Aplicar o peeling ultrassônico; Tonificar a pele; Realizar a limpeza de pele e a extração. Protocolo para peeling ultrassônico na revitalização cutânea: Higienizar a pele; Aplicar o Peeling Ultrassônico; Tonificar a pele; Utilizar recursos para rejuvenescimento (microcorrente, galvânica); Aplicar máscaras para rejuvenescimento. 24.3.5 Precauções e complicações Por se tratar de um peeling superficial, não há complicações relatadas desde que se respeitem as indicações e contraindicações da técnica. AN02FREV001/REV 4.0 168 24.3.6 Resultados O peeling ultrassônico auxilia na remoção de impurezas e células mortas, melhorando o viço e a hidratação da pele. Aumenta a permeabilidade das membranas celulares, permitindo a absorção de substâncias terapêuticas e ativando a microcirculação local. Além desses efeitos, favorece a drenagem e a desintoxicação tecidual, melhora o tônus cutâneo e deixa a pele preparada para outros procedimentos cosméticos. 24.4 PEELING A LASER O LASER (Ligth Amplification by Stimulated Emission of Radiation) é um tipo de luz monocromática, gerada em alta energia, que apresenta comprimentos de ondas específicos para tratar diversas disfunções. Entre inúmeros outros usos em medicina e dermatologia, o laser é indicado para o tratamento do envelhecimento cutâneo e das lesões pigmentadas da pele. Esse procedimento é chamado de resurfacing ou peeling a laser. Além de causar a renovação da epiderme o resurfacing estimula a formação de colágeno na derme determinando uma melhora estética muito importante. O peeling a laser não envolve cortes como na cirurgia plástica, mas também é traumático. É um procedimento que remove as camadas superiores da pele, constituindo uma agressão ao corpo humano. A reconstituição da superfície da pele removida demora apenas uma semana, ou pouco mais. 24.4.1 Equipamento Existem algumas características do laser que o diferem da luz comum e que são importantes para as suas propriedades terapêuticas. São elas: AN02FREV001/REV 4.0 169 Monocromaticidade: mesmo comprimento de onda, cor única; Coerência: os raios caminham em sincronia no tempo e espaço; Colimação: os raios caminham em uma única direção. O laser para resurfacing é um equipamento computadorizado que pode ser programado de acordo com as características individuais de cada paciente (FIGURA 73). FIGURA 73 – EQUIPAMENTO DE LASER ND: YAG FONTE: IPLSUPPLY. ND: YAG. Disponível em: <http://www.iplsupply.com/products/3_2_b.jpg>. Acesso em: 10 nov. 2011. O laser pode ser aplicado de forma contínua (emitem energia constante), pseudocontínua (ondas que são na verdade pulsadas, porém, os pulsos são muito rápidos e o intervalo entre eles é muito curto) ou pulsada (emitem energia com pulsos e intervalos variáveis). Os lasers podem ser de dois tipos: ablativos e não ablativos. Os lasers ablativos vaporizam e destroem por fototermólise a epiderme e a derme superficial. O laser não ablativo atua na epiderme e/ou na derme, preservando a integridade da epiderme, tendo como principal objetivo a formação de um novo colágeno. AN02FREV001/REV 4.0 170 Os lasers ablativos realizam uma técnica chamada laserabrasão. O alvo destes lasers é a água das camadas superficiais da pele. Atuam não só a este nível, mas também a um nível cutâneo mais profundo, pois a lesão térmica variável resultante da sua utilização induz a retração e remodelação do colágeno e de fibras e elásticas. Os lasers usados para este efeito são: Laser de CO2: este laser tem indicação no fotoenvelhecimento intenso, pois melhora muito a elastose, rugas, discromias e cicatrizes. Ocorre destruição da epiderme. Após o tratamento ocorre um intenso eritema e edema, sendo necessário o uso de pomadas cicatrizantes ou curativos semioclusivos. As complicações são eritema persistente, discromia, herpes simples, cicatrizes hipertróficas, infecção e ectrópio. Laser de Erbium:YAG: a ablação do laser de Erbium é mais fina e o dano térmico é menor que o laser de CO2. No pós laser imediato o paciente fica com eritema e edema, em seguida a pele fica com aspecto dourado que logo descama, esta recuperação dura em média 1 a 2 semanas, até que ocorra a completa re-epitelização de toda a área tratada, depois forma crosta que não deve ser retirada. Este laser é eficaz e seguro para fotoenvelhecimento intenso e para o tratamento de cicatrizes de acne. Os lasers não ablativos emitem feixes de energia que atingem a pele de forma fracionada, puntiforme, promovendo um dano térmico pontual, chamada zona microtermal, permitindo que o tecido adjacente, não atingido pelo laser, promova uma rápida recuperação das áreas tratadas. Indicado para fotoenvelhecimento, cicatriz de acne e lesões pigmentadas. O feixe de laser é separado em vários microfeixes, como se fosse um chuveiro e permite deixar partes de pele sã entre as áreas de pele tratadas o que facilita a reepitelização dessas áreas. Os aparelhos permitem variar a profundidade AN02FREV001/REV 4.0 171 do feixelaser de acordo com a potência, a duração de pulso, a distância entre um ponto e outro e o diâmetro dos pontos. O tempo de recuperação pós-operatória é muito inferior ao da laserabrasão clássica. A fase aguda de lesão térmica dura até 72 horas, a fase proliferativa, em que há recrutamento de fibroblastos 30 dias e a fase de remodelação aproximadamente 15 dias. O eritema dura aproximadamente uma semana em contraponto com os 2 a 3 meses da laserabrasão convencional. Podem fazer-se até cinco sessões com pelo menos 45 dias de intervalo. É utilizado no rejuvenescimento cutâneo e no tratamento de cicatrizes de acne. 24.4.2 Indicações e contraindicações São indicações para o uso do resurfacing a laser: Fotorrejuvenescimento; Clareamento da epiderme; Cicatrizes de acne; Alterações pigmentares (lentigos, manchas, hipercromias). São contraindicações para o uso do resurfacing a laser: Gravidez; Herpes simples; Lesões suspeitas de malignidade na pele; AN02FREV001/REV 4.0 172 Drogas sensibilizantes; Nevos melanocíticos (grande possibilidade de malignização); Vitiligo (possibilidade de fenômeno de Köebner); Uso de drogas fotossensibilizantes; Expectativa irreal; Urticária ao calor. 24.4.3 Efeitos A ação do laser acontece pela agressão que a lesão vascular dérmica recebe, induzindo a liberação de mediadores que estimulam o fibroblasto a aumentar a sua produção de colágeno. O sucesso está na remoção da quantidade de pele suficiente para eliminar a imperfeição, sem lesar muito a epiderme para que possa se autorregenerar novamente. São efeitos do laser: Estimulo a liberação mediadores químicos (histaminas, serotoninas); Estimulo às reações enzimáticas das células; Equilíbrio da atividade funcional celular; Aumento da quantidade de ATP produzido na célula; AN02FREV001/REV 4.0 173 Estímulo da fisiologia celular (equilibrando desigualdades); Estimulo os fibroblastos (formação de colágeno e elastina). 24.4.4 Técnica de aplicação Higienizar a pele; Utilizar óculos de proteção para o paciente e para a equipe de profissionais de acordo com a frequência do equipamento; A sensação no momento da aplicação é aquecimento transitório. Dependendo da sensibilidade, os pacientes podem sentir um grau um pouco maior ou menor de desconforto, porém sempre tolerável; Logo após a sessão, o local tratado pode apresentar-se avermelhado e com sensação de queimadura (FIGURA 74); Após a sessão, aplicar compressas geladas sobre as áreas tratadas; Após a crioterapia, pode-se aplicar um creme a base de corticoide tópico para diminuir a resposta inflamatória; Peles com pigmentação pós-inflamatória ou fototipos IV e V podem ser submetidas a tratamento com clareadores (hidroquinona 2% a 4%) por 4 a 6 semanas antes do tratamento; O paciente deve abster-se de sol por 2 a 3 semanas após a aplicação; Recomenda-se o uso de bloqueador solar com FPS alto ou proteção física (que deve ser repassado a cada quatro horas) nas áreas tratadas AN02FREV001/REV 4.0 174 por alguns meses antes do procedimento, durante as sessões e até seis meses depois de terminado o tratamento. FIGURA 74 – FACE APÓS APLICAÇÃO DO LASER FONTE: FROM DOCTOR. Resurfacing. Disponível em: <http://fromyourdoctor.com/topic.do?title=Laser+Resurfacing&t=2130>. Acesso em: 10 dez. 2011. 24.4.5 Precauções e complicações As complicações do peeling a laser são: Queimadura superficial; Edema temporário; AN02FREV001/REV 4.0 175 Púrpura focal; Cicatriz; Hipocromia transitória ou definitiva; Hipercromia transitória ou definitiva; Atrofias de pele; Epilação transitória quando há pelos no local a ser tratado. 24.4.6 Resultados FIGURA 75 – RESULTADO DO LASER AN02FREV001/REV 4.0 176 FONTE: LASER REMOVAL. Resurfacing. Disponível em: <http://www.laserremovalideas.com/2011/06/16/laser-resurfacing/>. Acesso em: 10 dez. 2011. Aqui concluímos o nosso curso de peelings faciais. Fizemos uma detalhada exposição de todos os componentes da pele da face envolvidos nos peelings e das principais disfunções que podem ser tratadas com esse recurso, tão procurado na prática clínica. Estudamos sobre a importância da avaliação prévia da face para a realização dos peelings e seus componentes. Vimos a fundo os detalhamentos das duas principais espécies de peelings faciais: os peelings químicos e os peelings físicos com seus subcomponentes. Obviamente esse material não esgota o assunto, mas traça um bom perfil sobre o tema e o encoraja a aprofundar-se de forma prática no conteúdo. Com certeza trata-se de um excelente ramo para o mercado atual de trabalho, ávido por recursos para o controle dos sinais do envelhecimento. E ainda com vantagens a se considerar: procedimentos rápidos, de baixo risco e de baixo custo. Bons estudos! AN02FREV001/REV 4.0 177 GLOSSÁRIO Acne: afecção crônica inflamatória dos folículos pilossebáceos, que é o conjunto do pelo e da glândula sebácea, originado pela invaginação da epiderme e localizado na derme. Albinismo: doença de natureza genética em que ocorre uma falha na produção do pigmento melanina. Alergia: resposta exagerada do sistema imunológico a uma substância estranha ao organismo. Angioma: tumor circunscrito formado por uma aglomeração de vasos sanguíneos (hemangioma) ou linfáticos (linfangioma). Anticoagulantes: fármacos usados para prevenir a formação de trombos sanguíneos. Asma: patologia caracterizada pela obstrução das vias respiratórias caracterizada por hiperirritabilidade e inflamação das mesmas. Avascular: relativo ao que não possui tecido de vascularização. Baço: maior órgão linfático do corpo. Armazena corpúsculos de sangue e os libera na circulação se forem necessários. Remove células sanguíneas velhas e gastas. Bactérias: organismos microscópicos unicelulares que podem ser benéficos ou maléficos ao organismo humano. Bolhas: elevações circunscritas da pele no mínimo com 5 mm de diâmetro. Bulbo piloso: dilatação terminal do folículo piloso. AN02FREV001/REV 4.0 178 Câncer de pele: crescimento desordenado de células na pele, que pode ter várias causas, sendo um dos principais longos períodos de exposição solar. Ceratoses: lesões que surgem nas áreas da pele continuamente expostas ao sol e é resultado do efeito acumulativo da radiação ultravioleta. Cianose: sinal ou um sintoma marcado pela coloração azul-arroxeada da pele. Cicatrizes: sinal resultante de um processo de reparo cicatricial. Citoplasma: fluido de aparência gelatinosa, rico em moléculas orgânicas e organelas, presente no interior das células e que circunda o núcleo celular. Climatério: fase da vida em que ocorre a transição do período reprodutivo ou fértil para o não reprodutivo, devido à diminuição dos hormônios sexuais produzidos pelos ovários. Cloasma: manifestação que ocorre na gravidez caracterizada por manchas na face. Coagulação: formação de coágulos de fibrina para interrupção de um sangramento. Comedões: lesões causadas por bloqueio sebáceo no folículo piloso. Contraceptivos orais: método hormonal utilizado para evitar a concepção ou gravidez. Corrente galvânica: corrente elétrica terapêutica polarizada. Corticoide: grupo de hormônios esteroides produzidos pelas glândulas suprarrenais ou derivados sintéticos dessas. AN02FREV001/REV 4.0 179 Cromatina: grânulos com característica basófila, localizados no núcleo celular, compostos de DNA e outras nucleoproteínasbásicas. Dermatite: doença que causa inflamação da pele, lesões cutâneas e coceira. Desidratação: falta de quantidade suficiente de líquidos corpóreos para manter as funções normais em um nível adequado. Despigmentantes: princípios ativos com capacidade de clareamento da pele. Diabetes: distúrbio do metabolismo que afeta primeiramente os açúcares (glicose e outros), mas que também tem repercussões importantes sobre o metabolismo das gorduras (lipídios) e das proteínas. Difusão: fenômeno de transporte de matéria em que um soluto é transportado devido aos movimentos das moléculas de um fluido. Estes movimentos fazem com que, do ponto de vista macroscópico, seja transportado soluto das zonas de concentração mais elevada para as zonas de concentração mais baixa. Displasia: termo generalista utilizado para designar a ocorrência de anomalias relacionadas ao desenvolvimento de um órgão ou tecido. Disritmias: alteração no ritmo cardíaco Eczema: dermatite papulovesicular que ocorre como reação a agentes endógenos e exógenos, caracterizada na fase aguda por eritema, edema associado com um exsudato seroso entre as células da epiderme e um infiltrado inflamatório na derme, exsudação e vesiculação, e encrostamento e escamação. Elastose: entrelaçamento e escurecimento da pele causado pela exposição excessiva ao sol. AN02FREV001/REV 4.0 180 Enzimas: moléculas biológicas que possuem atividade catalítica. Podem ocorrer naturalmente ou serem criadas sinteticamente. Epilação: remoção duradora de pelos pela raiz. Epilepsia: alteração na atividade elétrica do cérebro, temporária e reversível, que produz manifestações motoras, sensitivas, sensoriais e psíquicas. Eritema: rubor cutâneo que ocorre em placas de tamanho e forma variáveis, provocado por congestão excessiva dos capilares. Eritrócitos: glóbulo vermelho, formado na medula óssea, que consiste em célula sem núcleo, de cor avermelhada, composta de proteína denominada hemoglobina, responsável pelo transporte do oxigênio que irá nutrir as células do organismo. Escalpo: couro cabeludo. Estrias: lesões decorrentes da degeneração das fibras elásticas da pele que ocorrem por sua distensão exagerada ou devido a alterações hormonais. É comum o surgimento durante a puberdade em decorrência do crescimento acelerado nesta fase da vida e também na obesidade e na gravidez. Estrógeno: hormônios sexuais femininos produzidos pelos ovários, pelos testículos, pelas glândulas suprarrenais, pela placenta e por outros tecidos produtores de esteroides. Exsudato: fluido extravascular inflamatório. Fagocitose: englobamento de partículas sólidas pela célula, através da membrana celular - a partícula é envolvida num vacúolo digestivo, a partir do qual a matéria digerida passa depois para o citoplasma. AN02FREV001/REV 4.0 181 Fissura: rachadura. Foliculite: inflamação do fólico piloso. Folículo piloso: estrutura dérmica tegumentar que é constituída por três invólucros (ou bainhas) epiteliais e é capaz de produzir um pelo. Fungos: seres vivos eucarióticos, com um só núcleo, como as leveduras, ou multinucleados, como se observa entre os fungos filamentosos ou bolores. Hematoma: coleção de sangue em um órgão ou tecido, geralmente bem localizado e que pode dever-se a traumatismo, alterações hematológicas ou outras causas. Hemofilia: doença genético-hereditária, que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. Hemoglobina: pigmento encontrado nas hemácias do sangue dos vertebrados, em alguns invertebrados e nos músculos dos mamíferos e das aves. Herpes: doença viral recorrente, geralmente benigna, causada pelos vírus Herpes simples 1 e 2, que afeta principalmente a mucosa da boca ou região genital, mas pode causar graves complicações neurológicas. Hidrófilia: capacidade de certas substâncias em reter água. Hipertensão arterial: disfunção caracterizada pelo aumento da pressão arterial, medida com esfigmomanômetro, tendo como causas a hereditariedade, a obesidade, o sedentarismo, o alcoolismo, stress, entre outras. Hipertireoidismo: conjunto de sinais e sintomas decorrentes do excesso de hormônios da tiroide circulantes no organismo. AN02FREV001/REV 4.0 182 Hipotireoidismo: conjunto de sinais e sintomas decorrentes da queda de hormônios da tiroide circulantes no organismo. Hipóxia: redução dos níveis de oxigênio celular. Histamina: amina depressora derivada da descarboxilação enzimática da histidina. É um poderoso estimulante da secreção gástrica, um constritor da musculatura lisa dos brônquios, um vasodilatador, além de neurotransmissor de ação central. Homeostase: processo sanguíneo fisiológico mantido em estado de equilíbrio dinâmico constante pelo organismo. Hormônios: substâncias químicas que transferem informações e instruções entre as células, em animais e plantas. Também chamados de "mensageiros químicos do corpo", os hormônios regulam o crescimento, o desenvolvimento, controlam as funções de muitos tecidos, auxiliam as funções reprodutivas, e regulam o metabolismo. Isquemia: deficiência na irrigação de sangue em um órgão ou tecido devido à constrição ou obstrução de seus vasos sanguíneos. Leucócitos: células especializadas na defesa do organismo, combatendo vírus, bactérias e outros agentes invasores que penetram no corpo. Linfonodos: estruturas encontradas através do corpo que agem como filtro e armadilha para partículas externas. Contêm células brancas sanguíneas, dessa forma são importantes para o funcionamento do sistema imunológico. Marca-passo: dispositivo de aplicação médica que tem o objetivo de regular os batimentos cardíacos. Melanoma: tipo de câncer de pele. AN02FREV001/REV 4.0 183 Metabolismo: conjunto de reações químicas que ocorrem no organismo a fim de que esse gaste energia. Micro-organismos: micróbios que possuem organelas funcionais no interior de suas cápsulas ou células como bactérias, protozoários, fungos unicelulares e algas unicelulares. Mílliuns: pequenos cistos de queratina branco amarelado, superficial na pele. Mucopolissacarídeos: polímeros de condensação que geralmente contêm centenas de moléculas de monossacarídeos interligadas por pontes oxídicas. Neoplasia: crescimento celular descontrolado que sucede a ausência de demanda fisiológica. Nicotina: alcaloide líquido que ocorre espontaneamente na natureza. Um alcaloide é um composto orgânico de carbono, hidrogênio, nitrogênio e, algumas vezes, oxigênio. Esses compostos químicos causam efeitos poderosos sobre o corpo humano. Nódulo: lesão sólida, saliente ou não, de 1 a 3 cm de diâmetro. Órgãos hematopoiéticos: órgãos que produzem células sanguíneas. Pápula: elevação sólida, avermelhada, menor que 1 cm. Petéquia: pequeno ponto vermelho no corpo (na pele ou mucosas), causado por uma pequena hemorragia de vasos sanguíneos. Plasma: hemocomponente rico em fatores de coagulação. Polietileno: tipo simples de polímero. AN02FREV001/REV 4.0 184 Proteína: grande molécula composta de uma ou mais cadeias de aminoácidos dispostas em uma ordem específica, determinada pela sequência base dos nucleotídeos no código de DNA da proteína. As proteínas são necessárias para a estrutura, função e regulação das células, dos tecidos e dos órgãos do corpo. Cada proteína tem uma função única. São componentes essenciais para os músculos, pele, ossos e para o corpo como um todo. A proteína é um dos três tipos de nutrientes usados como fontes de energia pelo corpo. Psoríase: doença inflamatória da pele, benigna e de caráter crônico. Ptose: termo médico para referir à queda de uma estrutura orgânica.Pústula: elevação circunscrita, com até 1 cm em tamanho, causada por uma reação inflamatória da pele, com pus. Queloides: cicatrizes grossas, enrugadas e elevadas que crescem, de forma contínua, além das bordas da ferida ou incisão. Elas são frequentemente vermelhas ou mais escuras que a pele normal e raramente regridem espontaneamente. Queratina: proteína cuja função é impermeabilizar e proteger o organismo das agressões do meio ambiente, como atrito, sol, chuvas e ventos. Rosácea: doença que atinge principalmente a região central da face. O quadro inicia-se por vermelhidão, a princípio transitória, mas que depois se torna persistente. Com a progressão da doença, surgem também pequenos vasos sanguíneos dilatados, lesões avermelhadas e elevadas e pústulas. Serotoninas: neurotransmissor que desempenha um importante papel no sistema nervoso, como a liberação de alguns hormônios, a regulação do sono, da temperatura corporal, do apetite, do humor, da atividade motora e das funções cognitivas. AN02FREV001/REV 4.0 185 Sudorese: mecanismo fisiológico presente em alguns animais superiores e no ser humano. Caracteriza a produção e eliminação de suor pelas glândulas sudoríparas. Através da sudorese, o organismo pode perder calor para o meio externo através do fenômeno da evaporação do suor. Além disso, as glândulas sudoríparas têm a capacidade de filtrar do sangue algumas substâncias tóxicas resultantes do metabolismo, como a ureia. Telangiectasias: dilatação permanente de vasos sanguíneos preexistentes (capilares, arteríolas, vênulas), criando pequenas lesões vermelhas focais, usualmente na pele ou membranas mucosas. Timo: órgão linfático que está localizado na porção anterossuperior da cavidade torácica e faz parte do sistema imunológico. Toxina botulínica: agente paralizante produzido pela bactéria Clostridium botulinum, causadora do botulismo. A principal ação dessa droga é bloquear a liberação do neurotransmissor acetilcolina, responsável pela contração muscular. Utilizada em medicina estética para o tratamento de alguns tipos de rugas faciais. Urticária: nome que é dado a um tipo de erupção cutânea, pruriginosa, caracterizada por placas salientes, que se assemelham às produzidas pela urtiga. Vasoconstrição: processo de contração dos vasos sanguíneos, em consequência da contração do músculo liso presente na parede desses mesmos vasos. Verrugas: tumor benigno da pele causado pela infecção de determinadas estirpes dos oncogênicos Papillomavírus. Vesículas: elevação circunscrita, com até 1 cm de diâmetro, contendo líquido claro. O conteúdo inicialmente claro pode tornar-se purulento ou vermelho. Vírus: pequenos agentes infecciosos. AN02FREV001/REV 4.0 186 Vitamina: composto orgânico, presente nos alimentos, essencial para o funcionamento normal do metabolismo. Zinco: mineral que participa de reações na síntese ou degradação de carboidratos, lipídeos, proteínas e ácidos nucleicos. Também está envolvido nos processos de transporte, função imune e expressão da informação genética. AN02FREV001/REV 4.0 187 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 4SHARED. Ossos da face. Disponível em: <http://www.4shared.com/photo/pHyMsQkF/02_ossos_da_face.html>. Acesso em: 5 nov. 2011. ACESSA. Rugas no pescoço. Disponível em: <http://www.acessa.com/mulher/arquivo/beleza/2008/11/27-pescoco/pescoco.jpg>. Acesso em: 5 nov. 2011. ALVARENGA, R. M. Envelhecimento sob o ponto de vista estético e médico. Disponível em: <http://www.palavrademedico.kit.net/tema17.html>. Acesso em: 10 dez. 2011. ANGÉLICA. Estética, higiene, saúde. Disponível em: <http://www.angelicabeauty.blogspot.com>. Acesso em: 10 dez. 2009. AQUALIFT. Sulco nasogeniano. Disponível em: <http://www.aqualift.com.br/inicio_AD-NEW.html>. Acesso em: 5 nov. 2011 BARQUET, AP; FUNCK, APG; KOESTER, LS. Comparação entre alfa-hidroxiácidos e poli-hidroxiácidos na cosmiatria e dermatologia. Rev. Bras. Farm., 87(3): 67-73, 2006. BEAUTY. Dermoabrasor. Disponível em <http://beautyequipment- china.com/pt/productpic/pb_yc01311753977.jpg>. 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