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Fisioterapia na saúde da criança - REVISÃO

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Fisioterapia na saúde da criança
LESÕES MEDULARES CONGÊNITAS
LESÕES MEDULARES CONGÊNITAS
LESÕES MEDULARES CONGÊNITAS
LESÕES MEDULARES CONGÊNITAS
· Espinha Bífida Oculta
· Espinha Bífida Cística
· Hidrocefalia
· Malformação de Arnold Chiari
ESPINHA BÍFIDA/MENINGONCELE/MIELOMENINGOCELE
É uma malformação do sistema nervoso central comum ao nascimento, sendo considerada um complexo defeito do fechamento do tubo neural. Está associada a freqüentes e severas seqüelas neurológicas, que podem causar significativa morbidade e mortalidade.
Deficiência nervosa da medula espinhal que pode levar a disfunção motora.
Mundialmente 1:1000
Fatores Genéticos, dietéticos, ambientais e anormalidades cromossômicas.
Deficiência do ácido fólico.
Os problemas físicos comumente associados à MMC incluem graus variados de défices neurológicos e sensório-motores, disfunções urogenitais e intestinais, malformações esqueléticas. Somando-se a estes, algumas complicações decorrentes da hidrocefalia compõe o quadro clínico desses pacientes.
ESPINHA BÍFIDA OCULTA: Assintomática – Quando ocorre em L5 e S1; Falta de força e sensibilidade nos pés; Disrafia espinhal oculta – pode ocorrer a qualquer nível da medula; A gravidade depende do nível de lesão medular (paresia, distúrbios de esfíncteres e distúrbios da marcha)
MENINGONCELE: Os arcos vertebrais não se fundiram como o esperado – herniação das meninges; Forma uma saliência contendo líquido cefalorraquidiano; Compromete a pele, os ossos e a dura-máter. 
MIELOMENINGONCELE: Mais grave e mais comum que a meningoncele; Acomete pele, ossos, dura-máter, medula espinhal e raízes nervosas; 
- Falta de função motora e sensorial abaixo do nível da lesão; Com paralisia flácida e diminuição de força muscular; Perda de controle neural das funções de bexiga e intestino; A criança pode nascer com deformidade congênita – pé equino-varo e hidrocefalia. 
TRATAMENTO
Cirurgia para fechamento nas primeiras 24 – 48 h
Monitorização de infecções
Fisioterapia
Fatores biopsicossociais
Observar as etapas do desenvolvimento neuropsicomotor
- CINESIOTERAPIA (EX. bola suíça, alongamentos, fortalecimento)
- ESTÍMULO SENSORIAL (EX. com esponjas, escovas)
- UTILIZAÇÃO DE ÓRTESES NO DESENVOLVIMENTO DA DEAMBULAÇÃO
HIDROCEFALIA
Acúmulo anormal de liquor na calota craniana associado à alteração na formação dos ventrículos ou como fator secundário à patologias do sistema nervoso central.
0,5 a 1: 1000
Alterações das funções basais e retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. Além de macrocefalia.
TRATAMENTO
Cirurgia para drenagem
Tratamento da causa base
Estimulação sensório-motora
Órteses
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARIMALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARI
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARI
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARI
	
MALFORMAÇÃO DE ARNOLD CHIARI
Deformidade da medula espinhal cervical, tronco encefálico e cerebelo. As estruturas são herniadas pelo forame magno e deslocadas em direção caudal.
0,2 – 2,0 : 1000  
Alterações das funções basais e retardo do desenvolvimento neuropsicomotor. 
Sintomas - Tontura, vertigem, cefaleia, alterações circulatórias e respiratórias.
AVALIAÇÃO
Acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor
· Marcos motores
· Sinais claros de retardo do desenvolvimento
· Avaliação da estimulação que a criança tem recebido
Suporte respiratório
· Checagem da ventilação
· Avaliação do risco de regurgitação
· Suporte familiar
· Educação em saúde
· Acompanhamento multidisciplinar do desenvolvimento neuropsicomotor
· - Marcos 
· - Janela adequada
· - Adaptações e técnicas assistidas
Graves – primeiros meses
Moderada – a partir do sexto mês
Leve – após um ano
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Educação dos pais/cuidadores
Educação da criança – quando maior
Manutenção das ADMs
Fortalecimento muscular
Promoção da funcionalidade
Otimização da qualidade de vida
Garantia dos marcos do desenvolvimento
- ESTIMULAÇÃO PRECOCE
- HIDROTERAPIA
- THERASUIT
- GAMETERAPIA
- ÓRTESES
- DISPOSITIVOS AUXILIARES
RETARDO PSICOMOTOR
Condição ou conjunto de condições que afetam as habilidades psicomotoras da criança, principalmente durante o desenvolvimento.
Afetam principalmente o desenvolvimento de capacidades cognitivas, socialização, motricidade ou comunicação.
Existem várias etiologias para o RPM.
Síndrome do Cromossomo X frágil
Síndrome de Down
Síndrome de Angelman
Síndrome de Prader-Willi
Transtorno do espectro autista*
SÍNDROME DE DOWN
SINDROME DE DOWN
Trissomia do XXI
Condição genética em que o par do cromossomo 21 recebe mais um alelo. E isto implica em alterações na produção de diversas proteínas, afetando principalmente as funções cerebrais (sensorial, cognitiva e de motricidade).
- Trissomia 21 livre
- Trissomia em translocação
- Trissomia em mosaicismo
1 a cada 100 no mundo
1 a cada 700 nascidos no Brasil 
Sem alterações associadas ao sexo (mulheres tem mais chance de nascer)
Existe uma associação fraca entre a presença de Trissomia do 21 e idade materna. Outros fatores, como hereditariedade são mais associados. 
Características – 
Baixa estaturaAtraso no desenvolvimento da criança
Cardiopatia congênita
Hipotonia
Problemas auditivos
Problemas de visão
Problemas de coluna
Distúrbios da tireoide
Problemas neurológicos
Obesidade
Envelhecimento precoce
Alto risco para leucemia
Olhos puxados
Sobrancelhas unidas
Face achatada
Orelhas pequenas e de baixa implantação
Excesso de pele no pescoço
Pescoço largo e grosso
Dedos curtos
Prega única nas palmas das mãos
Boca pequena
Céu da boca mais encurvado
Língua projetada para fora
TRATAMENTO
Cirurgia em casos de cardiopatia e problemas visuais severos
Assintomáticos para eventuais distúrbios endócrinos
Acompanhamento multiprofissional, para garantir estímulos ao desenvolvimento neuropsicomotor, garantir nutrição adequada e evitar infecções.
AVALIAÇÃO
Acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor
· Marcos motores
· Sinais claros de retardo do desenvolvimento
· Avaliação da estimulação que a criança tem recebido
· Grau e número de comorbidades
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO
Promoção da funcionalidade
Otimização da qualidade de vida
Garantia dos marcos do desenvolvimento
Educação dos pais/cuidadores
Educação da criança – quando maior
Manutenção das ADMs
Fortalecimento muscular
- ESTIMULAÇÃO PRECOCE
- ALONGAMENTO E MOBILIDADE
- FORTALECIMENTO
- HABILIDADES DE MOTRICIDADE
- ATIVIDADES EM GRUPO
- ESTÍMULO A ATIVIDADES COMPLEXAS
PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
Lesão do plexo braquial ou de suas ramificações (nervos) durante o final da fase embriológica ou na hora do parto (maior parte ocorre durante o nascimento).
1 – 4 a cada 1.000 nascidos vivos
80% dos casos apresenta melhora após reabilitação (neuropraxia e axonotemese)
Não há relação com o desenvolvimento do país, embora nascimentos por cesária apresentam apenas 1% dos casos
FATORES DE RISCO:
· Parto com fórceps ou outro instrumento
· Diabetes
· Parto prolongado
· Multiparidade
· Fatores de risco:
· Distocia de ombro
· Macrossomia fetal (4,5kg)
· Apresentação de vertex (quadril primeiro)
TIPOS DE PARALISIA DO PLEXO BRAQUIAL
- Erb (tronco superior) – C5 e C6
(Abdução e rotação externa do ombro; pronação)
- Erb estendida (Tronco superior e médio) – C5 a C7
(Abdução e rotação externa do ombro; extensão do cotovelo; pronação e extensão dos dedos)
- Klumpke (tronco inferior) – C8 a T1
(Movimentação da mão e dedos)
Total – C5 a T1
(Paralisia completa)
TRATAMENTO
Reabilitação (Fisioterapia e Terapia ocupacional)
Contenção
Cirurgia (casos graves ou falha na reabilitação)
AVALIAÇÃO
Acompanhamento do desenvolvimento neuropsicomotor
· Marcos motores
· Sinais claros de retardo do desenvolvimento
· Avaliação da estimulação que a criança tem recebido
· Atenção às assimetrias
· Grau e número de comorbidades
TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICOPromoção da funcionalidade
Otimização da qualidade de vida
Garantia dos marcos do desenvolvimento
Educação dos pais/cuidadores
Educação da criança – quandomaior
Manutenção das ADMs
Fortalecimento muscular
- HABILIDADES DE MOTRICIDADE (KLUMPKE)
- ESTÍMULOS A ATIVIDADES COMPLEXAS
- ALONGAMENTO E MOBILIDADE
- FORTALECIMENTO
- HABILIDADES DE MOTRICIDADE
TORCICOLO CONGÊNITO E ESCOLIOSE
TORCICOLO CONGÊNITO
Deformidade ao nível do pescoço provocada por um encurtamento (Contratura?) do músculo esternocleidomastóideo (ECOM).
Fibrose no interior do ECOM que leva a encurtamento e posterior
Contratura muscular.
Posição cefálica constante de inclinação homolateral e rotação contralateral.
· Macroscopia
·  Tumor de aspecto branco e brilhoso
·  Fibroma de partes moles = Tecido fibroso denso
·  Microscopia
·  Substituição do músculo por tecido fibroso, com perda das estriações transversas, vacuolização e rotura das bainhas endomisiais
·  Degeneração por imobilização
Deformidade 
Leve: Percebida só quando a criança começa a sentar ou levantar
Intensa: Assimetria e achatamento da face percebida ao nascimento
· Desvio fixo da cabeça pela contratura muscular
· Plagiocefalia
· Desnivelamento de olhos e orelhas
· Hemi-hipoplasiada face
· Hipotrofia do músculo trapézio
· Escoliose compensatória
· Se bilateral (pescoço em extensão)
Ocorre em menos de 2% dos nascimentos
· ⚫ Pré-natal: má posição intraútero?
· ⚫ Traumática
· ⚫ Neurogênica
· ⚫ Infecciosa
· ⚫ Isquêmica
· ⚫ Hereditária
· ⚫ Diabetes Mellitus gestacional
AO EXAME:
· Raio X: Cervical sem alterações
· TC e RM: Massa tumoral no ECOM
TRATAMENTO
(20 %)
· Toxina botulínica
· Cirurgia 
(80 %)
· Fisioterapia
· Terapia Ocupacional
· Fonoaudiologia Psicologia
Fisioterapia precoce – exercícios de estiramento
· muscular (5x10 segundos, 2 a 3 x dia)
· Orientar pais quanto posicionamento e estimulação domiciliar
· Uso de Capacete e Colete - casos de intensa assimetria ou após cirurgia
AVALIAÇÃO
Aspecto geral da criança
Posição da cabeça em relação ao tronco e membros
Palpação do nódulo
Amplitude de movimento – passiva e Grau de correção ativa
Assimetria facial – cabeça
Análise do Desenvolvimento Motor Normal
DMN- assimetria de reflexos
TRATAMENTO
· Alongamentos 
· Estímulos para a movimentação ativa 
· Fortalecimento
· Liberação miofascial
· Kinesio taping
ESCOLIOSE
Como a escoliose pode afetar a vida de uma criança e seu desenvolvimento?
- Atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
- Dor (principalmente na coluna)
- Limitação de movimentos
- Alterações estéticas
- Alterações emocionais
	
· Qualquer curvatura lateral da coluna vertebral.
· Desvio lateral da Coluna na posição ortostática (estrutural), Desvio lateral da coluna durante a movimentação (funcional).
· Hiper (Lordose e Cifose) + Escoliose = problema mais grave
CLASSIFICAÇÃO ESCOLIOSE
· Estrutura
· Localização
· Etiologia
· Idade
· Grau
ESCOLIOSE FUNCIONAL
· Estirão da adolescência
·  Alterações posturais (atitudes escolióticas)
·  Diferença no comprimento de MMII
Acessível à correção por meios conservadores
ESCOLIOSE ESTRUTURAL
ESCOLIOSE ESTRUTURAL
ESCOLIOSE ESTRUTURAL
· Curva tridimensional
· Curvatura lateral e rotação da coluna (visível e ao raio X)
Notas:
· Vértebra Apical
· Vértebra Limite
· Gibosidade
· Posicionamento das costelas
· Curva Primária
· Curva Secundária 🡺 compensatória (s/ rotação)
CLASSIFICAÇÕES
· Idiopática – sem causa aparente, estirão.
· Congênita – mal formações, tamanhos de mmii etc.
· Neuromuscular – paralisia cerebral, hipotonia etc.
· Antálgica – tensão muscular ou lesão.
· INFANTIL – 0 a 3 anos
· Podem ser resolutivas ou progressivas
· Cerca de 10 % tem progressão e pioram na adolescência
· Curvatura torácica esquerda
· Sexo masculino· JUVENIL – 3 a 10 anos (até puberdade)
· Atinge igualmente meninos e meninas
· Diagnóstico aos 6 anos- torácica direita
· Nunca corrigem espontaneamente
· DO ADOLESCENTE
· Meninas- estirão da puberdade
· Torácica direita
· Progressão e flexibilidade variável
	
AVALIAÇÃO
Inspeção:
· Ombros
· Ângulo da escápula
· Pregas glúteas e poplíteas
· Mamas
· Clavícula
· Orelhas
· Olhos
DIFERENCIANDO ESTRUTURAL DE FUNCIONAL
· Teste de Adams
· Flexão do tronco
· Positivo (aparecimento de gibosidade)
- RaioX
NA RADIOGRAFIA
ÂNGULO DE COBB Bordo superior da primeira vértebras Bordo inferior da última vértebra
Perpendicular em ambas as linhas
· Na fase de crescimento rápido = 1 grau por mês
· Terminado o crescimento = 1 grau por ano
· < 20° : PODE REGREDIR uma vez terminado o crescimento, tratamento conservador
· >25 ° PODE EVOLUIR, principalmente em meninas antes da menstruação
· 20 ° a 25 °, com sinais de progressão: órteses
· >40 ° lombar ou 50 ° torácica PODE EVOLUIR mesmo terminado crescimento!
· Tratamento cirúrgico + coletes
· Fusão de vértebras lombares (↑ incid. Lombalgias)
· Tração halo-pélvica
· Acompanhamento cárdio-respiratório!!
COMPLICAÇÕES
Desvantagens mecânicas
Lado côncavo, lado convexo
Complicações pulmonares 
Complicações cardíacas
TRATAMENTO
· GRAU I - 0 a 20 graus
· FISIOTERAPIA e observação radiológica
· GRAU II- 20 a 50 graus
· Uso do colete de MILWAUKEE (23 hrs) + FISIOTERAPIA
· GRAU III- Maior que 50 graus
· Tratamento cirúrgico
· Artrodese dos corpos vertebrais e Instrumentação de Harrington
· Fisioterapia
· Estimular DMN/ capacidades motoras
· Manter a amplitude plena dos movimentos
· Fortalecer a musculatura de forma global
· Trabalhar consciência corporal
· Evitar deformidades Manter função respiratória
· Alongamentos
· Pilates
· Reeducação Postural Global
· Cinesioterapia
· Acupuntura
· Ft respiratória
· Osteopatia
· Palmilhas
· Estabilização segmentar
AFECÇÕES ORTOPÉDICAS DOS MEMBROS INFERIORES
LUXAÇÃO CONGÊNITA DO QUADRIL
Deslocamento prolongado da cabeça femoral em relação ao acetábulo.
Achados frequentes:
· Quadril instável e/ou luxável
· Frouxidão ligamentar + má posição intrauterina
· Subluxação ou Luxação
 Fatores mecânicos:
· Ação dos músculos e dos movimentos
· Fatores metabólicos e hormonais (impregnação de estrogeno)
· Fatores vasculares
· Maior incidência:
· ♀ 8: 1♂;
· Apresentação pélvica: ↑14x
· Quadril esquerdo
· →Luxação Teratológica: início da gestação
· Luxação alta: quadril pouco flexível e de difícil redução;
· + Síndrome com outras malformações
Luxação completa:
· Cabeça femoral para cima e para trás,
· colocando-se entre o glúteo médio e o ilíaco
· Distensão de cápsula e ligamentos
· Contraturas musculares (psoas, adutores e isquiotibiais)
Displasia acetabular:
· Crescimento alterado da cartilagem articular do acetábulo (inversão do labrum fibrocartilaginoso: obstáculo à redução).
Unilateral:
● Limitação na abdução do quadril;
● Assimetria de pregas cutâneas
● ≠ comprimento MMII: Sinal de Galleazi
● Palpação: trocânter + alto
· Bilateral:
· Largura anormal do períneo
· Pelve alargada
● lordose lombar
TESTES FUNCIONAIS – MANOBRA DE ORTOLANI E BARLOW
Objetivo: redução concêntrica e estável.
· Tratamento conservador:
· → 0 a 6 meses
● Fraldas duplas
● Órteses → flexão + abdução quadril
● Postura em AD e RI ↓ estímulo à remodelagem do acetábulo
· → 6 a 12 meses
· Redução da luxação /Tração* + aparelho gessado
· ~100° de flexão e 60° de abdução
· Insucesso ↠ tenotomia de adutores e psoas
· → >12 meses
· Redução cirúrgica
· Havendo instabilidade: OSTEOTOMIA
· Excisão tecido cartilaginoso acetabular;
· Osteotomia de desrotação (fêmur);
· Osteotomia de Salter (ilíaco).
FISIOTERAPIA
Fases do desenvolvimento motor normal:
Posturas / habilidades esperadas para a idade
ALINHAMENTO
BIPEDESTAÇÃO
SUPORTE DE PESO GRADATIVO
DOENÇA DE LEGG-CALVÉS-PERTHES
· Necrose avascular da cabeça do fêmur durante o desenvolvimento da criança.
Centro de ossificação parcial ou totalmente acometido
· Afecção obscura da articulação do quadril (Legg, EUA)
· Pseudocoxalgia (Calvé, França)
· Artrite deformante do quadril (Perthes, Alemanha)
INCIDÊNCIA
· 1: 12.500 – 1: 1.200
· 4 ♂ : ♀ 1;
· Ladoesquerdo mais acometido
· Bilateralidade: 10- 20%
· 2- 16 anos (80%: 4-9 anos)
· Maior predisposição:
· Crianças PIG;
· Baixa estatura;
· 90% meninos têm idade óssea atrasada.
HIPÓTESES ETIOLÓGICAS
· Aumento da pressão hidrostática intracapsular –SINOVITE
· Traumas
· Infecções
· Aumento da viscosidade sanguínea
Claudicação crônica e coxa vara funcional
Contraturas dos adutores
Limitação de movimentos de abdução e rotação interna
Flexão de quadril secundária
PROGNÓSTICO
Limitação da flexão-adução do quadril
Restrição global da mobilidade articular
Idade de início da doença:
Quanto menor a idade, maior a possibilidade de melhor remodelação e adaptação.
TRATAMENTO
Otimizar a contenção da cabeça femoral dentro do acetábulo
Cabeça femoral o mais congruente e esférica possível
Alívio da dor e espasmos musculares
Repouso no leito
Aparelhos ortopédicos de descarga (↓ pressão cabeça femoral)
Aparelho de abdução
MMII em abdução e rotação interna sem apoio
FISIOTERAPIA
Redução dos espasmos musculares
Limitações de ADM
Manutenção do trofismo
EXERCÍCIOS ATIVOS E ATIVO-RESISTIDOS
FNP (padrões bilaterais e recíprocos)
Recuperação de habilidades (POSTURAS, EQUILÍBRIO)
DEFORMIDADES NOS PÉS
EVOLUÇÃO FISIOLÓGICA
No RN: 
· Pé flexível, mas tem flexão plantar limitada (postura I.U., ** último trimestre de gestação) 
· Gravidade: ↑ ADM p/ flexão plantar 
· Calcâneo e Talus tem ↑ inclinação medial (postura I.U. e encurtamentos estruturas mediais) 
· Sem sustentação de carga: 
· Pé em inversão (retropé e mediopé). 
· Com carga:  
· Pé em eversão 
PÉ PLANO
· Diminuição ou desaparecimento do arco plantar longitudinal 
· Astrágalo valgo 
· Frouxidão ligamentar 
· Pé que ainda não recebeu carga: 
· Maior mobilidade + coxim adiposo → aparência de pé plano 
· Maturidade: pés se desenvolvem e tomam forma 
· Início da marcha 
· Arco plantar reduz 
· Retropé desvia-se em valgo 
· Base alargada!
ETIOLOGIA E CLASSIFICAÇÃOPé plano valgo hipermóvel (hipermobilidade global**) 
Crianças obesas 
Órteses não proporcionam cura
PÉ PLANO RÍGIDO 
· Alterações ósseas 
· Tálus vertical congênito, presença de barra társicas, navicular acessório 
NEUROMUSCULAR 
· Paralisia Cerebral*; Artrogripose; Síndrome de Down; Miopatias. 
OUTRAS CAUSAS 
· Alteração de partes moles 
· Pós-infecção; 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
· No caso do pé flexível, quando há queixas de dor e tto conservador mal-sucedido. 
· 8-10 anos: núcleos de crescimento dos ossos do pé já não são modeláveis 
TRATAMENTO 
· Tto do pé plano flexível é controverso 
· Pouca evidência científica para o tto do pé plano flexível assintomático 
· Exercitar livremente os pés em solos irregulares (±3 anos) 
· Órteses não proporcional cura: 
· Alívio de sintomas subjetivos 
· Melhorar a funcionalidade 
· Melhor alinhamento ósseo, menor trabalho muscular 
· Crescimento + harmônico do pé 
· Palmilhas estabilizadoras ADM gastrocnêmio-sóleo
FISIOTERAPIA 
· ↑ Tônus global 
· Fortalecimento: tibial posterior, flexores do hálux, tibial anterior, interósseos, tríceps sural 
· FNP (EXT/AB/ RI; FL/AD/RI): ÊNFASE NO PÉ 
· Preensão de objetos com os pés, artelhos 
· Diferentes superfícies 
· Marcha sobre planos inclinados 
· Ponta dos pés 
· Superfícies instáveis: equilíbrio e reeducação proprioceptiva 
· Pós-operatório: 
· Mobilização cicatricial; mobilização articular progressiva; descarga gradual de peso; reeducação da marcha 
PÉ CAVO
Elevação exagerada do arco longitudinal 
Varismo de retropé, adução do antepé e garra dos dedos 
Raramente aparece ao nascimento, costuma surgir por volta dos 4 anos 
Não é uma condição fisiológica!!!! 
Deformidades: 
· Pé cavo leve (com dedos em garra flexíveis) 
· Pé cavo grave: deformidade mais grave, dolorosa, rígida e com alteração de marcha 
· Desaparecimento do apoio na borda lateral do pé e o contato com o solo apenas com o antepé e o calcâneo 
Mais doloroso que o pé plano 
Estresse sobre o mediopé e retropé 
Flexibilidade articular diminuida (eixo da articulação talocalcânea verticalizado) 
ETIOLOGIA 
Neuromuscular 
· Distrofias musculares 
· Tríceps sural fraco 
· Neuropatias 
· Mielomeningocele; Polineurites; Doença de Charcot-Marie-Tooth* 
Congênita 
· Artrogripose múltipla congênita 
· Pé cavo congênito 
Hereditária ou familiar 
· Pé cavo idiopático 
· Considerar a possibilidade de Charcot-Marie-Tooth 
· Traumática 
EXAME 
· Verificar o fator etiológico 
· Aumento do arco plantar, dedos em garra, varismo do calcâneo, diminuição da mobilidade do pé 
· Pontos dolorosos 
· Cabeça dos metatarsos e borda medial do calcâneo 
· Zonas de hiperpressão ⇢ calosidades 
Fáscia plantar e músculos intrínsecos dolorosos à palpação Fraqueza dos músculos extensores 
TRATAMENTO 
· Diminuir o grau de deformidade* 
Manter a mobilidade! 
· Exercícios passivos para estiramento do arco plantar 
· Diminuir o retesamento de fáscia e musculatura 
· Andar em aclives 
· FNP 
Fraqueza e desequilíbrio muscular não são reversíveis 
· Uso de calçados corretivos para aliviar a dor e melhorar a marcha
PÉ TORTO CONGÊNITO
· ETIOLOGIA 
· Desconhecida 
Alterações musculares 
· Hipotrofias (Tibial posterior, tríceps sural) 
· Intensa contratura de partes moles 
Alterações neurológicas 
· Anomalias na placa neuromuscular 
Parada do desenvolvimento 
· Desequilíbrios musculares 
Defeito embrionário 
· Núcleos de ossificação 
Anomalias nas inserções tendinosas 
· Forças de atuação mecânica 
Aumento da pressão intra-uterina 
DEFORMIDADES ÓSSEAS: 
· Talus 
· ●Tamanho menor, desviado plantar e lateralmente 
· ●Mau encaixe na forquilha tibiofibular 
· ●Calcâneo 
· ●Equino acentuado e varo 
· ●Porção anterior em RI; Porção posterior em RE 
· ●Navicular 
· ●Situa-se medial e superiormente em relação ao astrágalo 
· ●Cubóide 
Alterações de tecidos moles: 
· Tríceps sural* 
· Massa muscular diminuída 🡪 equinismo 
· Tendão de Aquiles com inserção mais medial ⇢ varismo 
· Tibial posterior* 
· Tendão espesso e encurtado ⇢ varismo 
· Tibial anterior 
· Supinação 
· Tensão do Lig. Deltóide 
· Tensão dos Lig. Calcâneo- fibulares 
COMPROMETIMENTO DE TECIDOS MOLES: 
· Equinismo: 
· Contratura de gastrocnêmios; solear; tibial posterior; flexor longo do hálux e dos artelhos. 
· Varismo 
· Contratura de tibiais; flexor longo do hálux e artelhos; 
· Tensão do Lig. Deltóide 
· Contratura de músculos que se inserem na borda interna; 
· Inserção do tendão de Aquiles na metade interna da face posterior do calcâneo. 
CLASSIFICAÇÃO 
Postural 
· Posicionamento errado dentro do útero; 
· Não apresenta rigidez e não tem equinismo de calcâneo 
Idiopático 
· Muito rígido, com deformidades instaladas 
Teratológico 
· Secundário à mielomeningocele e à artrogripose múltipla congênita. Pés muito rígidos 
AVALIAÇÃO 
· Deformidade tridimensional: 
· Varismo, supinação e equinismo 
· Extensão da deformidade 
· Grau de mobilidade 
· Dorsiflexão: manter o pé em discreta inversão e não permitir que o pé se mova independentemente do retropé 
· Atividade dos músculos responsáveis pela eversão e flexão dorsal 
TRATAMENTO 
Iniciar o tratamento nos primeiros dias de vida, enquanto não há alterações secundárias adaptativas! 
As estruturas mecânicas se desenvolverão de acordo com as solicitações às quais forem submetidas. 
· Mobilizações 
· Manobras suaves para evitar danos às superfícies articulares: 
· Achatamento do tálus; 
· Força exagerada em dorsiflexão ⇨ “pé em cadeira de balanço” 
· Trabalhar com joelho em flexão (proteção de ligamentos) 
 PÉ TALO VERTICAL CONGÊNITO

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