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Patologia pulmonar, renal, vias urinárias e esofágica

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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
PATOLOGIA 
N2 
PULMÃO: 
I. Neoplasias malignas: 
- 90 a 95% são carcinomas; 5% são 
carcinoides brônquicos.
- O câncer de pulmão é um dos mais 
freqüentes em todos o mundo, por isso tem 
importância clinica grande. 
- É a causa de mortalidade mais comum. 
- A etiopatogenia tem como principal fator o 
tabagismo. Há outros fatores como os 
fatores ambientais como a poluição e fatores 
genéticos que predispõem os pacientes. 
- Em 80% dos casos de neoplasias malignas 
se apresentam em pacientes fumantes ou 
que pararam de fumar recentemente. Os 
estudos mostram a correlação linear com a 
quantia de cigarros consumidos, conforme 
há aumento da freqüência de neoplasias 
pulmonares, há aumento na quantidade de 
cigarros. O risco para pacientes tabagistas 
para desenvolver o câncer de pulmão é 
muito maior, cerca de 60%. 
- Os pacientes com ocupação que leva ao 
contato com asbestos, pode levar a câncer 
de pulmão, assim como arsênio, cromo, 
níquel, cloreto de vinila, gás mostarda, 
radiação ionizantes, pode levar ao câncer. A 
poluição do ar também pode levar ao câncer 
de pulmão, como radônio e produtos de 
combustão, aqui entram os fumantes 
passivos. 
- As mutações oncogênicas podem ser 
hereditárias e esporádicas que podem 
ocasionar as neoplasias malignas. 
- A DPOC pode levar ao câncer de pulmão 
devido a inflamação crônica ao longo dos 
anos, e durante a inflamação crônica há 
liberação de radiais livres em grande 
quantidade durante anos, tornando favorável 
a formação do câncer. 
- Os canceres de pulmão são classificados de 
acordo com o tipo histológico ou ao grau 
histológico (quão bem diferenciado ele é, e 
isso impacta na agressividade do tumor).
A. Carcinoma epidermoide: 
- Carcinoma de células escamosas. 
- É o mais associado ao tabagismo. 
- É mais comum em homens. 
- Este tumor tem localização usualmente 
central, ou seja, tende a aparecer em 
grandes brônquios. 
- Seu crescimento é mais lento, e as 
metástases ocorrem em linfonodos regionais. 
(a disseminação hematogênica é tardia).
- Macroscopicamente apresenta-se como 
lesão que varia desde pequena até grandes 
massas que sofrem cavitação e hemorragia 
por causa de necrose frequente. Há 
formação de fibras colágenas ao redor do 
tumor, por isso apresentam aparência 
esbranquiçadas. 
- As características das células lembras as do 
epitélio, são células escamosas invasivas. 
- Histologicamente, é formado por células 
epiteliais. Presença de ninhos sólidos de 
células tumorais com núcleo hipercromático 
e escasso citoplasma na periferia, e células 
pol igonais com citoplasma amplo e 
eosinofílico ao centro. 
- O tumor pode ser bem diferenciado, 
moderadamente diferenciado ou pouco 
diferenciado. 
B. Adenocarcinoma: 
- Representa a neoplasia pulmonar mais 
frequente. 
- Acomete preferencialmente as mulheres. 
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- É o que possui menor associação com o 
tabaco. Ele pode na maioria das vezes estar 
relacionado as mutações genéticas no gene 
EGFR.
- O tumor localizas-se na periferia do pulmão 
porque se localiza nos bronquíolos terminais 
e nos alvéolos, e envolve muitas vezes a 
pleura visceral. 
• Quando localizado centralmente, está 
associado do tabagismo. 
- Associa-se, muitas vezes, a lesões 
destrutivas e cicatrizes no parênquima 
pulmonar (fibrose, espaços aéreos não 
funcionantes, etc) ou hiperplasia de 
pneumócitos, que são os locais de focos 
adenomatosos. 
- Macroscopicamente, trata-se de uma lesão 
com superfície de corte homogênea, sólida, 
de coloração marfim às vezes com aspecto 
translúcido devido a produção de muco. 
- Histologicamente, a neoplasia apresenta 
diferenciação glandular e produção de muco. 
É um tumor bem diferenciado. 
C. Carcinoma de células grandes: 
- É o tipo menos frequente de carcinoma 
broncopulmonar, correspondendo a somente 
10% dos casos. 
- O tumor é altamente indiferenciado e tem 
comportamento altamente agressivo, 
evoluindo rapidamente para óbito. 
- A lesão é predominantemente periférica, 
subpleural, não se associa a segmento 
brônquico e caracteriza-se pela tendência a 
formar grandes massas com áreas de 
necrose e hemorragia. 
- “Neoplasia maligna, composta de grandes 
células contendo núcleos grandes e centrais, 
com forma que varia de oval a poligonal, 
núcleo evidente, citoplasma abundante e 
membrana celular usualmente bem definida”. 
- Microscopicamente apresentam padrão 
anaplásico. 
D. Tumores neuroendócrinos: 
(a) Carcinoma de pequenas células: 
- Predomina na 6ª ou 7ª década da vida. 
- É mais comum no sexo masculino, e 
constitui cerca de 13% dos tumores 
malignos do pulmão. 
- Tem forte associação com o tabagismo. 
- É altamente maligna e a que apresenta pior 
prognóstico entre os tumores pulmonares. 
- O tumor pode produzir e secretar ACTH, 
serotonina, hormônio ant i -d iurét ico, 
calcitonina, estrógenos e GH, resultando em 
diversas manifestações paraneoplásicas. 
(b) Carcinoma neuroendócrino de 
grandes células: 
- Este tumor associa-se, também, com o 
tabagismo. 
- É classificado dentro do grupo dos tumores 
neuroendócrinos de alto grau. 
- O tumor apresenta-se como massa grande, 
preferencialmente periférica e nos lobos 
superiores, circunscrita, com necrose, 
podendo invadir a pleura, parede torácica e 
estruturas adjacentes. 
- Histologicamente, apresenta células grandes, 
com moderado a abundante citoplasma. 
(c) Tumor carcinóide: 
- Originado de células euroendócrinas do 
pulmão. 
- Constitui menos de 5% dos tumores 
pulmonares. 
- É mais comum em pessoas de até 40 anos 
de idade e não tem preferência por gênero, 
nem apresenta relação com o tabagismo. 
- Clinicamente, pode haver manifestações de 
obstrução brônquica. Quando há ulceração 
da mucosa, pode apresentar hemoptise. 
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- Pode ser central ou periférico, apresenta-se 
como lesão submucosa que se projeta na luz 
brônquica. 
- Histologicamente, o tumor é formado por 
células uniformes e pequenas, com núcleos 
pequenos e regulares. 
E. Síndromes paraneoplásicas: 
- Dependendo do tipo de tumor e do tipo de 
substancia que ele está produzindo, pode 
produzir sinais e sintomas de síndromes que 
não apresentam sinais clínicos de neoplasias, 
mas que te fazem pensar em investigar o 
carcinoma de pulmão.
- Não estão relacionadas à metástase. 
- As principais síndromes são a de Cushing, 
secreção inapropriada de hormônio anti-
diurético, hipercalcemia, e manifestações 
neuromusculares, cutâneas e hematológicas. 
F. Estadiamento: 
- Estádio I A: tumores pequenos sem qualquer 
comprometimento linfonodal. 
- Estádio I B: aumento do tamanho do tumor 
sem qualquer comprometimento linfonodal. 
- Estádio IIA: aumento do tamanho e invasão 
do linfonodo. 
- Estádio IV: metástase a distancia. 
- Conforme vai aumentando, vai piorando o 
seu prognóstico e diminuindo a sobrevida. 
Refere-se ao estadiamento patológico TNM.
II. Pneumonia: 
- As infecções pulmonares na forma de 
pneumonia são responsáveis pela maioria 
dos casos de óbitos. 
- Este fato supracitado é devido aos seguintes 
fatos: as superfícies epiteliais do pulmão são 
constantemente expostas a litros de ar 
contendo níveis variados de contaminantes 
ambientais; a microbiota nasofaríngeo é 
regularmente aspirada durante o sono; outras 
doenças pulmonares comuns tornam o 
pa rênqu ima pu lmonar vu lne ráve l a 
organismos virulentos. 
- O parênquima pulmonar normal permanece 
estéril devido à eficiência dos mecanismos 
do sistema imune e não imune do sistema 
respiratório que se estendem da nasofaringe 
até os espaços alveolares. 
- Os defeitos na imunidade inata e a 
imunodeficiência humoral (herdados ou 
adquiridos) tipicamente levam a uma 
incidência aumentada de infecções com 
bactérias piogênicas.
- O termo pneumonia pode ser utilizado para 
definir qualquer infecção pulmonar.
- A apresentação clínicapode ser aguda e 
fulminante ou crônica, com curso mais 
prolongado. 
- O espectro de alterações histológicas nas 
pneumonias pode variar: 
• Exsudação alveolar fibrinopurulenta, 
observada nas pneumonias bacterianas 
agudas.
• Infiltrados intersticiais mononucleares, em 
pneumonias virais e atípicas. 
• Granulomas e cavitação em pneumonias 
crônicas. 
- As pneumonias bacterianas agudas podem 
manifestar-se em dois padrões anatômicos e 
r a d i o g r á fi c o s d e n o m i n a d o s 
broncopneumonia e pneumonia lobar. 
• A broncopneumonia implica um padrão de 
distr ibuição inflamatório focal que 
geralmente envolve mais de um lobo. O 
padrão da broncopneumonia resulta de 
in fecção in ic ia l dos b rônqu ios e 
bronquíolos com extensão para os 
alvéolos adjacentes. 
• Na pneumonia lobar, os espaços aéreos 
contíguos de parte ou totalidade de um 
lobo estão homogeneamente preenchidos 
por um exsudato que pode ser visualizado 
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em radiografias como consolidações 
segmentares ou lobares 
A. Pneumonia típica: 
- Ocorre infecção por bactérias. 
- O paciente tem sinais e sintomas típicos da 
pneumonia. 
- A infecção por bactéria é típica porque as 
bactérias são microrganismos que se 
multiplicam dentro dos alvéolos de forma 
extracelular, levando a uma inflamação aguda 
e rica em neutrófilos com edema e exsudato 
purulento, levando as manifestações clínicas 
típicas da pneumonia. 
- A pneumonia embora seja bacteriana típica, 
ela pode ser classificada como lobar ou 
lobular por conta da forma do seu 
acometimento. 
- Em um primeiro momento há a formação de 
edema, e conforme vai tendo evolução, ele 
vai se acumulando e formando exsudato 
purulento, e o preenchimento de líquido dos 
alvéolos dificulta as trocas gasosas, dando 
origem aos ruídos adventícios, como 
crepitação. 
- Microscopicamente: os alvéolos estão 
preenchidos pelo exsudato purulento. O 
septo alveolar também está preenchido por 
infiltrado inflamatório agudo.
- Independentemente da distribuição da 
pneumonia, os lobos inferiores ou o lobo 
médio d i re i to estão f requentemente 
envolvidos. 
- A pneumonia, se não tratada, pode evoluir 
através de quatro estágios: 
• Congestão: os lobos afetados estão mais 
p e s a d o s , v e r m e l h o s e ú m i d o s . 
Histologicamente, congestão vascular 
com fluido proteináceo, neutrófilos e 
muitas bactérias nos alvéolos. 
• Hepatização vermelha: caracterizado por 
lobos pulmonares com consistência 
hepática; espaços alveolares preenchidos 
por neutrófilos, eritrócitos e fibrina. 
• Hepatização cinza: pulmões estão secos, 
cinza e firmes, uma vez que os eritrócitos 
f o r a m l i g a d o s e o e x u d a t o 
fibrinossupurativo persiste no interior dos 
alvéolos. 
• Resolução: ocorre nos casos não 
complicados. 
- Entretanto podem ocorrer complicações: 
• Destruição e a necrose tecidual podem 
levar à formação de abcessos. 
• Exsudato supurativo pode acumular-se na 
cavidade pleural, levando ao empiema. 
• A organização do exsudato intra-alveolar 
pode converter áreas pulmonares em 
tecido fibroso sólido. 
• Disseminação bacteriana pode levar à 
mening i te , a r t r i te ou endocard i te 
infecciosa.
B. Pneumonia atípica: 
- A designação atípica denota a quantidade 
moderada de esputo, ausência de achados 
físicos de consolidação, elevação moderada 
da contagem de leucócitos e ausência de 
exsudatos alveolares.
- Normalmente é causada por vírus ou 
micoplasma. Ambos agentes são produzem 
infiltrado purulento. 
- O mecanismo patogênico comum é a 
aderência dos microrganismos ao epitélio 
respiratório seguido de necrose das células e 
resposta inflamatória. Nos casos em que o 
p rocesso es tende-se aos a lvéo los , 
usualmente há inflamação intersticial, porém 
o acúmulo de efusão nos espaços alveolares 
pode mimetizar pneumonia bacteriana nas 
radiografias de tórax. 
- O dano e a desnudação do epitélio 
respiratório inibem a limpeza mucociliar e 
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predispõem a infecções bacter ianas 
secundárias. 
- As infecções virais do trato respiratório são 
complicações bem conhecidas. Infecções 
mais sérias do trato respiratório inferior têm 
maior probabilidade de ocorrer em crianças, 
idosos, pacientes malnutridos, alcoólatras e 
imunocomprometidos. 
- Vírus e micoplasmas frequentemente estão 
envolvidos em surtos de infecções em 
hospitais.
- Os padrões morfológicos nas pneumonias 
atípicas são similares, independentemente da 
causa. 
- O processo pode ser focal ou envolver a 
t o t a l i d a d e d o s l o b o s b i l a t e r a l o u 
unilateralmente. 
- Macroscopicamente, as áreas acometidas 
es tão verme lho-azu is , congestas e 
subcrepitantes. 
- O exame h is to lóg ico reve la reação 
inflamatória largamente confinada no interior 
das paredes dos alvéolos. Os septos estão 
ampliados e edematosos, além de conter um 
infiltrado inflamatório de linfócitos, histiócitos 
e plasmócitos. 
- Ao contrário das pneumonias bacterianas, os 
espaços alveolares nas pneumonias atípicas 
estão livres de exsudato celular. Entretanto, 
nos casos severos, pode desenvolver-se 
dano alveolar difuso maduro com formação 
de membrana hialina. Em casos menos 
severos e não complicados, o abrandamento 
da doença é seguido da reconstituição da 
arquitetura original.
- Características clínicas: doença febril não 
específica, caracterizada por febre, dor de 
cabeça e mal estar; mais tarde sobrevém a 
tosse com mínima quantidade de esputo. 
Pode ocorrer angústia respiratória devido ao 
edema e exsudação causarem bloqueio 
alveolocapilar.
C. Pneumonia adquiridas na comunidade: 
- A maioria apresenta etiologia bacteriana. 
- O início geralmente é abrupto, com febre 
alta, calafrios, dor pleurítica e tosse produtiva 
mucopurulenta. Alguns pacientes podem 
apresentar hemoptise. 
D. Pneumonia hospitalar: 
- As pneumonias nosocomiais são definidas 
como infecções pulmonares adquiridas 
durante a internação hospitalar.
- As infecções nosocomiais são comuns em 
pacientes hospitalizados portadores de 
d o e n ç a s s u b j a c e n t e s e s e v e r a s , 
imunossuprimidos e aqueles sob regime de 
antibioticoterapia prolongado.
RINS: 
III. Tumores malignos renais: 
A. Carcinoma de células renais: 
- São derivados do epitélio tubular renal e, por 
isso, estão localizados predominantemente 
no córtex. 
- Ocorrem mais comumente entre a 6ª e a 7ª 
década de vida. E os homens são mais 
afetados do que as mulheres. 
- O risco do desenvolvimento desses tumores 
é alto em fumantes, hipertensos ou pacientes 
obesos e naqueles que possuem atividade 
ocupacional com exposição ao cádmio. 
- As neoplasias de células renais são 
classificadas com base nos padrões de 
morfologia e crescimento.
- O s t u m o r e s d e f o r m a h e r e d i t á r i a 
correspondem a 5%. Apresentam maior 
incidência em pacientes jovens. Primeira 
forma é a síndrome de Von Hippel-Lindau 
(VHL) (autossômica dominante); carcinoma 
papilífero ou papilar hereditário (autossômica 
dominante); síndrome de Birt-Hogg-Dubé 
(autossômica dominante).
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- Clinicamente os tumores se manifestam de 
forma tardia. 
- Ao diagnóstico há presença de metástases. 
- A maioria apresenta sintomas constitucionais 
como febre, mal-estar, fraqueza e perda de 
peso. 
- A maneira que o tumor aumenta, leva a 
alterações clinicas bem características, 
formando a tríade característica: dor 
costovertebral, massa palpável e hematúria; 
essa tríade apresenta um estágio avançado. 
- As lesões precoces são encontradas via 
exames rad io lóg icos po r a lgo não 
relacionado. Alguns carcinomas podem levar 
a síndrome paraneoplásicas que são 
produtoras de substancias ativas e levam a 
sintomatologia: policitemia, hipercalcemia, 
HAS, disfunção hepática, síndrome de 
cushing, feminização ou masculinização, 
eos inofi l i a , reações l eucemo ides e 
amiloidose.- A disseminação metastática é principalmente 
nos pulmões e os ossos. Em praticamente 
t o d o s o s c a s o s h á d i s s e m i n a ç ã o 
hematogênica também para fígado e cérebro 
e também linfonodos, com crescimento 
invasivo. Os pacientes apresentam uma 
sobrevida diminuída de 15 a 20% de 
sobrevida para mais de 5 anos.
1. Carcinoma renal de células claras: 
- São o tipo mais comum.
- Histologicamente, são compostos por células 
com citoplasma claro. 
- Embora a maioria seja esporádica, também 
ocorrem em formas familiares ou em 
associação com doença de Von Hippel-
Lindau (VHL).
- Macroscopicamente: colocação amarelada, 
crescimento rápido, presença de áreas 
necróticas ao centro, bem delimitado, 
infiltrativo, não encapsulado. Apresentam 
invasão na veia renal formando uma projeção 
sólida na veia renal e invada a veia renal, 
podendo se metastasiar via hematogênica.
- A superfície de corte dos carcinomas renais 
de células claras varia de amarelo ou laranja 
a b r a n c o - a c i n z e n t a d a c o m á r e a s 
proeminentes amolecidas ou de hemorragias 
císticas, recentes ou antigas.
- As margens do tumor são bem definidas. 
Entretanto, por vezes, pequenos processos 
se projetam para o parênquima circundante, 
e nódu los sa té l i t e s pequenos são 
encontrados fornecendo evidências claras da 
agressividade dessas lesões. 
- Com o aumento do tumor, ele pode infiltrar 
através das paredes do sistema coletor, 
estendendo-se pelos dois cálices e pelve até 
o ureter. 
- Com mais frequência, o tumor invade a veia 
renal e cresce como uma coluna sólida no 
interior do vaso, às vezes estendendo-se em 
forma de serpentina, tanto para a veia cava 
inferior como para o lado direito do coração.
2. Carcinoma renal papilífero ou papilar: 
- Os carcinomas papilares são responsáveis 
por 10-15% de todas as neoplasias malignas 
renais. 
- Ele apresenta um padrão papilar de 
crescimento. 
- Essas neoplasias são frequentemente 
multifocais ou bilaterais e aparecem como 
tumores em estágio inicial. 
- Eles ocorrem sob as formas familiar e 
esporádica.
- Os carcinomas de células renais papilares 
exibem vários graus de formação papilar 
com eixos fibrovasculares. 
- Eles tendem a ser bilaterais ou múltiplos. 
- Podem mostrar evidência macroscópica de 
necrose, hemorragia e degeneração cística, 
mas são menos amarelo-alaranjados, por 
causa do seu menor teor de lipídeos. As 
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células podem ter citoplasma claro ou, mais 
comumente, eosinofílico.
3. Carcinoma renal cromófobos: 
- Os carcinomas renais cromófobos são os 
menos comuns, representando 5% de todos 
os carcinomas de células renais. 
- Eles surgem das células intercaladas dos 
ductos coletores. 
- Seu nome deriva da observação de que a 
coloração das células tumorais é mais escura 
(menos claras) que a das células dos 
carcinomas de células claras. 
- Em geral, os cânceres renais cromófobos 
têm bom prognóstico.
- O carcinoma de células renais cromófobo 
t e n d e a s e r m a c r o s c o p i c a m e n t e 
acastanhado. As células geralmente têm 
c i top lasma flocu len to , c la ro , mu i to 
proeminente, de distinta membrana celular. O 
núcleo é cercado por halos claros de 
citoplasma. Ultraestruturalmente, grande 
número de macrovesículas características é 
visto.
B. Carcinoma urotelial da pelve renal: 
- Representam 5 a 10% dos tumores renais. 
- São mais comuns em homens. 
- Possuem grande semelhança histológica ao 
câncer de bexiga. 
- Com frequência, dão repercussões renais. 
- As neoplasia são múltiplas na pelve, no 
ureter e na bexiga em cerca de 40% dos 
casos. 
- Histologicamente, as neoplasias uroteliais 
são benignas (papiloma) ou malignas 
(carcinoma urotelial). O carcinoma urotelial 
infiltra-se precocemente na parede da pelve, 
nos cálices, nas veias e nos linfáticos. 
Metástases a distancia são tardias. 
- Clinicamente, o sinal mais importante é a 
hematúria. 
C. Tumor de Wilms: 
- Embora o tumor de Wilms raramente ocorra 
em adultos, é o terceiro câncer de órgãos 
sólidos em crianças menores de 10 anos de 
idade. 
- Esses tumores contêm uma variedade de 
células e componentes tissulares, todos 
derivados do mesoderma. 
- O t u m o r d e W i l m s p o d e s u r g i r 
esporadicamente ou ser familiar, com 
suscetibilidade para a oncogênese herdada 
de forma autossômica dominante.
- Restos nefrogênicos e nefroblastomatose 
são considerados precursores deste tumor.
IV. Cálculos renais: 
- Urolitíase é a formação de cálculos em 
qualquer nível do sistema urinário coletor, 
mas mais frequentemente os cálculos 
surgem nos rins. Tem ocorrência frequente e 
estima-se que, por volta dos 20-30 anos de 
idade. A urolitíase sintomática é mais comum 
em homens que em mulheres.
- Existem três tipos principais de cálculo: 
associação entre o oxalato de cálcio e o 
fosfato de cálcio; fosfato, amônio e 
magnésio; ácido úrico ou por cistina. 
- A confluência de condições predisponentes 
está provavelmente envolvida, incluindo a 
concentração de soluto, mudanças no pH da 
urina e infecções bacterianas. 
- A pr inc ipa l causa é o aumento da 
concentração urinária dos constituintes do 
cálculo, que excede sua solubilidade na urina 
(supersaturação). 
- 50% dos pacientes que desenvolvem 
cálculos de cálcio têm hipercalciúria não 
associada a hipercalcemia. A maioria nesse 
grupo absorve cálcio a partir do intestino em 
quantidades excessivas e prontamente o 
excreta na urina. Além disso alguns possuem 
um defeito renal primário de reabsorção de 
cálcio (hipercalciúria renal).
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- Os locais comuns de formação dos cálculos 
são a pelve renal, os cálices renais e a 
bexiga. Frequentemente, muitos cálculos são 
encontrados em um rim. 
- Os cálculos tendem a ser pequenos e podem 
ser lisos ou irregulares. Ocasionalmente, o 
acréscimo progressivo de sais leva ao 
desenvolvimento de estruturas ramificadas 
conhecidas como cálculos coraliformes (ou 
em chifre de veado), que criam um molde da 
pelve renal e do sistema coletor. Essas 
pedras maciças geralmente são compostas 
de fosfato-amônio-magnésio.
V. Hidronefrose: 
- A hidronefrose refere-se à dilatação da pelve 
e dos cálices renais, acompanhada de atrofia 
do parênquima, causada por obstrução do 
fluxo urinário. 
- A obstrução pode ser súbita ou insidiosa, e 
ocorrer em qualquer nível do trato urinário, 
da uretra à própria pelve renal. 
- As causas mais comuns são descritas a 
seguir:
• Congênita: atresia da uretra, formação de 
válvulas no ureter ou na uretra, artéria 
renal comprimindo o ureter, ptose renal 
com torção ou dobramento do ureter. 
• Adquirida: 
- Corpos estranhos: cálculo, fragmentos 
de papilas necróticas. 
- Lesões proliferativas: hiperplasia 
prostática benigna, carcinoma de 
próstata, tumores na bexiga, doença 
maligna contínua. 
- Inflamação: prostatite, ureterite, uretrite, 
fibrose retroperitoneal. 
- Neurogênica: dano na medula espinhal 
com paralisia da bexiga. 
- Gravidez normal. 
- Hidronefrose bilateral ocorre somente 
quando a obstrução está abaixo do nível dos 
ureteres. Se o bloqueio é no ureter ou acima 
dele, a lesão é unilateral. 
- Às vezes, a obstrução é completa, não 
permitindo a passagem da urina, mas 
geralmente ocorre somente obstrução 
parcial.
- Mesmo com obstrução completa, a filtração 
glomerular persiste por algum tempo, e o 
filtrado subsequente se difunde para o 
interstício renal e espaços perirrenais, de 
onde retorna para o sistema linfático ou 
venoso. 
• Devido à filtração contínua, os cálices e a 
pelve tornam-se dilatados, muitas vezes 
acentuadamente. 
• Os efeitos mais graves são vistos nas 
papilas, porque são submetidas aos 
maiores aumentos de pressão. 
- Estudos experimentais indicam que danos 
irreversíveis graves ocorrem após três 
semanas de obstrução completa e, em até 
três meses, com obstrução incompleta. 
- A obstrução também desencadeiauma 
reação inflamatória intersticial, levando 
eventualmente à fibrose intersticial.
VI. Pielonefrite: 
- Nefrite tubulointersticial refere-se a um grupo 
de doenças renais inflamatórias que 
primariamente envolvem o interstício e os 
túbulos. Os glomérulos podem ser poupados 
por completo ou afetados somente no final 
do curso.
- Pielonefrite aguda é uma inflamação 
supurativa comum do rim e da pelve renal 
causada por infecção bacteriana. 
- É uma importante manifestação de infecção 
do trato urinário (ITU), que pode envolver o 
trato urinário inferior (cistite, prostatite, 
uretrite) ou superior (pielonefrite), ou ambos. 
- A grande maioria dos casos de pielonefrite 
está associada a infecção do trato urinário 
inferior. 
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- A infecção pode permanecer localizada sem 
se estender até os rins. 
- As ITUs constituem um problema clínico 
extremamente comum.
- Os principais organismos causadores da 
pielonefrite aguda são bastonetes entéricos 
gram-negativos. Escherichia coli é de longe o 
m a i s c o m u m . O u t r o s i m p o r t a n t e s 
microrganismos são Proteus, Klebsiella, 
Enterobacter e Pseudomonas. 
- Geralmente estão associados com infecções 
recorrentes, especialmente em pessoas que 
passam por manipulações no trato urinário 
ou possuem anomalias congênitas ou 
adquiridas do trato urinário inferior. 
- Estafilacocos e Streptococcus faecalis 
também podem causar pielonefrite, mas não 
são patógenos comuns nesse cenário. 
- As bactérias podem atingir os rins pelo trato 
urinário inferior (infecção ascendente) ou pela 
corrente sanguínea (infecção hematógena).
- A infecção ascendente pelo trato urinário 
inferior é a mais importante e comum rota 
pela qual as bactérias atingem os rins. 
- A adesão das bactérias às superfícies 
mucosas é seguida pela colonização da 
uretra distal. 
- Propriedades do urotélio, determinadas 
geneticamente, e características dos agentes 
patogênicos bacterianos podem facilitar a 
adesão ao revestimento urotelial, como as 
f í m b r i a s b a c t e r i a n a s , c o n f e r i n d o 
suscetibilidade à infecção. 
- Os organismos atingem a bexiga, por 
crescimento expansivo das colônias, 
movendo-se contra o fluxo urinário. Isso 
pode ocorrer durante cateterização uretral e 
cistoscopia. 
- Embora a disseminação hematogênica seja 
menos comum, a pielonefrite aguda pode ser 
causada pela semeadura dos rins por 
bactérias na septicemia ou endocardite 
infecciosa.
- As ITU afetam mais comumente as mulheres. 
Pela proximidade da uretra feminina com o 
reto, a colonização por bactérias entéricas é 
favorecida. Além disso, uretra curta e 
traumas na mesma durante relações sexuais 
facilitam a entrada de bactérias na bexiga 
urinária. 
- Normalmente, a bexiga urinária é estéril, 
c o m o r e s u l t a d o d e p r o p r i e d a d e s 
antimicrobianas de sua mucosa e do 
mecanismo de esvaziamento periódico da 
urina. Com a obstrução do fluxo ou a 
d is função da bex iga, ent re tanto , o 
mecanismo de defesa natural da bexiga é 
suprimido, favorecendo as ITU. 
- A partir da bexiga urinária contaminada, a 
bactéria sobe ao longo dos ureteres para 
infeccionar a pelve renal e o parênquima. 
- A ITU é particularmente frequente em 
pacientes com obstrução do trato urinário, 
como pode ocorrer na hiperplasia prostática 
benigna e no prolapso uterino. 
- A ITU ocorre frequentemente no diabetes 
porque há aumento na suscetibilidade para 
infecção e disfunção neurogênica da bexiga, 
que por sua vez predispõe à estase. 
- A incompetência do orifício ureterovesical, 
resultando em refluxo vesicoureteral, é uma 
causa importante de infecção ascendente. O 
refluxo permite a ascensão da bactéria do 
ureter até a pelve. 
- Um ou ambos os rins podem ser envolvidos. 
O rim afetado pode ter tamanho normal ou 
aumentado. 
- Caracteristicamente, abscessos amarelados 
distintos são grosseiramente aparentes na 
superfície renal. Eles podem ser dispersos ou 
limitados a uma região do rim, ou podem 
coalescer para formar uma única área ampla 
de supuração. 
9
Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
- A característica histológica marcante da 
pielonefrite aguda é a necrose liquefativa 
com formação de abscessos no parênquima 
renal. Em estágios iniciais, a formação de 
pus é limitada ao tecido intersticial, mas 
depois os abscessos se rompem nos 
túbulos. Massas grandes de neutrófilos 
intratubulares frequentemente estendem-se 
envolvendo néfrons dos ductos coletores, 
dando origem a cilindros leucocitários 
característicos lançados na urina. 
- Geralmente, o glomérulo não é afetado.
- Quando a obstrução é proeminente, o pus 
pode não ser drenado e em seguida 
preencher pelve renal, cálice e ureter, 
produzindo pionefrose. 
- Uma segunda forma de pielonefrite é a 
necrose das papilas renais, conhecida como 
necrose papilar. 
• Existem três condições predisponentes 
para a sua ocorrência: diabetes, obstrução 
do trato urinário e uso abusivo de 
analgésicos. 
• Essa lesão resulta de uma combinação 
das necroses isquêmica e supurativa dos 
ápices das pirâmides renais (papilas 
renais). 
• A característica patognomônica principal é 
a presença de necrose, que varia de cinza 
a amarelada bem definida em 2/3 da 
região apical das pirâmides. 
• Uma papila, muitas ou mesmo todas as 
papilas podem ser afetadas. 
• Microscopicamente, as extremidades 
papilares apresentam necrose com 
características coagulativas, cercadas por 
infiltrado neutrofílico. 
- Quando ocorre o envolvimento da bexiga em 
casos de infecção do trato urinário, 
frequentemente resulta em cistite do tipo 
aguda ou crônica. Em casos de longa 
duração, associados a obstrução, a bexiga 
pode estar macroscopicamente hipertrófica, 
com trabeculação das suas paredes, ou 
marcadamente distendida pelo acúmulo de 
urina.
- A pielonefrite aguda está geralmente 
associada a condições predisponentes 
como: 
• Obstrução urinária. 
• Instrumentação do trato urinário, como 
cateterização. 
• Refluxo vesicoureteral.
• Gravidez. 
• Sexo feminino e idade do paciente.
• Lesões renais preexistentes, causando 
cicatrizes intra-renais e obstrução. 
• Diabetes melito. 
• Imunossupressão e imunodeficiência. 
- No início é súbita, com dor no ângulo 
costovertebral e evidências sistêmicas de 
infecção, como calafrios, febre, mal-estar e 
sinais do trato uruinários de disúria, 
frequência e urgência localizados. A urina se 
apresenta turva devido à presença de pus 
(piúria). 
- Mesmo sem tratamento com antibióticos, a 
doença tende a se tornar autolimitante. 
- A fase sintomática da doença dura, 
tipicamente, não mais que uma semana, 
entretanto a bacteriúria pode persistir por 
mais tempo. 
- A doença usualmente é unilateral, e não 
causa sinais de falência renal porque ainda 
existe um rim não afetado. 
- E m c a s o s n o s q u a i s o s f a t o r e s 
predisponentes estão presentes, a doença 
pode vir a se tornar recorrente ou crônica, 
particularmente quando há envolvimento 
bilateral. 
- Geralmente, o desenvolvimento de necrose 
papilar está associado a prognóstico ruim.
10
Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
A. Pielonefrite crônica: 
- A pielonefrite crônica é definida como uma 
entidade morfológica na qual a inflamação 
intersticial e as cicatrizes do parênquima 
renal estão predominantemente associadas a 
cicatrizes macroscopicamente visíveis e 
deformidades do sistema pielocalicial. 
- É uma importante causa de falência renal 
crônica e pode ser dividida em duas formas: 
pielonefrite crônica obstrutiva e refluxo 
crônico associado a pielonefrite.
1. Pielonefrite crônica obstrutiva: 
- Infecções recorrentes sobrepostas em lesões 
obstrutivas difusas ou localizadas levam a 
surtos recorrentes de inflamação e fibrose 
renal, que podem eventualmente causar 
pielonefrite crônica. 
- Essa doença pode ser bilateral, juntamente 
com anomalidades congênitas da uretra, 
resultando em insuficiênciarenal fatal, a 
menos que a anormalidade seja corrigida. Ou 
unilateral, como ocorre no caso de cálculos e 
lesões obstrutivas unilaterais do ureter.
2. Nefropatia de refluxo: 
- Essa é a forma mais comum de cicatrizes por 
pielonefrite crônica. 
- Resulta de uma sobreposição de infecção do 
trato urinário ao refluxo intrarrenal e 
vesiculouretral, podendo ser unilateral ou 
bilateral. 
- O dano renal resultante pode causar 
cicatrizes e atrofia de um rim ou envolver os 
dois, com condução potencial à insuficiência 
renal crônica.
BEXIGA: 
I. Cistite: 
- É a inflamação da bexiga. 
- A cistite assume muitas formas. 
- A maioria se origina de inflamações vesicais 
não específicas agudas ou crônicas. 
- Os agentes etiológicos comuns da cistite 
bacteriana são as bactérias coliformes. 
- Pacientes que recebem drogas antitumorais 
citotóxicas, como a ciclofosfamida, às vezes 
desenvolvem cistite hemorrágica. 
- A infecção por adenovírus também causa 
cistite hemorrágica. 
- E s s a i n fl a m a ç ã o p o d e o c o r re r e m 
decorrência de radioterapia (cistite com 
espessamento da parede) ou quimioterapia 
( p e l a c i c l o f o s f a m i d a c a u s a c i s t i t e 
hemorrágica), ou uma infecção. 
- A maior parte é infecciosa por Escherichia 
coli. 
- Apresenta maior incidência em mulheres 
porque a abertura da uretra é muito próxima 
ao ânus e o comprimento da uretra feminina 
é muito menor, facilitando a infecção 
ascendente das bactérias. 
- Apresenta infiltrado polimorfonuclear. 
- Quando são recorrentes podem evoluir para 
crônica, de forma que há alteração do 
infiltrado inflamatório linfomononuclear. Pode 
ocor rer c is t i te eos inof í l i ca , que há 
envolvimento e caráter alérgico.
- Pode ser secundária a um aumento 
prostático, cistocele da bexiga, cálculo ou 
tumores, devido a estase urinária, causando 
processos obstrutivos, de forma a propiciar a 
infecção de bexiga. 
- Várias variantes diferentes de cistite são 
definidas por sua aparência morfológica ou 
pela causa.
(a) Cistite intersticial: 
- É a síndrome da dor pélvica crônica. 
- É um tipo doloroso e persistente de cistite 
crônica que acomete mais frequentemente 
as mulheres. 
11
Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
- É caracterizada por intermitente dor 
suprapúbica quase sempre severa, pela 
frequência e urgência urinárias, hematúria e 
disúria sem evidência de infecção bacteriana 
e pelos achados cistoscópicos de fissuras e 
hemorragias puntiformes (ulceras de Hunner) 
na mucosa da bexiga. 
- O s a c h a d o s h i s t o l ó g i c o s n ã o s ã o 
específicos. 
- Em estágio mais avançado, pode ocorrer 
fibrose transmural, que leva a bexiga 
contraída.
(b) Malacoplaquia: 
- A malacoplaquia ocorre mais comumente na 
bexiga e resulta de defeitos na função 
fagocítica ou degradativa dos macrófagos, 
de modo que os fagossomos ficam 
sobrecarregados com produtos bacterianos 
não digeridos. 
- Os macrófagos têm citoplasma granular 
a b u n d a n t e c h e i o d e f a g o s s o m o s 
preenchidos com partículas e resíduos 
membranosos bacterianos. 
- Além disso, as calcificações nas células 
resultantes da deposição de cálcio nos 
lisossomos aumentados, conhecidos como 
c o r p o s M i c h a e l i s - G u t m a n n , e s t ã o 
tipicamente presentes no interior dos 
macrófagos.
(c) Lesões metaplásicas: 
- Várias lesões metaplásicas podem ocorrer na 
bexiga. 
- Ninhos de urotélio (ninhos de Brunn) podem 
crescer para dentro da lâmina própria, e suas 
células epitel iais centrais podem se 
diferenciar variadamente em um revestimento 
epitelial cúbico ou colunar (cistite glandular), 
espaços císticos preenchidos por um fluido 
claro e revestidos por urotélio plano (cistite 
cística) ou células calciformes semelhantes 
às da mucosa intestinal (metaplasia intestinal 
ou colônica). 
- Como resposta ao dano, o urotél io 
frequentemente sofre metaplasia escamosa, 
que deve ser diferenciada do epitélio 
escamoso rico em glicogênio normal, 
comumente encontrado no trígono vesical 
das mulheres.
II. Neoplasias: 
- 95% são das neoplasias são de origem 
epitelial. 
- Podem ser malignas ou benignas. A maioria 
são do tipo urotelial. 
- Variam de processos benignos a malignos de 
alto grau. 
- Pode ocorrer também na pelve renal, ureter e 
uretra distal. 
- A invasão do carcinoma urotelial na camada 
muscular diminui muito o prognóstico do 
paciente, de forma que no máximo 30% 
sobrevivem 5 anos. 
- Podem ser multifocais, a maioria é um 
carcinoma de baixo grau. 
- As localizações preferenciais são as paredes 
laterais e posteriores da bexiga. 
- São lesões exofíticas papilíferas e se 
projetam para a luz da bexiga, ou nodulares 
ou planas.
- O câncer da bexiga, com raras exceções, 
não é hereditário. 
- Alguns dos fatores mais comuns implicados 
na causa do carcinoma urotelial incluem 
consumo de cigarros, vários carcinogênicos 
ocupacionais, infecções pelo Schistosoma 
haematobium em áreas endêmicas, como o 
Egito, uso prolongado de analgésicos; 
ciclofosfamida induz cistite hemorrágica e 
câncer de bexiga; irradiação prévia.
- O resultado depende do estadiamento, do 
grau histológico e do tipo de lesão (se plana 
ou papilar). 
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
• As lesões mais tranquilas: papiloma, 
neoplasia urotelial papilífera de baixo grau 
e carcinomas uroteliais de baixo grau. 
• Em casos de lesões benignas elas podem 
sof re r ma l ign ização e d iminu i r o 
prognóstico do paciente. 
• Se invadir a camada muscular própria o 
prognóstico é péssimo. Importante 
verificar sempre se há ou não a invasão da 
camada muscular própria, porque é nela o 
ponto em que ocorre a diminuição do 
prognóstico do paciente.
(a) Papiloma urotelial: 
- É uma neoplasia benigna, rara, e acomete 
pessoas com até 50 anos de idade. 
- Apresenta crescimento exofítico, e a minoria 
apresenta com crescimento invertido (para 
dentro, sem romper a lamina basal). 
- Eles raramente recidivam mas precisam de 
acompanhamento dos pacientes porque é 
considerado uma lesão com potencial 
maligno. 
- Microscopicamente apresentam feixe 
fibrovascular ao cento, não há atipia celular.
(b) Carcinoma papilífero de baixo grau: 
- Apresenta boa coesão entre as células, 
presença de atipias em relação a coloração. 
Atipias na mitose e com mitose atipica. 
- É uma atipia de baixo grau. 
(c) Carcinoma papilífero de alto grau: 
- Não há coesão, os núcleos perderam a 
polarização, simetria e tamanho. 
- Presença de atipia intensa. Beira a anaplasia. 
- Prognostico pior, porque o comportamento 
clinico é muito pior. 
- Necessár io in te rvenção mui to mais 
agressiva. 
- É recomendado a cistectomia total nas 
m u l h e r e s , e n o s h o m e n s a 
cistoprostatectomia. 
- 40% vão se metastaziar para os linfonodos 
regionais. Metástase principalmente para o 
fígado, pulmões e medula óssea.
(d) Carcinoma in situ: 
- É considerado uma lesão precursora, que se 
não tratados evoluem para um carcinoma 
invasivo. 
- Ele precisa ser muito bem diagnosticado 
porque muitas vezes é multifocal, necessário 
acompanhamento. 
- Está restrito ao epitélio e não ocorre invasão. 
Ocorre displasia celular por toda espessura 
do epitélio porém são restritas ao epitélio 
sem invadir a lamina basal.
(e) Carcinoma urotelial invasivo: 
- Pode estar associado ao carcinoma in situ ou 
ao carcinoma urotelial papilífero geralmente 
de alto grau. 
- A infiltração determina o estacionamento e o 
prognostico. 
- Quando infiltra a camada muscular própria 
cai o prognóstico e muda o tratamento para 
um mais agressivo. 
- Há várias variantes.
PRÓSTATA: 
I. Inflamação - prostatite: 
- A prostatite é dividida em quatro categorias: 
(1) prostatite bacteriana aguda, causada 
pelos mesmos organismos associados às 
infecções agudas do trato urinário; (2) 
prostatite bacteriana crônica, também 
causada por uropatógenos comuns; (3) 
prostatite crônica não bacteriana,ou 
síndrome da dor pélvica crônica, em que, 
apesar da presença dos sintomas locais, 
nenhum uropatógeno é identificado; (4) 
prostatite inflamatória assintomática, 
13
Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
associada à identificação incidental de 
leucócitos nas secreções prostáticas sem 
uropatógenos. 
A. Prostatite bacteriana aguda: 
- A prostatite bacteriana aguda está associada 
a febre, calafrios e disúria, e pode ser 
complicada por sepse. 
- No exame retal, a próstata é intensamente 
macia e esponjosa.
- É a mais comum e decorre por causa de 
contaminação por urina contaminada. 
- Causada por bactérias, como Escherichia 
coli, Proteus, Klebisiella, Enterobacter.
- Podem causar aumento de PSA (antígeno 
prostático específico). 
- Diagnóstico é feito pela urocultura.
B. Prostatite bacteriana crônica: 
- A prostatite bacteriana crônica geralmente 
está associada a infecções recorrentes do 
trato urinário intercaladas por períodos 
assintomáticos. 
- Pode também manifestar-se por meio de dor 
na parte inferior do dorso, disúria e 
desconforto perineal e suprapúbico. 
- Está associada a cálculos prismáticos e 
obstrução do ducto prostático.
C. Prostatite crônica não bacteriana: 
- O seu diagnóstico é feito por eliminação, já 
microrganismo causador não pode ser 
identificado. 
- É necessário fazer a urocultura para 
identificar o agente causador. 
- É mais comum em homens acima dos 50 
anos. 
- Sintomas são: febre, calafrios, dor perineal, 
disúria com próstata extremamente sensível 
e amolecida ao toque. 
- Podem causar aumento de PSA (antígeno 
prostático específico). 
- Diagnóstico é feito pela urocultura.
D. Prostatite granulomatosa: 
- Associada ao uso de onco-BCG (tratamento 
de câncer de bexiga). 
- Infecções por M. tuberculosis ou fúngica 
Histoplasma capsulatum. 
- Sintomas são: febre, calafrios, dor perineal, 
disúria com próstata extremamente sensível 
e amolecida ao toque. 
- Podem causar aumento de PSA (antígeno 
prostático específico). 
- Diagnóstico é feito pela urocultura.
II. Hiperplasia nodular da próstata: 
- A hiperplasia prostática benigna (HPB) é uma 
anormalidade extremamente comum. 
- Ela acomete um número significativo de 
homens a partir dos 40 anos de idade. Sua 
frequência aumenta progressivamente com a 
idade, e alcança 90% na oitava década de 
vida. 
- A HPB é caracterizada pela proliferação tanto 
de elementos estromais quanto de epiteliais, 
com o resultante crescimento da glândula e, 
em alguns casos, obstrução urinária. 
- Embora a causa da HPB ainda não seja 
plenamente compreendida, está claro que o 
crescimento excessivo (dependente do 
androgênio) dos elementos glandular e 
estromal tem papel central. 
- A HPB não acomete homens castrados antes 
do estabelecimento da puberdade ou 
homens com doenças genéticas que 
bloqueiam a atividade do androgênio. 
- Os sintomas clínicos da obstrução do trato 
urinário inferior causada pelo aumento 
prostático podem também ser exacerbados 
pela contração do músculo prostático liso 
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
m e d i a d a p e l o s r e c e p t o r e s a l f a 1 -
adrenérgicos.
- A HPB ocorre quase sempre na zona 
transicional interna da próstata. 
- A próstata afetada fica aumentada e contém 
muitos nódulos bem circunscritos que 
causam protrusão na superfície de corte. Os 
nódulos podem conter espaços císticos que 
correspondem aos elementos glandulares 
dilatados ou ser sólidos. 
- A uretra é geralmente comprimida pelos 
nódulos hiperplásicos, que deixam apenas 
uma estreita fenda de passagem. Em alguns 
casos, os elementos glandulares e estromais 
hiperplásicos que ficam bem abaixo do 
epitélio da uretra podem projetar-se no lúmen 
da bexiga como massa pedunculada e 
produzir obstrução uretral. 
- M i c r o s c o p i c a m e n t e , o s n ó d u l o s 
hiperplásicos são compostos por proporções 
var iáve is de e lementos g landulares 
proliferativos e estroma fibromuscular. As 
glândulas hiperplásicas são revestidas por 
células epiteliais colunares altas e uma 
camada periférica de células basais planas. 
Os lúmens glandulares geralmente contêm 
material denso de secreção proteica 
conhecido como corpos amiláceos.
- Aspectos clínicos: principal é o prostatismo 
(conjunto de manifestações clínicas relativas 
ao trato urinário inferior, levando a um jato 
urinário fraco, nictúria, urgência miccional, 
a u m e n t o d a f re q ü ê n c i a d e u r i n a r, 
gotejamento terminal); infecções urinárias; 
obstruções urinárias e repercussões na 
bexiga (hipertrofia, aumento da trabeculação 
da parede vesical).
III. Câncer de próstata - adenocarcinoma: 
- Ocorre principalmente em homens acima dos 
50 anos de idade. 
- É o tipo de câncer mais comum nos homens. 
- Observações clínicas e experimentais 
s u g e r e m q u e o s a n d r o g ê n i o s , a 
hereditariedade, os fatores ambientais e as 
m u t a ç õ e s s o m á t i c a s a d q u i r i d a s 
desempenham papéis na patogenia do 
câncer de próstata.
- O aumento do estimulo dos receptores 
androgínicos aumenta a expressão dos 
genes proliferativos e se tornam fatores de 
risco. Tratamento com anti-anti-androgínicos 
e a castração podem levar a regressão da 
doença.
- A maioria dos carcinomas detectados 
clinicamente não é visível a olho nu. As 
lesões mais avançadas se apresentam como 
lesões firmes e branco-acinzentadas, com 
margens mal-definidas que se infiltram na 
glândula adjacente. 
- No exame histológico, a maioria das lesões é 
de adenocarcinomas moderadamente 
diferenciados que produzem glândulas bem 
definidas. Em contraste adicional com as 
glândulas benignas, as malignas são 
amontoadas e caracteristicamente não 
apresentam ramificação e projeção papilar. 
- O citoplasma das células tumorais varia, 
quanto à aparência, de pálido-claras (como 
nas glândulas benignas) a anfofílico distinto 
(roxo-escuro). Os núcleos são aumentados e 
frequentemente contêm um ou mais 
nucléolos proeminentes. 
- De acordo com esse sistema, os cânceres da 
próstata são estratificados em cinco graus 
com base nos padrões glandulares de 
diferenciação. 
• O grau 1 representa os tumores mais bem 
diferenciados, ao passo que os tumores 
grau 5 não exibem qualquer diferenciação 
glandular.
- Lesões pré-cancerosas, como neoplasias 
intraepitelial prostática, são lesões atípicas 
do epitélio de revestimento de ductos e 
ácidos que apresentam, em princípio, maior 
risco de evoluir para um adenocarcinoma 
histológico ou clínico.
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
- Os cânceres avançados localmente se 
infitram nas vesículas seminais e nas zonas 
periuretrais da próstata e podem invadir os 
tecidos moles adjacentes, as paredes da 
bexiga urinária ou o reto. Metástases nos 
ossos são f requentes nos estág ios 
avançados da doença e tipicamente causam 
lesões osteoblásticas (produtoras de ossos) 
que podem ser detectadas em uma 
cintilografia óssea. 
- A análise do PSA é o exame mais usado no 
diagnóstico e no controle do câncer da 
próstata. O diagnóstico pode ser feito 
também pela biópsia de agulha.
PÊNIS: 
I. Doença de Bowen - neoplasia maligna: 
- O carcinoma de células escamosas in situ 
peniano (doença de Bowen) ocorre em 
homens incircuncisos mais velhos. 
- É causado pelo vírus do HPV tipo 16 e 18. 
- Se apresenta, macroscopicamente, como 
uma placa solitária no corpo do pênis. 
- Um exame histológico revela células 
morfologicamente malignas em toda a 
epiderme, sem qualquer invasão do estroma 
subjacente. 
- Ele dá origem ao carcinoma escamoso 
infiltrante em aproximadamente 10% dos 
pacientes.
- Em mucosa balanoprepucial, é chamada 
Eritroplasia de Queyrat.
II. Papulose de Bowenoide - carcinoma in 
situ: 
- Pode acometer o pênis e o peníneo. 
- Acomete uma faixa etária de jovens entre 
20-30 anos. 
- A diferença entre esta doença e a doença de 
Bowen é a faixa etária, e esta aparece como 
múltiplas lesões marrom-avermelhadas.E 
não tem, na maioria dos casos, progressão 
para câncer invasivo. 
- Causada pelo HPV 16 e 18. 
- Não costuma progredir para um câncer.
III. Condiloma acuminado - neoplasia 
benigna: 
- Causada pelo HPV tipo 6 e 11. 
- É uma doença sexualmente transmissível. 
- Pode ocorrer na genitália externa ou áreas 
perineais. 
- Local mais comum de ocorrer é no sulco 
coronal ou superfície interna do prepúcio. 
Ocorre tanto na área do genial externo, como 
região perianal. Embora a maior parte dos 
casos ocorra em região de grande e região 
interna do prepúcio. 
- É uma lesão relativamente comum. 
- Não evolui para câncer. 
- Microscopicamente: caracteristicamente 
presença de coiloicitose (alteração específica 
deste vírus). Os núcleos dos queratinócitos 
parecem uma uva passa, o alo claro ao redor 
do núcleo caracteriza o coilocito.
TESTÍCULO: 
I. Neoplasia paratest icular - tumor 
adenomatóide: 
- É a neoplasia mais frequente do epidídimo. 
- É um rumo benigno de origem mesotelial que 
pode também se originar na albugínea, na 
membrana vaginal e no cordão espermático. 
- É mais comum entre 20 e 50 anos de idade. 
- Apresenta-se como massa escrotal não 
dolorosa. 
II. Neoplasias testiculares - tumores de 
células germinativas: 
- Os tumores das células germinativas 
testiculares são subclassificados em 
16
Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
seminomas e tumores não seminomatosos 
de células germinativas.
- A aparência histológica dos tumores de 
célu las germinat ivas pode ser pura 
(composta por um único tipo histológico) ou 
mista.
- A maioria se manifesta com aumento do 
volume testicular. 
- Aspectos clínicos: aumento do volume 
testicular (51 a 61%), dor local (31 a 34%), 
nódulo testicular (23 a 31%), dor lombar e/ou 
abdominal (6%), antecedente de trauma 
escrotal (3 a 5%), hidrocele (10%), massa 
abdominal (4%), gânglios supraclaviculares 
(3%), gânglios inguinais (2%), ginecomastia 
(2%), aumento indolor do testículo (qualquer 
massa sólida testicular deve ser considerada 
neoplásica, até que se prove o contrário).
- Não se pode biopsiar o tumor (porque se tem 
disseminação, provocando a disseminação 
para os l in fonodos e para a pe le , 
complicando o prognóstico do paciente). 
Conduta: orquiectomia radical. 
- Disseminação linfática do seminoma para 
l infonodos supra-claviculares. Melhor 
p ro g n ó s t i c o p o i s s ã o s e n s í v e i s a 
radioterapia.
- Disseminação hematogênica dos não-
seminomatosos para pulmões, fígado, 
cérebro e ossos. Apresentam um pior 
prognóst ico po is são res is tentes a 
radioterapia.
- A anál ise dos marcadores tumorais 
secretados pelos tumores das células 
germinativas é importante: esses marcadores 
são úteis no diagnóstico, mas têm o papel 
muito mais valioso de acompanhar a 
resposta dos tumores à terapia depois de o 
diagnóstico ser estabelecido.
• A gonadotrofina coriônica humana (hCG) 
está sempre elevada em pacientes com 
cariocarcinoma e pode estar minimamente 
elevada em pessoas com outros tumores 
das células germinativas que contêm 
célu las s inc ic iot rofoblást icas sem 
citotrofoblastos. 
• A alfa-fetoproteína (AFP) aumentada no 
contexto de neoplasia testicular indica um 
componente do tumor do saco vitelino. 
• Os níveis de lactato desidrogenase (LDH) 
estão relacionados com a massa tumoral.
A. Seminoma: 
- Os seminomas são tumores macios, bem 
delimitados e branco-acinzentados que 
formam uma protuberância a partir da 
superfície de corte do testículo afetado. 
- Os tumores grandes podem conter focos de 
necrose de coagulação, geralmente sem 
hemorragia. 
- Microscopicamente, os seminomas são 
compostos por células grandes, uniformes e 
com limites bem definidos, com citoplasma 
claro e rico em glicogênio, e núcleos 
arredondados com nucléolos evidentes. 
• As células geralmente estão dispostas em 
pequenos lóbulos com septos fibrosos 
interpostos. 
• Os seminomas podem, também, ser 
a c o m p a n h a d o s p o r u m a r e a ç ã o 
granulomatosa maldefinida. 
- E m c e rc a d e 1 5 % d o s c a s o s , o s 
sinciciotrofoblastos estão presentes e são a 
fonte das concentrações minimamente 
elevadas de HCG sérica encontradas em 
alguns homens com seminoma puro. Sua 
presença não tem qualquer relação com o 
prognóstico.
B. Seminoma espermatocítico: 
- Entidade etimológica diferente do seminoma. 
- É um tumor incomum que acomete 
indivíduos muito mais velhos, geralmente 
acima de 65 anos de idade.
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
- O tumor geralmente é composto por células 
poligonais de tamanho variável que são 
organizadas em nódulos ou ninhos.
- Possuem crescimento, não causa metástase 
e possui um prognostico excelente. 
C. Carcinoma embrionário: 
- Os carcinomas embrionários são massas 
invasivas e maldefinidas que contêm focos 
de hemorragia e necrose. 
- As lesões primárias podem ser pequenas, 
mesmo em pacientes com metástases 
sistêmicas. 
- As células tumorais são grandes e de 
aparência pr imit iva, com citoplasma 
basofílico, bordas indistintas e núcleos 
grandes com nucléolos proeminentes. 
- Os carc inomas embr ionár ios puros 
representam somente 2-3% de todos os 
t u m o re s d a s c é l u l a s g e r m i n a t i v a s 
testiculares.
D. Tumor de saco vitelino: 
- Os tumores do saco vitelino são as 
neoplasias testiculares mais comuns em 
crianças com menos de três anos de idade; 
nesse grupo, eles têm prognóstico muito 
bom. 
- Em adultos, os tumores do saco vitelino são 
frequentemente vistos misturados com o 
carcinoma embrionário. 
- Macroscopicamente, esses tumores são 
frequentemente grandes e podem estar bem 
delimitados. 
- O exame histológico revela células epiteliais 
cúbicas baixas e epiteliais colunares que 
formam microcistos, padrões trancados 
(reticulares) cribriformes, ninhos, glândulas e 
papilas. Um traço distintivo é a presença de 
estruturas semelhantes a glomérulos, os 
chamados corpos de Schiller-Duvall. 
- Os tumores geralmente contêm glóbulos 
hialinos eosinofílicos nos quais a alfa-
fetoproteína (AFP) e alfa1-antitripsina podem 
ser demonstradas por meio de técnicas de 
imuno-histoquímica. 
- A AFP também pode ser detectada no 
sangue.
E. Coriocarcinoma: 
- Os coriocarcinomas são tumores nos quais 
as células germinat ivas neoplásicas 
pluripotenciais se diferenciam ao longo do 
revestimento trofoblástico. 
- Macroscopicamente, os tumores primários 
são frequentemente lesões neoplásicas 
pequenas, mesmo aqueles com metástases 
sistêmicas. 
- O exame microscópico revela que os 
coriocarcinomas são compostos por ninhos 
de células cúbicas pequenas misturadas com 
grandes células sinciciais eosinofílicas (ou 
cobertas por elas), que contêm múltiplos 
n ú c l e o s e s c u r o s e p l e o m ó r fi c o s , 
r e p r e s e n t a n d o a s d i f e r e n c i a ç õ e s 
citotrofoblástica e sinciciotrofoblástica. 
- A HCG nos sinciciotrofoblastos pode ser 
iden t i ficada pe la co lo ração imuno-
histoquímica e se apresenta elevada no 
sangue.
F. Teratoma: 
- Os teratomas são tumores em que as células 
germinativas neoplásicas se diferenciam ao 
longo das linhas de células somáticas. 
- Esses tumores formam massas firmes que 
frequentemente contêm cistos e áreas 
reconhecíveis de cartilagem na superfície do 
corte. 
- Eles podem ocorrer em qualquer idade, da 
infância à vida adulta. As formas puras de 
teratoma são bastante comuns em bebês e 
crianças. 
- Os teratomas são compostos por uma 
coleção complexa e heterogênea de células 
diferenciadas ou de estruturas organoides, 
como tecido neural, feixes musculares, ilhas 
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
de cartilagem, conglomerados de epitélio 
escamoso, estruturas reminiscentes da 
glândula tireoide, epitélio brônquico e trechos 
de parede intestinal ou da substância 
cerebral, tudo integrado em um estroma 
fibroso ou mixoide. 
• Os elementos podem ser maduros (à 
semelhança de vários tecidos de umadulto) ou imaturos (que compartilham 
traços histológicos com os tecidos fetais 
ou embrionários). 
- Em homens pré-púberes, os teratomas são 
tipicamente benignos, ao passo que, nos 
pós-púberes, são malignos e capazes de 
gerar metástases.
- Raramente, os tumores de células não 
germinativas podem surgir em um teratoma
—fenômeno referido como “teratoma com 
transformação maligna”. 
• Essas neoplasias podem assumir a forma 
de um foco de carcinoma, de um 
adenocarcinoma ou de um sarcoma. 
• A importância das malignidades em um 
teratoma é que, quando o componente 
celular não germinativo se espalha para 
fora do testículo, ele não responde à 
quimioterapia; assim, a única esperança 
de cura reside na possibilidade de 
resseção das metástases.
G. Tumores mistos: 
- Cerca de 60% dos tumores testiculares são 
mistos.
- Associações mais comuns: teratomas, 
carcinomas embrionários e tumores do saco 
v i te l i no ; seminoma com ca rc inoma 
embrionário; teratoma com carcinoma 
embrionário (teratocarcinoma).
- Na maioria dos casos o prognóstico é dado 
conforme a presença do elemento mais 
agressivo.
- Deve-se avaliar a porcentagem de cada um 
dos componentes.
III. Anomalias congênitas - Criptorquidia: 
- A criptorquidia representa uma falha na 
descida do testículo para o escroto. 
- O diagnóstico só é estabelecido com certeza 
depo is de um ano do nasc imento , 
particularmente em bebês prematuros, pois a 
descida do testículo para o escroto nem 
sempre está completa por ocasião do 
nascimento. 
- A criptorquidia afeta 1% da população 
masculina. 
- E s s a c o n d i ç ã o é b i l a t e r a l e m 
aproximadamente 10% dos pacientes 
afetados. 
- Uma vez que os testículos não descidos se 
atrofiam, a criptorquidia bilateral causa 
esterilidade. Contudo, mesmo a criptorquidia 
unilateral pode estar associada a atrofia da 
gônada contralateral não descida e, portanto, 
também pode levar a esterilidade. 
- Além da infertilidade, a falha da descida está 
associada a um risco aumentado em 3-5 
vezes de desenvolver câncer testicular.
- Pacientes com criptorquidia unilateral 
também estão sujeitos a um risco aumentado 
de desenvolver câncer no testículo normal 
contralateral. 
- A alocação cirúrgica do testículo não descido 
no escroto (orquiopexia) antes da puberdade 
diminui a probabilidade de atrofia e reduz, 
mas não elimina, o risco de câncer e de 
infertilidade.
ESÔFAGO: 
I. Esôfago de Barrett: 
- O gente etiológico do esófago de Barrett é 
refluxo esofágico. 
- A consequência desse esófago de Barrett é o 
surgimento de adenocarcinoma esofágico. 
- É caracterizado por metaplasia do epitélio 
escamoso esofágico para epitélio glandular 
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Paula R. C. Penteado 19 de maio de 2019
intestinal, como o estímulo não cessa, e além 
do ácido há a lesão pela passagem do 
alimento, evoluindo para uma displasia de 
alto grau com atipia celular intensa, 
evoluindo para um câncer invasivo. 
- A manifestação clínica está entre 40 e 60 
anos, em homens brancos, sintomas da 
esofagite e hemorragia, estenose. 
- É necessário acompanhamento por ser um 
fator de risco para adenocarcinoma.
II. Câncer de esôfago: 
- São raras. Leiomiomas e papilomas são os 
mais comuns. Ocorre crescimento intramural 
ou intraluminal. 
- Papilomas escamosos: associados a 
infecção por HPV. Solitário, pequeno e 
polipoide. Não reicidiva. Mais comum em 
mulheres acima de 50 anos. 
- Leiomioma: mais comum entre 30 e 50 anos. 
Sem predileção por gênero. Origina-se na 
camada muscular média. Lesões múltiplas. 
Assintomático. Disfagia se volumoso.
III. Acalásia: 
- Obstrução esofágica funcional devido a 
alteração de abertura e relaxamento do 
esfíncter esofágico anterior.
- Caracterizada por uma tríade de relaxamento 
incompleto do esfíncter esofágico inferior 
(não abre de forma normal), aumento do 
tônus do esfíncter esofágico inferior, e 
aperistalsia (peristatismo inadequado). 
- É uma doença inflamatória que causa perda 
d e n e u r ô n i o s i n i b i t ó r i o s n o p l e x o 
meioentérico esofágico. 
- Processo inflamatório que é composto pela 
ação das células T leva a destruição de 
células nervosas do plexo, que é responsável 
pelo relaxamento dos músculos no esfíncter 
interno inferior. 
- Não se sabe a causa da inflamação, mas 
fatores tais como genético, autoimune e 
virais podem estar relacionados. 
- É uma inflamação crônica composta por 
linfócitos T do plexo mioentérico, que leva ao 
não relaxamento do músculo, tornando a 
passagem do alimento impossível.
IV. Síndrome de Mallory-Weiss: 
- Está relacionada a lacerações do esôfago. 
- A maioria ocorre na junção esôfagogástrica. 
- Causada principalmente em pessoas 
alcoólatras, após uso de ácido acetil 
salicílico, hérnia de hiato. Vômitos e tosse 
também pode levar à doença. 
- Manifesta-se por hematêmese após vômito 
ou esforço. 
- Na maioria dos casos ocorre uma auto-
recuperação.
V. Síndrome de Plummer-Vinson: 
- Caracterizada por hipotrofia da faringe, 
inflamação esfoliativa da porção superior do 
esôfago. 
- Possui associação com a anemia ferropriva e 
disfagia alta (emoções e fadiga). 
- Prevalência em mulheres entre 40 e 45 anos, 
pode haver envolvimento genético. 
- As mucosas atróficas são caracterizadas por 
aumento de volume e vacuolização das 
cé lu las escamosas e h ipo t rofia da 
musculatura estriada com substituição por 
colágeno. 
- Apresenta risco para a transformação em 
carcinoma.
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