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Esôfago Anomalias congênitas: Atresias; Fístulas e Duplicações ● Atresias, fístulas e duplicações podem ocorrer em qualquer parte do trato GI. Quando presentes dentro do esôfago, elas são descobertas rapidamente após o nascimento, geralmente devido à regurgitação durante a alimentação. ● Na atresia esofágica, um cordão fino e não canalizado substitui o segmento do esôfago, causando uma obstrução mecânica. A atresia ocorre mais comumente próxima a ou na própria bifurcação traqueal e geralmente está associada a uma fístula conectando as bolsas esofágicas, superior ou inferior, a um brônquio ou à traqueia. ● A fístula pode se apresentar sem atresia. Qualquer forma de fístula pode resultar em aspiração, sufocamento, pneumonia e desiquilíbrios de eletrólitos e fluidos com gravidade. ● Estão associadas a defeitos cardíacos congênitos, malformações geniturinárias e doenças neurológicas. A atresia intestinal é menos comum, mas frequentemente envolve o duodeno. O ânus imperfurado, a forma mais comum de atresia intestinal congênita, é decorrente da não involução do diafragma cloacal. Hérnia diafragmática, Onfalocele e Gastroquise ● A hérnia diafragmática ocorre quando a formação incompleta do diafragma permite que as vísceras abdominais se projetem para dentro da cavidade torácica. ● O efeito da ocupação do espaço pelas vísceras deslocadas pode causar hipoplasia pulmonar, que pode matar. ● A onfalocele ocorre quando o fechamento da musculatura abdominal é incompleto e as vísceras abdominais projetam-se para dentro de um saco membranoso ventral. Isso pode ser reparado cirurgicamente. ● A gastrosquise é similar à onfalocele, exceto pelo fato de que elaenvolve todas as camadas da parede abdominal, desde o peritônio até a pele. Esofagite Lacerações (Mallory Weiss) ● As lacerações longitudinais da mucosa, próximas à junção gastroesofágica, são denominadas lacerações de Mallory-Weiss e estão mais associadas a ânsias e vômitos graves, secundários à intoxicação aguda por álcool. Normalmente, o relaxamento reflexo da musculatura gastroesofágica precede a onda contrátil antiperistáltica associada ao vômito. ● Esse relaxamento pode fracassar durante o vômito prolongado, fazendo com que conteúdos do refluxo gástrico forcem a abertura gástrica e levem a parede esofágica a se distender e se romper. ● As grosseiras lacerações lineares da síndrome de Mallory-Weiss são longitudinalmente orientadas e variam em comprimento desde milímetros até vários centímetros. ● Essas lacerações geralmente cruzam a junção gastroesofágica e podem também estar localizadas na mucosa gástrica proximal. Esofagite química e infecciosa ● A mucosa escamosa estratificada do esôfago pode ser lesada por uma variedade de irritantes. Os sintomas variam de uma dor autolimitada, especialmente ao engolir, ou seja, odinofagia, até a hemorragia, estenose ou perfuração, em casos graves. ● Em crianças, a lesão química esofágica geralmente é secundária a uma ingestão acidental de produtos de limpeza; danos graves podem ocorrer após tentativa de suicídio em adultos. ● Lesões químicas menos graves na mucosa esofágica também podem ocorrer quando pílulas se alojam e dissolvem no esôfago em vez de chegarem até o estômago intactas. ● A lesão esofágica iatrogênica pode ser causada por quimioterapia citotóxica, terapia radioativa ou doença do enxerto-versushospedeiro. O esôfago também pode estar envolvido em doenças descamativas da pele, como penfigoide bolhoso, epidermólise bolhosa e, raramente, a doença de Crohn. ● Infecções esofágicas em indivíduos saudáveis são raras, e ocorrem mais frequentemente devido ao vírus do herpes simples. Infecções em pacientes debilitados ou imunossuprimidos, devido a doenças ou terapia, são mais comuns e podem ocorrer devido ao vírus do herpes simples, citomegalovírus (CMV) ou organismos fúngicos. Dentre os fungos, a candidíase é a mais comum, embora a mucormicose e a aspergilose também sejam observadas. Morfologia ● Infiltrados densos de neutrófilos estão presentes na maioria dos casos, mas podem estar ausentes nas lesões induzidas por químicos (lixívia, ácidos ou detergentes), o que pode resultar em necrose total da parede esofágica. A esofagite induzida por pílula ocorre frequentemente no local dos estrangulamentos que impedem a passagem dos conteúdos luminais. ● Quando presente, a ulceração é acompanhada pela necrose superficial com tecido de granulação e fibrose eventual. A irradiação esofágica causa lesões similares àquelas observadas em outros tecidos e inclui proliferação da íntima e estreitamento da luz de vasos sanguíneos submucosos e murais. ● A infecção por fungos ou bactérias pode tanto causar lesões quanto complicar uma úlcera preexistente. Bactérias orais não patogênicas são frequentemente encontradas no leito da úlcera, enquanto os organismos patogênicos podem invadir a lâmina própria e causar necrose da mucosa sobrejacente. ● A candidíase, na sua forma mais avançada, é caracterizada por pseudomembranas aderentes e acinzentadas, compostas de hifas fúngicas densamente entrelaçadas e células inflamatórias, recobrindo a mucosa esofágica. A aparência endoscópica geralmente fornece uma pista sobre o agente infeccioso na esofagite viral. Os vírus do herpes tipicamente causam úlceras em saca-bocados. Amostras de biópsias demonstram inclusões virais nucleares dentro de um halo de células epiteliais em degeneração na borda da úlcera. Contrariamente, o CMV causa ulcerações superficiais e inclusões citoplasmáticas e nucleares características dentro das células endoteliais capilares e estromais. Embora a aparência histológica seja característica, as colorações imuno-histoquímicas para antígenos vírus-específicos são ferramentas diagnósticas sensíveis e específicas. Esofagite de refluxo ● A causa mais comum de refluxo gastroesofágico é o relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior. Ele é mediado por vias vagais e que pode ser desencadeado pela distensão gástrica, por gás ou alimentos, estimulação faríngea moderada que não induz a deglutição, e estresse. ● O refluxo gastroesofágico também pode ocorrer após relaxamento do esfíncter esofágico inferior induzido pela deglutição ou devido à abertura forçada do esfíncter esofágico inferior relativamente hipotensivo, a partir de um aumento repentino na pressão intra-abdominal, como quando o paciente faz movimento de curvar-se. ● Outras condições que diminuem o tônus do esfíncter esofágico inferior ou aumentam a pressão abdominal e contribuem para a DRGE incluem o uso de álcool e tabaco, obesidade, depressivos do sistema nervoso central, gravidez, hérnia do hiato, atraso no esvaziamento gástrico e volume gástrico aumentado. Em muitos casos, nenhuma causa definitiva é identificada. O refluxo dos sucos gástricos é central para o desenvolvimento de lesão na mucosa na DRGE. Nos casos graves, o refluxo de bile do duodeno pode exacerbar a lesão. Morfologia A simples hiperemia, pode ser a única alteração. Na DRGE leve, a histologia da mucosa é, quase sempre, aparentemente normal. No caso de uma doença mais significativa, os eosinófilos são recrutados para a mucosa escamosa, seguidos pelos neutrófilos, os quais estão geralmente associados a uma lesão mais grave. A hiperplasia da zona basal e o alongamento das papilas da lâmina própria, de modo que elas se estendam para o terço superior do epitélio, também podem estar presentes. Esôfago de Barrett ● É uma complicação do DRGE crônica, que é caracterizada por metaplasia (alteração celular) intestinal dentro da mucosa escamosa do esôfago; ● Patologia caracterizada pela metaplasia do epitélio de revestimento da porção inferior do esôfago que de escamoso não queratinizado, se transforma em tipo intestinal (com a presença de células caliciformes); ● O esôfago de Barrett só pode ser identificado por meio de endoscopia e biópsia, as quais são geralmente realizadas pelos sintomas da DRGE. ● Macro: Classificado em Barrett longo e curto (maior ou menor que três cm); Pode ser reconhecido como uma ou váriaslínguas ou manchas vermelhas de mucosa aveludada se estendendo para cima a partir da junção gastroesofágica; Essa mucosa metaplásica se alterna com uma mucosa escamosa (esofágica), lisa, pálida e se conecta com uma mucosa colunar (gástrica) marrom clara distalmente. ● Micro: As células caliciformes, que apresentam vacúolos mucosos distintos que se coram e dão forma de taça de vinho, definem a metaplasia intestinal e são necessárias para o diagnóstico de esôfago de Barrett; Quando a displasia está presente, está classificada como de baixo grau ou de alto grau. ● A proliferação epitelial aumentada, com mitoses atípicas, cromatina agrupada irregularmente, razão núcleo-citoplasma aumentada e a não maturação das células epiteliais ao longo de sua migração para superfície esofágica estão presentes em ambos os graus de diferenciação; A arquitetura da glândula é frequentemente anormal e é caracterizada por brotamento, formas irregulares e aglomeração de células. Varizes esofágicas ● O sangue venoso do trato GI passa pelo fígado através da veia porta, antes de voltar para o coração. Esse padrão circulatório é responsável pelo efeito de primeira passagem no qual os medicamentos e outros materiais absorvidos nos intestinos são processados pelo fígado antes de entrarem na circulação sistêmica. ● As doenças que impedem esse fluxo causam uma hipertensão portal e podem levar ao desenvolvimento de varizes esofágicas, uma causa importante de sangramento esofágico. ● A hipertensão portal resulta no desenvolvimento de canais colaterais nos locais onde os sistemas porta e cava se comunicam. Essas veias colaterais permitem que alguma drenagem ocorra, mas, ao mesmo tempo, levam ao desenvolvimento de plexos venosos subepiteliais e submucosos congestos dentro do esôfago distal e do estômago proximal. ● Essas veias, chamadas de varizes, se desenvolvem, na grande maioria dos pacientes cirróticos, mais comumente associadas a doença hepática alcoólica. Por todo o mundo, a esquistossomose hepática é a segunda maior causa de varizes. Morfologia As varizes são veias dilatadas, tortuosas, que ficam primariamente dentro da submucosa do esôfago distal e estômago proximal. Os canais venosos, diretamente abaixo do epitélio esofágico, também podem se tornar acentuadamente dilatados. As varizes podem não ser claramente óbvias em amostras cirúrgicas ou pós-morte, porque elas colapsam na ausência de fluxo sanguíneo e são obscurecidas pela mucosa sobrejacente. A ruptura das varizes resulta em hemorragia na luz ou na parede esofágica, caso em que a mucosa sobrejacente aparece ulcerada e necrótica. Se a ruptura ocorreu no passado, trombose venosa, inflamação e vestígios de terapia anterior também podem estar presentes. Tumores esofágicos: Adenocarcinoma ● A maioria dos adenocarcinomas esofágicos surge do esôfago de Barrett. ● Alguns sorótipos de Helicobacter pylori estão associados à diminuição do risco de adenocarcinoma esofágico, pois eles causam atrofia gástrica, a qual, por sua vez, resulta na redução da secreção ácida e refluxo, e uma incidência reduzida do esôfago de Barrett. Portanto, as taxas reduzidas de infecção por Helicobacter pylori também podem ser um fator na incidência do aumento do adenocarcinoma esofágico. ● O adenocarcinoma esofágico geralmente ocorre no terço distal do esôfago e pode invadir a cárdia adjacente. Inicialmente surgindo como placas planas ou elevadas, na mucosa anteriormente intacta, grandes massas de 5 cm ou mais de diâmetro podem se desenvolver. Os tumores podem se infiltrar difusamente ou ulcerar e invadir profundamente. ● Microscopicamente, o esôfago de Barrett frequentemente aparece adjacente ao tumor. Os tumores produzem mais comumente mucina e formam glândulas, geralmente com morfologia semelhante ao tipo intestinal; menos frequentemente, os tumores são compostos de células em anel de sinete, infiltrantes, difusas (similares àquelas vistas nos cânceres gástricos difusos) ou, em casos raros, células pequenas, pouco diferenciadas (similares ao carcinoma de pequenas células do pulmão). Carcinoma de células escamosas ● O carcinoma de células escamosas esofágicas está associado ao uso de álcool e tabaco, pobreza, lesões esofágicas cáusticas, acalásia, tilose e síndrome de Plummer-Vinson. ● Metade dos carcinomas de células escamosas ocorre no terço médio do esôfago. O carcinoma de células escamosas se inicia como uma lesão in situ chamada de displasia escamosa (esta lesão é conhecida como uma neoplasia intraepitelial ou carcinoma in situ em outras regiões). ● Lesões iniciais aparecem como espessamentos pequenos, acinzentados, semelhantes a placas. Ao longo dos anos, elas se tornam massas tumorais polipoides ou exofíticas e se projetam para dentro da luz, obstruindo-a. ● Os outros tumores ou são lesões ulceradas ou difusamente infiltrativas, que se espalham dentro da parede esofágica e causam espessamento, endurecimento e estreitamento da luz. Eles podem invadir as estruturas circundantes, incluindo a árvore respiratória, causando pneumonia, a aorta, causando exsanguinação catastrófica, ou o mediastino e o pericárdio. ● A maioria dos carcinomas de células escamosas varia de moderadamente diferenciado até bem diferenciado. Variantes histológicas menos comuns incluem o carcinoma de células escamosas verrucoso, o carcinoma de célula fusiforme e o carcinoma de células escamosas basaloides. ● Independentemente da histologia, os tumores sintomáticos são geralmente muito grandes no momento do diagnóstico e já invadiram a parede esofágica. ● Os locais de metástases nos linfonodos variam conforme a localização do tumor: cânceres no terço superior do esôfago acometem os linfonodos cervicais; aqueles no terço médio acometem os linfonodos mediastínicos, paratraqueais e traqueobronquiais; e aqueles no terço inferior comprometem os linfonodos gástricos e celíacos. Estômago Gastrite aguda ● A gastrite é um processo inflamatório da mucosa. Quando não há células inflamatórias, ou estas são raras, o termo gastropatia pode ser aplicado. ● O espectro da gastrite aguda varia entre a doença assintomática até a dor epigástrica moderada, náusea e vômitos. Os fatores causais incluem qualquer agente ou doença que interfira com os mecanismos protetores da mucosa gástrica. ● A gastrite aguda grave pode resultar em uma ulceração gástrica aguda. ● A mucina secretada pelas células foveolares da superfície forma uma camada fina de muco que evita que partículas grandes de comida toquem diretamente o epitélio. A camada de muco também promove a formação de uma camada “inerte” de fluido sobre o epitélio que protege a mucosa e tem ph neutro como resultado da secreção do íon bicarbonato pelas células epiteliais da superfície. ● Finalmente, o rico suprimento vascular da mucosa gástrica libera oxigênio, bicarbonato e nutrientes, enquanto remove o ácido que foi difundido de volta para a lâmina própria. A gastrite aguda ou crônica pode ocorrer como consequência do rompimento de um desses mecanismos protetores. Morfologia ● Histologicamente, gastrite aguda leve pode ser difícil de reconhecer, já que a lâmina própria apresenta apenas um edema moderado e uma congestão vascular leve. ● A superfície epitelial fica intacta, embora neutrófilos espalhados possam estar presentes entre as células epiteliais ou dentro das glândulas mucosas. Em contraste, uma abundância de linfócitos ou de plasmócitos sugere uma doença crônica. ● A presença de neutrófilos acima da membrana basal em contato direto com células epiteliais é anormal em todas as partes do trato gi e significa uma inflamação ativa. ● Este termo é preferido à inflamação aguda, já que a inflamação ativa pode estar presente tanto nos estados agudo ou crônico da doença. Gastrite crônica e por Helicobacter pylori ● A causa mais comum da gastrite crônica é a infecção por H. pylori. Outros agentes incluem AINEs e álcool. ● A gastrite por H. pylori tipicamente afeta o antro e está associada ao aumento da produção do ácido gástrico. No estágio mais tardio da doença,o corpo também pode ser envolvido e a atrofia glandular secundária pode resultar em uma leve redução da produção de ácido. ● Respostas de imunidade do hospedeiro e características bacterianas determinam se a infecção continua sendo antral ou se ela progride para a pangastrite. ● A gastrite por H. pylori induz o tecido linfóide associado à mucosa (MALT), o qual pode dar origem aos linfomas de célula B (MALTomas). ● A metaplasia intestinal desenvolve-se em ambas as formas de gastrite crônica e é um fator de risco para o adenocarcinoma gástrico. ● A doença ulcerosa péptica geralmente ocorre após a gastrite crônica por H. pylori e a hipercloridria resultante. Úlceras podem desenvolver-se no estômago ou duodeno e geralmente curam-se após a supressão da produção do ácido gástrico e da erradicação do H. pylori. Patogenia ● A gastrite por h. Pylori é, portanto, o resultado de um desequilíbrio entre as defesas das mucosas gastroduodenais e forças danificadoras que se superam essas defesas. ● A infecção por h. Pylori é a causa mais comum da gastrite crônica. A doença se apresenta mais frequentemente como uma gastrite predominantemente antral com alta produção de ácido, a despeito da hipogastrinemia. O risco da úlcera duodenal é aumentado nesses pacientes e, na maioria, a gastrite é limitada ao antro, com envolvimento ocasional da cárdia. Em um subgrupo de pacientes, a gastrite progride para envolver o corpo gástrico e o fundo. ● Ao longo do tempo, a gastrite antral crônica por h. Pylori pode progredir para uma pangastrite, resultando em gastrite atrófica multifocal. Esta pangastrite está associada a atrofia mucosa multifocal, secreção reduzida de ácido, metaplasia intestinal e risco aumentado de adenocarcinoma gástrico. ● Os organismos h. Pylori se adaptaram ao nicho ecológico fornecido pelo muco gástrico. Embora o h. Pylori possa invadir a mucosa gástrica, isso não está evidente histologicamente, e a contribuição da invasão para a doença não é conhecida. Gastrite associada ao HP e autoimune Atrofia da mucosa e metaplasia intestinal ● A gastrite crônica, de longa duração, que envolve o corpo e o fundo pode, por fim, resultar na perda significativa de massa celular parietal. Essa atrofia oxíntica pode estar associada à metaplasia intestinal, reconhecida pela presença de células caliciformes, e está fortemente associada ao aumento do risco de adenocarcinoma gástrico. ● O risco de adenocarcinoma é maior na gastrite autoimune. Isso pode ocorrer porque a acloridria da atrofia da mucosa gástrica permite o crescimento excessivo de bactérias que produzem nitrosaminas carcinogênicas. ● A metaplasia intestinal também ocorre na gastrite crônica por H. pylori e pode regredir após a eliminação do organismo. Displasia ● A gastrite crônica expõe o epitélio às lesões por radicais livres e ao estímulo proliferativo relacionados à inflamação. Ao longo do tempo, essa combinação de estressores pode levar ao acúmulo de alterações genéticas que resultam em carcinoma. ● Os marcadores morfológicos da displasia são variações no tamanho, na forma e na orientação do epitélio, juntamente com a textura grosseira da cromatina, hipercromasia e hipertrofia nucleares. ● A distinção entre displasia e as alterações epiteliais regenerativas induzidas pela inflamação ativa pode ser um desafio para o patologista, já que a proliferação epitelial aumentada e as figuras mitóticas podem ser proeminentes em ambas. ● No entanto, as células epiteliais reativas amadurecem assim que atingem a superfície da mucosa, enquanto as lesões displásicas permanecem citologicamente imaturas. Pólipos e tumores gástricos: Pólipos inflamatórios e hiperplásicos ● Os pólipos podem se desenvolver como resultado de hiperplasia de células epiteliais e estromais, inflamação, ectopia ou neoplasia. Somente os tipos mais comuns de pólipos serão discutidos aqui (pólipos tipo Peutz-Jeghers e juvenis são discutidos com os pólipos intestinais). Estes são seguidos pela apresentação de tumores gástricos. ● A maioria dos pólipos inflamatórios ou hiperplásicos é menor que 1 cm em diâmetro e é frequentemente múltipla, particularmente em indivíduos com gastrite atrófica. Esses pólipos são ovóides na forma e têm uma superfície lisa, embora erosões superficiais sejam comuns. Microscopicamente, os pólipos têm glândulas foveolares alongadas, irregulares e cisticamente dilatadas. A lâmina própria é tipicamente edematosa, com graus variáveis de inflamação aguda e crônica, e a ulceração superficial pode estar presente. Adenoma gástrico ● Os adenomas gástricos são geralmente lesões solitárias, com menos de 2 cm de diâmetro, mais comumente localizadas no antro. A maioria dos adenomas é composta pelo epitélio colunar do tipo intestinal, o qual apresenta diversos graus de displasia. ● A displasia pode ser classificada como sendo de baixo ou alto grau, e ambos podem incluir o alargamento, o alongamento, a pseudoestratificação e a hipercromasia dos núcleos celulares epiteliais, além da aglomeração epitelial. ● A displasia de alto grau é caracterizada por atipia citológica mais grave e arquitetura irregular, incluindo brotamento glandular e estruturas de glândula-dentrode-glândula, ou cribriformes. ● Da mesma forma que os adenomas intestinais, os adenomas gástricos são lesões neoplásicas pré-malignas. No entanto, o risco de transformação para um câncer invasivo é muito maior nos adenomas gástricos. Adenocarcinoma gástrico ● A maioria deles envolve o antro gástrico; a pequena curvatura é envolvida com mais frequência do que a grande curvatura. ● Tumores gástricos com uma morfologia intestinal, os quais tendem a formar massas volumosas, são compostos por estruturas glandulares, enquanto cânceres com um padrão de crescimento infiltrante difuso são mais comumente compostos por células em anel de sinete. ● Embora os adenocarcinomas do tipo intestinal possam penetrar a parede gástrica, eles crescem mais frequentemente formando amplas massas coesivas que constituem tanto massas exofíticas quanto um tumor ulcerado. ● As células neoplásicas frequentemente contêm vacúolos apicais de mucina, e a mucina abundante pode estar presente na luz das glândulas. Em contraste, o câncer gástrico difuso é geralmente composto de células não coesivas, provavelmente como resultado da perda de E-caderina. ● Essas células não formam glândulas, mas, em vez disso, apresentam grandes vacúolos de mucina que expandem o citoplasma e empurram o núcleo para a periferia, criando uma morfologia de célula em anel de sinete. Elas permeiam a mucosa e a parede do estômago, individualmente ou em pequenos grupos, e podem ser confundidas com células inflamatórias, tais como os macrófagos, em pequeno aumento. ● A liberação extracelular de mucina em qualquer tipo de câncer gástrico pode resultar na formação de grandes lagos de mucina que dissecam os planos teciduais. Linfoma ● Embora os linfomas extranodais possam surgir em praticamente todos os tecidos, eles ocorrem mais comumente no trato GI, particularmente no estômago. ● Os linfomas de células B da zona marginal extranodal geralmente surgem em locais de inflamação crônica. Eles podem se originar no trato GI em locais de MALT preexistente, tais como as placas de Peyer do intestino delgado, mas surgem mais comumente em tecidos que são normalmente desprovidos de tecido linfoide organizado. ● No estômago, o MALT é induzido, geralmente, como resultado de gastrite crônica. Ainfecção por H. pylori é o indutor mais comum no estômago e, portanto, é encontrada em associação com a maioria dos casos de MALToma gástrico. Tumor estromal gastrointestinal (GIST) ● O tumor estromal gastrointestinal (GIST) é o tumor mesenquimal mais comum do abdome, ocorrendo com mais frequência no estômago, e está relacionado às células marca-passo benignas, ou células intersticiais de Cajal. Os tumores geralmente possuem mutações ativadoras nas tirosina - cinases de KIT ou PDGFRA e respondem aos inibidores específicos da cinase. ● Os GISTs gástricos primários podem ser bem grandes,com até 30 cm de diâmetro. Eles geralmente formam uma massa carnosa, bem circunscrita e solitária, coberta por uma mucosa intacta ou ulcerada, mas também podem se projetar para fora, em direção à serosa. ● As metástases podem tomar forma de múltiplos nódulos serosos por toda a cavidade peritoneal ou como um ou mais nódulos no fígado; a disseminação para fora do abdome é incomum, mas pode ocorrer. ● Os GISTs compostos de células delgadas e alongadas são classificados como tipo celular fusiforme, enquanto os tumores dominados por células aparentemente epiteliais são chamados de tipo epitelioide. ● Misturas dos dois padrões também ocorrem. O marcador de diagnósticos mais útil é o KIT, o qual é detectável em células de Cajal e em 95% dos GISTs gástricos, através das colorações imuno-histoquímicas. Intestino delgado e cólon Obstrução intestinal: Hérnias, aderências, vólvulos e intuscepção ● Pode ocorrer em qualquer nível, mas o intestino delgado está mais frequentemente envolvido por causa de seu lúmen relativamente estreito. • Hérnias, aderências, intussuscepções e vólvulos são as maiores causas de obstruções mecânicas. E suas manifestações clinicas incluem: dor, distensão abdominal, vomito e constipação. Intervenção cirúrgica geralmente é necessária. Hérnias • Qualquer fraqueza ou defeito na parede da cavidade peritoneal pode permitir a protrusão de uma bolsa de peritônio delimitada por serosa chamada de saco herniário. • As hérnias adquiridas ocorrem mais comumente na porção anterior, através dos canais inguinais e femorais ou do umbigo, ou dos locais de cicatrizes cirúrgicas. Estas devem gerar preocupação por causa da protrusão visceral (herniação externa). • As alças do intestino delgado estão frequentemente envolvidas, mas porções do omento ou do intestino grosso também se projetam e qualquer um destes pode ficar aprisionado. A pressão na abertura da bolsa pode prejudicar a drenagem venosa do intestino aprisionado. • A estase e o edema resultantes aumentam o volume da alça herniada, levando a um aprisionamento permanente, ou encarceramento, e ao longo do tempo, se desenvolve um comprometimento (estrangulamento) arterial e venoso que pode resultar em infarto Aderências • Desenvolvimento de aderências entre os segmentos do intestino à parede abdominal e locais de operações. Geralmente são resultados de procedimentos cirúrgicos, infeções ou outras causas de inflamação peritoneal. • Essas pontes fibrosas podem criar alças fechadas através das quais outras vísceras podem deslizar e ficar aprisionadas, resultando em herniação interna. As consequências são as mesmas da herniação externa. Podem ser congênitas, portanto, a herniação interna deve ser considerada mesmo na ausência de peritonite ou cirurgia. Vólvulos • É a torção completa da alça intestinal sobre sua base mesentérica de adesão. Gera comprometimento luminal e vascular, apresentando características de obstrução e infarto. Ocorre geralmente em alças grandes redundantes do cólon sigmoide, seguido em frequência pelo ceco, intestino delgado, estomago e raramente o cólon transverso. Doença isquêmica intestinal ● A maior parte do trato GI é suprida pelas artérias celíaca, mesentérica superior e mesentérica inferior. ● Ao se aproximarem da parede intestinal, as artérias mesentéricas, superior e inferior, se ramificam formando as arcadas mesentéricas. ● As interconexões entre as arcadas, bem como os fornecimentos colaterais das circulações celíacas proximais, pudenda distal e ilíacas tornam possível para o intestino delgado e cólon a tolerância à perda lenta e progressiva do fornecimento sanguíneo de uma artéria. ● Os danos podem incluir desde infarto da mucosa, estendendo-se até a muscular da mucosa; ao infarto mural da mucosa e da submucosa; ao infarto transmural envolvendo todas as três camadas da parede. ● Enquanto os infartos da mucosa ou murais podem ocorrer após a hipoperfusão aguda ou crônica, o infarto transmural é tipicamente causado por obstrução vascular aguda. ● As causas importantes de obstrução arterial aguda incluem aterosclerose grave, aneurisma aórtico, estado hipercoagulável, uso de contraceptivo oral e embolização de vegetações cardíacas ou ateromas aórticos. ● A hipoperfusão intestinal pode estar associada a falência cardíaca, choque, desidratação ou uso de fármacos vasoconstritores. ● As vasculites sistêmicas, tais como a poliarterite nodosa, a púrpura de Henoch-Schönlein, ou a granulomatose com poliangeítes (granulomatose de Wegener), também podem danificar as artérias intestinais. ● As tromboses venosas mesentéricas, as quais também podem levar à doença isquêmica, são incomuns, mas podem resultar de estados hipercoaguláveis hereditários ou adquiridos, neoplasias invasivas, cirrose, trauma ou massas abdominais que comprimem a drenagem portal. PATOGENIA ● As respostas intestinais à isquemia ocorrem em duas fases. ● A lesão hipóxica inicial ocorre no início do comprometimento vascular. ● algumas lesões ocorram durante essa fase, as células epiteliais que revestem o intestino são relativamente resistentes à hipoxia transitória. ● A segunda fase, a lesão de reperfusão, é iniciada pela restauração do suprimento de sangue e é neste momento que a lesão ocorre. ● pode disparar falência múltipla dos órgãos. ● os mecanismos subjacentes da lesão de reperfusão incluem a passagem de produtos bacterianos da luz intestinal, como o lipopolissacarídeo, na circulação sistêmica, a produção de radicais livres, a infiltração de neutrófilos e a liberação de mediadores inflamatórios adicionais. ● A gravidade do comprometimento vascular, a fração de tempo durante a qual ele se desenvolve, e os vasos afetados são as maiores variáveis na doença intestinal isquêmica. ● Dois aspectos da anatomia vascular intestinal também contribuem para a distribuição do dano isquêmico e são dignos de nota: ● Os segmentos intestinais no final de seus respectivos suprimentos arteriais são particularmente suscetíveis à isquemia. ● Estas zonas vertentes incluem a flexura esplênica, onde as circulações arteriais mesentéricas superior e inferior terminam, e, em menor grau, o cólon sigmoide e o reto, onde as circulações arteriais mesentérica inferior, pudenda e ilíaca terminam ● A hipotensão ou hipoxemia generalizada pode causar lesão localizada, e a doença isquêmica deve ser levada em consideração no diagnóstico diferencial da colite focal da flexura esplênica ou cólon retossigmoide. ● Os capilares intestinais correm ao longo das glândulas, desde a cripta até a superfície, antes de fazerem meiavolta e retornarem para esvaziarem-se nas vênulas pós-capilares. ● Esse arranjo faz com que a superfície do epitélio seja particularmente vulnerável à lesão isquêmica, em relação às criptas. ● A organização do fornecimento de sangue nesses padrões possui vantagens, já que ela protege as células-tronco epiteliais, as quais estão localizadas dentro das criptas e são necessárias para a recuperação da lesão epitelial. ● o padrão da atrofia da superfície epitelial, ou mesmo a necrose e a descamação, com criptas normais ou hiperproliferativas, é a assinatura morfológica da doença intestinal isquêmica. Aspectos Clínicos ● comum em pacientes acima dos 70 anos de idade ● uma frequência levemente maior em mulheres. ● Apesar de estar frequentemente associada a uma doença vascular ou cardíaca coexistente, a isquemia também pode ser precipitada por vasoconstritores terapêuticos, algumas drogas ilícitas, como a cocaína, lesões endoteliais e oclusão dos pequenos vasos após infecção por citomegalovírus ou por Escherichia coli, hérnia estrangulada ou comprometimento vascular devido à cirurgia anterior. ● isquemia colônica aguda: surgimento repentino de câimbra, dor abdominal no lado inferior esquerdo, vontade de defecar e eliminação de sangue ou diarreia com sangue. ● Os infartos da mucosa e murais: por si sós, podem não ser fatais. Progridem para infartos mais extensos se o suprimento vascular não for restaurado pela correção da lesão ou, na doençacrônica, pelo desenvolvimento de suprimento colateral adequado. ● O diagnóstico de colite e enterite isquêmica não oclusiva pode ser particularmente difícil, pois pode haver uma série confusa de sintomas abdominais não específicos, que incluem diarreia sanguinolenta intermitente e obstrução intestinal ● A isquemia crônica: pode estar mascarada como doença intestinal inflamatória, com episódios de diarreia hemorrágica intercalados com períodos saudáveis. ● A infecção por CMV causa doença GI isquêmica em função do tropismo viral para as células endoteliais. A infecção por CMV, a qual pode ser uma complicação da terapia imunossupressiva. ● A enterocolite por radiação: ocorre quando o trato GI é irradiado. Além do dano ao epitélio, lesões vasculares induzidas por radiação podem ser significativas e produzir mudanças que são similares à doença isquêmica. ● Além do histórico clínico, a presença de “fibroblastos de radiação” altamente atípicos no estroma pode fornecer uma pista importante para a etiologia. ● A enterite aguda da radiação se manifesta com anorexia, cólicas abdominais e diarreia por má absorção. ● enterocolite necrosante (ECN): é um distúrbio agudo dos intestinos delgado e grosso que pode resultar em necrose transmural. Ela é a emergência GI mais comum em recém-nascidos, particularmente aqueles que nasceram prematuros ou abaixo do peso apresenta-se no início da alimentação oral. Má absorção e Diarreia ● A má absorção, que se apresenta mais comumente como diarreia crônica, é caracterizada pela absorção defeituosa de gorduras, vitaminas lipo e hidrossolúveis, proteínas, carboidratos, eletrólitos e minerais e água. ● Pode ser acompanhada da perda de peso, anorexia, distensão abdominal, borborigmos e perda muscular. Um marco da má absorção é a esteatorreia, caracterizada pela gordura excessiva nas fezes e por evacuação volumosa, espumante, gordurenta e de cor amarela ou de barro. ● A diarreia é definida como um aumento na massa, na frequência, ou na fluidez das fezes, tipicamente mais de 200 g por dia. Em casos graves, o volume de fezes pode exceder 14 L por dia e, sem a ressuscitação de fluidos, resulta em morte. A diarreia dolorosa, sanguinolenta e de pequeno volume é conhecida como disenteria. É resultado de distúrbio em uma ou mais das quatro fases da absorção de nutrientes. 1. Digestão intraluminal (carboidratos, gorduras e proteínas são quebrados) 2. Digestão terminal (hidrolise de carboidratos e peptídeos na borda em escova da mucosa do intestino delgado) 3. Transporte transepitelial (nutrientes, fluidos e eletrólitos são transportados atrás do epitélio e lá são processados) 4. Transporte linfático (transporte linfático dos lipídeos absorvidos). Sintomas gerais ● Incluem diarreia (da má absorção de nutrientes e da secreção intestinal excessiva), flatos, dor abdominal e perda de peso. Podem ocorrer também anemia, mucosite, osteopenia, neuropatia, tétano entre outros pela absorção inadequadas de vitaminas e minerais. Categorias principais 1. Diarreia secretória (fezes isotônicas e permanece durante jejum) 2. Diarreia osmótica (deficiência de lactase, diminui com o jejum) 3. Diarreia de má absorção (falhas generalizadas na absorção de nutrientes, é aliviada pelo jejum) – a que falamos acima. Diarreia exsudativa (doença inflamatória, fezes purulentas e sanguinolentas que continuam durante o jejum). Enterocolite infecciosa: Cólera, Shigelose e Salmonelose, Escherichia coli e colite pseudomembranosa, gastroenterite viral. Cólera É causada pelo Vibrio Cholerae, bactéria gram negativa em forma de virgula. E é transmitido principalmente pela água contaminada. Patogenia A despeito da diarreia grave, esses organismos não são invasivos e permanecem no lúmen intestinal. A doença é causada por uma enterotoxina pré-formada, a toxina da cólera, codificada por um fago virulento e liberada pelo organismo vibrio, mas as proteínas flagelares, que estão envolvidas com a mobilidade e a adesão, são necessárias para uma colonização bacteriana eficiente. As subunidades da toxina promovem diversas alterações no organismo para causar a diarreia. No final dessas alterações, ocorre a secreção de bicarbonato, sódio e água no lúmen intestinal, o que leva a uma diarreia massiva. Características clinicas ● Assintomática ● Diarreia branda. ● casos mais graves a um inicio de diarreia aquosa e vômitos. ● A taxa de diarreia pode alcançar 1 litro por hora, levando à desidratação, hipotensão, câimbras musculares, anúria, choque, perda de consciência e morte. ● Na maioria dos casos é conveniente apenas a reposição de fluidos, sendo então a hidratação oral, suficiente. Shigelose São bacilos gram negativos que apresentam 4 linhagens principais conhecida atualmente. São encapsuladas, imóveis, anaeróbios facultativos que pertencem às enterobacteriaceae e são intimamente relacionados a escherichia coli enteroinvasivas. Patogenia · São resistentes ao ambiente acido do estomago. E uma vez no instestino são captados pelas células epiteliais m, escapam para a lamina própria e são fagocitadas pelos macrófagos, nos quais induzem a apoptose. Gera então um processo inflamatório que danifica a superfície epitelial e permite o acesso a shigella. Todos os tipos de shigella carregam plasmídeos de virulência que codificam um sistema secretório capaz de direcionar a injeção de proteínas bacterianas no citoplasma do hospedeiro. · São mais proeminentes no cólon esquerdo devido a abundancia das células m no epitélio da cúpula acima das placas de peyer. · A mucosa é hemorrágica e ulcerada, e pseudomembranas podem estar presentes. A histologia dos casos iniciais é similar a outras colites agudas autolimitantes, mas por causa do tropismo por células m, úlceras com aparência aftosa podem ocorrer. Características clinicas ● período de incubação de até 4 dias, ● causa uma doença autolimitada caracterizada por cerca de 6 dias de diarreia, febre e dor abdominal. ● A diarreia progride para uma fase disentérica em aproximadamente 50% dos casos. ● a duração é curta em crianças, a gravidade é frequentemente muito maior. ● A confirmação da infecção por shigella requer cultura das fezes. ● Complicações por essa infecção são raras. Salmonelose As salmonella, são classificadas dentro da família de enterobacteriaceae de bacilos gram negativos. E são divididas em salmonella thypi causadora da febre tifoide e a não tifoide, que é geralmente decorrende das enteritidis. É mais comum em crianças jovens e em idosos, com picos de incidência no verão e no outono. A transmissão ocorre geralmente por meio de alimentos contaminados, particularmente carne crua ou mal cozida, aves domésticas, ovos e leite. Patogenia · São necessárias pouquíssimas salmonella viáveis para causar uma infecção, e a ausência de ácido gástrico, como em indivíduos com gastrite atrófica ou aqueles na terapia supressora de ácido, reduz posteriormente o inóculo requerido. · As características macro e microscópicas da enterite causada por salmonella · Não são específicas e são similares à colite. Por isso requer culturas de fezes são essenciais para o diagnóstico. Características clincias ● fezes moles e diarreia profusa até disenteria ● A febre geralmente se resolve em dois dias ● diarreia pode persistir por uma semana ● organismos podem ser eliminados nas fezes. ● Não é indicado terapia antibiótica. ● complicações são maiores em pacientes como imunossupressão, alcoolismo, disfunção cardiovascular, anemia falciforme e hemolítica. Escherichia coli São bacilos gram-negativos que colonizam o trato GI saudável; a maioria não é patogênica, mas um subgrupo causa doenças humanas. ● E. coli Enterotoxigênicas. ● Os organismos ETEC são a principal causa da diarreia dos viajantes e se espalha por meio de alimentos e água contaminados. ● A infecção é comum em regiões não desenvolvidas, e crianças com menos de 2 anos de idade são particularmente suscetíveis. ● As ETECs produzem toxina lábeis ao calor (TL) e toxinas estáveis ao calor (TE), e ambas induzema secreção de cloreto e água enquanto inibem a absorção de fluido intestinal. ● Sintomas clínicos: diarreia secretória, não inflamatória, desidratação e, em casos graves, choque. ● E. coli Êntero-hemorrágicas: ● países desenvolvidos têm sido associados ao consumo de carne moída inadequadamente cozida, algumas vezes de estabelecimentos de fastfood, além de leite e vegetais que também são veículos de infecção. ● Ambos os sorotipos produzem toxinas semelhantes à Shiga. ● Os sintomas clínicos são: diarreias sanguinolentas e síndrome hemolítica-urêmica, em casos mais agravantes. ● E. coli Enteroinvasivas. ● Os organismos EIEC são bacteriologicamente similares à Shigella e são transmitidos por meio de alimentos, água ou pelo contato de pessoa para pessoa. ● Embora as EIECs não produzam toxinas, elas invadem as células epiteliais e causam características não específicas de colite aguda. ● E. coli Enteroagregativas. ● Os organismos EAECs foram identificados com base em seu padrão único de aderência às células epiteliais. ● Esses organismos são agora reconhecidos como causa de diarreia em crianças e adultos. ● Podem também ser uma causa da diarreia dos viajantes. ● Os danos histológicos são mínimos e as lesões características da adesão só são visíveis pela microscopia eletrônica. ● Os organismos EAEC causam uma diarreia não sanguinolenta que pode ser prolongada em indivíduos com a síndrome da imunodeficiência adquirida (AIDS). ○ Doença inflamatória intestinal: Crohn e colite ulcerativa Doença de crohn Morfologia ● A doença de crohn pode ocorrer em qualquer área do TGI, mas os locais mais comumente envolvidos na apresentação são o íleo terminal, a válvula ileocecal e o ceco. ● A doença é limitada somente ao intestino delgado em cerca de 40% dos casos; o intestino delgado e o cólon estão ambos envolvidos em 30% dos pacientes; a presença de áreas múltiplas, separadas e nitidamente ● Delineadas da doença, resultando em lesões em salto, é característica da doença de crohn e pode ajudar na diferenciação da colite ulcerativa. Estenoses são comuns. ● A lesão inicial da doença de crohn, a úlcera aftosa, pode progredir, se fusionar e formar ulceras alongadas e serpentiforme. ● Edema e perda da textura normal da mucosa são comuns. A distribuição da mucosa entremeada resulta em uma aparência de pedra de calcamento, com textura grosseira, na qual o tecido doente é depositado acima do nível da mucosa normal. ● Fissuras se desenvolvem frequentemente entre as dobras da mucosa e podem se estender profundamente para se tornar tratos fistulares ou locais de perfuração. ● A parede intestinal está espessada e elástica como consequência do edema transmural, da inflamação, da fibrose submucosa e da hipertrofia da muscular própria, os quais contribuem para a formação da estenose. ● Em casos com doença transmural extensiva, a gordura mesentérica se estende frequentemente ao redor da superfície serosa (gordura trepadeira). As características microscópicas são: ● incluem neutrófilos abundantes que se infiltram e danificam o epitélio da cripta - abscessos crípticos. ● A ulceração é comum na doença de crohn, e pode haver uma transição aguda entre a mucosa ulcerada e a normal adjacente. ● Ciclos repetidos de destruição e regeneração das criptas levam a distorção da arquitetura da mucosa, as criptas normalmente retas e paralelas tomam forma ramificada bizarra e posicionam-se de maneira incomum umas em relação às outras. ● A metaplasia epitelial, outra consequência da recorrência de injúria crônica, frequentemente toma a forma de glândulas gástricas aparentemente antrais, e é chamada de metaplasia pseudopilórica. ● A metaplasia das células de paneth também pode ocorrer no cólon esquerdo, onde as células de paneth são normalmente ausentes. ● Essas alterações arquitetônicas e metaplásicas podem persistir mesmo quando a inflamação ativa é resolvida. ● A atrofia da mucosa, com perda das criptas, pode ocorrer após anos de doença. ● Os granulomas não caseosos um marco da doença de crohn, são encontrados em aproximadamente 35% dos casos e podem ocorrer em áreas de doença ativa ou em regiões não envolvidas de qualquer camada da parede intestinais. ● Os granulomas também podem estar presentes nos linfonodos mesentéricos. ● Os granulomas cutâneos formam nódulos que são conhecidos como doença de crohn metastáticas. ● A ausência de granulomas não exclui o diagnóstico de doença de crohn. Características clinicas: ● a doença começa com ataques intermitentes de diarreia relativamente leves, febre e dor abdominal. ● Períodos de doença ativa são tipicamente interrompidos por períodos assintomáticos que duram de semanas a vários meses. ● A reativação da doença pode estar associada a uma variedade de gatilhos externos, incluindo estresse físico ou emocional, itens específicos da dieta e fumo de cigarros (associado ao início do fumo). ● A anemia por deficiência de ferro pode se desenvolver em indivíduos com doença colônica, enquanto a doença extensiva do intestino delgado pode resultar em perda de proteínas séricas e hipoalbuminemia, má absorção generalizada de nutrientes, ou má absorção de vitamina b12 e sais biliares. ● Estruturas fibrosantes, particularmente do íleo terminal, são comuns e requerem amputação cirúrgica. A doença frequentemente recorre no local da anastomose e até 40% dos pacientes necessitam de ressecções adicionais dentro de 10 anos. ● As fístulas se desenvolvem entre as alças do intestino e podem também envolver a bexiga urinária, vagina e a pele abdominal e perianal. As perfurações e os abscessos peritoneais são comuns. ● As manifestações extra intestinais da doença de crohn incluem ● uveíte, poliartrite migratória, sacroileíte e espondilite anquilosante, eritema nodoso e agrupamento das pontas dos dedos. ● A pericolangite e a colangite esclerosante primária ocorrem na doença de crohn, mas são mais comuns na colite ulcerativa. ● O risco de adenocarcinoma colônico é maior em pacientes com doença colônica de longa duração. Colite ulcerativa ● A doença intestinal na colite ulcerativa é limitada ao cólon e ao reto. ● Manifestações extra intestinais comuns da colite ulcerativa se sobrepõem às da doença de crohn e incluem poliartrite migratória, sacroileíte, espondilite esclerosante, uveíte, lesões de pele, pericolangite e colangite esclerosante primária. Morfologia ● Macroscopicamente a colite ulcerativa sempre envolve o reto e se estende proximalmente e de modo contínuo para envolver parte ou todo o cólon. ● Macroscopicamente, a mucosa colônica envolvida pode estar levemente avermelhada e granular ou ter úlceras de base larga, extensas, e pode haver uma transição abrupta entre o cólon doente e o não envolvido. ● Ilhas isoladas de mucosa regenerativa frequentemente formam protuberâncias no lúmen para criar pseudopólipos e as pontas desses pólipos podem se fusionar para criar as pontes. ● A doença crônica pode levar à atrofia da mucosa com uma superfície mucosa achatada e lisa que não apresenta as dobras normais. ● o espessamento mural não está presente, a superfície serosa é normal e as estenoses não ocorrem. ● a inflamação e os mediadores inflamatórios podem danificar a muscular própria e perturbar a função neuromuscular, levando à dilatação colônica e ao megacólon tóxico, que carrega um risco significativo de perfuração. ● As características histológicas da mucosa doente na colite ulcerativa são similares às da doença de crohn colônica e incluem infiltrados inflamatórios, abscessos crípticos, distorção da arquitetura das criptas e metaplasia epitelial. ● Todavia, o processo inflamatório é difuso e geralmente limitado à mucosa e à submucosa superficial. ● Nos casos graves, a destruição extensiva da mucosa pode ser acompanhada por úlceras que se estendem mais profundamente na submucosa, mas a muscular própria é raramente envolvida. ● A fibrose submucosa, a atrofia da mucosa e a arquitetura distorcida da mucosa permanecem como resíduos da doença curada, mas a histologia tambémpode se reverter para quase normal após uma remissão prolongada. Características clínicas ● diarreia sanguinolenta com material mucoide enfileirado, ● dor abdominal inferior e cólicas que são temporariamente aliviadas pela defecação. ● O diagnóstico definitivo não é possível em aproximadamente 10% dos pacientes com DII. ● colite indeterminada: não envolvem o intestino delgado e têm doença colônica em um padrão contínuo que tipicamente indicaria uma colite ulcerativa. ● a doença histológica em placas, as fissuras, o histórico familiar de doença de crohn, as lesões perianais, o início após o uso de cigarros ou outras características que não são típicas de colite ulcerativa podem incitar um exame endoscópico, radiográfico e histológico mais detalhado. ● Uma das complicações de longa duração mais temidas da colite ulcerativa e da doença de crohn colônica é o desenvolvimento de neoplasia. ● Este se inicia como uma displasia, a qual, assim como no esôfago de barrett e na gastrite crônica, representa uma transformação in situ. ● O risco de displasia está relacionado a diversos fatores: ● Risco nitidamente aumentado 8 a 10 anos após o início da doença. ● Pacientes com pancolite estão sob maior risco do que aqueles com a doença somente do lado esquerdo. ● Frequência e gravidade maiores da inflamação ativa (caracterizada pela presença de neutrófilos) podem aumentar o risco. Adenocarcinoma ● O adenocarcinoma do cólon é a malignidade mais comum no trato GI e a principal causa de morbidade e mortalidade do mundo. ● o intestino delgado é responsável por 75% de toda a extensão do trato GI, é um local incomum para tumores benignos e malignos. ● Entre os pequenos tumores intestinais malignos, os adenocarcinomas e tumores neuroendócrinos bem diferenciados (carcinoides) apresentam aproximadamente a mesma incidência, seguidos dos linfomas e sarcomas. potogenia ● A combinação de eventos moleculares que levam ao adenocarcinoma colônico é heterogênea e inclui anormalidades genéticas e epigenéticas. ● a via APC/β-catenina, que é ativada na sequência clássica adenoma-carcinoma; ● via de instabilidade microssatélite, que está associada aos defeitos no reparo de erros de pareamento do DNAe à acumulação de mutações em regiões de repetição microssatélite do genoma. ● Ambas as vias envolvem a acumulação gradual de mutações múltiplas, mas diferem nos genes envolvidos e nos mecanismos pelos quais as mutações se acumulam. ● Eventos epigenéticos, o mais comum sendo o silenciamento de genes induzido por metilação, podem aumentar a progressão ao longo de cada via. ● A sequência clássica adenoma-carcinoma é responsável por até 80% dos tumores esporádicos do cólon e tipicamente inclui a mutação de APC no início do processo neoplásico ● Ambas as cópias do gene APC devem estar funcionalmente inativas, tanto por mutação quanto por eventos epigenéticos, para que os adenomas se desenvolvam. ● O APC é um regulador negativo fundamental da β-catenina, um componente da via de sinalização Wnt. ● Aproteína APC normalmente se liga à β-catenina e promove a sua degradação. ● Com a perda da função da APC, a β-catenina se acumula e transloca-se para o núcleo, onde ela forma um complexo com o fator TCF de ligação de DNAe ativa a transcrição de genes, incluindo a MYC e a ciclina D1, que promovem a proliferação. ● O papel crítico da β-catenina nesta via é demonstrado pelo fato de que vários cânceres do cólon, sem mutações de APC, abrigam mutações de β-catenina que lhes permitem evitar a degradação dependente de APC, tendo assim o mesmo impacto que a perda da função de APC. ● As mutações adicionais se acumulam, incluindo as mutações ativadoras no KRAS, que promovem o crescimento eimpedem a apoptose. ● A ideia de que a mutação de KRAS é um evento tardio no desenvolvimento de carcinoma é suportada pela observação de que tais mutações estejam presentes em menos de 10% dos adenomas menores que 1 cm de diâmetro, mas são encontradas em 50% dos adenomas maiores do que 1 cm de diâmetro e em 50% dos adenocarcinomas invasivos. ● A progressão neoplásica também está associada com as mutações em outros genes supressores de tumor, tais como aqueles que codificam o SMAD2 e o SMAD4, os quais são efetores da sinalização de TGF-β. ● Como a sinalização de TGF-β normalmente inibe o ciclo celular, a perda desses genes pode permitir o crescimento celular descontrolado. ● O gene TP53 supressor de tumor sofre mutação em 70% a 80% dos cânceres do cólon, mas é raramente afetado nos adenomas, sugerindo que as mutações de TP53 também ocorrem nas fases posteriores da progressão do tumor. ● A perda da função do gene TP53, e de outros genes supressores de tumor, é frequentemente causada por deleções cromossômicas, apoiando a ideia de que a instabilidade cromossômica é uma característica típica da via APC/β-catenina. ● Alternativamente, os genes supressores de tumor podem ser silenciados por metilação de uma zona rica em CpG, ou ilha de CpG, uma região 5’ de alguns genes que muitas vezes inclui o promotor e o local de início da transcrição. ● A expressão de telomerase também aumenta conforme as lesões se tornam mais avançadas. ● Em pacientes com deficiência de reparo de erros de pareamento do DNA, as mutações se acumulam nas repetições de microssatélites, uma condição conhecida como instabilidade de microssatélites(MSI, do inglês, microsatellite instability). ● Estes são referidos como tumores de MSI alta, ou MSI-H. ● Algumas sequências de microssatélites estão localizadas nas regiões de codificação, ou promotoras de genes, envolvidas na regulação do crescimento celular como aquelas que codificam o receptor de TGF-β tipo II e a proteína pró-apoptótica BAX. ● Como o TGF-β inibe a proliferação de células epiteliais do cólon, as mutações do receptor de TGF-β tipo II podem contribuir para o crescimento celular descontrolado, ao passo que a perda de BAX pode aumentar a sobrevivência de clones geneticamente anormais. ● Um subconjunto de cânceres de cólon microssatélite instáveis, sem mutações em enzimas de reparo de erros de pareamento do DNA, demonstram o fenótipo de hipermetilação da ilha de CpG (CIMP). ● Nesses tumores, a região promotora MLH1 é tipicamente hipermetilada, reduzindo assim a expressão e função de reparação da MLH1. ● Mutações ativadoras no oncogene BRAF são comuns nesses tipos de câncer. ● o KRAS e o TP53 geralmente não sofrem mutação. ● a combinação da instabilidade de microssatélites, mutação de BRAF e metilação de alvos específicos, como a MLH1, é a assinatura dessa via de carcinogênese. ● Um pequeno grupo de cânceres de cólon mostrou um aumento na metilação da ilha de CpG na ausência de instabilidade de microssatélites. ● Muitos desses tumores abrigam mutações de KRAS, porém as mutações de TP53 e BRAF são incomuns. ● as mutações de TP53 são comuns em cânceres de cólon que não exibem um fenótipo metilador de ilha de CpG. ASPECTOS CLÍNICOS ● A disponibilidade da vigilância endoscópica associada ao conhecimento de que a maioria dos carcinomas surge de adenomas apresenta uma oportunidade única para a prevenção do câncer. ● Infelizmente, o câncer colorretal se desenvolve insidiosamente e pode passar despercebido por longos períodos. ● Os cânceres do ceco e outros do cólon tem o aparecimento de fadiga e fraqueza devidas à anemia por deficiência de ferro. ● Adenocarcinomas colorretais do lado esquerdo podem produzir sangramento oculto, alterações do hábito intestinal ou cólicas e desconforto no quadrante inferior esquerdo. ● histologias pouco diferenciadas e mucinosas estejam associadas a um mau prognóstico, os dois fatores prognósticos mais importantes são a profundidade da invasão e a presença de metástases linfáticas. ● A invasão da muscular própria reduz significativamente a sobrevida, que diminui também por causa da presença de metástases linfáticas. ● As metástases podem envolver linfonodos regionais, pulmões e ossos, mas como resultado de uma drenagem portal do cólon, o fígado é o local mais comum de lesõesmetastáticas. ● O reto não drena através da circulação portal, por isso os carcinomas da região anal que dão metástase muitas vezes contornam o fígado. Hemorróidas (tudo) Hemorróidas ● Se desenvolvem devido à uma pressão venosa persistente e elevada no plexo hemorroidal. ● Causas: esforço na defecação por causa de constipação e estase venosa na gravidez. ● Patogênia: são as varizes anais, são similares as varizes esofágicas, mas as varizes anais são mais comuns e menos graves. ● Morfologia: histologicamente as hemorroidas consistem em vasos submucosos de parede fina e dilatados que se projetam abaixo da mucosa anal ou retal. Plexo hemorroidal inferior (localizado abaixo da linha anorretal, chamados de: hemorroidas externas); Plexo hemorroidal superior (localizado no reto distal, são chamados de: hemorroidas internas). ● Características Clínicas: As hemorroidas se apresentam com dor e sangramento retal. Com exceção das gravidas, as hemorroidas raramente são encontradas em pessoas com menos de 30 anos de idade. Essas também podem se desenvolver como resultado da hipertensão portal, sendo essa mais perigosa. O sangramento hemorroidal não é uma emergência médica e pode ser tratado através de escleroterapia. As hemorroidas internas ou externas, extensas ou graves, podem ser removidas cirurgicamente por Hemorroidectomia. Apêndice Apendicite aguda e crônica ● Sabe-se que a apendicite aguda se inicia pelo aumento progressivo na pressão intraluminal, que compromete o fluxo venoso de saída. ● Em 50% a 80% dos casos, a apendicite aguda está associada a obstrução luminal aberta, geralmente causada por uma pequena massa de fezes semelhante a pedra, ou coprólito, ou, menos comumente, um cálculo biliar, tumor ou massa de vermes (oxiuríase vermicular). ● A estase do conteúdo luminal, que favorece a proliferação bacteriana, desencadeia isquemia e respostas inflamatórias, resultando em edema tecidual e infiltração neutrofílica da luz, da parede muscular e dos tecidos moles periapendiculares. ● Os vasos subserosos, na apendicite aguda precoce, estão congestos e há um modesto infiltrado neutrofílico perivascular em todas as camadas da parede. ● A reação inflamatória transforma a serosa brilhante normal em uma superfície fosca, granular e eritematosa. Embora os neutrófilos na mucosa e a ulceração superficial focal estejam frequentemente presentes, estes não são marcadores específicos da apendicite aguda. ● O diagnóstico de apendicite aguda requer infiltração neutrofílica da muscular própria. Em casos mais graves, um exsudato neutrofílico proeminente gera uma reação fibrinopurulenta na serosa. ● Enquanto o processo continua, abscessos focais podem se formar na parede (apendicite supurativa aguda). ● O maior comprometimento dos vasos apendiculares leva a grandes áreas de ulceração e necrose hemorrágica gangrenosa, que se estendem para a serosa, criando apendicite gangrenosa aguda, que pode ser seguida de ruptura e peritonite purulenta. Tumores do apêndice ● O tumor de apêndice mais comum é o tumor neuroendócrino bem diferenciado (carcinoide). ● Essa neoplasia, que é quase sempre benigna, constitui frequentemente um sólido inchaço bulboso na extremidade distal do apêndice, que pode atingir de 2 a 3 cm de diâmetro. ● Embora a extensão intramural, ou transmural, possa estar evidente, metástases nodais são muito raras e a disseminação a distância é excepcionalmente rara. ● Adenomas convencionais ou adenocarcinomas não produtores de mucina também ocorrem no apêndice e podem causar obstrução e dilatação que imitam a apendicite aguda. ● A mucocele, um apêndice dilatado repleto de mucina, pode representar simplesmente um apêndice obstruído contendo mucina condensada ou ser uma consequência de cistadenoma mucinoso ou cistadenocarcinoma mucinoso. ● Em última instância, a invasão através da parede do apêndice pode levar à semeação ou à disseminação intraperitoneal. Em mulheres, os implantes peritoneais resultantes podem ser confundidos com tumores ovarianos mucinosos. ● Nos casos mais avançados, o abdome se enche de uma mucina semissólida espessa, uma condição conhecida como pseudomixoma peritoneal. Essa doença peritoneal disseminada pode ser mantida sob controle por anos por esvaziamentos repetidos, mas, na maioria dos casos, segue um curso inexoravelmente fatal. Fígado Conceitos gerais e considerações iniciais CONCEITOS GERAIS: • Maior glândula do corpo e 2° maior órgão (depois da pele) • Localizado no Hipocôndrio direito • Peso: 1400 – 1600 gramas • Superfície acastanhada e lisa • Possui atividade metabólicas (ex: Depuração de toxinas), armazena glicogênio e secreta bile • Anatomicamente dividido em: Lobo direito, esquerdo, caudado, posterior e quadrado • Cirurgicamente é segmentado em 8 partes independentes • Possui duplo suprimento sanguíneo sendo pela Veia porta (60 – 70%) e artéria hepática (30 – 40%); já a parte venosa formada pelas Vv. Supra hepáticas direita e esquerda. • Possui Hilo por onde passa Veia, Artéria e Ducto biliares. • Parte nervosa encontrada na cápsula • Microarquitetura baseada em lóbulos, onde os hepatócitos são divididos em Centrolobulares (perto da V, hepática terminal) e Periportais (Próximos ao trato portal) Aspectos gerais da doença hepática • As principais doenças são a hepatite viral, a doença hepática alcoólica, doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA) e o carcinoma hepatocelular (CHC). Pode ser secundaria a algumas doenças, como descompensação cardíaca, câncer disseminado e infecções extra-hepáticas. • Processo insidioso, com exceção da insuficiência hepática fulminante, onde a detecção clinica e os sintomas de descompensação hepática podem ocorrer em semanas, meses ou muitos anos após o início da lesão. Padrões de lesão hepática e insuficiência hepática • As causas mais comum de lesões hepáticas são: • Degeneração de hepatócitos e acumes intracelulares • Necrose e apoptose de hepatócitos • Inflamação • Regeneração • Fibrose. • Síndromes que acometem o fígado:. • Insuficiência hepática • Cirrose • Hipertensão portal • Perturbações do metabolismo da bilirrubina - icterícia e colestase. INSUFICIÊNCIA HEPÁTICA (IH) • Consequência clinica mais severa das doenças hepáticas; • Perda de 80 a 90% da capacidade funcional hepática para ocorrer insuficiência hepática; Alterações que causam IH são divididas em três categorias: • IH aguda: doença hepática aguda que está associada a encefalopatia dentro de 6 meses após o diagnostico inicial. Caracterizada como fulminante se a encefalopatia ocorre até 2 semanas após a icterícia e como subfulminante quando a encefalopatia se desenvolve dentro de 3 meses após o inicio de icterícia. • Causada por necrose hepática maciça, na maioria das vezes induzidas por drogas ou toxinas (ex. Acetaminofeno), pode ser induzida por vírus como hepatite B e C ou hepatite autoimune. • Doença hepática crônica: via mais comum para IH, uma doença que termina em cirrose. • Disfunção hepática sem necrose evidente: hepatócitos viáveis incapazes de desempenhar função hepática metabólica normal (ex. Toxicidade por tetraciclina e fígado gorduroso agudo da gravidez). • Aspectos clínicos: são o resultado da incapacidade dos hepatócitos executarem suas funções homeostáticas. • Icterícia • Hipoalbuminemia - predispõem ao edema periférico • Hiperamonemia - desempenha papel importante na disfunção cerebral que representa evoluções preocupantes • Fetor hepaticus - odor corporal característico descrito como bolorento ou agridoce. • Eritema palmar - por ações vasodilatadoras do hiperestrogenemia • Angiomas do tipo “spider" na pele - consiste numa arteríola dilatada, central, pulsante, a partir da qual são irradiados pequenos vasos. - ações do hiperestrogenemia • No sexo masculino o hiperestrogenemia provoca hipogonadismo e ginecomastia. Complicações associadas: • Encefalopatia hepática: manifestada por perturbações da consciência, variando de anormalidades comportamentais sutis até coma profundo e morte. ● Ossinais incluem rigidez, hiper-reflexia e asterixe: movimentos de estensão-flexão rápidos e não ritmados da cabeça e das extremidades. ● É compreendidas como um distúrbio da neurotransmissão no SNC e no sistema neuromuscular e parece estar associada a uma elevação dos níveis de amônia no sangue e no SNC, o que prejudica a função neuronal e promove edema cerebral generalizado. Ela é reversível se a condição hepática subjacente puder ser corrigida ● Síndrome hepatorrenal: insuficiência renal sem causas morfológicas ou funcionais intrínsecas. ● Com retenção de sódio, prejuízo da excreção de água livre e diminuição da perfusão renal e da taxa de filtração glomerular. ● Fatores ligados ao seu desenvolvimento incluem diminuição da pressão de perfusão renal devida a vasodilatação sistêmica, ativação do SN simpático renal com vasoconstrição das artérias renais aferentes e maior síntese de mediadores vasoativos renais, que diminuem ainda mais a filtração glomerular. ● Tem inicio com o débito urinário associada a uma elevação da ureia e creatinina no sangue. ● Sindrome hepatopulmonar (SHP): é caracterizado pela tríade clínica de doença hepática crônica, hipoxemia e dilatações vasculares intrapulmonares (DVIP). ● As possíveis causas da hipoxemia são: desequilíbrio da relação ventilação-perfusão decorrente da ausência de um fluxo sanguíneo uniforme e na presença de ventilação alveolar estável; limitação da difusão do oxigênio, com um tempo inadequado para troca de oxigênio na junção alveolocapilar, com o rápido fluxo de sangue nos vasos dilatados; e o desvio do sangue das arterial pulmonares para as veias pulmonares. ● O aumento da produção de óxido nítrico (NO) pelo pulmão é o principal mediador. Clinicamente o paciente pode apresentar redução da saturação arterial de oxigênio e aumento da dispneia ao passarem da posição sulina para a ereta (ortodeoxia e platipneia); spider nevi cutâneos também pode está presente em DVIP. Cirrose • Doença colestática crônica e progressiva causada por inflamação e destruição dos duetos biliares intra-hepáticos • Provável etiologia autoimune associada a exposição a algum fator ambiental. • Causas mais comum de cirrose é o abuso de álcool, a hepatite viral e a esteado-hepatite não alcoólica (EHNA), mas pode incluir doenças biliares e sobrecarga de ferro. • A cirrose, como estágio da doença hepática crônica, é definida por três características morfológicas principais: • Fibrose em ponte dos septos - faixas delicadas ou amplas de cicatrizes que ligam os tratos portais entre si e os tratos portais com as veias hepáticas terminais. É a característica essencial da lesão progressiva do fígado (processo de deposição de colágeno e remodelagem). • Nódulos parenquimatosos: com hepatócitos circundados por fibrose, de micro a macronódulos. É resultado de ciclos de regeneração de hepatócitos e cicatrização. • Desorganização da arquitetura de todo o fígado: causada por lesão parenquimatosa e consequente fibrose difusas, por todo o fígado. Lesão focal sem cicatrização ou nódulos difuso sem fibrose não constituem cirrose. ● Patogenia: ● os processos patogênicos centrais na cirrose consistem em morte dos hepatócitos, deposição da matriz extracelular (MEC) e reorganização vascular. ● Na cirrose, o colágeno de tipos I e III é depositado no espaço de Disse, criando tratos septais fibróticos. A arquitetura vascular do fígado é distorcida pela lesão e cicatrização do parênquima, com a formação de novos canais vasculares nos septos fibróticos que conectam os vasos da região portal as veias hepáticas terminais, desviando o sangue do parênquima. ● A deposição no espaço de Disse é acompanhada pela perda de fenestrações das células endoteliais dos sinusóides (cicatrização dos sinusóides), prejudicando a função dos sinusóides como canais que permitem a troca de solutos entre os hepatócitos e o plasma. ● Mecanismo predominante de fibrose é a proliferação de células estreladas hepáticas e sua ativação para células altamente fibrogênicas, mas outros tipos celulares, como fibroblastos portais, fibrócitos e células derivadas de transições epiteliais- mesenquimais também produzem colágeno. ● Os estímulos para ativação das células estreladas podem ter origem em diversas fontes: ● (a) inflamação crônica, com produção de citocinas inflamatórias como TNF, ôlinfotoxina e interleucina 1B e produtos de peroxidação lipídica; ● (b) produção de citocinas e quimiocinas por células de Kupffer, células endoteliais, hepatócitos e células epiteliais do dueto biliar ● (c) perturbação da MEC; ● (d) estimulação direta das células estreladas por toxinas. ● O resultado final é um fígado fibrótico e nodular, no qual o suprimento sangüíneo para os hepatócitos está severamente comprometido, assim como a capacidade dos hepatócitos secretarem substâncias no plasma. A degeneração da interface entre o parênquima e os tratos portais também pode obliterar os canais biliares, levando ao desenvolvimento de icterícia. Aspectos clínicos: ● geralmente são assintomáticos até um ponto tardio na evolução da doença. ● Quando sintomáticos apresentam manifestações inespecíficas: anorexia, perda ponderal, fraqueza, e na doença avançada os sinais e sintomas de insuficiência hepática. ● O mecanismo de morte básico na maioria dos pacientes cirróticos consiste em (1) insuficiência hepática progressiva, (2) uma complicação relacionada à hipertensão portal ou (3) o desenvolvimento de carcinoma hepatocelular. Hipertensão portal, icterícia e colestase • As causas podem ser pré-hepáticas, intra-hepáticas e pós-hepáticas. • Pré-hepáticas: consistem em trombose obstrutiva, estreitamento da veia porta antes de sua ramificação no interior do fígado ou esplenomegalia maciça com aumento do fluxo sangüíneo venoso esplênico. • Pós-hepática: São insuficiência cardíaca direita severa, pericardite constritiva e obstrução do fluxo da veia hepática. • intra-hepática: causa dominante é a cirrose, mas pode ocorrer por esquistossomose, alteração gordurosa maciça, doenças granulomatosas fibrosantes difusa, como a sarcoidose, e doenças que afetam a microcirculação portal, como hiperplasia nodular regenerativa. ● • Fisiopatolgia: envolve a resistência ao fluxo portal e ao nível dos sinusóides e o aumento do fluxo portal causado pela circulação hiperdinâmica. ● A maior resistência ao fluxo portal ao nível dos sinusóides é causada pela contração de células da musculatura lisa vascular e miofibroblastos e pela interrupção do fluxo sangüíneo por cicatrização e formação de nódulos parenquimatosos. ● O Aumento do fluxo sanguíneo venoso portal resultante de uma circulação hiperdinâmica é um fator importante no desenvolvimento da hipertensão portal. ● É causado por vasodilatação arterial, primaria na circulação esplâncnica, que provoca o aumento do fluxo venoso para o sistema venoso portal. • Consequências clinicas da H.P.: ascite, formação de shunts venosos portossistêmicos, esplenomegalia congestiva e encefalopatia hepática. • Colestase - caracterizada pela retenção sistêmica não apenas de bilirrubina, mas também de outros solutos eliminados na bile. • Causas mais comum de icterícia: produção excessiva de bilirrubina e obstrução do fluxo biliar, que causam colocaração amarelada da pele e da esclera (icterícia e íctero). • Funções da bile hepática: emulsificação da gordura dietética na luz intestinal pela ação detergente dos sais biliares e a eliminação de bilirrubina, excesso de colesterol, xenobióticos e outros produtos residuais que não são suficientemente hidrossolúveis para que sejam excretados na urina. ● • Formação metabólica da bilirrubina - consiste em 4 eventos inter-relacionados: captação da circulação, depósito intracelular, conjugação com ácido glicurônico e excreção biliar. ● A formação da bilirrubina depende da biossíntese e degradação dos grupos heme, presentes principalmente nas hemácias, e uma parte vem do metabolismo de proteínas que contém heme, tais como o citocromo hepático e a mioglobina. ● Focando mais em relaçãoa hemoglobina para formação da bilirrubina, está é carregada pelos eritrócitos, pois a mesma liga-se com o oxigênio. ● Esses eritrócitos possuem uma sobrevida de 120 dias, que com o decorrer do tempo a sua membrana passa a ser mais sensível, e quando passa pelo baço, devido o diâmetro deste ser menor que o do eritrócito, este se rompe liberando a hemoglobina, onde a mesma pode ser fagocitada por macrófagos ali residentes, no fígado ou na medula óssea. • A hemoglobina então será segmentada em porções globina e heme, onde este último é clivado liberando o ferro, que será reutilizado, e grupo pirrólico que servirá como base para formação da bilirrubina. Este grupo sofrerá oxidação pela Hemeoxigenase formando monóxido de carbono e pigmento de cor verde denominado biliverdina. • Já a biliverdina sofrerá a ação da biliverdina-redutase e formara a bilirrubina livre, que após esse processo será liberta do macrófago. Caso esse processo não esteja ocorrendo no fígado, ela é carreada até ele para continuidade do processo. • Está bilirrubina livre se liga a albumina, e está vão para os hepatócitos, onde serão captadas e lá sofrem dissociação, e a bilirrubina livre sofrerá conjugação com Ácido Glicurônico pela enzima UDP-glucoroniltransfera, formando então bilirrubina conjugada. Esta então fará parte da composição da bile, sendo liberada pelas vias biliares no intestino, onde lá sofrerá ação das glicuronidaes bacterianas e formara urobilinogênios que permanecerá no intestino e uma parte será absorvida pela mucosa intestinal e irá para os rins. ● • No intestino mesmo esse urobilinogênio será transformado em estercobilinogênio, sofrerá oxidação gerando estercobilina, sendo assim liberado nas fezes. Já o urobilinogênio nos rins sofrerá oxidação para gerar Urobilina para ser excretado na urina. ● • Fisiopatologia da Icterícia: o acúmulo sistêmico pode ocorrer tanto da bilirrubina não conjugada (indireta- é praticamente insolúvel em água, não pode ser excretada na urina, mesmo que os níveis sanguíneos estejam elevados, tóxica ao organismo, principalmente no cérebro) quanto da bilirrubina conjugada (direta - é hidrossolúvel, atóxica e liga-se frouxamente a albumina. ● O excesso no plasma pode ser excretado na urina). Níveis séricos normais em adulto varia de 0,3 e 1,2 mg/dL. A icterícia se torna evidente quando os níveis séricos aumenta acima de 2,0 a 2,5 mg/dL, níveis de até 30-40 mg/dL pode ocorrer com uma doença severa. A icterícia ocorre quando o equilíbrio entre a produção e a eliminação de bilirrubina é perturbado por um ou mais dos seguintes mecanismos: 1- Produção extra-hepática excessiva de bilirrubina (ex. Hemólise e eritroblastose fetal) 2- Redução da captação pelos hepatócitos ● 3- Prejuízo da conjugação (falta da produção ou inibição da enzima UDP; doença de Crigler-Najjar; tipo 1 - ausência total da enzima; tipo 2 - níveis menores de bilirrubina (25 mg/dL) que responde ao uso de fenobarbital e a fototerapia; Síndrome de Gilbert) 4- Diminuição da excreção hepatocelular - doenças obstrutiva das vias bilires, refluxo da bilirrubina conjugada para o sangue, colúria e acolia fecal [defeitos específicos no metabolismo hepatocelular da bilirrubina - icterícia neonatal (não amadurecimento hepático até 2 semanas de idade) e hiperbilirrubinemias hereditárias (síndrome de Crigler-Najjar de tipo I, a UGT1A1 hepática ausente)] 5- Prejuízo no fluxo biliar. OBS: acúmulos em níveis patológicos de bilirrubinas não conjugadas no sangue de RN pode levar a impregnação dos núcleos da base no cérebro, levando a lesões irreversíveis (kernictures) ● • Colestase: condição patológica de prejuízo da formação de bile e do fluxo biliar, levando ao acumulo de pigmento biliar no parênquima hepático. ● Pode ser causada por obstrução extra-hepática ou intra-hepática dos canais biliares ou por defeitos da secreção de bile pelos hepatócitos. ● - Os pacientes apresentam icterícia, prurido, xantomas cutâneos (acumulo focal de colesterol) ou sintomas relacionados a mà absorção intestinal, incluindo deficiências nutricionais das vitaminas lipossolúveis A, D ou K, e aumento das enzimas caniculares (GGT e FA) • Um achado laboratorial é a elevação dos níveis séricos de fosfatase alcalina e y-glutamil transpeptidase (GGT) - enzimas presentes nas membranas apicais de hepatócitos e células epiteliais do ducto biliar. Doença hepática alcoólica • DHA é um distúrbio crônico caracterizada por esteatose, hepatite, fibrose progressiva, cirrose e desorganização acentuada da perfusão vascular. • Tumefação e necrose de hapatócitos: focos únicos ou dispersos de células sofrem tumefação e necrose, sendo resultado do acúmulo de gordura e agua, assim como proteínas que normalmente são exportadas. Em alguns casos, há colestase nos hepatócitos sobreviventes e um leve deposito de hemossiderina (ferro) nos hepatócitos e nas células de Kupffer. • Corpos de Mallory: hepatócitos dispersos acumulam felizes entrelaçados de filamentos intermediários de citoqueratina, como 8 e 18, formando complexos com outras proteínas como ubiquitina. Eles são visíveis com o frutos citoplasmáticos eosinofílicos nos hepatócitos . Essas inclusões são características, mas não especificas para a doença hepática alcoólica, pois estão presentes na DHGNA), CBP, na doença de Wilson, nas síndromes colestáticas crônicas e nos tumores hepatocelulares. • Reação neutrofílica: neutrófilos permeiam o lóbulo hepático e sofrem acúmulo ao redor dos hepatóticos em degeneração, particularmente aqueles que possuem corpos de Mallory, pode ter linfáticos e macrófagos também. • Fibrose: a DHA quase sempre é acompanhada por uma ativação evidente de células estreladas dos sinusóides e fibroblastos do trato portal, originando fibrose. Maioria das vezes é fibrose sinusoidal e perivenular, separando as células parenquimatosas. A fibrose periportal pode predominar com episódios repetidos de ingestão intensa de álcool. Doença hepática gordurosa não alcoólica • Doença idiopática, semelhante a esteatose alcoólica, Homens e mulher igualmente afetados • Tem diagnóstico por exclusão • Grupo de condições que tem em comum a presença de esteatose hepática em indivíduos que não consomem álcool ou o fazem em quantidades muito pequenas (<20g de etanol/semana). • Inclui: • esteatose hepática simples • esteatose acompanhada por inflamação mínima e inespecífica • esteato-hepatite não alcoólica : caracterizada por esteatose e inflamação parenquimatosa multifocal, principalmente neutrófilos, corpos de Mallory, destruição de hepatócitos e fibrose sinusoidal, com fibrose dos tratos portais e ao redor das vênulas hepáticas terminais. (EHNA - ocorre lesão de hepatócitos, com tumefação de hepatócitos, inflamação lobular e esteatose, a fibrose pode ocorrer na doença progressiva, fortemente associada a obesidade, síndromes metabólicas como dislipidemia, hiperinsulinemia, DM tipo 2 e resistência a insulina. É causa mais comum cirrose criptogênica - de 10 a 30% evoluirão para cirrose) • Contribui para a progressão de outras doenças hepáticas, como HCV e CHC. • Patogenia: Não são totalmente esclarecidos, porém a genética e o ambiente desempenham um papel importante. • Achados histopatológicos: • Grandes e pequenas vesículas de gordura (triglicerídeos) no citoplasma do hepatócito • Pode ocorrer esteatose, inflamação parenquimatosa, multifocal, corpúsculos hialinos de Mallory, morte de hepatócitos, fibrose sinusoidal e cirrose. • Aspectos clínicos: geralmente assintomáticos; as apresentações geralmente estão associadas com outras perturbações metabólicas, como obesidade, resistência a insulina e diabetes. • Tratamento: medidas gerais, dieta, exercício fisico e baixar níveis de triglicerídeos. Hemocromatose • Absorção excessiva de ferro, que será depositado sobre órgãos parenquimatosos (Fígado, pâncreas, coração, articulações e os endócrinos) • Hereditária • Secundária (transfusão sanguínea, que pode gerar acumulo do ferro) • Taxa normal de ferro no corpo: 2 – 6 g; sendo que 0,5 é armazenado
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