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DIREITO CONSTITUCIONAL estado de defesa, estado de sítio, ADCT, Emendas constitucionais, controle de constitucionalidade

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- Direito Constitucional -
Defesa do Estado e das Instituições Democráticas
1 Introdução:
Destacam-se dois grupos:
a) medidas excepcionais, compostas pelo Estado de Defesa e Estado de sítio, usadas para restabelecer a
ordem em momentos de anormalidade constitucional;
b) defesa do país ou da sociedade, através das Forças Armadas e da segurança pública.
2 Sistema Constitucional das Crises: é o conjunto ordenado de normas constitucionais que, informadas pelos
princípios da necessidade, da proporcionalidade e da temporariedade, têm por objetos situações de crise e por
finalidade o restabelecimento da normalidade constitucional.
- Princípios Informadores dos Estados de Exceção Constitucional:
Necessidade (excepcionalidade) – são medidas excepcionais, devendo ser adotadas em último caso,
quando não existirem outras medidas mais adequadas e menos gravosas para enfrentar a crise, dada a
possibilidade de configuração de golpe de Estado
Temporariedade (transitoriedade) – a legalidade extraordinária não pode se perpetuar no tempo, dada a
possibilidade de se configurar a imposição
de um sistema ditatorial
Proporcionalidade – as situações de crise grave justificam-se apenas excepcionalmente, na proporção
justamente necessária para eliminar as causas e restabelecer a normalidade, ou seja, devem ser
proporcionais aos fatos que justificaram sua adoção
Taxatividade - os pressupostos materiais para a decretação devem ser apenas aqueles indicados na
Constituição Federal, sob pena de responsabilidade
Determinação Geográfica - deve haver determinação do espaço de atuação das medidas restritivas
Publicidade – deve haver transparência na adoção das medidas!!
Sujeição a Controle Externo – o Poder Judiciário pode reprimir eventuais abusos e ilegalidades
cometidas durante a execução das medidas do Estado de Defesa ou de Sítio, inclusive por meio de
mandado de segurança e habeas corpus, pois a excepcionalidade da medida não possibilita a total
supressão dos direitos e garantias individuais, e tampouco configura um salvo-conduto aos agentes
políticos para total desrespeito à Constituição e às leis
Estado de Defesa
● Art. 136 CRFB/88.
● O Estado de defesa é uma modalidade mais branda de estado de sítio e corresponde às antigas medidas
de emergência do direito constitucional anterior e não exige para sua decretação, por parte do Presidente
da República, autorização do Congresso Nacional. O decreto presidencial deverá determinar o prazo de
sua duração; especificar as áreas abrangidas e indicar as medidas coercitivas, nos termos e limites
constitucionais e legais.
● Hipóteses de cabimento: ordem pública ou paz social ameaçada, instabilidade inconstitucional,
calamidade natural.
● Procedimento: O Presidente verifica a hipótese legal de cabimento ➡ solicita pareceres dos Conselhos
da República (CF, Art. 89) e de Defesa Nacional (CF, Art. 91) ➡ decide ou não pela decretação do
Estado de Defesa.
● Prazo: máximo de 30 dias, podendo ser prorrogado por mais 30, uma única vez.
● Recordar: Em hipótese alguma permite-se o constrangimento do Poder Legislativo, sob pena de crime
de responsabilidade do Presidente da República! Art. 85. São crimes de responsabilidade os atos do
Presidente da República que atentem contra a Constituição Federal e, especialmente, contra: II - o livre
exercício do Poder Legislativo, do Poder Judiciário, do Ministério Público e dos Poderes constitucionais
das unidades da Federação.
Estado de Sítio
● Art. 137 CRFB/88.
● Corresponde à suspensão temporária e localizada de garantias constitucionais, apresentando maior
gravidade do que o Estado de defesa e obrigatoriamente o Presidente da República deverá solicitar
autorização da maioria absoluta dos membros da Câmara dos Deputados e do Senado Federal para
decretá-lo.
● Hipóteses de cabimento: comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que comprovem
a ineficácia de medida tomada durante o estado de defesa; e declaração de estado de guerra ou resposta
a agressão armada estrangeira.
● Procedimento: Presidente verifica a hipótese legal de cabimento ➡ solicita pareceres dos Conselhos da
República (CF, art. 89) e de Defesa Nacional (CF, art. 91)➡ solicita ao Congresso Nacional autorização
para decretação do Estado de Sítio, expondo os motivos determinantes do pedido ➡ O Congresso
Nacional autoriza por maioria absoluta ➡ Presidente decreta o Estado de Sítio.
● Prazo (Art. 138, §1º): Nos casos do Inciso I - máximo de 30 dias, prorrogado por mais 30 (trinta) de
cada vez. Nos casos do Inciso II, enquanto a guerra ou a agressão armada perdurar.
Forças Armadas
● Conceito (Art. 142 CRFB/88): As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela
Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e
na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à
garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
● Características (Regime Jurídico Próprio):
- Organizadas com base na hierarquia e na disciplina, definidas no Estatuto dos Militares .
- Têm o Presidente da República como autoridade suprema, cabendo ao mesmo a orientação
política da guerra, mas não a estratégia, específica dos chefes militares.
- São subordinadas ao Ministro de Estado da Defesa, dispondo de estruturas próprias, o qual
exerce a direção superior das Forças Armadas, assessorado pelo Conselho Militar de Defesa,
órgão permanente de assessoramento, pelo Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas e pelos
demais órgãos, conforme definido em lei.
- A Marinha, o Exército e a Aeronáutica dispõem, singularmente, de 01 (um) Comandante,
indicado pelo Ministro de Estado da Defesa e nomeado pelo Presidente da República, o qual, no
âmbito de suas atribuições, exercerá a direção e a gestão da respectiva Força.
- O emprego das Forças Armadas na defesa da Pátria e na garantia dos poderes constitucionais, da
lei e da ordem, e na participação em operações de paz, é de responsabilidade do Presidente da
República, que determinará ao Ministro de Estado da Defesa a ativação de órgãos operacionais,
nos termos da lei.
● Obs.: A intervenção das forças armadas na defesa da lei e da ordem depende da iniciativa de um dos
Poderes constitucionais, vale dizer, do Supremo Tribunal Federal, do Congresso Nacional ou da
Presidência da República. Sem a provocação de um desses Poderes, a atuação das forças armadas na
garantia da lei e da ordem pública é inconstitucional.
● Obs.: Os cargos de Comandante da Marinha, do Exército e da Aeronáutica são privativos de
oficiais-generais do último posto da respectiva Força e possuem status de Ministros de Estado, lhes
sendo garantido o foro privilegiado (Art. 102, I, “c” e 52, I da CF/88).
● Obs.: Compete ao Presidente da República a decisão do emprego das Forças Armadas, por iniciativa
própria ou em atendimento a pedido manifestado por quaisquer dos poderes constitucionais, por
intermédio dos Presidentes do Supremo Tribunal Federal, do Senado Federal ou da Câmara dos
Deputados.
● Obs.: A defesa da pátria é competência subsidiária das Forças Armadas, uma vez que essas atribuições
são ordinariamente desempenhadas pelas forças da segurança pública, que compreendem a polícia
federal e as polícias civil e militar dos Estados e do Distrito Federal.
Segurança Pública
● Conceito (Art. 144 CRFB/88): A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de
todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio,
através dos seguintes órgãos: I - polícia federal; II - polícia rodoviária federal; III - polícia ferroviária
federal; IV -polícias civis; V - polícias militares e corpos de bombeiros militares; VI - polícias penais
federal, estaduais e distrital.
● É atribuição do Estado a exclusão da violência nas relações sociais e consequente alcance da
tranquilidade cotidiana nos espaços comuns e socialmente partilhados, bem como nos lugares privados.
● Órgãos de SegurançaPública:
- Federais ➡ Polícias Federal, Rodoviária Federal, Ferroviária Federal, Penal Federal;
- Estaduais ➡ Polícias Civil, Militar, Penal Estadual, Corpo de Bombeiros;
- Distritais ➡ ver Art. 21, 32 § 4° e 144 § 6°. Fala-se em um regime jurídico híbrido, pois
referidos organismos sujeitam-se à disciplina fixada em lei federal, editada pelo Congresso
Nacional, e não pela Câmara Legislativa do Distrito Federal, mas subordinam-se ao Governador
do Distrito Federal;
- Municipais ➡ Guardas Municipais.
……………………………………………………………………………………………………………………...
Emendas Constitucionais
● A Constituição de 88 é rígida.
● Possibilidade de alteração das normas constitucionais através de um processo legislativo especial e mais
dificultoso que o ordinário.
1 Mutação X Reforma
● Mutação: quando muda-se o sentido da norma sem necessariamente mudar o seu texto, ou seja, trata-se
de um processo não formal.
● Reforma: é processo formal de mudança das Constituições rígidas, por meio da atuação do poder
constituinte derivado reformador, ocorrendo com a aprovação de emendas constitucionais, segundo os
procedimentos estabelecidos na própria Constituição pelo legislador constituinte originário.
2 Revisão Constitucional:
Ato das Disposições Constitucionais Transitórias (ADCT), Art. 30 - A revisão constitucional será realizada
após cinco anos, contados da promulgação da Constituição, pelo voto da maioria absoluta dos membros do
Congresso Nacional, em sessão unicameral.
Emendas Constitucionais
● Obs.: “A emenda à Constituição Federal, enquanto proposta, é considerada um ato infraconstitucional
sem qualquer normatividade, só ingressando no ordenamento jurídico após sua aprovação, passando
então a ser preceito constitucional, de mesma hierarquia das normas constitucionais originárias.”
● Procedimento: Art. 60 CRFB/88
1 Limitações ao Poder da Reforma:
● O Congresso Nacional, no exercício do poder constituinte derivado reformador, submete-se às
limitações impostas pelo legislador constituinte originário, devendo agir em estrita obediência aos seus
termos, sob pena de incorrer em vício de inconstitucionalidade.
● Limitações Circunstanciais - as limitações circunstanciais impedem modificações na Constituição
quando se verificam, no País, determinadas situações anormais e excepcionais, em que poderia estar
ameaçada a livre manifestação do órgão reformador. O constituinte de 1988 consagrou tais limitações ao
proibir que a Constituição seja emendada na vigência de estado de sítio, de intervenção federal ou de
estado de defesa.
● Limitações Materiais: as limitações materiais, como deflui de seu nome, excluem determinadas matérias
ou conteúdos da possibilidade de abolição, visando a assegurar a integridade da Constituição,
impedindo que eventuais reformas provoquem a destruição de sua unidade fundamental ou impliquem
profunda mudança de sua identidade.
● Obs.: as limitações materiais explícitas, também denominadas Cláusulas Pétreas, correspondem àquelas
matérias que o constituinte definiu expressamente na Constituição como não passíveis de supressão.
Art. 60, p. 4º.
● Obs.: as limitações materiais implícitas concernem a matérias que, apesar de não mencionadas
expressamente no texto constitucional como insuprimíveis, estão implicitamente fora do alcance do
poder de reforma, sob pena de ruptura da ordem constitucional.
● Limitações Formais: referem-se às disposições especiais, em relação ao processo legislativo ordinário,
que o legislador constituinte estabeleceu para permitir a alteração da Constituição Federal. São elas: as
relativas à iniciativa de apresentação (Legitimados do Art. 60, I a III), ao quórum especial do Art. 60,
§2o, à impossibilidade de proposta de emenda rejeitada ou havida por prejudicada ser objeto de nova
proposta na mesma sessão legislativa – Art. 60, §5o) e a desnecessidade de sanção por parte do Chefe
do Poder Executivo – Art. 60, §3o.
ADCT - Atos das Disposições Constitucionais Transitórias
● As normas do ADCT são normas constitucionais e têm o mesmo status jurídico das demais normas do
Texto Permanente.
● .Os artigos do ADCT seguem uma numeração própria, o que não significa que perfaçam um documento
retirado da Constituição. Segundo entendo o STF, a autonomia da numeração se justifica por motivo de
ordem prática: o de evitar, no texto permanente da Constituição, dispositivos que, exaurida totalmente
sua eficácia provisória, perdem eficácia, lembrando que boa parte desses dispositivos transitórios é de
direito intertemporal.
● Como as demais normas constitucionais, as regras do ADCT são suscetíveis de serem reformadas, se
isso estiver em conformidade com o objetivo almejado pelo constituinte originário.
● Evidentemente também que as normas acrescidas ao ADCT pelo poder constituinte de reforma são
suscetíveis de controle de constitucionalidade, nas hipóteses em que as emendas à Constituição o podem
ser.
……………………………………………………………………………………………………………………
Controle de Constitucionalidade
1 Conceito: uma verificação de compatibilidade, de adequação entre normas: as leis (e os demais atos
normativos) e a Constituição. Obs.: lembrar da pirâmide de Kelsen e da estrutura estritamente jurídica do
ordenamento jurídico (normas fundantes e normas fundadas).
2 Pressupostos de Constitucionalidade:
- Constituição escrita (formal) e rígida
- Reconhecimento da Supremacia Constitucional
- Estipulação de parâmetros de verificação de compatibilidade
- Órgão dotado de legitimidade para realizar o controle, devendo este ser independente do órgão
encarregado pela produção normativa (Separação dos Poderes)
- Estabelecimento de consequências jurídicas ante a violação da parametricidade
3 Princípio da Presunção de Constitucionalidade das Leis:
● Idealmente, é certo afirmar que em um Estado democrático e republicano, como o nosso, o povo tem
exatamente as leis que deseja, pois são elaboradas em seu nome, pelos seus representantes, para tanto
eleitos.
● Por esse princípio temos que as Leis devem ser consideradas válidas perante a Constituição até que
sejam formalmente declaradas inconstitucionais pelo órgão legítimo para tanto.
4 Estudo da Inconstitucionalidade:
● Conceito: inconstitucionalidade é a verificação do antagonismo e da contrariedade do ato normativo
inferior frente aos vetores constitucionais.
- Obs.: as normas constitucionais originárias estão sujeitas ao controle de constitucionalidade?
Não! As normas originárias apenas estão sujeitas a alteração por E.C ou nova Constituição.
- Obs.: as normas pré-constitucionais estão sujeitas ao controle de constitucionalidade? Não! Não
se trata de juízo de constitucionalidade, mas de recepção ou não-recepção (revogação).
5 Classificação da Inconstitucionalidade:
● Quanto à norma constitucional violada, a inconstitucionalidade pode ser:
- Formal: quando há um desrespeito à Constituição no tocante ao processo de elaboração da norma,
podendo alcançar tanto o requisito competência (exemplo: Lei Estadual dispondo sobre Direito
Processual), quanto o procedimento legislativo em si (exemplos: LC aprovada por maioria simples ou
proposta de iniciativa parlamentar sobre matéria de iniciativa exclusiva do Presidente da República).
- Material: quando há contrariedade entre o conteúdo da norma editada e o conteúdo da norma
constitucional. Por exemplo, caso uma lei introduzisse no Brasil a pena de morte em circunstâncias
normais. Afronta ao Art. 5o, XLVII, “a”, da CF/88.
● Quanto ao tipo de conduta ofensiva à Constituição, a inconstitucionalidade poderá ser:
- Por ação: ocorre quando o desrespeito à Constituição resulta de uma conduta comissiva, positiva,
praticada por algum órgão estatal. É o caso, por exemplo, da elaboração pelo legislador ordinário de
uma lei em desacordo com a Constituição.
- Por omissão: a afronta à Constituição resulta de uma omissão do legislador, em face de um preceito
constitucional que determine seja elaborada norma regulamentando suas disposições. Constitui,
portanto, uma conduta omissiva frente a uma obrigação de legislar, imposta ao Poder Públicopela
própria Constituição.
- Obs.: fala-se em omissão total quando o Poder Público, obrigado a legislar por força de determinação
constitucional, não elabora a norma requerida, permitindo a existência de uma indesejável lacuna.
- Obs.: fala-se em omissão parcial quando o legislador produz a norma, mas o faz de modo insatisfatório,
insuficiente para atender aos comandos da norma constitucional de regência. Seria o caso, por exemplo,
de a Constituição determinar a regulamentação e o consequente pagamento da remuneração de três
categorias funcionais na forma de subsídio e o Poder Público efetivar essa regulamentação apenas para
duas das categorias.
● Quanto ao alcance (ou extensão) do vício, a inconstitucionalidade pode ser:
- Total: a inconstitucionalidade atinge todo o ato normativo. Exemplos: impugnação de Lei resultante de
iniciativa viciada ou lei de conteúdo materialmente complementar que tenha sido aprovada por maioria
simples de votos.
- Parcial: a inconstitucionalidade atinge apenas parte do texto normativo. Exemplo: julgamento da ADI
1.127-DF, na qual a Corte julgou inconstitucional o termo "qualquer" do inciso I, do art. 1° da Lei no
8.906/94
- Obs.: a regra é o reconhecimento da inconstitucionalidade de apenas parte da lei ou ato normativo, pois
geralmente a aferição da validade da norma é feita dispositivo por dispositivo, matéria por matéria, e
não em bloco, globalmente.
- Obs.: a declaração da inconstitucionalidade parcial pelo Poder Judiciário pode recair sobre fração de
artigo, parágrafo, inciso ou alínea, até mesmo sobre uma única palavra de um desses dispositivos da lei
ou ato normativo.
- Obs.: nos termos do Art. 66, §2o da CF/88 § 2o o veto parcial pelo Presidente da República somente
abrangerá texto integral de artigo, de parágrafo, de inciso ou de alínea.
● Quanto ao momento, a inconstitucionalidade pode ser intitulada:
- Originária: quando contraria o texto constitucional, desrespeitando os princípios e regras vigentes no
momento da sua produção. Na inconstitucionalidade originária, o parâmetro será sempre anterior ao
objeto. Exemplo: para aferição de inconstitucionalidade originária de lei produzida em 1985, o
confronto desta será com a Constituição de 1969, que vigorava quando esse diploma legal foi elaborado.
- Superveniente: quando a invalidade da norma resulta da sua incompatibilidade com texto
constitucional futuro, seja ele originário ou derivado (emenda constitucional).
- Obs.: lembrar que as normas pré-constitucionais não estão sujeitas ao controle de constitucionalidade,
pois trata-se de juízo de recepção ou revogação da lei questionada. Dessa forma não se admite a
existência de inconstitucionalidade superveniente no direito pátrio.
● Quanto ao prisma de apuração, a inconstitucionalidade pode ser:
- Direta: quando a ofensa da norma ao texto constitucional é frontal, isto é, entre a norma constitucional e
o diploma avaliado não há que ser interposta nenhuma outra norma. Exemplo: Presidente da República
edita decreto para disciplinar matéria constitucionalmente reservada à lei.
- Indireta: quando o vício verificado não decorre de violação direta da Constituição.
- Obs.: fala-se em inconstitucionalidade indireta reflexa quando o vício verificado não decorre de
violação direta da Constituição. Exemplo: se determinado decreto regulamentar, expedido para a fiel
execução da lei, extrapola os limites desta, ainda que supostamente essa extrapolação tenha implicado,
também, em flagrante desrespeito a determinada norma constitucional, não será hipótese de
inconstitucionalidade direta. Isso porque o fundamento de validade do decreto regulamentar não é
diretamente a Constituição, mas sim a lei regulamentada. Nesses termos fala-se em ilegalidade e não em
inconstitucionalidade propriamente dita.
- Obs.: fala-se em inconstitucionalidade derivada ou consequencial quando a declaração da
inconstitucionalidade da norma regulamentada (primária) leva ao automático e inevitável
reconhecimento da invalidade das normas regulamentadoras (secundárias) que haviam sido expedidas
em função dela. Exemplo: se o decreto "Y" regulamentava a lei "X", a declaração da
inconstitucionalidade da lei “X” atinge, por derivação, a validade do decreto “Y”, que deixa de produzir
efeitos.
6 Parâmetros / Paradigmas de Análise:
● Consiste na norma ou no conjunto de normas que se toma corno referência numa análise comparativa.
Ao analisarmos a CF/88 facilmente percebemos que a mesma se divide em três partes distintas, as quais
merecem análise:
● Preâmbulo: não é considerado parâmetro por não ser considerado norma jurídica. Trata-se de merda
diretriz interpretativa de natureza histórica e política.
● Parte Permanente (Arts. 1o a 250): traz normas consideradas parâmetro não importando se originárias
ou derivadas (E.C).
● Parte Transitória (ADCT): traz normas consideradas parâmetro apenas quando sua eficácia ainda não se
exauriu.
7 Sistemas de Controle (Classificação quanto à natureza do órgão que realiza o controle):
● Sistema de Controle Judicial/Jurídico/Jurisdicional
- A Constituição outorga a competência para declarar a inconstitucionalidade das leis a órgãos integrantes
do Poder Judiciário, detentores de poderes jurisdicionais;
● Sistema de Controle Político
- A Constituição outorga a competência para declarar a inconstitucionalidade das leis a órgãos diversos
do Poder Judiciário, ou seja, desprovidos de natureza jurisdicional;
- Nos Estados que adotam controle político, a fiscalização da supremacia constitucional é realizada, via
de regra, por órgão especialmente constituído para esse fim, distinto dos demais Poderes do Estado;
● Sistema de Controle Misto
- A Constituição outorga competência para a fiscalização de certos atos ao controle político (realizado por
órgãos estranhos ao Poder Judiciário) e outros ao controle jurídico (realizado por órgãos componentes
do Poder Judiciário), de maneira harmônica, não havendo predominância de um modelo em detrimento
do outro;
● Sistema adotado no Brasil
- Em regra o sistema de controle recepcionado pela Constituição Federal de 1988 é o judicial (Art. 102, I,
“a” e §1o c/c 125, §2o, ambos da CF/88)
- No entanto, é possível a verificação do controle político em algumas situações, como o controle de
constitucionalidade realizado nas Casas Legislativas, pelas Comissões de Constituição e Justiça e o veto
do Chefe do Poder Executivo a projeto de lei, com fundamento em inconstitucionalidade da proposição
legislativa (veto jurídico).
8 Momento do Controle (Classificação quanto ao momento do controle):
● Preventivo: quando atinge a norma ainda em fase de elaboração, no curso do trâmite legislativo,
recaindo sobre projetos de lei e propostas de emenda constitucional. É sempre anterior à promulgação
da norma, visando impedir que ela ingresse no ordenamento jurídico e, com isso, passe a fruir da
presunção (relativa) de ser constitucional.
● Repressivo: alcança as espécies normativas já prontas e acabadas, que estejam produzindo (ou ao
menos aptas a produzir) seus efeitos.
9 Relação Sistema de Controle e Momento do Controle no Brasil
● Controle Judicial-Repressivo: regra no ordenamento pátrio. o Poder Judiciário é o principal ator do
controle repressivo de constitucionalidade, fiscalizando as leis e demais atos normativos com tramitação
procedimental devidamente concluída, que já tenham sido, ao menos, promulgados. Até mesmo uma lei
já publicada, mas em período de vacatio legis pode ser objeto dessa espécie de controle.
● Controle Judicial-Preventivo: controle exercido pelo Poder Judiciário quando um parlamentar, por
meio da interposição de um mandado de segurança, argumentar o desrespeito do devido processo
legislativo.
● Controle Político-Preventivo: exercido por órgão desprovido de poderes jurisdicionais na fase de
tramitação legislativa. No direito pátrio se realiza tanto pelo Poder Legislativo quanto pelo Poder
Executivo.
- No Poder Legislativo: ocorre nos trabalhos da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), no âmbito das
Casas doCongresso Nacional. Tal Comissão, presente na Câmara dos Deputados e no Senado Federal,
manifesta-se sobre as proposições submetidas à apreciação do Poder Legislativo (projetos de lei,
propostas de emenda à Constituição etc.), podendo concluir, por meio de parecer, pela
constitucionalidade ou pela inconstitucionalidade da matéria examinada. A previsão para esse exame de
constitucionalidade está nos Regimentos Internos da Câmara dos Deputados (art. 53, III) e do Senado
Federal (arts. 101, I, e 253).
- No Poder Executivo: ocorre com a manifestação por parte do Chefe do Poder Executivo sobre sua
discordância a projeto de lei sob o argumento de que ele é inconstitucional. É o veto jurídico, previsto
no Art. 66, §1° da CF/88.
Controle político-preventivo?????
● Controle Político-Repressivo: modalidade excepcional de controle, pois o Poder Judiciário é o
protagonista por excelência do controle repressivo. Tal controle se desenvolve tanto no Poder
Legislativo quanto no Poder Executivo.
- No Poder Legislativo: i) (Art. 49, V, 2a parte, da CF/88) possibilidade de o Congresso Nacional sustar
os atos normativos do Poder Executivo quando este extrapolar os limites da delegação legislativa ao
editar a Lei Delegada; ii) (Art. 62, § 5o da CF/88) rejeição de medida provisória, não sendo a mesma
convertida em lei sob o argumento de ser inconstitucional; iii) O Tribunal de Contas, no exercício de
suas atribuições, pode apreciar a constitucionalidade das leis e dos atos do Poder Público (Súmula 347
do STF)
- No Poder Executivo: i) inexecução pelo Chefe do Poder Executivo de lei por ele considerada
inconstitucional. Somente poderá ser exercida caso inexista manifestação definitiva e vinculante do
Poder Judiciário sobre a constitucionalidade da lei. Se já houver decisão definitiva do Poder Judiciário
pela validade da lei, não poderá o Chefe do Executivo descumpri-la; ii) o Poder Executivo também
fiscaliza a obediência à Constituição Federal por meio do processo de intervenção, haja vista que este
funciona como meio excepcional de controle de constitucionalidade, como medida última para o
restabelecimento da observância da Constituição por um ente federado
10 Jurisdição Constitucional - Modelos de Controle e Vias de Ação (Classificação quanto ao número de órgãos
competentes e quanto à finalidade do controle):
● No que se refere ao número de órgãos competentes ou à modalidade para processar o controle, temos:
- Controle Difuso: realizado por qualquer dos componentes do Poder Judiciário (juízes ou Tribunais)
sempre que alguém, na busca do reconhecimento de determinado direito concreto, suscitar um incidente
de inconstitucionalidade, alegando no curso do caso concreto, que determinada lei, concernente à
matéria, é inconstitucional.
- Obs.: Essa modalidade de controle tem fundamento na premissa de que todos os casos concretos devem
ser decididos de acordo com a Constituição.
- Controle Concentrado (Reservado): a competência para realizar o controle de constitucionalidade é
outorgada somente a um órgão de natureza jurisdicional.
● No que se refere à finalidade, o controle pode ser:
- Concreto (Via Incidental): arguido no curso de uma demanda envolvendo direitos subjetivos. A
discussão acerca da constitucionalidade é mera questão prejudicial a ser deduzida em juízo.
- Abstrato ou “Em Tese” (Via Principal): desvinculado de qualquer ocorrência fática. É instaurado com
a finalidade precípua de promover a defesa objetiva da Constituição, verificando-se a
constitucionalidade do ato, em tese. Somente os legitimados pela Constituição poderão, perante a Corte
do STF questionar a constitucionalidade, em tese, de uma lei, por meio de ADI, ADO, ADC, ADPF ou
ADI Interventiva.

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