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Secreções do trato gastrintestinal

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METABOLISMO E FUNÇÃO ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
GLANDULAS SALIVARES 
 
A partir da mastigação, o alimento é misturado 
com as secreções salivares formando um bolo 
lubrificado, o que facilita a digestão. Além 
disso, a saliva pode ter função antibacteriana, 
digestiva e de resfriamento evaporativo, 
dependendo da espécie. A atividade 
antibacteriana da saliva resulta da ação de 
anticorpos e enzimas antimicrobianas 
conhecidas como lisozimas. Embora haja 
bactérias na boca, a saliva auxilia a manter essa 
população sob controle e os animais com a 
função salivar comprometida estão sujeitos a 
doenças infecciosas da cavidade oral. 
 
Nos animais onívoros, como ratos e porcos, a 
saliva contém uma enzima que digere o amido, 
a amilase salivar, que geralmente não está 
presente na saliva dos animais carnívoros, 
como o gato. A saliva de algumas espécies 
também contém enzimas que digerem gordura, 
conhecidas como lipase lingual, encontrada 
frequentemente em animais mais jovens e que 
desaparece quando os animais se tornam 
adultos. 
 
Provavelmente as enzimas salivares têm seu 
maior efeito digestivo no estômago proximal, 
pois o alimento não fica retido na boca tempo 
suficiente para que haja maior digestão. A falta 
de atividade de mistura no estômago proximal 
pode ser essencial para a função de digestão de 
amido da saliva. O baixo pH do estômago distal 
inativa a enzima; portanto, é importante que o 
alimento que entra no estômago não seja 
inicialmente misturado com as secreções 
gástricas, de modo a permitir que as enzimas 
salivares tenham algum tempo para funcionar 
antes de serem inativadas pelo ácido gástrico. 
 
 
SECREÇÃO GÁSTRICA 
 
A maioria dos animais domésticos 
monogástricos possui apenas a mucosa 
glandular do estômago, mas os cavalos e os 
ratos apresentam uma área na porção proximal 
do estômago que é coberta por um epitélio 
escamoso estratificado não glandular. 
 
A área glandular do estômago é dividida em 
três regiões: mucosa cardíaca, mucosa parietal 
e mucosa pilórica. Essas áreas contêm 
glândulas de estrutura semelhante, mas com 
diferentes tipos de secreções. 
 
A mucosa glandular do estômago possui 
invaginações frequentes, ou poros, conhecidos 
como criptas gástricas. Na base de cada cripta 
há um estreitamento, ou istmo, que continua 
para a abertura de uma ou mais glândulas 
gástricas. 
 
A maioria das áreas de superfície do estômago 
é coberta com células mucosas de superfície, 
essas células produzem um muco espesso e 
coeso que é uma característica especial do 
revestimento do estômago. As células mucosas 
e suas secreções associadas são importantes 
para proteger o epitélio estomacal das 
condições ácidas e da atividade de trituração 
presente no lúmen. 
 
Cada região da mucosa contém glândulas com 
tipos celulares característicos. Na área parietal, 
as glândulas contêm células parietais, cuja 
função é secretar os íons que formarão o ácido 
clorídrico. Entre as células parietais, há outro 
tipo celular, as células mucosas do colo, 
responsáveis por secretar muco fino, menos 
viscoso que o das células mucosas da 
superfície. Além da função secretória, essas 
células são as únicas células do estômago 
capazes de se dividir e, portanto, se 
comportam como células progenitoras da 
mucosa gástrica. Ainda há um terceiro tipo de 
células, as células principais, responsáveis pela 
secreção de pepsinogênio um precursor da 
pepsina. 
 
 
SECREÇÃO DE ÁCIDO CLORÍDRICO 
 
Tanto os íons hidrogênio quanto os íons cloreto 
são secretados pelas células parietais, mas por 
mecanismos diferentes. 
 
O íon H+ é secretado através de uma enzima 
localizada na superfície luminal da célula. 
Conhecida como bomba de prótons, essa 
enzima troca H+ por íons potássio (K+), 
bombeando um íon K+ para dentro da célula 
para cada íon H+ secretado no lúmen. No 
processo de troca, um ATP é fosforilado a ADP. 
Os cátions K+ acumulados dentro das células 
são liberados de volta ao lúmen em 
combinação com ânions Cl-. Isso permite a 
reciclagem dos íons potássio quando 
bombeados para as células em troca do H+, 
resultando em uma secreção líquida de H+ e Cl-. 
Os íons H+ para secreção vêm da dissociação do 
ácido carbônico intracelular (H2CO3), deixando 
um íon bicarbonato (HCO3
-) dentro da célula 
para cada H+ secretado no lúmen. 
 
Quando os íons H+ são secretados, os ânions 
(HCO3
-) se acumulam dentro da célula. Para 
contrabalançar esse acúmulo, os íons 
bicarbonato são trocados por íons cloreto na 
superfície não luminal das células. Desse modo, 
mais cloreto se torna disponível para a célula 
para a secreção no lúmen glandular e o 
bicarbonato é secretado no sangue. Essa 
alcalinização transitória do sangue durante a 
digestão é conhecida como maré alcalina ou 
alcalose pós-prandial. Normalmente, a maré 
alcalina é revertida quando o bicarbonato no 
sangue é consumido indiretamente durante a 
neutralização das secreções gástricas, quando 
estas entram no intestino. 
 
 
PEPSINOGÊNIO E PEPSINA 
 
A pepsina é uma família de enzimas que 
digerem proteína. Elas são formadas nas 
células principais como pepsinogênio e ficam 
estocados até serem secretados no lúmen das 
glândulas gástricas. As enzimas digestivas que 
são produzidas e estocadas como proenzimas 
inativas são chamadas de zimogênios. 
 
 
SECREÇÃO DE GASTRINA PELAS CÉLULAS 
PARIETAIS 
 
A secreção de ácido gástrico é estimulada pela 
expectativa por alimento e pela presença de 
alimento não digerido no estômago. Quando 
um animal espera por alimento, impulsos 
parassimpáticos estimulam as células do 
sistema nervoso entérico a liberar acetilcolina 
ao redor das células G (secreção de gastrina) e 
das células parietais (secreção de HCl). A 
gastrina circula na corrente sanguínea até 
encontrar as células parietais. As ações 
combinadas da acetilcolina e da gastrina sobre 
as células parietais resultam no aumento da 
secreção de HCl. A resposta do estômago ao 
estímulo de expectativa com origem no 
cérebro é referida como fase cefálica da 
secreção gástrica. 
 
A entrada do alimento no estômago inicia a 
segunda fase, chamada de fase gástrica da 
secreção gástrica. A distensão do estômago 
pelo alimento estimula os receptores de 
estiramento, promovendo o estímulo do SNE. 
Além disso, o alimento atua como tampão, 
aumentando o pH do estômago. Isso remove o 
efeito inibitório do ácido sobre a secreção das 
células G, estimulando ainda mais a produção 
de gastrina, o que leva a um aumento ainda 
maior da produção de ácido pelas células 
parietais. 
 
Conforme a secreção gástrica e a digestão 
prosseguem, o pH do estômago diminui. 
Quando o pH do estômago cai para 2, a 
secreção de gastrina é suprimida e, com o pH 1, 
a secreção de gastrina é completamente 
abolida. Desse modo, o estímulo da gastrina às 
células parietais é retirado e a secreção de 
ácido é reduzida. 
 
O ambiente intestinal também influencia a 
secreção do ácido gástrico. Quando o conteúdo 
do estômago flui para o duodeno e o pH deste 
órgão é reduzido, a produção de ácido gástrico 
é suprimida. O mecanismo exato pelo qual a 
acidificação do duodeno exerce feedback 
negativo sobre as células parietais não está 
claro. O hormônio secretina, produzido no 
duodeno, pode estar envolvido. 
 
 
PÂNCREAS 
 
O pâncreas é composto por dois tipos 
diferentes de tecido glandular. Uma porção 
pequena é arranjada em ilhotas dentro do 
parênquima da glândula e é chamada de 
pâncreas endócrino, pois secreta hormônios 
para a corrente sanguínea. A maior parte do 
tecido pancreático produz enzimas digestivas. 
Essa porção é conhecida como pâncreas 
exócrino, pois suas secreções são enviadas 
para o lúmen intestinal. 
 
 
PÂNCREAS EXÓCRINO 
 
O pâncreas exócrino é uma glândula acinar na 
qual os ácinos são conectados por um sistema 
arborizado de ductos,dando uma aparência de 
cacho de uvas. As células do ácino produzem 
grandes quantidades de proteínas secretórias e 
enzimas digestivas. 
 
As enzimas que digerem proteína são 
produzidas e estocadas na forma de grânulos 
de zimogênio. Quando as células são 
estimuladas, os grânulos de zimogênio se 
fundem à membrana plasmática e liberam seus 
conteúdos no lúmen da glândula e dentro do 
lúmen duodenal, onde são convertidos para a 
forma ativa da enzima. 
 
As células especializadas próximas à junção do 
ácino e dos ductos são chamadas de células 
centroacinares. A função dessas células é 
modificar a composição eletrolítica do líquido 
secretado pelas células acinares. O líquido 
pancreático é um líquido alcalino rico em 
bicarbonato que neutraliza a ingesta ácida que 
chega ao duodeno, vinda do estômago. Além 
disso, os íons H+ transportados no líquido basal 
intersticial do pâncreas são absorvidos pelo 
sangue, equilibrando a maré alcalina que foi 
criada pela secreção de ácido gástrico. 
 
 
FÍGADO 
 
Uma função do fígado é ser uma glândula 
secretória do sistema digestório. Sua secreção, 
a bile, possui papel importante na secreção de 
gordura. 
 
 
CARACTERÍSTICAS DO FÍGADO 
O fígado é composto por placas ou camadas 
monocelulares de hepatócitos que estão 
banhadas por sangue nos sinusoides hepáticos. 
Dentro dessas placas celulares, esses espaços 
se juntam para formar canais, ou canalículos, 
dos quais flui para o sistema de ductos biliares. 
O epitélio do ducto biliar é metabolicamente 
ativo e capaz de alterar a composição da bile 
canalicular por adição de água e eletrólitos, 
especialmente bicarbonato. As células epiteliais 
do ducto biliar também respondem à secretina. 
 
 
SECREÇÃO BILIAR 
 
Os hepatócitos formam os ácidos biliares a 
partir do colesterol. Este é quase totalmente 
insolúvel em água, mas as alterações químicas 
envolvidas na conversão do colesterol a ácidos 
biliares resultam em uma molécula anfipática. A 
função dos ácidos biliares é emulsificar os 
lipídios da dieta e solubilizar os produtos da 
digestão de gorduras. 
 
Quando secretados pelas células para o lúmen 
dos canalículos, os ácidos biliares “dissolvem” 
alguns componentes da membrana celular: 
fosfolipídios e colesterol. Esses constituintes 
são os principais componentes funcionais da 
bile e são importantes para a digestão e 
absorção de gorduras. Conforme a bile flui 
através dos ductos biliares, são adicionados 
água e eletrólitos. 
 
Além dos ácidos biliares, fosfolipídios e 
colesterol, a bile contém outras substâncias 
lipossolúveis. Destas, os pigmentos biliares 
estão presentes em altas concentrações. Os 
pigmentos biliares são produtos da quebra da 
hemoporfirina, uma porção da molécula de 
hemoglobina. O principal pigmento da bile é a 
bilirrubina, produzida durante o processo 
normal de renovação de eritrócitos. A 
bilirrubina dá a bile sua cor verde característica. 
Esses pigmentos são úteis na digestão: o corpo 
simplesmente usa a bile e posteriormente as 
fezes como rota de excreção. 
CIRCULAÇÃO ÊNTERO-HEPÁTICA 
 
Quando alimentos contendo gordura atingem o 
duodeno, as células endócrinas gastrintestinais 
são estimuladas a secretar CCK, causando a 
contração da vesícula biliar. Essa ação força a 
bile estocada para o intestino. Os ácidos biliares 
auxiliam na digestão e na absorção de gorduras 
no jejuno, mas não são absorvidos até 
atingirem o íleo. Após a absorção no íleo, os 
ácidos biliares viajam pela veia porta-hepática 
para o fígado. No fígado, os ácidos biliares são 
quase completamente absorvidos do sangue 
portal. O fluxo dos ácidos biliares do fígado ao 
intestino, ao sangue portal, ao fígado e de volta 
ao intestino é conhecido como circulação 
êntero-hepática. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
KLEIN, B. G. Cunningham. Tratado de fisiologia 
veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. 
 
 
 
Karisse Farias

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