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Fluxo sanguíneo pulmonar

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Fluxo sanguíneo pulmonar 
METABOLISMO E FUNÇÃO ANIMAL 
 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Os pulmões recebem fluxo sanguíneo de dois 
sistemas circulatórios: a circulação pulmonar e a 
circulação brônquica. 
 
A circulação pulmonar recebe o débito total do 
ventrículo direito, perfunde os capilares 
alveolares e participa da troca gasosa. A 
circulação brônquica, um ramo da circulação 
sistêmica, fornece um suprimento sanguíneo 
nutricional às vias aéreas e a outras estruturas 
dentro dos pulmões. 
 
 
CIRCULAÇÃO PULMONAR 
 
A circulação pulmonar difere da circulação 
sistêmica na medida em que todo o sangue passa 
através de um órgão apenas: o pulmão. A 
capacidade de regular o fluxo sanguíneo 
depende da presença de músculo liso nas 
paredes das pequenas artérias pulmonares. A 
quantidade de músculo liso varia entre as 
espécies. 
 
 
Estrutura das pequenas artérias 
pulmonares 
 
As artérias pulmonares principais, que 
acompanham os brônquios, são elásticas; mas as 
artérias menores, adjacentes aos bronquíolos e 
aos ductos alveolares, são musculares. 
 
Pequenas artérias pulmonares conduzem aos 
capilares pulmonares, os quais formam uma 
extensa rede ramificada de vasos dentro do septo 
alveolar, quase cobrindo a superfície. Nem todos 
os capilares são perfundidos no animal em 
repouso. Como resultado, quando o fluxo 
sanguíneo pulmonar aumenta no animal em 
repouso, os vasos não perfundidos podem ser 
recrutados. As veias pulmonares, com paredes 
finas, conduzem o sangue dos capilares para o 
átrio esquerdo e constituem um reservatório de 
sangue para o ventrículo esquerdo. O reservatório 
de sangue nas veias pulmonares está disponível 
para mudanças repentinas no débito cardíaco. 
 
 
Vasos alveolares e extra-alveolares 
 
Os vasos alveolares são capilares de paredes 
finas que perfundem o septo alveolar. Os vasos 
extra-alveolares incluem as artérias pulmonares 
e as veias, que ocorrem juntamente com 
brônquios em um tecido conjuntivo chamado 
feixe broncovascular. O comportamento dos 
vasos extra-alveolares é determinado pelas 
mudanças de pressão dentro do espaço de tecido 
conjuntivo do feixe broncovascular, o que 
aproxima a pressão pleural, em vez de mudanças 
na pressão alveolar. O feixe broncovascular é 
também o local inicial de acumulação de fluido de 
edema quando os animais desenvolvem edema 
pulmonar. 
 
 
Representação diagramática dos vasos extra-alveolares (artéria e veia 
pulmonar) no feixe broncovascular e (em conjunto) uma ampliação dos 
vasos alveolares (capilares) no septo alveolar. Os septos alveolares 
estão ligados ao conjunto broncovascular de modo que exercem uma 
tração radial sobre o feixe. 
 
 
Resistência ao Fluxo 
 
Embora a circulação pulmonar receba o débito 
total do ventrículo direito, as pressões arteriais 
pulmonares são muito menores que as pressões 
sistêmicas. A circulação pulmonar oferece baixa 
resistência vascular ao fluxo sanguíneo. 
 
Apesar de a RVP ser baixa em um animal normal 
em repouso, ela diminui ainda mais quando há um 
aumento no fluxo sanguíneo pulmonar e na 
pressão vascular pulmonar, como ocorre durante 
o exercício. Isto ocorre porque um aumento da 
pressão recruta vasos previamente não 
perfundidos e serve para distender todos os 
vasos. Ainda mais importante, o músculo liso 
vascular pulmonar relaxa durante o exercício de 
modo que as pequenas artérias e as veias dilatam. 
 
Aproximadamente metade da resistência 
vascular na circulação pulmonar é pré-capilar, e 
que os capilares, por si sós, contribuem com uma 
considerável parcela da resistência ao fluxo de 
sangue. Ao contrário das arteríolas na circulação 
sistêmica, as pequenas artérias na circulação 
pulmonar não promovem grande resistência nem 
atenuam a pulsação arterial; consequentemente, 
o fluxo sanguíneo no capilar pulmonar é pulsátil. 
As veias pulmonares oferecem baixa resistência 
ao fluxo de sangue. 
 
 
Distribuição da resistência vascular pulmonar conforme determinada 
por estudos com micropunção. Ao contrário da resistência na 
circulação sistêmica, a principal porção da resistência ao fluxo 
sanguíneo na circulação pulmonar está no leito capilar. 
 
 
Distribuição do fluxo sanguíneo 
pulmonar 
 
Há um gradiente vertical de perfusão, com o fluxo 
de sangue por unidade de volume pulmonar 
aumentado da parte de cima para a parte de 
baixo do pulmão. O fluxo sanguíneo é distribuído 
preferencialmente para a região dorsocaudal do 
pulmão em quadrúpedes eretos. O padrão de 
ramificação das artérias e arteríolas e as 
resistências relativas de cada vaso são os 
principais determinantes da distribuição do fluxo 
sanguíneo. 
 
 
Representação gráfica da distribuição do fluxo sanguíneo pulmonar no 
pulmão do cavalo. O fluxo sanguíneo relativo é indicado pela 
intensidade do sombreamento vermelho. A distribuição do fluxo 
sanguíneo na direção dorsocaudal em repouso e durante o exercício é 
mostrada por linhas contínuas e tracejadas, respectivamente 
 
 
Influência de fatores neurais e humorais 
na contração das artérias pulmonares 
musculares 
 
Uma variedade de fatores neurais e humorais 
pode contrair ou relaxar o músculo liso vascular 
pulmonar e, deste modo, alterar a resistência ao 
fluxo sanguíneo. A magnitude da resposta dos 
vasos a estes estímulos é determinada pela 
quantidade de músculo liso nas pequenas artérias 
pulmonares, que varia entre as espécies. 
 
 
SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO 
 
As artérias pulmonares recebem tanto 
inervações simpáticas quanto parassimpáticas. 
Embora a circulação pulmonar tenha tanto 
receptores alfa quanto beta-adrenérgicos, o 
efeito final da ativação simpática é a 
vasoconstrição. A acetilcolina liberada dos 
nervos parassimpáticos que ativam os receptores 
muscarínicos pode causar vasodilatação através 
da liberação de óxido nítrico (ON) pelo endotélio 
e vasoconstrição por efeitos diretos sobre a 
musculatura lisa. De forma geral, o efeito da 
ativação parassimpática é a vasodilatação. 
 
 
AGENTES VASOATIVOS E RECEPTORES 
ENVOLVIDOS NA REGULAÇÃO DA 
RESISTÊNCIA VASCULAR PULMONAR 
 
Acetilcolina e bradicinina: relaxam a musculatura 
lisa e causam vasodilatação pela liberação de 
óxido nítrico (ON) do endotélio. A liberação de 
óxido nítrico também ocorre em resposta ao 
aumento no estresse endotelial quando o fluxo 
sanguíneo aumenta. A liberação aumentada de 
ON é parcialmente responsável pela dilatação da 
circulação pulmonar durante o exercício. 
Catecolaminas, bradicinina e prostaglandinas são 
metabolizadas pelo endotélio vascular, sendo 
seus efeitos, portanto, modificados por lesão 
endotelial. 
 
 
Hipóxia alveolar 
 
Nos alvéolos pouco ventilados, o ar tem uma 
baixa pressão parcial de oxigênio e, para o 
animal, há pouco benefício em manter o envio de 
sangue para estes alvéolos. Para corrigir este 
problema, a hipóxia alveolar resulta em 
vasoconstrição das artérias pulmonares. Essa 
vasoconstrição hipóxica reduz o fluxo sanguíneo 
nos alvéolos pouco ventilados e redistribui o 
fluxo sanguíneo pulmonar ao longo das regiões 
pulmonares mais bem ventiladas. A magnitude da 
resposta varia entre as espécies. 
 
A vasoconstrição hipóxica é benéfica quando há 
hipóxia alveolar localizada; mas, quando a 
hipóxia é generalizada, como ocorre quando os 
animais vivem em elevada altitude ou quando 
têm doença pulmonar difusa, a vasoconstrição 
pode ter consequências graves. 
 
 
CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA 
 
Funções 
 
A circulação brônquica fornece um suprimento 
sanguíneo para as vias aéreas, grandes vasos, e, 
em algumas espécies, como bois, ovelhas, porcos 
e cavalos, para a pleura visceral. 
 
 
ORIGEM DA CIRCULAÇÃO BRÔNQUICA: 
 
Artéria broncoesofágica, um ramo do tronco 
bicarotídeo, e a artéria brônquica apical direita. A 
primeira supre as vias aéreas e os septos 
interlobulares da maior parte do pulmão;a 
segunda supre as vias aéreas do lobo apical 
direito. As artérias brônquicas seguem a árvore 
traqueobrônquica até os bronquíolos terminais e 
formam um plexo peribrônquico no tecido 
conjuntivo ao longo da extensão das vias aéreas. 
Os ramos deste plexo penetram a camada de 
músculo liso da parede brônquica e formam um 
plexo vascular subepitelial, que tem a função de 
aquecer o ar inalado. Também saem ramos para 
formar os vasa vasorum (vasos sanguíneos 
nutrientes) dos vasos pulmonares. No nível do 
bronquíolo terminal, os vasos brônquicos 
anastomosam-se com a circulação pulmonar. Há 
poucas anastomoses entre as artérias brônquicas 
e pulmonares; a maioria das anastomoses está 
presente no nível capilar ou venular. 
 
Apesar de a circulação brônquica fornecer fluxo 
sanguíneo nutriente para muitas estruturas 
pulmonares, o pulmão não morre se a circulação 
brônquica for obstruída. As inúmeras 
anastomoses entre os vasos brônquicos e 
pulmonares fornecem fluxo sanguíneo pulmonar 
para os vasos brônquicos. Da mesma forma, 
quando partes da circulação pulmonar são 
obstruídas, a circulação brônquica prolifera e 
mantém o fluxo sanguíneo para as partes 
afetadas do pulmão. A circulação brônquica 
também prolifera quando as vias aéreas estão 
inflamadas. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
KLEIN, B. G. Cunningham. Tratado de fisiologia 
veterinária. 5. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014.

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