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Resumo vitaminas e minerais

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Metabolismo de Vitaminas 
Características e funções:
· Grupo de substâncias (moléculas) orgânicas e heterogêneas;
· Participam da regulação do metabolismo e são fundamentais para as funções vitais do organismo;
· Sem as vitaminas, não há vida, participa de diferentes e inúmeras rotas metabólicas; cada vitamina apresenta uma função específica para alguma rota metabólica;
· A maioria das vitaminas não pode ser sintetizada no organismo (algumas podem, outras não);
· Se elas não são sintetizadas, precisamos, então, as adquirir via dieta;
· PARTICULARIDADE EM RUMINANTES: conseguem sintetizar todas as vitaminas hidrossolúveis e algumas lipossolúveis, devido à presença das baterias no rúmen (possuem capacidade de síntese de vitaminas). Por isso, a adição de vitaminas na dieta dos ruminantes é controversa, o uso de vitaminas suplementares dependerá do potencial de crescimento e desenvolvimento (se houver demanda, a vitamina deve ser acrescentada);
· A necessidade de vitamina de um animal está relacionada ao grau de desenvolvimento, quanto maior for o potencial de crescimento do animal, maior será a necessidade pela mesma. Por exemplo: o animal melhorado geneticamente necessita mais de vitaminas do que um animal comum;
· Existem produtos que contém misturas de vitaminas no mercado, são os premix vitamínicos (alto custo);
· A falta de vitaminas limita o desenvolvimento animal e, nos casos mais graves, provoca carências nutricionais (doença metabólica causada por falta de nutriente) e podem causar hipovitaminose. Devemos ficar atentos para não confundir essa carência com patologias e dar o diagnóstico errado;
· Vitaminas em excesso podem intoxicar o animal. Algumas delas são tóxicas e podem causar hipervitaminose;
· As vitaminas não são usadas como fonte de energia e não fazem parte de estruturas celulares;
· Estudos com vitaminas são extremamente difíceis, pois o organismo as exige apenas em pequenas quantidades; 
· Estudaremos as vitaminas em dois grupos: lipossolúveis e vitaminas hidrossolúveis.
Vitaminas Lipossolúveis:
· Parecidas com lipídeos, possuem uma parte polar e outra apolar;
· São as vitaminas A (retinal), D (colecalciferol), E (tocoferol) e K (menadiona);
· A absorção dessas vitaminas acontece junto com os lipídeos, precisa da formação de micelas, sem elas, não haverá a absorção no TGI. Para as micelas serem formados, há a necessidade da presença de lipídeos, portanto, na dieta isenta de lipídeos, haverá a falta de vitaminas lipossolúveis;
· O transporte delas depende de ptnas, principalmente da albumina; 
· Com relação à excreção (eliminação), vitaminas lipossolúveis não são capazes de sair dos vasos glomerulares e passarem para o filtrado glomerular. As vitaminas ligadas à albumina não conseguem atravessar barreiras (alto peso molecular);
· Há sempre um equilíbrio entre as vitaminas no tecido e as vitaminas livres; se alguma se liga ao tecido, aquela que ocupava antes o lugar se desliga. Há a ocorrência de osmose;
· As vitaminas livres são a minoria e irão para o tecido, elas irão atravessar as membranas das células com facilidade (lipossolúveis);
· Ou seja, a urina não é uma boa via de eliminação de vitaminas lipossolúveis, sendo assim, a principal via é a bile;
· A via de eliminação biliar não é eficiente, pois a bile é eliminada no inicio do intestino delgado (há o risco de reabsorção intestinal);
· A excreção de vitaminas lipossolúveis é difícil, por causa, justamente, da reabsorção (parte é reabsorvida e parte consegue ser excretada pelas fezes, dependendo da quantidade de micelas que serão formadas);
· As vitaminas lipossolúveis têm natureza lipídica e apresentam afinidade ao tecido adiposo (triglicerídeos), tornando ainda mais difícil sua eliminação. Quando há muita vitamina no tecido, ocorre o armazenamento no mesmo;
· Logo, em curto prazo, se o animal ficar sem se alimentar por um tempo, o estoque de vitaminas lipossolúveis no tecido adiposo irá suprir a necessidade do animal;
· A hipovitaminose não é comum com vitaminas lipossolúveis (rara e difícil de acontecer);
· A toxidade das vitaminas lipossolúveis é mais alta do que a das hidrossolúveis.
Vitaminas Hidrossolúveis:
· Sua absorção não depende da formação de micelas e são facilmente absorvidas através de transportadores;
· Para cada vitamina hidrossolúvel há um transportador específico;
· O principal local de absorção é o intestino delgado, principalmente no jejum;
· Não precisam se ligar a albumina para serem transportadas, são transportadas livres;
· A principal via de eliminação é pela urina, quanto maior a concentração no sangue, maior será a quantidade de vitaminas excretada na urina;
· Não são armazenadas em grandes quantidades. O fígado armazena um pouco, mas não é considerado um armazenamento, não se considera que há vitaminas hidrossolúveis armazenadas;
· Há duas separações para essas vitaminas: as do complexo B (funções específicas) e as do NÃO complexo B (vitamina C ácido ascórbico);
· Vitaminas do Complexo B: 
· Atuam como coenzimas e têm funções especificas no organismo;
· Podem ser liberadoras de energia (participam do metabolismo energético) tiamina (B1), riboflavina (B2), niacina (B3), biotina (PP) e ácido pantotênico (B5);
· São hematopoiéticas, ou seja, participam da síntese de hemácias foacina, cobalamina (B12);
· Estimulam o crescimento piridoxina (B6).
· Vitamina C: não são coenzimas, porém possuem outras funções, como antioxidantes, redutoras, 
Vitaminas Lipossolúveis X Vitaminas Hidrossolúveis
	
	Vitaminas Lipossolúveis
	Vitaminas Hidrossolúveis
	Absorção
	Micelas
	Transportadores Membrana
	Transporte
	Albumina
	Livremente
	Eliminação
	Bile
	Urina
	Falta
	Dificilmente
	Facilmente
	Toxidade
	Facilmente
	Dificilmente
Vitaminas Hidrossolúveis 21/03/2013
Revisando a aula passada:
· O fato das vitaminas terem naturezas químicas distintas faz com que entendamos algumas características, como, por exemplo, o fato das vitaminas lipossolúveis serem mais tóxicas que as hidrossolúveis (hipervitaminose com esse tipo é muito raro).
· As vitaminas hidrossolúveis estão complexadas com as ptnas e dependem da digestão (desnaturação) dessas para serem liberadas.
· Muito sal de fruta (uso com frequência) prejudica a absorção de vitaminas.
· LEMBRANDO: é mais difícil quebrar uma ptna vegetal do que a animal.
· As vitaminas são termossensíveis e perdemos parte delas ao cozinhar os alimentos.
Complexo B:
· Liberadoras de energia; aceleram ou reduzem a velocidade de enzimas; se houver hipovitaminose de algumas dessas vitaminas haverá fraqueza muscular, problemas neurológicos, acidose metabólica (acumulo de ácido láctico por travamento da glicose no ciclo de Krebs, acumulando o piruvato lactato) e problemas menos drásticos ou subclínicos (ex.: ganho de peso não esperado em animais de produção). 
· TIAMINA (B1): importante para o metabolismo energético. Pode ser sintetizada no rúmen, mas não é sintetizada por não ruminantes. Quando os animais comem os brotos de samambaias (ricos em tiaminase), quebram a tiamina falta de tiamina fraqueza e poliencefalomalácea. 
· RIBOFLAVINA (B2): FAD (transportador de elétrons até o local da cadeia de transporte de elétrons), sua falta gera falta de ATP dentro das células. São importantes pra células de origem animal e vegetal.
· NIACINA (B3): NAD e NADP. São importantes pra células de origem animal e vegetal. 
· BIOTINA (PP): importantes em carboxilação (entrada de carbonos na molécula) síntese de AG metabolismo energético. A biotina é importante para formação do tecido do casco e pelos (associada a problema de casco). 
· ÁCIDO PANTOTÊNICO (B5): precursor da CoA (leva acil ao ciclo de Krebs) e ACP (ptna carreadora de acila faz junção de acil + cadeia de AG AG). Associado ao metabolismo de glicose e lipídeos, sua falta é associada à policarência.
· Obs.: falta de niacina + riboflavina + outras vitaminas = policarência (fraqueza muscular, acidose, problemas neurológicos, etc).
· Hematopoiéticas; síntese de hemácias, logo, sua falta é relacionada a anemia megaloblástica(caracterizada pelo menor número de hemácias no sangue e pelo maior tamanho das mesmas). 
· FOLACINA: importante para a ativação da cobalamina, e é pouco secretada no leite, para complementar a quantidade, deve-se suplementar folacina para o bebê ou filhote, evitando, assim, a anemia em recém-nascidos. É encontrada em grande quantidade em folhas. 
· COBALAMINA (B12): recebe esse nome, pois possui cobalto (Co) ligado a vários esqueletos de C em sua composição, é complexa, de difícil absorção e alto peso molecular. Precisa de uma ptna chamada fator intrínseco (produzido na região proximal do estomago) para se ligar a ela e facilitar sua absorção no intestino delgado (enterócitos reconhecem fator intrínseco e o absorvem, a B12 vai junto). Os ruminantes possuem baixa capacidade de absorção de B12, porque esse é degradado no rúmen (não depende do fator intrínseco é absorvido livre); para reverter essa situação, deve-se aumentar a quantidade de B12 ingerida ou fornecer cobalto na dieta, permitindo que as bactérias do rúmen sintetizem a cobalamina. 
· Crescimento (síntese proteica); é necessária em maior quantidade na fase jovem e em dietas desbalanceadas;
· PIRIDOXINA (B6): é importante para o crescimento, pois está envolvida nas relações de transaminações. Todas as transaminases são reguladas pela vitamina piridoxina. Sua falta acarretará em falha no crescimento.
Não Complexo B:
· Vitamina C (ácido ascórbico) é a que possui mais funções no organismo, por isso é diferente das do complexo B, que, por sua vez, tem funções direcionadas. 
· Crescimento dos tecidos;
· Antioxidantes;
· Anticancerígenas;
· Regeneração de tecidos;
· Regeneração de vitamina E;
· Ajudam no metabolismo do ferro;
· Ajudam na metabolização de drogas;
· Importante doador de elétrons;
· Participam da síntese de colágeno (função mais importante) falta de vitamina C escorbuto (sangramentos generalizados). Colágeno é um importante componente dos vasos sanguíneos, na falta do colágeno, os vasos se tornam frágeis e permitem o extravazamento de sangue. 
· Os animais, a partir da glicose, conseguem sintetizar a vitamina C, não há a necessidade de suplementação da mesma. Exceção: primatas!!! Nós não sintetizamos a vitamina C! 
Vitaminas Lipossulúveis 25/03/2013
Vitaminas Lipossolúveis:
· Dependem do metabolismo dos lipídeos;
· Formação de Micelas;
· Transporte no sangue por ptnas;
· Excreção ocorre de forma difícil pequena forma é excretada pela urina e a maior parte é pela bile, porém podem ser reabsorvidas;
· O tecido adiposo tem a capacidade de armazenar essas vitaminas;
· Pouca probabilidade de deficiência, porém alta probabilidade de hipervitaminose e toxicidade;
· VITAMINA K (menadiona/feloquinona): é importante para a coagulação, além de ser anti-hemorrágica. Sua falta causa demora para formar o coágulos e seu excesso pode causar trombose (grande numero de coágulos).
· VITAMINA A (retinol ou ácido retinóico): importante para a visão e crescimento, é potencializadora da replicação celular, repõe células da pele, papel na reprodução (formação de gametas, desenvolvimento do embrião), além de ser antioxidante. Não pode ser sintetizada no organismo, porém pode ser originada do betacaroteno. Carotenases quebram o caroteno e liberam duas moléculas de vit A. Falta de retinol leva à cegueira noturna (pouca despolarização), falha no crescimento e problemas reprodutivos; já seu excesso leva a má formação de tecidos e desenvolvimento de tumores. VISÃO complexo proteico chamado radopsina (escotopsina + retinol) está presente nos cones e bastonetes da retina. Quando a luz incide, a rodopsina se separa em escotopsina e retinol. Quanto mais luz, mais rodopsina irá quebrar, essa dissociação é importante para a despolarização celular. 
Obs.: gatos não tem carotenase, logo, são mais susceptíveis à hipervitaminose por vit A. 
· VITAMINA D (colecalciferol): pode ser sintetizado no organismo. Animais que não tomam sol suficientemente necessitam de suplementação de colecalciferol na dieta (suínos, aves, bovinos confinados e animais de regiões temperadas). Importante para o aumento de deposição e reabsorção óssea (aumenta a absorção de Ca no TGI), aumento de transportadores de Ca e P e diminuição da excreção pelos rins. Vit D fígado hidroxilação VIT D não ativa (pode ser armazenada). No rim: com estímulos -> forma ativa / sem estímulos -> forma inativa. Quando não há a necessidade de vit D, essa fica armazenada no fígado. Vit D ativa entra no enterócitoe se liga no receptor e produz RNA, faz tradução de ptna transportadora de Ca. EXCESSO: calcificação de tecidos moles, dificuldade de pressão arterial e falha renal. FALTA: hipocalcemia.
· VITAMINA E: Antioxidante. FALTA: antecipa o envelhecimento, causa problemas reprodutivos. EXCESSO: atrapalha trocas iônicas e não são conhecidas causas de toxidade frequente.
Metabolismo de Minerais 01/04/2013
Características dos minerais no organismo:
· Essencialidade dos minerais: não há explicações ou motivos para explicar a importância e a não importância dos minerais.
· Apenas quatro elementos formam 96% do peso corporal dos animais: C, H, N e O; não se sabe o porquê.
· O restante do peso (4%) é preenchido por quarenta elementos, sendo trinta deles essenciais.
· Para um mineral ser considerado essencial, deve: (a) está presente em quantidades semelhantes nos tecidos, independente da espécie; (b) sua falta provocará algum tipo de anormalidade, seja metabólica ou fisiológica; (c) se aumentar a quantidade do elemento na dieta, uma normalidade causada, anteriormente, pelo mesmo, será cessada; (d) a mesma anormalidade pode ser induzida.
· Podemos classificar os elementos em macro e microminerais, nada tendo a ver com seu peso molecular. 
· Macrominerais: exigido diariamente em maiores quantidades, pois estão presentes em grandes quantidades nos tecidos. Geralmente, são medidos em porcentagens, gramas por quilo ou miligramas por quilo. Ex.: Cálcio, fósforo, potássio, enxofre, magnésio, cloro, sódio etc. 
· Microminerais (elementos traço): exigido diariamente em menores quantidades, pois estão presentes em pequenas quantidades nos tecidos. Geralmente, são medidos em PPM, PPB, microgramas por quilo ou pico gramas por quilo. Ex.: selênio, iodo, ferro, zinco, cobre, cobalto etc.
· Os minerais se apresentam nos alimentos na forma livre ou combinados com outro elemento (orgânico C ou inorgânico outros elementos).
Funções Gerais dos Minerais:
· Composição de tecidos;
· Regulação de propriedades físico-quimicas;
· Regulação do pH (equilíbrio ácido-básico);
· Regulação da atividade de enzimas.
Absorção (disponibilidade) e biodisponibilidade:
· Todos os dias há perdas de elementos, portanto, há a exigência (reposição) dos elementos.
· Absorção (disponibilidade): quantidade do elemento que foi absorvido no TGI.
· Biodisponibilidade: o quanto do elemento foi realmente utilizado pelo animal (quanto que o animal ingeriu – quanto perdeu nas fezes – quanto perdeu na urina). 
· Espécie, idade e estado fisiológico (fatores inerentes ao animal) vão influenciar a absorção e biodisponibilidade dos elementos minerais no organismo.
· Quanto mais jovem for o animal, melhor é a capacidade absortiva. A taxa de crescimento também é relacionada a idade, o animal mais jovem tem biodisponibilidade maior porque está em fase de crescimento mais acelerada.
· Fatores relacionados à dieta (forma como o elemento se apresenta na dieta):
· Livres: mais facilmente absorvidos, desde que tenha seu transportador;
· Combinados: a absorção é mais difícil, pois o peso molecular é maior;
· Obs.: as moléculas orgânicas que acompanham elementos comuns ao organismo, como AA essenciais, tem rápida absorção pelo reconhecimento do organismo, enquanto que os elementos ligados ao esqueleto de carbono sem outros elementos conhecidos combinados, terão baixa e lenta absorção. 
· Obs2.: as moléculas inorgânicas também dependem da forma como são ingeridas: sulfatos (sulfurosas) ou oxidas, sendo a primeira melhor absorvida que a segunda, respectivamente.· pH: auxilia muito na absorção de elementos, pois a maior parte dos elementos está complexado a alguma ptna; para a mesma ser digerida, é necessária a acidez do estômago. Logo, quanto mais ácido o pH gástrico, maior será a disponibilidade (absorção) válido para a maioria dos elementos. 
· Presença de substâncias durante o processo digestivo: algumas dificultam a absorção dos elementos (oxalato e fitato presentes em alimentos de origem vegetal). Logo, reduzem a eficiência de absorção. O fitato (ácido fítico) se complexa o fósforo, cálcio, magnésio, manganês, zinco e cobre e impede sua absorção. 
Pontuações: 
· Oxalato: Bracheara -> oxalato, não ruminantes não digerem e não há absorção do mineral. Cavalos não podem pastejar em forragem de bracheara -> mal da cara inchada (Ca).
· Há a competição dos elementos, o alumínio, por exemplo, compete com o cálcio e o ferro e diminui a absorção do mesmo. O magnésio acelera o transito intestinal diminui a absorção de todos os elementos. O zinco, cobre e ferro competem entre si, se houver o desequilíbrio de um deles, ‘’bagunçará a taxa dos outros’’.
Metabolismo de Minerais 
Macrominerais:
· Cálcio: um dos mais importantes. Constitui 2% do peso corporal do animal e dessa quantidade 98% está presente nos ossos e nos dentes.
Funções: contração muscular, sinalização química (segundos mensageiros: cálcio e calmodulina), liberação de neurotransmissores (o cálcio entra nos neurônios para fundir as vesículas de neurotransmissores com a membrana), coagulação sanguínea, atividade de lipase pancreática (degradação de lipídios no intestino), degradação do glicogênio (ativação da fosforilase). O cálcio tem muitas funções no organismo.
Absorção no intestino delgado pela proteína calbindin.
Regulação no organismo: vitamina D, PTH (que aumentam a função da calbindin) e calcitonina (que diminui a função da proteína calbindin). Esses hormônios regulam o cálcio: vitamina D e PHT aumentam o cálcio no sangue através da remobilização óssea (estoeclastos degradam a matriz óssea e osteoblastos sintetizam a matriz óssa), do aumento da absorção de cálcio no TGI (aumentam a quantidade de proteína calbindin) e redução da excreção renal (aumenta a reabsorção renal). A calcitonina faz o inverso disso tudo. 
Deficiência: provoca uma anormalidade chamada hiperparatireoidismo secundário nutricional (aumento da atividade da paratireoide que produz o PTH – paratormônio) que gera raquitismo em animais jovens, osteoporose (trabéculas ósseas finas e ossos fracos) e osteomalácea (degeneração do tecido ósseo) e paresia puerperal em bovinos (febre do leite ou mal da vaca caída – paresia significa incordenação motora; puerpério é o período seguinte do parto, de involução uterina – é provocada pela falta de cálcio após o parto que foi mobilizado para a produção de leite, faltando cálcio para a contração muscular, e por isso o animal não consegue se levantar). A prevenção da febre do leite se dá com a diminuição da quantidade de cálcio disponível 30 dias antes do parto, adaptando o animal, aumentado a eficiência da absorção do cálcio no intestino. O mau da cara inchada acomete cavalos e acontece pela falta de cálcio em cavalos que estão em pasto de braquiária (forrageira comum rica em ácido oxálico ou oxalato, que se junta ao cálcio no intestino e evita que ele seja absorvido). Observa-se a perda do formato da cara do cavalo que não volta a sua forma normal nunca mais. 
Excesso: provoca parada cardíaca, hipercalcitoninismo nutricional (calcificação de tecidos moles – isso é muito difícil porque a absorção de cálcio é muito bem regulada). Fontes: calcário, farinha de carne e ossos e farinha de ossos. A disponibilidade de cálcio em produtos de origem animal é muito maior que de origem vegetal.
· Fósforo: segundo elemento mais abundante e mais importante para o organismo. Tem as funções mais variáveis possíveis. 
Funções: formação de ossos e dentes (80% do elemento estão nos ossos e nos dentes); constituintes de membranas (fosfolipídios), proteínas (caseína) e ácidos nucléicos; metabolismo em geral; equilíbrio ácido-base (tampão fosfato). 
Está diretamente relacionado com o metabolismo do cálcio. Existe uma relação ideal entre cálcio/fósforo que é de 2:1 Os mecanismos de regulação desses dois elementos são basicamente os mesmos. A calcitonina diminui o cálcio no sangue porque induz a síntese óssea e diminui o fósforo no sangue que também é mobilizado para a produção de osso. O paratormônio aumenta os níveis de cálcio no sangue que é retirado dos ossos e tem sua absorção no intestino aumentada e excreção nos rins diminuída. O paratormônio aumenta a excreção renal de cálcio, então a sua função é ajustar a relação de cálcio/fósforo, já que aumenta os níveis de cálcio e diminui os níveis do fósforo. A vitamina D aumenta os níveis de cálcio e de fósforo no sangue. Quando se falta cálcio e fósforo a vitamina D é muito importante. 
A deficiência de fósforo provoca desordens metabólicas, falta de apetite, perdas de peso e anormalidades ósseas. Quando falta fósforo na dieta e vitamina D aumenta acontece hipercalcificação porque a absorção de cálcio aumenta. Se eu tenho excesso de fósforo o paratormônio é liberado e os níveis de cálcio vão aumentar. O desequilíbrio de cálcio/fósforo é mais complicado que a falta deles.
· Magnésio: é o terceiro elemento em importância. Ele participa como cofator enzimático regulando o metabolismo. Ele regula a entrada de cálcio nas células. O magnésio dificulta a entrada do cálcio dentro do neurônio (compete com o cálcio), então esse mecanismo evita a entrada excessiva de cálcio nas células. Todas as vezes que se tem falta de magnésio na dieta a quantidade de cálcio que entra nas células aumenta, o que causa tetania das pastagens. Quando se coloca animais em pastos novos, que tem menor quantidade de magnésio, com o tempo os animais começam a apresentar tetania. A deficiência de magnésio causa hiperexcitabilidade (pode-se ter convulsão) e tetania. Ele é também indutor de motilidade intestinal e o seu excesso provoca diarreia nos animais. (calcário dolomítico tem presença elevada de magnésio e não deve ser dado ao animal por provocar diarréia e diminuir a absorção de cálcio. Devemos dar calcário calcítico).
· Potássio: principal eletrólito intracelular. Tem como funções o equilíbrio hidroeletrolítico, potencial de membrana e pressão osmótica do LIC. Ele faz parte do grupo de minerais chamado de sais minerais (minerais monovalentes: cloro, sódio e potássio). Está fortemente relacionado com o mecanismo de contração muscular (potencial de membrana). Para o músculo em repouso se contrair primeiro ele precisa de sódio para despolarizar a célula (cargas positivas dentro da célula) e promover a contração. O potássio sai das células e faz com que o músculo relaxe. Quando falta potássio se tem cãibra porque o músculo não consegue relaxar. O excesso de potássio também provoca cãibras. O relaxamento do músculo depende da velocidade de saída do potássio que se deve a diferença de concentração dele entre o lado de dentro e de fora. Quando se tem excesso do lado de fora ele sai devagar das células e induz cãibras. A cada processo de contração muscular e relaxamento um pouquinho do potássio do músculo é perdido para o sangue, por isso exercícios intensos levam a perda de potássio de dentro das células, causando cãibras. O excesso de potássio no organismo mata o animal porque provoca parada cardíaca já que o músculo cardíaco não repolariza ( o potássio não consegue sair do músculo cardíaco para despolarizar porque tem muito potássio do lado de fora).
· Sódio e Cloro: 
Sódio: regulação da pressão osmótica do LEC; potencial de membrana; absorção de monossacarídeos (carboidratos) e aminoácidos; regulação do consumo em ruminantes (os ruminantes tem regulação de consumo diferente dos monogástricos, já que o principal nutriente que regula o apetite dos nutrientes é o sódio. Quando a quantidade de sódio está alta no sangue o animal diminui o apetite e quando a quantidade se sódio está baixa no sangueo animal aumenta o apetite. Por isso nós damos sal mineral – sal comum adicionado de todos os outros elementos. É o balanço de todos os outros minerais com o sódio - para o ruminante que assim tem regulada a quantidade de sódio que ele precisa em balanço com todos os outros minerais).
Cloro: regulação do equilíbrio eletrolítico (neutralizador de cargas) e formação do suco gástrico. A deficiência de sódio, cloro e potássio causa perda de peso e depravação do apetite (come terra). Equinos tem mais necessidade de cloro por causa da sudorese.
· Enxofre: Ele sozinho não é importante. Ele só é importante porque está presente em compostos orgânicos, junto com outros componentes. Presente em compostos de importância biológica aminoácidos sulfurados (metionina, cistina e cisteína), insulina, taurina (acelera o metabolismo hepático e auxilia na desintoxicação do organismo; só não é sintetizada por gatos), tiamina e biotina. Suplementação animal: enxofre orgânico para monogástrico e enxofre inorgânico para ruminantes. O enxofre é o mais tóxico de todos esses elementos que vimos até agora porque o seu excesso induz a produção de ácido sulfídrico (H2S), extremamente letal para o organismo.
Metabolismo de Minerais 08/04/2013
Microminerais:
· Exigidos em pequenas quantidades.
· IODO: participa da constituição dos hormônios T3 e T4 (regulação do metabolismo energético quando presentes, o metabolismo é mais acelerado, por isso, geram calor). O iodo é facilmente absorvido no intestino delgado (em sua forma iônica) e é armazenado em grande quantidade (na forma de tireoglobulina quebra da mesma ptna libera T3 e T4) na tireoide, que garante o fornecimento de iodo por até três meses. A hipófise é quem regula os níveis de T3 e T4. Encontramos o iodo em grande quantidade em solos próximos ao litoral. A falta e o excesso de iodo não são comuns. 
· COBALTO: faz parte da vitamina cobalamina (B12), essa serve pra produção de hemácias, logo, sua falta causa anemia (essencial somente para ruminantes, pois não possuem fator intrínseco para ajudar na absorção de B12, o que, por fim, ocorre com muita dificuldade).
· SELÊNIO: faz parte da glutationaperoxidase (presente no citoplasma) antioxidante (extremamente importante no metabolismo, ajuda a vitamina E [presente na membrana] na proteção das células contra os radicais livres). A falta do mesmo diminui a quantidade dessa enzima, fazendo com que as células morram mais rápido, causando doenças em indivíduos novos e envelhecimento precoce em indivíduos mais velhos. 
· FERRO: faz parte das ptnas que transportam oxigênio e elétrons, importante na formação de hemoglobina, mioglobina e c. O fígado é o grande armazenador de ferro, onde as hemácias são degradadas (assim como no baço). É facilmente absorvido na forma ionizada (sulfato ferroso é a principal, já na forma óxida, a absorção é muito baixa). A deficiência de ferro provoca anemia ferropriva. O ferro é muito importante no metabolismo das bactérias, e há bactérias nos intestinos animais, assim sendo, o excesso de ferro está relacionado a distúrbios gastrointestinais, como a diarreia. 
· ZINCO: importante, pois é o elemento que mais participa nas reações enzimáticas. Sua deficiência está relacionada a redução de produtividade, lesão de pele, problemas reprodutivos etc. O excesso de zinco diminui a absorção de ferro, assim como o contrário também ocorre, além do cobre, que também é competidor.
· COBRE: participa da síntese de colágeno, melanina* e mielina*. A falta de cobre provoca despigmentação da pele, pelos e penas, além de problemas neurológicos. TAXIA, comete o rebanho e indisponibiliza cobre para o animal. 
· FLÚOR: não é considerado elemento essencial, a vida é tranquila sem sua presença. Porém, é uma das causas de intoxicação em animais e humanos; o elemento substitui o cálcio no metabolismo (hidroxiapatita vira fluorapatita), sendo assim, a fluorapatita será dificilmente removida, fazendo com que a capacidade de remodelação dos ossos seja perdida má formações ósseas, sensibilidade à fraturas (não há distribuição de forças), aumento da resistência óssea (rigidez e falta de elasticidade – osteopetrose), dentes quebradiços (fluorose). O flúor só intoxica quando há contato com a corrente sanguínea, logo, quando escovamos o dente, o flúor só aumenta a resistência do esmalte do dente, por isso, não devemos escovar os dentes dos animais com pastas humanas, pois eles podem as engolir.

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