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Local: Sala 1 - Sala de Aula - Térreo / Andar / Polo EAD Vitória da Conquista / EAD - UNIDADE VITÓRIA DA CONQUISTA Acadêmico: 030LPL3AM Aluno: CARINA CARVALHO BARBOSA Avaliação: A2 Matrícula: 193002610 Data: 8 de Abril de 2021 - 08:00 Finalizado Correto Incorreto Anulada ! Discursiva " Objetiva Total: 9,00/10,00 1 " Código: 29155 - Enunciado: “Navegar é um fado para os portugueses? Muitos pensam que sim. Essa ideia faz parte da identidade nacional portuguesa, pois a trajetória histórica vitoriosa ligada ao mar contribuiu para moldar a visão de mundo dos portugueses sobre si mesmos por muitos séculos. Assim, sua literatura, suas artes e as maneiras como narram a história do país estão marcadas por tudo o que envolve as navegações: encontros e desencontros, idas e vindas, despedidas e saudades, angústias e conquistas.” (Fonte: SCOTT, A. S. Os portugueses. São Paulo: Contexto, 2010. p. 91.) Diante do exposto, avalie a alternativa na qual o verso de Camões, transcrito do texto épico Os Lusíadas, sintetiza corretamente a reflexão destacada no texto de Ana Silvia Scott: a) Já no largo Oceano navegavam, / As inquietas ondas apartando; / Os ventos brandamente respiravam, / Das naus as velas côncavas inchando. b) No mar tanta tormenta e tanto dano, / Tantas vezes a morte apercebida! / Na terra tanta guerra, tanto engano, / Tanta necessidade avorrecida! c) As embarcações eram na maneira / Mui velozes, estreitas e compridas; / Ás velas com que vêm eram de esteira, / Duas folhas de palma, bem tecidas. # d) Daqui fomos cortando muitos dias, / Entre tormentas tristes e bonanças, / No largo mar fazendo novas vias, / Só conduzidos de árduas esperanças. e) Oh, maldito o primeiro que, no mundo, / Nas ondas vela pôs em seco lenho! / Digno da eterna pena do Profundo, / Se é justa a justa Lei que sigo e tenho! Alternativa marcada: d) Daqui fomos cortando muitos dias, / Entre tormentas tristes e bonanças, / No largo mar fazendo novas vias, / Só conduzidos de árduas esperanças. Justificativa: Resposta correta: Daqui fomos cortando muitos dias, / Entre tormentas tristes e bonanças, / No largo mar fazendo novas vias, / Só conduzidos de árduas esperanças.Estes versos, transcritos do Canto IV de Os Lusíadas, sintetizam o projeto das navegações para os portugueses. Neles, destacam-se as longas viagens pelos mares, as quais, conforme a reflexão da autora Ana Silvia Scott, representaram tanto as conquistas como as angústias, como se verifica nas antíteses 'tormentas tristes' x 'bonanças' e 'árduas esperanças'. Distratores:Já no largo Oceano navegavam, / As inquietas ondas apartando; / Os ventos brandamente respiravam, / Das naus as velas côncavas inchando. Errada. Nesses versos, Camões descreve as navegações, mas não destaca os sentimentos dos portugueses em relação às viagens, conforme a reflexão destacada no enunciado. Há, nos versos, as circunstâncias do início da viagem. As embarcações eram na maneira / Mui velozes, estreitas e compridas; / Ás velas com que vêm eram de esteira, / Duas folhas de palma, bem tecidas. Errada. Nesses versos, Camões descreve as embarcações que foram utilizadas na viagem. Neles não são apresentados os sentimentos contraditórios, entre glórias e dores, dos portugueses em relação às viagens.No mar tanta tormenta e tanto dano, / Tantas vezes a morte apercebida! / Na terra tanta guerra, tanto engano, / Tanta necessidade avorrecida! Errada. Nesses famosos versos, apresentados 1,50/ 1,50 no Canto I, estância 106, o sujeito épico camoniano critica as viagens e as ambições humanas que levam ao sofrimento e à morte.Oh, maldito o primeiro que, no mundo, / Nas ondas vela pôs em seco lenho! / Digno da eterna pena do Profundo, / Se é justa a justa Lei que sigo e tenho! Errada. Esses versos compõem o episódio 'Velho do Restelo', um personagem fictício que aparece no porto, no momento em que os navegantes se lançam ao mar. O Velho do Restelo amaldiçoa as navegações por considerá-las um projeto movido pela 'glória vã'. 2 " Código: 29092 - Enunciado: O Romantismo, movimento do século XIX, colocou em evidência o sujeito, em contraponto à sociedade moderna, cujas características são a coletivização e a fragmentação. O indivíduo configurado nos textos literários românticos pode ser um herói, no caso do Romantismo de caráter histórico, ou um sujeito dominado pelo amor, no caso do Romantismo de caráter individualista. Sendo assim, analise os versos do poema Não te amo de Almeida Garrett, a seguir reproduzido, e assinale a alternativa que corresponde à configuração do amor romântico expresso pelo eu lírico. Não te amo, quero-te: o amor vem d'alma. E eu n'alma — tenho a calma, A calma — do jazigo. Ai! não te amo, não. Não te amo, quero-te: o amor é vida. E a vida — nem sentida A trago eu já comigo. Ai! não te amo, não! Ai! não te amo, não; e só te quero De um querer bruto e fero Que o sangue me devora, Não chega ao coração. Não te amo. És bela; e eu não te amo, ó bela. Quem ama a aziaga estrela Que lhe luz na má hora Da sua perdição? E quero-te, e não te amo, que é forçado, De mau, feitiço azado Este indigno furor. Mas oh! não te amo, não. E infame sou, porque te quero; e tantoQue de mim tenho espantoDe ti, medo e terror...Mas amar!... não te amo, não. (Disponível em: <http://www.citador.pt/poemas/nao-te-amo-almeida-garrett>. Acesso em: 7 jun. 2018.) # a) O eu lírico evidencia a sua passionalidade, ainda que negue o amor que sente. b) O eu lírico evidencia a sua modernidade, pois seu discurso é fragmentado. c) O eu lírico evidencia a sua subjetividade, pois confessa seus medos ao leitor. d) O eu lírico evidencia a sua racionalidade para compreender o amor que sente. e) O eu lírico evidencia a sua individualidade, pois afasta de si a persona amada. Alternativa marcada: a) O eu lírico evidencia a sua passionalidade, ainda que negue o amor que sente. 1,00/ 1,00 Justificativa: Resposta correta:O eu lírico evidencia a sua passionalidade, ainda que negue o amor que sente.Uma das características do Romantismo é a passionalidade. Muito embora Almeida Garrett tenha sido o introdutor do Romantismo em Portugal, essa característica evidencia-se em muitos textos literários. A repetição da expressão “não te amo” está fundamentada em argumentos que se organizam por palavras que têm força semântica e revelam que o sujeito lírico está dominado pelo sentimento amoroso, ainda que se recuse a admiti-lo. Distratores:O eu lírico evidencia a sua racionalidade para compreender o amor que sente. Errada. O texto poético de Almeida Garrett é construído com palavras e expressões que indicam passionalidade, como “bruto”, “fero”, “perdição”, “espanto” e “terror”. Além disso, a racionalidade não é uma característica do Romantismo.O eu lírico evidencia a sua individualidade, pois afasta de si a persona amada. Errada. Em todos os versos do poema Não te amo, o eu lírico dirige-se à persona amada, evidenciando o sentimento que nutre por ela e que o domina. Dessa forma, o texto não apresenta a individualidade do eu lírico.O eu lírico evidencia a sua subjetividade, pois confessa seus medos ao leitor. Errada. O poema Não te amo apresenta tom confessional, como é característica do Romantismo. No entanto, as confissões apresentadas são dirigidas ao objeto do poema, e não ao leitor. Além disso, as confissões realizadas não revelam medo, mas uma contradição entre o que o eu lírico sente e o que acredita sentir.O eu lírico evidencia a sua modernidade, pois seu discurso é fragmentado. Errada. O texto poético Não te amo não se insere na estética modernista, que tem como uma de suas características a fragmentação do texto. Os textos românticos são discursivos e argumentativos, como o poema evidenciado. 3 " Código: 29162 - Enunciado: “Clepsidra” é o nome que se dá ao “relógio d’água”, um dos primeiros sistemas criados pelo homem para medir o tempo. Criada pelos egípcios cerca de 1.600 a.C., a clepsidra também foi utilizada pelos gregos antigos. O poder simbólico do objeto foi escolhido por Camilo Pessanha, poetasimbolista português, para dar nome a sua primeira publicação, em 1920. Sendo assim, leia a crítica sobre o livro Clepsidra, a seguir reproduzida. “A poesia de Camilo Pessanha fala do que o poeta não conseguiu alcançar, de uma transcendência vaga mas que por vezes é identificada, como no poema 'Se andava no jardim', com a posse frustrada de uma mulher; e do que se possuiu ou acreditou possuir, e que se perdeu ou não se possuiu senão ilusoriamente. Esta visão do mundo parece caracterizar-se antes de mais nada pela consciência lúcida da fugacidade e da ilusão, não só dos nossos sentimentos, como do próprio destino do homem. E a metáfora da água que corre vem dar toda a sua consistência a este sentimento trágico da transitoriedade, transitoriedade de resto sublinhada pelo título do livro. E pode imaginar-se que é por ter uma consciência muito aguda do caráter fugaz da vida humana e dos sentimentos que o poeta, recusando (talvez por orgulho, mas certamente também para evitar o sofrimento) as ilusões, aspira claramente a uma intemporalidade que sendo a da morte e a da paz, é também a de uma condição enfim sem ilusões”. (CAMILO, J. A Clepsidra de Camilo Pessanha. Persona, n. 10. Disponível em: <http://lusofonia.x10.mx/literatura_portuguesa/pessanha.htm#SIMBOLOGIA_DE_UM_TITULO (http://lusofonia.x10.mx/literatura_portuguesa/pessanha.htm#SIMBOLOGIA_DE_UM_TITULO) >. Acesso em: 2 abr. 2018.) Considerando o texto crítico, avalie as seguintes asserções e a relação proposta entre elas: I. Na poesia simbolista de Camilo Pessanha, a transitoriedade e a fugacidade representam a finitude da existência. PORQUE II. O fim do século XIX mudou a visão de mundo dos intelectuais, que desistiram da idealização romântica e abandonaram os ideais progressistas. Avaliando o exposto, conclui-se que: a) As asserções I e II são proposições falsas. # b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. c) A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa. 1,50/ 1,50 d) A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira. e) As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I. Alternativa marcada: b) As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I. Justificativa: Resposta correta: As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.O Simbolismo é um movimento artístico que surge no final do século XIX, em oposição às propostas do Romantismo e do Realismo. Os autores românticos elaboraram textos nos quais os personagens dos romances ou o eu lírico dos poemas alienavam-se da realidade concreta que os oprimia. Dessa forma, a subjetividade era enaltecida e os personagens eram valorizados por nuances de heroísmo. Os autores realistas propuseram que a literatura fizesse críticas à sociedade, a fim de que houvesse mudanças reais nas condições de vida e que o progresso e a ciência beneficiassem os homens. No entanto, o final do século confirmou que o mundo estava em decadência, pois o ser humano era massacrado pela coletividade, e as transformações sociais positivas não se concretizaram. Além disso, as doenças epidêmicas impunham a certeza da morte. Esse contexto mudou a forma de pensar dos intelectuais finisseculares. Portanto, nos textos simbolistas, exemplificados pela poesia de Camilo Pessanha, evidenciam-se a transitoriedade e a fugacidade que expressam a certeza da morte, ou seja, da finitude da existência. 4 " Código: 29082 - Enunciado: A obra Os Lusíadas, de Luiz Vaz de Camões, é um poema épico que glorifica a História de Portugal. Publicada em 1572, no período do Renascimento, Os Lusíadas é uma epopeia moderna, cuja narrativa não linear exalta os grandes feitos de Portugal, especialmente as batalhas e as navegações. Dessa forma, Camões destaca reis, navegadores e portugueses anônimos que colaboraram para que Portugal se tornasse o maior império da Europa. Com o desaparecimento de D. Sebastião em Alcácer-Quibir, no Marrocos, Portugal ficou sem um representante para assumir o trono, pois o rei não tinha deixado herdeiros. Assim, D. Filipe II, da Espanha, reivindicou o trono português, alegando um grau de parentesco com os monarcas de Portugal. Dessa maneira, Portugal perdeu sua independência e ficou sob o domínio da Espanha, entre 1580 e 1640, período que ficou conhecido como União Ibérica. Nesse período, a obra de Camões adquiriu especial importância. Considerando a situação exposta, identifique a alternativa que explica a razão pela qual Os Lusíadas tornou- se mais valorizados durante a União Ibérica: a) A ideologia cristã presente no texto d’Os Lusíadas intensificava a fé do povo português de que seu país voltaria a ser livre e grandioso. b) Em Os Lusíadas, o povo português é mais valorizado que os reis e, dessa forma, a obra representava uma convocação à luta pela liberdade. c) Os Lusíadas alcançou mais êxito na Espanha do que em Portugal e, por essa razão, o livro foi mais valorizado durante a Dinastia Filipina. d) Por ter organizado e valorizado a língua portuguesa, a obra Os Lusíadas era interpretada como uma resistência à língua espanhola dos inimigos. # e) A idealização de Portugal, expressa na obra Os Lusíadas, representava um contraponto à submissão dos portugueses aos espanhóis. Alternativa marcada: e) A idealização de Portugal, expressa na obra Os Lusíadas, representava um contraponto à submissão dos portugueses aos espanhóis. 0,50/ 0,50 Justificativa: Resposta correta: A idealização de Portugal, expressa na obra Os Lusíadas, representava um contraponto à submissão dos portugueses aos espanhóis.Os Lusíadas são uma obra na qual a História de Portugal é contada sob a visão nacionalista de Camões. Dessa forma, os reis e nobres, os navegantes e o povo são idealizados no texto, valorizando a pátria portuguesa. A primeira publicação d’Os Lusíadas data de 1572, e a obra foi lida para o rei D. Sebastião que, exaltado pelo texto, resolveu defender seu povo combatendo os árabes em Alcácer-Quibir. No entanto, o rei desapareceu no deserto em 1578, o que abriu caminho para que D. Filipe II, rei da Espanha, assumisse o trono de Portugal. No mesmo ano que se inicia o domínio da Espanha, 1580, Camões falece, tornando-se um mito que representava a nacionalidade portuguesa. Distratores:Por ter organizado e valorizado a língua portuguesa, a obra Os Lusíadas era interpretada como uma resistência à língua espanhola dos inimigos. Errada. De fato, em Os Lusíadas, Camões sistematiza a língua portuguesa, utilizando muito pouco a língua espanhola, que era presente nos textos literários e documentos historiográficos. No entanto, embora a língua portuguesa seja uma marca do nacionalismo lusitano, a língua espanhola não foi integralmente adotada pelos portugueses. Portanto, não se pode considerar a importância de Os Lusíadas como resistência à língua estrangeira. Mesmo durante a Idade Média, período anterior ao Renascimento, quando o épico camoniano foi publicado, os portugueses utilizavam o galaico-português, uma língua mista, e não a língua hispânica.A ideologia cristã presente no texto d’Os Lusíadas intensificava a fé do povo português de que seu país voltaria a ser livre e grandioso. Errada. A fé cristã marca toda a história de Portugal. Desde o mito do “Milagre de Ourique” – pelo qual Cristo teria aparecido ao primeiro rei da nação, para legitimar os portugueses como povo escolhido por Deus e que, por esse motivo, venceria os mouros infiéis – o imaginário cristão fazia parte das narrativas orais. O texto camoniano é repleto de deuses pagãos latinos, a fim de seguir a estética clássica adotada por Virgílio. Portanto, o cristianismo presente em Os Lusíadas apenas é coerente com a fé cristã que, desde a Idade Média, orientou o povo português.Em Os Lusíadas, o povo português é mais valorizado que os reis e, dessa forma, a obra representava uma convocação à luta pela liberdade. Errada. Em Os Lusíadas, destacam-se as figuras dos reis portugueses ede seus grandes feitos. Os navegantes e o povo anônimo fazem parte do texto como colaboradores da grandeza de Portugal. Não há, no texto épico, referências a uma valorização do povo que se sobreponha ao valor dos reis que conduzem a história narrada. Os leitores de Os Lusíadas identificam o elogio aos grandes reis tanto quanto ao povo simples.Os Lusíadas alcançou mais êxito na Espanha do que em Portugal e, por essa razão, o livro foi mais valorizado durante a Dinastia Filipina. Errada. Os Lusíadas é considerado, pelos lusitanos, como a “bíblia portuguesa”, tal o valor que os portugueses atribuem ao livro. Em oposição, os espanhóis, durante longo tempo adversários dos portugueses, não tomariam o livro como símbolo da nacionalidade espanhola. Ainda hoje, Os Lusíadas é um dos textos mais lidos e venerados pelos portugueses. 5 ! Código: 29175 - Enunciado: O século XIX registrou grandes transformações sociais. Se, por um lado, avanços científicos prometiam melhores condições de vida para todos, por outro as questões políticas, especialmente em Portugal, intensificavam as diferenças sociais e as condições de vida sub-humanas para os menos favorecidos economicamente. Uma das grandes mudanças sociais verificadas no século XIX foi consequência da Revolução Industrial, que promoveu uma evasão do homem do campo para a cidade, transformando o agricultor em operário de fábrica. Em decorrência disso, as cidades, que não estavam preparadas para receber um grande número de novos habitantes, tornaram-se caóticas. O indivíduo sentia-se esmagado pela coletividade. A aglomeração humana propiciava o surgimento de doenças contagiosas, que levavam a um alto índice de mortalidade. As pessoas passaram a conviver com a possibilidade da morte, o que impedia grandes projetos para a própria existência. O 2,50/ 2,50 progresso acenava com o bem-estar, mas era preciso que a sociedade se organizasse. No entanto, a desordem social tornou-se uma realidade, provocando o “mal-estar da modernidade”. Três movimentos literários surgiram no século XIX e refletiram, de acordo com suas propostas, esse contexto social: o Romantismo, o Realismo e o Simbolismo. Isso posto, sintetize as propostas de cada movimento destacado considerando o contexto da Modernidade no século XIX. Resposta: O romantismo influenciou as artes de forma geral, a filosofia e até mesmo o pensamento político de sua época. Tendo como objetivo se diferenciar do pensamento iluminista que pregava a objetividade e colocava a razão no centro do mundo. Os autores retratavam o drama humano, as emoções vivenciadas pelas pessoas, os amores trágicos e ideais utópicos. Já o Realismo representava a realidade vivida pela sociedade, fazendo críticas a temas sociais. A linguagem era direta e objetiva, ao contrário do subjetivismo encontrado no Romantismo. E o Simbolismo representava uma visão subjetiva, simbólica e espiritual do mundo. Sendo uma reação às correntes cientificistas e positivistas do último quartel do século XIX. Justificativa: Expectativa de resposta:O Romantismo tinha como proposta literária a valorização da subjetividade, destacando a figura humana, com seus sentimentos e emoções, mas alienando-se dos problemas sociais.O Realismo defendia a literatura como função social, e, portanto, o texto literário deveria despertar a consciência do leitor para as mazelas sociais, o que o levaria a uma reação positiva, possibilitando que a sociedade se modernizasse para o bem-estar de todos.O Simbolismo revelava o pessimismo que acometeu o homem inserido na Modernidade ao perceber que as promessas de progresso e evolução social não se haviam cumprido. Assim, o movimento propôs uma fuga da realidade para o mundo dos sonhos e dos devaneios, em uma “torre de marfim”. 6 " Código: 29086 - Enunciado: Fernando Pessoa (1888-1935) foi um dos maiores gênios da literatura. Sua obra literária inclui uma vasta poesia lírica, bem como textos em prosa como reflexões, manifestos, traduções, crítica literária, ensaios e dramaturgia. No entanto, sua característica mais festejada pela crítica e estudada por acadêmicos é a criação de heterônimos, dos quais se destacam Alberto Caeiro, Ricardo Reis e Álvaro de Campos. Segundo Silvana Oliveira, “a criação dos heterônimos representa, na produção de Fernando Pessoa, um exercício estético e artístico, pois ao criar outras identidades, o mundo passa a ser visto sob perspectivas variadas e múltiplas”. (OLIVEIRA, Silvana. Análise de textos literários: poesia. Curitiba: Intersaberes, 2017, p. 190.) Sendo assim, relacione cada heterônimo às características listadas: A – Alberto Caeiro. I – Poeta moderno e questionador. B – Ricardo Reis. II – Oposição entre pensar e sentir. C – Álvaro de Campos. III – “Guardador de rebanhos”. IV – Filósofo de tendência clássica. A correspondência correta é: a) A – III; B – I e II; C – IV. b) A – I; B – IV; C – II e III. c) A – IV; B – II e III; C – I. # d) A – II e III; B – IV; C – I. e) A – II; B – IV; C – I e III. Alternativa marcada: d) A – II e III; B – IV; C – I. Justificativa: Resposta correta: A – II e III; B – IV; C – I.Alberto Caeiro é o heterônimo de Fernando Pessoa considerado o mestre de todos os outros devido à sabedoria genuína que 0,50/ 0,50 revela em seus poemas. Apesar de ser criado por Pessoa como o mais jovem dos heterônimos e de ter apenas instrução primária, Caeiro apresenta, em versos aparentemente simples, a oposição entre o pensar e o sentir. Segundo ele, que vivia no campo, o homem é um ser doente, porque pensa. Assim, ele defendia o sensacionismo ligado à natureza. Caeiro denominava-se um “guardador de rebanhos” — e não um pastor de rebanhos —, por considerar que o ser humano não é superior a todos os elementos da natureza.Ricardo Reis foi configurado por seu criador, Fernando Pessoa, como um médico que estudou em um colégio de jesuítas, mas que optou pelo paganismo (crença em muitos deuses) devido à sua formação em filosofia clássica.Álvaro de Campos representa o alter ego de Fernando Pessoa, que atribuiu a esse heterônimo a condição de homem moderno. Engenheiro formado, especialista em engenharia mecânica e engenharia naval, Campos é um intelectual questionador dos comportamentos modernos, ainda que seja, ele mesmo, um homem submetido ao conforto que a modernidade oferece.Sendo assim, temos a seguinte relação: Alberto Caeiro (A) possui como tema a oposição entre pensar e sentir (II) e se define como um “guardador de rebanhos” (III); Ricardo Reis (B) é um filósofo de tendência clássica (IV); e Álvaro de Campos (C) é um poeta moderno e questionador (I). Distratores:A – II; B – IV; C – I e III. Errada. Nesta alternativa, está errada a relação entre Álvaro de Campos (C) e a denominação “guardador de rebanhos” (III), pois Campos era um engenheiro moderno, que vivia na cidade, e não no campo. As outras duas relações que associam Alberto Caeiro (A) e a característica “oposição entre pensar e sentir” (II) e Ricardo Reis (B) a um “filósofo de tendência clássica” (IV) estão corretas.A – IV; B – II e III; C – I. Errada. Nesta alternativa, está errada a relação entre Alberto Caeiro (A) e a característica “filósofo de tendência clássica” (IV), pois Caeiro era um homem do campo e teve apenas a instrução primária. Também estão erradas as relações entre Ricardo Reis (B) e a “oposição entre pensar e sentir” (II), tendo em vista que Reis era intelectualizado e não desenvolveu o sensacionismo, e a denominação “guardador de rebanhos” (III), pois ele era um médico com formação filosófica e humanista. Sendo assim, está correta, apenas, a relação entre Álvaro de Campos (C) e a característica definida como “poeta moderno e questionador” (I).A – I; B – IV; C – II e III. Errada. Nesta alternativa, está associado, de forma incorreta, o heterônimo Alberto Caeiro (A) com a característica definida como “poeta moderno e questionador” (I), tendo em vista que Caeiro era um homem simples do campo. Também estão incorretas as associações entre Álvaro de Campos (C) e as características “oposiçãoentre pensar e sentir” (II) e “guardador de rebanhos” (III), pois Campos era um engenheiro intelectual e moderno. Deve-se notar que o sensacionismo é umas das características de Campos, mas não como oposição. Ele é envolvido pelas sensações da modernidade, mas intelectualiza o que sente. Assim, está correta apenas a relação entre Ricardo Reis (B) e a definição “filósofo de tendência clássica” (IV).A – III; B – I e II; C – IV. Errada. Nesta alternativa, somente a primeira relação foi estabelecida corretamente. Alberto Caeiro (A) é, de fato, um “guardador de rebanhos” (III), porque é um homem do campo que não se sente superior à natureza, motivo pelo qual não se denomina, como é comum, um pastor de rebanhos. As demais relações estão incorretas. Ricardo Reis (B) não é um “poeta moderno e questionador” (I), porque seus poemas se contextualizam com o mundo clássico, e não apresenta a “oposição entre pensar e sentir” (II), porque ele voltado para o mundo das ideias, e não para a realidade física e, portanto, não evidencia as sensações. Também está errada a relação entre Álvaro de Campos (C) e a característica “filósofo de tendência clássica” (IV), porque Campos é um engenheiro moderno, voltado para as ciências exatas e não para a filosofia. 7 ! Código: 29168 - Enunciado: Na segunda metade do século XIX, Portugal procurava modernizar-se, acertando o passo com os países mais desenvolvidos da Europa. Neste contexto, surge a figura poética de Cesário Verde, autor que, segundo os críticos, melhor registrou as mudanças ocorridas, especialmente na cidade de Lisboa. No poema O Sentimento 1,50/ 1,50 dum Ocidental, Cesário Verde inova a linguagem literária, transformando o eu lírico em um observador que caminha pela cidade, destacando os aspectos urbanos e os habitantes anônimos que circulam, envolvidos pelo “espírito da modernidade”. Sendo assim, leia os versos do poema O Sentimento dum Ocidental destacados: I. Ave-MariaNas nossas ruas, ao anoitecer,Há tal soturnidade, há tal melancolia,Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresiaDespertam-me um desejo absurdo de sofrer. O céu parece baixo e de neblina,O gás extravasado enjoa-me, perturba;E os edifícios, com as chaminés, e a turbaToldam-se duma cor monótona e londrina. [...]II. Noite fechada[...] Na parte que abateu no terremoto,Muram-me as construções retas, iguais, crescidas;Afrontam-me, no resto, as íngremes subidas,E os sinos dum tanger monástico e devoto. Após a análise dos versos, responda às questões propostas: 1 – Identifique pelo menos cinco palavras ou expressões que representem a modernidade.2 – Determine e demonstre, com passagens do texto, o sentimento do eu lírico inserido na modernidade. Resposta: Soturnidade, bulício, Tejo, toldam-se e monástico são palavras que representam a modernidade. Podemos perceber que o eu lírico se sente descontente com a paisagem urbana, lhe despertando sentimentos de tristeza e angustia. Sendo evidente nos versos ;"Nas nossas ruas, ao anoitecer, /Há tal soturnidade, há tal melancolia, / Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia /Despertam-me um desejo absurdo de sofrer." Justificativa: Expectativa de resposta:1 – Podem ser identificados os seguintes vocábulos: “ruas”, “bulício”, “gás” (“gás extravasado”); “edifícios”, “chaminés”, “turba”, “londrina”, “construções” (“construções retas”).2 – O eu lírico não se sente adequado à modernidade. No último verso da primeira estrofe, o eu lírico revela “um desejo absurdo de sofrer”. No segundo verso da segunda estrofe, declara que o “gás extravasado” provoca-lhe enjoos e o perturba. Na estrofe de “Noite fechada”, dois verbos indicam o mal-estar sentido pelo eu lírico inserido na modernidade: “muram-me” e “afrontam-me”. 8 " Código: 29161 - Enunciado: A poesia lírica clássica elegeu o soneto como forma para expressar os temas que versavam sobre a existência humana. Luís Vaz de Camões, poeta português renascentista, escreveu poemas em diversas formas — odes, redondilhas, trovas etc. —, mas sua melhor produção poética está nos sonetos, que podem ser divididos em duas grandes tensões: o Amor e o Desconcerto do Mundo. Leia o soneto, a seguir, de Camões, sobre o Desconcerto do Mundo: Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades, Muda-se o ser, muda-se a confiança; Todo o mundo é composto de mudança, Tomando sempre novas qualidades.Continuamente vemos novidades, Diferentes em tudo da esperança; Do mal ficam as mágoas na lembrança, E do bem, se algum houve, as saudades.O tempo cobre o chão de verde manto, Que já coberto foi de neve fria, E enfim converte em choro o doce canto.E, afora este mudar-se cada dia, Outra mudança faz de mor espanto: Que não se muda já como soía . (Disponível em: <: https:// (https://pt.slideshare.net/mariagois71216/mudamse-os- tempos)pt.slideshare.net/mariagois71216/mudamse-os-tempos 1 0,00/ 1,00 (https://pt.slideshare.net/mariagois71216/mudamse-os-tempos)>. Acesso em: 2 maio 2018.) Após a análise do poema, indique a alternativa que apresenta uma afirmação correta sobre a posição do eu lírico: # a) No soneto, Camões reflete sobre as mudanças do mundo, que ocorrem sempre para pior e deixam angustiado o sujeito lírico. b) No soneto, Camões convoca os leitores a mudarem de atitude, a fim de que o mundo seja um lugar melhor para se viver. c) O Tempo é uma entidade literária que representa a esperança de mudanças positivas, pois o mal não dura para sempre. d) As metáforas da natureza representam que novos tempos surgirão trazendo felicidade, pois, após o inverno, vem a primavera. e) No verso “do mal ficam as mágoas na lembrança” (segunda estrofe), o eu lírico revela que o seu pessimismo é a causa de todo mal. Alternativa marcada: c) O Tempo é uma entidade literária que representa a esperança de mudanças positivas, pois o mal não dura para sempre. Justificativa: Resposta correta:No soneto, Camões reflete sobre as mudanças do mundo, que ocorrem sempre para pior e deixam angustiado o sujeito lírico.A poesia lírica de Luís Vaz de Camões é dividida, pela teoria literária, em duas tensões: o Amor e o Desconcerto do Mundo. O soneto destacado no enunciado pertence ao Desconcerto do Mundo. Dessa tensão, fazem parte os sonetos nos quais Camões reflete sobre a existência humana. O eu lírico camoniano considera que as mudanças que ocorrem no mundo não são mais movidas pelos verdadeiros valores humanos e cristãos. Deve-se observar que, nos dois primeiros versos da segunda estrofe, o eu lírico declara que as mudanças ocorridas no mundo não promovem esperança em seu ser. Distratores:No soneto, Camões convoca os leitores a mudarem de atitude, a fim de que o mundo seja um lugar melhor para se viver. Errada. O soneto de Camões não apresenta marcas discursivas que possam ser identificadas como uma interlocução direta com o leitor. O poema apresenta uma reflexão sobre as mudanças que ocorrem no mundo e, portanto, é subjetivo.O Tempo é uma entidade literária que representa a esperança de mudanças positivas, pois o mal não dura para sempre. Errada. Ao contrário da afirmação apresentada nesta alternativa, o eu lírico não manifesta esperança de que haja mudanças positivas no mundo, o que se comprova pelas antíteses elaboradas, as quais indicam que o mundo muda para pior.As metáforas da natureza representam que novos tempos surgirão trazendo felicidade, pois, após o inverno, vem a primavera. Errada. As metáforas da natureza são apresentadas na terceira estrofe. Elas indicam que, após uma mudança que parecia ser para melhor (“o tempo cobre o chão de verde manto”), novamente o mundo muda para pior, pois o “doce canto” foi convertido em “choro”.o verso “do mal ficam as mágoas na lembrança” (segunda estrofe), o eu lírico revela que o seu pessimismo é a causa de todo mal. Errada. Esta alternativa apresenta uma relação causa-efeito inversa. O eu lírico mostra-se pessimista porque constata que o mundo muda para pior. Não é o seu pessimismo que provoca as mudanças indesejáveis, como se verifica no verso “todo o mundo é composto de mudança”.
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