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Tratamento Cirurgico Da DRGE

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Tratamento Cirúrgico 
da DRGE
Tratamento Cirúrgico 
da DRGE
Introdução:
A doença do refluxo gastroesofagico(DRGE) é uma desordem da motilidade do esôfago, na qual ocorre 
o refluxo do acido gástrico para o esôfago. Esta exposição prolongada pode causar sintomas e/ou 
danos ao tecido do esôfago;
A hérnia de hiato pode estar ou não a associado DRGE, entretanto muitas pessoas podem ter hérnia 
de hiato não apresentar refluxo, e muitas pessoas podem ter refluxo sem apresentar hérnia.
Os tratamentos da DRGE vão desde mudanças de hábitos de vida e alimentares a tratamentos 
medicamentosos com inibidores da bomba de prótons (IBPs) chegando até ao tratamento cirúrgico.
É uma opção para pacientes refratários aos IBPs, ou seja, que continuam com os sintomas de 
DRGE ou com esofagite mesmo após tratamento medicamentoso;
Indicações:
Pacientes com alterações estruturais que impliquem em refluxo patológico, como hérnia hiatal 
grande, também são bons candidatos para cirurgia.
Por Juliana Benício 
Clínica Cirúrgica 
Exames pré-operatórios:
Gerais:
- Hemograma;
- Ureia e creatinina; 
- Glicemia de jejum;
- ECG.
Específicos:
- EDA: identificar complicações do refluxo gastroesofágico; 
- Manometria esofágica: visa analisar a musculatura do EEI, para descartar outras causas;
- Radiografia contrastada (seriografia): avalia anatomicamente, principalmente a possibilidade de 
uma hérnia de hiato; 
Principais indicações são:
• Melhora não satisfatória com o tratamento 
clínico.
• Necessidade de uso contínuo de medicação 
para o controle dos sintomas, ou seja, a 
pessoa não consegue ficar sem remédio.
• Pacientes jovens, especialmente aqueles com 
menos de 40 anos de idade, com sintomas 
mais difíceis de controlar e que necessitarão 
usar remédio de forma continuada pelo resto 
da vida.
• Quando não é possível a continuidade do 
tratamento clínico por muito tempo, por 
exemplo, por impossibilidade de arcar 
financeiramente com o tratamento a longo 
prazo ou por causa de efeitos colaterais das 
medicações.
- pHmetria de 24 horas: investiga e registra os episódios de refluxo ácido apresentados pelo 
paciente, bem como a verificação se o refluxo em si tem relação com sintomas, em qual 
intensidade, frequência, horário e posição.
Técnicas existentes atualmente:
FUNDOPLICATURA LAPAROSCÓPICA:
Ou técnica de Nissen (fundoplicatura 360°) -> é a principal técnica 
- Implica na correção de hérnias hiatais e na criação de uma válvula unidirecional, utilizando a 
superfície posterior do fundo gástrico ao redor do esôfago distal
- Complicação: disfagia e sintomas obstrutivos, diarreia, dor torácica e dificuldade de eructação
- Pode enfraquecer com o tempo, resultando em hérnia paraesofágica
- A eficiência dessa técnica varia de acordo com a experiência do cirurgião 
BYPASS GÁSTRICO 
É indicada para pacientes com DRGE e que também são obesos
Nas pessoas com IMC muito alto as fundoplicaturas tendem a falhar 
Existem outras técnicas, com fundoplicaturas parciais:
- técnica de Dor (180°)
- técnica de Toupet (270°) 
LINX (Magnetic Sphincter Aumentation) 
É uma técnica recente que consiste em aumentar o esfíncter esofágico inferior através de anéis 
magnéticos de titânio por via laparoscópica
Efeito colateral comum: disfagia 
Possui menos efeitos adversos, mas ainda não se conhecem as consequências desse metal nos corpo 
a longo prazo.
TÉCNICAS ENDOSCÓPICAS 
São menos invasivas e mais seguras. Porém, são caras e pouco disponíveis
As duas técnicas mais importantes são a fundoplicatura transoral (transoral incisionless 
fundoplication – TIF ou EsophyX) e a Stretta (Radiofrequency Energy Delivery to the Lower 
Esophageal Sphincter).
- TIF: tem o objetivo de reduzir hérnias hiatais existentes e criar uma válvula mecânica no esfíncter 
esofágico inferior através da endoscopia e sem a necessidade de incisão.
- Stretta: trata-se de uma aplicação de radiofrequência no músculo liso da junção esôfago-
gástrica.
Dieta após a cirurgia:
Na primeira semana o paciente receberá apenas líquidos, na segunda semana poderá se alimentar 
de alimentos mais pastosos e assim vai evoluindo na consistência dos alimentos, semana a semana, 
até consistência sólida quando terminar o primeiro mês.
Do ponto de vista dietético, o mais importante a ser dito é que o paciente tem que aprender a 
comer mais lentamente e em porções menores. Ninguém está falando aqui que o paciente comerá 
menos, na realidade pode comer a mesma quantidade de antes, mas numa dieta fracionada em mais 
refeições diárias.
Com esta mudança de hábito alimentar, o paciente pode acabar perdendo bastante 
peso no pós-operatório imediato, mas acaba retornando ao peso habitual, depois 
que ele passa a fazer uso dos alimentos que fazia antes.
Há necessidade de um tempo de repouso depois da cirurgia, lógico, mas habitualmente os 
paciente retornam depois de 15 dias às suas atividades rotineiras. O principal motivo para o 
afastamento é, na verdade, a necessidade de um tempo de adaptação à dieta e nem tanto pela 
questão física.
Repouso:
O paciente já fica muito bem disposto logo nos primeiros dias da cirurgia e terá apenas aqueles 
incômodos comuns a qualquer  laparoscopia, que são a sensação de estufamento no abdome e que 
normalmente dura uns 3 dias e um certo desconforto nas costas e nos ombros, que geralmente 
dura um ou dois dias.
Atividade física vigorosa, como futebol ou musculação, por exemplo, só será permitida depois de 
dois meses de pós-operatório.
No intraoperatório o risco maior é o sangramento e lesões em estrutura peri esofágicas (estômago, 
baço, e o próprio esôfago).
Após o procedimento o paciente pode perder a capacidade de eructar e vomitar, pessoas as vezes 
necessitam de passagem de sonda para esvaziar o conteúdo gasoso do estômago.
2/3 dos doentes podem apresentar dificuldade para deglutir (disfagia), após a cirurgia;
- Resolução após 6-8 semanas.
Síndrome do “inchaço”: ocorre por causa da deglutição intensa pós cirurgia, desta forma o paciente 
irá deglutir grandes quantidades de ar, causando distensão do abdome;
- Se resolve com o passar do tempo.
Riscos e resultados:
Há circunstancia em que a cirurgia falha, estas falhas podem acontecer 
por diversas razões, uma delas é o própria técnica cirúrgica.

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