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Papel do médico em situações de Violência contra crianças e adolescentes

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O papel do médico no atendimento de crianças e adolescentes vítimas de violência 
INTRODUÇÃO: 
Após a suspeita e diagnostico de que a criança e 
o adolescente são vítimas de violência, o médico 
deve classificar a gravidade do caso para tomar a 
decisão de conduta. 
São 4 níveis de gravidade, usando 4 ferramentas 
para classificação: 
• Tipo e intensidade da agressão 
• Situação geral da vítima 
• Perfil do agressor 
• Contexto familiar 
Grau Leve : 
É identificado como situação de violência leve e 
sem risco de revitimização 
Características: 
• Vítima: bom estado geral, agressão que não 
necessita tratamento ambulatorial ou hospi-
talar; 
• Agressor: sem antecedentes violência que 
aceita rever sua postura em relação à cri-
ança; 
• Família: condições de proteger a criança; 
 
Conduta: 
• Orientação sobre consequências violência; 
• Retorno à moradia com responsáveis legais; 
• Notificação ao Conselho Tutelar e ao Sis-
tema de Informação de Agravos de Notifi-
cação (Sinan) - Ministério da Saúde, de 17 
de fevereiro de 2016; 
• Avaliação responsáveis e outros filhos; 
• Solicitação avaliação domiciliar e levanta-
mento situação escolar pelo serviço social, 
agentes saúde ou Conselho Tutelar; 
• Encaminhamentos necessários para a vítima 
e agressores: psicoterapêuticos, sociais e 
proteção legal; 
• Reavaliação em tempo breve situação de 
violência e resultado dos encaminhamentos; 
Grau Grave : 
Se caracteriza por casos graves ou com risco reviti-
mização. 
Características: 
• Vítima: estado geral regular, sintomas físicos 
e psíquicos, auto agressão ou agressão por 
outro que necessita de tratamento ambula-
torial; 
• Agressor: antecedentes de violência; 
• Família: omissa ou que resiste ao acompa-
nhamento, incapaz de proteger a vítima. 
Conduta: 
• Priorização de atendimento; 
• Opção de internação: conferir + tempo 
para avaliar o quadro e afastar o 
agressor; 
• Avaliação geral da vítima; 
• Levantamento de ocorrências anteriores; 
• Levantamento de histórico familiar de vi-
olência; Avaliação das possibilidades 
de tratamento do agressor; 
• Avaliação das consequências da vio-
lência para a vítima; 
• Avaliação dos outros membros da famí-
lia; 
• Notificação: Conselho Tutelar, Ministério 
Público ou Vara da Infância e Juven-
tude 
• Notificação ao Sinan 
• Encaminhamentos: saúde, social e de 
proteção (ECA) 
Grau Gravíssimo: 
Ocorre quando é identificado situação de violên-
cia gravíssima associada ao risco de morte: 
Características: 
• Vítima: mau estado geral ou com sequelas 
graves pela violência crônica; 
• Agressor (a) com transtorno comportamento 
(perverso, pedófilo, sociopata, psicopata); 
• Agressão que necessita de tratamento hos-
pitalar ou acompanhamento psicológico; 
• Família conivente ou agressora, incapaz de 
proteger a vítima; 
Conduta: 
• Atendimento imediato; 
• Internação hospitalar; 
• Afastamento do agressor; 
• Notificação Conselho Tutelar (solicitar pre-
sença); 
• Notificação Vara da Infância e Juventude e 
Ministério Público; 
• Notificação ao Sinan; 
• Encaminhamento à delegacia: ocorrência 
policial (BO); 
• Solicitação do exame pericial do IML; 
• Questões policiais e judiciais devem ser 
abordadas após o atendimento das neces-
sidades médicas emergenciais da vítima 
(exame físico, procedimentos médicos indica-
dos para o caso e a respectiva conduta); 
VIOLÊNCIA SEXUAL: 
Possui características especificas, devendo ser ime-
diatamente reconhecidas para que a vitima possa 
ser tratada: 
 
Conduta: 
• Coleta material provas forenses (médico ur-
gência ou perito IML): Pesquisa espermato-
zóide/sêmen, DNA, pelo; Cavidade 
oral/pele/subungueal; Secreção vagi-
nal/anal/períneo 
• Risco morte: afastamento imediato agressor 
internação/acolhimento; 
• Desencadear/assegurar cumprimento medi-
das proteção legais; 
• Acompanhamento: serviços de saúde, social, 
justiça e segurança; 
• Tratamentos: saúde física e psíquica, tanto 
da vítima como dos responsáveis não 
agressores; 
LINHA DE CUIDADO COM A CRIANÇA: 
A linha de cuidado é uma estratégia para a ação, 
um caminho a ser percorrido para o alcance da 
atenção integral, uma vez que cria a sinergia entre 
os profissionais envolvidos e fortalece a responsabi-
lização dos serviços numa cadeia de produção do 
cuidado em todos os espaços da atenção e de 
proteção (BRASIL, 2010). 
 
 
FLUXO DE ATENDIMENTO: 
O fluxo de atendimento terá, como base, o tipo de 
violência. Dessa forma, podemos colocar a vitima em 
uma rede de cuidado para que ela seja acolhida e 
amparada 
 
 
NOTIFICAÇÃO DE CASOS SUSPEIROS E CONF IRMA-
DOS: 
Para realizar a notificação, o médico deve seguir os 
seguintes passos: 
1. Preencher a ficha de notificação; 
2. Encaminhar a ficha ao Sistema de Vigilância 
de Violências e Acidentes (Viva), da Secre-
taria Municipal de Saúde (SMS); 
3. Comunicar o caso ao Conselho Tutelar, da 
forma mais ágil possível (telefone ou pesso-
almente ou com uma via da ficha de notifi-
cação); 
4. Anexar cópia da ficha ao prontuário/boletim 
do paciente; 
5. Acionar o Ministério Público quando neces-
sário, especialmente no caso de interrupção 
de gravidez em decorrência de violência 
sexual; 
 Também pode ser realizado a denúncia anônima; 
Modelo da ficha de notificação SINAN: 
 
 
REFERÊNCIAS: 
Ministério Da Saúde Secretaria De Vigilância Em Sa-
úde Viva Instrutivo Ficha De Notificação De Violên-
cia Interpessoal E Autoprovocada Brasília-DF 2015. 
[s.l.: s.n., s.d.]. Disponível em: 
<https://www.saude.df.gov.br/docu-
ments/37101/80238/Instrutivo-para-o-preenchi-
mento-da-ficha-de-noti-
fica%C3%A7%C3%A3o.pdf/575f102c-3257-18d5-
e205-1df14aeb0966?t=1648519541377>. 
Slides ministrados em aula.

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