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Passo Fundo 
2017 
 
MARCILÉIA DE MATOS 
 
 
 
 
DA (IM) POSSIBILIDADE DE CUMULAR OS 
ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Passo Fundo 
2017 
DA (IM) POSSIBILIDADE DE CUMULAR OS ADICIONAIS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, 
como requisito parcial para a obtenção do título 
de graduado em Direito. 
Orientador: Camila Amâncio 
MARCILÉIA DE MATOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
MARCILÉIA DE MATOS 
 
DA (IM) POSSIBILIDADE DE CUMULAR OS 
ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado 
à Faculdade Anhanguera de Passo Fundo, 
como requisito parcial para a obtenção do título 
de graduado em Direito. 
Aprovado em: __/__/____ 
 
BANCA EXAMINADORA 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
Prof(ª). Titulação Nome do Professor(a) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico este trabalho ao meu pai 
Deoclides de Matos (in memoriam), por 
sempre ter acreditado na possibilidade da 
conquista dessa vitória. 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Agradeço primeiramente, a Deus, por ter me concedido força e saúde para 
esta longa caminhada. 
A minha família, por me ensinarem viver a vida com dignidade e humildade, 
além da inteira doação e apoio para que este sonho se tornasse realidade. 
Ao meu namorado, por toda paciência e apoio doados, por nunca me deixar 
desistir e por acreditar que eu seria capaz de superar mais este desafio. 
Aos professores desta faculdade, em especial à professora Mohara Franken 
de Freitas, por dividir comigo seus saberes e auxiliar de forma prestativa e acertada 
a realização deste estudo. 
Por fim, manifesto meus agradecimentos a todos meus amigos e 
companheiros de jornada, aos meus professores e a todos aqueles que contribuíram 
direta ou indiretamente para que se tornasse possível minha formação. 
A todos, muito obrigada! 
 
 
 
RESUMO 
 
A Constituição Federal de 1988 trouxe vários direitos trabalhistas positivados que se 
esbarram com alguns dispositivos elencados na CLT e Normas Regulamentadoras 
que complementam a Segurança e Medicina do Trabalho. O presente trabalho trata 
sobre a possibilidade de cumular os adicionais de insalubridade periculosidade. 
Embora o entendimento majoritário jurisprudencial seja de que a cumulação é 
vedada, há entendimento de que estes adicionais são passiveis de cumulação com 
base em argumentos de que existe em excepcionais situações, a possibilidade de 
cumular os adicionais à verba remuneratória dos trabalhadores que exercem 
profissões que, em decorrência da própria atividade acarretam riscos iminentes à 
vida e a saúde do trabalhador. 
 
Palavras-Chave: Direito do Trabalho; Adicionais; Insalubridade e 
Periculosidade; Cumulação. 
 
 
ABSTRACT 
 
The Federal Constitution of 1988 brought several positive labor rights that come up 
against some devices listed in the CLT and Regulatory Norms that complement 
Occupational Health and Safety. The present paper deals with the possibility of 
cumulating the additives of unhealthy hazard. Although the majority of the case-law is 
that cumulation is prohibited, there is an understanding that these additional amounts 
may be cumulated on the basis of arguments that there is in exceptional situations 
the possibility of adding the additional to the remuneration of workers in professions 
which, As a result of the activity itself entails imminent risks to the life and health of 
the worker. 
 
Keywords: Labour Law; Additional; Unhealthy and hazardous; Cumulation. 
 
 
 
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
 
ART Artigo 
CF Constituição Federal 
CLT Consolidação das Leis do Trabalho 
EPI Equipamento de Proteção individual 
MTE Ministério do Trabalho e Emprego 
NR Norma Regulamentadora 
OIT Organização Internacional do Trabalho 
TCC Trabalho de Conclusão de Curso 
TST Tribunal Superior do Trabalho 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 09 
2 HISTÓRIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO....................11 
2.1 HISTÓRIA E ORIGEM DA LEGISLAÇÃO TRABALHISTA..................................11 
2.2 PRINCÍPIOS DO DIREITO DO TRABALHO........................................................14 
2.3 EVOLUÇÃO DA LEGISLAÇÃO EM SEGURANÇA DO TRABALHO...................28 
3 DOS ADICIONAIS...................................................................................................21 
3.1 ADICIONAL DE INSALUBRIDADE......................................................................21 
3.2 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE...................................................................24 
3.3 ADICIONAL DE PENOSIDADE............................................................................27 
4 A (IM) POSSBILIDADE DE CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE.................................................................29 
4.1 CORRENTE MAJORITÁRIA................................................................................29 
4.2 CORRENTE MINORITÁRIA.................................................................................31 
4.3 ATUAL POSICIONAMENTO JURISPRUDENCIAL.............................................35 
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 39 
6 REFERÊNCIAS ...................................................................................................... 41 
 
 
 
 
 
 
 
9 
1. INTRODUÇÃO 
 
O presente TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) tem o objetivo apresentar 
a (in)admissibilidade da cumulação do adicional de insalubridade e periculosidade, 
quando o trabalhador executa atividade sob a incidência de agentes nocivos à 
saúde, bem como nos casos em que há risco acentuado do trabalho. 
O trabalho em condições insalubres expõe o empregado a uma situação de 
maior dano a saúde, sendo por esta razão o aumento da remuneração, através do 
pagamento do adicional de insalubridade. 
As condições de trabalho insalubres estão estabelecidas na Norma 
Regulamentadora (NR) nº 15, da Portaria nº 3.214/1978 do Ministério do Trabalho e 
Emprego (MTE), a qual elenca quais agentes químicos, físicos e biológicos são 
prejudiciais à saúde do trabalhador. 
No que lhe concerne, tem direito ao adicional de periculosidade, os obreiros 
que laborem em contato com inflamáveis, explosivos, eletricidade e radiação 
ionizante ou substancias radioativas. 
As atividades e operações perigosas encontram-se elencadas na NT nº 16 da 
Portaria nº 3.214/1978 do Ministério do Trabalho e Emprego, sendo evidenciadas 
pelo contato constante com inflamáveis e explosivos. 
A Constituição Federal de 1988 estabelece, em seu artigo 7°, caput e incisos 
XXII e XXIII, que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social, a redução dos riscos inerentes do trabalho, 
por meio de normas de saúde, higiene e segurança, bem como o adicional de 
remuneração de atividades insalubres e perigosas. 
O direito de o trabalhador perceber os adicionais de insalubridade e 
periculosidade é assegurado pelos artigos 189 e seguintes da Consolidação das 
Leis do Trabalho (CLT). 
Este trabalho pretende demonstrar que não há fundamentos jurídicos, 
biológicos e lógicos que consubstanciem a impossibilidade da cumulação do 
adicional de insalubridade e periculosidade, pois o trabalhador que labora exposto 
aos riscos da atividade e a agentes nocivos à saúde, simultaneamente, não tem o 
 
 
 
10 
mesmo prejuízo daquele que trabalha somente exposto aos riscos da atividade ou a 
agentes nocivos à saúde.Afinal, os adicionais de insalubridade e periculosidade visam não só a 
remuneração pelos efeitos nocivos e os riscos do ambiente laboral, mas também 
procuram resgatar a dignidade humana do trabalhador. 
Entretanto, o presente estudo não tem o escopo de esgotar toda a matéria, 
mas sim estimular as discussões acerca da (im)possibilidade da cumulação do 
adicional de insalubridade e periculosidade nos Tribunais Trabalhistas. 
Como método e técnica de pesquisa, foi utilizada a metodologia descritiva 
sendo realizadas pesquisas bibliográficas, jurisprudenciais, que consiste na 
identificação, localização e obtenção de informações sobre o assunto abordado e 
assim juntamente denominando seu Referencial Teórico. 
Como fruto dessa pesquisa bibliográfica, este trabalho se configura em um 
relatório de três capítulos, no primeiro versamos sobre a origem e evolução do 
Direito do Trabalho, elencando juntamente os princípios que regem tal estudo e por 
fim a caracterização e legislação da Segurança do Trabalho. 
 Já no segundo capítulo, foi tratado acerca dos adicionais, fazendo um 
apanhado geral referente sua definição, caracterização e principalmente direcionado 
a legislação prevista. 
E, por fim, no terceiro capítulo abordamos o problema jurídico do qual trata-se 
este TCC, analisando os entendimentos doutrinários, jurisprudenciais, e, dissertando 
a cerca de decisões favoráveis e desfavoráveis. 
O método usado neste trabalho foi o hipotético-dedutivo, onde a investigação 
científica visa construir e testar uma possível resposta ou solução para um problema. 
 
 
 
 
11 
2. HISTÓRIA, ORIGEM E EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO 
 
2.1 História, origem e evolução trabalhista 
 
O Direito do Trabalho surgiu com a sociedade industrial e o trabalho 
assalariado, ou seja, com a Revolução Industrial, no século XVIII. Porém antecedeu 
a formação do Direto do Trabalho a chamada sociedade pré-industrial, onde 
observava-se primeiramente a escravidão, em que o trabalhador era considerado 
coisa, e não um sujeito de direito. 
No feudalismo, havia o regime de servidão, em que o senhor feudal dava 
proteção militar e política aos servos, sendo que os mesmos não tinham liberdade. A 
Idade Média se caracterizou pelas corporações de ofício, nas quais existiam três 
modalidades de membros: os mestres, os companheiros e os aprendizes. Com a 
Revolução Francesa foram suprimidas as corporações de oficio, sendo opostas com 
o ideal de liberdade individual da pessoa, constituindo-se que no liberalismo o 
Estado não devia interceder na área econômica. Assim dispõe Garcia sobre o tema: 
 
[...] a Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, foi a principal razão 
econômica que acarretou o surgimento do Direito do Trabalho. A 
necessidade de pessoas para operar as maquinas a vapor e têxteis impôs a 
substituição do trabalho escravo, servil e corporativo pelo trabalho 
assalariado. (GARCIA, 2011, p.2) 
 
Pode se verificar que, devido às péssimas condições de trabalho daquela 
época, com intensas jornadas e exploração do labor de mulheres e menores, gerou 
a questão social. Em razão dessas condições adversas, os trabalhadores 
começaram a se reunir, para exigir melhorias nas condições de trabalho, por meio 
de sindicatos. 
E virtude disso, o estado também deixa seu estado de renúncia, passando a 
intervir nas relações de trabalho, com a finalidade de proteção do trabalhador por 
meio de legislação proibitiva de abusos do empregador. Essas mudanças ocorreram 
em razão da ideia de justiça social, que se fortaleceu a partir da doutrina social da 
Igreja Católica. 
Houve, ainda o surgimento do chamado constitucionalismo social, após o 
término da Primeira Guerra Mundial, o que significou a inclusão, nas Constituições, 
 
 
 
12 
de disposições pertinentes a defesa de interesses sociais, inclusive garantindo 
direitos trabalhistas. 
A primeira Constituição que dispôs sobre o Direito do Trabalho foi a do 
México, de 1917. A segunda a trazer disposições sobre o tema foi a da Alemanha, 
de Weimar, de 1919, com repercussão na Europa. Ainda, em 1919, o Tratado de 
Versalhes prevê a criação da Organização Internacional do Trabalho (OIT). 
Menciona Sergio Pinto Martins (2007, p.8-9) que: 
 
Na Itália, aparece a Carta del Lavoro, de 1927, instituindo um sistema 
corporativista-fascista, que inspirou outros sistemas políticos, como os de 
Portugal, Espanha e, especialmente, do Brasil. O corporativismo visava 
organizar a economia em torno do Estado, promovendo o interesse 
nacional, além de impor regras a todas as pessoas. Surge o corporativismo 
na metade do século XIX com o fim de organizar os interesses divergentes 
da Revolução Industrial. O Estado interferia nas relações entre as pessoas 
com o objetivo de poder moderador e organizador da sociedade. Nada 
escapava a vigilância do Estado, nem a seu poder. O Estado regulava, 
praticamente tudo, determinando o que seria melhor para cada um, 
organizando a produção nacional. O interesse nacional colocava-se acima 
dos interesses dos particulares [...]. (MARTINS, 2007, p.8-9) 
 
Assim, após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve a criação da 
Organização das Nações Unidas (ONU). Em 1944, a OIT aprovou a Declaração de 
Filadélfia, estendendo os princípios do Tratado de Versalhes e estabelecendo a 
cooperação internacional para a realização da justiça social. Em 1946, consolidou-se 
a vinculação da OIT a ONU, como instituição especializada para as questões 
referentes a regulamentação internacional do trabalho. Ainda no plano internacional, 
a Declaração Universal de direitos Humanos, de 1948, também prevê diversos 
direitos trabalhistas. 
Conclui Gustavo Filipe Barbosa Garcia (2011, p.3) que: 
 
Como se nota, o Direito do Trabalho é uma verdadeira conquista obtida ao 
longo da história da humanidade, exercendo papel fundamental, ao garantir 
condições mínimas de vida aos trabalhadores, assegurando a dignidade da 
pessoa humana e evitando abusos que o capital e a busca pelo lucro 
pudessem causar aos membros da sociedade, em especial aqueles que 
não detêm o poder econômico. 
 
Ainda Garcia explica que: “o Direito do Trabalho, exerce o importante papel 
de assegurar patamares mínimos de dignidade e justiça social, impedindo que a 
 
 
 
13 
busca pela obtenção de lucros e a concorrência acabem impondo níveis inaceitáveis 
de exploração do trabalho humano, em afronta aos valores magnos de liberdade, 
justiça, solidariedade e bem comum”. (GARCIA, 2011, p.4) 
No Brasil, aufere o doutrinador Martins (2007, p.9) que, “as constituições 
brasileiras versavam apenas sobre a forma do Estado, o sistema de governo. 
Posteriormente, passaram a tratar de todos os ramos do Direito e, especialmente, do 
Direito do Trabalho, como ocorre com nossa Constituição atual”. 
Concerne Garcia (2011) que a Constituição Imperial de 1824, seguindo o 
liberalismo, aboliu as corporações de ofício, estabelecendo o dever de existir 
liberdade de exercício de profissões. O próprio trabalho escravo existiu, 
formalmente, até a Lei Aurea, de 13 de maio de 1888, que aboliu a escravidão no 
Brasil. A Constituição de 1891 reconheceu a liberdade de associação, de forma 
genérica. Do acima exposto, segue o entendimento de que: 
 
As transformações ocorridas na Europa, com o crescente surgimento de leis 
de proteção ao trabalho, e a instituição da OIT em 1919, influenciaram o 
surgimento de normas trabalhistas no Brasil. Do mesmo modo, os 
imigrantes em nosso país deram origem a movimentos operários, 
reivindicando melhores condições de trabalho. Começa assim, a surgir a 
política trabalhista de Getúlio Vargas, em 1930. (GARCIA, 2011, p.4) 
 
Portanto, iniciada a política trabalhista de Getúlio Vargas, em 1930, a primeira 
Constituição brasileira a ter normas específicas de Direito do Trabalho foi a de 1934, 
como influência do constitucionalismo social. 
Martins (2007) aduz que, “a Constituição de 1937 instituiuo sindicato único, 
imposto por lei, vinculado ao Estado, exercendo funções delegadas de poder 
público, podendo haver intervenção estatal direta em suas atribuições [...]”. 
Para Garcia (2011) a “Consolidação das Leis do trabalho, aprovada pelo 
Decreto-lei 5.452, de 1º de maio de 1943, sistematizou e reuniu as diversas leis 
esparsas sobre Direito do Trabalho existentes à época”. A saber: 
 
A Constituição de 1946 restabeleceu o direito de greve, rompendo, de certa 
forma, com o corporativismo da Carta de 1937, apresentando um rol de 
direitos trabalhistas superior aquele das Constituições anteriores. A 
Constituição de 1967 manteve os direitos trabalhistas previstos nas 
Constituições anteriores e passou a prever o Fundo de Garantia do Tempo 
de Serviço. A Emenda Constitucional 1, de 17 de outubro s 1969, não 
 
 
 
14 
alterou os direitos trabalhistas previstos na Constituição de 1967. (GARCIA, 
2011, p.5) 
 
A Constituição Federal de 1988, promulgada em 05/10/1988, tratando dos 
“Direitos Sociais” (art. 6º), regula de forma particular a matéria pertinente ao Direito 
do Trabalho nos seus arts. 7º a 11º. 
 
2.2 Princípios do Direito do Trabalho 
 
 Princípios são enunciados amplos, máximas ou assertivas que no seu todo 
servem como base e sustentáculo de informação ao legislador na elaboração de 
uma norma. A cerca das funções principiológicas Martins destaca: 
 
Os princípios tem várias funções: informadora, normativa e interpretativa. A 
informadora serve de inspiração ao legislador e de fundamento para as 
normas jurídicas. A função normativa atua como uma fonte supletiva, nas 
lacunas ou omissões da lei. A função interpretativa serve de critério 
orientador para os intérprete e aplicadores da lei. (MARTINS, 2007, p.61) 
 
Os princípios gerais do direto são aplicáveis em nosso âmbito por força do 
disposto no art. 8º da CLT, conforme exemplifica Nascimento: 
 
[...] Assim, as autoridades administrativas e a Justiça do trabalho, na falta de 
disposições legais ou contratuais, decidirão, conforme o caso, pela 
jurisprudência, por analogia, por equidade e por outros princípios e normas 
gerais de direito, principalmente do direito do trabalho, e, ainda, de acordo 
com os usos e costumes, o direito comparado, mas sempre de maneira que 
nenhum interesse de classe ou particular prevaleça sobre o interesse 
público. (NASCIMENTO, 2008, p.362-363) 
 
Existem princípios que são comuns ao Direito em geral. É de se destacar, por 
exemplo, que ninguém poderá alegar a ignorância do Direito. Deve-se respeitar a 
dignidade da pessoa humana; é proibido o abuso de direito, o enriquecimento sem 
causa etc. 
Os princípios constitucionais do trabalho, presentes na Constituição Federal 
de, ao prever 1988, figuram como verdadeiros alicerces na regulação da matéria, 
nesse sentido a República Federativa do Brasil constitui-se em estado democrático 
de Direito, tendo como fundamentos: a soberania, a cidadania, a dignidade da 
 
 
 
15 
pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa (art. 1º da 
CF/1988). Assim, para Garcia: 
 
Da mesma forma, constituem “objetivos fundamentais” da República 
Federativa do Brasil: construir uma sociedade livre, justa e solidária; garantir 
o desenvolvimento nacional; erradicar a pobreza e a marginalização e 
reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem 
preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de 
discriminação (art. 3º da CF/1988). (GARCIA, 2011, p.33) 
 
Cabe destacar que a República Federativa do Brasil, em suas relações 
internacionais, tem como um de seus princípios regentes a “prevalência dos direitos 
humanos” (art. 3º da CF/1988). Dessa forma, também leciona o doutrinador que: 
 
De extrema importância, ainda, a previsão do art. 170 da Constituição 
Federal de 1988, ao prever que a ordem econômica é “fundada na 
valorização do trabalho e na livre iniciativa”, tendo por fim “assegurar a 
todos a existência digna, conforme os ditames da justiça social”, 
observados, entre outros, os princípios da função social da propriedade, da 
defesa do meio ambiente, da redução das desigualdades regionais e 
sociais, da busca pelo pleno emprego. (GARCIA, 2011, p.33) 
 
Kant concebe a dignidade da pessoa como parte da autonomia ética e da 
natureza racional do ser humano. Para ele, o homem existe como um fim em si 
mesmo e, portanto, não pode ser tratado como objeto. 
O Direito do Trabalho apresenta princípios próprios, reconhecidos pela 
doutrina e aplicados pela jurisprudência, quais sejam: o princípio da proteção, o 
princípio da irrenunciabilidade, o princípio da primazia da realidade e o princípio da 
continuidade da relação de emprego. 
Segundo Garcia, o princípio da proteção engloba três vertentes: in dubio pro 
operário; aplicação da norma mais favorável; e a condição mais benéfica. Com 
relação ao in dubio pro operário, havendo dúvida sobre o seu efetivo alcance, deve-
se interpreta-la em favor do emprego. Segue então, a lição: 
 
Por se tratar de princípio inerente ao Direito (material) do trabalho entende-
se que o in dubio pro operário não apresenta caráter processual, uma vez 
que o Direito processual do Trabalho possui disposições específicas e 
próprias, como a avaliação da qualidade das provas produzidas e a 
aplicação das regras de ônus da prova. (GARCIA, 2011, p.35) 
 
 
 
 
16 
Conceitua Martins (2007), que “o princípio da aplicação da norma mais 
favorável é no sentido de que, havendo diversas normas validas incidentes sobre a 
relação de emprego, deve-se aplicar aquela mais benéfica ao trabalhador”. 
Ainda, Garcia (2011) faz uma ressalva: “o parâmetro para se verificar a norma 
mais favorável não deve ser o trabalhador considerado individualmente, mas sim “a 
coletividade interessada”, ou “o trabalhador com um todo” [...]”. 
Nascimento (2008) conceitua, objetivamente que, “o princípio da condição 
mais benéfica, corresponde, no direito do trabalho, ao princípio do direito adquirido 
do art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal do Brasil”. 
Complementa Garcia: 
 
Por meio do princípio da condição mais benéfica, assegura-se ao 
empregado a manutenção, durante o contrato de trabalho, de direitos mais 
vantajosos, de forma que as vantagens adquiridas não podem ser retiradas 
nem modificadas para pior. (GARCIA, 2011, p.36) 
 
Para concluir, Delgado (2016), menciona que “incorporado pela legislação 
(art. 468, CLT) e jurisprudências trabalhistas (Súmula 51, I, TST), o princípio informa 
que cláusulas contratuais benéficas somente poderão ser suprimidas caso 
suplantadas por clausula posterior ainda mais favorável, mantendo intocadas em 
face de qualquer subsequente alteração manos vantajosa do contrato ou 
regulamento de empresa”. 
Temos como regra que os direitos trabalhistas são irrenunciáveis pelo 
trabalhador. O princípio da irrenunciabilidade significa não se admitir em tese, que o 
empregado renuncie, ou seja, abra mão dos direitos assegurados pelo sistema 
jurídico trabalhista, cujas normas são, em sua grande maioria, de ordem pública, 
dotadas de natureza cogente. 
O art. 9º da CLT é claro no sentido de que “serão nulos de pleno direito os 
atos praticados com o objetivo de desvirtuar, impedir ou fraudar a aplicação dos 
preceitos trabalhistas”. 
Dessa forma, urge salientar que: 
 
Poderá, entretanto, o trabalhador renunciar a seus direitos a seus direitos se 
estiver em juízo, diante do juiz do trabalho, pois nesse caso não se pode 
dizer que o empregado esteja forçado a fazê-lo. Estando o trabalhador 
ainda na empresa é que não se poderá falar em renúncia a direitos 
 
 
 
17 
trabalhistas, pois poderia dar ensejo a fraudes. É possível, também ao 
trabalhador transigir, fazendo concessões recíprocas, o que importa um ato 
bilateral. (MARTINS, 2007, p. 64) 
 
Por fim, a condição pessoal do empregado e o grau de subordinação jurídica 
apresentam relevância quandoda verificação da higidez na manifestação de sua 
vontade. 
A respeito do princípio da primazia da realidade, Garcia (2011) cita: “O 
princípio da primazia da realidade indica que, na relação de emprego, deve 
prevalecer à efetiva realidade dos fatos, e não eventual forma construída em 
desacordo com a verdade”. 
Cabendo referir, portanto, que: 
 
[...] Por exemplo, se um empregado é rotulado de autônomo pelo 
empregador, possuindo contrato escrito de representação comercial com o 
último, o que deve ser observado realmente são as condições fáticas que 
demonstrem a existência do contrato de trabalho. Muitas vezes, o 
empregado assina documentos sem saber o que está assinando. Em sua 
admissão, pode assinar todos os papéis possíveis, desde o contrato de 
trabalho até seu pedido de demissão, daí a possibilidade de serem feitas 
provas para contrariar os documentos apresentados, que irão evidenciar 
realmente os fatos ocorridos na relação entre as partes. (MARTINS, 2007, 
p. 65) 
 
São privilegiados, portanto, os fatos, a realidade, sobre a forma ou a estrutura 
empregada. No entanto, por meio da noção de “contrato-realidade”, deve prevalecer 
o reconhecimento do vínculo empregatício, caso presentes aos seus requisitos (arts. 
2º e 3º da CLT). 
O princípio da continuidade da relação de emprego tem o objetivo de 
preservar o contrato de trabalho, fazendo com que se presuma ser a prazo 
indeterminado e se permita a contratação a prazo certo apenas como exceção. 
Delgado (2016) reporta sobre tal princípio: 
 
Informa tal princípio que é de interesse do Direito do trabalho a permanência 
do vínculo empregatício, com a integração do trabalhador a estrutura e 
dinâmica empresariais. Apenas mediante tal permanência e integração é 
que a ordem justrabalhista poderia cumprir satisfatoriamente o objetivo 
teleológico do Direito do Trabalho, de assegurar melhores condições, sob a 
ótica obreira, de pactuação e gerenciamento da força de trabalho em 
determinada sociedade. (DELGADO, 2016, p. 212) 
 
 
 
 
 
18 
A importância desse princípio revela-se não apenas ao conferir segurança ao 
empregado durante a vigência de seu contrato de trabalho, mas também na sua 
integração a empresa, favorecendo a qualidade do serviço prestado. 
 
2.3 Evolução da legislação em Segurança do Trabalho 
 
A Segurança e Medicina do Trabalho são importantes segmentos da ciência, 
relacionado ao Direito do Trabalho, incumbido de oferecer condições de proteção à 
saúde do trabalhador no local de trabalho. 
Garcia (2011), expõe que “na Constituição Federal de 1988, o art. 7º, inciso 
XXII, assegurou o direito de redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de 
normas de saúde, higiene e segurança”. 
Já Barsano e Barbosa abordam que: 
 
A segurança do trabalho é a ciência que estuda as possíveis causas dos 
acidentes e incidentes originados durante a atividade laboral do trabalhador. 
Tem como principal objetivo a prevenção de acidentes, doenças 
ocupacionais e outras formas de agravos à saúde do profissional. Ela atinge 
sua finalidade quando consegue proporcionar ambos, empregado e 
empregador, um ambiente de trabalho saudável e seguro, garantindo 
aquela certeza de que vão laborar num ambiente agradável, ganhar o seu 
pão de cada dia e retornar para a família, felizes e alegres de terem 
cumprido mais uma jornada de trabalho em sua vida profissional. 
(BARSANO E BARBOSA, 2012, p.21) 
 
Até o início do século XVIII, não havia preocupação com a saúde do 
trabalhador. Com o advento da Revolução Industrial e de novos processos 
industriais, as modernizações das máquinas começaram a surgir doenças ou 
acidentes decorrentes do trabalho. 
A partir desse momento, há necessidade de elaboração de normas para 
melhorar o ambiente de trabalho em seus mais diversos aspectos, de modo que o 
trabalhador não possa ser prejudicado com agentes nocivos a sua saúde. O Direito 
passou, então, a determinar certas condições mínimas que deveriam ser observadas 
pelo empregador, inclusive aplicando sanções para tanto e exercendo fiscalização 
sobre as regras determinadas. 
Martins (2007) explana como a segurança do trabalho fundamentou-se no 
Brasil: 
 
 
 
19 
 
[...] o legislador mostrou-se consciente das modificações tecnológicas e das 
consequências na saúde do trabalhador. Tanto que foi editada a Lei nº 
6.514/77, que deu nova redação aos arts. 154 a 201 da CLT, tendo sido 
complementada pela Portaria nº 3.214/78, que dispôs, entre outras coisas, 
sobre serviço especializado em segurança e medicina do trabalho, 
equipamento de proteção individual, atividades e operações insalubres e 
perigosas etc. (MARTINS, 2007, p.632) 
 
No que concerne a Legislação aplicada a Segurança do Trabalho, Barsano e 
Barbosa discorrem: 
 
A Segurança do Trabalho, no Brasil, até a promulgação da Constituição 
Federal de 1988, sempre foi vista pelo empregador como uma mera 
necessidade para seu empregado. Pouco importando se este estava bem 
ou não, não se levavam em conta suas reclamações de saúde, suas 
necessidades médicas. Para os empregadores capitalistas, naquela época, 
funcionário bom era aquele que não faltava, não demonstrava sintomas de 
doenças, não se queixava dos problemas da empresa, só trabalhava. 
(BARSANO E BARBOSA, 2012, p.24) 
 
Foi com a entrada em vigor da Constituição Federal de 1988, carta magna 
soberana a qualquer outra legislação brasileira, que as leis, os decretos e outras 
normas que tratavam da segurança do trabalho passaram a adequar-se a nova 
CF/1988, criando garantias trabalhistas e inovando os preceitos de segurança e 
medicina do trabalho até então esquecidos pela legislação pátria, e por 
consequência garantindo a integridade dos trabalhadores em suas diversas 
atividades. 
 
Atualmente existem diversos dispositivos legais e regulamentadores que 
tentam buscar na pratica a eficácia dessas tão almejadas garantias. Temos 
as normas emanadas do Poder Legislativo, chamadas de “leis”, e os 
decretos, regulamentos, regimentos internos, portarias, instruções e 
resoluções, que provem do Executivo através do seu chefe, de seus 
ministros ou secretários de Estado. (BARSANO E BARBOSA, 2012, p.25) 
 
Barsano e Barbosa 2012, passam então a expor as principais partes da 
Legislação Trabalhista e Previdenciária que busca, por meio de regulamentações, 
garantir um ambiente de trabalho saudável e seguro para todos os envolvidos no 
processo de trabalho: empregadores, empregados, clientes, fornecedores etc. 
 
 
 
20 
As legislações elencadas pelos autores acima são: Legislação Federal, 
Estadual e Municipal e as Convenções da Organização Internacional do Trabalho 
(OIT). 
Com base no art. 200 da CLT, foi expedida a Portaria nº 3.214/78, que trata 
de uma série de normas complementares no que diz respeito a condições de 
segurança no trabalho. 
Martins, 2007, alude: “as empresas devem fornecer obrigatoriamente aos 
empregados o Equipamento de Proteção individual (EPI), gratuitamente, de maneira 
a protege-los contra os riscos de acidentes do trabalho e danos a sua saúde”. 
As empresas estão obrigadas a manter serviços especializados em 
segurança e em medicina do trabalho, nos quais será necessária a existência de 
profissionais especializados exigidos em cada empresa (médico e engenheiro do 
trabalho). São os Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em 
Medicina do Trabalho (SESMT). 
Martins ainda explana: 
 
De acordo com o art. 163 da CLT, é obrigatória a constituição de Comissão 
Interna de Prevenção de Acidentes (Cipa), conforme as instruções do 
Ministério do trabalho que estão contidas na NR 5 da Portaria nº 3.214/78. A 
Cipa tem por objetivo observar e relatar as condições de risco nos 
ambientes de trabalho e solicitar as medidas para reduzir até eliminar os 
iscos existentes e/ou neutralizá-los, discutindo os acidentes ocorridos e 
solicitando medidas que os previnam, assim como orientando os 
trabalhadores quanto a sua prevenção.(MARTINS, 2007, p.636) 
 
Dessa forma, após o estudo acima exposto, referente a origem e evolução do 
Direito do Trabalho, seus aspectos históricos e apresentação do tema, objeto do 
presente trabalho, será a dada a continuidade aprofundando a discussão da 
(im)possibilidade de cumulação dos adicionais de insalubridade e periculosidade. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
21 
3 . DOS ADICIONAIS 
 
3.1 Adicional de insalubridade 
 
De maneira precisa, conceitua Regina Célia Buck: 
 
Adicional de insalubridade é o percentual pecuniário, estabelecido por lei, 
que se acrescente ao salário do trabalhador como forma de compensá-lo 
pelo exercício da profissão em condições que acarretem danos à sua 
saúde, causados por agentes nocivos, presentes no ambiente de trabalho. 
(BUCK, 2015, p. 71) 
 
O adicional de insalubridade é previsto no artigo 7º, inciso XXIII, da 
constituição Federal de 1988, com regulamentação pelo artigo 189 e seguintes da 
Consolidação das Leis do Trabalho. 
Insalubre é o prejudicial à saúde, que dá causa a doença. O adicional de 
insalubridade é devido ao empregado que presta serviço em atividades insalubres, 
sendo calculado a razão de 10% (grau mínimo), 20% (grau médio) e 40% (grau 
máximo) sobre o salário mínimo, conforme estabelece a redação do artigo 192 da 
CLT: 
Art. 192 - O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos 
limites de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a 
percepção de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% 
(vinte por cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, 
segundo se classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo. (CLT, 
Decreto-Lei n. 5452, de 1º de maio de 1943) 
 
Ademais, o adicional de insalubridade, também está previsto e regulamentado 
pela Norma Regulamentadora nº 15 (NR 15) do Ministério do Trabalho, a qual 
especifica quais atividades são insalubres, e qual o seu respectivo grau, consoante 
narrado a seguir: 
 
NR 15 - NORMA REGULAMENTADORA 15 
ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES 
15.1 São consideradas atividades ou operações insalubres as que se 
desenvolvem: 
15.1.1 Acima dos limites de tolerância previstos nos Anexos n.º 1, 2, 3, 5, 11 
e 12; 
15.1.2 (Revogado pela Portaria MTE n.º 3.751/1990). 
15.1.3 Nas atividades mencionadas nos Anexos n.º 6, 13 e 14; 
15.1.4 Comprovadas através de laudo de inspeção do local de trabalho, 
constantes dos Anexos n.º 7, 8, 9 e 10. 
 
 
 
22 
15.1.5 Entende-se por "Limite de Tolerância", para os fins desta Norma, a 
concentração ou intensidade máxima ou mínima, relacionada com a 
natureza e o tempo de exposição ao agente, que não causará dano à saúde 
do trabalhador, durante a sua vida laboral. 
15.2 O exercício de trabalho em condições de insalubridade, de acordo com 
os subitens do item anterior, assegura ao trabalhador a percepção de 
adicional, incidente sobre o salário mínimo da região, equivalente a: 
15.2.1 40% (quarenta por cento), para insalubridade de grau máximo; 
15.2.2 20% (vinte por cento), para insalubridade de grau médio; 
15.2.3 10% (dez por cento), para insalubridade de grau mínimo; 
15.3 No caso de incidência de mais de um fator de insalubridade, será 
apenas considerado o de grau mais elevado, para efeito de acréscimo 
salarial, sendo vedada a percepção cumulativa. 
15.4 A eliminação ou neutralização da insalubridade determinará a 
cessação do pagamento do adicional respectivo. 
15.4.1 A eliminação ou neutralização da insalubridade deverá ocorrer: 
a) com a adoção de medidas de ordem geral que conservem o ambiente de 
trabalho dentro dos limites de tolerância; 
b) com a utilização de equipamento de proteção individual. 
15.4.1.1 Cabe à autoridade regional competente em matéria de segurança e 
saúde do trabalhador, comprovada a insalubridade por laudo técnico de 
engenheiro de segurança do trabalho ou médico do trabalho, devidamente 
habilitado, fixar adicional devido aos empregados expostos à insalubridade 
quando impraticável sua eliminação ou neutralização. 
15.4.1.2 A eliminação ou neutralização da insalubridade ficará caracterizada 
através de avaliação pericial por órgão competente, que comprove a 
inexistência de risco à saúde do trabalhador. 
15.5 É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais 
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das DRTs, a 
realização de perícia em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de 
caracterizar e classificar ou determinar atividade insalubre. 
15.5.1 Nas perícias requeridas às Delegacias Regionais do Trabalho, desde 
que comprovada à insalubridade, o perito do Ministério do Trabalho indicará 
o adicional devido. 
15.6 O perito descreverá no laudo a técnica e a aparelhagem utilizadas. 
15.7 O disposto no item 15.5 não prejudica a ação fiscalizadora do MTb 
nem a realização ex-officio da perícia, quando solicitado pela Justiça, nas 
localidades onde não houver perito. 
 
 Anteriormente entendia-se, de forma majoritária, que o adicional de 
insalubridade, com exceção da existência da norma mais benéfica, era calculado 
com base no salário mínimo, e que isso não violava a Constituição Federal de 1988. 
Ainda nessa época, o Tribunal Superior do Trabalho, por meio da Resolução 
121/2003, revisou a Súmula 228 de sua Jurisprudência Uniforme, passando a ter a 
seguinte redação: “O percentual do adicional de insalubridade incide sobre o salário 
mínimo de que cogita o art. 76 da CLT, salvo as hipóteses previstas na Súmula 17”. 
(GARCIA, 2011, p. 203) 
 
Garcia relata que: 
 
 
 
23 
 
Ao mesmo tempo, foi restaurada a Súmula 17, a seguir transcrita: “O 
adicional de insalubridade devido a empregado que, por força de lei, 
convenção coletiva ou sentença normativa, percebe salario profissional será 
sobre este calculado”. Registre-se desde já que, mais recentemente, após a 
aprovação da Súmula vinculante 4 do STF, ocorreu nova alteração da 
Sumula 228 do TST, tendo a Sumula 17 sido mais uma vez cancelada [...]. 
(GARCIA, 2011, p.203) 
 
De todo modo, como destaca Amauri Mascaro Nascimento: “Denomina-se 
salário profissional aquele fixado como o mínimo de uma profissão com o que 
caracteriza como uma espécie do gênero mínimo salarial”. Em razão disso, o 
adicional de insalubridade, nesse entendimento anterior das Súmulas 228 e 17 do 
TST, era calculado sobre o mínimo salarial, gênero do qual são espécies o salário 
mínimo e o salário mínimo profissional. (NASCIMENTO, 2008, p. 867) 
Complementa Garcia, acerca da Súmula 17: 
 
A Súmula 17 incluía no conceito de salário profissional não só aquele 
recebido por força de lei, como também convenção coletiva ou sentença 
normativa, sem mencionar expressamente o acordo coletivo, espécie de 
norma coletiva, decorrente de negociação coletiva e firmada pelo sindicato 
profissional com a empresa, mas que já podia ser mediante interpretação 
extensiva. (GARCIA, 2011, p.203) 
 
Em razão disso, relevante era que fosse devido salário especial decorrente do 
exercício de determinada profissão, seja ele previsto em lei ou norma coletiva. 
A lei não determina que o adicional de insalubridade incide sobre o salário 
mínimo profissional, se o empregado percebe esse salário por força de lei. O fato de 
o trabalhador receber um piso salarial fixado em norma coletiva não implica dizer 
que o adicional de insalubridade é calculado sobre essa base de cálculo, pois a lei 
não dispõe nesse sentido. 
Martins menciona que: “O certo, porém, seria o empregador eliminar a 
insalubridade no local de trabalho ou o empregado não estar sujeito a trabalhar em 
locais insalubres. O pagamento do adicional não resolve o problema relativo à saúde 
do trabalhador”. (MARTINS, 2007, p. 275) 
A lei, porém, não dispõe que a base de cálculo do adicional de insalubridade 
é o salário profissional. Somente por intermédio de lei a base de cálculo poderia ser 
 
 
 
24 
assim estabelecida. Logo a Sumula 17 do TST não poderia usar essa base de 
cálculo.Garcia explica qual o entendimento adotado na época atual: 
 
Na atualidade, o entendimento que se tornou vitorioso é no sentido de que a 
disposição do art. 192 da CLT, especificamente quanto ao cálculo do 
adicional de insalubridade com base no salário mínimo, não foi 
recepcionada pela Constituição em vigor. O mencionado posicionamento, 
pacificando a questão, destaca que essa previsão viola o salário mínimo 
para qualquer fim. Esse entendimento já vinha sendo adotado em diversos 
julgados do Supremo Tribunal Federal, inclusive mais recentemente. [...]. 
(GARCIA, 2011, p.206) 
 
É expresso o art. 194 da CLT no sentido de que o adicional de insalubridade 
ou periculosidade cessará com a eliminação do risco a saúde ou integridade física. 
Logo, cessada a causa, deixa de existir o direito ao pagamento do adicional, não se 
incorporando ao salário. 
Martins esclarece: 
 
Integrará a remuneração do empregado para cálculo de outras verbas se for 
pago em caráter habitual, como das férias (art. 142, § 5º, da CLT), 13º 
salário, aviso prévio, FGTS, indenização (S. 139 do TST). O trabalho 
executado em caráter intermitente, em condições insalubres, não afasta, por 
essa circunstância, o pagamento do adicional de insalubridade (S. 47 do 
TST). O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador 
não o exime do pagamento do adicional de insalubridade, devendo tomar as 
medidas que conduzam a diminuição ou eliminação da nocividade, entre as 
quais as relativas ao uso efetivo de EPI pelo empregado (S289 do TST). O 
trabalhador rural tem direito ao adicional de insalubridade, devendo ser 
verificada a condição que lhe é prejudicial à saúde. (MARTINS, 2011, p.237) 
 
O adicional de insalubridade, assim como o de periculosidade, é devido ao 
trabalhador temporário, pois a alínea a do art. 12 da Lei 6.019/74 prevê 
remuneração equivalente à percebida pelos empregados da mesma categoria da 
empresa tomadora ou cliente. Tendo os adicionais de insalubridade e periculosidade 
caráter salarial, podem ser enquadradas na referida alínea do art. 12 da Lei 
6.019/74, em equiparação aos trabalhadores permanentes da empresa tomadora de 
serviços. Seria absurdo o trabalhador temporário laborar em local perigoso ou 
insalubre e nada perceber a esse título. 
 
3.2 Adicional de periculosidade 
 
 
 
25 
 
“Adicional de periculosidade é um valor devido ao empregado que presta 
serviços em condições perigosas, na forma da lei”. (MARTINS, 2007, p. 278). 
O adicional de periculosidade, previsto no art. 7º, inciso XXIII, da CF/88, é 
regulamentado pelo artigo 193 e seguintes da CLT e pela Norma Regulamentadora 
nº 16 (NR 16) do Ministério do Trabalho, conforme seguem abaixo descritas: 
 
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da 
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas 
que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado 
em virtude de exposição permanente do trabalhador a: 
I - inflamáveis, explosivos ou energia elétrica; 
II - roubos ou outras espécies de violência física nas atividades profissionais 
de segurança pessoal ou patrimonial. 
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado 
um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos 
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da 
empresa. 
§ 2º - O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que 
porventura lhe seja devido. 
§ 3º Serão descontados ou compensados do adicional outros da mesma 
natureza eventualmente já concedidos ao vigilante por meio de acordo 
coletivo. 
§ 4º São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em 
motocicleta. (CLT, Decreto-Lei n. 5452, de 1º de maio de 1943) 
 
Com base nessa definição ficou clara a necessidade de especificação das 
atividades caracterizadas como perigosas para que seja possível a aplicação do 
adicional na vida real, ensejando maior proteção legal aos trabalhadores. O art. 193, 
caput, da CLT, estabelece as atividades ou operações consideradas perigosas, na 
forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, referindo-se ao 
contato permanente com inflamáveis ou explosivos em condições de risco 
acentuado. 
Leciona Martins: 
 
[...] O adicional será de 30% sobre o salário do empregado, sem os 
acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros 
da empresa (§1º do art. 193 da CLT). A natureza do adicional de 
periculosidade é de salário, pois remunera o trabalho em condições 
perigosas e não de indenização. Adicional é espécie de salário. Faz jus ao 
adicional de periculosidade o empregado exposto permanentemente ou 
que, de forma intermitente, sujeita-se a condições de risco. Indevido o 
adicional, apenas, quando o contato dá-se de forma eventual, assim 
considerando o fortuito, ou o que, sendo habitual, dá-se por tempo 
extremamente reduzido (S. 364, I, do TST). Se o adicional for pago com 
 
 
 
26 
habitualidade, integrará as férias (§5º do art. 142 da CLT), o 13º salário, o 
aviso prévio, o FGTS, a indenização (S. 132, I, do TST) [...]. (MARTINS, 
2007, p. 237, 238). 
 
 
A NR-16 especificou as atividades perigosas que ensejariam o pagamento do 
referido adicional. O anexo 1 da NR trata das atividades perigosas com explosivos e 
o anexo 2 das atividades e operações perigosas com inflamáveis. 
 
NR 16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERIGOSAS 
16.1. São consideradas atividades e operações perigosas as constantes 
dos Anexos números 1 e 2 desta Norma Regulamentadora-NR. 
16.2. O exercício de trabalho em condições de periculosidade assegura ao 
trabalhador a percepção de adicional de 30% (trinta por cento), incidente 
sobre o salário, sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou 
participação nos lucros da empresa. 
16.2.1. O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que 
porventura lhe seja devido. 
16.3. É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais 
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho, através das Delegacias 
Regionais do Trabalho, a realização de perícia em estabelecimento ou setor 
da empresa, com o objetivo de caracterizar e classificar ou determinar 
atividade perigosa. 
16.4. O disposto no item 16.3 não prejudica a ação fiscalizadora do 
Ministério do Trabalho nem a realização ex officio da perícia. 
16.5. Para os fins desta Norma Regulamentadora - NR são consideradas 
atividades ou operações perigosas as executadas com explosivos sujeitos 
a: 
a) degradação química ou autocatalítica; 
b) ação de agentes exteriores, tais como, calor, umidade, faíscas, fogo, 
fenômenos sísmicos, choque e atritos. 
16.6. As operações de transporte de inflamáveis líquidos ou gasosos 
liquefeitos, em quaisquer vasilhames e a granel, são consideradas em 
condições de periculosidade, exclusão para o transporte em pequenas 
quantidades, até o limite de 200 (duzentos) litros para os inflamáveis 
líquidos e 135 (cento e trinta e cinco) quilos para os inflamáveis gasosos 
liquefeitos. 
16.6.1. As quantidades de inflamáveis, contidas nos tanques de consumo 
próprio dos veículos, não serão consideradas para efeito desta Norma. 
16.7. Para efeito desta Norma Regulamentadora considera-se líquido 
combustível todo aquele que possua ponto de fulgor maior que 60ºC 
(sessenta graus Celsius) e inferior ou igual a 93ºC (noventa e três graus 
Celsius). 
 
 
Assim, como as atividades perigosas foram devidamente regulamentadas 
pelo Ministério do Trabalho, será viável a aplicação do preceito legal aos casos 
concretos, e assim, assegurar que um maior grupo de trabalhadores, que laboram 
expostos aos elementos periculosos, receba a proteção estabelecida pelo artigo 193 
da CLT. 
 
 
 
 
27 
3.3 Adicional de penosidade 
 
Primeiramente urge esclarecer e definir o que são atividades tidas como 
penosas. Dessa forma, atividades classificadas como penosas, são às realizadas 
sob demasiado empenho físico etambém esforço mental, e, em decorrência disso 
ocasiona fadiga e desgaste físico, além de cansaço excessivo. Contudo, não se trata 
de atividade de perigo iminente, muito menos de ser tida como ocupação insalubre. 
Porém, pode causar ao obreiro diversas mazelas e doenças, e nos casos mais 
graves, o óbito. 
Dessa forma, cabe referir o posicionamento doutrinário, que leciona: 
 
[...] O conceito de trabalho penoso é indicativo para se estabelecer se 
haverá ferimento a dignidade humana do trabalhador, bem como identificar 
se o meio ambiente de trabalho está inadequado, e ainda, verificar a 
existência permanente da atividade penosa, quando então serão estudados 
os limites, proibições e critérios remuneratórios. (MARQUES, 2009, p.61) 
 
 
E segue o entendimento dissertando que: 
 
[...] motorista e cobrador de ônibus, motorista de táxi, empregados de 
serviços de limpeza ou conservação de bueiros, galerias ou assemelhados, 
enfermeiros e auxiliares de enfermagem, caixas e vigilantes de banco, 
cantor e locutor de rádio, entre outros tantos tratados pela jurisprudência em 
nossos tribunais. (MARQUES, 2009, p.64) 
 
 
Assim, nas palavras de MARQUES, a relação entre o trabalho realizado de 
forma penosa e o princípio fundamental da dignidade da pessoa humana, deve ser 
sempre levada em conta, tendo em vista que o obreiro somente poderá exercer 
função considerada como penosa, quando forem apontados os limites para o 
exercício dessa função, como ela será realizada, além da remuneração do 
trabalhador de acordo com atividade penosa que realiza, estabelecendo assim 
meios adequados para que tal atividade possa ser desempenhada. 
O posicionamento doutrinário classifica como atividade penosa, àquela 
exercida de forma que não propicie ao trabalhador meios que estejam adequados 
para a realização deste trabalho tido como penoso, e, que por não terem sido 
observa dos tais cuidados, acarretaram mazelas a integridade física e psíquica do 
 
 
 
28 
obreiro em decorrência do trabalho desempenhado não observadas condições 
mínimas para sua efetivação. 
Por fim, o art. 7º, inc. XXIII da Lei Maior de 88, estabelece o direito ao 
adicional a todos os trabalhadores que exercem atividades tidas como penosas. 
Entretanto, deve ser esclarecido que, não há no ordenamento jurídico pátrio, 
classificação de quais são às profissões e/ou atividades exercidas pelos obreiros 
tidas como penosas. E também, não há lei correspondente ao quantum 
remuneratório dessas atividades tidas como penosas, inclusive, na própria CLT que 
não define nem impõem regra nem para um e nem para o outro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
29 
4. A (IM) POSSBILIDADE DE CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE 
 
4.1 Da corrente Majoritária 
 
Deve ser esclarecido que, primeiramente o que é de entendimento dominante, 
é de que o trabalhador, mesmo exposto ou exercendo atividade que o exponha a 
risco de vida, ou que seja realizado em condições comprovadamente insalubres, não 
lhe dá o direito de receber ambos adicionais, devendo o obreiro escolher, ou um ou 
outro. 
Nas palavras de CARRION, a legislação veda que sejam cumulativamente 
pagos ao trabalhador ambos adicionais de periculosidade e insalubridade, 
estabelecendo que cabe ao empregado requerer apenas um somente. (CARRION, 
2011, p. 193) 
Ainda, a renomada doutrina leciona que, a opção entre um adicional em 
detrimento de outro, pode ser vantajoso para o trabalhador, tendo em vista que o 
poder de escolha é dele quanto ao recebimento de qual adicional quer perceber, não 
cabendo ao empregador tal atribuição. 
Na lição de MARTINS, a saber: 
 
[...] A opção caberá ao empregado e não ao empregador, podendo o 
primeiro escolher o adicional que quiser, na hipótese de serem devidos os 
dois, inclusive o pior. Não poderá, porém haver o pagamento dos dois 
adicionais ao mesmo tempo. (MARTINS, 2007, p. 215) 
 
 
O que realmente ocorre, é que o trabalhador opta pela periculosidade, tendo 
em vista que este adicional tem como base para que seja estabelecido, os 
vencimentos totais percebidos pelo obreiro, ou seja, o seu salário total (base). 
Diferentemente no que se refere ao adicional por trabalhar em condições insalubres, 
que leva em consideração para atribuição de seu valor, o salário mínimo vigente e 
não os rendimentos totais do trabalhador, com exceção se o adicional for pago sobre 
o máximo legal permitido. 
Assim, vez que tendo sido feito tais apontamentos, pode ser observado que, 
mesmo que havendo profissões em que o obreiro esteja diretamente em contato 
 
 
 
30 
com agentes nocivos à sua saúde, ou seja, preenchido um dos requisitos para que 
perceba o adicional de insalubridade, e concomitantemente exercendo atividade que 
notadamente seja tida como atividade de iminente risco de vida, não há 
possibilidade legal de perceber ambos adicionais, cabendo apenas ao trabalhador a 
escolha entre um ou outro. 
Todo o entendimento acima referido encontra também o acompanhamento e 
é compartilhado pelo Egrégio TRT4, conforme colaciona-se abaixo: 
 
EMENTA 
CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE E PERICULOSIDA
DE. Entendo que o adicional de periculosidade não é pago cumulativamente 
com o adicional de insalubridade, e sim alternativamente, em razão do 
disposto no artigo 193 da CLT, que trata do adicional de periculosidade. 
Ainda, adoto o entendimento consolidado por este Tribunal Regional na 
Súmula 76. No caso em tela, o reclamante sempre recebeu adicional 
de periculosidade pela sua atividade no trabalho, pago pelo reclamado. Na 
audiência (Id ed08a43), realizada no decorrer do processo em questão, as 
partes conciliaram na existência de insalubridade em grau máximo no labor 
do recorrente. Porém, conforme a súmula exposta e entendimento, é 
vedado a cumulação de adicionais de insalubridade e periculosidade, sendo 
possível o empregado optar pelo adicional mais vantajoso. 
PROCESSO nº 0020378-38.2015.5.04.0026 (RO) 
 
A Ementa acima colacionada além das demais exemplificativamente 
utilizadas no presente trabalho, visam esclarecer que, o entendimento predominante 
é de que o acumulo dos adicionais é vedado pela legislação. Os dispositivos legais 
utilizados para fundamentar e que servem de argumento para que os adicionais não 
sejam devidos de forma cumulada aos trabalhadores, encontra respaldo no art. 193, 
parágrafo 2º da Consolidação das Leis Trabalhistas, também utilizando como 
fundamento para o entendimento supra, a CF de 88, no seu art. 7º, inc. XXIII, que 
determina e regulamenta os adicionais devidos aos trabalhadores, exemplificando e 
diferenciando os três adicionais, o que para o entendimento da maior parte da 
doutrina e juristas, cuja leitura remete à interpretação de uma vedação legal contida 
no ordenamento. 
Contudo, mesmo que este entendimento que impossibilita a cumulatividade 
seja tido como o predominante, existe corrente diversa que entende que os 
adicionais, desde que em excepcional situação, e, preenchidos os requisitos 
subjetivos inerentes ao caso concreto, torna possível ao empregado e trabalhador 
 
 
 
31 
que exerce determinada atividade, ter o direito de perceber concomitantemente 
ambos adicionais, como será discutido adiante. 
 
4.2 Da Corrente Minoritária 
 
Da leitura e interpretação do dispositivo legal do inciso XXIII do artigo 7º da 
CF/88, entende-se que está positivado ao trabalhador que está inserido e preenche 
os requisitos, o recebimento do adicional de penosidade, o adicional de 
periculosidade e/ou o adicional de insalubridade. 
A saber, do preceito legal: 
 
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que 
visem à melhoria de sua condição social: [...] XXIII - adicional de 
remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma 
da lei. (Constituição Federal de 1988) 
 
 
O que diferencia um de outro, são os fatose atividades exercidas pelos 
trabalhadores que caracterizam o trabalho como sendo ou penoso, ou perigoso, ou 
até mesmo insalubre, não havendo confusão, em tese, entre um e outro no momento 
em que devem ser classificados. Contudo, tal entendimento remete a uma situação 
em que o obreiro, mesmo que esteja no exercício de sua função exposto a agentes 
tidos como insalubres pela legislação, mas também trabalhando em condições 
perigosas, com a vedação legal, não teria o direito a perceber conjuntamente, 
ambos adicionais, devendo escolher qual dos adicionais quer receber. 
Do entendimento doutrinário, a saber: 
 
“[...] No caso, se optar pelo adicional de periculosidade, estará trabalhando 
em condições insalubres de graça, ou seja, sem nenhuma compensação 
pecuniária, e vice-versa no caso de optar pelo adicional de insalubridade 
(caso em que o labor em condições perigosas será prestado sem nenhuma 
compensação pecuniária) [...]”. (FORMOLO, 2006, p.56) 
 
 
A maior parte da doutrina mostra-se contrária ao recebimento de ambos 
adicionais de periculosidade e de insalubridade, no entanto, há alguns que, mesmo 
contrários, entendem que há exceções para que a cumulação ocorra, desde que o 
trabalhador, no exercício e desempenho de sua função, esteja exposto a agentes 
 
 
 
32 
insalubres e também, pelo trabalho que realiza, corre perigo e iminente risco de vida, 
conforme entendimento abaixo transcrito: 
 
[...] Entendemos que, se as condições de trabalho do empregado são 
duplamente gravosas, é cabível o pagamento dos dois adicionais, pois 
houve exposição a dois agentes insalubres diferentes, que podem ocasionar 
prejuízos a diversos órgãos do corpo humano [..] a determinação contida na 
NR-15 da Portaria n. 3.214, de 1978, no sentido de se considerar apenas o 
fator de insalubridade de maior grau, no caso de incidência de mais de um 
agente insalubre, extrapola os limites da própria lei, que não proíbe a 
cumulação de mais de um adicional de insalubridade. Se se permitir tal 
dispositivo, o empregador poderá perder o estímulo de eliminar outros 
agentes agressivos. (BARROS, 2012, p.623-624) 
 
Assim, uma vez que uma pessoa que exerce profissão ou atividade onde 
esteja exposta cotidianamente a agentes que possam prejudicar sua saúde e que 
corra rico iminente de vida pela função perigosa, não deveria perceber apenas um 
dos adicionais. Tal entendimento mostra-se cada vez mais presente nos dias atuais 
pelos juristas e doutrina, tendo em vista que a situação acima narrada não se trata 
de um fato isolado ou incomum atualmente, merecendo entendimento diverso 
daquele disposto na fria letra da lei. 
Ainda, recepcionados pela Carta Magna Brasileira de 1988, os Tratados, 
principalmente o que estabelece os direitos do homem, ou seja, dos direitos 
humanos, além da OIT, pela Convenção de número 155, remete ao entendimento de 
que são devidos ambos, adicional de periculosidade e o adicional de insalubridade, 
quando o obreiro trabalha exposto a essas condições. 
Como já supra referido, e, conforme lição que seguirá abaixo mencionada, o 
Brasil é signatário de tais tratados, e, como integra a OIT, posicionou-se no sentido 
de que reitera e aceita as medidas neles contidas. Dessa forma, assinadas tais 
disposições acordadas e tratadas nos tratados e convenções nos quais o país é 
membro, conforme a Constituição de 1988, tais ordenamentos passam a ter vigor e 
integram a nossa legislação, produzindo efeitos jurídicos e legais, tendo em vista o 
dispositivo legal do parágrafo 2º do artigo 5º da Lei Maior. Urge salientar por fim, o 
que estabelece o artigo 11, “b” da Convenção da OIT de número 155, a saber: 
 
Artigo 11. A fim de tornar efetiva a política a que se refere o Artigo 4 do 
presente Convênio, a autoridade ou autoridades competentes deverão 
garantir a realização progressiva das seguintes funções: [...] b) a 
 
 
 
33 
determinação das operações e processos que estarão proibidos, limitados 
ou sujeitos à autorização ou ao controle da autoridade ou autoridades 
competentes, bem como a determinação das substâncias e agentes aos 
quais a exposição no trabalho estará proibida, limitada ou sujeita à 
autorização ou ao controle da autoridade ou autoridades competentes; 
deverão levar-se em consideração os riscos para a saúde causados pela 
exposição simultânea a várias substâncias ou agentes. (Organização 
Internacional do Trabalho, Convenção 155) 
 
Além do todo anteriormente exposto, cabe referir que, no próprio 
ordenamento jurídico pátrio, tido como princípio basilar do direito do trabalho, a 
premissa da aplicação da norma mais favorável ao trabalhador, serve também como 
base para o entendimento de que é e existe sim a possibilidade de cumular, desde 
que comprovadamente preenchidos os requisitos, ambos adicionais. 
Na lição de DELGADO: 
 
[...] O operador do Direito do Trabalho deve optar pela regra mais favorável 
ao obreiro em três situações distintas: no instante de elaboração da regra 
(princípio orientador da ação legislativa, portanto) ou no contexto de 
confronto entre regras concorrentes (princípio orientador do processo de 
hierarquização de normas trabalhista) ou por fim, no contexto de 
interpretação das regras jurídicas (princípio orientador do processo de 
revelação do sentido da regra trabalhista). (DELGADO, 2016, p.198) 
 
De uma forma mais exemplificativa, e de acordo com a Consolidação das Leis 
Trabalhistas, se em uma mesma situação, houvesse um empregado efetuando um 
trabalho tido como perigoso, e outro realizando trabalho caracterizado como 
insalubre, um perceberia um adicional e o outro o adicional correspondente e diverso 
daquele pago ao primeiro trabalhador. Porém, quando um empregado realiza ambos 
trabalhos, deve optar apenas por um, ou periculosidade ou insalubridade. Assim, 
agindo dessa maneira, o empregador teria qualificada sua conduta na órbita do 
enriquecimento ilícito e sem causa, pois, pagaria apenas ao empregado um 
adicional, mesmo que ele exercesse e a sua função se enquadrasse como sendo 
perigosa e insalubre concomitantemente. 
Como já visto, o conceito que predomina é que não é possível cumular os 
adicionais. Esse posicionamento também é o que vigora nos Egrégios Tribunais 
através dos acórdãos proferidos que tratam sobre o tema da cumulatividade dos 
adicionais. Porém, mesmo de forma tímida e de entendimento menor e menos 
abrangente, há acórdãos e posicionamentos da jurisprudência que entendem, 
 
 
 
34 
preenchidos os requisitos e como exceção, a possibilidade de a insalubridade e da 
periculosidade serem conjuntamente devidas ao trabalhador. 
A saber, do entendimento no que se refere ao acima descrito, no julgado 
abaixo transcrito, que deferiu ao trabalhador ambos adicionais, conjuntamente: 
 
RECURSO DE REVISTA. CUMULAÇÃO DOS ADICIONAIS DE 
INSALUBRIDADE E PERICULOSIDADE. POSSIBILIDADE. PREVALÊNCIA 
DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS E SUPRALEGAIS SOBRE A CLT. 
JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA DO STF QUANTO AO EFEITO 
PARALISANTE DAS NORMAS INTERNAS EM DESCOMPASSO COM OS 
TRATADOS INTERNACIONAIS DE DIREITOS HUMANOS. 
INCOMPATIBILIDADE MATERIAL. CONVENÇÕES NOS 148 E 155 DA 
OIT. NORMAS DE DIREITO SOCIAL. CONTROLE DE 
CONVENCIONALIDADE. NOVA FORMA DE VERIFICAÇÃO DE 
COMPATIBILIDADE DAS NORMAS INTEGRANTES DO ORDENAMENTO 
JURÍDICO. A previsão contida no artigo 193, § 2º, da CLT não foi 
recepcionada pela Constituição Federal de 1988, que, em seu artigo 7º, 
XXIII, garantiu de forma plena o direito ao recebimento dos adicionais de 
penosidade, insalubridade e periculosidade, sem qualquer ressalva no que 
tange à cumulação, ainda que tenha remetido sua regulação à lei ordinária. 
A possibilidade da aludida cumulação se justifica em virtude de os fatos 
geradores dos direitos serem diversos. Não se há de falar em bis in idem. 
No caso da insalubridade, o bem tutelado é a saúde do obreiro, haja vista 
as condições nocivas presentes no meio ambiente de trabalho; já a 
periculosidadetraduz situação de perigo iminente que, uma vez ocorrida, 
pode ceifar a vida do trabalhador, sendo este o bem a que se visa proteger. 
A regulamentação complementar prevista no citado preceito da Lei Maior 
deve se pautar pelos princípios e valores insculpidos no texto constitucional, 
como forma de alcançar, efetivamente, a finalidade da norma. Outro fator 
que sustenta a inaplicabilidade do preceito celetista é a introdução no 
sistema jurídico interno das Convenções Internacionais nos 148 e 155, com 
status de norma materialmente constitucional ou, pelo menos, supralegal, 
como decidido pelo STF. A primeira consagra a necessidade de atualização 
constante da legislação sobre as condições nocivas de trabalho e a 
segunda determina que sejam levados em conta os riscos para a saúde 
decorrentes da exposição simultânea a diversas substâncias ou agentes-. 
Nesse contexto, não há mais espaço para a aplicação do artigo 193, § 2º, 
da CLT. Recurso de revista de que se conhece e a que se nega provimento. 
(TST, 7ª Turma, RR-1072-72.2011.5.02.0384, Relator Ministro: Cláudio 
Mascarenhas Brandão, Data de Julgamento: 24/09/2014, DEJT 
03/10/2014). 
 
Dessa forma, tendo em vista a Ementa transcrita, e o entendimento nela 
disposto que foi confirmado e retificado pelo Egrégio TST, decisão esta que, já era 
discutida e proferida pelos Egrégios TRTs dos Estados que compõem a Federação, 
levando em consideração ainda o entendimento e a lição doutrinária, utilizadas às 
diversas fontes do direito, esta situação remete ao pensamento de que, se uma vez 
encontrados os requisitos de fato e de direito que possibilitam a cumulação dos 
 
 
 
35 
adicionais, eles podem ser sim pagos conjuntamente ao trabalhador, mesmo que 
como exceção, pois, a regra e a legislação, diante das relações de emprego e 
humanas, tendem a transformar-se e adequar-se conforme o decorrer dos 
acontecimentos que dizem respeito ao mundo jurídico. 
 
 
4.3 Atual posicionamento jurisprudencial 
 
Como visto nos itens acima explanados, o presente estudo tratou de versar 
sobre o acórdão da 7ª (sétima) Turma do Tribunal Superior do Trabalho (TST) que 
decidiu favoravelmente a um reclamante a cumulação dos adicionais de 
periculosidade e insalubridade conforme supra citada decisão e jurisprudência 
anexa. Conforme descrito e demonstrado no Trabalho de conclusão de Curso em 
tela, houve o embasamento da decisão que utilizou como fundamento no julgado do 
TST, que para a cumulatividade dos adicionais, o fato que originaria o acumulo 
deveria ser de natureza diversa. 
Entretanto, oposto ao que fora publicado da referida decisão, o Egrégio TST 
não está e nem iniciou a uniformização do referido acórdão como parâmetro para 
que em demandas de mesma natureza seja admitido a cumulatividade do adicional 
de insalubridade e de periculosidade. 
É claro que, o teor do acórdão torna admissível que, quando acionados, e até 
mesmo não o sendo, os empregadores paguem de forma cumulados aos 
trabalhadores ambos adicionais. Contudo, o julgado e o teor do decisório, não foi 
apreciado pela Subseção de Dissídios Individuais (SBDI), que é considerada como 
sendo a responsável mais elevada, que tem por atribuição perante àquela Egrégia 
Corte, uniformizar as decisões proferidas pela Justiça do Trabalho pelo TST em todo 
território nacional. Mas isso ainda não ocorreu. 
É claro que, tendo em vista o sentido e teor humano, analisado ainda a ótica 
social, a possibilidade de cumulação dos adicionais está embasado em um ideal 
principiológico e até mesmo doutrinário senso de justiça. Uma vez que, pela própria 
natureza e fundamento teórico e jurídico das referidas verbas, para que seja 
 
 
 
36 
atribuído ao trabalhador este ou aquele adicional, deve ser verificado o que distingue 
um do outro, que são o risco de vida e o perigo iminente e comprovado à saúde do 
trabalhador. Assim, por muitas vezes e dependendo da profissão que exerce, o 
trabalhador pode estar exposto de forma individual, vezes exposto a um, e, por 
vezes exposto ao outro risco, o que o torna merecedor sim, pela ótica de um 
conceito amplo de justiça, de compensação financeira de ambos adicionais de 
periculosidade e insalubridade de forma cumulada, como verba integrante de seus 
vencimentos. 
Entretanto, cabe salientar que há um impedimento legal que de certa forma 
proíbe que sejam cumulados o adicional de insalubridade e o adicional de 
periculosidade. A consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), no seu artigo 193, 
parágrafo 2º, veda sem demais interpretações a cumulação dos adicionais. 
Também, de acordo com a renomada doutrina dominante, os fundamentos e 
ordenamento inclusos na CLT e na Carta Magna, no que se refere aos adicionais, 
distinguem e lecionam sobre os diferentes requisitos do trabalho realizado de 
maneira e em situação considerada perigosa ou de risco iminente à sua saúde. A 
redação do artigo 193, § 2º, disciplina a insalubridade que deverá ser adicionada a 
verba salarial do trabalhador, tendo em vista se este estiver exposto a agentes 
considerados lesivos, danosos e prejudiciais à saúde do empregado. E, também 
cabe referir que o artigo 7º, em seu inc. XXII condiciona e determina que as 
empresas e/ ou empregadores, reduzam e tomem providências na intenção de 
diminuir o risco de prejuízo e dano grave à saúde dos empregados no ambiente de 
labor. 
A Carta Magna de 1988 disserta que é direito dos trabalhadores, tanto na 
esfera rural quando na urbana, e de outros que tenham por objetivo tornar mais 
benéfico e melhorar suas vidas, a compensação por meio dos adicionais para o 
trabalho considerado penoso, ou perigoso e/ou considerado insalubre, nos termos 
da legislação. Tal previsão está contida no artigo 7º, inciso XXIII da Constituição. 
Extrai-se, portanto, do entendimento legal supra demonstrado que, 
primeiramente a legislação em vigor no Brasil, não permite que o adicional de 
insalubridade e o adicional de periculosidade sejam cumulativamente integrados ao 
 
 
 
37 
salário do trabalhador. Ainda, é possível verificar que, de acordo com a mesma 
legislação acima referida que, existe e é permitida a possibilidade de o trabalhador 
escolher optando pelo adicional. 
Assim, tendo em vista todos os argumentos fáticos, doutrinários, 
jurisprudenciais e jurídicos analisados e apresentados no presente estudo, pode-se 
concluir que: 
Primeiro: Não é de um todo um absurdo a cumulação do adicional de 
insalubridade e do adicional de periculosidade, uma vez que o empregado, por 
vezes, poderá estar em contato com agentes lesivos e danosos à sua saúde, bem 
como experimentando risco de vida em decorrência da atividade que exerce. O que 
deverá ser avaliado de acordo com cada situação vivenciada por ele no seu 
ambiente de trabalho. Mas é sabido que, a legislação veda a cumulatividade, 
conforme a Consolidação das Leis Trabalhistas acima colacionadas demonstra. 
Segundo: Não existem questionamentos ou dúvidas sobre o país ter ratificado 
às Convenções de nº. 148 e a Convenção de nº. 155 da OIT (Organização 
Internacional do Trabalho), ainda, referir que, com a Ilustre Decisão do Egrégio 
Superior Tribunal Federal, os tratados, no caso, às Convenções da Organização 
Internacional do Trabalho, consideradas como legislação especialíssima que trata 
sobre os direitos humanos, são tidas e avaliadas com hierarquia superior à das 
normas citadas. Porém, como visto no presente Trabalho de conclusão de Curso, no 
que se refere às Convenções supra, pode ser verificado que estas não tratam e nem 
têm o como objeto avaliar ou definir posição sobre a (im)possibilidade da 
cumulatividade do adicional de periculosidade e do adicional de insalubridade ao 
salário dos trabalhadores. 
Terceiro: Por fim, a Colenda Turma dos Nobres Ministros que integram a 
Subseção de Dissídios Individuais – I, proferiu ilustre decisão que concretizou a 
corrente positivista de que é impossível nos termosda legislação vigente, cumular o 
adicional de insalubridade com o adicional de periculosidade, não tecendo maiores 
considerações nem maiores entendimentos no referido julgamento, e, também não 
havendo nem verbalizando teorias com qualquer advertência, exceção ou lembrete, 
 
 
 
38 
de caso onde seja possível e autorizado cumular os adicionais. Tudo disposto no E-
RR 1081-60.2012.5.03.0064. 
Em derradeiro, pode se concluir, portanto que, os adicionais de periculosidade 
e de insalubridade, conforme teor e tese legal firmada pelo TST, mas não com 
caráter vinculante ou uniforme, não podem ser cumulados. Contudo, em muito a 
própria jurisprudência e doutrina trabalhista e processualista trabalhista divergem de 
tal entendimento, como fora demonstrado no presente estudo. Pois, o que se 
vislumbra é que há dois posicionamentos baseados em premissas e ideias de bem 
estar e organização social: um baseado na lei e o outro no justo, na justiça. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
39 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 O presente estudo teve como escopo apresentar os entendimentos 
majoritários e minoritários da legislação pátria, dos Egrégios Tribunais através de 
suas jurisprudências e da renomada doutrina, pelas obras utilizadas, que evidenciam 
posicionamentos contrários e a favor da cumulação do adicional de periculosidade e 
do adicional de insalubridade. 
Foram abordadas situações fáticas através de exemplos e casos concretos 
havidos e que foram analisados pela Justiça Trabalhista e pelas Côrtes Superiores 
do país. Observou-se que, o impedimento legal para a cumulação dos referidos 
adicionais, é óbice imperativo para que haja a compensação monetária ao 
trabalhador que está exposto muitas vezes à situações que, tendo em vista os 
conceitos supra firmados, dão ensejo ao pagamento dos adicionais conjuntamente. 
Assim, haveria uma devida compensação aos trabalhadores, resguardadas às 
limitações, a realização de atividades tidas como insalubres e perigosas, ou seja, 
que ofereçam conjuntamente riscos à saúde e o iminente risco de morte aos 
obreiros. 
Assim, mesmo que o entendimento predominante seja de que não há a 
possibilidade da cumulação dos adicionais, através do entendimento positivo da fria 
letra da lei, e também do posicionamento dos Egrégios Tribunais Pátrios na grande 
maioria das decisões proferidas através dos acórdãos relativos ao tema em análise, 
não há como negar que, mesmo que o entendimento quanto ao recebimento de 
ambos adicionais seja minoritário, existem em excepcionais situações a 
possibilidade de cumular os adicionais a verba remuneratória dos trabalhadores que 
exercem profissões que, em decorrência da própria atividade acarretam riscos 
iminentes à vida e a saúde do trabalhador, como já houve através do julgado 
colacionado acima, entendimento sobre a cumulação dos adicionais. 
Portanto, mesmo que não seja a corrente predominante, há de se destacar 
que, o que se pretende com o presente estudo em tela, não é o deslinde da 
discussão acerca do exposto, mas sim uma reflexão sobre esta situação. Haja vista 
que, não se trata de um invencionismo jurídico, doutrinário ou jurisprudencial, mas 
sim da exposição de uma situação que cotidianamente ocorre na esfera trabalhista. 
 
 
 
40 
A fria letra da lei é um meio, mas não o fim para o aclaramento de situações 
vivenciadas e que ocorrem no mundo do direito, que trata de ser, diferentemente de 
algumas ciências, uma ciência cujas verdades têm o caráter transitório, sendo que a 
lei é uma das fontes do direito, mas não a única. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
41 
6. REFERÊNCIAS 
 
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2012. 
 
BARSANO, Paulo Roberto. Segurança do Trabalho: guia prático e didático / 
Paulo Roberto Barsano, Rildo Pereira Barbosa. 1. ed. São Paulo: Érica, 2012. 
 
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Brasília, DF, Senado, 2017. 
 
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em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil/Decreto-Lei/Del5452.htm>. Acesso em: 25 de 
março de 2017. 
 
BRASIL. Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região. 9ª turma. Recurso 
Ordinário nº 0020378-38.2015.5.04.0026 (RO). Recorrente: Thiago Gomes 
Vasconcelos. Recorrido: Abastecedora de Combustíveis Nonoai Ltda. Relator: 
Manuel Cid Jardon. Porto Alegre, 13 de outubro de 2016. Lex – Jurisprudência do 
TRT 4ª região, Passo Fundo, maio de 2017. 
 
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. 7ª turma. Recurso de Revista nº TST-RR-
1072-72.2011.5.02.0384. Recorrente: Amsted Maxion Fundição e Equipamentos 
Ferroviários S.A. Recorrido: Ivanildo Bandeira. Relator: Cláudio Mascarenhas 
Brandão. Brasília, 24 de setembro de 2014. Lex – Jurisprudência do TST, Passo 
Fundo, maio de 2017. 
 
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. 2ª turma. Embargos em Recurso de 
Revista com Agravo n° TST-E-ARR-1081-60.2012.5.03.0064. Embargante: Astor 
Celso de Jesus. Embargada: Arcelormittal Brasil S.S. Relator: João Oreste Dalazen. 
Brasília, 28 de abril de 2016. Lex – Jurisprudência do TST, Passo Fundo, maio de 
2017. 
 
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periculosidade. 2. ed. São Paulo: LTr, 2015. 
 
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atual. por Eduardo Carrion. São Paulo: Saraiva, 2011. 
 
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LTr, 2016. 
 
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VADE MECUM RT / [Equipe RT]. – 13. ed. rev., ampl. e atual. – São Paulo: Editora 
Revista dos Tribunais, 2016.

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