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GESTÃO EDUCACIONAL GESTÃO EDUCACIONAL Copyright © UVA 2019 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição. Texto de acordo com as normas do Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. AUTORIA DO CONTEÚDO Luciana Soares Chagas Evangelista REVISÃO Caroline Maganhi Clarissa Penna Marcia Glenadel Theo Cavalcanti PROJETO GRÁFICO UVA DIAGRAMAÇÃO UVA E92 Evangelista, Luciana Soares Chagas Gestão educacional [livro eletrônico] / Luciana Soares Chagas Evangelista. – Rio de Janeiro: UVA, 2019. 4,8 MB : PDF. ISBN 978-85-5459-105-2 1. Escolas - Organização e administração - Brasil. 2. Administração escolar - Brasil. 3. Educação. I. Universidade Veiga de Almeida. II. Título. CDD – 371.200981 Bibliotecária Katia Cavalheiro CRB 7 - 4826. Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca Central da UVA. SUMÁRIO Apresentação Autor 6 7 A escola e seus atores 25 • A organização formal da escola: equipes técnico-pedagógica e técni- co-administrativa • Os papéis do gestor e da equipe técnico-pedagógica: diretor, coorde- nador pedagógico, supervisor educacional e orientador educacional • As atribuições e os desafios do gestor escolar e da equipe técnico- -pedagógica na contemporaneidade UNIDADE 2 8 • Liderança democrática e gestão participativa na escola • Teorias de administração e seus desdobramentos no âmbito escolar • Áreas de atuação da gestão escolar: pedagógica, administrativa e gestão de pessoas A gestão democrática e a busca da autonomia na escola UNIDADE 1 SUMÁRIO Documentação operacional da escola 60 • O regimento escolar: conceito, objetivos e estrutura • Plano Operacional Escolar: conceito, objetivos e estrutura • Mecanismos administrativos: organograma e calendário escolar UNIDADE 4 43 • Mecanismos de constituição e consolidação de uma gestão participati- va: Conselho Escolar, Conselho de Classe e Projeto Político-Pedagógico • O processo de eleição do diretor escolar na gestão democrática do ensino • A atuação administrativa do gestor escolar e seus desafios Componentes básicos da gestão democrática UNIDADE 3 6 Ao refletirmos sobre os processos de gestão educacional, percebemos que o eixo fun- damental para a construção da escola como espaço de autonomia e participação é a transformação do discurso em ações. Nesses processos, podemos perceber que a ges- tão educacional é bem mais que desempenhar papéis administrativos e funções que dialogam com as equipes técnico-pedagógicas da escola frente aos desafios de nosso cotidiano. As engrenagens constituintes da estrutura administrativa promovem um fun- cionamento organizado, parceiro e aderente da instituição escolar e de seus processos da gestão democrática e participativa. Esses elementos da educação estão baseados na Lei de Diretrizes e Bases – LDB, na Lei nº 9.394/1996 e na Constituição de 1988. A escola como forma de ministração da formação e na requalificação dos professores tem uma capacidade incrível de ficar além das expectativas, sem a pretensão de esgotar esse assunto, até porque esse cotidiano realmente aponta para estatísticas escolares em que é necessária a universalização da maioria dessas crianças no que diz respeito ao avanço tecnológico e seu acesso à escola. Em relação à democratização, à permanência do acesso ao conhecimento e à não eva- são, faz-se necessário equacionar pedagogicamente os limites da possibilidades vividas pelos educandos na escola, suas experiências, que têm como linha tênue um tratamento não tão humanizado. Nossos professores em formação, em sua imensa maioria, não foram formados para trabalhar de forma administrativa, e essa atitude democrática im- plica não retirar do Estatuto da Cidadania do ser humano sua cultura e seus hábitos, bem como seus saberes, que são diferentes, mas existem realmente e os ajudam na difícil lida da sobrevivência para assegurar as condições necessárias e indispensáveis para todo trabalho escolar eficiente à área da gestão educacional. A gestão é uma questão de âmbito na escola. Ao afirmarmos que o entendimento dessa área seria mais amplo e aberto que a administração, esse espaço delimitado dentro do ambiente escolar tem insistido na necessidade de ressignificação do “fazer”, que se tra- duz na ampliação do espaço educativo para além de suas tradicionais quatro paredes. APRESENTAÇÃO 7 LUCIANA SOARES CHAGAS EVANGELISTA Graduada em Pedagogia Empresarial pela Universidade Veiga de Almeida – UVA e pós- -graduada na mesma instituição em Recursos Humanos, pela qual se formou mestre em Psicanálise, Saúde e Sociedade. Integra o quadro de docentes da UVA, na qual atua como professora-tutora e roteirista de disciplinas dos cursos de Pedagogia e Recursos Huma- nos, além de ser coordenadora da área da Licenciatura em Pedagogia do Programa de Iniciação à Docência – Pibid pelo Capes. AUTOR A gestão democrática e a busca da autonomia na escola UNIDADE 1 9 Sendo objetivo da gestão democrática refletir sobre os processos de embasamento da gestão educacional como eixo para a construção da escola como espaço de busca da autonomia e participação, a proposta didática dada ao planejamento, para assegurar as condições necessárias ao bem administrar, é indispensável para todo trabalho es- colar. A ênfase de efetividade na área administrativa e na área da gestão educacional tem seu foco na liderança, pois, na realidade, ela é muito maior do que isso, porque está para a escola com a responsabilidade de minimizar os efeitos nocivos e possíveis vícios da organização. O comportamento da comunidade escolar no desenvolvimento de diálogos na gestão educacional deverá estar cada vez mais entrelaçado nas diversas áreas da escola para que possa se instrumentalizar para a construção do conhecimento como resultado de avaliação constante. As práticas competentes da inclusão social, que pretendem demo- cratizar as relações de cooperação, atuarão de forma integrada e interativa, tanto nas realidades socioeconômica e política como nas comunidades local e regional, e, assim, veremos realmente que, ao final desta disciplina, conseguiremos compreender o pro- cesso de gestão educacional, que possibilita o desenvolvimento de competências no âmbito da gestão da escola com as demandas da sociedade contemporânea, gerindo e liderando pessoas. INTRODUÇÃO Nesta unidade, você será capaz de: • Refletir sobre os processos de gestão democrática como eixo fundamental para a construção da escola como espaço de autonomia e participação. OBJETIVO 10 Liderança democrática e gestão participa- tiva na escola Identificar a fundamentação legal, os princípios, pressupostos e mecanismos de imple- mentação de uma liderança democrática na escola parece se tratar de algo intangível, mas, quando vemos uma atividade passível de execução e realização na forma física, torna-se atingível, seja para fim individual, seja coletivo, haja vista a gestão participativa na escola. Quando falamos em coletividade, esta requer um trabalho grupal, no qual professores e profissionais da escola de todos os níveis, inclusive a comunidade, estejam envolvidos e comprometidos com a aprendizagem dos educandos, pois esse é um caminho para transformar a escola em um espaço aberto à construção de aprendizagens significativas para que todos participem. Lück (2014) diz que o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e atitudes,no en- tanto, baseia-se em um esforço individual, cabendo a cada pessoa assumir a respon- sabilidade por melhorar seu desempenho. É também coletivo, mediante a realização de oficinas, estudos em grupo, troca de experiências e de experimentação, seguidas de re- flexão e feedback. 11 Os participantes têm ritmos e estilos diferentes, e acreditam em suas potencialidades no que tange a refletir, descobrir, criar, desenvolver-se na trajetória da construção de seu próprio conhecimento e crescer. O aprendizado é para todos, inclusive para o gestor. Valorizar a experiência que cada um carrega consigo é fundamental na formulação do problema e no desenvolvimento da gestão educacional, pois exige repensar o perfil de liderança para a quebra de paradigmas a partir de uma gestão participativa e coesa ou não, porque, se há “quebra”, há fomento de discussões necessárias. Nada pior do que uma reunião de “ovelhas apascentadas” que concordam com tudo. Ressalto aqui que “discordar” não é gritar, brigar ou revanchismo na organização; o discordar deve levar à seguinte reflexão: Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre a importância da construção do Projeto Político-Pedagógico – PPP da escola. MIDIATECA 1º 2º 3º Quais insumos e quanto tempo vamos nos dar para transformar esse impasse? Se meu colega discorda, como vamos rever para entrarmos no conceito da administração que é o “ganha-ganha”? Embasar a discordância. Quem discorda precisa apresentar fatos e argumentos. 12 Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre liderança, controle gerencial e inovação. MIDIATECA Quando se fala em educação, fala-se em coletividade, e, quando se fala de coletividade, imagina-se: quem vai liderar? Sim, é necessário que haja compartilhamento de ideias, de trabalho, da atuação do líder nos processos sociais que a escola demanda e que têm de ser atendidos para que todos tenham uma educação equitativa e de qualidade. A liderança se trata, portanto, de um conjunto de características desenvolvidas sucessivamente ao longo da vida a partir da vivência de processos sociais que se consolidam por meio do desenvolvimento de certos saberes, desenvolturas e atividades compatíveis com sua prática de professor em formação. Em vista do que demanda a visão global e abrangente, assim como a ação articulada e dinâmica, a gestão participativa norteia a qualidade do que será visto como condição básica para a atuação competente e assertiva nos processos da gestão. Se avançarmos com a globalização e os aparatos tecnológicos em busca do fazer e do saber, essa trans- formação precisará ser planejada e organizada, porque assim teremos um embasamen- to a ser estabelecido como norteador das nossas ações em um processo de transparên- cia em toda a comunidade escolar e na liderança. 13 A gestão educacional tem como tripé os ensinos federal, estadual e municipal. Seu tra- balho perpassa a transdisciplinaridade, pois é necessário trabalhar com diversas áreas do saber, particularmente as primazes, como filosofia, história e sociologia, e, por vezes, usar a psicologia da educação para compor esse entrelaçamento, que sustenta um sa- ber fazer de estrutura curricular educacional. O gestor tem como premissa própria estar atento ao entorno, lembrando que seu papel na escola vai além de critérios e condutas descritas em seu cargo. Cada escola, a partir das determinações de seus estados, terão de construir e constituir seus planejamentos pedagógico e administrativo. Cabe lembrar que o gestor escolar promove reuniões de conselho com suas áreas financeiras e admi- nistrativas a fim de consolidar os gastos possíveis que serão destinados a materiais ad- ministrativos, merenda, entre outros, e sua prestação de contas para o diretor da escola. 14 Teorias de administração e seus desdobra- mentos no âmbito escolar Quando falamos das teorias da administração, imaginamos inúmeros conceitos estabe- lecidos e escritos por diversos teóricos (Ford, Taylor, Fayol) muitas décadas atrás, mas é preciso entender que essas tendências, uma vez predominantes, quando articuladas com a administração da gestão escolar, têm uma outra tonicidade na contemporaneida- de, isto é, na Era da Informação. Se ficarmos estáticos diante dos desafios e não nos adaptarmos às mudanças, com o objetivo de realizar transformações observando suas complexidades, não nos conscien- tizaremos de que trabalhamos hoje com incertezas, mas que, sob a óptica da adminis- tração, a atividade humana — destaco aqui, no âmbito escolar — a cada dia se torna mais importante. Somos uma civilização de esforço cooperativo, partindo do princípio de que vivemos em sociedade, deixando claro que a tarefa primeira da administração é realizar sua atuação por meio de pessoas e de recursos de maneira assertiva e efetiva. São inúmeros os espaços em que a administração se faz necessária, por exemplo: orga- nizações de serviços públicos, universidades, escolas e, até mesmo, espaços empreen- dedores, nos quais vemos que o fator humano busca sua eficácia no trabalho em conjun- to para alcançar seus objetivos comuns e preestabelecidos que, direta ou indiretamente, dependem da habilidade daqueles que exercem a função administrativa. Com o avanço tecnológico, o conhecimento humano evoluiu de forma rápida, mas nem sempre organi- zada, pois, por si só, por vezes, não produz os efeitos desejados. A qualidade da adminis- tração no âmbito escolar precisa conseguir articular sua função, que, ainda que muitas vezes apresente diferentes objetivos, pretende os melhores resultados. 15 Ainda dialogando quanto à administração no âmbito escolar e ao avanço tecnológico, vemos que o professor em formação tem desafios pontuais em determinadas situações, como reconhecer que alguma autoridade se faz necessária diante das transformações sociais ocorridas ao longo da história na comunidade escolar. As determinações administrativas da vida escolar, social, cultural e econômica por vezes apontam diretrizes ao comportamento individual do ser humano que refletem no grupo. Sob essa égide, os diferentes segmentos da vida sofrem interferência tanto no controle sobre sua própria evolução como nas concepções e conexões estabelecidas entre as pessoas e o mundo, isto é, nas formas de pensar e agir das pessoas, na realidade da vida, nas escolhas. O administrador no âmbito escolar deve pretender a imparcialidade nesses diálogos. A fim de incorporar os novos direitos garantidos pela Constituição de 1988, como mostra a figura a seguir, o redesenho dos programas sociais superaram as dificuldades fiscais Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre fordismo. MIDIATECA 16 e distribuíram o encargo da provisão de serviços entre os governos federal, estaduais e municipais. No plano social, foi registrada uma participação crescente do setor privado no financiamento de várias atividades, gerando assim a descentralização da gestão, tanto da forma individual como institucional, evidente na proposta da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe – Cepal, que, como eixo fundamental de transformação produti- va e equitativa, passa pelas premissas de competitividade legítima de coesão social. Fonte: Secretaria de Comunicação Social / Tribunal Superior do Trabalho. http://www.tst.jus.br/noticias/-/asset_publisher/89Dk/content/constituicao-de-1988-consolidou-direitos-dos-trabalhadores 17 Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre o que é a Cepal. MIDIATECA Vimos até aqui que as concepções se traduzem a partir de realidades. A administração no âmbito escolar em todas as suas instâncias apresenta seus desdobramentos a partir de influências e ressignificações da vida cotidiana, reescrevendo a organização sócio-histórica do ser integral de tal modo que sua realidade precise aprender a viver na base de indicadores globaisde comportamento, desenvolvendo seu ser individual, em sociedade, no trabalho e na escola. 18 Áreas de atuação da gestão escolar: peda- gógica, administrativa e gestão de pessoas Ao pensarmos nas competências que diferenciam as dimensões de atuação do diretor escolar na construção de uma gestão participativa, veremos que o planejamento partici- pativo age de comum acordo com a coletividade. Se tivermos uma comunidade escolar engajada, teremos ações pedagógicas robustas e substanciais — essas são particula- ridades que devem fazer parte da rotina do diretor. Ele tem de estar alinhado com as tendências que geram subsídios de todas as formas para a escola, isto é, fomentar pro- gramas de formação continuada para seus professores e administrativos; disponibilizar aparatos tecnológicos para toda a comunidade escolar; possibilitar a participação em congressos para seus professores e para si; e promover eventos pedagógicos que envol- vam a comunidade para que todos, de forma uníssona, tenham a experiência de refletir e fomentar as questões pedagógicas, administrativas e de pessoal. Um dos cargos que compõem a atuação da gestão escolar é o do supervisor escolar, que é o profissional organizador do trabalho pedagógico desenvolvido pelos profes- sores em uma escola. Dando o devido valor, ele é como um articulador do Projeto Político-Pedagógico que, ao estabelecer conexões entre os campos administrativos e escolares e com a comunidade escolar, estrutura sua função de consolidar temas per- tinentes, levando-os a uma reflexão participativa e sugerindo os meios de concretizar a tarefa da escola, que é propiciar que todos se envolvam, aprendam e se desenvolvam como seres humanos integrais. Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre o trabalho do supervisor escolar. MIDIATECA 19 O Plano de Desenvolvimento Educacional – PDE objetiva apontar caminhos fundamen- tados para a atuação do gestor escolar em sua extensão pedagógica, contribuindo para melhorar a realidade escolar, bem como estimular, articular e dinamizar as ações de todos os envolvidos na comunidade escolar e a sociedade. Esse gestor deve oferecer sugestões possíveis e aplicáveis dentro dos contextos administrativo, processual e peda- gógico da escola. Ainda em voga quanto à prática da gestão escolar, vemos que igualmente não se tem potencializado o desenvolvimento efetivo de interação com todos os envolvidos. Essa or- ganização é um desafio cotidiano, pois a mentalidade cultural e dicotomizada de direção, coordenação e supervisão muitas vezes não orienta o efetivo da gestão para um rela- cionamento eficiente, na área educacional, direcionado para uma postura crítica, ética e política, a ponto de tomar iniciativas adequadas e abrir possibilidades, bem como opor- tunidades, visando mudanças que possam gerar resultados concretos de um trabalho coletivo eficiente e necessário em sua totalidade. Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre o que é o PDE. MIDIATECA 20 O gestor se estabelece quando se vê atuando no projeto da escola no momento de imple- mentar seu plano de trabalho. É fundamental sua colaboração efetiva para que a melho- ria do plano de trabalho docente, em face da realidade atual, articule-se e acompanhe a inserção das novas tecnologias no plano de trabalho dos docentes e da área administra- tiva. Uma das tarefas do gestor é avaliar, com os técnicos pedagógicos e administrativos, seus planos de trabalho. Essa visão favorece a qualidade do ensino em sua integralidade. É da competência do gestor escolar promover estímulos, bem como fazer inputs, como desafios na busca de solução para problemas recorrentes na escola. Acesse a midiateca da Unidade 1 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre o Conselho Estadual de Educação – CEE. MIDIATECA 21 A Cepal, no capítulo II, sobre a organização da comunidade escolar em seu art. 6º, § 4º, da Deliberação 16/99 – CEE/PR, preconiza que “o órgão colegiado de direção será presi- dido pelo diretor do estabelecimento, na qualidade de dirigente do projeto político-peda- gógico”. O que isso significa? Que o diretor, então gestor, é o presidente do órgão colegia- do e, em sua coordenação, deve pretender viabilizar ações para o desenvolvimento e a melhoria das relações interpessoais com foco na qualidade de ensino. O colegiado tem, em sua estrutura, o Conselho Escolar, que é responsável pela gestão da escola. Juntos, apontam e abordam os pontos de gargalo vistos, somadas as impressões da comunidade escolar, que é partícipe desse contexto, pois o Projeto Político-Pedagógico da escola tem a finalidade de fazer valer o que foi estabelecido como diretriz para melhor gerir as demandas da escola. No exercício da docência, você assumirá a condição de gestor educacional, aquele que fortalece o desenvolvimento e o cumprimento do plano de traba- lho com colaboração efetiva para a melhoria do plano de trabalho docente e fundamental para a área administrativa da escola. Como: ao discutirmos sobre organizações no estilo atual de pensar e fazer, a gestão não é problema de um indivíduo, mas do coletivo, feito de relações colaborativas, e isso torna tudo simultaneamente fácil e difícil, porque envolve uma visão mais ampla sobre a gestão, em que tudo ganha uma escala mais séria e complexa. NA PRÁTICA 22 Resumo da Unidade 1 Nesta unidade, você estudou a gestão democrática e a busca da autonomia na escola, e, quando tratamos desse tema, entramos em conceitos muito próprios, que são a ges- tão democrática, a autonomia, o processo de gestão e a participação. Noções como tempo, espaço, identidade, sujeito, verdade, autoridade ou ordem estão muito diferen- tes de como eram entendidas no século XX. A reflexão sobre os processos de gestão democrática como eixo fundamental para a construção da escola como espaço de autonomia e participação do ponto de vista edu- cacional foi fundamental para as concepções que se têm acerca do conhecimento, de suas funções e de seu processo de construção e compartilhamento. A ênfase de efetivi- dade na área administrativa e na área da gestão educacional teve seu foco na liderança, pois, na realidade, ela é muito maior do que isso, porque está para a escola com a respon- sabilidade de minimizar os efeitos nocivos e possíveis vícios da organização, e, uma vez que essas coisas se rearranjem em suas inter-relações, todo o aparato de coisas a elas ligado, como métodos, instrumentos e especialistas, também mudará de lugar. As práticas competentes têm seus significados profundamente alterados no novo con- texto e pretendem democratizar as relações de cooperação, tanto nas realidades socioe- conômica e política como nas comunidades local e regional, e, assim, conseguiremos compreender que o processo de gestão educacional possibilita o desenvolvimento de competências no âmbito da gestão da escola com as demandas da sociedade contem- porânea, gerindo e liderando pessoas. Estamos experimentando uma mudança geral de paradigmas, e, nesse ponto, as coisas não somente se transformam, mas se rompem ou se extinguem. A notícia boa é que isso gera novas oportunidades, em que podemos recomeçar as coisas que já não davam certo. As transformações que temos vivido na sociedade e na cultura são desconfortá- veis, pois nos proporcionam a sensação de insegurança. É como morar em uma casa que pode cair a qualquer momento e precisa ser demolida para que seja construída uma nova, mas, como não temos outro lugar para morar, temos de nos sustentar nessa até que essas transformações se consolidem. 23 Nesta unidade, destacaram-se quatro conceitos fundamentais para a com- preensão da gestão educacional: a gestão democrática, que, como o nome já sugere, consiste em gerir em parceria com toda a comunidade escolar, havendo troca e acordos para todos; a autonomia, pois precisamos praticar o desapego de antigos comportamentos e pensamentos e nos lançar de formasegura ao novo; o processo de gestão, que precisa se consolidar, pois é a partir de sua au- tonomia que, juntos, podemos fazer a diferença nas estruturas dos processos; e a participação, que é um dos ícones fundamentais da atuação ativa para que todos sejam responsáveis por suas ideias e seus atos para uma escola cidadã. CONCEITO 24 Referências CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe. Disponível em: https:// nacoesunidas.org/agencia/cepal/. Acesso em: 20 ago. 2019. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. Volume 1. 7. ed. Barueri: Manole, 2014. Biblioteca Virtual Pearson. DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola – elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis: Vozes, 1994. KLAUS, V. Gestão & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. Biblioteca Virtual Pearson. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2013. Biblioteca Virtual Pearson. . Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2014. MONTEIRO, E. Gestão escolar: perspectivas, desafios e função social. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Minha Biblioteca. OLIVEIRA, M. A. M. (org.). Gestão educacional: novos olhares. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. Biblioteca Virtual. PARO, V. H. Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2014. SCHVARZ, L. H. C. A ação do pedagogo na escola nos limites da cotidianidade. Curiti- ba: Intersaberes, 2016. Biblioteca Virtual. SOARES, S. A. S.; SILVA, G. F. O supervisor escolar e suas funções no contexto escolar. Vitória da Conquista: Práxis Educacional, 2016. https://nacoesunidas.org/agencia/cepal/ https://nacoesunidas.org/agencia/cepal/ 25 A escola e seus atores UNIDADE 2 26 Compreender o significado do desafio de saber e desempenhar os papéis sociais dentro da escola é fundamental para a discussão, em que observamos uma “ponte” entre a área didático-pedagógica e a área administrativo-pedagógica, que representa, na realidade, um rito de passagem, cujas informações circulam no viés de compreender a organiza- ção formal da escola, bem como seus papéis e funções quanto ao profissionalismo que se exige e compõe a equipe técnico-administrativa e técnico-pedagógica da instituição. A partir dessa óptica, ficam cada vez mais claras as diferenças entre a organização for- mal da escola nas perspectivas pedagógica e administrativa, tornando-se perceptíveis de acordo com suas novas concepções sobre o ser humano e o mundo que se promove em paralelo ao surgimento do pensamento científico. Ao analisarmos a identidade profissional dos atores da escola e os papéis do gestor e da equipe técnico-pedagógica, teremos uma dimensão crítica e contextualizada da edu- cação, possibilitando compreendermos também a dinâmica dialética que produz dife- rentes lógicas nos sistemas sociais, gerando transformações, reconhecendo as funções desempenhadas pelo gestor e permitindo a revisão de uma percepção mais factual da gestão escolar no contexto da realidade contemporânea somada ao conhecimento, que são fundamentais para a organização da sociedade. INTRODUÇÃO Nesta unidade, você será capaz de: • Compreender a organização formal da escola e os papéis e as funções dos profissionais que compõem as equipes técnico-administrativa e técnico-peda- gógica frente aos desafios da gestão na contemporaneidade. OBJETIVO 27 A organização formal da escola: equipes técnico-pedagógica e técnico-administrativa A sociedade tem o compromisso de ser coerente para diferenciar a organização formal da escola, esperando que a educação e os educadores reflitam sobre seus problemas nas perspectivas pedagógica e administrativa, tanto que, para isso, a comunicação entre as partes deve ter cada vez mais expressão e diversidade no intuito facilitar a gestão da organização. Haverá confrontos entre as posições? Isso é certo! Mas o que é melhor: ficar calado ou se posicionar? As estruturas horizontalizadas estão cada vez mais socialmente participativas e produti- vas em suas colocações, sendo que, na contramão, provocam tanto caos, com sua capi- laridade assustadora quanto à comunicação, que não se sabe dizer se vamos dar conta de tais imersões criativas, pois estas, sem um “filtro”, reforçam as estruturas burocrati- zadas, engessadas e conservadoras, que se aprazem com obstáculos desnecessários fazendo com que a educação se estagne, gerando um mal-estar social. A educação tem função social, isso é fato e claro, haja visto o item VI do artigo 12 da Lei de Diretrizes e Bases – LDB (Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996), que diz que ela deve “articular-se com as famílias e a comunidade, criando processos de integração da sociedade com a escola” (LBD, 1996). 28 Vamos nos aprofundar em apenas um problema dentre tantos? Observo nas escolas que um dos maiores problemas, senão o maior, é formar pessoas para viver em um mundo que não é aquele dos livros — nem dos jogos nos celulares, nem das redes sociais, muito menos dos filmes de final feliz. Formar um ser humano na contemporaneidade é buscar “calibrar” os desafios que, para nós, pedagogos em for- mação, já são impensáveis, mas que exigirão das nossas crianças e dos jovens, que, sem generalizar, ainda não têm capacidades nem habilidades plenamente desenvolvidas, tendo em vista todo o seu histórico socioeconômico, político e cultural, que enfrentem e vivam nessa “selva”, assim como bem poucos educadores dessa geração. Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela professora sobre a importância do que faz a equipe técnico-pedagógica. MIDIATECA É, professora, a senhora não está facilitando nada a leitura desta disciplina... Realmente, digo a você que agora podemos tratar do tema da gestão educacional de uma posição mais demarcada, bem mais real e abrangente, pontuando à luz do autor Monteiro, que diz que, sem pelo menos estas três coisas, não há como a educação ter função social de agora em diante: 1. Primeiro, que não se faz gestão, especialmente a educacional, sem uma visão de futuro detalhada que expresse um modo de funciona- mento idealizado da sociedade no futuro e um modo de participação das pessoas que tornarão essa sociedade viável. 2. Por isso, não se faz gestão educacional sem um senso de missão social bem claro, politicamente bem definido. No entanto uma missão social consiste em um senso de responsabilidade e de participação transformadora da sociedade, em níveis micro e macro. E isso não se pode fazer de forma solitária. 29 3. Porém, como sabemos, qualquer empreendimento educacional en- volve o desenvolvimento de capacidades humanas entendidas como necessárias para que as pessoas se integrem e realizem aquele pro- jeto idealizado de sociedade futura. Isso, enfim, é um legado de uma geração de pessoas para outras. (MONTEIRO, 2013, p. 82) Se, diante de todo esse contexto trabalhado, tivermos uma gestão de qualidade, será nela que teremos de atuar. O autor aqui ressalta a visão de futuro detalhada, a missão social e o desenvolvimento das capacidades humanas. A partir dessa visão, podemos e deve- mos avançar em profundidade com instrumentos técnicos e processuais para essas me- lhorias. Tradicionalmente, a gestão é basicamente orientada para as seguintes funções, tomando a sigla da administração para articularmos com a disciplina: P D C A Planejar (Plan) Desenvolver (Do) Controlar (Check) Avaliar (Act) Essa é uma metodologia adotada por muitos gestores escolares, antes utilizada pela administração geral, criada por William Edwards Deming nos anos 1950, apresentando um caráter mais técnico, que dialoga com a atual tendência social de tratar a disposição e a articulação dos diferentes recursos e estruturas de apoio necessários à sua prática pedagógica, como veremos na mídia a seguir. Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a importância do projeto pedagógico sob a óptica do PDCA. MIDIATECA 30 Então,como foi se “alimentar” do ciclo PDCA? Vimos que se pode atuar na nossa prática escolar como professor e, mais ainda, como gestor. Seu processo, quanto às melhorias, é infinito, pois ele melhora procedimentos de forma contínua, atingindo os objetivos desejados. Por isso, as etapas devem ser bem pre- cisas: tanto no plano de ação como nas metas que se pretende alcançar. Os profissionais da escola terão de ser capacitados para trabalhar com o PDCA para sua eficácia e efeti- vidade quanto aos resultados que desejamos atingir e, assim, disseminar os processos. Vimos até aqui que as práticas quanto à gestão da formação organizacional da escola por intermédio das equipes técnico-pedagógica e técnico-administrativa se situam no cerne da questão administrativa, fazendo com que essas funções permitam a constru- ção de diálogos, acordos e parcerias entre os diferentes agentes educacionais que inte- gram escolas e comunidades com objetivos, níveis de autonomia específicos e respon- sabilidades. 31 Os papéis do gestor e da equipe técnico- -pedagógica: diretor, coordenador pedagó- gico, supervisor educacional e orientador educacional O que você vê nesta imagem? Faça um tour pela escola e imagine dois gestores em conversa sobre a dimensão crítica e contextualizada da educação. Imaginou? Agora vamos entrar nessa conversa. Se o papel do gestor é apresentar a pauta da dimensão crítica e contextualizada da edu- cação a seus pares, isso é temática para uma discussão mais extensa. Hoje, tratar com seriedade o tema da gestão escolar quando se é diretor deve ter um significado maior e melhor para a escola perante a sociedade. Para isso, vamos nos perguntar: Quais são a finalidade e o objetivo de seu trabalho? Que instrumentos você está gerindo e quais são mais necessários para que você venha a gerir melhor a partir da óptica do aluno? 32 Vamos metaforizar aqui que aluno é alguém que “passa” pela escola. Ele tem um período determinado conosco dentro da instituição e, nesse tempo, é nosso dever como diretor, gestor e equipe técnico-pedagógica — quero frisar que, quando me refiro à equipe, reme- to-me ao coordenador, ao supervisor, ao orientador e a todo o corpo técnico — garantir que os compromissos dos alunos, bem como os seus, diante da escola e da sociedade sejam atendidos; que os alunos se desenvolvam como seres autônomos, a ponto de conseguirem contornar alguns obstáculos da própria vida; que aprendam na escola va- lores essenciais e consigam distinguir o que é importante do que é urgente e do que é prioritário. Essa estratégia também é para todos os gestores da escola, bem como sua comunidade escolar. Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a importância do coordenador pedagógico. MIDIATECA Se o aluno é aquele que “passa”, ele está em uma categoria de quem caminha, tanto de forma geográfica como temporal. Ele também passa por diversas didáticas e aspectos metodológicos da vida dele, pois é necessário o cumprimento de todos aqueles conteú- dos que estão nos parâmetros curriculares das atividades pedagógicas estabelecidas pelo Ministério da Educação e Cultura – MEC, e por toda uma burocracia da secretaria de ensino, e é nosso papel fazer com que ele cumpra da melhor forma possível essas demandas, e não de uma maneira condicionada. Queremos que os nossos alunos sejam cada vez mais cidadãos críticos e autônomos, e não que fiquem pairando por aí, à mar- gem de sua própria vida — muito pelo contrário, queremos que ajam de forma a serem autores de sua própria história. Para que tudo isso se consolide, temos de ver a escola como um espaço único, sem utopias, partilhando as vivências bem-sucedidas dos colegas. Vamos permitir que isso aconteça para que nos sintamos livres para promover uma troca de experiência entre os gestores, buscando soluções para os problemas, superando as dificuldades. Como, professora? 33 Por mais improvável que pareça, as dificuldades devem ser refletidas à luz de sua função como gestor. E o que é mais interessante nessa reflexão é que ela aconteça tanto de forma individual como em grupo, para que se torne mais produtiva e ser capaz de medir os resultados e focar a melhoria do ensino como um todo, isto é, a parte do coleguismo, da generosida- de, do cotidiano escolar, tudo isso porque, quando estabelecemos processos produtivos, eles têm a tendência de se tornar um hábito — no caso, “um bom hábito”. Os processos formais muitas vezes oferecidos pelos gestores não discutem a maneira de sua aplicação, e é necessário que se discuta com o aluno, pois ele precisa ter voz e vez. Para incorporar esses conteúdos, que são pragmáticos, eles precisam instigar esse momento de reflexão e, com isso, levar a comunidade escolar cada vez mais para perto do aluno, para perto da escola, reforçando a autoridade do gestor escolar, fazendo com que ele tenha condições de ouvir as necessidades do aluno, dos agentes educacionais da comunidade escolar e, até mesmo, da sociedade. Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a importância da gestão escolar. MIDIATECA Cabe lembrar aqui que nossos recursos são limitados, logo eles precisam ser geridos. Precisamos nos unir para contextualizar o que está acontecendo e refletir sobre a proble- mática que está sendo apontada, e esse “apontar junto”, apontar em equipe, leva-nos a possíveis soluções para sanar aquele problema, lembrando que, quando se tem uma ques- tão para apontar, a sugestão de solução deve ser realçada e possuir um objetivo comum. 34 A clareza do que está acontecendo, do que precisa melhorar, de aonde se quer chegar é a missão fundamental do diretor, pois será ele quem irá legislar e precisará ajudar a re- solver, regimentar e realmente se aproximar cada vez mais desses universos tão diversos que são apontados cotidianamente e que constam, inclusive, no próprio projeto político- -pedagógico – PPP da escola, porque, afinal, o diretor é o líder da comunidade escolar, ele é o termômetro e o responsável pelo clima da instituição. 35 As atribuições e os desafios do gestor esco- lar e da equipe técnico-pedagógica na con- temporaneidade Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre a importância do estágio supervisionado em uma perspectiva de trabalho integrado na formação do futuro professor. MIDIATECA Se um dos objetivos desta unidade é estabelecer as funções desempenhadas pelo ges- tor escolar e pela equipe técnico-pedagógica frente aos desafios da realidade contempo- rânea da escola, temos de observar que a gestão, seja com os recursos humanos, isto é, os atores envolvidos, seja com os materiais didáticos e financeiros existentes, precisa aprender a trabalhar com seu contingente e atender à demanda dos alunos em seu be- nefício, pois isso proporcionará mais opções em aulas, vivências profissionais e a clara visão da transformação que o estágio supervisionado pode promover quanto à qualidade da educação e da atuação do gestor educacional. Você já pensou sobre isso? Mantenha seu relatório atualizado com dados consistentes e passíveis de comparação entre os períodos letivos, anotando tudo para caso haja questionamento, e, para refletir, pergunte-se: Houve “transformação” no meu modo de ser e de ver? Como avalio a minha gestão? 36 Retorno com o tema estágio para dentro do contexto apenas para que você se lembre de que, na realidade, é você o gestor educacional em formação, e esse momento é o único que você tem para analisar e apresentar as problemáticas aos novos educadores que fa- rão, durante esse período, sua prática docente. O ideal seria que todo processo formativo contemplasse diálogos, materiais pedagógicos, realidades educacionais e metodologias utilizadas pelo professor que pudéssemos contextualizar e nos permitissem construir a linha historicamente à nossa própria história, nossa palavra, função social. Na realidade, quandovocê está com seu caderno de campo, é isso que você faz na busca de com- preender essa escola e as relações que ela tem com as políticas públicas ou privadas com a prática da gestão. Valorizar um estágio em um espaço escolar, articulando o sujeito aluno e o gestor es- colar, faz com que essa realidade seja mais enxuta, proporcionando uma concretização de objetivos que são muito importantes para sua formação, e, dentro desse contexto da gestão, nós temos toda essa parte desse estágio curricular dentro da gestão educacional e democrática, que, ressignificando a escola, percebendo as diferenças, torna-as fun- damentais e necessárias nessa idealização. Essa administração, com sua participação ativa, ocorre de forma a fazer com que o sujeito se beneficie realmente desse estágio quando professor em formação, bem como seus agentes educacionais e a comunidade escolar, e que essa prática no dia a dia de ser gestor faça com que você melhore cada vez mais e refine sua formação. 37 Sem limitações, existem possibilidades, existe essa construção desse novo gestor edu- cacional que objetiva refletir sobre sua própria formação, que, dentro de uma elaboração identitária, torna-se indispensável a todas essas considerações, principalmente se fizer um resgate da história do papel do gestor educacional dentro da escola no Brasil, que vem crescendo no estágio da licenciatura do curso de Pedagogia, entre outras. Você já consegue perceber isso porque já passou por dois estágios, na Educação Infantil e na Educação Fundamental, para chegar até aqui. Quando você sai de uma visão muito tradicional para uma abordagem mais holística da gestão, essa prática de seu bem-estar e do bem-estar do outro, você vê que gestão edu- cacional é uma prática social, cuja tendência, ainda que não se perceba, é empreender as ações que vão contribuir realmente de forma significativa para a inovação do conheci- mento da criança, no qual, mesmo estando no campo administrativo, o gestor tem uma participação docente tão ativa, uma performance dentro de educação tão disseminada, que acaba associando a produtividade e a qualidade da educação com um conjunto de fatores relacionados a vários modelos de gestão. Acesse a midiateca da Unidade 2 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a importância da gestão de pessoas. MIDIATECA 38 As novas abordagens que vêm acontecendo na educação capacitam cada vez mais o gestor para assumir diferentes graus de ênfase no que diz respeito à sua atuação e a seu papel dentro da escola, fazendo com que o gestor educacional se construa e se constitua por meio de uma sociedade aberta a aprender e a entender quais são as atribuições e os desafios do gestor escolar e da sua equipe técnico-pedagógica na contemporaneidade, bem como o reconhecimento real dessas funções, que são desempenhadas por eles dentro da escola como atores da gestão educacional. Diretores, agentes educacionais e toda a área administrativa e pedagógica são eleitos pela comunidade escolar — eles não se colocaram ali nem foram escolhidos de forma aleatória. Temos de ser sinceros em afirmar que a escola no século XXI está “no olho do furacão”. Uma esperança freireana me inspira agora e me faz escrever. Espero que esta mensa- gem consiga contribuir para uma luta coletiva, para que a escola realmente se transfor- me, para que tenhamos reflexões pessoais e em grupo com a generosa pretensão de que, dentro da própria história do nosso país, a educação passe por alguma reflexão, que, mesmo estando fragilizada, surjam novas propostas e as nossas crianças consigam se situar em diversos aspectos diferenciadores, para que seus objetivos e sonhos não se- jam limitados apenas a um trabalho, no que diz respeito a uma disciplina, mas que esses sujeitos, que têm um rosto, um coração, tenham toda uma importância e que vivamos de verdade o espírito deste texto. 39 No exercício da docência, você assumirá a condição de gestor educacional, aquele que atua, elabora, comunica e participa. Márcio é um gestor educacional na Escola Fundamental Rio de Janeiro, insti- tuição de porte médio, pois atende às séries iniciais do primeiro e do segundo segmentos da Educação Fundamental, isto é, do primeiro ao nono ano, com um contingente de mil alunos. Sempre se destacou em seu trabalho, mas, re- centemente, tem tido problemas após a admissão de um novo coordenador administrativo, que “parece” não saber distinguir as palavras atribuição, função e atuação, e se coloca de forma imperativa e superior, frequentemente solici- tando a Márcio a função de “ajudar” na parte totalmente operacional na escola, o que muito o aborrece, pois é muito dedicado às suas atribuições como gestor educacional. O gestor já tentou por diversas vezes falar com a diretoria da es- cola, que muito elogia seu trabalho, mas eles vivem em reuniões intermináveis, sempre adiando esse diálogo. Ressalto aqui que, nesse caso, sendo gestor educacional, sua atuação é na área administrativa da escola, exceto quando há uma “ausência” enorme dos de- mais agentes educacionais, e “toda” a escola participa em formato de mutirão, atuando nas demais áreas, mas que isso é restrito apenas a situações em que a demanda é necessária e a ausência de pessoal é alarmante, e, quando digo “to- dos forem envolvidos”, são todos mesmo: diretores, coordenadores, gestores, supervisores, professores e estagiários. Muitas escolas, inclusive, convocam pais de alunos. Mas, realmente, de forma pontual, Márcio precisa conversar com o diretor e esclarecer, de forma educada e respeitosa, a situação e deixar claro para o novo coordenador quais são seu papel e suas atribuições dentro do contexto da escola. NA PRÁTICA 40 Resumo da Unidade 2 Nesta unidade, você estudou a escola e seus atores, e pôde compreender o significado do desafio de saber desempenhar esses papéis sociais. O conhecimento aqui passa a ser reconhecido como fator estratégico. A discussão principal foi o rito de passagem, cujas informações circulam no viés de compreender a organização formal da escola, bem como seus papéis e funções quanto ao profissionalismo que se exige e que compõe as equipes técnico-administrativa e técnico-pedagógica. A partir dessa óptica, a cada tópico você pôde observar as diferenças entre a organiza- ção formal da escola nas perspectivas pedagógica e administrativa, e, de acordo com as novas concepções sobre o ser humano e o mundo que se promovem em paralelo ao surgimento do pensamento científico que se estrutura, as funções administrativas dis- tinguem-se das funções pedagógicas e se opõem ao modelo sistêmico, que precisa ser rompido. Por isso, também analisamos a identidade profissional dos atores da escola e os papéis do gestor e da equipe técnico-pedagógica para termos uma dimensão crítica e contextualizada da educação, porque essa é uma fonte de divergências permanente, já que ambas as áreas trabalham em função de objetos de gestão distintos, produzindo estruturas organizacionais diferentes, possibilitando assim a compreensão dialógica que produz diferentes lógicas nos sistemas sociais, gerando transformações, reconhecendo as funções desempenhadas pelo gestor. Forma-se, assim, um cenário historicamente inédito, em que sociedade e economia pas- sam a ser cada vez mais estruturadas por sistemas e comportamentos ligados ao ma- nejo de informação e tecnologia, permitindo a revisão de uma dimensão mais real da gestão escolar no contexto da realidade contemporânea somada ao conhecimento, que são fundamentais para a organização da sociedade. Uma separação dos conceitos impede que o nível de complexidade e os compromissos sociais da educação se alinhem em relação aos objetivos, critérios e compromissos or- ganizadores e justificadores da instituição, mas, com uma boa gestão, podemos equali- zar as prioridades, conferindo-lhe credibilidade e vantagem competitiva. 41 CONCEITO Nesta unidade, destacaram-se quatro conceitos fundamentais para a com- preensão da gestãoeducacional: organização formal, equipes técnico-admi- nistrativa e técnico-pedagógica, desafios e contemporaneidade. 42 Referências BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 1996. Disponível em: https:// www.jusbrasil.com.br/topicos/11694640/artigo-12-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro- -de-1996. Acesso em: 1 set. 2016. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. Volume 1. 7. ed. Barueri: Manole, 2014. Biblioteca Virtual Pearson. DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola – elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis: Vozes, 1994. KLAUS, V. Gestão & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. Biblioteca Virtual Pear- son. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2013. Biblioteca Virtual Pearson. . Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2014. MONTEIRO, E. Gestão escolar: perspectivas, desafios e função social. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Minha Biblioteca. OLIVEIRA, M. A. M. (org.). Gestão educacional: novos olhares. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. Biblioteca Virtual. PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. L. R. ; MATTOS, M. J. V. M. (orgs.). A formação de pro- fessores e seus desafios frente as mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. Minha Biblioteca. PARO, V. H. Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2014. SCHVARZ, L. H. C. A ação do pedagogo na escola nos limites da cotidianidade. Curiti- ba: Intersaberes, 2016. Biblioteca Virtual. Componentes básicos da gestão democrática UNIDADE 3 44 Se formos analisar os mecanismos de consolidação de uma gestão democrática, ve- remos que o papel do diretor escolar não se resume a ser um líder. Ele tem bem mais atribuições do que somente “dirigir” e, para tanto, procura estabelecer e promover uma gestão participativa e democrática convocando toda a comunidade escolar, isto é, alu- nos, professores, funcionários, pais, responsáveis e familiares. Diante desse cenário, é importante observar e descrever alguns dos instrumentos de participação das comunidades escolar e local, além dos profissionais da educação, para uma gestão participativa. As realidades são específicas; logo, apresentam necessidades diferentes umas das outras. Cada um tem uma visão própria acerca do processo edu- cacional e dos problemas da instituição de ensino. Com isso, é possível que todos parti- cipem, contribuam e apontem soluções, a fim de que o diretor escolar possa analisar as formas de atuação diante da comunidade. O patrimônio escolar, que é de todos, demanda zelo, e é necessário que o diretor escolar esteja sempre presente na instituição em todos os seus âmbitos, cuidando do funcio- namento de todas as áreas. Isso posto, também é necessário identificar as funções do diretor na busca de uma gestão eficaz, lembrando que alguns quesitos são primazes, como: planejamento, organização e comunicação. Se o ambiente é o melhor para todos, todos se sentem motivados e satisfeitos, em uma ajuda mútua, ética e com a visão do trabalho em grupo. INTRODUÇÃO Nesta unidade, você será capaz de: • Analisar os mecanismos de consolidação de uma gestão democrática. OBJETIVO 45 Mecanismos de constituição e consolidação de uma gestão participativa: Conselho Es- colar, Conselho de Classe e Projeto Político- -Pedagógico Tratar com seriedade as várias visões criativas e inovadoras sobre o significado da esco- la é descrever e manusear os instrumentos de participação das comunidades escolares, bem como estabelecer para os profissionais da educação uma gestão participativa. A realidade é que, em alguns momentos, ela se perde em seu objeto de trabalho, haja vista tantas funções atribuídas aos diretores, que precisam delinear esses processos para que se constituam a partir das formas e dos instrumentos a serem geridos. Quando voltamos para o enunciado do tópico sobre mecanismos de constituição e con- solidação de uma gestão participativa, é porque isso nos apresenta três momentos ímpa- res da gestão, a saber: Conselho Escolar; Conselho de Classe e a confecção do projeto político-pedagógico – PPP. O diretor precisa se informar e estar atualizado no que diz respeito a toda essa construção. É importante que os gestores que apoiarão o processo de gestão da escola concordem não só com as propostas da instituição, mas também em assumir compromissos e transmitir segurança quando ela objetiva algo ou quando dispõe de um instrumento como o PPP, que apresenta um resumo com inúmeras situa- ções de tudo o que acontece dentro do Conselho Escolar e do Conselho de Classe. Os parâmetros curriculares batem à nossa porta a todo tempo, e, até por causa do avanço tecnológico, dialogando com a globalização, é neces- sário que se dissemine todo o progresso, ou o não progresso, que está acontecendo dentro da escola para que tomemos atitudes objetivando promover uma geração mais competitiva, mas também mais ética. 46 Essa competitividade estabelece um grau cada vez maior de igualdade e equidade entre os nossos alunos. A transformação da educação nessas formas de organização, em que o funcionamento dos recursos disponíveis é renovado com a política educacional bem-sucedida, reflete-se no respeito e na valorização aos professores. Tal organização da gestão educacional, orientada para descentralizar, deixa claro que é preciso dar mais autonomia às escolas, definindo objetivos táticos, que formem a educação para ser con- tribuinte, fortalecendo as atividades que a sociedade vem segmentando para preparar o aluno para o mercado. Sua tendência é generalizar todo o corpo social, porque temos, hoje, uma fragmentação social. Isso fica muito claro no cotidiano da escola: cada um em seu grupo, cada um em seu “quadrado”. Para se pensar em uma modularização individual aplicada a partir da lei, é fundamental que a prática seja problematizada de forma psicológica e sociológica. A escola precisa problematizar à medida que sejam analisadas todas as variáveis dentro da sala de aula, em um contexto que, até bem pouco tempo, em pleno século XXI, tinha uma atribuição muito maior do que essa. O diretor tem a responsabilidade também de dar conta de pla- 47 nos de ensino e da equipe docente, de observar os aspectos metodológicos e didáticos que a escola vem aplicando, e de levantar a seguinte questão: A escola vem cumprindo esses conteúdos curriculares? Esses conteúdos curriculares comungam ou dialogam com o cotidiano e com a realidade do aluno? As funções do gestor educacional, na atualidade, passaram a ficar condicionadas a todo esse leque, restritas exclusivamente a realizar matrículas ou atender alunos inadimplen- tes. O nível de reprovação dos alunos virou uma de suas atribuições, porque a escola tem métricas de qualidade, e, a partir do momento em que o aluno tem esse problema, o gestor precisa atuar. Nesse contexto, ele precisa atender às demandas de maneira estratégica. Quando se fala em estratégia, significa que as demandas também são de toda a comunidade escolar, porque ela participa da construção da proposta pedagógica, que exige compromissos e corresponsabilidades, uma vez que fornece parâmetros, critérios de escolha e subsídio para a tomada de decisão, essenciais para que se constitua uma atividade pedagógica. A educação que temos dentro da escola é a resposta para preencher esses espaços. O que nós precisamos fazer para planejar mais ações colaborativas é realmente aplicar o que foi proposto. Pergunte e se pergunte: Mas como aplicar? Como atingir todo o corpo, toda a comunidade escolar? Como os projetos educativos podem se manter e ser discutidos dentro dos níveis educacionais pedagógicos e didáticos para se criar uma dinâmica dialógica? Para que esse projeto dinâmico mexa com a cabeça das pessoas e para que as envol- vidas estejam realmente comprometidas, temos que falar de um alargamento e de uma capilarização do processo de educação, no qual o gestor educacional tem de estarorien- tado para uma política educacional de qualidade. O gestor tem de estar orientado para os Conselhos Escolares, que focalizam responsabilidades e influenciam o cotidiano da escola. 48 Todas as suas dimensões têm de primar pela autonomia e pela eleição dos diretores, com o objetivo de resgatar valores culturais considerando o aspecto histórico do aluno e sua realidade quanto ao processo socioeconômico, cujo significado fica centrado na maior participação dos pais na vida escolar — condição fundamental para que a escola esteja integrada à comunidade. Os pais precisam participar, olhar para seus filhos, estar inseridos no con- texto para que, na hora em que venhamos a construir os Conselhos de Classe e os Conselhos Escolares, o nosso projeto político-pedagógico tenha concepções e processos democráticos dentro da gestão. A comunidade precisa estar mais envolvida em forma de compromisso, não só como discurso, porque este alcança apenas a linha da proposição, e precisamos sair da pro- posição para as ações. Partindo disso, voltaremos as atenções para a operacionaliza- ção para que, de fato, possa se afirmar que essa prática, expressa como tendência den- tro da escola, oriente-se pelas determinações legais das possibilidades de construção e de expansão das experiências de todos. No sentido de autonomia desse movimento de descentralização e de construção da independência do gestor educacional, é essen- cial indicar sua participação na comunidade como mecanismo de seleção, de maneira cada vez mais ampla, diretamente ligada à democratização da educação e da escola. Acesse a midiateca da Unidade 3 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra Gestão em foco – papel do diretor e do diretor auxiliar. MIDIATECA 49 O processo de eleição do diretor escolar na gestão democrática do ensino Como se dá o processo de eleição do diretor escolar em uma gestão democrática? Boa pergunta! Se analisarmos as formas de escolha do diretor escolar, teremos de tratar de um capí- tulo específico sobre eleição dos diretores. Sabe-se que a parte de descentralizar e dar autonomia para a gestão escolar vem se constituindo e sendo ampliada, pois está dire- tamente ligada à democratização. Vamos olhar para a realidade escolar lembrando que nós temos uma gestão de colegiado na escola em todas as suas dimensões. Esse cole- giado tem de demonstrar eticidade em seu comportamento com cada um dos membros seguindo a orientação pedagógica para realizar essa eleição. Vemos, cada vez mais, que é uma luta, como diz a música, “do rochedo contra o mar”. Temos, na organização da coordenação, a parte de um controle que não é um controle radical, rígido, mas no sentido de processos para que sejam intensificados e, cada vez mais, somando-se as experiências com a participação da comunidade no debate da ges- tão das escolas. Lamentavelmente, muitas vezes esse entendimento tem se manifestado de forma política, sempre olhando para o “político”, isto é, objetivando a verba, como se fosse apenas um cargo e dinheiro a receber, ou seja, um cargo financeiro, quando, na realidade, ele não tem nada de financeiro: é um cargo que requer generosidade, uma contínua contribuição para uma melhoria do ensino, porque é necessário que haja um 50 critério para a seleção dos diretores, e, nesse momento, os critérios realmente precisam ser rígidos e estabelecidos pela escola. Cabe aqui indicar como é que, em seu sentido pleno, essa eleição não deveria represen- tar um exclusivo entendimento de eleição de pessoas, mas, na verdade, da eleição de um ideal, de um plano de desenvolvimento organizacional e social mais amplo. Repare que não estamos simplesmente olhando para o fato de que as escolas não con- seguem funcionar sem um diretor; nós precisamos da marca da presença do diretor dentro da escola para que essa organização não tenha reuniões apressadas, tudo feito a toque de caixa... Lembrando ainda dos cadernos do século XX, nos quais apenas se cumprem programas e cronogramas. Chega dessa mesmice, de passar pela história como se ela fosse ape- nas uma etapa necessária ao processo. A eleição tem de ter disposição específica no que se refere, exclusivamente, a uma formação. O diretor da escola precisa se abrir para visões alternativas, novas estratégias, ter espírito empreendedor. O diretor tem de ter atenção prioritária a tudo, particularmente aos encaminhamentos que os órgãos oficiais de ensino exigem, que serão levados à discussão com todo o seu corpo hierárquico, isto é, com sua direção adjunta, sua coordenação, sua orientação e seus supervisores. A figura desse diretor escolar, na atualidade, é, para muitas escolas, um diretor com uma atuação pedagógica, que de fato se preocupa com a pedagogia ba- silar e com seus docentes. O diretor é praticamente visto como um super-herói. 51 Muitas vezes, o diretor fica restrito na escola pública, quando deveria ser o inverso: ele de- veria ter mais autonomia. Esta, infelizmente, é uma visão utópica e romântica da função, pois, na realidade, é o diretor quem precisa promover a troca de experiências entre os gestores, refletir sua própria função, focar sua melhoria de ensino, verificar se os proces- sos formais oferecidos discutem a aplicabilidade do que foi proposto dentro dos projetos da escola, e por aí vai... O papel do diretor vai muito além do que se percebe ou que se possa perceber. Temos, então, um contexto bem específico e claro, no que se refere à função social da educação e da escola, sobre o olhar do diretor com uma visão democrática. Ele precisa de choques de realidade para lembrar que a eleição não é um simples evento, mas um processo participativo global que combina um movimento construtivo e significativo para a escola. Quanto a nós, precisamos ter o movimento de “fazer acontecer“, porque, volto dizer, não é uma questão financeira, não é da forma de poder ver se desprender dos órgãos ou por questão de afirmação de que é uma prática — ser diretor expressa as tendências da escola. Eleger o diretor de uma escola tem de ser uma atividade que realmente envolva elabo- ração e acompanhamento, e que gere a realização das atividades. É importante partici- par dos grupos em paz na hora da troca da experiência para que ele seja um apoiador de iniciativas e colabore com as ações de parceria de trabalho e implementação das atividades da escola, assim como é necessário, ainda, que ele seja um promotor da aproximação da comunidade e da escola e que participe da gestão dos recursos finan- ceiros, estando atento à merenda, por exemplo, para que ela seja bem comprada e bem distribuída — afinal, ele também é um administrador. O diretor precisa assumir o protagonismo nesse papel de mudanças, dando ênfase à administração na gestão educacional e levando esses conceitos para dentro do mundo da escola — é essa democracia que se deseja para limitar a burocracia ao extremamente necessário sem que haja desequilíbrios, concorrências. O diretor precisa investir em si Acesse a midiateca da Unidade 3 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre o diretor de escola pública municipal. MIDIATECA 52 mesmo, o que significa, muitas vezes, estar todo o tempo conectado e desconectado desses sujeitos que possibilitam estar atuando e sendo atuante dentro da escola, bus- cando o equilíbrio para lidar com as inúmeras situações do cotidiano escolar. A eleição do diretor da escola à luz da democracia é algo que precisa ter continuidade permanente, uma inovação e um olhar mais atentos, observando se ele se desenvolve economicamente, se planeja, se moderniza. Cabe aqui citarmos uma palavra: empreendedorismo. Renovar, revisitar, ressignificar o contexto da escola à luz de sua própria eleição. O papel do diretor na educação precisa ser um norteador dos processos, e nós, na qualidade de eleitores, precisamos ser o apoio da escola, informarmo-nos mais sobre os conhecimen- tos pedagógicos, o comportamento, a ética, as diretrizes que são determinadaspara esse diretor, a fim de que ele possa fazer uma gestão efetivamente atuante e equilibrada. As intenções devem ser dosadas quanto à distribuição das funções que o diretor possui, porque ele deve gerar soluções e, para isso, precisa garantir que novos paradigmas criem oportunidades, para que ele possa verificar caso a caso o que acontece dentro da escola. O diretor precisa estar atuante, ter princípios e desenvolver modelos e processos. Particu- larmente, ele precisa aprender, ensinar, educar-se e ter um olhar aberto para a inclusão, pois, quando surgirem momentos de tensão e ruptura, ele saberá reinventar seu papel. Para a eleição de um diretor, devem ser verificados a conectividade do candidato com as novas perspectivas de aprendizagem e se há capacidade contextual, ou seja, se trata-se de um bom comunicador que pensa e respira educação, contribuindo para o crescimen- to das nossas crianças dentro da escola. 53 A atuação administrativa do gestor escolar e seus desafios Como identificar as funções da administração na busca de uma gestão escolar eficaz sob a óptica de seus desafios: planejamento, organiza- ção, comunicação, direção, controle e avaliação? Vemos claramente que o maior desafio de uma gestão é sua administração. O gestor escolar é responsável por dirigir a escola como um todo, principalmente a parte políti- co-pedagógica, partindo das transformações que o mundo vem gerando. O que temos vivenciado há muito tempo são meios de conhecer antecipadamente outras formas de “bater à porta”, de insistir na busca por uma gestão de qualidade, porque a forma de ad- ministração atual, pós-tecnológica, assusta-nos. Esse novo público escolar vem com uma defasagem ou com uma diversidade cultural de milésimos de segundos — a toda hora tudo se atualiza, e vamos caminhando por essa universalização, que parece fundamentada em uma democracia, mas que não neces- sariamente significa uma democracia permanente de acesso ao conhecimento. Muitas vezes, ela acaba, de fato, dificultando a aprendizagem. Atualmente, são sérios os problemas da educação na hora de formar pessoas neste mundo tão diferente do que nós conhecemos. Ele acaba fazendo com que os desafios, impensáveis para nós, exijam soluções imediatas e que já considerem o futuro, porque nem tudo o que se deseja está disponível, ou, caso esteja, está precariamente desenvolvi- 54 do dentro do nosso modelo educacional. Uma pergunta que fica todo o tempo permean- do a cabeça do gestor é: Que pessoa será capaz de realizar os novos modelos de gestão, nos padrões de requinte da educação, e de resolver o problema de forma conceitual, tecnológica e econômica, ou como alcançará tal contexto que ainda não existe? Será que vamos, outra vez, lançar mão da história de que precisamos formar pessoas para viver neste mundo, que a todo tempo sofre atualização, que nos apresenta funções e empregos que hoje temos, mas não sabemos até quando existirão, assim como mui- tas profissões que não existiam até o final do século XIX e hoje são uma realidade? Por exemplo, temos o caso da robótica, que está no cotidiano de escolas de alto padrão à disposição de quem possa pagar as mensalidades para seus filhos. Partindo desse discurso, destacamos a urgência em resolver o problema de hoje, porque nós nem sabe- mos ainda que problemas estão por vir. A escola deve se desenvolver para que se consiga, à luz do contexto educacional, relacio- nar a produção e a sociedade quanto às suas formas de se organizar, porque a educação entrelaça todos esses fatores na busca da identificação de algumas sustentações basi- lares e didáticas. A cultura, na realidade, baseia-se nessa mentalidade e nas novas habili- dades que geram uma estrutura funcional, sabendo-se que o que ela produzirá irá gerar “trans-informações” ao longo do tempo, transformando-se ela mesma ao longo do tempo. 55 O gestor escolar tem de estar sempre pronto para as mudanças de paradigmas, pro- tegendo a escola, que sofre frequentemente fortes impactos de mudanças, sejam elas culturais, de historicidade social e nas experiências com as pessoas, que vêm nos desa- fiando com posturas que nos colocam a todo tempo como aprendizes. Se verificarmos esse ponto de vista histórico da gestão e da educação, não é nem necessário muito aprofundamento para constatar como essas transformações vêm acontecendo de for- ma efetiva. Os paralelos e as concepções dessa gestão, muito realistas nesse contexto de mudança, impelem escolher educar pessoas que, na prática, estão envolvidas com a questão da gestão. Registrar tudo no mundo da administração e da produção nos dá firmeza nas ações, sendo sempre honestos, complexos, detalhados. Nós precisamos nos questionar e questionar a escola com o intuito de levá-la a refletir sobre os alunos, uma premissa essencial para uma gestão que pretende a democracia, até mesmo em uma radicalidade total, que é o aluno como sujeito sociocultural, com uma nova mentalidade, voltada à cidadania, ao resgate da dignidade desse aluno, pou- pando os professores de terem de lidar com esse discente idealizado, que todos esperam que esteja com o uniforme e o material completos, bem alimentado e com família estru- turada de forma tradicional. Não, hoje o mundo tem várias constituições de famílias, e estas têm valores diferenciados. A abertura do mercado e a tecnologia fizeram com que suas “costuras” e culturas, bem como seus hábitos e saberes, dificultassem o lidar com tudo isso. Para sobreviver, te- mos de dominar esses saberes, que significam continuar uma atividade de aprendiza- gem trabalhando com o público mobilizador dos órgãos do colegiado, que se constitui, justamente, nesse mecanismo de gestão: a tomada de decisão, os diferentes meios para alcançar os objetivos e a contribuição para que os alunos sejam atendidos em suas ne- cessidades educacionais de forma global, centrados nessa participação. Acesse a midiateca da Unidade 3 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a importância da rotina de um diretor escolar. MIDIATECA 56 Quando nós fazemos uma crítica que nos permite traçar um panorama do contexto des- sas inter-relações sobre a cultura que vem sendo predominante ao longo dos anos, o modelo precisa ser produtivo; precisamos separar a significância para que o processo de compreensão do desenvolvimento ocorra como planejamos: organização, comunica- ção, direção, controle e avaliação. No que diz respeito às bases tecnológicas, inclusive dos alunos, temos, neste momento, uma acumulação de conhecimento, de riqueza material de concepções sobre homem e sociedade, mas precisamos também apresentar a parte estrutural fundamentada em bases mais estáveis, que representem a coluna dorsal da educação. A dialética dos elementos internos e a organização das operações de trabalho, à luz do capitalismo industrial, geram condições significativas para preservar as modalidades de pensamento e os processos de construção de conhecimento. Nós temos de trabalhar os nossos modos de pensar, de fazer, de ensinar, de aprender e de nos relacionar. A construção do saber da escola ainda é sistematizada, e você tem de entender que seus alunos são sujeitos do saber, mas que você e a administração também o são diante desses desafios. Tem se intensificado a necessidade de mudança na prática docente, e precisamos elaborar um “plano B”, um “plano C”, e assim por diante, porque o espaço escolar não é mais exclusivamente o lugar para se ensinar o bê-á-bá, mas sim um espa- ço de conhecimento. As conexões que são feitas dentro desse ambiente nos enturmam, julgam, fazem com que avancemos cada vez mais para a interação interdisciplinar, que ainda vem se mostrando bem escassa e pobre. É necessário que haja cada vez mais o processo de humanização dentro da educação para que nem o nosso aluno, nem a nossa comunidade escolar, nem mesmo nós, na qualidade de gestores educacionais e administradores, venhamos a aprimorar esse co- nhecimento e esses saberessem ter um objetivo; pelo contrário, que eles nos levem e nos estimulem a criar espaços de reflexão e de experimentação. 57 No exercício da gestão, você assumirá a condição de gestor educacional, aque- le que atua, elabora, comunica e participa. Professora Bárbara é a diretora da Escola Fundamental Vila Velha, instituição de porte médio, que atende às séries iniciais do primeiro e do segundo segmen- tos do Ensino Fundamental, isto é, do primeiro ao nono ano, e ainda ministra aulas para a Educação de Jovens e Adultos – EJA, com um contingente de dois mil alunos. Eleita há cerca de 10 anos, não se consegue destituí-la desse cargo devido às “conexões” que fez na escola. Sempre se destacou em seu trabalho por ser grosseira e sem ética. Recentemente, foi denunciada por um “anônimo” e está passando por uma au- ditoria administrativa e, temerosa de perder o cargo e até mesmo ser exonerada, vem tratando bem a todos, fazendo promessas e distribuindo atenção e sorrisos. Seu grupo de conexão se afastou dela, e agora, claramente, Bárbara está sozinha nesse problema, que não será fácil resolver, tendo em vista a má qualidade da me- renda, a falta de reformas na escola, a ausência às reuniões de pais e de classe, e, ainda, à presença insuficiente na semana letiva, de dois dias no máximo. Além disso, nunca tem tempo para atender os pais nem mesmo seus colaboradores. Ressalta-se que, nesse caso, como diretora, sua atuação é péssima na área administrativa e de relacionamento como gestora educacional. Ela imagina que os auditores não farão perguntas aos alunos e pais, mas o “denunciante” foi bem orientado e explicou toda a situação. Todos foram convocados para uma reunião, e “todos” significa a totalidade de interessados: diretores, coordenado- res, gestores, supervisores, professores e estagiários. Muitas escolas, inclusive, convocam pais de alunos. Os auditores terão pela frente uma reunião difícil, pois farão levantamentos fi- nanceiros para somar aos dados obtidos na reunião, mas, antes mesmo que isso acontecesse, eles suspenderam a diretora temporariamente até que tudo seja esclarecido. Como os dados já coletados foram conclusivos, a diretora-ad- junta assumiu o cargo. Ela é educada e respeitosa, e não comunga com aquele modelo de gestão; logo, precisará de ajuda de administrativos para desempe- nhar seu papel e suas atribuições no contexto da escola. NA PRÁTICA 58 Resumo da Unidade 3 Nesta unidade, você estudou os mecanismos de consolidação de uma gestão democrá- tica e perpassou pelo papel do diretor escolar, que não se resume a ser um líder. Vimos, também, que entre as funções do diretor está a busca por uma gestão eficaz, lembrando que alguns quesitos são importantes, como: planejamento, organização e comunicação. Se o ambiente é o melhor para todos, todos se sentem motivados e satisfeitos, em uma ajuda mútua, ética e com a visão do trabalho em grupo. O diretor tem bem mais atribuições do que somente “dirigir” e, para tanto, percebe que esses saberes advindos, inclusive, de seu próprio histórico profissional vão sustentá-lo nos momentos de tensão e de desafios, que são funções essenciais do próprio exercício de seu trabalho, de seu conhecimento, bem como outros saberes que vão sendo adqui- ridos ao longo de sua experiência cotidiana. O diretor procura estabelecer e promover uma gestão participativa e democrática, convocando toda a comunidade escolar, isto é, alunos, professores, funcionários, pais, responsáveis e familiares. Diante desse novo cenário, não há mais espaço para discursos vazios no cotidiano esco- lar. O aluno, hoje, quer saber sobre sua realidade, já que vem com questões de dentro de casa e precisa dialogar. Ele quer se sentir importante, observado, porque suas realidades são específicas; logo, suas necessidades são diferentes umas das outras. Cada um tem uma visão própria acerca do processo educacional e dos problemas da instituição de ensino. A troca baseada na cumplicidade é essencial para o aluno e o ges- tor, que precisa se manter informado. Isso não significa que você é obrigado a saber de absolutamente tudo, ver todos os programas etc., mas, com essa integração, todos ficam envolvidos e é possível participar, contribuir e apontar soluções para que o diretor possa analisar as formas de atuação diante da comunidade escolar, atendendo com dig- nidade seus alunos. Nesta unidade, destacou-se um conceito fundamental para a compreensão da gestão educacional: o mecanismo da gestão. CONCEITO 59 Referências BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 1996. Disponível em: https:// www.jusbrasil.com.br/topicos/11694640/artigo-12-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro- -de-1996. Acesso em: 1 set. 2016. CHIAVENATO, I. Teoria Geral da administração: abordagens prescritivas e normativas. Volume 1. 7. ed. Barueri: Manole, 2014. Biblioteca Virtual Pearson. DALMÁS, A. Planejamento participativo na escola – elaboração, acompanhamento e avaliação. Petrópolis: Vozes, 1994. KLAUS, V. Gestão & Educação. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. Biblioteca Virtual Pear- son. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2013. Biblioteca Virtual Pearson. . Liderança em gestão escolar. Petrópolis: Vozes, 2014. MONTEIRO, E. Gestão escolar: perspectivas, desafios e função social. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Minha Biblioteca. OLIVEIRA, M. A. M. (org.). Gestão educacional: novos olhares. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. Biblioteca Virtual. PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. L. R. ; MATTOS, M. J. V. M. (orgs.). A formação de pro- fessores e seus desafios frente as mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. Minha Biblioteca. PARO, V. H. Crítica da estrutura da escola. São Paulo: Cortez, 2014. SCHVARZ, L. H. C. A ação do pedagogo na escola nos limites da cotidianidade. Curiti- ba: Intersaberes, 2016. Biblioteca Virtual. Documentação operacional da escola UNIDADE 4 61 Se formos analisar os mecanismos constituintes da estrutura administrativa para o bom funcionamento da instituição escolar, veremos que, registrados em documentos, temos uma visão ampla do passo a passo da operacionalidade da escola para que se possa pensar em ações elaboradas desse processo. Na organização de uma reunião para esses elementos, deverão ser tratadas as principais medidas para garantir que o projeto desenvolva as competências dos envolvidos de forma participativa e que se traduzam e se componham o projeto curricular e os projetos de trabalho. Os princípios e as normas da Lei de Diretrizes e Bases – LDB oferecem a compreensão de uma estrutura que é importante para o gestor educacional, que deve ter um com- portamento produtivo e contínuo, o que muitas vezes torna-se um paradoxo para nós, pois, ao mesmo tempo em que nos fascina, coloca-nos em estado de alerta para nos manter equilibrados diante das certezas de bem e mal que foram construídas para nós durante toda a nossa história. Para associar produtividade a uma qualidade da educação, é necessário que se exami- ne em larga escala a proposição do que está sendo praticado para ter a certeza de que não está sendo somente teorizado. Com orientações que recebemos do facilitador ou mediador, incentivados pelo diretor, somos estimulados ao trabalho em equipe, porque, em essência, o mundo escolar é um espaço social de aprendizado. INTRODUÇÃO Nesta unidade, você será capaz de: • Analisar os elementos constituintes da estrutura administrativa para o bom fun- cionamento da instituição escolar. OBJETIVO 62 O regimento escolar: conceito, objetivos e estrutura Identificar a contribuição do regimento escolar para a organização da escola em conso- nância com os princípios de gestão democrática nos coloca, embora apresentados de forma linear, diante da importância de frisar que tudo isso tem uma ordem que vem de um confronto entre o que é a realidade e o que a escola impõe, bem como o modo como as pessoas reagem diante de suasrealidades. A importância da perspectiva sistêmica nos dá uma visão dinâmica de uma situação participativa e centralizada, mas que não deixa de ser estruturada via processos comu- nicativos de informação, que são ações condicionadas que predominam nos contextos sociais envolvendo a construção e a troca de materiais conceituais para simbólicos. A LDB, em seu documento, afirma que a gestão de competência, assim como as tendên- cias educacionais voltadas para o mundo profissional, assinala a educação permanente do trabalhador, e, com isso, o estagiário da gestão educacional em formação precisa estar apoiado em conjunto com os organismos internacionais de incentivo à educação, como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura – Unesco. 63 A LDB teve um importante impacto nas ações de algumas posições teóricas quanto a instrumentos apropriados da comunicação, da linguagem e da abordagem histórico-so- cial. Dentro das capacidades de cada um, são construídos programas curriculares de uma produção que amplia cada vez mais a participação horizontal nas relações sociais que influenciam toda essa modalidade interativa de comunicação e relacionamento. O Projeto Político-Pedagógico – PPP precisa ser feito a muitas mãos, revisitado e atua- lizado com as novas tendências, e deve sistematizar as vivências e experiências vivi- das, lembrando que tudo isso tem de ser reunido em documentos que descrevam uma visão, bem como todos os passos, para que se possa pensar em uma ação e uma ela- boração desse processo. Nesse grande encontro, serão tratadas as principais medidas para garantir que o PPP desenvolva um comportamento participativo que se traduza no projeto curricular e em projetos de trabalho nos quais todos estejam envolvidos e comprometidos. Os princípios e as normas da LDB oferecem a compreensão de uma estrutura que é importante para o gestor educacional. O texto original e suas alterações determinam as linhas gerais da educação para o país, tendo como parâmetro o órgão executivo de go- verno nacional de educação, que é aquele que regulamenta e interpreta a LDB em nível nacional. Isso não significa que essa lei não possa ser questionada ou esclarecida, mas exige uma interpretação mais transparente e inteligível. Um exemplo ocorreu na implan- tação da LDB, quando houve reações de várias escolas ao aumento de 20 dias letivos entre uma lei e outra, e depois, gradativamente, foi ficando claro que a questão estava prevista no texto da lei. 64 A LDB pode ser modificada por deputados federais e senadores. Os princípios e as nor- mas da lei e dos documentos do Conselho Nacional de Educação em cada estado bra- sileiro são regidos pela respectiva Assembleia Legislativa, que pode emitir leis acerca da educação válidas no território daquele estado específico. Assim como no caso das leis federais, aos Conselhos Estaduais de Educação – CEEs é permitido, a partir de sua leitura, gerar pareceres, deliberações e resoluções, tendo as Secretarias Estaduais de Educação – SEEs como órgãos executivos do governo que ins- trumentalizam uma gestão inovadora. Entende-se que, com essa infraestrutura e documentos, associados à burocracia, abor- dando realmente insumos financeiros de que os regimes trabalhistas e sindicais preci- sam, seja formalizada essa separação, comprovando que é preciso ver de forma indi- vidualizada cada departamento, suas atribuições, o que pretendem e quais resultados precisam gerar para que se possa enxergar como um todo. Nesse contexto, o regimento escolar terá realmente uma visão mais clara do todo, sem privilegiar um e prejudicar outro, porque ele está nesse cenário justamente para isso, Quanto a questões financeiras, como o gestor não tem o poder de decidir so- zinho, ele precisa reduzir o orçamento da escola e comprar menos material didático para uma ou outra disciplina até que se estabeleça o valor correto e que, para isso, sejam determinados critérios a serem utilizados no projeto cur- ricular. Esse é um modelo necessário para saber de que forma é possível fazer as reduções. Exemplo Acesse a midiateca da Unidade 4 e conheça o conteúdo indicado pela profes- sora sobre regimento escolar. MIDIATECA 65 como um compromisso de limites formais da gestão escolar no Brasil. É necessário que ele seja fundamentado em um processo que diga respeito às normas legais, desde o nível maior da Constituição Brasileira até a utilização das propostas educacionais no projeto pedagógico, e nesse regime escolar que são as bases que regem a organização educativa e constituem uma das principais fontes de demanda a serem obrigatoriamente atendidas pelo trabalho de gestão, que define, inclusive, o gestor como responsável legal pelo empreendimento educativo, um centro formador de cidadania, contemplando as práticas pedagógicas não somente pelo pleno exercício da lei (MONTEIRO, 2013; PAREN- TE, 2015). Uma outra vertente determina que o sujeito, por meio dessa prática, toma consciência de seus direitos e deveres que integram a vida em sociedade, porque são necessárias ações inerentes ao cargo do gestor educacional que atua formalmente como diretor do estabelecimento de ensino. Essas disposições preliminares se apresentam no Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, que, no artigo 2º, considera a criança, para efeitos da lei, a pessoa até 12 anos de idade. Partindo disso, o regimento escolar tem a dimensão do cuidado e da manutenção da in- tegridade física, psicológica e moral. As medidas preventivas, no que dizem respeito às situações concretas que acontecem na escola, encontram-se no capítulo 2, artigo 17, do ECA.Por exemplo, temos questões como segurança, qualidade dos alimentos, agressões físicas e todas as ações preparadas e praticamente preventivas para cada um desses casos, o que só reforça a importância de ter tudo escrito e descrito no regimento escolar, que tem essa dimensão formadora de hábito. É importante saber que o artigo 19 da LDB prevê a existência de instituições privadas assim entendidas, mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito privado, sendo submetidas à mesma lei e às demais funções regulamentadas da gestão educacional — elementos norteadores que permi- tem ao gestor o conhecimento necessário para decisões de prática ou de even- tualidade no caso de precisar recorrer a um apoio jurídico especializado. Importante 66 Plano Operacional Escolar: conceito, objetivos e estrutura Analisar a relevância de se estabelecerem planos operacionais das atividades da escola em busca dos resultados aponta para quantas possibilidades vêm à sua mente quando se fala na expressão “Plano Operacional Escolar”. Surgem de forma automática no pen- samento a necessidade de trabalhar conceitos objetivos e qual estrutura teria esse plano operacional na busca de avaliação, porque o resultado é uma constância da avaliação. Ao pensarmos em uma comunicação informativa e transparente, tornou-se um propósi- to inexorável que ela seja de forma continuada. Entretanto, parâmetros para tal formação estão muito difusos nesse período de mudanças tecnológicas e morais. O gestor educacional tem vivido dentro de um processo de adequação e, em contrapartida, dúvidas e incertezas que crescem a cada dia. Seria esse um cenário tenebroso e triste? Possivelmente, pois nos coloca dentro de um posicionamento introspectivo e em um es- tado de tensão que nossos antepassados jamais imaginariam ser vivido, pois os avanços baseados nas novas tecnologias estão acontecendo de forma irrefreável. Ao olharmos para a educação, ao mesmo tempo essas tecnologias são produtivas e sucessivas, e nos fascinam com a velocidade com que acontecem, gerando mudanças que desestabilizam também, muitas vezes, as nossas certezas, querendo confundir nossos conceitos. 67 Durante toda a nossa história, tentam associar produtividade a uma qualidade da edu- cação que, se observada em larga escala, nós vemos dentro de um contexto que, ao mesmotempo em que os avanços se mostram irrefreáveis, verificamos que a propo- sição do que está sendo praticado não é o que está sendo teorizado, e as orientações que recebemos muitas vezes não são operacionalizadas, e por isso a política do estágio supervisionado nos cursos de formação de professores de Pedagogia é tão importante. A importância dada ao estágio de gestão educacional cresce porque ele será o meio de formar profissionais da educação, que têm um direito inalienável sobre o aspecto de professores também formadores, que partem de conceitos e pressupostos necessários para embasar um professor, um profissional dentro da escola. Definir um responsável para esse fenômeno é uma preocupação conjunta de toda a diretoria da escola, e essa parte do individualismo nos faz pensar que é necessário fortalecer o processo educacio- nal, pois constitui uma condição de construção da autonomia da escola. A gestão parece se dirigir a uma escola que tem uma prática comum de contextos inter- nacionais, como diria a autora Lück (2013), e esse enfoque deve ser sobre a melhoria da qualidade dos resultados e o monitoramento das avaliações. As orientações deverão ser feitas sempre com grupo focal em processos políticos de maneira dissociada, como aspectos estanques e isolados em si mesmos, com o entendimento dessa preocupação. Esses aspectos, que são opositores com dimensões fundamentais para a escola, para que se possa realizar o papel social de participação política, precisam promover, em ter- mos educacionais, uma gestão educacional autônoma e democrática para preconizar uma cultura na escola que pretenda a formação para a cidadania em uma sociedade. Um exemplo contundente são os Conselhos Escolares e as comissões de currículo de parceria, como também as atividades extraclasses e os projetos de monitor e monitoramento, repercutindo na avaliação dessa autonomia do gestor educacional. Exemplo 68 Uma nova mentalidade de atitudes, conhecimentos e habilidades de competência polí- tica de força transformadora deverá trazer para a realidade a ação, e não simplesmente a contemplação, porque as ideias não têm valor por si próprias — elas têm valor pela capacidade de impulsionar uma ação que promova os resultados desejados. A parte racional do gestor educacional deve garantir a necessária correção e o ajuste dos rumos do ritmo desse trabalho, que deve ter um mecanismo que permita crescer em credibilida- de na escola diante de suas esferas de atuação um objeto de gestão implicado em cada uma das instâncias que abrangem seus procedimentos metodológicos. O instrumento que resulte no posicionamento estratégico será uma via permanente da gestão participativa, modelando um projeto curricular que alcance um outro nível com sugestões e demandas mais apropriadas, isto é, cada nível de gestão terá uma perfor- mance e uma base de política pública educacional que pretenda parâmetros que regulem a produtividade e a qualidade da escola. Acesse a midiateca da Unidade 4 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre a elaboração de um projeto local para enfrentar a violência na escola. MIDIATECA 69 Os aspectos desses processos se tornam necessários para embasar a formação dos nossos gestores educacionais, pois essa demanda precisa interagir com diversos cam- pos de atuação e com as diferentes áreas da escola. Um olhar cuidadoso para a apren- dizagem gera reflexões, contribuindo para o planejamento de suas atividades e a coleta de dados. Com realidades específicas, é preciso intervir, ter habilidades de comunicação, organização, trabalho e recomendação de especialistas, quando feita de forma criteriosa, para que os assuntos sejam discutidos e confrontados e possam ser refletidos nessas práticas, possibilitando trabalhar uma aprendizagem mais colaborativa e não limitada, porque estamos lidando com adultos. Esses adultos trabalharão com crianças, que se transformarão em adultos com consciência crítica e responsabilidades sobre seus direi- tos e deveres. No mínimo, um gestor educacional precisa atuar nesse contexto, que é a vida dessas pessoas, dando ciência e direção. 70 Mecanismos administrativos: organograma e calendário escolar Reconhecer o que deve informar o calendário escolar e o propósito de representar graficamente o mecanismo administrativo da escola é um dos pontos principais de organização do gestor educacional. Se nos propusermos a entender os sujeitos en- volvidos no processo educativo e separar algumas questões bem interessantes, as modalidades reparadoras e equalizadoras tenderão a ser permanentes, e, para isso, a especificidade do professor em formação deve ser a informação mais precisa, pois ela será enfatizada em habilidades comunicativas, minimizando os dilemas e as fragilida- des da escola como instituição. Tanto o organograma como o calendário escolar devem estar constantemente atualiza- dos e bem posicionados esteticamente na escola para que toda a comunidade escolar saiba quem é quem, quais são as atribuições de cada cargo e onde se localizam na escola. Essas informações são necessárias, pois objetivam atender o sujeito principal da escola, que são os alunos, já que, a partir deles, os desafios à formação docente são grandes, pois fazem dessa construção uma implementação na cultura de que cada um tem de assumir seu papel perante a escola. Pensando em mecanismos administrativos nesse organograma e no calendário escolar, vemos que é cada vez mais necessário reconhecer o que devemos informar no calen- dário escolar e saber escolher muito bem as informações e qual seu propósito. Produ- zido com representação gráfica para ficar mais claro, esse mecanismo administrativo da escola é muito importante e precisa ser cumprido, para que toda essa intervenção vá acontecendo ao longo do ano, como eventos, a parte financeira, a parte social, as provas, a educação como um todo. 71 As estratégias de lidar com essas duas ferramentas da educação precisam estar condi- zentes com o que se espera de um gestor educacional. A metodologia a ser usada dentro de um organograma precisa ser trabalhada dentro de uma proposta. A pessoa que está dentro desse cotidiano tem de saber as exigências desse cargo e qual o comportamen- to esperado da função — influenciando o que, na organização, está defronte ao gestor educacional, alinhado ao ambiente externo —, qual desempenho que seu cargo pretende atingir e os resultados alcançados. Tudo deve estar descrito de forma sistemática para a comunidade escolar e para a sociedade. Vamos pensar também que, a partir do organograma, essas atribuições em programas de melhoria de desempenho dos nossos gestores educacionais — programas que in- cluem um processo de capacitação de atividade de desenvolvimento orientado — promo- vem a desenvoltura das exigências do cargo nas influências que pretendem ser alcança- das no exercício das atividades quando se constitui uma proposta efetiva para melhoria de ensino na escola. Com isso, perguntamo-nos a partir desse contexto: Quais são as variáveis que podem acontecer no comportamento do cargo? Que compromissos, quanto a caráter confidencial, esse cargo deverá ter? Então, pare para olhar quantas atribuições e expectativas de desempenho existem no car- go, porque uma função organizacional como a do gestor educacional, sendo redundante, é um cargo de gestão da organização. Atualmente, há uma grande dimensão quanto a sentimentos e pensamentos, ou seja, percepções de seu próprio cargo o atingem. Cabe 72 lembrar aqui que o gestor educacional é uma pessoa, que almeja atuações, aplicações, objetivos e resultados para uma boa administração. Para tanto, é preciso fazer essas perguntas e trabalhar com as possíveis variáveis da questão, porque não devemos apenas perguntar quem é bom, quem não é bom, mas o que, quando produto, ele é capaz de produzir de forma eficaz, quanto ao padrão de comportamento, e se essa ou aquela realidade se encaixa em seu papel gerencial de ges- tor educacional.Em sua atuação, ele permeia a esfera de competências como a figura responsável por alguns recursos, reportando-se ao diretor da escola, para que isso seja organizado e administrado da melhor forma possível, gerando a reflexão de quais são as implicações das mudanças e os impactos desse mundo globalizado nos processos de ensino-aprendizagem. Junto com a direção e toda a hierarquia da escola, deve-se pensar no fortalecimento do trabalho do gestor e, particularmente, do trabalho em equipe, para que não haja contra- dições e os valores éticos sejam mantidos, porque a caminhada dessa gestão — seja autônoma ou não — precisa ter a visão da valorização do ser humano. Os novos modelos de gestão, particularmente do gestor educacional dentro da escola, sugerem uma atua- ção balanceada, equilibrada, moderada e descentralizada, sempre procurando respeitar a autonomia do outro. Acesse a midiateca da Unidade 4 e conheça o conteúdo indicado pela professo- ra sobre ferramenta de calendário escolar. MIDIATECA 73 Tudo isso também é o trabalho do gestor de serviço, porque ele precisa combinar algu- mas articulações com quem está dentro da escola, com as pessoas do entorno escolar e com a sociedade. Ele deve ser um facilitador, um mediador para o diretor e estimular o trabalho em equipe da escola, porque, em essência, o mundo escolar é um espaço social de aprendizado, então a socialização dos indivíduos diante de sua realidade está no tempo de convivência dentro da escola, que muitas vezes não está em conformidade com a realidade dele dentro de casa. Temos de trabalhar as imposições com mais negociações para adminis- trar esses conflitos na escola. Então, esse modelo que a escola pretende para o gestor educacional de desenvolvedor de equipe, de gestor de qualidade na educação e também de alguns projetos leva a uma gestão de escola integrada, alcançando a parte tão requerida de um planejamento: o ca- lendário escolar, que nada mais é — ou muito mais é — que um planejamento muito bem organizado das reuniões de conselho, de pais e externas, quando há uma preocupação em conhecer melhor a comunidade escolar. Finalmente, trabalhemos para criar modelos que possamos aplicar den- tro das escolas, de acordo com a realidade delas. Será bem-sucedida a escola que usar o perfil socioeconômico, ou perfil histórico, so- mando as pesquisas também com os pais dos alunos, além destes e do entorno da escola. Esse trabalho tem de ser realizado com alguns ajustes e sugestões para que se criem e valorizem cada vez mais o organograma e o calendário escolar. 74 No exercício da gestão educacional, você assumirá o cargo de gestor, aquele que atua, elabora, comunica e participa. Professora Teresa é a gestora educacional da Escola Fundamental Paraná, ins- tituição de porte médio que atende às séries iniciais, do primeiro e do segundo segmentos da Educação Fundamental, isto é, do primeiro ao nono ano, com um contingente de mil alunos. Concursada, ela tem muito bem descritas suas funções e atribuições do cargo desde que assumiu em 2010. Ao agendar uma reunião de pais e de Conselho de Classe, recebeu um telefonema que a tirou do sério quanto a um aluno da escola e acabou trocando os dias e horários das reuniões. Isso nunca acontecera. Ressalto aqui que, nesse caso, sendo a gestora educacional, é de sua respon- sabilidade a marcação, a comunicação e a organização de todos os elementos constituintes dessas duas reuniões. Uma vez resolvido todo o caso do aluno, ela não fez o checklist para as conferências e enviou os convites sem perceber que havia trocado as datas dos dois eventos. A diretora a chamou à sua sala e conversou com ela, pois, de acordo com o calendário da escola, as datas estariam divergentes. Na mesma hora, a pro- fessora Teresa confirmou seu engano, explicou à diretora o que ocorrera e foi possível consertar tudo, evitando um mal-estar em ter as estruturas das reu- niões trocadas, pois cada uma tem suas especificidades. Então, só pra lembrar, marcadas as reuniões, antes de enviar os convites, faça uma checagem no calendário da escola se está tudo correto para que não haja problemas nos dias das reuniões, que têm objetivos e públicos diferentes. NA PRÁTICA 75 Resumo da Unidade 4 Nesta unidade, você estudou os mecanismos constituintes da estrutura administrativa para o bom funcionamento da instituição escolar, isto é, o organograma e o calendário escolar. Vimos que, ao registrarmos os documentos, temos uma visão ampla do passo a passo da operacionalidade da escola, para que se possa pensar em ações elaboradas desse processo. O texto de um organograma, quando bem descrito e bem distribuídas as funções que vin- culam a teoria à prática, reúne a participação da escola desses elementos para que se- jam tratados como meio de solucionar as questões recorrentes, por exemplo, a reunião de pais. Para que as principais medidas garantidoras dos projetos se desenvolvam a par- tir das competências dos envolvidos de forma participativa se traduzindo e compondo o projeto curricular e os projetos de trabalho, é necessário que haja realmente envolvimen- to de todos, porque os pais hoje têm uma baixa frequência na escola, e é indispensável que se pense em formas de levá-los para dentro do ambiente escolar. Os princípios e as normas da LDB oferecem uma compreensão da estrutura que é impor- tante para o gestor educacional, que deverá ter um comportamento produtivo e contí- nuo, o que muitas vezes torna-se um paradoxo para nós, pois, ao mesmo tempo em que nos fascina, coloca-nos em estado de alerta para nos manter equilibrados diante das certezas do bem e do mal que foram construídas para nós durante toda a nossa história. Para perceber, a partir desse contexto, que nós conseguimos, como pais, ser partícipes do cotidiano dos nossos filhos, com relatos de experiência, associando produtividade a uma qualidade da educação, torna-se necessário examinar em larga escala a proposição sobre o que está sendo praticado para se ter a certeza de que isso não está sendo so- mente teorizado. Com orientações que recebemos do facilitador ou mediador, norteados pelo diretor, so- mos estimulados ao trabalho em equipe, porque, em essência, o mundo escolar é um espaço social de aprendizado, logo a socialização dos indivíduos diante de sua realida- de tem um tempo de vivência e de convivência dentro da escola, com um conjunto de percepções, atitudes e sentimentos que revelam o grau de satisfação ou insatisfação de pais e funcionários, e é muito importante que os resultados dessas pesquisas gerem instrumentos importantes para nossa gestão educacional. 76 Nesta unidade, destacaram-se quatro conceitos fundamentais: os elementos constituintes, que se parametrizam nas leis, como a LDB, entre outros; a es- trutura administrativa, apontando o organograma e o calendário escolar como instrumentos de gestão; a instituição escolar como organizadora e comuni- cadora dos elementos constituintes da escola quanto às suas atribuições; e a operacionalização, que envolve desde a direção até os agentes educacionais em uma sintonia para melhorar a qualidade da escola e sua produtividade, con- tando com a gestão educacional. CONCEITO 77 Referências BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Brasília, 1990. Disponível em: http:// www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm. Acesso em: 23 set. 2016. . Lei de Diretrizes e Bases da Educação. Brasília, 1996. Disponível em: https:// www.jusbrasil.com.br/topicos/11694640/artigo-12-da-lei-n-9394-de-20-de-dezembro- -de-1996. Acesso em: 1º set. 2016. LÜCK, H. Concepções e processos democráticos de gestão educacional. Petrópolis: Vozes, 2013. Biblioteca Virtual Pearson. MONTEIRO, E. Gestão escolar: perspectivas, desafios e função social. Rio de Janeiro: LTC, 2013. Minha Biblioteca. OLIVEIRA, M. A. M. (org.). Gestão educacional: novos olhares. 10. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. Biblioteca Virtual. PARENTE, C. M. D.; VALLE, L. E. L. R. ; MATTOS, M. J. V. M.(orgs.). A formação de pro- fessores e seus desafios frente as mudanças sociais, políticas e tecnológicas. Porto Alegre: Penso, 2015. Minha Biblioteca. SCHVARZ, L. H. C. A ação do pedagogo na escola nos limites da cotidianidade. Curiti- ba: Intersaberes, 2016. Biblioteca Virtual.