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Av2 - Linguagem e sociedade

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Curso: Letras – Lingua Portuguesa e Língua Inglesa 
Disciplina: Linguagem Sociedade e Educação
Avaliação 2 – Variação e Ensino de Língua Portuguesa.
Crianças que normalmente convivem com português não padrão e acabam sofrendo certa discriminação tanto por parte dos colegas, quanto dos professores (BECKER E MÉA, 2008). Portanto a professora da Situação 1 poderia iniciar sua abordagem de uma maneira diferente. De fato a estrutura apresentada na fala do personagem Chico Bento não pertence ao padrão da Língua Portuguesa, ou seja, a linguagem utilizada retrata bastante a regionalidade do personagem.
Na situação 1 não fica evidente como a professora deu continuidade à sua explanação, porém, se levarmos em consideração o conteúdo exposto nas aulas, podemos propor que a continuidade dessa aula seja de modo a incluir os alunos numa perspectiva de visualização da diferença da linguagem padrão e da linguagem utilizada pelo personagem Chico Bento. Existem muitas editoras já produzindo material didático com abordagem acerca da variação linguística, afim de auxiliar os docentes na introdução do assunto (RIBEIRO, 2013).
De acordo com Ribeiro (2013), as práticas de ensino mudam de acordo com a região do país e com o professor que está lecionando, contudo, deve ser levado em conta que existe a variação linguística a fim de apreender o aluno e então guiá-lo de forma didática e gradativa para o aprendizado e uso adequado da Língua. A autora ainda destaca que as pessoas que leem pouco, são rotuladas de ignorantes por desconhecerem as inúmeras regras da língua escrita, porém um vocábulo pode ser pronunciado de diversas formas, variando de acordo com a região do falante, mas que isso não implica em estar correta ou incorreta a pronúncia. Contudo, deve ser deixado evidente é que há uma forma adequada ou inadequada do uso da linguagem a depender do contexto. 
Becker e Méa (2008), relatam que a mesma pessoa pode utilizar diversas linguagens a depender da situação em que estejam e que talvez seja bastante inapropriado estar num bar com amigos fazendo uso da linguagem formal para discutir assuntos cotidianos, como futebol. Dessa maneira, podemos concluir que a estrutura da fala e da escrita devem ser abordadas de maneira diferente, buscando principalmente compreender o contexto social em que o falante está inserido.
 Partindo desse pressuposto, na Situação 2, o professor não levou em consideração a diferença que existe na diferença da língua falada e da língua escrita. Apesar de estar num contexto de sala de aula, onde o docente deve orientar o aluno de forma a se expressar corretamente, o professor não precisava ter feito essa correção, visto que a mensagem falada pelo aluno pôde ser compreendida com clareza por qualquer pessoa que a escutasse. Becker e Méa (2008) propõem ainda que o professor deve propiciar e criar condições na qual coloquem o aluno em contato com a linguagem coloquial e padrão a fim de gerar a percepção que ambas são aceitas de forma geral, apesar de existirem situações há um predomínio de uma sobre a outra.
De acordo com Santos (2021), o PCN tem como proposta a inclusão do aluno no processo de aprendizagem, no qual ele mesmo é o autor desse processo. A sugestão trazida pelo PCN é de que todo conteúdo produzido pelo aluno seja aproveitado de maneira a fazer com que ele se sinta acolhido, ao invés de excluído, levando-o a se interessar mais pelo aprendizado e como parte desse processo, o aluno fará a análise gradativa do que ele produz e do que está sendo exposto em sala. Sendo assim, a aprendizagem se estabelecerá de forma contínua e reflexiva, tendo o professor como mediador no processo de aquisição da linguagem, deixando claro que a língua está sempre em processo de mutação (RIBEIRO, 2013).
Becker e Méa (2008), referem que o PCN propõe que os alunos devam fazer a aquisição gradativa a competência em relação a linguagem, habilitando-os à solução de problemas da vida cotidiana, tenho acesso a cultura e a participação do mundo letrado. As autoras destacam ainda que para atingir os objetivos proposto pelo PCN, eles foram divididos em práticas do uso da linguagem e práticas da reflexão sobre a língua e a linguagem. Ribeiro (2013) ressalta que o PCN traz a proposta de renovação e atualização do ensino fazendo com que haja uma reorganização na elaboração das propostas didáticas, uma adaptação dos conteúdos à realidade para que haja formação de cidadãos.
É necessário perceber que processo de aprendizagem depende que os professores e a escola como um todo compreendam que saber ler e escrever não implica em ter domínio da linguagem. Dessa forma, faz-se importante proporcionar momentos de reflexão, dando ao aluno oportunidade de avaliar e decidir como escrever e como falar, utilizando as ferramentas que o aluno possui (RIBEIRO, 2013). Becker e Méa (2008) reforçam ainda que a intenção do PCN é oferecer subsídio aos alunos para que eles se habilitem na leitura e na escrita efetiva, levando a diminuição do fracasso escolar. Todo esse esforço envolve a construção de currículos plurais e adaptados para a realidade de cada região, escola, indivíduo.
Levando toda a discussão em consideração, Santos (2021) lembra que muitos profissionais estão com seus conhecimentos teóricos defasados, seja por estarem formados há mais tempo ou por terem frequentado alguma faculdade de qualidade duvidosa. 
Essa afirmação nos levar a concluir que a professora da Situação 1 poderia ter trazido de maneira diferente a proposta da análise da fala do personagem Chico Bento, fazendo com que os alunos refletissem sobre a linguagem padrão e suas estruturas. Já na Situação 2 ficou bastante claro que o professor não colocou em prática o princípio USO-REFLEXÃO-USO sugerido pelo PCN, além de ignorar completamente que a língua falada dispensa muitas regras que são exigidas pela língua escrita. E poderia ter criado uma situação na qual proporcionasse ao aluno um momento de reflexão acerca da sua própria fala. 
REFERÊNCIAS
BECKER, Lizane Pereira e MÉA, Célia Helena P. D. A Língua Portuguesa nos Parâmetros Curriculares nacionais - um caso de inclusão ou exclusão da linguagem coloquial? Disc. Scientia. Série: Artes, Letras e Comunicação, S. Maria, v. 9, n. 1, p. 115-133, 2008. Disponível em: (https://periodicos.ufn.edu.br/index.php/disciplinarumALC/article/view/729). Acesso em 19/03/2021.
RIBEIRO, Josela Veber. A Variação Linguística no Ensino de Língua Portuguesa. Rio Grande do Sul, 2013. (Disponível em: https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/96140/000919034.pdf?sequence=1). Acesso em 18/03/2021.
SANTOS, Leonor Werneck dos. O Ensino De Língua Portuguesa E Os Pcn’s. Rio de Janeiro, 2021. Disponível em: (http://www.filologia.org.br/viisenefil/06.htm). Acesso em 18/03/2021

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